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Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região

Ação Trabalhista - Rito Ordinário


0100538-18.2023.5.01.0264

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 27/07/2023


Valor da causa: R$ 107.610,00

Partes:
RECLAMANTE: MARCELI DOS SANTOS ALVES
ADVOGADO: BRUNO AZEVEDO FARIAS
RECLAMADO: JSD RESTAURANTE E CHURRASCARIA LTDA
PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE
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EXMO. SR. DR. JUIZ DA VARA DO TRABALHO DE SÃO GONÇALO.

MARCELI DOS SANTOS ALVES, brasileira, solteira, cozinheira, residente a Rua


Libano Ratazi, 120 - Coelho – São Gonçalo - RJ – Cep;:24740-500, portador da RG nº. 293895843 DETRAN/RJ e CTPS nº. 1731295
série 0060/RJ e CPF nº. 190.002.707-07 e Pis 22800175353, não possuidor do Nit, nascido em 16/08/2000, filho de Marcia Batista
dos Santos, com endereço para notificação à Rua Dr. Alfredo Backer, 536 – sala 128-129 – Alcântara – São Gonçalo – RJ –Cep:
24452-000, vem, pôr seu advogado abaixo assinado, propor a presente:

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, pelo RITO ORDINARIO.

em face de JSD RESTAURANTE E CHURRASCARIA LTDA, estabelecida a Rua Joao Floriano,


Lt.29 – Qd.96 – Jardim Catarina – São Gonçalo - RJ - Cep:24715-520, cadastrado no CNPJ 38448777/0001-96, não possuidor
do CEI, pelos fatos e fundamentos seguintes:

01 – REQUERIMENTO DE GRATUIDADE.

Nos termos do art. 5º., inciso LXXIV, da Constituição Nacional de 1988, combinado com o artigo 133 da Carta
Política, e, ainda, com os artigos 1º e 3º da Lei 7.115/83, artigos 4º, § 1º, e 5º, § 4º da Lei 1060/50(não revogados pela Lei 5.584/70),
com as alterações pela Lei 7.510/86, e nos termos do artigo 789, § 9º do Texto Consolidado, o Autor declara que não dispõe de
meios para arcar com as custas do processo sem prejuízo do sustento próprio e de seus familiares, vez que desempregado, assim
como os patronos declaram que, presentemente, não estão percebendo quaisquer verbas à título de honorários pela prestação de
seus serviços, motivo pelo qual requer a V. Exa. lhe sejam deferidos os benefícios da Justiça Gratuita.

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HUGO NIGRO MAZZILI, citado pelo Juiz Presidente da 9º JCJ de Salvador – BA, Edilton Meireles, in assunto
especial ST93 – mar./97, afirma que “o juiz não está adstrito aos critérios do art. 2º, parágrafo único, da Lei nº.1060/50, até porque
não há razão para entender a hipossuficiência apenas sob o aspecto economico...” lembramos ainda a lei 5.584/70 no Processo do
Trabalho.

Decerto que a assistência judiciária através de particular, indicado para a defesa da parte interessada, não
possui correlação com a concessão ou não do beneficio da justiça gratuita, haja vista que os requisitos exigidos para tal resta
cristalinamente claro através da exegese das Leis 5584/70, 1.060/50, artigo 789, § § 9º e 10º do Texto Consolidado e dos artigos
133 e 5º da CRFB/88, que veda o monopólio sindical, haja vista possuir este o dever de assistência àqueles que o indicam para o
patrocínio da causa, sendo vedada a, d.m.r., equivocada discriminação que, com certeza, dissipar-se-á ao decorrer da construção
jurisprudencial sólida e eficaz para o tema.

Decerto que também a edição de Emenda Constitucional nº. 24/99 perfez o mais cabal comprometimento dos
termos dos artigos 839, 791 e 843 do Texto Consolidado, quanto a existência do jus postulandi, vindo ainda a consubstanciar a
verdadeira extinção do mesmo jus postulandi.

A verdade é inexiste Lei que vede a concessão do beneficio da justiça gratuita e, consequentemente, a
concessão de honorários advogados, à parte que haja preenchido todos os pressupostos de admissibilidade, exigidos pela
própria Lei, para o seu deferimento.

02 – DA INCONSTITUCIONALIDADE

Preliminarmente argüi a INCONSTITUCIONALIDADE da lei 9958/00.

A nova lei passou a vigir em 13/04/2000 incorporando a Lei de Comissões de Negociações prévia, tornando
obrigatório o comparecimento das partes nas comissões antes de ingressar na justiça especializada se torna uma afronta à regra
Constitucional, Artigo 5º, Inciso XXXV.

Artigo 5º XXXV – A lei não excluirá da apreciação do poder Jurídico lesão ou ameaça a direito.
O direito de ação é, inexoravelmente uma garantia Constitucional, não possuímos no ordenamento Jurídico
pátrio condicionamento a tanto.

