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Claudino & Zeferino

__________________________________
A d v og a d o s
CNPJ:21.601.631/0001-36 Registro na OAB/AL nº 398/2014

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ______ VARA DO TRABALHO


DE SÃO MIGUEL DOS CAMPOS/AL

GENESIO FERREIRA DA SILVA, brasileiro, solteiro, vigilante, portador da cédula


de identidade nº 1123020 SEDS-AL, inscrito no CPF/MF sob o nº 803.608.904-15,
residente e domiciliado no Loteamento Hélio Jatobá III, quadra “I5”, 35, Sã o Miguel dos
Campos/AL, CEP: 57.246-315, por seus advogados infra-assinados e legalmente
constituídos, nos termos do instrumento de mandato incluso, com escritó rio profissional
no endereço citado no aludido instrumento, onde poderá receber avisos, notificaçõ es e
intimaçõ es pelo ora Reclamante, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,
com fulcro nos artigos 840 da CLT e 319 do CPC, propor a presente

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

pelo rito ordinário, em face de J WILSON DOS SANTOS MENEZES (ATIVUS


SEGURANÇA), pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ 07.216.329/0001-33,
situada na Rua Projetada, quadra C, s/n, Loteamento Wellington Torres, Sã o Miguel dos
Campos/AL, CEP: 57.240-000, e como litisconsorte passiva, CONSORCIO BR - 101/AL,
inscrita no CNPJ 27.181.949/0001-91, localizada na Rua Aníbal Torres, 17-A,
Loteamento Senador Rui Palmeira, Sã o Miguel dos Campos/AL, CEP: 57.240-000, pelos
motivos de fato e de direito a seguir expostos:

I. PRELIMINARMENTE

DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

Inicialmente, requer o Reclamante a concessã o dos benefícios da justiça gratuita,


com fulcro no disposto na Lei 1.060/50, no art 98 e ss. do CPC, bem como no art. 790,
pará grafos 3º e 4º da CLT em virtude de ser pessoa pobre na acepçã o jurídica da palavra
e sem condiçõ es de arcar com os encargos decorrentes do processo, sem prejuízo de seu
pró prio sustento e de sua família, ainda que, enquanto laborava, percebia salá rio
superior a 40% do teto da Previdência, conforme declaraçã o de hipossuficiência em
anexo.

Rua Benedito Correia de Sá, 97, Canto da Saudade.


São Miguel dos Campos/AL, CEP: 57.240-000.
Fones: (0xx82) 3271-1466 / 99373-2810(claro)
e-mail: clzeadvogados@gmail.com

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Infere-se dos documentos acostados, que o obreiro, além de nã o ter fonte de


renda atual, seja com trabalho registrado ou autô nomo para arcar o pagamento das
custas processuais, cumprida entã o a exigência do pará grafo 4º do referido artigo.

DA INCONSTITUCIONALIDADE DA COBRANÇA DE HONORÁRIOS A BENEFICIÁRIOS


DA JUSTIÇA GRATUITA

Importa informar que no julgamento do processo de nº 0000206-


34.2018.5.19.0000 no Incidente ARGUIÇÃ O DE INCONSTITUCIONALIDADE, o Pleno do
Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Regiã o (TRT/AL) decidiu, por unanimidade, pela
inconstitucionalidade do pará grafo 4º do artigo 791-A - incluído na CLT pela
13.467/2017 (Reforma Trabalhista), que trata da condenaçã o do trabalhador
beneficiá rio de justiça gratuita, ao pagamento de honorá rios sucumbenciais.

Na sessã o de julgamento do referido incidente, realizada no ú ltimo dia 7 de


novembro, o colegiado declarou a inconstitucionalidade do dispositivo em face da
flagrante violaçã o à s garantias fundamentais de assistência jurídica integral e gratuita,
bem como aos princípios da dignidade da pessoa humana e da igualdade.

