Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1 Conceito Competencia e Especi
1 Conceito Competencia e Especi
1 Conceito Competencia e Especi
DIREITO TRIBUTÁRIO
CONCEITO DE TRIBUTO, COMPETÊNCIA E
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
2
SUMÁRIO
3
ATUALIZADO EM 27/01/2024
1. Noções preliminares
*(ATUALIZADO EM 27/01/2024)
#REFORMATRIBUTÁRIA
EC 132/2023
A EC 132/2023 é a chamada Reforma Tributária. Trata‐se de uma ampla alteração em todo
o sistema constitucional tributário que terá profundos reflexos nos próximos anos e que
ainda serão analisados e discutidos pela doutrina e jurisprudência.
4
#SELIGA! Alguns dispositivos só entrarão em vigor em 2027, outros em 2033.
5
6
Além das regras previstas no próprio Texto Constitucional, as normas gerais sobre
Direito Tributário estão na Lei n. 5.172/66, o Código Tributário Nacional.
2. Conceito de tributo
7
I ‐ em moeda corrente, cheque ou vale postal;
II ‐ nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico.
c) Prestação que não constitui sanção de ato ilícito: tributo não é a mesma coisa
que multa. O dever de pagar tributo surge da realização de um ato conforme ao direito
(fato gerador), ao passo que a obrigação de pagar uma multa nasce como resposta do
ordenamento jurídico à prática de um ato ilícito (infração). Disso decorre que é proibido ao
Poder Público valer‐se das chamadas sanções políticas para impor o pagamento de
8
obrigação tributária.
9
convertendo‐os em instrumentos de acertamento da relação tributária, para, em função
deles – e mediante interdição ou grave restrição ao exercício da atividade empresarial,
econômica ou profissional –, constranger o contribuinte a adimplir obrigações fiscais
eventualmente em atraso. Exemplo de sanção tributária claramente desproporcional em
sentido estrito é a interdição de estabelecimento comercial ou industrial motivada pela
impontualidade do sujeito passivo tributário relativamente ao cumprimento de seus deveres
tributários. Embora contumaz devedor tributário, um sujeito passivo jamais pode ver
aniquilado completamente o seu direito à livre iniciativa em razão do descumprimento do
dever de recolher os tributos por ele devidos aos cofres públicos. O Estado deve responder à
impontualidade do sujeito passivo com o lançamento e a execução céleres dos tributos que
entende devidos, jamais com o fechamento da unidade econômica. RE 550.769/RJ.
O Estado não pode adotar sanções políticas para constranger o contribuinte ao pagamento
de tributos em atraso. STJ. 1ª Turma. RMS 53.989‐SE, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em
17/04/2018 (Info 626).
Por outro lado, e é preciso que não se confunda, o Poder Público pode se valer de
instrumentos tributários com efeito sancionatório (não são sanções políticas, portanto)
para estimular ou desestimular determinado comportamento do contribuinte. Exemplo
bastante comum adotado pelo Fisco é a tributação progressiva sancionatória, manifestação
própria de uma característica de alguns tributos: a extrafiscalidade.
Art. 182, CF. § 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área
incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não
edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob
pena, sucessivamente, de:
II ‐ imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
10
d) Prestação instituída por lei: tal característica está intimamente ligada ao caráter
compulsório do tributo. Somente a ordem legal pode impor o pagamento de tributos, de
maneira que a vontade dos particulares é inócua frente ao poder de império do Estado. O
princípio da legalidade tributária exige que todos os aspectos da hipótese de incidência
tributária (aspectos pessoal, material, territorial, temporal e quantitativo) estejam
definidos em lei. Somente após a definição legal desses cinco aspectos considera‐se
instituído o tributo.
Art. 114, CTN. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como
necessária e suficiente à sua ocorrência.
11
posicionando no sentido de que a exação seria uma simples “participação no resultado da
exploração” (RE 228.800/DF).
3. Competência tributária
12
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à
pessoa jurídica de direito público que a conferir.
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica
de direito público que a tenha conferido.
§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado,
do encargo ou da função de arrecadar tributos.
13
da Federação.
Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não
observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos.
Art. 8º, CTN. O não‐exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de
direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.
Atribuída à União para instituir, por lei complementar, impostos não previstos na
Constituição Federal e novas fontes de custeio da Seguridade Social.
14
Conferida à União, no caso de guerra externa ou sua iminência, para instituição de
impostos extraordinários de guerra.
4. Espécies de tributos
15
A segunda, a teoria pentapartida (ou quinária), é a teoria adotada pelo Supremo
Tribunal Federal (RE 138.284 e RE 146.733) e, segundo a Corte, pela Constituição Federal, e
identifica a existência de cinco espécies tributárias: os impostos, as taxas, os empréstimos
compulsórios, as contribuições especiais e as contribuições de melhoria.
4.1 Impostos
Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade específica relativa ao contribuinte.
Art. 16, CTN. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
O fato gerador do imposto é uma situação que não supõe nem se conecta com
nenhuma atividade do Estado especificamente dirigida ao contribuinte. Portanto, para que o
Estado exija do contribuinte certo imposto, não é preciso que ele, Estado, lhe preste algo
determinado em troca. Para tanto, o legislador deve escolher determinadas situações
materiais que evidenciem a capacidade contributiva do indivíduo (e essas situação serão
tipificadas como fatos geradores da obrigação tributária).
16
‐ Por meio de lei complementar;
‐ Devem ser não cumulativos;
‐ Não podem gerar situação de bitributação.
4.2 Taxas
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:
II ‐ taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial,
de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua
disposição;
As taxas são tributos cujo fato gerador é configurado por uma atuação estatal
específica, referível ao contribuinte, que pode consistir no exercício regular do poder de
polícia OU na prestação ao contribuinte, ou colocação à sua disposição, de serviço público
específico e divisível. O Estado, pois, exerce determinada atividade e, por isso, cobra a taxa
da pessoa a quem dela se aproveita.
Art. 77, CTN. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício
regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico
17
e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que
correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas.
As taxas são criadas e disciplinadas sempre por meio de lei ordinária editada pela
entidade federativa competente para sua instituição. A sua base de cálculo é o custo da
atividade estatal a ser remunerada pela cobrança do tributo. Deve haver uma necessária
correlação lógica entre a base de cálculo da taxa e sua hipótese de incidência. Por isso,
também, a CF e o CTN preceituam que as taxas não podem ter base de cálculo ou fato
gerador idêntico ao de imposto (e evita a bitributação).
#DEOLHONASÚMULA:
Súmula vinculante 29: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais
elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral
identidade entre uma base e outra.
#DEOLHONAJURIS:
*(Atualizada em 07/12/2020): A atividade desenvolvida pelo Estado no âmbito da segurança
pública é mantida ante impostos, sendo imprópria a substituição, para tal fim, de taxa. STF.