03 – DA ADMISSÃO.
A Reclamante foi contratada pela Reclamada em 01/10/2020, para exercer a função de cozinheira,
percebendo, pôr último salário, o valor de R$ 1.578,00 (hum mil quinhentos e setenta e oito reais), por mês.

04 – DA JORNADA DE TRABALHO.
Sua jornada de trabalho sempre foi de Segunda à Sexta das 08:00 às 16:20/17:00 horas, com intervalo
de uma hora para refeição e descanso, e aos Sábados, Domingos e todos os Feriados das 08:00 às 16/17:00 horas, com
intervalo de 30 minutos para refeição e descanso, com uma folga semanal, realizando assim, horas extraordinárias as quais não lhe
foram pagas pela Reclamada.

05 – DO SEGURO - DESEMPREGO.
No caso de deferimento do pedido da rescisão indireta, venha o Autor requerer a entrega dos os
formulários do seguro – desemprego a fazer tal beneficio do seu direito, ou converta tal beneficio em perdas e danos, sendo
equivalente em espécie.

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06 – DO ACUMULO DE FUNÇÃO.
A Autora foi contratada para exercer a função de cozinheira, sendo que era designado para exercer as
funções de cozinheira e atendente.

Dessa forma ocorreu ACUMULO DE FUNÇÃO nos moldes previsto no art. 468 da CLT, prejudicial ao
reclamante, gerando considerável aumento de trabalho já que obrigado a desenvolver as atividades inerantes a função de
cozinheira-atendente, o que significa desenvolver suas atividades com maior intensidade, comparando-se com a função para a qual
foi contratado, causando prejuízo material, pelo que merece um salário justo, correspondente a responsabilidade exigida inerente
as funções efetivamente desempenhadas.

Considerando a lacuna na Lei, quanto ao caso especifico, acumulo de função e intensidade da prestação de
serviço, e, com base no art. 8º da CLT, principalmente quanto ao principio da equidade, combinado com o art. 766 da CLT, no que diz
respeito ao salário justo, devera a Ré ser condenada ao pagamento de um plus salarial em valor equivalente, a no mínimo, 30%
do piso salarial da autora, por mês trabalhado, pelo período de 2(dois) anos e 9 meses ate a presente data, conforme acima, e
com reflexo em todas as verbas salariais fundiárias e rescisórias, com anotação na CTPS do autor, ou valor arbitrado, a critério
de V.Exa; levando-se em consideração, repita-se, os princípios acima invocados.

6.1 – DO DANO MORAL.


A Autora, sofre dano moral por exercer dupla função, prejudicando sua imagem profissional, pelo que faz
jus a indenização correspondente, devendo a Ré ser condenada ao pagamento de indenização em valor equivalente a, no mínimo,
20(vinte) remunerações do reclamante ou valor arbitrado, a critério de V.Exa; como forma reparadora a resgatar
satisfatoriamente a sua imagem profissional

07 – DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
A Reclamada nunca pagou o adicional de periculosidade de 30%, já que trabalhava em contato com facas,
fogão industrial e panela de pressão , assim, faz jus a Reclamante ao pagamento do adicional de periculosidade por todo o período
trabalhado, bem como pericia a ser realizada por este juízo.

08 – FERIADOS TRABALHADOS
O Autor sempre laborou nos dias de Feriados, sem sequer compensar o referente dia durante a semana,
sendo elas: Carnaval; Sexta-Feira da Paixão; Tiradentes(21/04); Dia do Trabalhador(01/05); Independência(07/09); Protetor do
Municipio(10/01); Nossa Senhora de Aparecida(12/10); Finados(02/11); Proclamação da Republica(15/11); Natal.

09 – DOS DEPOSITOS DO FGTS.


A Reclamada não depositou corretamente os depósitos fundiários da Reclamante( deixando de depositar 18
meses), até a presente data, fazendo jus a Autora as respectivas diferença a serem pagas em primeira audiência sob pena de ser
devido em dobro.(doc. em anexo).

10 – DA RESCISÃO INDIRETA.
Diante da postura da Reclamada em não depositar corretamente seu FGTS, bem como ter que fazer dupla
função, bem como não pagar o adicional de periculosidade, bem como as horas extraordinárias, por este motivo a Reclamante
requer com arrimo na articulação do art. 483, alínea d, da CLT, e com arrimo na articulação do art. 137 & 1º da CLT, do texto
consolidado, informa ainda que a Autora permanece trabalhando, aguardando decisão do juízo, para ruptura do seu contrato
de trabalho, Sendo, assim a Reclamante pleiteia o pagamento das verbas a seguir:

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11 – HONORARIOS SUCUMBENCIAIS.
I – Honorários de sucumbência na Justiça do Trabalho. As partes, em reclamatória trabalhista e nas demais
ações da competência da Justiça do Trabalho, na forma da lei, têm direito a demandar em juízo através de procurador de sua livre
escolha, forte no principio da insônia (art. 5º, caput, da Constituição da Republica Federativa do Brasil) sendo, em tal caso, devidos
os honorários de sucumbência, exceto quando a parte sucumbente estiver ao abrigo do beneficio da justiça gratuita.