Desta feita, requer a aplicabilidade da decisã o do TRT/19ª regiã o, pois sendo o


reclamante beneficiá rio de justiça gratuita, nã o poderá ser condenado a pagamento de
honorá rios sucumbenciais.

DA RESPONSABILIDADE DA LITISCONSORTE PASSIVA

Pede o reclamante que seja incluída no polo passivo da presente demanda, como
litisconsorte passiva, a empresa CONSORCIO BR - 101/AL.

O reclamante durante o pacto laboral desenvolveu suas atividades nas


dependências e sob a supervisã o da litisconsorte passiva. Sendo importante salientar
que a Reclamada principal era contratada da litisconsorte passiva.

Impõ e-se, portanto, o reconhecimento da responsabilidade do tomador, ora


Litisconsorte Passivo, uma vez que foi o beneficiá rio direto dos serviços prestados pelo
Reclamante, ao longo do contrato, e agiu com culpa na eleiçã o da empresa prestadora,
ora Reclamada Principal, que se demonstra inadimplente com os encargos trabalhistas.
Nesse sentido o entendimento jurisprudencial consubstanciado na Sú mula nº 331, inciso
IV, do Col. TST.

A responsabilizaçã o solidá ria/subsidiá ria do Litisconsorte Passivo pelas


obrigaçõ es trabalhistas inadimplidas pela Reclamada principal atende plenamente ao
desiderato da proteçã o do salá rio enquanto corolá rio do postulado da dignidade
humana.

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Assim, a participaçã o do Litisconsorte Passivo nesta lide é necessá ria para a


segurança do adimplemento das obrigaçõ es pleiteadas, razã o pela requer o
reconhecimento de sua responsabilidade solidá ria e/ou subsidiá ria pelos valores
devidos ao reclamante.

DAS NOTIFICAÇÕES/PUBLICAÇÕES

Requer que as intimaçõ es dos atos processuais sejam realizadas


obrigatoriamente em nome dos patronos do reclamante JAQUELINE CLAUDINO DA
SILVA, inscrita na OAB/AL SOB n.º 10042 e NATÃ ZEFERINO DA SILVA, inscrito na
OAB/AL n.º 12567, sob pena de nulidade, a teor do disposto na Sú mula 427, do TST.

II. DO MÉRITO

Cumpre destacar, que o memorial de cálculos encontra-se anexo a presente.

DO CONTRATO DE TRABALHO

O Reclamante foi admitido para trabalhar para as reclamadas em 06 de abril de


2019, exercendo a funçã o de vigilante noturno, sem anotaçã o de sua CTPS, sendo
dispensado sem justa causa em 28 de abril de 2020.
O reclamante recebeu como ú ltimo salá rio a importâ ncia de R$ 2.750,00 (dois
mil, setecentos e cinquenta reais), no entanto nos últimos 04 (quatro) meses de
trabalho as reclamadas não lhe pagaram os salários atrasados.

DO RECONHECIMENTO DO VÍNCULO DE EMPREGO


DA ANOTAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

Como mencionado, o contrato de trabalho do reclamante não fora anotado,


conforme documentaçã o anexa, ressalte-se que o reclamante sempre trabalhou com
pessoalidade, habitualidade, subordinação e onerosidade, cumprindo, assim, com
todos os requisitos exigidos pelo art. 3º da CLT.

Assim, as reclamadas nã o procederam corretamente com o registro o que deixou


claro a fraude ocorrida em todo o período do contrato de trabalho, necessá rio se faz o
reconhecimento do vínculo empregatício entre o reclamante e as reclamadas e
que estas procedam com a devida ANOTAÇÃO de todo período do contrato de
trabalho na CTPS do reclamante, efetivamente laborado de 06.04.2019 a
28.04.2020, tendo em vista que o Reclamante laborou todo o período de maneira
clandestina.