Plenário. ADI 4411, Rel. Marco Aurélio, julgado em 18/08/2020 (Info 992 – clipping).
É inconstitucional taxa de combate a sinistros instituída por lei municipal. A prevenção e o
combate a incêndios são atividades desenvolvidas pelo Corpo de Bombeiros, sendo
consideradas atividades de segurança pública, nos termos do art. 144, V e § 5º da CF/88. A
segurança pública é atividade essencial do Estado e, por isso, é sustentada por meio de
impostos (e não por taxa). Desse modo, não é possível que, a pretexto de prevenir sinistro
relativo a incêndio, o Município venha a se substituir ao Estado, com a criação de tributo sob
o rótulo de taxa. Tese fixada pelo STF: “A segurança pública, presentes a prevenção e o
combate a incêndios, faz‐se, no campo da atividade precípua, pela unidade da Federação, e,
porque serviço essencial, tem como a viabilizá‐la a arrecadação de impostos, não cabendo
ao Município a criação de taxa para tal fim.” STF. Plenário. RE 643247/SP, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgado em 1º/8/2017 (repercussão geral) (Info 871).
18
a) Taxa de polícia: é cobrada em razão da atividade do Estado, que verifica o
cumprimento das exigências legais pertinentes e concede a licença (ou o ato administrativo
correspondente); são instituídas pelo ente político a que couber a atribuição.
Art. 78. Considera‐se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em
razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera‐se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado
pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e,
tratando‐se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
Ao contrário das taxas de serviço, que podem ser cobradas pela utilização efetiva
ou potencial, as taxas de polícia só podem ser arrecadadas se o Estado tiver efetivamente
realizado a atividade de polícia. Não se admite cobrança de taxa por fiscalização potencial
ou posta à disposição do contribuinte.
b) Taxa de serviço: tem por fato gerador uma atuação estatal consistente na
execução de um serviço público, específico e divisível, efetivamente prestado ou posto à
19
disposição do contribuinte. Serviços divisíveis são aqueles suscetíveis de ser fruídos por cada
usuário. Serviços indivisíveis, portanto, não comportam taxação.
A utilização do serviço público, para que a taxa seja devida, pode ser efetiva ou
potencial. Ocorre que a disponibilização de um serviço público tem um custo e, mesmo que
o contribuinte decida não utilizar, o prestador pode exigir um valor fixo mínimo somente
pelo fato de o serviço estar disponível para utilização a qualquer momento.
20
Atividades de Exploração e Aproveitamento de Recursos Hídricos (TFRH). A Corte entendeu
que o valor cobrado é muito superior em relação ao custo da atividade estatal relacionada
(fiscalização das empresas que exploram recursos hídricos). Logo, não há proporcionalidade
entre o custo da atividade estatal e o valor que será pago pelos particulares pela taxa. Isso
viola as características da taxa, que é um tributo orientado pelo princípio da retributividade
e que possui caráter contraprestacional e sinalagmático. Além disso, a lei previa que apenas
30% dos valores arrecadados com a taxa seriam utilizados em atividades relacionadas com a
política de recursos hídricos e os 70% restantes iriam para a conta única do Tesouro
Estadual. Isso demonstra o caráter arrecadatório desta taxa. Por fim, ao onerar
excessivamente as empresas que exploram recursos hídricos, a referida taxa adquiriu feições
verdadeiramente confiscatórias, dificultando, ou mesmo inviabilizando, o desenvolvimento
da atividade econômica. Houve, portanto, violação ao que prevê o art. 150, IV, da CF/88, que
proíbe que os tributos sejam utilizados com efeito de confisco. STF. Plenário. ADI 6211/AP,
Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 4/12/2019 (Info 962).
21
consideração qualidades externas e estranhas ao exercício do poder de polícia, sem
pertinência quanto ao aspecto material da hipótese de incidência. A taxa é tributo
contraprestacional (vinculado), usado na remuneração de atividade específica, seja serviço
ou exercício do poder de polícia e, por isso, não pode fixar a base de cálculo usando como
critério os sinais presuntivos de riqueza do contribuinte. O valor das taxas deve estar
relacionado com o custo do serviço que as motiva, ou com a atividade de polícia
desenvolvida. STF. 1ª Turma. RE 554951/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 15/10/2013
(Info 724).
Não viola a legalidade tributária a lei que, prescrevendo o teto, possibilita o ato normativo
infralegal fixar o valor de taxa em proporção razoável com os custos da atuação estatal, valor
esse que não pode ser atualizado por ato do próprio conselho de fiscalização em percentual
superior aos índices de correção monetária legalmente previstos. STF. Plenário. RE
838284/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/10/2016 (repercussão geral) (Info 842 e
844).
O valor cobrado pelo Tribunal de Justiça para que o interessado possa desarquivar autos de
processos findos possui natureza jurídica de TAXA. As taxas somente podem ser instituídas
por meio de lei em sentido estrito (princípio constitucional da legalidade tributária). Se essa
taxa de desarquivamento é instituída por Portaria do TJ, é inconstitucional. STJ. Corte
Especial. AI no RMS 31170‐SP, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 18/4/2012.
22
disposição final de dejetos). STJ. 2ª Turma. REsp 1330195‐RJ, Rel. Min. Castro Meira, julgado
em 6/12/2012 (Info 514). STJ. 1ª Seção. REsp 1339313‐RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves,
julgado em 12/6/2013 (recurso repetitivo) (Info 530).
23
contribuinte ou postos a sua disposição (CF/1988, art. 145, II). Com base nesse
entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente a ação para declarar a
inconstitucionalidade da Lei 1.732/1997 e, por arrastamento, do Decreto 19.972/1998,
ambos do Distrito Federal. STF, ADI 2692/DF, relator Min. Nunes Marques, julgamento
virtual finalizado em 30.9.2022 (Info. 1070).
#DEOLHONASSÚMULAS:
Súmula 407‐STJ: É legítima a cobrança da tarifa de água fixada de acordo com as categorias
de usuários e as faixas de consumo.
Súmula 412‐STJ: A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita‐se ao
prazo prescricional estabelecido no Código Civil.
#SELIGA: Existe diferença entre taxa e preço público? A taxa é um tributo, sendo, portanto,
objeto de uma obrigação instituída por lei; já o preço é obrigação contratual, assumida
voluntariamente – ao contrário da taxa, que é imposta pela lei a todas as pessoas que se
encontrem na situação de usuários (efetivos ou potenciais) de determinado serviço estatal.
E a tarifa?
A tarifa, uma espécie de preço público, é o preço de venda do bem, exigido por empresas
prestacionistas de serviços públicos (concessionárias e permissionárias), como se fossem
vendedoras.
