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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR


PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE
SÃO PAULO-8ª CÂMARA DO DIREITO PRIVADO.

Autos nº 2267762-83.2021.8.26.0000

Marisa Nunes Tavares e outros, já qualificado nos autos


do processo epigrafado, vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, por seu
advogado que esta subscreve, tempestivamente, atendendo intimação, apresentar
suas CONTRARRAZÕES AO RECURSO ESPECIAL, que requer que sejam
recebidas, autuadas e atendidas as formalidades de estilo, remetidas ao exame do
Egrégio Superior Tribunal de Justiça.

Termos em que
pede deferimento.

São Paulo, 18 de maio de 2022

Priscila Correa
OAB.SP 214.946

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EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA


CONTRARRAZÕES AO RECURSO ESPECIAL

RECORRENTE: Joel Tavares dos Santos


RECORRIDO: Marisa Nunes Tavares E Outros

Processo de origem nº 2267762-83.2021.8.26.0000, da 8ª Câmara do Direito


Privado -SP

EMÉRITO MINISTRO RELATOR.


EMÉRITOS MINISTROS JULGADORES.
NOBRE CORTE.

1.  BREVE RELATO

Trata-se de recurso de Agravo de Instrumento interposto em face da sentença


proferida, que não acolheu a pretensão do Recorrente quanto ao pedido de
suspensão que deferiu a venda do bem objeto do acervo hereditário, em hasta
pública, mediante a vindade três avaliações

Em análise do pleito, a 8ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de


São Paulo negou provimento as Recurso de Agravo de Instrumento, do
recorrente, para reformar a decisão de 1º grau, a fim de não suspender a venda do
imóvel.

Irresignado, o Recorrente interpôs o Recurso Especial, com fundamento no


artigo 1029 CPC e art. 105 alinea “a” e “c”do CPC.

No entanto, o v. acórdão de fls. 39/43, não merece nenhum reparo, devendo

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prevalecer pelos seus próprios fundamentos, conforme razões de direito a seguir


expostas.

2. DA PRELIMINAR
Antes de adentrarmos às questões de mérito, importante destacar as razões
preliminares que prejudicam a admissibilidade do Recurso Especial interposto
pelo Recorrente.

2.1 REQUISITOS DE ADMISSIBILIDDE DO PRESENTE RECURSO


ESPECIAL

O artigo 1.029 do Código de Processo Civil estabelece os ordenamentos que a


parte deve atentar quando da interposição dos Recursos Especiais e
Extraordinário:

Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos


na Constituição Federal , serão interpostos perante o presidente ou o vice-
presidente do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:

I - a exposição do fato e do direito;


II - a demonstração do cabimento do recurso interposto;
III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida.
§ 1º Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a
prova da divergência com a certidão, cópia ou citação do repositório de
jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que
houver sido publicado o acórdão divergente, ou ainda com a reprodução de
julgado disponível na rede mundial de computadores, com indicação da
respectiva fonte, devendo-se, em qualquer caso, mencionar as circunstâncias
que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados.

Analisando a peça recursal do Recorrente, é possível verificar que não foi

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atendida a exigência estabelecida no § 1º do artigo 1.029 do CPC, o que por si só


já enseja a não admissibilidade do Recurso.

Da leitura das razões recursais, constata-se a mera referência a artigos que não
possuem identidade com o caso concreto, limitando-se a discorrer de forma
genérica tal divergência, sem fundamentação para tanto.

Neste caso, como o Recorrente fundamenta a propositura do recurso com


fundamento em artigos de lei, que não aderem a esse caso concreto, tal fato lhe
acarreta prejuízo acerca da admissibilidade do recurso.

2.2 - DA AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO

Nobre Relator, o recurso especial interposto pelo recorrente não preencheu os


requisitos essenciais para análise do mérito. Por esse motivo, não deverá ser
conhecido. Vejamos:

O prequestionamento é requisito indispensável na interposição do Recurso


Especial, que exige o pronunciamento judicial específico, nesse sentido:
Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RECURSO
ESPECIAL. PREQUESTIONAMENTO FICTO.
INADMISSIBILIDADE. PREQUESTIONAMENTO DE MATÉRIA
CONSTITUCIONAL. IMPOSSIBILIDADE. 1.- A jurisprudência desta Corte
Superior não admite o prequestionamento (ficto) pela simples interposição de
embargos de declaração, fazendo-se necessário o efetivo debate da questão
controvertida nas instâncias ordinárias. 2.- A intenção de prequestionar matéria
constitucional, para a interposição de eventual Recurso Extraordinário, não se
coaduna com a estreita via dos Embargos de Declaração. 3.- Embargos de
Declaração rejeitados. (STJ – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO
REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL EDcl no AgRg no REsp 1403904 RJ
2013/0309330-5).

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Ao contrário do que fora alegado pelo recorrente, as questões relativas aos


preceitos federais NÃO foram debatidas, nem tratadas expressamente no acórdão
recorrido.

Portanto, requer o acolhimento da preliminar alegada com o não conhecimento


do recurso interposto.

3. DO MÉRITO

Não obstante a preliminar supramencionada, passemos às infundadas questões de


mérito apresentadas pelo Recorrente.

