Você está na página 1de 11

1

Dr. Lindalva
Lopes da Maia OABPR 55.128

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA


CÍVEL DE MATINHOS/PARANÁ.

Processo nº 0003576-98.2015.8.16.0116

ORLANDO VEIGA, devidamente qualificados nos presentes


autos, representados por sua procuradora, vem respeitosamente, à presença Vossa
Excelência, inconformados com a respeitável sentença, APELAR ao Egrégio
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ; apelação esta, cujas razões
encontram-se em anexo.
Desta forma, requer de Vossa Excelência que se digne em determinar a
remessa dos autos, juntamente com o presente recurso, para superior instância; para que
lá sejam as presentes razões apreciadas e DATA MAXIMA
VENIA absolutamente PROVIDAS; reformando-se na totalidade a respeitável sentença
exarada por este MM. Juízo a quo.

Termos em que,
Pede deferimento.

LINDALVA LOPES DA MAIA


OAB/PR 55.128

______________________________________________________________________________________________
Praça Zacarias, nº 80, conjunto 601, 6º andar - Centro – Edifício João Alfredo - CEP 80.020-080
Curitiba/PR Fone/fax: (41) 3014-7766 3224-8648 8431-1110
linn_lopess@hotmail.com
2

Dr. Lindalva
Lopes da Maia OABPR 55.128

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR


PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO
DO PARANÁ.

RAZÕES DE APELAÇÃO

Apelantes: ORLANDO VEIGA


Processo nº: 0003576-98.2015.8.16.0116
MM. Juízo de Origem: VARA CÍVEL DE MATINHOS/PARANÁ.

EGRÉGIO TRIBUNAL,
COLENDA CÂMARA.

Introito

Excelência, em que pese ter sido prolatada sentença de


improcedência, observa-se que alguns pontos merecem reforma.
O dispositivo da sentença possui o seguinte conteúdo:

“Diante de tais fundamentos e, por tudo que dos autos consta e os princípios de
direito e justiça recomendam, julgo improcedente o pedido formulado na inicial.
Condeno o autor, sucumbente, ao pagamento das custas, despesas processuais e
honorários advocatícios, estes fixados em 10% do valor da condenação, nos termos do
art. 85, §2º, do CPC, estes com exigibilidade suspensa, em razão da gratuidade
processual concedida ao autor.
Via de consequência, julgo extinto o feito, resolvendo o mérito, o que faço com
fundamento no art. 487, I, do Código de Processo Civil.”.
______________________________________________________________________________________________
Praça Zacarias, nº 80, conjunto 601, 6º andar - Centro – Edifício João Alfredo - CEP 80.020-080
Curitiba/PR Fone/fax: (41) 3014-7766 3224-8648 8431-1110
linn_lopess@hotmail.com
3

Dr. Lindalva
Lopes da Maia OABPR 55.128

No entanto, a decisão deve ser reformada, julgando-se


procedente o pedido inicial de usucapião em favor do ora apelante, conforme
se passa a expor.

1. Da assistência judiciária gratuita


Conforme o inciso XXXIV, letra a, do art. 5º da CF, o direito de
petição é garantido “independentemente do pagamento de taxas”, assumindo a
posição de que a petição é gênero do qual a ação é espécie, não pode haver
cobrança de taxas para a espécie enquanto ao gênero é garantida a isenção.
No mesmo sentido, é o artigo 98 do CPC:

“Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de


recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios
tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei”.

Assim, pugna-se pela concessão do benefício ao apelante.

2. Dos Fatos e do preenchimento dos requisitos legais para a usucapião (art.


1.238 do Código Civil)
Conforme já exposto na inicial dos autos de usucapião:
O apelante reside no referido imóvel desde meados de 2007,
ou seja, mais de 17 anos, ocupando a referida área como se fosse dono.
A propriedade rural em questão fica localizada na Comarca
de Matinhos/Paraná, Balneário de Saint Ettiene (memorial descritivo no mov.
13).
Ressalte-se que desde 2007 o ora apelante exerce a posse de
forma ininterrupta e pacífica, sem qualquer oposição de quem quer que sejam
bem como zela do referido bem como se seu fosse, com ânimo de proprietário,
conforme se constata das fotos e documentos anexas à inicial, tendo, inclusive,
______________________________________________________________________________________________
Praça Zacarias, nº 80, conjunto 601, 6º andar - Centro – Edifício João Alfredo - CEP 80.020-080
Curitiba/PR Fone/fax: (41) 3014-7766 3224-8648 8431-1110
linn_lopess@hotmail.com
4