24
Segundo Eduardo Sabbag, “a característica essencial que deve diferenciar taxa de preço
público está na inerência ou não da atividade à função do Estado. Ou seja, se houver notória
vinculação do serviço com o desempenho de função estatal, teremos a taxa. Por outro lado,
se houver desvinculação deste serviço com a ação estatal, inexistindo óbice ao desempenho
da atividade por particulares, teremos a tarifa. Nesse passo, ressalte‐se que, hodiernamente,
o critério considerado importante para distinguir tais institutos não é o de saber se o
pagamento é voluntário ou compulsório, mas, sim, de averiguar se a atividade
concretamente executada pelo Poder Público configura um serviço público ou não. Nesse
passo, sempre que o serviço, específico e divisível, deva ser prestado pela Administração
Pública diretamente, por ordem constitucional ou legal, o regime será o de taxa, mesmo que
a lei adote outro. Nos casos em que a realização do serviço puder ser delegada a outra
entidade, pública ou privada, o legislador poderá escolher entre o regime de taxa e o de
tarifa (sobre este tema, ver julgado, da lavra do Ministro Carlos Velloso, no RE
209.365‐3/SP).”
E o pedágio?
Conforme entendimento do STF (ADI 800), o pedágio cobrado pela efetiva utilização de
rodovias conservadas pelo Poder Público, cuja cobrança está autorizada pelo inciso V, parte
final, do art. 150 da Constituição de 1988, não tem natureza jurídica de taxa, mas sim de
preço público, não estando a sua instituição, consequentemente, sujeita ao princípio da
legalidade estrita”.
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:
III ‐ contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
25
Esse tributo, a exemplo das taxas, conecta‐se com determinada atuação estatal,
qual seja, a realização de uma obra pública de que decorra, para os proprietários de imóveis
adjacentes, uma valorização de suas propriedades.
26
pressuposto do tributo, portanto, que o imóvel beneficiado tenha seu valor aumentado em
razão da obra. No entanto, o bem pertencente ao contribuinte, conforme restou provado
no autos, já era servido por pavimentação asfáltica, de forma que o mero reparo, ainda
que sob a forma de recapeamento, não é capaz de trazer ao imóvel nem uma sensível
valorização. Nenhum imóvel vale mais ou menos porque o asfalto passa em sua frente está
em bom ou mau estado de conservação. Com efeito, não havendo sequer sensível
valorização do bem, é manifestamente ilegal a cobrança do tributo, mormente na forma
que lhe é peculiar, ou seja, contribuição de melhoria. E diga‐se de passagem, mesmo que
no caso fosse possível a cobrança por meio de taxa, o recapeamento asfáltico não guarda a
característica de ser divisível, indispensável à espécie. O asfalto que passa pela frente de
um imóvel beneficia a população de um modo geral, ou seja, é ‘uti universi’, por natureza
imensuráveis individualmente, insuscetível portanto de ser cobrado por meio de taxa (…)”.
Alega o recorrente violação dos artigos 30, III, e 145, II, da Constituição Federal, uma vez
que: “A r. Sentença dos Embargos Infringentes, prolatada pelo MM Juízo de primeira
instância às fls. 54/58, e manteve a r. sentença de fls. 39/43, negando provimento, julgou
ilegal a taxa de pavimentação (melhoria asfáltica), quando, na verdade, através de tais
normas nada mais se fez do que se exercitar a competência municipal, assegurada pela
própria Lei Maior”. Contra‐arrazoado, o recurso extraordinário foi admitido. Decido. Não
merece trânsito o apelo extremo. Verifico que o art. 30, III, da Constituição Federal carece do
necessário prequestionamento, sendo certo que não foram opostos embargos de declaração
para sanar eventual omissão no acórdão recorrido. Incidem na espécie as Súmulas nºs 282 e
356 desta Corte. Ademais, o Plenário desta Corte, no julgamento do RE nº 140.779/SP,
Relator o Ministro Ilmar Galvão, entendeu pela impossibilidade da remuneração do serviço
de pavimentação asfáltica por meio de taxa, já que o tributo tem por fato gerador benefício
resultante de obra pública, próprio de contribuição de melhoria. O julgado restou assim do:
“EMENTA: TRIBUTÁRIO. MUNICÍPIO DE SANTO ANDRÉ/SP. TAXA DE PAVIMENTAÇÃO
ASFÁLTICA. LEI Nº 3.999/72, ART. 244. INCONSTITUCIONALIDADE. Tributo que tem por fato
gerador benefício resultante de obra pública, próprio de contribuição de melhoria, e não a
utilização, pelo contribuinte, de serviço público específico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto à sua disposição. Impossibilidade de sua cobrança como contribuição,
por inobservância das formalidades legais que constituem o pressuposto do lançamento
dessa espécie tributária. Inocorrência da alegada afronta ao art. 18, II, da EC 01/69.
27
Inconstitucionalidade, que se declara, do art. 276 da Lei nº 3.999, de 29 de dezembro de
1972, do Município de Santo André/SP. Recurso não conhecido” (DJ de 8/9/95). No mesmo
sentido: RE nº 579.574/RJ, Relator o Ministro Ayres Britto, DJe de 2/4/12. Ante o exposto,
nos termos do artigo 557, caput, do Código de Processo Civil, nego seguimento ao recurso
extraordinário. Publique‐se. Brasília, 17 de dezembro de 2012.Ministro Dias
ToffoliRelatorDocumento assinado digitalmente. (STF ‐ RE: 704954 SP, Relator: Min. DIAS
TOFFOLI, Data de Julgamento: 17/12/2012, Data de Publicação: DJe‐023 DIVULG 01/02/2013
PUBLIC 04/02/2013)
Art. 81, CTN. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para
fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como
limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra
resultar para cada imóvel beneficiado.
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I ‐ para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra
externa ou sua iminência;
II ‐ no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional,
observado o disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será
vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
Art. 15, CTN. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimos
compulsórios:
28
I ‐ guerra externa, ou sua iminência;
II ‐ calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos
orçamentários disponíveis;
III ‐ conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.
Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seu
resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei.
Sua instituição ocorre por meio de LEI COMPLEMENTAR. Assim, é uma exceção à
regra de que os tributos em geral são instituídos por lei ordinária.
#NÃOCONFUNDA: A Constituição Federal não indica quais os possíveis fatos geradores dos
empréstimos compulsórios. Ela apenas define situações (guerra externa ou sua iminência,
calamidade pública, investimento público urgente e relevante) que condicionam o exercício
da competência tributária e direcionam a aplicação do produto da arrecadação. À lei
complementar que instituir o empréstimo compulsório caberá definir‐lhe o fato gerador
29
calamidade pública não precisa ser de proporção nacional, podendo ter seu alcance restrito
ao âmbito territorial até mesmo de um único Município. Nesse caso, o empréstimo
compulsório é de cobrança imediata, não se sujeitando nem à anterioridade anual, nem à
nonagesimal, podendo ser cobrado no dia seguinte ao da publicação da lei complementar.
