Você está na página 1de 25

Fls.

: 1

AO DOUTO JUÍZO FEDERAL DA _ VARA DOTRABALHO DE VITÓRIA/ES.

COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA CAUTELAR DE


ARRESTO DE TUTELA DE URGÊNCIA

FABIANO DA SILVA ROSA, brasileiro, casado, vigilante, CPF: 085.512.567-50,


RG: 1.960.964 SSP/ES, com endereço na Rua Das Acácias, n° 175, Morada da
Barra, Vila Velha - ES, CEP: 29126-584, telefone: (27) 99205-2412, sem endereço
eletrônico, por seu advogado qualificado e constitui'do conforme instrumento
procuratorio, em anexo, com escritorio profissional na Rua Alberto de Oliveira
Santos, n° 42, Ed. Ames, sala 1706, Centro, Vitória/ES. CEP: 29010-250, Tel. (27)
99654-8186, e-mail: mendess.adv@gmail.com, onde recebem intimações de praxe,
à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 840 da CLT, propor:

RECLAMACÃO TRABALHISTA C/C COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

em face de PLANTÃO SERVIÇOS DE VIGILANCIA LTDA, pessoa jurídica de


direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 25.183.468/0003-51, situada na Rua
Olivia Ludgero, n. 35, Bairro de Fatima, Serra - ES, CEP. 29.160-830, em face de
CONSERVO SERVIÇOS GERAIS LTDA, empresa privada devidamente registrada
no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica sob o nº 17.027.806/0001-76 com sede
na Rua Olivia Ludgero, n. 35, Bairro de Fatima, Serra - ES, CEP. 29.160-830, em
face de SOLVIT SOLUÇÕES ELETRÔNICOS, empresa privada devidamente
registrada no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica sob o nº 02.883.253/0001-86
com sede na Rua Olivia Ludgero, n. 35, Bairro de Fatima, Serra - ES, CEP. 29.160-
830, em face de MUNICIPIO DE VILA VELHA, pessoa jurídica de direito público
interno, inscrita no CNPJ 27.165.554/0001-03, estabelecida na Av. Santa
Leopoldina, 840 - Praia de
Fls.: 2

Itaparica, Vila Velha - ES, 29102-571, pelos fatos e fundamentos que passa expor:

I. BREVE SÍNTESE DO CONTRATO DE TRABALHO

II. 01. DA ADMISSÃO / REMUNERAÇÃO / DEMISSÃO:

O Reclamante fora admitida pela 1ª Reclamada no dia 17 de janeiro


de 2020, para exerce a função de vigilante, com a jornada de trabalho de 12x36,
nas dependências UMEF Deolindo Perim de responsabilidade do município de Vila
Velha/ES, ora quarta reclamada, tendo como última remuneração o salário
convencional de R$ 1.735,47, acrescido de adicional de insalubridade 30% e 40%
adicional noturno.

Ocorre que, a partir de novembro do ano de 2022 a Reclamada


passou a não cumprir com suas obrigações trabalhista, não realizando o
pagamento dos salários, ticket alimentação, depósitos do FGTS, suspendendo o
plano de saúde em novembro 2022 e pagando em atraso o 13º salário do ano
2022.

Apesar de tal fato, o reclamante permaneceu cumprindo suas


tarefas com total dedicação e responsabilidade, todavia, no dia 01 de março de
2023, foi informado sobre o encerramento das atividades da 1ª Reclamada junto ao
contrato com a 4ª Ré, oportunidade em que também foi dispensado sem justa
causa, sendo o aviso prévio cumprindo em casa, já que empresa não possui mais
posto de trabalho para seus Funcionários, e não recebendo este nem as verbas
rescisórias.

III. PRELIMINAR DE MÉRITO

11. 01. TUTELA ANTECIPADA - EXPEDIÇÃO DE ALVARÁ JUDICIAL PARA


MOVIMENTAÇÃO DA CONTA VINCULADA DO FGTS E EXPEDIÇÃO DE
OFÍCIO SRT/ES:

Conforme comunicado de aviso prévio, o Reclamante fora demitido


sem justa causa no dia 01 de fevereiro de 2023 (comunicado da dispensa), sendo
que, até a presente data, a 1ª Reclamada não lhe fornecesse o TRCT no código 01
para saque do FGTS, nem as guias ara habilitação ao seguro- desemprego.
Fls.: 3

No presente caso, os requisitos para concessão da antecipação dos


Fls.: 4

efeitos da tutela estão presentes, uma vez que os documentos que instruem a
inicial demonstram que o rompimento do vínculo empregatício se dera por iniciativa
do empregador, inclusive sem justa causa. Presente, portanto, o fumus boni iuris.