Desta forma, que seja declarado e confirmado por sentença o reconhecimento


do vínculo de emprego do reclamante com as reclamadas referente ao período de
06/04/2019 a 28/04/2020, e, consequente anotaçã o na carteira de trabalho para
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constar todo período efetivamente laborado pelo reclamante, devendo igualmente a


reclamada recolher o FGTS e INSS pertinente ao período clandestino, surtindo todos os
efeitos legais, como pagamento referente a todas as verbas rescisó rias e
indenizató rias, advindas da rescisã o do contrato de trabalho sem justa causa.

DAS VERBAS RESCISÓRIAS E TRABALHISTAS

Com o reconhecimento do vínculo de emprego, o obreiro faz jus a receber as


diferenças das verbas rescisó rias e trabalhistas calculadas sobre o salá rio de R$
2.750,00 (dois mil, setecentos e cinquenta reais) em todo período NÃ O anotado na
CTPS, de 06.04.2019 a 28.04.2020, quais sejam: aviso prévio indenizado proporcional,
férias proporcionais acrescidas de 1/3, férias indenizadas acrescidas de 1/3, 13º
proporcional, 13º indenizado, no valor de R$ 13.128,11 (treze mil, cento e vinte e oito
reais e onze centavos), conforme Memó ria de Cá lculo Detalhado anexa.

DOS SALÁRIOS NÃO PAGOS

Nos últimos 04 (quatro) meses de contrato, o reclamante não recebeu sua


contraprestação salarial, conforme determina o art. 457 da CLT.

O referido artigo fala também que o salá rio é a contraprestaçã o a serviço


fornecido pelo funcioná rio, apesar disto o reclamante mesmo exercendo sua funçã o com
pessoalidade e habitualidade durante os meses acima mencionados nã o recebeu o que
era devido.

Sendo assim as reclamadas devem ser condenadas ao pagamento dos 04


(quatro) meses de salários que não foram efetuados, bem como todas as
repercussões. No valor de R$ 10.856,75 (dez mil, oitocentos e cinquenta e seis
reais e setenta e cinco centavos), conforme Memória de Cálculo Detalhado anexa.

DAS HORAS EXTRAS E DO INTERVALO INTRAJORNADA

Durante o primeiro mês de trabalho, de 06/04/2019 a 05/05/2019, o reclamante


laborava em escala de 12h00 por 36h.
Posteriormente, a partir de 06/05/2019 até o fim do contrato (28/04/2020), o
reclamante passou a laborar de segunda a sexta, iniciando seu labor à s 15h00 até à s
07h00 do dia seguinte, sem intervalo intrajornada.

Assim, o reclamante faz jus as diferenças das horas extras e ao pagamento do


intervalo intrajornada, visto que estes nã o foram computados, nem pagos. Sendo assim,
excedendo o limite diá rio e semanal de horas trabalhadas, devendo ter recebido
regularmente pelas horas extras, o que nã o foi; e ainda, devido à constâ ncia na
realizaçã o de horas extras devem estas integrar o salá rio mensal recebido pelo
Reclamante.
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As Reclamadas devem ser condenadas no pagamento das horas extras e do


pagamento do adicional de intervalo intrajornada com adicional de 50%, com as devidas
repercussõ es em todas as verbas contratuais e rescisó rias, DSR, aviso prévio, décimo
terceiro salá rio integral e proporcional, férias acrescidas de 1/3 integral e proporcional,
FGTS depó sito e multa de 40%. No valor de R$ 41.630,60 (quarenta e um mil, seiscentos
e trinta reais e sessenta centavos), conforme Memó ria de Cá lculo Detalhado anexa.

