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APRESENTAÇÃO:

FISET (Fundo de Investimentos Setoriais) tem por objetivo incentivar


aplicações na área de Florestamento, Reflorestamento, Pesca e Turismo.
Constitui-se por:
1) recursos públicos;
2) incentivos fiscais:
3) subscrições voluntárias efetuadas por pessoas físicas ou jurídicas; e
4) retorno de investimentos realizados.
Conta com patrimônio formado por ações e debêntures emitidas por
empresas aptas a receber incentivos fiscais por parte de agências de
desenvolvimento setorial.
Adicionalmente, gera benefícios fiscais para empresas investidoras no
Fundo, porquanto valores pagos, no mercado primário, pela aquisição de
cotas, podem ser descontados da parcela dedutível do Imposto de Renda.
Emitido, endossado e operado pelo Banco do Brasil S.A, tem por
fundamento legal as normas que seguem:
Doc. 01) Lei n° 7.918/89, hoje revogada pela Medida Provisória 2.156-5/2001;
Doc. 02) Decreto-Lei n° 2.304/86;
Doc. 03) Decreto nº 88.207/83; e
Doc. 04) Decreto-Lei nº 1.376/74 (FINAM, FINOR e FISET)

O Doc. 05 anexo - Parecer nº 507/2013 da Coordenação Geral de


Assuntos Tributários (CAT) da Procuradoria Geral Adjunta de Consultoria e
Contencioso Administrativo-Tributário (PGACCAT) da Procuradoria Geral da
Fazenda Nacional (PGFN) - oferece a necessária base para utilização dos
créditos ora tratados, ao apontar que o BANCO BNCC possuía direito a
honorários de sucumbência em face do INSS, quando da constituição do
FISET, uma vez admitida compensação da dívida fiscal pelo crédito em favor
deste banco, então extinto, com suas obrigações assumidas pela UNIÃO.
No mesmo sentido do Parecer acima:
1) Possibilidade de compensação de dívida fiscal com o crédito FISET, nos
termos do disposto nos arts. 368 e 381 do Código Civil (Lei 10.406/02);
2) Habilitação em autos de execuções fiscais para cumprimento de
sentença, conforme art. 778, § 1º, III do Código de Processo Civil, podendo
o cessionário do FISET prosseguir ofertando o crédito para quitação de
dívidas fiscais via encontro de contas no cumprimento de sentença de
execuções fiscais.
Todas essas possibilidades legais também são amparadas pela Portaria
360/2018 da PGFN que, em seu art. 1º, III, autoriza a PGFN a realizar negócio
jurídico processual no âmbito de sua competência para acatar recursos e ou
desistir de execuções pela via de acordo judicial visando ao saneamento de
passivo fiscal. Assim, o FISET, além de enquadrar-se em todos esses
permissivos legais, representa solução de curtíssimo prazo para empresas que
busquem ativo amparado pela legislação.

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Estas são possibilidades reais que, embora já amparadas pela
legislação, podem ter melhor encaminhamento e celeridade se estiverem
alinhadas com o ente administrativo, evitando contendas judiciais e
postergação do direito, acelerando destarte a gestão de empresas para
continuarem sendo fonte de arrecadação, se saudáveis estiverem.

* DESTAQUE: pela análise do ofício enviado por Banco do Brasil S/A. o FISET
serve como base garantidora (caução) para um universo de situações legais.
Referidas garantias devem ser regidas e implementadas por procedimentos
específicos que darão legalidade e validade no uso dos títulos em favor do
requerente, como se vê do ofício aqui referido, adiante transcrito:

Tal assertiva tem fundamento no Decreto nº 1.376/74 que dispõe sobre


criação de fundos de investimento, altera a legislação do Imposto sobre a
Renda relativa a incentivos fiscais e dá outras providências, estabelecendo, em
seu art. 15, § 4º que (verbis) “as quotas dos Fundos de Investimento terão
validade para fins de caução junto aos órgãos públicos federais, da
administração direta ou indireta, pela cotação diária referida no parágrafo
seguinte.”
Desse modo, segundo o art. 37, XIX, da Constituição da República,
alterado pela Emenda Constitucional nº 19/98, compõem a administração
Pública Indireta as autarquias, fundações, sociedades de economia mista e
empresas públicas - e nenhuma outra entidade - valendo tal regra para todos
os entes da federação. No âmbito federal, tal enumeração já era vista no
Decreto-Lei 200/67, recepcionado pela Carta Magna vigente.
Assim sendo, o FISET, nos termos das normas legais, após o intento
de ações específicas, pode caucionar de imediato, se deferida medida
liminar, débitos para com a Administração Pública, Direta ou Indireta. Dentre
esta última, cabe destacar:
• 1) Autarquias federais: INSS, BACEN, EMBRATUR;
• 2) Fundações públicas: IPEA, IBGE, Fiocruz;
• 3) Empresas públicas: EMBRAPA, ECT, Caixa Econômica Federal;
• 4) Sociedades de economia mista: Petrobras, Banco do Brasil.