Quanto ao periculum in mora, este também está presente, já que o


autor, face o rompimento do pacto laboral por culpa exclusiva do empregador,
precisa mais do que nunca dos depósitos feitos pela reclamada em sua conta
vinculada, bem como habilitar-se no programa do seguro-desemprego, para
garantir sua subsistência e de sua família.

Além disso, a demora na prestação da tutela jurisdicional poderá


agravar ainda mais a precariedade do seu estado financeiro, sendo necessária,
portanto, a antecipação dos efeitos da tutela pretendida.

Somado a isso, que a 1ª Reclamada já perdeu o contrato com a


PREFEITURA DE VILA VELHA-ES, ora 4ª Reclamada, dispensando os outros
empregados, porém não quitando os direitos trabalhistas dos mesmos, o que tem
provocado uma enxurrada de reclamações trabalhista neste Tribunal Regional, cujo
pedidos são semelhantes ao desta ação, conforme certidão anexo.

Desse modo, é oportuna a concessão da tutela de urgência, na


forma do art. 300, do CPC, in verbis:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver


elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo.

Ainda, nos termos do art. 20, I, da Lei n° 8.036/90, a conta


vinculada do trabalhador poderá ser movimentada na despedida sem justa
causa.

Desde logo, requer a baixa da CTPS do reclamante indicando a


data de 08/03/2023, já observando a projeção do aviso prévio proporcional (39
dias), com base no § 2º do Art. 39 e § 1º do art. 487 ambos da CLT.

Por todo exposto, REQUER seja deferida a antecipação dos efeitos


da tutela a fim de que seja expedido alvará judicial para que o Reclamante
possa sacar o seu FGTS, bem como seja oficiado a SRT/ES para que o mesmo
possa se habilitar no programa do Seguro-desemprego, nos termos do art. 300,
Fls.: 5

do CPC,
Fls.: 6

aplicado subsidiariamente por força do art. 769 da CLT.

Com base no princípio da eventualidade, caso vossas Excelência


não entenda pelo deferimento da liminar, respeitosamente, requer que seja a
Reclamada intimada, para manifestar sobre o pedido liminar, apresentando
eventual documento de rescisão do contrato de trabalho do Autor, sob pena de seu
acolhimento da liminar.

II. 02. JUSTIÇA GRATUITA:

O Reclamante necessita do benefício da justiça gratuita para


defender direito seu perante esse h. juízo, e, para tal fim, DECLARA, com fulcro no
art. 790, § 3º da CLT e art. 2º, parágrafo único, da Lei 1060/50, com suas
alterações posteriores, que é pobre no sentido da Lei, não possuindo condições de
arcar com o pagamento das custas processuais e demais despesas processuais,
sem prejuízo do seu próprio sustento e de sua família, conforme declaração anexa.

Assim, requer a concessão dos benefícios da assistência judiciária


gratuita para os fins a que se destina, indicando o patrono signatário que de logo
aceita o encargo.

III. MÉRITO

IV. 01. DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA – GRUPO ECONÔMICO -


LEGITIMIDADE PASSIVA

Inicialmente, é importante destacar que as 1ª, 2ª e 3ª Reclamadas


formam um verdadeiro grupo econômico com todos os elementos presentes, o
Grupo Conservo oferece soluções em serviços, mão de obra, segurança e
automação, tais como clientes, contratos, funcionários e administração.

A inclusão de todas as reclamadas retro nominadas no polo


passivo da relação processual é imprescindível para resguardar os direitos
trabalhistas do Reclamante, principalmente porque entre as rés há estreito vínculo
societário e demais condições que caracterizam a existência de grupo econômico.
Fls.: 7

Assim, as reclamadas são solidariamente responsáveis pelo


adimplemento do pleito que aqui se institui, haja vista que integram mesmo grupo
econômico, conforme clara redação do Art. 2º, §2º1, da CLT, vejamos:

o
§ 2 Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada
uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção,
controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo
guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico,
serão responsáveis solidariamente pelas obrigações
decorrentes da relação de emprego.
1

Sobre o tema, assim leciona o Ilustre Doutrinador e Ministro do


Tribunal Superior do Trabalho, Maurício Godinho Delgado, a definição de grupo
econômico é:

“O grupo econômico aventado pelo Direito do Trabalho define-se


como a figura resultante da vinculação jus trabalhista que se forma
entre dois ou mais entes favorecidos direta ou indiretamente pelo
mesmo contrato de trabalho, em decorrência de existir entre esses
entes laços de direção ou coordenação em face de atividades,
industriais, comerciais, financeiras, agroindustriais ou de qualquer
outra natureza econômica”. (Curso de Direito do Trabalho, editora
LTR, Oitava Edição, 2009).

