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AUGUSTUS & ADVOGADOS ASSOCIADOS

Dr. Carlos Augusto Pereira Silva – OAB/PI nº 8716/ OAB- MA 13264-A


Rua Elias Oka, nº 409. Centro, Floriano – Piauí. CEP 64800-088
(89) 9406-5899 / (89) 9917-2655 E-mail:carlosaugusto10adv@hotmail.com

AO JUÍZO DA VARA FEDERAL DO TRABALHO DE FLORIANO - PI

ANTONIO FRANSCISCO DA SILVA, brasileiro, casado, portador de RG Nº


1.323.848-SSP PI e CPF sob o Nº 510.295.023-15, residente e domiciliado na Conjunto
Habitacional Novo Retiro, Quadra D, Nº 20, CEP 64.808-805 na cidade de Floriano - PI,
vem mui respeitosamente a presença do M.M juiz, por intermédio de seu procurador
CARLOS AUGUSTO PEREIRA SILVA OAB/PI nº 8716 e OAB/MA nº 13264-A, E-mail:
carlosaugustoadv@yahoo.com.br, fazendo parte da Seccional do Estado Piauí,
Subseção Floriano, com escritório profissional situado na Rua Elias Oka, 409, Centro -
Floriano - PI, CEP. 64.800.088, onde recebe notificações e intimações, propor a
presente:

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

Em face do MUNICÍPIO DE FLORIANO - PI, pessoa jurídica de direito público, CNPJ nº


06.554.067/0001-54, localizada na Praça Petrônio Portela, Caixa d'Agua, Floriano - PI,
CEP nº 64.800-000, pelas razões de fato e direito a seguir expostas:

I. DAS PRELIMINARES

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DA ASSISTENCIA JUDICIÁRIA GRATUITA


O requerente é pobre na acepção jurídica do termo, não possuindo
condições financeiras de arcar com o ônus da presente ação, sem sacrifício do
sustento próprio e da própria família, motivo pelo qual pugna pelos benefícios da
Justiça Gratuita preconizados na Lei nº 1.060/50, artigo 98 do Novo Código de
Processo Civil e no art. 5º, LXXIV, da nossa Lei Maior de 1988.

II. DO CONTRATO DE TRABALHO


O reclamante foi admitido, sem aprovação em concurso público em maio
de 2013, para exercer a função de Agente Operacional, no município de Floriano -
PI, no regime de contrato, exercendo seu labor até novembro de 2021, época na
qual foi demitido.
Conforme mencionado, o reclamante exerceu função de agente
operacional nos períodos acima citados, cumprindo carga horaria de 40 horas
semanais, o qual percebia remuneração de um salário mínimo conforme
contracheque acostado.
Ao longo do pacto laboral, não teve sua CTPS devidamente assinada.
Durante todo o período trabalhado, jamais recebeu qualquer valor a titulo de FGTS,
tampouco recebeu quaisquer verbas rescisórias.
Diante do exposto, o reclamante requer a condenação do reclamado ao
pagamento do FGTS que lhe é de direito.

III. DO CONTRATO NULO


A Constituição Federal de 1988, em seu art. 37, II, estatui que, em regra, o
ingresso nos quadros dos entes públicos far-se-á através do concurso público,
constituindo uma hipótese de exceção, o ingresso sem concurso público justificado
pelo excepcional interesse público.
Assim, os entes públicos, vêm usando da contratação temporária por
excepcional interesse público como meio de suprir deficiências de pessoal

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momentâneas, sem a utilização da via constitucional do concurso público, tal qual


ocorreu no caso em tela com o reclamante.
O Tribunal Superior do Trabalho no intuito de esclarecer quais verbas teriam
direito os trabalhadores contratados dessa forma, criou a súmula 363, vejamos:

CONTRATO NULO. EFEITOS - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e


21.11.2003
A contratação de servidor público, após a CF/1988, sem prévia
aprovação em concurso público, encontra óbice no respectivo
art. 37, II e § 2º, somente lhe conferindo direito ao pagamento
da contraprestação pactuada, em relação ao número de horas
trabalhadas, respeitado o valor da hora do salário mínimo, e
dos valores referentes aos depósitos do FGTS.

De acordo com o entendimento consagrado pelo mencionado Tribunal, a


contratação no serviço público sem concurso não gera vínculo de emprego, sendo o
pacto laboral considerado nulo, criando para o contratado, direito ao pagamento dos
depósitos relativos ao FGTS.

Nesses sentido, vejamos o entendimento jurisprudencial:

CONTRATO NULO. FGTS E SALDO SALÁRIO. A contratação de servidor


público celetista, após a CF/1988 sem prévia aprovação em concurso
público, encontra óbice no respectivo art. 37, II e 2§, conferindo lhe,
todavia, o direito ao pagamento da contraprestação pactuada e dos
valores referentes aos depósitos do FGTS. Inteligência da súmula 363
do C.TST. recorrente: município de Itaperuana. Recorrido: Franciane
Aparecida Marques Dias. Relatora: Giselle Bondim Lopes Ribeiro. (TRT-1
RO:00028211620135010471 RJ, Relator: Giselle Bondim Lopes Ribeiro,
Data de julgamento: 03/02/2015)

IV. DO FUNDO DE GARANTIAS DO TRABALHADOR (FGTS) - SÚMULA 363 DO TST

Uma vez sumulado, não há o que se questionar o direito do reclamante ao


recebimento das mencionadas verbas, mais especificamente dos valores devidos a

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título de FGTS, tendo em vista o não recebimento do mesmo quando da demissão do


serviço público.
Vejamos o disposto na sumular:

SÚMULA Nº 363 - CONTRATO NULO. EFEITOS

A contratação de servidor público, após a CF/1988, sem


prévia aprovação em concurso público, encontra óbice no
respectivo art. 37, II e § 2º, somente lhe conferindo direito
ao pagamento da contraprestação pactuada, em relação ao
número de horas trabalhadas, respeitado o valor da hora do
salário mínimo, e dos valores referentes aos depósitos do
FGTS.