Dr. Lindalva
Lopes da Maia OABPR 55.128

realizado algumas benfeitorias, como um tanque de peixe, e algumas plantações,


que servem para o seu consumo (mov. 7 e 8).
Depois de tantos anos vivendo na referida área o apelante
procurou o então, “dono” da área, Sr Isaias Tetour, e realizou o pagamento
ajustado, conforme se verifica do contrato e documentos anexos à inicial.
Adquirindo assim a terra de boa fé e com animus de dono.
Ainda, cumpre pontuar que o apelante não possui nenhum
outro imóvel urbano ou rural, já tendo a posse mansa e pacífica do mencionado
imóvel por mais de 17 anos.
Assim, o pedido se encontra em conformidade com o artigo
191 da CF/88:

Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como
seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não
superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família,
tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.

Ainda, o apelante informou que adquiriu do Sr. Isaias


Tetour, que já detinha a referida posse desde meados de 1986.
Assim a apelante busca o deferimento pela soma das posses
anteriores.
De acordo com a matrícula acostada ao mov. 1.6 a 1.12, 1/3
da área objeto da presente ação de usucapião somada a outras áreas, totalizando
312.838,80m² foi adquirida por JOSÉ LUIZ ALVES DA MAIA, casado sob o
regime da comunhão universal de bens com ROSA MARIA JABUR DA MAIA
e ESPÓLIO DE SAID JORGE, em 1993.
Em contestação (mov. 48), a ora apelada informou ter
ajuizado ação reivindicatória em 27/02/2015 (autos nº 0001052-
31.2015.8.16.0116), abrangendo a área objeto da presente usucapião. Afirmou
que o apelante jamais teve a posso sobre o imóvel, vez que área é coberta por

______________________________________________________________________________________________
Praça Zacarias, nº 80, conjunto 601, 6º andar - Centro – Edifício João Alfredo - CEP 80.020-080
Curitiba/PR Fone/fax: (41) 3014-7766 3224-8648 8431-1110
linn_lopess@hotmail.com
5

Dr. Lindalva
Lopes da Maia OABPR 55.128

vegetação. Sustenta ter o apelante se aproveitando o falecimento de seu marido


para construir algumas peças de alvenaria.
Ocorre que conforme a própria apelada informa às fls. 03 da
contestação, o falecimento de seu marido ocorreu em 2004 e após o
falecimento de seu esposo, a área em questão começou a sofrer alterações sendo
que em meados de 2012 já havia algumas construções na área (fotos acostadas
ao mov. 56).
Conforme já exposto na impugnação (mov. 62), a ora apelada
não é proprietária da totalidade da área, vez que de acordo com o teor da inicial
da Ação Reivindicatória:

““A Requerente em 10/07/1995 adquiriu com outros um imóvel com 274.824,00


(duzentos e setenta e quatro mil oitocentos e vinte e quatro metros quadrados),
devidamente Registrado no Ofício do Registro de Imóveis de Guaratuba, Matricula nº
33.835, Livro nº 2, ficha 1.
Em 20/10/2010, conforme mandado de sentença, expedido pela M.M Juiza de
Direito da Vara Cível e Anexos da Comarca de Matinho-Paraná, extraído dos autos de
Usucapião Extraordinária nº 0000185- 92.2002.8.16.0116, o Sr. Albino Baggio adquiriu
24.200,00(vinte e quatro mil e duzentos metros quadrados), conforme matrícula nº
34.180 expedida pelo Registro de Imóveis de Matinhos, Paraná. (Cf Matrícula)
Em 19/02/2008, o Sr. Ivo Padilha e Sueli de Lourdes Geraldo Leandro, através da
ação de Usucapião Extraordinária sob nº 381/2002, que tramitou na Vara Cível e
Anexos da Comarca de Matinhos-Paraná, adquiriram 3.150,48(três mil cento e
cinquenta metros e quarenta e oito centímetros quadrados), da área total.(Cf. Certidão)”
– (grifou-se).