A prova deste grupo econômico encontra - se no


website:https://www.grupoconservo.com.br/
Fls.: 8

Portanto, é evidente a existência de grupo econômico entre as


Reclamadas, eis que demonstrado o interesse integrado, a efetiva comunhão de
interesses e a atuação conjunta das empresas.

Sendo assim, requer que seja reconhecida a solidariedade entre as


Reclamadas haja vista fazerem parte do mesmo grupo econômico e a consequente
condenação solidária das 1ª, 2ª e 3ª Reclamadas ao pagamento de todas as
verbas pleiteadas.

111 . 02. DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DA 4ª RECLAMADA:

No caso em tela, o Reclamante foi contratada diretamente pela


Primeira Reclamada que, por sua vez, prestava serviços de vigilância para a quarta
Reclamada em área de responsabilidade do município (declaração anexo).

Deste modo, a 4ª Reclamada deve figurar no pólo passivo da


presente lide, respondendo subsidiariamente pelas verbas trabalhistas, por resta
caracterizado nesta hipótese o disposto no Enunciado 331 do TST e artigo 455 do
diploma Consolidado Trabalhista. Destaca-se que desde a assinatura de sua
CTPS, o Reclamante laborou de forma exclusiva no contrato junto a quarta
Reclamada.

Segundo Dárcio Guimarães de Andrade "esta responsabilidade


independe do vínculo de emprego e tem sua causa na responsabilidade por fato de
terceiro, fundada na presunção de culpa in eligendo ou in vigilando". Isto porque,
sendo o trabalho feito em benefício do tomador, a ele se impõe o dever de zelar
pelo fiel cumprimento das obrigações decorrentes do contrato firmado.

Sendo assim, uma vez que a 4ª Reclamada é a beneficiária final


do serviçoprestado pelo Reclamante, cabe a ela o dever de fiscalizar a execução
do contratosegundo as normas trabalhistas vigentes e de arcar com eventuais
ônus por seu descumprimento.

Tratando-se, portanto, desituação típica de TERCEIRIZAÇÃO


conforme previsto na Súmula 331 do C. TST, que assim dispõe:

IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do


empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador
Fls.: 9

dos serviços, quanto àquelas obrigações, inclusive quanto aos


Fls.:

órgãos da administração direta, das autarquias, das fundações


públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia
mista, desde que hajam participado da relação processual e
constem também do título executivo judicial (art. 71 da Lei nº 8.666,
de 21.06.1993). (grifo nosso).

Ora, a redação do art. 5º-A, §5º, conferido pela Lei 13.429/17 é


cristalina:

“Art. 5º-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra


contrato com empresa de prestação de serviços determinados e
específicos. § 5º A empresa contratante é subsidiariamente
responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em
que ocorrer a prestação de serviços, e o recolhimento das
contribuições previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei
nº 8.212, de 24 de julho de 1991.”

No caso em apreço a Quarta Reclamada negligenciou ao fiscalizar


o contrato e as obrigações trabalhistas posto que a Primeira Reclamada não
depositava o FGTS corretamente, bem como deixou de pagar salários e benefícios
aos empregados, estando a maioria até hoje sem receber.

Nestes termos, reforça a este juízo que a 4ª reclamada na


qualidade de tomadora de serviços prestados pela 1ª Ré, sob forma de
terceirização, responde subsidiariamente pelos créditos trabalhistas devidos a
Reclamante com supedâneo na Súmula 331 do TST, assim como também pela
posição majoritária da jurisprudência, motivo pelo qual também deve recair o dever
de indenizar, caso infrutífera a responsabilização da primeira Ré.

Assim, deve a 4ª Reclamada responder subsidiariamente a


presente demanda em relação ao pagamento das verbas rescisórias, vez que era a
tomadora de serviços da 1ª Reclamada.

111. 03. VERBAS RESILITÓRIAS:

O reclamante foi dispensado sem justa causa pela reclamada no


dia 01 de fevereiro de 2023 (comunicado do aviso), porém não foi realizado a baixa
Fls.:

do
Fls.:

seu contrato nem o pagamento das suas verbas rescisórias.