#ATENÇÃO: O art. 15, III, do CTN foi tacitamente revogado pela Constituição de 1988 na
medida em que as únicas hipóteses de empréstimo compulsório para despesas
extraordinárias são aquelas previstas no art. 148, I, do Texto Maior (calamidade pública e
guerra externa).
A lei complementar de criação dessa espécie tributária sempre deve declarar para
qual finalidade a exação está sendo instituída.
*#STJ: No empréstimo compulsório sobre energia elétrica, são devidos juros remuneratórios
sobre a diferença de correção monetária não paga nem convertida em ações, no percentual
de 6% ao ano, nos termos do art. 2º do Decreto‐Lei nº 1.512/76. STJ. 1ª Seção. EDv nos
EAREsp 790.288‐PR, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 12/06/2019 (Info 656).
30
O art. 149 da Constituição Federal agrupa três figuras indicadas como
“contribuições”:
‐ Contribuições sociais;
‐ Contribuições de intervenção no domínio econômico;
‐ Contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas.
Todas elas são de competência da União, que deve utilizá‐las como instrumento de
sua atuação nas respectivas áreas.
31
Constitucional nº 103, de 2019) (Vigência)
#ATENÇÃO: O §1º do art. 149 determina que a União, aos Estados, o Distrito Federal e os
Municípios instituam contribuições, cobráveis de seus funcionários, para o custeio, em
benefício destes, de sistema previdenciário. Essas exações participam da natureza das
contribuições sociais, destinadas à seguridade social, embora atuem no âmbito restrito do
funcionalismo público dos Estados, DF e Municípios.
32
cálculo do PIS e da COFINS. Os valores recolhidos a título de Contribuição Previdenciária
sobre a Receita Bruta ‐ CPRB integram a base de cálculo do PIS e da COFINS. STJ. 1ª Turma.
REsp 1.945.068‐RS, Rel. Min. Manoel Erhardt (Desembargador convocado do TRF da 5ª
Região), julgado em 05/10/2021 (Info 712).
33
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda Art. 195. A seguridade social será financiada por
a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
da lei, mediante recursos provenientes dos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes Federal e dos Municípios, e das seguintes
contribuições sociais: (Vide Emenda Constitucional contribuições sociais: (Vide Emenda Constitucional
nº 20, de 1998) nº 20, de 1998)
I ‐ do empregador, da empresa e da entidade a ela I ‐ do empregador, da empresa e da entidade a ela
equiparada na forma da lei, incidentes sobre: equiparada na forma da lei, incidentes
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de sobre: (Redação dada pela Emenda
1998) Constitucional nº 20, de 1998)
a) a folha de salários e demais rendimentos do a) a folha de salários e demais rendimentos do
trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à
pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem
vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998) Constitucional nº 20, de 1998)
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela
Constitucional nº 20, de 1998) Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (Vide
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº Emenda Constitucional nº 132, de 2023) Vigência
20, de 1998) c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional
II ‐ do trabalhador e dos demais segurados da nº 20, de 1998)
previdência social, podendo ser adotadas alíquotas II ‐ do trabalhador e dos demais segurados da
progressivas de acordo com o valor do salário de previdência social, podendo ser adotadas alíquotas
contribuição, não incidindo contribuição sobre progressivas de acordo com o valor do salário de
aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime contribuição, não incidindo contribuição sobre
Geral de Previdência Social; (Redação dada pela aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) Geral de Previdência Social; (Redação dada pela
III ‐ sobre a receita de concursos de prognósticos. Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
IV ‐ do importador de bens ou serviços do exterior, III ‐ sobre a receita de concursos de prognósticos.
ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela IV ‐ do importador de bens ou serviços do exterior,
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003) (Vide Emenda Constitucional nº 132,
de 2023) Vigência
34 V ‐ sobre bens e serviços, nos termos de lei
complementar. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 132, de 2023)
Esse rol não é exaustivo, pois o art. 195, §4º, da CF abre a possibilidade de a lei
instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social.
É uma disciplina análoga à da competência residual conferida à União para a criação de
novos impostos. Mas essas novas contribuições não poderão ter natureza cumulativa nem
fato gerador ou base de cálculo próprios dos impostos já discriminados na Constituição
Federal.
Art. 195, CF. § 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas
após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou
modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".
É importante não confundir contribuições sociais, que são todas aquelas voltadas
genericamente ao custeio da Seguridade Social (Previdência + Assistência + Saúde), com
contribuições previdenciárias. Contribuições previdenciárias são somente aquelas
especificamente destinadas a custear benefícios previdenciários, devidas pelos segurados e
pelas empresas.
35
Já as contribuições para a seguridade social possuem quatro fontes de custeio,
previstas no art. 195, I a IV, da CF: o importador (art. 195, IV, da CF); a receita de loterias
(art. 195, III, da CF); o trabalhador (art. 195, II, da CF); o empregador e empresa (art. 195, I,
da CF).
Por fim, o STF associa as “outras contribuições” às que podem ser criadas no plano
da competência residual da União, conforme se prevê no art. 195, § 4.º, da CF.
#REFORMATRIBUTÁRIA – Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) #AJUDAMARCINHO!
*(ATUALIZADO EM 27/01/2024)
CF, Art. 195 (...)
V ‐ sobre bens e serviços, nos termos de lei complementar. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 132, de 2023)
A Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) é incorporada no art. 195, inciso V da
Constituição Federal. Esta inclusão indica que a sua regulamentação e implementação
devem ocorrer através de lei complementar, uma abordagem que se diferencia da norma
geral para outras contribuições, as quais normalmente não exigem lei complementar para
sua instituição.
36
Pleno, julgado em 29‐06‐2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe‐083 DIVULG 22‐04‐2019 PUBLIC
23‐04‐2019)
Entretanto, a CBS inova ao exigir lei complementar para sua criação e para
estabelecer os parâmetros gerais de sua aplicação.
A alíquota de referência será fixada por Resolução do Senado Federal, observadas a
forma de cálculo e os limites previstos em LC, nos termos do art. 130 do ADCT, sendo
facultado à União, entretanto, fixar a sua própria alíquota por meio de lei ordinária (art. 195,
V e § 15 da CF c/c o art. 130 do ADCT).
A CBS compartilha diversas regras com o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS),
incluindo princípios como neutralidade, incidência sobre operações de bens e serviços (tanto
materiais quanto imateriais, incluindo direitos), além de regras sobre importação e
exportação de produtos.
A Constituição estabelece que o valor da CBS deve ser especificado nos documentos
fiscais, assim como ocorre com o IBS. Além disso, a CBS não será incluída em sua própria
base de cálculo nem na base de cálculo de outros impostos e contribuições, com exceções
especificadas no art. 195, § 17.