Agências executivas e reguladoras também integram a Administração


Pública Indireta, enquanto pessoas jurídicas de Direito Público Interno,
consideradas como autarquias especiais, dentre elas:
• 1) Agência executiva: INMETRO.

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• 2) Agências reguladoras:
- ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações);
- ANP (Agência Nacional do Petróleo);
- ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica);
- ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários);
- ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária);
- ANTT(Agência Nacional de Transportes Terrestres).
• 3) Consórcio público: BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do
Extremo Sul).
Os títulos podem igualmente ser utilizados para
• Quitar dívida junto a bancos (Bradesco, por exemplo);
• Quitar empréstimo junto ao BNDES;
• Quitar empréstimo junto ao Fundo de Financiamento do Centro-
Oeste (FCO);
• Substituir penhora;
• Caucionar dívida para emissão de CPD-EN (Certidão Positiva com efeito
de Negativa);
• Suspensão da exigibilidade fiscal;
• Pagar impostos federais vencidos e vincendos;
• Aporte de capital para bancos e órgãos públicos da Administração
Direta e Indireta e;
• Como garantia de execução fiscal.
Maiores detalhes sobre o FISET podem ser obtidos no site da BOVESPA:

PROCEDIMENTO A SER PROPOSTO NA ESFERA TRIBUTÁRIA:


A COMPENSAÇÃO COMO FORMA DE EXTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO

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TRIBUTÁRIA - (arts. 156, II e 170, do Código Tributário Nacional, CTN).

Compensação é uma das modalidades de extinção do crédito tributário


(art. 156, II, do Código Tributário Nacional). Na definição do legislador, a
compensação ocorre quando duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e
devedor de obrigações, uma com a outra, operando-se a extinção até onde se
compensarem. Nesse mesmo prisma, nosso Código Tributário Nacional
acolheu o instituto, com algumas particularidades, dando ao seu art. 170, o
seguinte sentido: "A lei pode, nas condições e sob as garantias que
estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade
administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com
créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo
contra a Fazenda Pública".
Assim, são requisitos essenciais da compensação tributária:
a) autorização legal;
b) obrigações recíprocas e específicas entre Fisco e contribuinte, e,
c) existência de dívida líquida e certa.
A autorização legal é pressuposto que diferencia a compensação
tributária da compensação civil. Decorre do princípio da estrita reserva legal
que preside relações administrativas e tributárias em nosso sistema (arts. 97 do
Código Tributário Nacional, 5º, II, e 150, I, da Constituição da República).
Dessa forma, mesmo quando a lei deixa a cargo da autoridade administrativa o
estabelecimento de condições e a exigência de garantias para que o
contribuinte possa utilizar a compensação, esta atividade é estritamente
vinculada, não sobrando ao agente público qualquer campo de
discricionariedade.
Assim, os requisitos para compensação de créditos tributários ficam a
cargo da lei. Por outro lado, quando se tratar de situação específica que fuja à
regra geral prevista em lei, poderá a autoridade responsável estipular requisitos
e garantias peculiares, dentro dos estritos limites legais, conforme regra
imperativa de isonomia tributária contida no art. 150, II, da Constituição da
República, vedado ao agente público decidir discricionariamente.
Desse modo, o art. 170 do CTN, ao cuidar da compensação de créditos
tributários com créditos de qualquer natureza do sujeito passivo para com a
Fazenda Pública, prevê como desnecessário ser o crédito do contribuinte de
qualquer espécie determinada, bastando a existência de liquidez e certeza
para conferir direito à compensação.
O Superior Tribunal de Justiça já decidiu:
"NÃO HÁ COMO CONFUNDIR A COMPENSAÇÃO PREVISTA NO ART.
170, CTN, COM A COMPENSAÇÃO A QUE SE REFERE O ART. 66 DA LEI
8.383/1991. A PRIMEIRA É NORMA DIRIGIDA À AUTORIDADE FISCAL.