Diante disso, requer a condenação da reclamada ao pagamento de


todas as verbas rescisórias provenientes da dissolução do contrato de trabalho,
quais sejam: saldo de salário, aviso prévio, décimo terceiro salário proporcional,
férias proporcionais acrescidas do terço constitucional e multa de 40% do FGTS.

112. 04. SALDO DE SALÁRIO – ADICIONAL NOTURNO E ADICIONAL DE


PERICULOSIDADE DOS MESES DE DEZEMBRO/2022, JANEIRO/2023 E
FEVEREIRO/2023:

Conforme informado, o reclamante sempre laborou para as


reclamadas como vigilante noturno, porém apesar de receber contracheque não
recebeu os salários, adicional noturno e adicional de periculosidade dos meses
dezembro/2022, janeiro/2023 e 02 (dois) dias de saldo de salário de fevereiro/2023.

Assim, respeitosamente a condenação da reclamada ao


pagamento salários, adicional noturno e reflexos em RSR e adicional de
periculosidade dos meses dezembro/2022, janeiro/2023 e 02 (dois) dias de
fevereiro/2023, que somados perfazem a importância de R$ 5.774,16 (cinco mil e
setecentos e setenta e quatro reais e dezesseis centavos).

- Dezembro/2022: R$ 2.700,42
• Salário CCT: R$1.647,54
• AdiPericulosidade 30%: R$ 494,26
• AdiNoturno 40%: R$ 468,52
• R.S.R sobre Adinoturno: R$ 90,10

- Janeiro/2023: R$ 2.882,69
• Salário CCT: R$ 1.745,37
• Adi Periculosidade 30%: R$ 523,61
• Adi Noturno 40%:R$ 523,61
• R.S.R sobre Adi noturno: R$ 90,10

- 02 dias de salário de fevereiro/2023: R$ 191,05


• 2 dias Salário CCT: R$ 116,35
• Adi Periculosidade 30%: R$ 34.90
• Adi Noturno 40%: R$ 34,90
• R.S.R sobre Adi noturno: 4,90


Fls.:

111. 05. AVISO PRÉVIO INDENIZADO:

A lei 12.506/2011, regulamentando o aviso prévio proporcional


previsto no art. 7º, XXI, CF, assegurando-o na proporção de 30 dias aos
empregados com menos de 1 ano de serviço na mesma empresa, acrescidos 3
(três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa quando completarem
um ano e assim sucessivamente, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo
um total de até 90 (noventa) dias.

Considerando que o contrato de trabalho teve início no dia 10 de


janeiro de 2020, e término (comunicação do aviso) no dia 01 de fevereiro de 2023,
o Reclamante faz jus ao recebimento de 39 dias de aviso prévio, prorrogando o
término do contrato para o dia 08 de março de 2023.

Cumpre dizer, que o § 1º do art. 487, da CLT, estabelece que a não


concessão de aviso prévio pelo empregador dá direito ao pagamento dos salários
do respectivo período, integrando-se ao seu tempo de serviço para todos os fins
legais.

Dessa forma, requer a condenação da reclamada ao pagamento do


aviso prévio, no valor de R$ 3.747,50 (três mil e setecentos e quarenta e sete reais
e cinquenta centavos), 39 dias, prorrogando o término do contrato para o dia 09 de
julho 2020, com a consequente anotação na CTPS do Reclamante.

112. 06. FÉRIAS INTEGRAIS E PROPORCIONAIS + 1/3 CONSTITUCIONAL:

O inciso I, do art. 130, da CLT, prevê que a cada período de 12


meses trabalhados o empregado terá o direito a férias na proporção de 30 dias:

Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do


contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte
proporção:

I- 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao


serviço mais de 5 (cinco) vezes;

Ocorre que, apesar de dispensado, a reclamada não realizou o


pagamento das férias vencidas do período 2022/2023, nem o pagamento das férias
Fls.: 10

proporcionais e indenizadas, todas acrescidas do 1/3 constitucional.

Sendo assim, requer a condenação da reclamada ao pagamento


das férias integrais, proporcionais e indenizadas, todas acrescido do terço
constitucional, que somadas perfazem a importância de R$ 4.804,48 (quatro mil e
oitocentos e quatro reais e quarenta e oito centavos), em conformidade com o
art. 146, parágrafo único da CLT e art. 7º, XVII da CF/88.