Em relação ao sujeito passivo da CBS, a lei complementar poderá definir que seja a
pessoa que participa do pagamento da operação, mesmo que esteja no exterior. Essa
disposição busca facilitar a administração tributária, especialmente em operações digitais ou
na economia digital.
Além disso, a CBS será regulamentada por um conjunto de regras que inclui regimes
específicos de tributação para determinados setores, conforme estipulado no art. 156‐A, §
6º da Constituição. Isso inclui combustíveis, lubrificantes, serviços financeiros, entre outros.
A lei complementar também será fundamental para estabelecer as regras de compensação
da CBS, incluindo as condições para o aproveitamento de créditos e a possibilidade de
diferimento e desoneração em regimes aduaneiros especiais e zonas de processamento de
exportação.
Outro ponto relevante é o "cashback" da CBS, que será regulamentado por lei
ordinária, conforme o art. 195, § 18, da Constituição, uma vez que não consta
expressamente lei complementar. Este mecanismo visa devolver parte do imposto pago,
com o objetivo de reduzir desigualdades de renda.
Por fim, a CBS e o IBS compartilham aspectos de administração tributária, incluindo a
37
troca de informações fiscais e esforços para harmonizar normas e procedimentos, como
indicado no art. 156‐B, §§ 6º e 7º da Constituição. Há também a possibilidade de integração
do contencioso administrativo relativo a ambos os tributos, conforme o art. 156‐B, § 8º.
#ATENÇÃO: Por força do art. 195, § 4º, da CF, a criação de novas fontes de custeio da
seguridade deve obedecer aos seguintes condicionamentos: a) competência exclusiva da
União; b) necessidade de lei complementar; c) vedação de edição de medida provisória para
tal finalidade; d) o tributo deve ser não cumulativo; e) não pode ter fato gerador ou base de
cálculo já utilizados para arrecadação de outra contribuição já existente.
#JÁCAIU:
(TJSP 188, 2019) Com relação às contribuições sociais, pode‐se afirmar que constituem
espécie de tributo e diferem dos impostos pela destinação do produto da arrecadação.
São tributos federais utilizados pela União como ferramenta de regulação sobre
setores estratégicos da economia. Submetem‐se às duas anterioridades (anual e
nonagesimal).
38
#DEOLHONAJURIS: A contribuição destinada ao SEBRAE possui natureza de contribuição de
intervenção no domínio econômico (art. 149 da CF/88) e não necessita de edição de lei
complementar para ser instituída. STF. Plenário. RE 635682/RJ, rel. Min. Gilmar Mendes,
25/4/2013. (Info 703)
#DEOLHONASÚMULA:
Súmula 499‐STJ: As empresas prestadoras de serviços estão sujeitas às contribuições ao Sesc
e Senac, salvo se integradas noutro serviço social.
39
determinando a exclusão de outros tributos sobre a remessa do pagamento, como o IRPJ e a
CIDE. STJ. 1ª Turma. REsp 1.772.678‐DF, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 05/03/2020
(Info 667).
40
subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou
remissão. Sob o ângulo material, o STF afirmou que a Constituição assegura a livre
associação profissional ou sindical, de modo que ninguém é obrigado a filiar‐se ou a manter‐
se filiado a sindicato (art. 8º, V, da CF/88). O princípio constitucional da liberdade sindical
garante tanto ao trabalhador quanto ao empregador a liberdade de se associar a uma
organização sindical, passando a contribuir voluntariamente com essa representação. Não
há nenhum comando na CF/88 determinando que a contribuição sindical é compulsória. Não
se pode admitir que o texto constitucional, de um lado, consagre a liberdade de associação,
sindicalização e expressão (art. 5º, IV e XVII, e art. 8º) e, de outro, imponha uma contribuição
compulsória a todos os integrantes das categorias econômicas e profissionais. STF. Plenário.
ADI 5794/DF, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, julgado em 29/6/2018 (Info
908).
É inconstitucional, por ofensa ao princípio da legalidade tributária, lei que delega aos
conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas a competência de fixar ou majorar,
sem parâmetro legal, o valor das contribuições de interesse das categorias profissionais e
econômicas, usualmente cobradas sob o título de anuidades, vedada, ademais, a atualização
desse valor pelos conselhos em percentual superior aos índices legalmente previstos. STF.
Plenário. RE 704292/PR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/10/2016 (repercussão geral)
(Info 844).
A Lei nº 12.514/2011, que trata sobre as contribuições (anuidades) devidas aos Conselhos
Profissionais, é constitucional. Sob o ponto de vista formal, esta Lei, apesar de ser fruto de
uma MP que originalmente dispunha sobre outro assunto, não pode ser declarada
inconstitucional porque foi editada antes do STF declarar ilegítima a prática do “contrabando
legislativo” (ADI 5127/DF). Ainda quanto ao aspecto formal, esta Lei não trata sobre normas
gerais de Direito Tributário, motivo pelo qual não precisava ser veiculada por lei
complementar. Sob o ponto de vista material, a Lei respeitou os princípios da capacidade
contributiva, da vedação ao confisco e da legalidade. STF. Plenário. ADI 4697/DF, Rel. Min.
Edson Fachin, julgado em 06/10/2016 (Info 842).
41
*(ATUALIZADO EM 27/01/2024)
#REFORMATRIBUTÁRIA
ANTES DA EC 132/2023 DEPOIS DA EC 132/2023
Art. 149‐A Os Municípios e o Distrito Federal Art. 149‐A. Os Municípios e o Distrito Federal
poderão instituir contribuição, na forma das poderão instituir contribuição, na forma das
respectivas leis, para o custeio do serviço de respectivas leis, para o custeio, a expansão e a
iluminação pública, observado o disposto no art. melhoria do serviço de iluminação pública e de
150, I e III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº sistemas de monitoramento para segurança e
39, de 2002) preservação de logradouros públicos, observado o
Parágrafo único. É facultada a cobrança da disposto no art. 150, I e III. (Redação dada pela
contribuição a que se refere o caput, na fatura de Emenda Constitucional nº 132, de 2023)
consumo de energia elétrica.
Parágrafo único. É facultada a cobrança da
contribuição a que se refere o caput, na fatura de
consumo de energia elétrica. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 39, de 2002)
Para a criação da COSIP, basta a edição de lei ordinária municipal, não sendo
necessário atender ao disposto no art. 146, III, “a”, da CF/88. Quer dizer, não seria
necessária a edição de lei complementar nacional que trace normas gerais sobre a exação.
42
contribuição de acordo com a necessidade e interesse local, conforme disposto no art. 30, I e
III, da CF.
#DEOLHONASÚMULA:
Súmula vinculante 41: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante
taxa.