DO ADICIONAL NOTURNO

O reclamante laborava boa parte de seu expediente no horá rio noturno, o art. 73
da CLT determina que o trabalho noturno terá remuneraçã o superior à do diurno e, para
esse efeito, sua remuneraçã o terá um acréscimo de 20% (vinte por cento), pelo menos,
sobre a hora diurna.
Entretanto, o reclamante que laborou quase todas as noites, mas nunca obteve a
respectiva remuneraçã o.
Portanto, o reclamante faz jus ao adicional noturno e deve a reclamada ser
condenada ao pagamento de adicional noturno de todo período laborado, uma vez que
este nunca constou em sua remuneraçã o mensal.
As Reclamadas devem ser condenadas no pagamento do adicional noturno e das
devidas repercussõ es em todas as verbas contratuais e rescisó rias, DSR, aviso prévio,
décimo terceiro salá rio integral e proporcional, férias acrescidas de 1/3 integral e
proporcional, FGTS depó sito e multa de 40%. No valor de R$ 3.428,47 (três mil,
quatrocentos e vinte e oito reais e quarenta e sete centavos), conforme Memó ria de
Cá lculo Detalhado anexa.

DAS MULTAS DOS ARTS. 467 E 477 DA CLT

O pacto laboral do Reclamante com as Reclamadas fora cessado, e fixa o


ordenamento jurídico pá trio um lapso temporal para que sejam adimplidas as verbas
trabalhistas devidas ao obreiro, sob pena da aplicaçã o de multa no valor de 01 (um)
salá rio. Atentemos, pois, nesse diapasã o, ao que resta preconizado no art. 477, §§6° e 8°
da Norma Consolidada, devendo para tanto a Reclamada arcar com o pagamento da
multa em forma indenizató ria, no valor de R$ 2.750,00 (dois mil, setecentos e
cinquenta reais), visto que até a presente data nã o houve pagamento das verbas
rescisó rias.
Além disso, o reclamante faz jus ao pagamento de todas as verbas rescisó rias
incontroversas na oportunidade da primeira audiência, conforme apregoa o artigo
citado, sob pena do pagamento com multa de 50% (no valor R$ 6.818,15), conforme art.
467, CLT.

DO FGTS E DA MULTA RESCISÓRIA DE 40%


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Devem ser as Reclamadas condenadas a realizar o recolhimento do FGTS de todas


as competências de FGTS (R$ 8.836,37), no caso no período de 06/04/2019 a
28/04/2020 e ainda o recolhimento da multa rescisó ria de 40% (R$ 2.723,65), sobre o
valor total do FGTS, referente a todo período laborado, visto que nenhum recolhimento
fora efetuado até a presente data.

DO RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS

Devido a nã o anotaçã o da CTPS do Reclamante, referente a todo o contrato, nã o


houve o recolhimento mensal das contribuiçõ es previdenciá rias, da qual o mesmo tem
direito, portanto, o autor pleiteia juntos aos ó rgã os judiciais todos os valores devidos,
para que assim a reclamada recolha todos os valores correspondentes.

DOS HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA

Em razã o do art. 791-A da CLT, sã o devidos honorá rios de sucumbência ao


advogado, in verbis:

Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa pró pria, serã o
devidos honorá rios de sucumbência, fixados entre o mínimo de
5% (cinco por cento) e o má ximo de 15% (quinze por cento)
sobre o valor que resultar da liquidaçã o da sentença, do proveito
econô mico obtido ou, nã o sendo possível mensurá -lo, sobre o
valor atualizado da causa.

§ 1° Os honorá rios sã o devidos também nas açõ es contra a


Fazenda Pú blica e nas açõ es em que a parte estiver assistida ou
substituída pelo sindicato de sua categoria.

§ 2° Ao fixar os honorá rios, o juízo observará :

I - o grau de zelo do profissional;

II - o lugar de prestaçã o do serviço;

III - a natureza e a importâ ncia da causa;

IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o


seu serviço.

§ 3° Na hipó tese de procedência parcial, o juízo arbitrará


honorá rios de sucumbência recíproca, vedada a compensaçã o
entre os honorá rios.

