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BASTOS POLICARPO ADVOGADOS ASSOCIADOS

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA


CIVEL DO FORO DA COMARCA DE LAGES DO PODER JUDICIÁRIO
DE SANTA CATARINA

ADILSON PRESTES MEDEIROS brasileiro, solteiro,


desempregado, inscrito no CPF n. 022.433.519-78, residente e domiciliado na rua
Manoel Hermogenes Dias, n. 90, bairro Vila Nova, Lages -SC. CEP 88503-415
(somente para fins de correspondência), e JOSE CELSO PRESTES
MEDEIROS, brasileiro, casado, aposentado, CPF n. 347.324.039-72, residente e
domiciliado na rua Evaristo Parizotto, n. 300, bairro Universitário, Lages –SC.
CEP 88511-160, não possuindo endereços eletrônicos, veem respeitosamente, à
presença de Vossa Excelência, devidamente representado perante este Juízo “ut”
procuração anexo, na forma dos artigos 1º inciso “I “ e 2º da Lei 8.906/94, e
em corolário com artigo 133 da Constituição da República Federativa do Brasil,
através de seu procurador, com escritório profissional na Rua Cel. Serafim de
Moura nº. 58, centro, Lages – Santa Catarina, e-mail:
bastospolicarpo@gmail.com e WhatsApp/telefone (49) 3227-0265 em cujo
endereço recebe notificações e intimações com o costumeiro respeito que
consagra à Justiça e zelo à causa na fé de seu grau, propor

AÇÃO REIVINDICATÓRIA COM


PEDIDO DE LIMINAR E REPARAÇÃO DE DANOS

Em relação a ANA PAULA DA SILVA PRESTES


MEDEIROS, brasileira, convivente, comerciante, inscrita no CPF n.
045.871.429-13 e RG n. 4.338.615-6 – SSP/SC, sem saber o endereço eletrônico,
WhatsApp (49) 999030332 com endereço na rua Santo Futebol Club n. 418,

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Rua Cel. Serafim de Moura, n. 58, s/04, Centro, Lages – SC, CEP 88502185 fone: (49) 3227-0265
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bairro Santa Mônica, Lages SC CEP 88516-380, pelos fatos e fundamentos


concernentes à espécie:

I - DOS FATOS

1. Os autores são legítimos proprietários de um terreno


urbano com área de 720,00 m², com construção em alvenaria, com área de 98,88
m² (depósito) e 94,14 m² (casa), que se refere ao registro nº. 34.544, consoante
cópia da certidão imobiliária atualizada do cartório do 1º Ofício de registro de
Imóveis de Lages/SC (cópia inclusa).

2. Ocorre que a ré sabedora da fragilidade dos autores,


principalmente Adilson que não possui casa para residir e possui doença na perna
com sequelas que inviabilizam que trabalhe. A ré invadiu o bem dos autores,
adentrando no mesmo e lá tentando exercer fruição como se fosse
proprietária.

Comprovação médica:

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3. A ré agindo na destreza e com ânimo de ver sua a


propriedade alheia, já que recebeu 02 (dois) imóveis em doação de seu pai, Sr.
Izaltino Prestes Medeiros (falecido) terrenos que são lindeiros com o imóvel
dos autores, conforme registros imobiliários n. 24.235 e 24.234, respectivamente:

➢ Terreno urbano com 360,00 m², Lote 24, quadra 14, Santa
Mônica, na Rua Clube Regatas Flamengo, 30 metros
distante da Rua Santos Futebol Club.

➢ Terreno urbano com 360,00 m², Lote 19, quadra 14, Santa
Mônica, rua Santos Futebol Club esquina com rua Clube
Regatas Flamengo.

4. Não obstante, a ré se valendo da quebra do princípio da


BOA-FÉ objetiva tenta clandestinamente gozar do terreno e casa de
propriedade dos autores, como se de sua propriedade fosse.

5. Por outro lado, a ré está cometendo vários danos na


personalidade dos autores, principalmente Adilson que não tem onde residir
conforme se provará na instrução do processo.

6. Não suficiente a ré está INJUSTAMENTE usando do bem


imóvel matrícula 34.544 tanto é que realizou contrato de locação do
“depósito” para a Igreja Pentecostal, que fica ao lado da casa pelo valor de
R$ 400,00 por mês (cópia inclusa).