5. Outras classificações
a) Tributos federais: art. 153, art. 154, I (impostos residuais), art. 154, II (imposto
extraordinário de guerra), art. 148 (empréstimos compulsórios), art. 149 e 195
(contribuições especiais), todos da CF; além de taxas e contribuições de melhoria.
*(ATUALIZADO EM 27/01/2024)
43
#REFORMATRIBUTÁRIA
ANTES DA EC 132/2023 DEPOIS DA EC 132/2023
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
I ‐ importação de produtos estrangeiros; I ‐ importação de produtos estrangeiros;
II ‐ exportação, para o exterior, de produtos II ‐ exportação, para o exterior, de produtos
nacionais ou nacionalizados; nacionais ou nacionalizados;
III ‐ renda e proventos de qualquer natureza; III ‐ renda e proventos de qualquer natureza;
IV ‐ produtos industrializados; IV ‐ produtos industrializados;
V ‐ operações de crédito, câmbio e seguro, ou V ‐ operações de crédito, câmbio e seguro, ou
relativas a títulos ou valores mobiliários; relativas a títulos ou valores mobiliários;
VI ‐ propriedade territorial rural; VI ‐ propriedade territorial rural;
VII ‐ grandes fortunas, nos termos de lei VII ‐ grandes fortunas, nos termos de lei
complementar. complementar.
VIII ‐ produção, extração, comercialização ou
importação de bens e serviços prejudiciais à saúde
ou ao meio ambiente, nos termos de lei
complementar. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 132, de 2023)
Art. 154. A União poderá instituir: Art. 154. A União poderá instituir:
I ‐ mediante lei complementar, impostos não I ‐ mediante lei complementar, impostos não
previstos no artigo anterior, desde que sejam não‐ previstos no artigo anterior, desde que sejam não‐
cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cumulativos e não tenham fato gerador ou base de
cálculo próprios dos discriminados nesta cálculo próprios dos discriminados nesta
Constituição; Constituição;
II ‐ na iminência ou no caso de guerra externa, II ‐ na iminência ou no caso de guerra externa,
impostos extraordinários, compreendidos ou não em impostos extraordinários, compreendidos ou não em
sua competência tributária, os quais serão sua competência tributária, os quais serão
suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de
sua criação. sua criação.
44
Art. 148. A União, mediante lei complementar, Art. 148. A União, mediante lei complementar,
poderá instituir empréstimos compulsórios: poderá instituir empréstimos compulsórios:
I ‐ para atender a despesas extraordinárias, I ‐ para atender a despesas extraordinárias,
decorrentes de calamidade pública, de guerra decorrentes de calamidade pública, de guerra
externa ou sua iminência; externa ou sua iminência;
II ‐ no caso de investimento público de caráter II ‐ no caso de investimento público de caráter
urgente e de relevante interesse nacional, observado urgente e de relevante interesse nacional, observado
o disposto no art. 150, III, "b". o disposto no art. 150, III, "b"
Parágrafo único. A aplicação dos recursos Parágrafo único. A aplicação dos recursos
provenientes de empréstimo compulsório será provenientes de empréstimo compulsório será
vinculada à despesa que fundamentou sua vinculada à despesa que fundamentou sua
instituição. instituição.
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir
contribuições sociais, de intervenção no domínio contribuições sociais, de intervenção no domínio
econômico e de interesse das categorias econômico e de interesse das categorias
profissionais ou econômicas, como instrumento de profissionais ou econômicas, como instrumento de
sua atuação nas respectivas áreas, observado o sua atuação nas respectivas áreas, observado o
disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente
às contribuições a que alude o dispositivo. às contribuições a que alude o dispositivo.
45
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda Art. 195. A seguridade social será financiada por
a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
da lei, mediante recursos provenientes dos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes Federal e dos Municípios, e das seguintes
contribuições sociais: contribuições sociais:
I ‐ do empregador, da empresa e da entidade a ela I ‐ do empregador, da empresa e da entidade a ela
equiparada na forma da lei, incidentes sobre: equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do a) a folha de salários e demais rendimentos do
trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à
pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem
vínculo empregatício; vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento; b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro; c) o lucro;
II ‐ do trabalhador e dos demais segurados da II ‐ do trabalhador e dos demais segurados da
previdência social, não incidindo contribuição sobre previdência social, podendo ser adotadas alíquotas
aposentadoria e pensão concedidas pelo regime progressivas de acordo com o valor do salário de
geral de previdência social de que trata o art. 201; contribuição, não incidindo contribuição sobre
III ‐ sobre a receita de concursos de prognósticos. aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime
IV ‐ do importador de bens ou serviços do exterior, Geral de Previdência Social;
ou de quem a lei a ele equiparar. III ‐ sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV ‐ do importador de bens ou serviços do exterior,
ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003) (Vide Emenda Constitucional nº 132,
de 2023) Vigência
V ‐ sobre bens e serviços, nos termos de lei
complementar. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 132, de 2023)
*(ATUALIZADO EM 27/01/2024)
46
#SELIGA!
#REFORMATRIBUTÁRIA!
⦁ IMPOSTO SELETIVO
A recente reforma tributária trouxe uma inovação significativa ao introduzir no art.
153 da Constituição o inciso VIII, que cria um novo tipo de imposto sob competência da
União. Este imposto é denominado 'imposto seletivo' (IS) ou popularmente conhecido como
'imposto sobre o pecado'. Ele é aplicável a bens e serviços que são considerados prejudiciais
à saúde ou ao meio ambiente.
A ideia por trás deste imposto é desencorajar o consumo desses produtos por
meio de uma tributação específica. Essa característica é dotada de 'extrafiscalidade', ou
seja, o imposto tem um primordial além da simples arrecadação: influenciar
comportamentos.
A ideia inicial era que o IS substituísse por completo o IPI, de maneira que será
implementado apenas em 2027, quando o IPI terá a sua alíquota zerada, entretanto, as
alíquotas do IPI não serão zeradas em relação aos produtos que tenham industrialização
incentivada na Zona Franca de Manaus[12], conforme critérios estabelecidos em lei
complementar.
1) Tributação atual com o IPI: No sistema tributário atual do Brasil, o IPI é usado
para tributar produtos industrializados, incluindo aqueles considerados prejudiciais à saúde,
como cigarros, bebidas alcoólicas e armas. O IPI permite aplicar alíquotas maiores a esses
produtos, resultando em uma carga tributária significativa sobre seu preço final.
47
considerados nocivos à saúde e ao meio ambiente. Assim, a ideia do IS é desencorajar o
consumo desses produtos através da tributação.
Agora, sobre a forma como esse imposto será instituído: a Constituição menciona
que ele será estabelecido 'nos termos de lei complementar'. Isso significa que a lei
complementar definirá o que são exatamente 'bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao
meio ambiente'. No entanto, a instituição do imposto em si pode ser feita por uma lei
ordinária.