Primeiramente, insiste o recorrente em continuar a debater questão já resolvida


em primeira e segunda Instâncias, pois, o direito que ele persegue se permanecer
no imóvel como único herdeiro fosse não existe !!

Durante todo o processo o recorrente tenta retirar o direito do recorrido em ter


seu quinhão da herança, ou seja, 50% do imóvel em questão. No entanto, está
claro que a venda do imóvel em hasta pública é totalmente necessária no presente
caso, sendo que HÁ DOIS ANOS FOI DEFERIDO O ALVARÁ DE VENDA, E
DURANTE TODO ESSE TEMPO, O RECORRENTE DIFICULTA A VENDA
DO IMÓVEL, SE TORNANDO IMPRESCINDÍVEL A VENDA EM HASTA
PÚBLICA.

Outrossim, esclarece por amor ao debate, que durante todos esses anos o imóvel
permaneceu apenas e tão somente na posse do recorrente, sem pagar nenhum tipo
de aluguel para o recorrido, nem tão pouco permitido o ingresso de corretores no
imóvel para avaliação de vendas, ou seja, não tem como coadunar com o intuito
do recorrente de permanecer no imóvel como se proprietário fosse ignorando
totalmente o direito do recorrido sobre o imóvel.

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Em segundo lugar, é imperioso a venda do imóvel em hasta pública, uma vez que
o recorrente se negou em pagar as despesas do inventário de seus pais, objeto do
processo, ou seja, é imprescindível que o pagamento do ITCMD se faça
imediatamente para a continuidade e finalização do processo, através dos valores
a serem adquiridos pela venda do imóvel, sendo que o valor da venda deverá ser
depositado em juízo, para pagar todas as despesas do presente processo de
inventário, e ambos os herdeiros terem seus quinhões, como defende a nossa Lei
Maior.

O imóvel possui débitos de IPTU, está se deteriorando a cada dia, sendo que o
recorrente permitiu que vários parentes seus residissem no imóvel, inclusive seus
próprios filhos que não trabalham e são dependentes químicos. O imóvel está em
completo abandono, e jamais o recorrente permitiu a entrada do recorrido.

Fazendo um parenteses, o recorrido seria o Sr. Agenor Tavares Filho,


( representado nestes autos devidamente por seu espólio), é pessoa falecida,
sendo que o mesmo faleceu durante o presente processso, sem nunca o
herdeiro Joel, ora requerente, ter permitido nem ao menos que o Sr.
Agenor, entrasse no imóvel para retirar fotos e objetos de seus pais
falecidos; o Sr. Agenor faleceu sem ao menos ter oportunidade de entrar no
imóvel, e guardar os obejtos de lembrança de seus pais. O Sr. Joel faleceu de
desgosto das atitudes do próprio irmão!

O único interesse do Recorrente é permenecer no imóvel como se único herdeiro


fosse, nunca tendo contribuido para os inventarios dos seus pais, se negando a
pagar o ITCMD, não preservando o imóvel; seu único intuito é apenas tumultuar
a venda do imóvel.

Outro ponto, que deve ser totalmente rechaçado, é que o recorrente alega que em
2019 desistiu de seu patrono, e o mesmo continuou recebendo publicações, e não

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as repassou, e por isso, estaria sendo prejudicados; ora, Nobres Julgadores, beira
ao rídiculo tal alegação, uma vez que a responsabilidade de constituir novo
patrono é do recorrente, não podendo se atribuir culpa ao judiciári, e se essa fosse
a questão, já teria transcorrido há muito o prazo de tal inconformismo, sendo que
o recorrente não impugnou em absoluto nenhuma vez, ao contrário, o recorrente
pouco se interessou pelo processo durante todo esse tempo. Portanto, não há
nulidade nenhuma nessa questão.

DA AUSÊNCIA DO MÍNIMO DE FUNDAMENTOS LEGAIS PARA A


RECEPÇÃO DE RECURSO ESPECIAL,

 – DA INEXISTÊNCIA DE DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL- O


RECORRENTE NÃO MENCIONOU NENHUM DISSIDIO
JURISPRUDENCIAL

O Recorrente não comprou nenhuma divergência jurisprudêncial, tão pouco,


demostrou contrariedade das decisões há algum artigo de lei, não fundamentou
seuas alegações, am absolutamente nada !

3.2 DA CONFORMIDADE DO ACÓRDÃO COM LEI FEDERAL –

O Recorrente não comprovou nenhuma violação aos artigos do CPC, aliás nem
menciona os artigos no corpo do seu recurso.

Portanto, o v. acórdão deverá ser mantido pelos seus próprios fundamentos,


mantendo-se a venda em hasta pública do imóvel.

5. DO PEDIDO

Diante de todo o acima exposto requer seja INADMITIDO o Recurso Especial

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interposto, e na hipótese de sua admissibilidade, lhe seja NEGADO


PROVIMENTO, mantendo-se a decisão do v. acórdão de fls. posto que não
houve a alegada violação aos artigos mencionados, tampouco restou comprovada
a alguma divergência jurisprudencial.

Nestes termos,
Pede deferimento
São Paulo, 19 de maio de 2022.
Priscila Correa
OAB.SP 214.946

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