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§ 4° Vencido o beneficiá rio da justiça gratuita, desde que nã o


tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos
capazes de suportara despesa, as obrigaçõ es decorrentes de sua
sucumbência ficarã o sob condiçã o suspensiva de exigibilidade e
somente poderã o ser executadas se, nos dois anos subsequentes
ao trâ nsito em julgado da decisã o que as certificou, o credor
demonstrar que deixou de existir a situaçã o de insuficiência de
recursos que justificou a concessã o de gratuidade, extinguindo-se,
passado esse prazo, tais obrigaçõ es do beneficiá rio.

§ 5° Sã o devidos honorá rios de sucumbência na reconvençã o.

Nesse sentido, o patrono do Reclamante faz jus aos Honorá rios Sucumbenciais no
percentual de 15% sobre o valor da liquidaçã o da sentença.

Dos Honorários de Sucumbência (Periciais - art. 790- b, caput e § 4º e


Advocatícios)

Os referidos dispositivos responsabilizam a parte sucumbente pelo pagamento de


honorá rios periciais e advocatícios, ainda que beneficiá ria da justiça gratuita.
Entretanto, entende o Reclamante ser inconstitucional tal previsã o, pois fere os
direitos fundamentais à assistência judiciá ria gratuita e integral e à proteçã o do salá rio
(artigos 5º, LXXIV, e 7º, X, da constituiçã o federal).
Neste sentido, é o entendimento do Enunciado Nº 3 aprovado na 2ª Jornada de
Direito Material e Processual do Trabalho da ANAMATRA (sobre a interpretaçã o e
aplicaçã o da Lei 13.467/2017):

HONORÁRIOS E ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA. É inconstitucional a previsã o de utilizaçã o


dos créditos trabalhistas reconhecidos em juízo para o pagamento de despesas do
beneficiá rio da justiça gratuita com honorá rios advocatícios ou periciais (artigos 791-a,
§ 4º, e 790-b, § 4º, da CLT, com a redaçã o dada pela lei nº 13.467/2017), por ferir os
direitos fundamentais à assistência judiciá ria gratuita e integral, prestada pelo estado, e
à proteçã o do salá rio (artigos 5º, LXXIV, e 7º, X, da Constituiçã o Federal).

Do pagamento das custas processuais em caso de arquivamento como


pressuposto para novo ajuizamento (Art. 844, §§ 2º e 3º, CLT)

Na mesma linha, também é inconstitucional a cobrança de custas em caso de novo


ajuizamento de reclamaçã o previamente arquivada, pois tal exigência fere frontalmente
o princípio do acesso à justiça.
É inquestioná vel a situaçã o de vulnerabilidade financeira geral da trabalhadora
ordiná ria que busca a Justiça do Trabalho, portanto, esta imposiçã o é estranha à pró pria
natureza desta justiça social especializada.
A tese obreira aqui apresentada também encontra respaldo no entendimento
aprovado pela ANAMATRA em seu Enunciado Nº 6, conforme ementa infra:

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ACESSO À JUSTIÇA. art, 844, § 2º e § 3º, da CLT. Inconstitucionalidade. Viola o princípio


de acesso à justiça a exigência de cobrança de custas de processo arquivado como
pressuposto de novo ajuizamento. O princípio do acesso à justiça é uma das razõ es da
pró pria existência da justiça do trabalho, o que impede a aplicaçã o dessas regras,
inclusive sob pena de esvaziar o conceito de gratuidade da justiça.

Diante do todo exposto, o Reclamante requer a Vossa Excelência que seja


reconhecida a inaplicabilidade do disposto no art. 790-b (caput e § 4º); no § 4º do
art. 791-a e §§ 2º e 3º do art. 844, em face do teor eminentemente inconstitucional
de tais dispositivos.