48
i) produtos agropecuários, aquícolas, pesqueiros, florestais e extrativistas vegetais
in natura ‐ que podem incluir defensivos agrícolas;
ii) insumos agropecuários e aquícolas;
iii) alimentos destinados ao consumo humano a serem definidos em lei
complementar (inciso I do § 6º do art. 153 c/c § 9º do art. 9º da EC).
b) Tributos estaduais: art. 155, art. 149, §1º, da CF, além de taxas e contribuições
de melhoria.
*(ATUALIZADO EM 27/01/2024)
#REFORMATRIBUTÁRIA
ANTES DA EC 132/2023 DEPOIS DA EC 132/2023
49
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal
instituir impostos sobre: instituir impostos sobre: (Redação dada pela
I ‐ transmissão causa mortis e doação, de quaisquer Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
bens ou direitos; I ‐ transmissão causa mortis e doação, de quaisquer
II ‐ operações relativas à circulação de mercadorias e bens ou direitos; (Redação dada pela Emenda
sobre prestações de serviços de transporte Constitucional nº 3, de 1993)
interestadual e intermunicipal e de comunicação, II ‐ operações relativas à circulação de mercadorias e
ainda que as operações e as prestações se iniciem no sobre prestações de serviços de transporte
exterior; interestadual e intermunicipal e de comunicação,
III ‐ propriedade de veículos automotores. ainda que as operações e as prestações se iniciem no
exterior; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)
III ‐ propriedade de veículos
automotores. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)
§ 1º O imposto previsto no inciso I: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
I ‐ relativamente a bens imóveis e respectivos
direitos, compete ao Estado da situação do bem, ou
ao Distrito Federal
II ‐ relativamente a bens móveis, títulos e créditos,
compete ao Estado onde era domiciliado ode cujus,
ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito
Federal; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 132, de 2023)
III ‐ terá competência para sua instituição regulada
por lei complementar:
a) se o doador tiver domicilio ou residência no
exterior;
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou
domiciliado ou teve o seu inventário processado no
exterior;
IV ‐ terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado
Federal;
50 V ‐ não incidirá sobre as doações destinadas, no
âmbito do Poder Executivo da União, a projetos
socioambientais ou destinados a mitigar os efeitos
das mudanças climáticas e às instituições federais de
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir
contribuições sociais, de intervenção no domínio contribuições sociais, de intervenção no domínio
econômico e de interesse das categorias econômico e de interesse das categorias
profissionais ou econômicas, como instrumento de profissionais ou econômicas, como instrumento de
sua atuação nas respectivas áreas, observado o sua atuação nas respectivas áreas, observado o
disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente
às contribuições a que alude o dispositivo. às contribuições a que alude o dispositivo.
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os § 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios instituirão, por meio de lei, contribuições Municípios instituirão, por meio de lei, contribuições
para custeio de regime próprio de previdência social, para custeio de regime próprio de previdência social,
cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e
dos pensionistas, que poderão ter alíquotas dos pensionistas, que poderão ter alíquotas
progressivas de acordo com o valor da base de progressivas de acordo com o valor da base de
contribuição ou dos proventos de aposentadoria e contribuição ou dos proventos de aposentadoria e
de pensões. (Redação dada pela Emenda de pensões.
Constitucional nº 103, de 2019) (Vigência) § 1º‐A. Quando houver deficit atuarial, a
§ 1º‐A. Quando houver deficit atuarial, a contribuição ordinária dos aposentados e
contribuição ordinária dos aposentados e pensionistas poderá incidir sobre o valor dos
pensionistas poderá incidir sobre o valor dos proventos de aposentadoria e de pensões que
proventos de aposentadoria e de pensões que supere o salário‐mínimo.
supere o salário‐mínimo. (Incluído pela Emenda § 1º‐B. Demonstrada a insuficiência da medida
Constitucional nº 103, de 2019) (Vigência) prevista no § 1º‐A para equacionar o deficit atuarial,
§ 1º‐B. Demonstrada a insuficiência da medida é facultada a instituição de contribuição
prevista no § 1º‐A para equacionar o deficit atuarial, extraordinária, no âmbito da União, dos servidores
é facultada a instituição de contribuição públicos ativos, dos aposentados e dos
extraordinária, no âmbito da União, dos servidores pensionistas.
públicos ativos, dos aposentados e dos pensionistas. § 1º‐C. A contribuição extraordinária de que trata o §
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 1º‐B deverá ser instituída simultaneamente com
2019) (Vigência) outras medidas para equacionamento do deficit e
§ 1º‐C. A contribuição extraordinária de que trata o § vigorará por período determinado, contado da data
1º‐B deverá ser instituída simultaneamente com de sua instituição.
outras medidas para equacionamento do deficit e § 2º As contribuições sociais e de intervenção no
vigorará por período determinado, contado da data domínio econômico de que trata o caput deste
de sua instituição. (Incluído pela 51
Emenda artigo:
Constitucional nº 103, de 2019) (Vigência) I ‐ não incidirão sobre as receitas decorrentes de
exportação;
II ‐ incidirão também sobre a importação de
c) Tributos municipais: art. 156, art. 149, §1º, da CF, além de taxas, contribuição de
melhoria e contribuição de iluminação pública.
*(ATUALIZADO EM 27/01/2024)
#REFORMATRIBUTÁRIA
ANTES DA EC 132/2023 DEPOIS DA EC 132/2023
52
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos
sobre: sobre:
I ‐ propriedade predial e territorial urbana; I ‐ propriedade predial e territorial urbana;
II ‐ transmissão "inter vivos", a qualquer título, por II ‐ transmissão "inter vivos", a qualquer título, por
ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou
acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, acessão física, e de direitos reais sobre imóveis,
exceto os de garantia, bem como cessão de direitos exceto os de garantia, bem como cessão de direitos
a sua aquisição; a sua aquisição;
III ‐ vendas a varejo de combustíveis líquidos e III ‐ serviços de qualquer natureza, não
gasosos, exceto óleo diesel; compreendidos no art. 155, II, definidos em lei
§ 1º ‐ O imposto previsto no inciso I poderá ser complementar. (Redação dada pela Emenda
progressivo, nos termos de lei municipal, de forma a Constitucional nº 3, de 1993) (Vide Emenda
assegurar o cumprimento da função social da Constitucional nº 132, de 2023) Vigência
propriedade. IV ‐ (Revogado pela Emenda Constitucional nº 3,
§ 1º‐A O imposto previsto no inciso I do caput deste de 1993)
artigo não incide sobre templos de qualquer culto, § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a
ainda que as entidades abrangidas pela imunidade que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto
de que trata a alínea "b" do inciso VI do caput do art. previsto no inciso I poderá:
150 desta Constituição sejam apenas locatárias do I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e
bem imóvel. (Incluído pela Emenda II – ter alíquotas diferentes de acordo com a
Constitucional nº 116, de 2022) localização e o uso do imóvel.