7. Conquanto, necessário gizar que a Constituição da


República põe a salvo o DIREITO DE PROPRIEDADE.

8. Infrutíferas foram as tentativas de uma solução amigável


ao caso, que depende única e exclusivamente a boa vontade da ré, mas dado o
ABUSO DE DIREITO e a má-fé em solucionar o problema, restou para os autores
apenas pedir a aplicação da tutela jurisdicional.

Os autores efetivaram notificação extrajudicial em


relação a situação para a ré, mas a resposta foi negativa. (notificação e Aviso
de recebimento incluso).

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9. Neste sentido, socorrem-se os autores ao Poder Judiciário


para ver satisfeita suas pretensões para determinar à ré que proceda a imediata
RESTITUIÇÃO do imóvel acima descrito (imissão na posse), sob pena de multa
diária a ser fixada por esse respeitável Juízo e, em consequência condenar a ré
pelo abuso de direito e má-fé ocasionados.

II - DOS FUNDAMENTOS

Tais argumentos, pela absoluta adequação ao universo das provas


apresentadas pelos autores, são agregados aos fatos que fundamentará a pretensão
deduzida em Juízo.

A ré esta, além de atentar contra a dignidade dos autores, ofendendo


o uso, gozo e fruição da propriedade e do direito dos mesmos.

Alhures, perlustrando os documentos inclusos, observa-se ter restado


comprovado o abuso de direito, indispensável o acolhimento do pedido e, em
consequência à concessão da liminar, conforme disciplina o art. 303 do Código
de Processo Civil.

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Isto porque, ao que se infere da cópia integral e atualizada do


registro imobiliário, matrícula 34.544, imóvel este que integram o patrimônio dos
autores, e a ré já se encontra na INJUSTA USUFRUIÇÃO DO BEM (inclusive
alugando para terceiros), denota-se a verossimilhança da alegação e o dano de
difícil reparação ao conhecimento do pedido e o deferimento da liminar.

Neste sentido, a jurisprudência:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REIVINDICATÓRIA. NECESSIDADE DE


COMPROVAÇÃO DA PROPRIEDADE DO BEM E POSSE INJUSTA (EM
SENTIDO GENÉRICO) DOS RÉUS. OBSERVÂNCIA DO ART. 524 DO
CC/1916 - EQUIVALENTE AO 1.228 DO CC/2002. [...] DESPROVIMENTO
DO APELO.

A ação reivindicatória é, por excelência, uma ação petitória. Protege o


direito do proprietário a buscar a coisa onde ela se encontre e no poder
de quem esteja. É, como comumente apontado, ação que permite ao
proprietário não-possuidor retomar o bem do possuidor não-
proprietário.

"A admissibilidade da ação reivindicatória, que compete ao proprietário


não-possuidor contra o possuidor não-proprietário, depende da prova
da titularidade do domínio, da individuação da coisa e da 'posse injusta'
pelo réu, a teor do art. 524 do Código Civil" (REsp 195.476/MS. Relator:
Min. SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA. Decisão em 15/04/2002). [...].
(Apelação Cível n. 2001.003889-7, de Coronel Freitas, rel. Des. Henry Petry
Junior, Primeira Câmara de Direito Civil, j. 30.10.2007)

A ré está, segundo os autores, agindo de má-fé, valendo-se da


condição de vizinha lindeira dos mesmos para deixá-los à míngua.

Na mesma orientação J.J. CALMON DE PASSOS:

A pretensão de haver de alguém um comportamento


omissivo ou comissivo necessariamente deve encontrar
apoio no contrato ou na lei. E se um ou outro impede
determinado comportamento, este comportamento pode
ser coativamente exigido, por força do princípio de que
a todo o direito subjetivo material corresponde o direito
público subjetivo de reclamar judicialmente sua
efetivação” . (in Comentários ao CPC, vol. 111).

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FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO LIMINAR

Considerando os fatos e fundamentos já apresentados, e para não se


tornar repetitivo vem os autores apresentar o pedido liminar (tutela antecipada)
para que a ré proceda a entrega mediante mandado judicial do imóvel (imissão
na posse) de propriedade dos autores, imediatamente ante os danos de difícil
reparação que podem ser ocasionados aos mesmos.

Em especial ao autor ADILSON que está sem casa para residir,


morar e pernoitar, desempregado e com problemas sérios de saúde.