Assim, apenas por cautela e com fulcro no princípio da eventualidade, o


Reclamante requer a Vossa Excelência, de forma sucessiva, caso não seja
reconhecida a inconstitucionalidade da obrigatoriedade do pagamento de
honorários sucumbenciais (advocatícios e periciais) e de custas processuais ainda
que concedido o benefício da gratuidade de justiça, que seja respeitado o
princípio da causalidade para eximir o obreiro do pagamento de quaisquer
honorários sucumbenciais (advocatícios e periciais) e de eventuais custas
processuais, pois o processo não pode reverter-se em dano para quem tinha razão
de o instaurar, devendo aquele que deu causa à demanda responder pelas
despesas decorrentes desta.

DOS FUNDAMENTOS

O Reclamante fundamenta a referida açã o com os artigos da Constituiçã o Federal,


CLT, Có digo Civil Brasileiro, Sú mulas e OJ do TST.

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

É cediço que hoje, vige o princípio da aptidão da prova, a significar que o onus
probandi é de quem possui condiçõ es de cumpri-lo.

A inversã o do ô nus da prova é possível no processo do trabalho por aplicaçã o


subsidiá ria do artigo 6º, VIII do CDC, desde que concomitantemente presentes os
elementos da verossimilhança das alegaçõ es e da hipossuficiência da parte, e os meios
de prova necessá rios estejam na posse do empregador.

Assim, o autor requer neste ato a inversão do ônus da prova, devido a sua
hipossuficiência em face do poder eco nômico das reclamadas e por esta se
encontrar em posse de vários os documentos, que comprovam todos os fatos
alegados.

DO PEDIDO DE APRESENTAÇÃO DE CARTÕES DE PONTO

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Pede o reclamante que as reclamadas apresentem todos os cartõ es/livros de


ponto do obreiro.

IV. CAUSA DE PEDIR

Em face dos fatos narrados, faz jus o Reclamante o reconhecimento do


período não anotado (06/04/2019 a 28/04/2020), salários não pagos, horas
extras, adicional noturno, recolhimento de FGTS e da multa rescisória de 40%,
pagamento das verbas rescisórias, pagamento das contribuições previdenciárias.

V. DOS PEDIDOS
Em face ao exposto, requer a Vossa Excelência, que a Reclamada seja condenada
nos seguintes pedidos:
1. A concessã o dos benefícios da assistência judiciá ria gratuita, visto ser o
Reclamante pobre na forma da lei;
2. Que seja reconhecida a inaplicabilidade do disposto no art. 790-b (caput e
§ 4º); no § 4º do art. 791-a e §§ 2º e 3º do art. 844, em face do teor eminentemente
inconstitucional de tais dispositivos _________ incalculá vel;
3. Sucessivamente, que seja respeitado o princípio da causalidade para
eximir o obreiro do pagamento de quaisquer honorá rios sucumbenciais
(advocatícios e periciais) e de eventuais custas processuais, pois o processo nã o
pode reverter-se em dano para quem tinha razã o de o instaurar, devendo aquele
que deu causa à demanda responder pelas despesas desta decorrentes
________________ incalculá vel;
4. Reconhecimento da responsabilidade solidá ria e/ou subsidiá ria da litisconsorte
passiva pelos valores devidos ao reclamante;
5. Declaraçã o por sentença do reconhecimento do vínculo empregatício
do período não anotado na CTPS, qual seja, de 06.04.2019 a 28.04.2020,
devendo igualmente a reclamada recolher o FGTS e INSS pertinente, surtindo
todos os efeitos legais, como pagamento referente a todas as verbas rescisó rias e
indenizató rias ____________________________ incalculá vel;
6. Em ato contínuo, a anotação na CTPS do Reclamante para fazer constar
todo o período laborado, qual seja, 06.04.2019 a 28.04.2020, funçã o e salá rio
______________________________________ incalculá vel;
7. O autor requer neste ato a inversã o do ô nus da prova, devido a sua
hipossuficiê ncia em face do poder econô mico da reclamada e por esta se
encontrar em posse de vá rios os documentos, que comprovam todos os fatos
alegados, notadamente os cartõ es/livros de ponto;
8. Pagamento dos ú ltimos 04 (quatro) meses de salá rio, totalizando R$
10.856,75;