Assim, é nítida a negligência da requerida, que adquiriu parte


ideal de 1/3 da área de espólio de Said Jorge, não tendo verificado que na mesma
área já existiam posseiros, desde a data de 1986, conforme se pode verificar com
a Certidão acostada ao mov. 62.3 (Cessão de Direitos de Posse e Benfeitorias
lavrada no cartório Tabelionato Braga, da Comarca de Matinhos/Paraná), não
tendo em todo o decorrer dos anos cercado sua área e tampouco, se preocupou
em averiguar se existiam posseiros, invasores, conforme a mesma denominou os
“desconhecidos”.

______________________________________________________________________________________________
Praça Zacarias, nº 80, conjunto 601, 6º andar - Centro – Edifício João Alfredo - CEP 80.020-080
Curitiba/PR Fone/fax: (41) 3014-7766 3224-8648 8431-1110
linn_lopess@hotmail.com
6

Dr. Lindalva
Lopes da Maia OABPR 55.128

Ressalte-se que no mov. 62.3 foi juntada ESCRITURA


PÚBLICA DE CESSÃO DE DIREITOS DE POSSE, tendo como outorgante
ARTUR RODOLFO HENRIQUE e outorgado ISAIS TETOUR. Tal
documento é datado de 20/05/1986.
Conforme dito na inicial o Sr. ISAIS TETOUR cedeu seus
direitos possessórios para o ora apelante. Assim, resta demonstrado o lastro
aquisitivo dos direitos possessórios da apelante.
Ademais, é de ressaltar que, diversamente do afirmado pela
apelante, esta não é proprietária da totalidade do terreno, mas de tão apenas 1/3.
Ainda, em que pese a apelada afirmar que exercia a
propriedade sobre a área, conforme informado pela Prefeitura (mov. 136) o
imóvel encontra-se com elevado débito de ITPU, desde o ano de 2007.
Portanto, evidente que, ao menos de 2007 a ora apelada abandou o terreno
em questão, não mais exercendo seus direitos e deveres de proprietária.
A ação de usucapião foi apensada aos autos de ação
reivindicatória nº. 1054-98.2015.8.16.0116, tendo a MM. Magistrado
determinado a os autos de usucapião ficassem aguardando a prolação de sentença
na ação reivindicatória (mov. 187). Na sequência, no mov. 194 foi juntada a
cópia da sentença de procedência do pedido inicial.
Cumpre anotar que conforme decidido naquela sentença,
apesar de não ter ficado demonstrada a data inicial de posse do Sr. Isaias, restou
reconhecido que a partir de meados de 2009 houve a construção na área.
Portanto, ao menos a partir de 2009 não resta dúvida
quanto ao início da posse da pessoa de quem o ora apelante adquiriu os
direitos de posse.
Assim, presentes todos os requisitos legais (art. 1.238 e
1.239, do Código Civil), requer-se a reforma da sentença e a procedência do

______________________________________________________________________________________________
Praça Zacarias, nº 80, conjunto 601, 6º andar - Centro – Edifício João Alfredo - CEP 80.020-080
Curitiba/PR Fone/fax: (41) 3014-7766 3224-8648 8431-1110
linn_lopess@hotmail.com
7

Dr. Lindalva
Lopes da Maia OABPR 55.128

pedido inicial, consolidando-se a posse e a propriedade da ora apelante


sobre a área usucapienda.
Ainda, a fim de reforçar a posse legítima e pacífica do ora
apelante é importante citar conforme se observa dos autos nº 3385-
53.2015.8.16.0116, o ora apelante foi demandado como reclamado em ação
de usucapião extraordinária por Gentil Damos de Quadros e Sonia Rocha de
Quadros, tendo por objeto, exatamente parte da área que aqui se objetiva
usucapir, tendo lá sido proferida sentença de procedência já transitada em
julgado.
Nos termos lá decididos:
“Desse modo, considerando ser o bem passível de usucapião, bem assim o fato de a
parte autora ter comprovado estar exercendo a posse com ânimo de dono sobre a área
usucapienda, sem oposição ou interrupção, há mais de quinze anos, considerada a
posse dos antecessores, vez que não identificada qualquer interrupção no exercício de
sua posse, ainda, sendo o imóvel urbano, desta feita, o acolhimento do pedido é
imperativo”.

Naqueles autos foi realizada audiência de instrução (mov.