Fica entrevisto pela prova documental apresentada, bem como pelo


ABUSO DE DIREITO que a ré está contrariando o Código Civil brasileiro,
obrigação civil em relação ao direito dos autores.

Ademais a ré descumpriu o PRIMADO DA PROPRIEDADE ao


respeito e a dignidade dos autores:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

[...]

XXII - é garantido o direito de propriedade; [...]

Destarte, existente há possibilidade jurídica deste pedido de liminar.

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Os autores notificaram a ré verbalmente diversas vezes, ante o


ABUSO DE DIREITO cometido em relação a INJUSTA UTILIZAÇÃO,
abusiva e em má-fé do imóvel acima descrito, o que vem corroborado pelos
documentos inclusos.

Do Código de Processo Civil, verifica-se que há plausibilidade jurídica


no pedido de liminar pelos autores, pois preenche os requisitos do art. 303 do
CPC.

Para que apenas fique melhor ilustrada esta pretensão


HAHNEMANN GUIMARÃES explica:

Reduzindo a propriedade aos seus elementos essenciais


positivos, ter-se-á: direito de usar, gozar, dispor e
reivindicar. [...] Rei vindicatio – O direito de reivindidar a
coisa é o poder que tem o proprietário de mover a ação para
obter o bem de quem injusta ou ilegitimamente o possua ou
o detenha, em razão do seu direito de seqüela. (A
propriedade. Revista de Direito Contemporâneo, 1957).

Isto posto, requer LIMINARMENTE initio litis para que seja


deferido o pedido liminar em tutela antecipada de RESTITUIÇÃO DO
IMÓVEL matrícula n. 34.544 descrito acima (imissão na posse), sem
prejuízo da fixação de multa diária pelo descumprimento a ser fixada por
+Vossa Excelência.

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III - DO REQUERIMENTO

Ante todo o exposto , requer:

a) Os autores declaram que não tem intenção e interesse em audiência de


conciliação.

b) LIMINARMENTE e inaudita altera parte que seja deferida a


RESTITUIÇÃO do imóvel, matrícula nº. 34.544, em relação ao depósito e
casa, conforme descrição acima e multa diária a ser fixado por Vossa
Excelência no valor de R$ 100,00 (cem reais); ou alternativamente valor a
ser arbitrado por Vossa Excelência,

b.1) Que seja deferida a realização da imissão na posse com reforço policial.

b.2) Que seja notificado o pastor Valdir Borba da Igreja Pentecostal acerca
deste pedido liminar para que deposite em Juízo o valor do aluguel. Em razão que
utiliza o depósito por contrato de locação realizado com ré, conforme aviso de
recepção enviado para a igreja cópia inclusa. (o depósito que fica ao lado da casa
e do número 418).

c) a citação da ré no endereço preambular, para, querendo apresentar defesa,


sob pena de revelia;

d) a produção de prova, documental, pericial e testemunhal - através de rol


que será apresentada oportunamente, sem renunciar a quaisquer outras;

e) O JULGAMENTO PROCEDENTE DOS PEDIDOS para:

e.1) Confirmar a liminar, requerida na alínea “b”, sob pena


de pagar multa diária de R$ 100,00 (cem reais) ou valor a ser fixado por Vossa
Excelência.

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e.2) RESTITUIR o imóvel matrícula 34.544, consistente em


terreno de 720,00 m², um depósito com área de 98,88 m² e uma casa com área de
94,14 m², conforme registro imobiliário (descritos nesta petição) aos autores por
serem seus legítimos proprietários;

e.3) condenar a ré ao pagamento de reparação de danos no


importe de um salário mínimo por mês desde a notificação ocorrida em
30/03/2022 (Aviso de recepção), ou alternativamente valor a ser fixado por Vossa
Excelência através de perícia judicial.

f) a condenação da ré no pagamento de honorários advocatícios em 20% sobre


o valor da condenação e custas processuais.

g) Requer gratuidade de justiça, tendo em vista que um autor é desempregado


e outro é aposentado, conforme declarações inclusas de insuficiência de
recursos momentaneamente.

Dá-se à causa o valor de R$ 227.000,00 (duzentos e vinte e sete mil reais), para
efeitos processuais.

Nestes termos,
pede deferimento.

Lages (SC), 13 de abril de 2022.

Mikchaell Bastos Policarpo da Silva


OAB/SC 20108

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