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9. Pagamento de todas as verbas rescisó rias como dispensa sem justa causa
calculadas sobre o salá rio de R$ 2.750,00 (hum mil, trezentos e trinta e cinco
reais), quais sejam: saldo salá rio (R$ 2.576,31), aviso prévio indenizado (R$
3.037,10), férias proporcionais acrescidas de 1/3 (R$ 4.294,89), 13º salá rio (R$
3.219,81), total de R$ 13.128,11;
10. Pagamento de 1.193 horas extras com adicional de 50% (R$ 22.449,43) e
seus reflexos nas férias acrescidas de 1/3 (R$ 2.683,61), 13º salá rio (R$ 2.018,92),
aviso prévio (R$ 1.986,19), DSR (R$ 4.744,34), FGTS e multa rescisó ria e demais
verbas contratuais e rescisó rias, total de R$ 33.882,49;
11. Pagamento de 273 horas extras com adicional de 50% a título de intervalo
intrajornada (R$ 5.137,21) e seus reflexos nas férias acrescidas de 1/3 (R$
612,85), 13º salá rio (R$ 461,42), aviso prévio (R$ 448,67), DSR (R$ 1.087,96),
FGTS e multa rescisó ria e demais verbas contratuais e rescisó rias, total de R$
7.748,11;
12. Pagamento de 904 horas de adicional noturno (R$ 2.268,16) e seus
reflexos nas férias acrescidas de 1/3 (R$ 271,65), aviso prévio (R$ 207,99), 13º
salá rio (R$ 204,48), DSR (R$ 476,19), FGTS e multa rescisó ria e demais verbas
contratuais e rescisó rias, total de R$ 3.428,47;
13. Pagamento da multa do art. 467, total R$ 6.818,15;
14. Pagamento da multa do art. 477, total R$ 2.750,00;
15. Recolhimento das competências nã o recolhidas de FGTS (R$ 8.836,37) e
recolhimento da multa rescisó ria de 40% sobre o total do FGTS (R$ 2.734,54) no
total de R$ 11.570,91;
16. Requer o pagamento de honorá rios advocatícios, a razã o de 15% sobre o
valor da causa (honorá rios sucumbenciais), ou do valor da liquidaçã o da sentença
– a ser apurado.

DAS PROVAS
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em direito, es-
pecialmente pelo depoimento pessoal da Reclamada, por oitiva de testemunha, por perí-
cia, sem prejuízo de outras provas eventualmente cabíveis.

DA NOTIFICAÇÃO
Assim sendo, requer que a presente açã o seja julgada PROCEDENTE, condenando
a Reclamada ao pagamento do principal acrescido de juros, multa, correçã o, custas pro-
cessuais, honorá rios advocatícios, ao tempo em que requer seja a Reclamada seja devi-
damente notificada para responder aos termos da presente açã o sob pena de revelia e
confissã o.

Dá -se a causa o valor de R$ 70.000,00 (setenta mil reais), apenas para fins fiscais.

Rua Benedito Correia de Sá, 97, Canto da Saudade.


São Miguel dos Campos/AL, CEP: 57.240-000.
Fones: (0xx82) 3271-1466 / 99373-2810(claro)
e-mail: clzeadvogados@gmail.com

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Claudino & Zeferino
__________________________________
A d v og a d o s
CNPJ:21.601.631/0001-36 Registro na OAB/AL nº 398/2014

Nesses termos,
Pede deferimento.
Sã o Miguel dos Campos/AL, 14 de setembro de 2020.

JAQUELINE CLAUDINO DA SILVA NATÃ ZEFERINO DA SILVA


OAB/AL 10.042 OAB/AL 12.567

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