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do tribunal de Nuremberg.
INTRODUÇÃO
No estudo da palavra “direito” vemos que sua origem está num vocábulo do latim:
directum ou rectum, que significa “reto” ou “aquilo que é conforme uma régua”. Assim,
(MONTORO, 1972) diz que a palavra direito se encontra, pois, em uma pluralidade de
significações que refletem diferentes realidades, mas que, embora não se limitando ao
significado vinculado a sua origem latina, carrega sempre consigo este pressuposto de ser uma
regra a determinar o que é certo.
Este trabalho trata do problema relativo ao conceito de Direito, partindo da indicação
da origem e do significado da própria palavra, passando pela exposição das principais teorias
do pensamento filosófico-jurídico de Immanuel Kant e Jungen Habernas sobre o tema e por
algumas considerações quanto ao caso do tribunal de Nuremberg, representado no filme “O
Julgamento de Nuremberg, do ano de 2000, importantes para uma compreensão inicial.
DISCUSSÃO
Segundo (LEVAGGI, 1998), a palavra Direito, com o sentido jurídico atual, não foi
sequer conhecida por gregos e romanos. O Direito destes últimos formou-se a partir dos
mores, definidos por Ulpiano como "o tácito acordo do povo, arraigado por um largo
costume.". Observa-se assim que é preciso considerar que a palavra Direito, como conceito
abstrato e universal, não sendo exclusiva da cultura ocidental moderna. Há evidências de que
os gregos e os romanos tinham termos equivalentes, como diké e ius, que expressavam a ideia
de justiça, ordem e norma.
Nesse sentido, autores como Aristóteles, Cícero e Sêneca já discutiam a natureza e a
origem do Direito, bem como seus princípios e valores. Sendo necessário reconhecer que o
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Graduando em Direito.
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Professora da disciplina de Introdução ao Estudo do Direito – Escola de Direito – UEA.
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Professor da Disciplina de Introdução ao Estudo do Direito – Escola de Direito - UEA.
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Professora Assistente da Disciplina de Introdução ao Estudo do Direito.
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Direito romano não se baseou apenas nos mores, mas também em outras fontes, como as leis,
os éditos dos magistrados, nas respostas dos jurisconsultos e nas constituições imperiais.
Essas fontes foram estudadas e sistematizadas por juristas como Gaio, Papiniano e Justiniano,
que deram forma ao Direito romano clássico e pós-clássico. Também, é importante lembrar
que o Direito romano não foi estático, mas dinâmico e evolutivo, sofrendo influências de
outros povos e culturas, como os gregos, os judeus e os cristãos. Essas influências se
refletiram na incorporação de novos conceitos e institutos jurídicos, como a equidade, a
caridade e a personalidade.
No pensamento moderno, Kant é o teórico que identificou a racionalidade do direito.
Ou seja, para ele, o direito é produto da razão. Então, o filósofo alemão define que a razão é
apenas uma faculdade cognitiva que possibilita o homem de conhecer e agir. (MARQUES,
2014), assim, o conhecimento Kantiano se produz na medida em que a sensibilidade recebe a
variedade de fatores, organizando e ordenando às impressões numa unidade coerente
mediante a da aplicação de conceitos. No que se refere à ação humana, para o filósofo, ela
pode ser compreendida ou determinada por suas inclinações, bem como pela razão. Conforme
(MARQUES, 2014), em Kant, moral e direito possuem fundamento na liberdade. Desse
modo, passa-se a analisar suas diferenças. A ação moral é àquela em conformidade com a lei
válida para todo ser racional, cuja justificativa é o dever de agir moralmente. Então, o filósofo
desenvolveu o imperativo categórico, trata-se de uma ideia que todo ser racional possui e que
é capaz de representar ações e princípios válidos para toda pessoa racional, em sua
universalidade.
Por outro lado, no pensamento contemporâneo de Jungen Habernas, sobre o direito
nos apresenta em sua Teoria discursiva do Direito, que envolve uma reflexão sobre o direito e
sua relação com o estado, a sociedade e a democracia, uma tentativa inovadora da maneira de
agir sociavelmente. Através da qual se efetivaria na sociedade, a cidadania, a integração
social, a democracia dentre outros. O Direito é facticidade quando se realiza aos desígnios de
um legislador político e é cumprido e executado socialmente sob a ameaça de sanções
fundadas no monopólio estatal da força. E de outro lado, o Direito é validade quando suas
normas se fundam em argumentos racionais e aceitáveis por seus destinatários. (NUNES JR,
2005).
Partindo do pensamento filosófico-Jurídico de Kant e Habernas, podemos entender
que o Tribunal de Nuremberg foi um marco para o Direito Internacional Penal,
principalmente no que tange à inclusão do indivíduo no cenário internacional,
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responsabilizando-o diretamente por seus atos contra os direitos humanos. Segundo, (GOMES
E NETO, 2021), preliminarmente, podemos afirmar que o Tribunal de Nuremberg foi o marco
inicial para a reformulação do Direito Internacional Público por todo o mundo.
No filme mostra-se o conflito entre os vencedores e os vencidos na segunda guerra
mundial, e as diferentes perspectivas sobre a responsabilidade, a ética e a justiça dos
envolvidos no processo. O julgamento teve como base provas documentais e audiovisuais dos
crimes cometidos pelos nazistas nos campos de concentração e nas áreas ocupadas pelo
Reich. Inferindo sobre questões que envolvem os direitos humanos e a dignidade da pessoa
humana como valores universais que devem ser respeitados e defendidos em qualquer
situação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CAMINHA, Marco Aurélio Lustosa. O conceito de Direito . Jus Navigandi, Teresina, ano 4,
n. 43, jul. 2000. Disponível em: https://direito.ufg.br/n/694-artigo-o-conceito-de-direito.
Acesso em: 27 jun. 2023.
LEVAGGI, Abelardo. Manual de Historia del Derecho Argentino. Parte General. Tomo I.
2.ed. Buenos Aires:Ediciones Depalma, 1998. In: CAMINHA, Marco Aurélio Lustosa. O
conceito de Direito . Jus Navigandi, Teresina, ano 4, n. 43, jul. 2000.
MONTORO, André Franco. Introdução à ciência do direito. São Paulo: Livraria Martins,
1972, p. 29-59. In: MARTINS, Daniele Comin. O conceito de Direito . Revista Jus
Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 16, n. 3076, 3 dez. 2011. Disponível em:
https://jus.com.br/artigos/20549. Acesso em: 27 jun. 2023.