123), tendo sido ouvido duas testemunhas arroladas pelo lá autor, tendo
informado que os terrenos são 12mx30m, informando que teria comprado o
terreno de um senhor chamado Isais Tetur que teria os terrenos a muitos anos.
Disse que conhece o senhor Orlando, que já lá residia, que sempre estava por lá
cuidando. Que o conheceu em 89 quando veio morar em Matinhos. Que o ex-
marido da depoente fazia a limpeza dos terrenos a pedido do Orlando. (...) que
está ali há 5 anos, que o seu Orlando está lá bem antes, já tem mais de 20 anos.
A outra testemunha inquirida, em resumo, reconheceu que o
Sr. Orlando residia do seu lado, do lado de cá do canal. Diz que o terreno está
cercado, que vivia sempre limpando e cuidando do terreno. Que Orlando reside
ali desde 1995. Orlando comentou que tinha vendida um dos terrenos para o Sr.
Gentil.

______________________________________________________________________________________________
Praça Zacarias, nº 80, conjunto 601, 6º andar - Centro – Edifício João Alfredo - CEP 80.020-080
Curitiba/PR Fone/fax: (41) 3014-7766 3224-8648 8431-1110
linn_lopess@hotmail.com
8

Dr. Lindalva
Lopes da Maia OABPR 55.128

Cumpre apontar que o ora apelante tinha posse pacífica


de ambas as áreas, que são divididas apenas por um canal. Assim, tendo o
ora apelante perdido parte do terreno em outra ação de usucapião, por
sentença já transitada em julgado em 06/04/2021, evidente que a presente
sentença encontra-se equivocada merecendo reforma e julgando procedente
o pedido inicial.
Por fim, é de extrema relevância anotar que o ora apelante é
pessoa simples, de parcos recursos, ao passo que a apela é pessoa que possuía
patrimônio relevante, bem como grande influência na cidade de Matinhos. Ainda,
a ora apelada NUNCA se preocupou com a área em questão, sendo que por
residir na mesma cidade, sempre passava pela região e via a ocupação e nada
fazia. Tão somente quando ficou sabendo do ajuizamento de ações de usucapião
é resolveu integrar com ação reivindicatória. Entretanto, o fez em momento
inapropriado, vez que diversos dos possuidores já obtiveram a propriedade das
terrenos da área por meio de ação de usucapião (algumas das ações citadas nesta
peça).
Ainda, no caso do ora apelante não é aceitável que em outra
ação judicial de usucapião já transitada em julgado tenha perdido um dos terrenos
que era possuidor (terrenos separados por um canal) e que na presente ação não
tenha reconhecido seu direito de usucapir o outro terreno.
Não é juridicamente aceitável que em ação judicial já com
transito em julgado a posse do ora apelante tenha sido reconhecida para
deferir o direito de propriedade de usucapião para terceiro (que comprou o
terreno do ora apelante) e que na presente ação de usucapião tenha sido
reconhecido que não restou comprovada a posse mansa e pacífica do
apelante.
Aqui, cite-se alguma das ações de usucapião envolvendo as
áreas em questão: autos nº 3419-28.2015.8.16.0116, autos nº 0003570-

______________________________________________________________________________________________
Praça Zacarias, nº 80, conjunto 601, 6º andar - Centro – Edifício João Alfredo - CEP 80.020-080
Curitiba/PR Fone/fax: (41) 3014-7766 3224-8648 8431-1110
linn_lopess@hotmail.com
9

Dr. Lindalva
Lopes da Maia OABPR 55.128

91.2015.8.16.0116, autos nº 0003737-11.2015.8.16.0116, autos nº 0003808-


13.2015.8.16.0116, autos nº 0003999- 58.2015.8.16.0116, autos nº 0003719-
87.2015.8.16.0116, autos nº 0003739- 78.2015.8.16.0116, autos nº
00037172020158160116, autos nº 0003740-63.2015.8.16.0116, autos nº
0003919- 94.2015.8.16.0116, autos nº 0003714- 65.2015.8.16.0116, autos nº
0004003-95.2015.8.16.0116, autos nº 0003829-86.2015.8.16.0116, autos nº
0003998-73.2015.8.16.0116, autos nº 0004002-13.2015.8.16.0116, entre
outras.
Ademais, como se passará a expor, caso não se entenda ter
restado comprava a posse mansa e pacífica do ora apelante, a r. sentença é nula
por cerceamento de defesa, vez que mesmo tendo tido pedido expresso do
apelante para a produção de provas, a MM. Magistrada proferiu sentença de
improcedência de plano.