Férias vencidas: R$2.882,69


1/3 sobre férias vencidas: R$960,90
Férias proporcionais (2/12): R$480,45
1/3 sobre férias proporcionais: R$160,15
Férias indenizadas (1/12): R$240,22
1/3 sobre férias indenizadas: R$80,07

113. 07. DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO PROPORCIONAL:

O inciso VIII, do art. 7.º da Constituição Federal de 1988,


estabelece o direito do reclamante em receber a gratificação natalina (décimo
terceiro salário).

Contudo, a reclamada não realizou o pagamento de 03/12 a título


de 13º salario proporcional e indenizado, em relação à remuneração percebida pelo
reclamante.

Desse modo, requer a condenação da reclamada ao pagamento da


importância de R$ 720,67 (setecentos e vinte reais e sessenta e sete centavos),
a título de 03/12 de 13º salário proporcional e indenizado.

Décimo terceiro proporcional (2/12): R$480,45


Décimo terceiro indenizado (1/12): R$240,22

114. 08. DA INTEGRALIDADE DO FGTS E MULTA FUNDIÁRIA:

O art. 15 da lei 8036/90 prevê que todo empregador deverá


depositar até o dia 7 de cada mês na conta vinculada do empregado a importância
correspondente a 8% de sua remuneração devida no mês anterior.

Entretanto, a Reclamada não efetuou os depósitos


correspondentes dos meses de novembro de 2022 até a data da projeção do aviso
prévio (abril de 2023), também não depositou ou efetuou o pagamento da multa
Fls.: 10

de 40% incidente
Fls.: 11

sobre o montante depositado a título de FGTS no período laborado.

Desse modo, tendo em vista que a Reclamada não realizou os


depósitos a título de FGTS, requer que seja a Reclamada condenada a efetuar o
pagamento integral dos depósitos correspondentes dos meses de dezembro 2022
à abril de 2023, que somados correspondem a importância de R$ 1.153,05 (um mil
e cento e cinquenta e três reais e cinco centavos), bem como ao pagamento da
multa de 40% incidida sobre todo o montante depositado em relação ao período
laboral, que corresponde a importância de R$ 3.645,44 (três mil e seiscentos e
quarenta e cinco reais e quarenta e quatro centavos), tudo de acordo com art. 15
c/c § 1º do art. 18 da lei 8036/90 c/c art. 7º, I, CF/88.

115. 09. MULTA DO ART. 477, § 8º, CLT E MULTA DO ART. 467, CLT:

Nos termos do art. 477, § 6º, da CLT, as verbas rescisórias devem


ser pagas no prazo de 10 dias corridos, sob pena de multa de 01 (um) salário do
reclamante, prevista no art. 477, § 8º, da CLT.

Considerando que apesar ter recebido o comunicado de aviso


prévio em 02/03/2023 até o momento a Reclamada não adimpliu corretamente com
a rescisão contratual da reclamante, o prazo para pagamento das parcelas
rescisórias previsto no artigo 477, §6º da CLT foi desrespeitado.

Diante desse fato, requer a condenação da reclamada ao


pagamento da multa do art. 477, § 8º, da CLT, correspondente a importância de R$
2.882,69, (dois mil e oitocentos e oitenta e dois reais e sessenta e nove centavos).

• Salário CCT: R$ 1.745,37 + Adi Periculosidade 30%: R$ 523,61 +


Adi Noturno 40%:R$ 523,61 + R.S.R sobre Adi noturno: R$ 90,10

Também, nos termos do artigo 467 da CLT, o Reclamante requer


que o pagamento das verbas incontroversas seja realizado em primeira audiência,
sob pena da incidência de multa de 50% sobre o valor correspondente (R$
10.730,05).
Fls.: 12

111. 10. TICKET ALIMENTAÇÃO – VALE TRANSPORTE

Conforme exposto, o reclamante não recebeu o ticket alimentação,


nem o vale transporte relativo ao mês de dezembro 2022, janeiro 2023 e 02 dias de
fevereiro de 2023.

A convenção Coletiva de Trabalho (2017) do Reclamante é


expressa ao determinar o pagamento de ticket alimentação e vale transporte.
Vejamos:

Auxilio AlimentaQao

CLAUSULA DECIMA SEXTA - DO TIQUETE ALIMENTAQAO

As partes estabelecem que o tiquete alimenta^ao tera o valor individual e nominal de


R$ 41,00 {quarenta e urn reais) para o periodo de 01/01/2023 a 31/12/2023.

CLAUSULA DECIMA SETIMA - DO VALE TRANSPORTE

O vale transporte sera fornecido na forma da Lei n° 7.418/85.

