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EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA CÍVEL DA


COMARCA DE SORRISO– MATO GROSSO.

Processo nº 0005648-33.2015.8.11.0040
EXEQUENTE: ESTADO DE MATO GROSSO
EXECUTADO: DOUGLAS ARENHART

DOUGLAS ARENHART, brasileiro,


convivente, encarregado de produção, portador do RG nº 13114093 SSP MT e CPF nº
715.781.451-04, residente na Rua Elisa Bortolozo Luciano, nº 1745, Boa Esperança,
Sinop-MT, CEP: 78553-843, nos autos do processo que tramita por esta E. Vara e
respectivo Ofício, que lhe move o ESTADO DE MATO GROSSO, exequente
também qualificado, por seu advogado infra-assinado, vem, respeitosamente na
presença de Vossa Excelência para, com fulcro nos artigos 832 e 833, ambos do

Código de Processo Civil, MANIFESTAR-SE e REQUERER,


conforme segue:

O Executado teve bloqueado no dia 05.03.2024 na


sua conta bancária do Banco do Brasil, Agência 4102-5, Conta Corrente 14183-6, o
valor de R$ 3.552,17 (três mil quinhentos e cinquenta e dois reais e dezessete
centavos), em razão de ordem judicial emanada de Vossa Excelência nestes autos.

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Esclarece-se Excelência, que tal valor pecuniário é


oriundo do recebimento de proventos do executado, como faz prova a juntada do
extrato da conta corrente e o holerite do ora Requerente, sendo este trabalhador CLT,
não possuindo outra fonte de renda.

Ademais, não se mostram razoáveis os bloqueios


em comento, visto que o ora Requerente contribui mensalmente com a mantença de
sua família, além dos dispêndios de ordem pessoal.

Assim, demonstrado inequivocamente que o


bloqueio judicial atinge valores impenhoráveis, conforme definição do inciso IV, do
artigo 833 do Código de Processo Civil, de rigor que sejam liberados, senão vejamos o
teor da norma:

“Art. 833. São impenhoráveis:


[...]

IV - Os vencimentos, os subsídios, os soldos, os


salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os
montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas
ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os
honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2o; [...]” (grifos do subscritor).

EXCELÊNCIA! É inquestionável o caráter


alimentar dos valores penhorados, a razão de sua impenhorabilidade, que tem raízes
na proteção da dignidade das pessoas, direito fundamental protegido pela Constituição
Federal.

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A jurisprudência já consagrou não só o princípio


constitucional acima invocado, como o caráter impenhorável do salário das pessoas,
sendo que o respectivo valor constrito é originário da remuneração do salário do ora
Requerente, que é trabalhador CLT, onde a empresa deposita seu salário na conta
bancária que se constituem unicamente em CONTA SALÁRIO, utilizada para tal
finalidade, pagamentos de despesas para manutenção de seu sustento e de sua família,
como se pode objetivamente averiguar mediante rápida análise do extrato de conta
anexo.

Portanto, certamente há flagrante ilegalidade no ato


em vertente, razão da presente postulação.

Convém inicialmente delimitarmos que o tema em


vertente, ou seja, nulidade absoluta de ato judicial (ordem de constrição de bem
impenhorável) pode ser arguido a qualquer tempo, declarada de ofício, dispensando-se,
inclusive, o aviamento de ação de embargos à execução.

Neste aspecto, vejamos as lições da doutrina de José


Cairo Júnior:
Por ser instituto de direito público, a
impenhorabilidade absoluta do bem pode ser declarada de ofício e a qualquer tempo,
não havendo falar-se em preclusão. A impenhorabilidade também decorre da
inalienabilidade, pois o titular do direito respectivo não pode dispor do bem. (CAIRO
JÚNIOR, José. Curso de Direito Processual do Trabalho. 3ª Ed. Bahia: Jus Podivm,
2010. Pág. 749).

Por tais razões, é de rigor que os valores


bloqueados sejam liberados imediatamente, pois têm gerado sérias dificuldades para o
executado na manutenção e suprimento de suas necessidades elementares e de sua
família, considerando a farta documentação probatória.
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Outro assunto que causa apreensão é o fato de


futuras tentativas de penhora on line recaírem sobre valores futuros que eventualmente
estiverem depositados na conta bancária do executado. Tal fato não pode se repetir,
pois o executado não possui outra fonte de renda.

Ante ao exposto, requer-se:

a) Que os valores de R$ 3.552,17 (três mil


quinhentos e cinquenta e dois reais e dezessete centavos), sendo que, conforme se vê
do histórico do extrato bancário, do Banco do Brasil, Agência 4102-5, Conta Corrente
14183-6, em sede de tutela de urgência, sem a necessidade da intervenção da parte
contrária, em vista dos documentos apresentados e da urgência que o caso natural e
presumidamente requer;

b) Que não mais sejam decretadas novas ordens


de penhora on line de valores na referida conta bancária, uma vez que o executado
é funcionário CLT, e lhe causa transtorno e enormes dificuldades, a ocorrência de
bloqueios indevidos de dinheiro da conta bancária indicada no item a acima;

c) A gratuidade das custas ex lege, com fulcro nas


disposições dos artigos 98 e seguintes do CPC e da Lei nº 1.060/50, em vista que o
executado, principalmente com o bloqueio de dinheiro de parte de sua aposentadoria,
não tem no momento, condições de arcar com as custas processuais, sem prejuízo de
seu próprio sustento e de sua família;

d) O direito de provar o alegado por todo os


meios de prova em direito admitidos, notadamente a apresentação de documentos
novos, depoimento pessoal e demais necessários para o deslinde da questão.

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Nesses termos, pede deferimento.

Sinop/MT, 20 de março de 2024.

José Everaldo de Souza


Macedo
OAB/MT 5347-B

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