O FGTS corresponde a 8% da remuneração devida durante todo o período


trabalhado, nos termos do art. 15, caput, c/c art.18 da lei nº 8.036/90, vejamos:

Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os


empregadores ficam obrigados a depositar, até o dia 7 (sete)
de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância
correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga
ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na
remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da
CLT e a gratificação de Natal.
(...)
Art. 18. Ocorrendo rescisão do contrato de trabalho, por
parte do empregador, ficará este obrigado a depositar na
conta vinculada do trabalhador no FGTS os valores relativos
aos depósitos referentes ao mês da rescisão e ao
imediatamente anterior, que ainda não houver sido
recolhido, sem prejuízo das cominações legais.

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Ressalte-se que a reclamada sequer informou à Caixa Econômica sobre a


existência do vínculo contratual, razão pela qual deixa de juntar os extratos da conta
vinculada ao FGTS.
Nesse contexto, o cálculo de valor da referida verba, observado o período
prescricional, dar-se-á da seguinte forma:

FGTS (8%)
Salário base
05/2013 a 11/2021 R$1.100,00 x 8%= 88,00

Períodos trabalhados:

05/2013 a 11/2021= 90 meses R$88,00 x 90 = R$ 7.920,00

Total: 90 meses
Valor total (R$) R$ 7.920,00

Portando, requer-se o pagamento dos valores correspondentes aos depósitos do


FGTS.

V. DO RECONHECIMENTO DO VÍNCULO TRABALHISTA


O requerente, ocupava o cargo de agente operacional junto a reclamada, e
em violação ao art. 29 da CLT o requerido não anotou a CTPS à época da admissão e
dispensa.
Desse modo, o reclamante pleiteia pelo reconhecimento do vínculo
empregatício por todo o período trabalhado, de maio de 2013 à novembro de 2021,
com anotação na CTPS fazendo constar o período integral em que vigente o liame de
emprego.

VI. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

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A legislação processual trabalhista não tem norma específica que trate dos
honorários advocatícios em todas as situações, mas apenas nos casos de assistência
sindical (Lei 5.584/70), e tão somente para estabelecer o destinatário dos honorários.
Esta omissão leva à aplicação subsidiária do princípio da sucumbência do
processo civil, plenamente compatível com o processo do trabalho, inclusive com o
"jus postulandi" das partes; por inexistir fundamento para não ser acolhido o princípio
da sucumbência no processo do trabalho, segundo o qual aquele que dá causa à
demanda e nela sucumbe deve arcar com as despesas daí decorrentes.
Destarte, deve o Réu ser condenado ao pagamento de honorários advocatícios,
eis que a sua incúria no decorrer do pacto laboral deu causa à presente demanda.
Alternativamente, ainda que entenda este Juízo que o princípio da sucumbência
não deve ser aplicado nesta Especializada, não deve ignorar que o Autor deve ser
reparado pelo gasto que teve com a contratação de advogado para receber seus
direitos trabalhistas, inadimplidos pelo Réu, com base nos artigos 389 e 404 do Código
Civil que estabelecem que os honorários advocatícios não mais decorrem apenas da
sucumbência, mas do inadimplemento de obrigação.
Cumpre ressaltar que a indenização ora pleiteada advém da responsabilidade
objetiva do Réu, pois, visa recompor ao obreiro o ressarcimento integral dos prejuízos
advindos pelo descumprimento das obrigações trabalhistas, evitando assim que ele
tenha que retirar uma parte de seu crédito alimentar para pagar os honorários de seu
advogado.
Pelo exposto, seja em face a aplicabilidade do princípio sucumbência, seja pela
aplicação dos artigos 389 e 404, do Código Civil, deve o Réu ser condenado ao
pagamento de honorários advocatícios em valor igual a 20% sobre o valor total da
condenação, conforme contratado pelo Obreiro com seus advogados.

VII. DOS PEDIDOS


Ante o exposto, requer:
a) A citação da reclamada na pessoa de seu representante legal para que responda
a presente demanda no prazo legal, sob pena de revelia;

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b) A concessão do benefício da justiça gratuita em virtude da reclamante não poder


arcar com o pagamento das custas processuais e honorários advocatícios sem
prejuízo do seu sustento ou de sua família, condição que expressamente
declara, na forma do art. 4º da Lei n.º 1.060/50;
c) Que seja declarado por sentença o reconhecimento do vínculo empregatício do
período referente a maio de 2013 á novembro de 2021, com anotação na CTPS
do reclamante.
d) O recolhimento correspondente aos depósitos do FGTS devidos no montante de
R$ 7.920,00 (sete mil, novecentos e vinte reais), observado o período
prescricional;
e) A Condenação da reclamada ao pagamento das custas e honorários advocatícios
de 20% sobre o valor da condenação, nos termos dos artigos 389 e 404, ambos
do Código Civil, c/c com art. 8º da consolidação das Leis do Trabalho;
Protesta provar alegado por meio de todas as provas em direito admitidas.
Especialmente, a prova documental e testemunhal.

f) Dar-se valor a causa de R$ 7.920,00 (sete mil, novecentos e vinte reais).

Nesses termos

Pede deferimento

Floriano - PI, julho de 2022.

CARLOS AUGUSTO PEREIRA SILVA


OAB/PI nº 8.716
OAB MA n°13.264-A

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