II – Os processos recebidos pela Justiça do Trabalho decorrentes da Emenda Constitucional 45, oriundos da
Justiça Comum, que nesta esfera da Justiça tramitavam sob a égide da Lei nº. 9.099/95, não se sujeitam na primeira instancia aos
honorários advocatícios, por força do art. 55 da Lei 9.099/95 a que estavam submetidas as partes quando da propositura da ação.

PELO EXPOSTO, reclama:

a. Deferimento do requerimento da Gratuidade da Justiça

b. Que seja reconhecida a rescisão indireta.

c. Baixa na CTPS da Autora.

d. Pagamento de um plus salarial em valor equivalente a 30% do salário do autor por mês
trabalhado, ou valor arbitrado, a critério de V.Exa; pelo periodo de 2(dois) anos e 9 meses até a
presente data, com reflexo em todas as verbas salariais, ou seja, integrações nas horas extras, no
adicional noturno, inclusive na hora para intervalo alimentar, nos RSR, nos 13º salários, em todas as
férias + 1/3 e também no FGTS + multa de 40% com anotação na CTPS do autor, conforme item 06
da fundamentação.- R$ 19.839,00

e. Pagamento de indenização pelo dano moral, por ACUMULO DE FUNÇÃO em valor equivalente a, no
mínimo, 20(vinte) remunerações do autor ou valor arbitrado, a critério de V.Exa; conforme item
06.1 da fundamentação.- R$ 31.560,00

f. 39 dias de Aviso Prévio. = R$ 2.051,00

g. Férias proporcionais – 9/12 avos, acrescida de 1/3. = R$ 1.577,00

h. 13º salário proporcional – 7/12 avos. = R$ 920,00

i. FGTS acrescido de 40%, inclusive nos repousos semanais remunerados, horas extras, aviso, 13º
salário, férias + 1/3 e todas as verbas incidentes de todo o período trabalhado. = R$ 5.831,00

j. Guias do Seguro – Desemprego, ou indenização das parcelas das cotas em espécie. = R$ 7.890,00

k. Horas extras na base de 50% que ultrapassem a duração do trabalho normal de 8 horas diárias, ou,
alternativamente 44 horas semanais e 100% as realizadas aos domingos e feriados. = R$ 5.680,00

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l. Integração das horas extras de 50% e 100% e os repousos semanais remunerados nas parcelas
rescisórias no aviso-prévio, em todos os 13º do período trabalhado. – R$ 1.533,00

m. Requer o Intervalo alimentar suprimido com 50%, conforme art. 71 da CLT e seus reflexos no aviso-
prévio, em todos os 13º do período trabalhado, em todas as férias + 1/3, no R.S.R. e no FGTS + 40%
= R$ 1.757,00

n. Adicional de periculosidade de 30% sobre seu salário, bem como os reflexos nas verbas rescisórias
nos repousos semanais remunerados e FGTS. = R$ 14.936,00

o. Honorários advocatícios de 15%, conforme Enunciado 11 do TST. - R$ 14.036,00

p. Expedição de ofícios ao INSS, à DRT e à CEF comunicando as irregularidades.

Requer de plano, o Autor, seja autorizada a dedução das verbas comprovadamente quitadas, a cada título,
evitando-se o enriquecimento sem causa. Requer, ainda, que a Reclamada apresente os recibos salariais, os controles de freqüência
e as guias de recolhimento de FGTS, sob as penas do artigo 359 do CPC.

ISTO POSTO, requer seja notificada a Reclamada a se fazer presente em Audiência de Conciliação, a ser
designada pôr esse r. Juízo, quando querendo, oferecer resposta, sob pena de revelia, esperando que ao final seja a presente
julgada procedente com esse r. Juízo, condenando a Reclamada a pagar o principal, acrescido de juros e correção monetária, bem
como custas de processo, tudo a ser apurado em liquidação de sentença.
Protestando pela produção de prova testemunhal, documental e depoimento pessoal do representante legal
da Reclamada.

Dá-se à causa o valor de R$ 107.610,00 ( cento e sete mil seiscentos e dez reais)

Termos em que
Pede deferimento.

São Gonçalo, 10 de Julho de 2023.

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https://pje.trt1.jus.br/pjekz/validacao/23072717293711700000180830299?instancia=1
Número do documento: 23072717293711700000180830299

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