Paragrafo 1®. O vale transporte podera ser fornecido pelo empregador,


diretamente ao empregado beneficiario, em pecunia (dinheiro), conforme decisao
proferida pela Egregia Se^ao de Dissidios Coletivos do Colendo Tribunal Superior
do Trabalho (ROAA 370.2007.000.17.00). Fica desde logo estabelecido entre as
partes, que o beneficio (vale transporte), quando fornecido em pecunia (dinheiro),
constitui verba sem natureza salarial, nao se incorpora a remunera^ao para
quaisquer efeitos, nao constitui base de incidencia de contribui^ao previdenciaria
ou de FGTS, nao constitui rendimento tributavel do empregado e nao integrara de
forma alguma a remuneragao do empregado beneficiario, e tambem nao podera
receber qualquer reflexo de verba trabalhista, por se tratar de beneficio totalmente
excluido da condi^ao de verba salarial.

Diante do exposto, postula-se a condenação das reclamadas ao


pagamento ticket alimentação e o vale transporte relativo ao mês de dezembro
2022, janeiro 2023 e 02 dias de fevereiro de 2023, que somados perfazem a
importância de R$ 1.614,80 (um mil e seiscentos e quatorze reais e oitenta
centavos).

112. 11. DANOS MORAIS


Fls.: 13

O Egrégio TRT da 17ª já editou súmulas que atestam o dano moral


presumido diante da dispensa sem pagamento das verbas rescisórias:
Fls.: 14

SÚMULA Nº 46 DO TRT DA 17ª REGIÃO "INDENIZAÇÃO POR


DANO MORAL. NÃO PAGAMENTO DE VERBAS RESCISÓRIAS.
DANO PRESUMIDO. A dispensa sem pagamento de verbas
rescisórias configura, por si só, ofensa à dignidade do trabalhador a
ensejar indenização por dano moral, não havendo a necessidade
de prova dos prejuízos advindos do ato ilícito praticado pelo
empregador, porque presumidos".

No caso concreto a empregadora não pagou as verbas rescisórias.


Além disso, o obreiro não teve seu FGTS recolhido corretamente, os salários não
foram pagos no prazo e não recebe os mesmos a mais de três meses, não recebeu
as suas verbas rescisórias, ou seja, a todo o tempo deparou-se com o desrespeito
do empregador, apesar de cumprir fielmente com suas obrigações.

Privar o trabalhador do salário é privá-lo das necessidades básicas,


pois o salário trata-se de meio de subsistência e por essa razão tem caráter
alimentar, da mesma forma o pagamento do salário maternidade.

Ora, os prejuízos de ordem moral, decorrentes dessa situação são


notórios. O constrangimento, a sensação de injustiça por parte daquele que, tendo
agido corretamente, vivenciou situação humilhante, ademais, a angústia com a
impossibilidade de não ter o dinheiro para satisfazer as obrigações
básicas/necessárias, são dele decorrência lógica.

Com seus atos, a Reclamada inevitavelmente trouxe


consequências irreversíveis ao Reclamante, pois atingiu seus valores mais íntimos
e, sobretudo mais importantes, que são a sua honra, a sua integridade e a sua
imagem, repercutindo negativamente nas relações profissionais, sociais e
familiares.

Assim, requer a condenação das reclamadas ao pagamento de


danos morais, em um importe não inferior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais), ou
diverso valor a ser arbitrado, como medida de reparação destinada ao
Reclamante.
Fls.: 15

113. 12. DA INTEGRAÇÃO DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE, ADICIONAL


NOTURNO E SEUS REFLEXOS

Conforme exposto, durante toda a prestação dos serviços do


reclamante, este sempre laborou no período noturno com o recebimento do
respectivo adicional.

O adicional noturno recebido habitualmente reflete em repousos semanais


remunerados, gratificação natalina, férias e aviso-prévio indenizado por disposição
da súmula 60 do TST e do § 5º do artigo 142 da CLT, bem como por força da CCT
da categoria do reclamante em seu parágrafo 3º, clausula décima quarta.vejamos:

SÚMULA Nº 60 - ADICIONAL NOTURNO. INTEGRAÇÃO NO


SALÁRIO E PRORROGAÇÃO EM HORÁRIO DIURNO I - O
adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do
empregado para todos os efeitos.
II - Cumprida integralmente a jornada no período noturno e
prorrogada esta, devido é também o adicional quanto às horas
prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5º, da CLT.
1
§ 5º - Os adicionais por trabalho extraordinário, noturno,
insalubre ou perigoso serão computados no salário que servirá
de base ao cálculo da remuneração das férias.
1
Parágrafo 3°. O adicional noturno, pago com habitualidade,
integra o salário do empregado para todos os efeitos, por isso
mesmo devem ser computados no cálculo do Descanso
Semanal Remunerado – DSR e calcula- se da seguinte forma:
somam-se as horas noturnas normais trabalhadas no mês;
divide-se pelo número de dias úteis; multiplica-se pelo número
de domingos e feriados; multiplica-se pelo valor da hora
normal; multiplica-se pelo valor do adicional noturno (40%).