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CONCERNE À COMPENSAÇÃO DE CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS,
ENQUANTO A OUTRA CONSTITUI NORMA DIRIGIDA AO
CONTRIBUINTE E É RELATIVA À COMPENSAÇÃO NO ÂMBITO DO
LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. "(STJ, 1ª Turma, Resp. nº
98.295/96-PR, Rel. Min. Antonio de Pádua Ribeiro, DJ9.12.96, p.49251);

Contudo, de forma diversa ao até aqui exposto, a Lei 8383, de 30.12.91,


estabeleceu que a compensação de tributos no âmbito federal deva ocorrer
apenas entre tributos e contribuições da mesma espécie (art. 66, § 1º). Lançou-
se, com isso, discussão acerca do significado da expressão "tributos de
mesma espécie". Sustentam alguns que seriam compensáveis tão somente
impostos com impostos, taxas com taxas, contribuição social com contribuição
social, e por aí afora. A questão, contudo, restou superada pela edição da Lei
9.250, de 26.12.95, que se definiu pelo critério de tributos dotados da mesma
destinação constitucional.
Assim, não se pode confundir a compensação prevista no Código
Tributário Nacional (CTN), com aquela instituída por lei federal, porquanto não
se pode cogitar de revogação de norma do CTN - considerado lei
complementar - por lei federal inferior.
Desse modo, a compensação prevista no art. 170 do CTN permanece
íntegra, vigente e aplicável a todas as situações que com ela se identifiquem,
sendo imprescindível, apenas, que o contribuinte comprove a liquidez e certeza
de seu crédito, para contrapor-se ao crédito tributário que lhe está sendo
exigido.
_______________________________________________________________

Observação: Eventualmente necessitaremos implementar um instrumento


garantidor para que o processo tenha êxito, caso o débito já se encontre
inscrito em Dívida Pública da União. Trata-se, aqui, de FIANÇA: garantia pela
qual um terceiro (fiador), garante o cumprimento da obrigação de seus
afiançados. Sua natureza jurídica é de obrigação acessória, escrita, assumida
por terceiro, que se compromete a pagar caso a obrigação não seja cumprida.
Baixa-se uma fiança:
a) Pelo término do prazo de validade da Carta de Fiança,
b) Pela devolução da Carta de Fiança;
c) Pela entrega ao fiador de declaração do credor liberando a garantia
prestada.

Código Civil - art. 818: “Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante
satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não a
cumpra.”

- Vide igualmente Lei n° 7.918/89, e Decreto-Lei n° 2.304/86, Decreto nº

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88.207/83, e Decreto-Lei nº 1.376/74.

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RELATOR: Desembargador Fed LUCIANO TOLENTINO AMARAL
APELANTE: FAZENDA NACIONAL
PROCURADOR: Cristina Luisa Hedler
APELADO: VIVO S/A

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ADVOGADO: Sacha Calmon Navarro Coelho e outros(as)

EMENTA
PROCESSUAL CIVIL – MEDIDA CAUTELAR – QUOTAS DO FINAM
(DECRETO-LEI 1.376/74) - CAUÇÃO DE BEM IDÔNEO: POSSÍVEL COMO
GARANTIA PARA EXPEDIÇÃO DE CPD-EN, SEM SUSPENSÃO DA
EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO – SENTENÇA DE
PROCEDÊNCIA MANTIDA.
1. CPC, art. 475, I: obrigatória a remessa oficial, que tenho por interposta, da
sentença contrária a ente público.
2. Seja para garantia do juízo em futura execução fiscal ou como
garantia dos débitos tributários cuja nulidade eventualmente se pretenda
discutir em ação ordinária, o devedor pode caucionar, em processo
cautelar específico e autônomo, bens suficientes em ordem a que se lhe
expeça CPD-EN.
3. O STJ (REsp nº 1.307.961/MT) abona caução real, quando jurídica e
economicamente hábil (e, até onde consta, era o caso) se apenas ofertada
para – como garantia que é - assegurar CPD-EN (art. 206/CTN), sem, todavia,
atração dos efeitos do art. 151/CTN ou exclusão/suspensão do CADIN.
4. Decreto nº 1.376/74, art. 15, § 4º: “As quotas dos Fundos de
Investimento terão validade para fins de caução junto aos órgãos
públicos federais, da administração direita ou indireta, pela cotação diária
referida no parágrafo seguinte.”
5. Apelação da FN e remessa oficial, tida por interposta, não providas.
6. Peças liberadas pelo Relator, em Brasília, 8 de abril de 2014., para
publicação do acórdão.

ACÓRDÃO

Decide a 7ª Turma NEGAR PROVIMENTO à apelação da FN e à


remessa oficial, tida por interposta, por unanimidade.
7ª Turma do TRF - 1ª Região, Brasília, Brasília, 8 de abril de 2014.

DESEMBARGADOR FEDERAL LUCIANO TOLENTINO AMARAL


RELATOR

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