3. Da irregularidade do procedimento
Não se entendendo que os requisitos legais estão devidamente
preenchidos, pugna-se pela anulação da sentença e retorno dos autos para
regular prosseguimento.
Veja-se que mesmo tendo a apelante pugnado pela produção
de provas (mov. 259), em especial a realização de audiência de instrução para
colheita do depoimento das partes e inquirição de testemunhas, a MM.
Magistrada teve por bem anunciar o julgamento antecipado (mov. 291).
Mesmo tendo o autor se insurgido quanto a tal decisão (mov.
299), sem qualquer prévia decisão, foi proferida sentença de improcedência
(mov. 306)
Ainda, veja-se que a sentença de improcedência utilizou como
argumento não ter sido comprovado que a ora apelante estabeleceu moradia ou
tornou a área produtiva:

______________________________________________________________________________________________
Praça Zacarias, nº 80, conjunto 601, 6º andar - Centro – Edifício João Alfredo - CEP 80.020-080
Curitiba/PR Fone/fax: (41) 3014-7766 3224-8648 8431-1110
linn_lopess@hotmail.com
10

Dr. Lindalva
Lopes da Maia OABPR 55.128

“No caso vertente, não é possível afirmar que o autor ou que seus antecessores
exerceram ou exercem a posse do bem objeto da presente ação, além de não haver
documento hábil a comprovar a aquisição do imóvel e ainda que haja a aquisição, não
restou claro dos autos que aquele que alienou a posse do bem era de fato possuidor”.

Veja-se que em momento algum foi oportunizado que o ora


apelante produzisse provas nos presente autos de usucapião, a fim de
comprovar sua moradia sob o terreno objeto da presente ação.
Veja-se que em todas as demais ações de usucapião,
envolvendo o mesmo terreno, foi oportuniza a produção de provas pelas partes,
tendo sido proferida decisão saneadora e realizada audiência de instrução, em
especial observe-se os autos nº 3714-65.2015.8.16.0116, em trâmite perante o
mesmo juízo, e que tem por objeto área lindeira da presente. Ressalte-se, ainda,
que no mov. 133 de referido autos há documento do IAP informando que
“verifiquei em nosso sistema de Informações Ambientais em nome de Olira
Buese Zuir pessoa esta que vendeu o lote a Adriana e a mesma não possui
débitos de Ordem Ambiental”.
Ressalte-se que o ora apelante não participou dos autos de
ação reivindicatória nº. 1054-98.2015.8.16.0116, apontados pela r. sentença
como base para a improcedência do pedido inicial.
Assim, a prolação de sentença de improcedência, com
fundamento na falta de prova do direito constitutivo do apelante, usando
como espeque um processo do qual o ora apelante sequer participou
configura nítido cerceamento de defesa.
Portanto, flagrante o cerceamento de defesa ocorrido,
devendo, portanto, a r. sentença ser anulada e os autos retornarem à origem.

4. Dos Pedidos

______________________________________________________________________________________________
Praça Zacarias, nº 80, conjunto 601, 6º andar - Centro – Edifício João Alfredo - CEP 80.020-080
Curitiba/PR Fone/fax: (41) 3014-7766 3224-8648 8431-1110
linn_lopess@hotmail.com
11

Dr. Lindalva
Lopes da Maia OABPR 55.128

Ante o exposto, serve a presente para requerer desta Egrégia Corte


que, apreciando as razões aqui expostas, e o que mais dos autos consta, dignem-
se em:

a) Reconhecer o preenchimento dos requisitos legais previstos


no art. 1.238 e 1.239, ambos do Código Civil e declara a posse e
propriedade da área objeto da presente ação de usucapião em
favor do autor, ora apelante.

b) não sendo este o entendimento, que a r. sentença seja


anulada por cerceamento de defesa e os autos retornem à
origem para regular tramite e instrução, nos moldes requeridos
pelo autor, ora apelante, nos mov. 259 e 291.

c) concessão em favor da apelante dos benefícios da justiça


gratuita.

Nestes termos,
Pede deferimento.

LINDALVA LOPES DA MAIA


OABPR 55.128

______________________________________________________________________________________________
Praça Zacarias, nº 80, conjunto 601, 6º andar - Centro – Edifício João Alfredo - CEP 80.020-080
Curitiba/PR Fone/fax: (41) 3014-7766 3224-8648 8431-1110
linn_lopess@hotmail.com

Você também pode gostar