Outrossim, a Convenção Coletiva de Trabalho (2023) do


reclamante em sua cláusula décima quinta, prevê que o adicional de periculosidade
integra a remuneração dos empregados para todos os fins de direito. Vejamos:

CLÁUSULA DÉCIMA QUINTA - DO ADICIONAL DE


PERICULOSIDADE

O percentual do adicional de periculosidade será de 30% (trinta por


cento) sobre o valor do salário normativo do empregado, nos
termos do artigo 193 da CLT, incluído por força da Lei nº
12.740/2012,
Fls.: 16

publicada em 10.12.12, cuja atividade foi regulamentada pela


Portaria n° 1.885/13 do MTE.

Parágrafo 1º. Fica convencionado entre as partes que o adicional


de periculosidade integra a remuneração dos empregados para
todos os fins de direito.

Parágrafo 2º. Terá direito ao adicional de periculosidade previsto na


Lei n° 12.740/2012, por se tratar de atividade periculosa,
regulamentada pela Portaria n° 1.885/13 do MTE, também os
empregados inspetores, supervisores e fiscais.

Assim, respeitosamente requer a integração ao salário do


Reclamante o adicional noturno e de periculosidade para todos os efeitos legais e
incidência em todas as verbas de direito aqui pleiteadas.

114. 13. DOS HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA:

O art. 133 da CF não recepcionou o “jus postuandi”, razão pela qual


requer a condenação da Reclamada ao pagamento de honorários advocatícios no
importe de 15% (quinze por cento) sobre o valor da condenação, do proveito
econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da
causa, nos moldes do art. 791-A, da CLT. In verbis:

Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria,


serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o
mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15%
(quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da
sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível
mensurá- lo, sobre o valor atualizado da causa.

Assim, requer a condenação da Reclamada ao pagamento dos


honorários advocatícios sucumbenciais no importe de 15% sobre o valor que
resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo
possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
Fls.: 17

115. 14. DA DECLARAÇÃO DE AUTENTICIDADE DOS DOCUMENTOS:

Declaram os subscritores, sob sua responsabilidade pessoal, a


autenticidade dos documentos juntados por cópia simples (art. 830 CLT).

III. 15. DOS VALORES INDICADOS NOS PEDIDOS – NECESSÁRIA


LIQUIDAÇÃO

O Autor, em atendimento ao art. 852-b, I da CLT, indica o valor dos


seus pedidos. Porém, a referida indicação é meramente estimativa, sendo a fase
de liquidação o momento processual adequado para que se proceda a sua
quantificação.

Pelo exposto, requer a condenação das Reclamadas ao pagamento


das verbas deferidas no presente processo, conforme cálculos de liquidação da
sentença, sem limitação aos valores indicados na presente peça, pelo que declara
a Reclamante que não renuncia a valores excedentes aos indicados nos pedidos
retros, na forma do art. 852-b, I, da CLT.

IV. 16. SEGURO DESEMPREGO

Caso não seja possível a habilitação no seguro-desemprego,


requer a condenação da Reclamada ao pagamento da indenização substitutiva da
verba (R$ 10.159,28).

V. DOS PEDIDOS

Diante todo o exposto, respeitosamente, vem requerer:

1) Liminarmente, seja deferida a antecipação dos efeitos da


tutela, a fim de que seja expedido alvará judicial, para que o Reclamante possa
sacar o seu FGTS, bem como seja oficiado a SRT/ES para que o mesmo possa se
habilitar no programa do Seguro-desemprego, nos termos do art. 300, do CPC,
aplicado subsidiariamente por força do art. 769 da CLT; Caso não seja possível a
habilitação
Fls.: 18

no seguro desemprego, requer a condenação da Reclamada ao pagamento da


indenização substitutiva da verba (R$ 10.159,28);

2) Com base no princípio da eventualidade, caso Vossa


Excelência não entendam pelo deferimento da liminar, respeitosamente, requer que
seja a Reclamada intimada, para manifestar sobre o pedido liminar, apresentando
eventual documento de rescisão do contrato de trabalho do Autor, sob pena de seu
acolhimento da liminar;