§ 2º O imposto previsto no inciso II: III ‐ ter sua base de cálculo atualizada pelo Poder
I ‐ não incide sobre a transmissão de bens ou direitos Executivo, conforme critérios estabelecidos em lei
incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em municipal. (Incluído pela Emenda Constitucional
realização de capital, nem sobre a transmissão de nº 132, de 2023)
bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, § 1º‐A O imposto previsto no inciso I do caput deste
cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses artigo não incide sobre templos de qualquer culto,
casos, a atividade preponderante do adquirente for a ainda que as entidades abrangidas pela imunidade
compra e venda desses bens ou direitos, locação de de que trata a alínea "b" do inciso VI do caput do art.
bens imóveis ou arrendamento mercantil; 150 desta Constituição sejam apenas locatárias do
II ‐ compete ao Município da situação do bem. bem imóvel. (Incluído pela Emenda
§ 3º O imposto previsto no inciso III, não exclui a Constitucional nº 116, de 2022)
incidência do imposto estadual previsto no art. 155, § 2º O imposto previsto no inciso II:
I, b, sobre a mesma operação. I ‐ não incide sobre a transmissão de bens ou direitos
§ 3.º Em relação ao imposto previsto no 53
inciso III, incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em
cabe à lei complementar: (Redação dada pela realização de capital, nem sobre a transmissão de
Emenda Constitucional nº 3, de 1993) bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação,
I ‐ fixar as suas alíquotas máximas e cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir
contribuições sociais, de intervenção no domínio contribuições sociais, de intervenção no domínio
econômico e de interesse das categorias econômico e de interesse das categorias
profissionais ou econômicas, como instrumento de profissionais ou econômicas, como instrumento de
sua atuação nas respectivas áreas, observado o sua atuação nas respectivas áreas, observado o
disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente
às contribuições a que alude o dispositivo. às contribuições a que alude o dispositivo.
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os § 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios instituirão, por meio de lei, contribuições Municípios instituirão, por meio de lei, contribuições
para custeio de regime próprio de previdência social, para custeio de regime próprio de previdência social,
cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e
dos pensionistas, que poderão ter alíquotas dos pensionistas, que poderão ter alíquotas
progressivas de acordo com o valor da base de progressivas de acordo com o valor da base de
contribuição ou dos proventos de aposentadoria e contribuição ou dos proventos de aposentadoria e
de pensões. (Redação dada pela Emenda de pensões. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019) (Vigência) Constitucional nº 103, de 2019) (Vigência
§ 1º‐A. Quando houver deficit atuarial, a § 1º‐A. Quando houver deficit atuarial, a
contribuição ordinária dos aposentados e contribuição ordinária dos aposentados e
pensionistas poderá incidir sobre o valor dos pensionistas poderá incidir sobre o valor dos
proventos de aposentadoria e de pensões que proventos de aposentadoria e de pensões que
supere o salário‐mínimo. (Incluído pela Emenda supere o salário‐mínimo. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019) (Vigência) Constitucional nº 103, de 2019) (Vigência)
§ 1º‐B. Demonstrada a insuficiência da medida § 1º‐B. Demonstrada a insuficiência da medida
prevista no § 1º‐A para equacionar o deficit atuarial, prevista no § 1º‐A para equacionar o deficit atuarial,
é facultada a instituição de contribuição é facultada a instituição de contribuição
extraordinária, no âmbito da União, dos servidores extraordinária, no âmbito da União, dos servidores
públicos ativos, dos aposentados e dos pensionistas. públicos ativos, dos aposentados e dos
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de pensionistas. (Incluído pela Emenda
2019) (Vigência) Constitucional nº 103, de 2019) (Vigência)
§ 1º‐C. A contribuição extraordinária de que trata o § § 1º‐C. A contribuição extraordinária de que trata o §
1º‐B deverá ser instituída simultaneamente com 1º‐B deverá ser instituída simultaneamente com
outras medidas para equacionamento do deficit e outras medidas para equacionamento do deficit e
vigorará por período determinado, contado da data vigorará por período determinado, contado da data
de sua instituição. (Incluído pela 54
Emenda de sua instituição. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019) (Vigência) Constitucional nº 103, de 2019) (Vigência)
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no
domínio econômico de que trata o caput deste
Art. 149‐A Os Municípios e o Distrito Federal Art. 149‐A. Os Municípios e o Distrito Federal
poderão instituir contribuição, na forma das poderão instituir contribuição, na forma das
respectivas leis, para o custeio do serviço de respectivas leis, para o custeio, a expansão e a
iluminação pública, observado o disposto no art. melhoria do serviço de iluminação pública e de
150, I e III. sistemas de monitoramento para segurança e
Parágrafo único. É facultada a cobrança da preservação de logradouros públicos, observado o
contribuição a que se refere o caput, na fatura de disposto no art. 150, I e III. (Redação dada pela
consumo de energia elétrica. Emenda Constitucional nº 132, de 2023)
Segundo o objetivo visado pela lei de incidência seja: (a) prover de recursos a
entidade arrecadadora: ou (b) induzir comportamentos, diz‐se que os tributos têm
finalidade arrecadatória (ou fiscal) ou finalidade regulatória (ou extrafiscal). A
extrafiscalidade, em maior ou menor grau, pode estar presente nas várias figuras tributárias.
55
Uma classificação, de fundo econômico, mas com reflexos jurídicos, é a que divide
os tributos em diretos e indiretos. Os primeiros são devidos, ‘de direito”, pelas mesmas
pessoas que, “de fato”, suportam o ônus do tributo (exemplo clássico é o Imposto de
Renda). Os indiretos, ao contrário, são devidos, “de direito”, por uma pessoa (dita
“contribuinte de direito”), mas suportados por outra (“contribuinte de fato”): o
“contribuinte de direito” recolhe o tributo, mas repassa o respectivo encargo financeiro para
o “contribuinte de fato”. Exemplo clássico dessa última divisão são os impostos que gravam
o consumo de bens e serviços (IPI, ICMS e ISS).
Consoante grave apenas uma das fases do processo produtivo, ou mais de uma
delas, o tributo diz‐se monofásico (exemplo: IOF) ou plurifásico (exemplo: IPI e ICMS).
56
consideração a importância social do objeto tributado.
DIPLOMA DISPOSITIVO
Constituição Federal Art. 145 a 149‐A, art. 195
Código Tributário Nacional Art. 2º a 8º, art. 16, art. 77, a 82
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
57
Direito Tributário Essencial – Eduardo Sabbag (2018).
58