3) A concessão dos benefícios da justiça gratuita pelos motivos


acima elucidados, haja vista a hipossuficiência da Reclamante;

4) A citação das Reclamadas, no endereço já declinado no


preâmbulo desta peça, para contestar a exordial, querendo, em audiência, no dia e
hora determinados, e acompanhá-la até final da decisão, sob pena de revelia e de
confissão quanto à matéria de fato;

5) Seja reconhecida a solidariedade entre as Reclamadas haja


vista fazerem parte do mesmo grupo econômico e a consequente condenação
solidária das 1ª, 2ª e 3ª Reclamadas ao pagamento de todas as verbas pleiteadas;

6) Seja a 4ª Reclamada condenada subsidiariamente, nos moldes


da súmula 331 do C. TST;

7) A condenação das reclamadas ao pagamento de todas as


verbas rescisórias provenientes da dissolução do contrato de trabalho, quais sejam:
salários, adicional noturno e reflexos em RSR e adicional de periculosidade dos
meses dezembro/2022, janeiro/2023 e 02 (dois) dias de fevereiro/2023 (R$
5.774,16); 39 dias de aviso prévio (R$ 3.747,50); férias integrais,
proporcionais e indenizadas, ambas acrescidas do terço constitucional (R$
4.804,48); décimo terceiro salário proporcional e indenizado 03/12 (R$ 720,67);

8) Seja a Reclamada condenada a efetuar o pagamento dos


depósitos fundiários correspondentes aos meses de dezembro 2022 à abril de
2023, que somados correspondem a importância de R$ 1.153,05 (um mil e cento e
cinquenta e três reais e cinco centavos), bem como ao pagamento da multa de
40% incidida sobre todo o montante depositado em relação ao período laboral, que
corresponde a importância de R$ 3.645,44 (três mil e seiscentos e quarenta e cinco
Fls.: 19

reais e quarenta e quatro centavos), tudo de acordo com art. 15 c/c § 1º do art. 18
da lei 8036/90 c/c art. 7º, I, CF/88;

9) A condenação da Reclamada ao pagamento da multa disposta


no artigo 477, §8º (R$ 2.882,69) e, ainda, caso as verbas incontroversas não sejam
pagas em primeira assentada, requer a condenação na multa do artigo 467, ambos
da CLT (R$ 10.730,05);

10) A condenação das reclamadas ao pagamento ticket


alimentação, nem o vale transporte relativo ao mês de dezembro 2022, janeiro
2023 e 02 dias de fevereiro de 2023, que somados perfazem a importância de R$
1.614,80 (um mil e seiscentos e quatorze reais e oitenta centavos).

11) A condenação das reclamadas ao pagamento de danos


morais, em um importe não inferior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais), ou diverso valor
a ser arbitrado, como medida de reparação destinada ao Reclamante;

12) A integração ao salário do Reclamante o adicional


noturno e de periculosidade para todos os efeitos legais e incidência em todas as
verbas de direito aqui pleiteadas;

13) A condenação da Reclamada ao pagamento de


honorários advocatícios no importe de 15% (quinze por cento) sobre o valor da
condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo,
sobre o valor atualizado da causa, nos moldes do art. 791-A, do CLT (R$ 6.010,92);

14) A condenação das Reclamadas ao pagamento das


verbas deferidas no presente processo, conforme cálculos de liquidação da
sentença, sem limitação aos valores indicados na presente peça, pelo que declara
a Reclamante que não renuncia a valores excedentes aos indicados nos pedidos
retros, na forma do art. 852-b, I, da CLT;

15) Seja a Reclamada condenada em custas e despesas


processuais, bem como na incidência de juros e correção monetária sobre todas as
verbas devidas ao Reclamante;

16) Com fundamento na Instrução Normativa nº


1.127/2011, o imposto de renda deve ser apurado obedecendo ao regime de
Fls.:
110

competência;

17) Por fim, requer a produção de todos os meios de prova


admitidos em direito e desde já requeridos, sem exceção de qualquer um,
principalmente, o depoimento pessoal do representante legal da demandada, oitiva
de testemunhas, perícia e juntada de novos documentos em prova e contraprova.

Dá-se a causa o valor de R$ 56.243,04 (cinquenta e seis mil e


duzentos e quarenta e três reais e quatro centavos).

Termos em que pede deferimento.


Vitória/ES, 14 abril de 2023.

VALDINO MENDES DA SILVA JUNIOR


OAB/27.135

Você também pode gostar