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RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
1 PRELIMINARMENTE
1.1 DA JUSTIÇA GRATUITA
Preliminarmente, a requerente, por ser tratar de pessoa pobre na forma da Lei 1.060/50, com
as alterações advindas das Leis 7.510/86 e 7.871/89, e do artigo 5°, LIXXIV da CF/88, requer
seja deferido os benefícios da gratuidade da justiça, por não poder arcar com eventuais custas,
despesas processuais e honorários advocatícios, sem comprometer seu próprio sustento e de
sua família, conforme declaração de hipossuficiência anexa.
Requer assim, sejam os benefícios da gratuidade da justiça deferidos em sua totalidade,
conforme artigo 98, §§ 5o do Código de Processo Civil, que assim prevê:
“Artigo 98, § 5o: A gratuidade poderá ser concedida em relação a algum ou a
todos os atos processuais, ou consistir na redução percentual de despesas
processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento.”
Portanto requer-se o benefício da gratuidade da justiça.
1.2 DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
Considerando o disposto no artigo 818 da CLT, que estabelece que o ônus da prova cabe à
reclamante quanto ao fato constitutivo do seu direito, é importante observar que, nos termos
do Parágrafo 1º do mesmo artigo, é possível a inversão desse ônus em situações específicas.
Diante das peculiaridades desta causa, especialmente relacionadas à impossibilidade ou à
excessiva dificuldade de cumprir o encargo probatório pela Reclamante, bem como à maior
facilidade de obtenção da prova por parte do empregador ou da própria dinâmica dos fatos
narrados, é requerida a inversão do ônus da prova.
A fundamentação para esta solicitação baseia-se no claro desequilíbrio na obtenção das
provas necessárias para esclarecer os fatos e as circunstâncias relacionadas ao contrato de
trabalho e aos eventos ocorridos durante o período laboral da Reclamante.
Portanto, requer-se que o Juízo atribua o ônus da prova de forma diversa do estabelecido pelo
artigo 818 da CLT, mediante decisão fundamentada, garantindo à parte a oportunidade de se
desincumbir do ônus que lhe foi atribuído, em conformidade com as disposições legais
aplicáveis e o princípio do devido processo legal.
1.3 DOS FATOS
2 DO DIREITO
2.1 DA RESCISÃO INDIRETA
É inegável que a Reclamante foi privada dos direitos previstos não apenas pelo artigo 7º da
Constituição Federal, mas também pelos dispositivos da CLT e da legislação complementar.
Além da ausência do vale-transporte e do salário em tempo hábil, a Reclamante não recebeu a
devida remuneração pelo descanso semanal remunerado (DSR), conforme preceitua o artigo
6º da Lei nº 605/49, uma vez que seu regime de trabalho era diarista.
Adicionalmente, a Reclamante faz jus ao aviso prévio indenizado de 30 dias, o qual deve ser
integralmente incorporado à sua remuneração, conforme estabelecem os artigos 487, §§ 1º, 5º
e 6º da CLT e a Súmula 305 do C. TST. Não menos importante, a Reclamante não teve seu
FGTS corretamente recolhido conforme o artigo 15 da Lei n.º 8.036/90, nem recebeu a multa
de 40% sobre o montante do FGTS devida em caso de rescisão, nos termos do artigo 18 do
mesmo diploma legal.
Portanto, é imprescindível que a Reclamada regularize imediatamente essas pendências
contratuais e rescisórias, garantindo à Reclamante seus direitos trabalhistas de forma integral
e correta, sob pena de responder legalmente pela inobservância dessas obrigações
2.3 DO FGTS
penalizados com o acréscimo do artigo 467 da CLT. Isso equivaleria a privilegiar a fraude em
detrimento da honestidade processual.
Portanto, como medida de justiça e equidade, é imprescindível que o Reclamado seja
condenado ao pagamento da multa prevista no artigo 467 da CLT, garantindo-se assim a
proteção dos direitos trabalhistas da Reclamante e a coerência no sistema jurídico.
2.5 DA RESCISÃO INDIRETA
Nos termos estabelecidos pelo art. 791-A da CLT, na hipótese de procedência total ou parcial
da demanda, requer sejam as Reclamadas condenadas ao pagamento dos honorários
advocatícios concedidos à razão de 15% sobre o valor do montante da condenação, ou em
outro percentual a ser fixado por Vossa Excelência.
2.8 DO DANO MORAL
3 DOS PEDIDOS
O valor atribuído à causa, no montante de R$ 27.278,55 (vinte e sete mil, duzentos e setenta e
oito reais e cinquenta e cinco centavos), fundamenta-se nos direitos trabalhistas pleiteados
pela Reclamante e nas circunstâncias fáticas e jurídicas do caso em questão.
Primeiramente, considerando o reconhecimento do vínculo empregatício da Reclamante,
decorrem os direitos inerentes a essa relação de trabalho, tais como o pagamento das verbas
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TATIANA OLIVER PESSANHA - ADVOGADA
rescisórias, indenizações por danos morais, diferenças salariais, multas previstas na legislação
trabalhista, além dos honorários advocatícios e custas processuais.
Em relação às verbas rescisórias, incluem-se o aviso prévio indenizado, férias proporcionais
acrescidas do terço constitucional, 13º salário proporcional, além da multa do FGTS prevista
no artigo 18 da Lei n.º 8.036/90. As diferenças salariais referem-se ao não pagamento do
vale-transporte e ao atraso no pagamento do salário nos termos legais.
A indenização por danos morais decorre das situações vexatórias e constrangedoras
enfrentadas pela Reclamante no ambiente de trabalho, as quais geraram impactos
significativos em sua saúde emocional e integridade pessoal.
Ademais, há a necessidade de pagamento das multas previstas nos artigos 467 e 477 da CLT,
bem como a correção monetária e incidência de juros legais sobre os valores devidos,
conforme determinação judicial.
Portanto, o valor atribuído à causa é justificado pelas violações aos direitos trabalhistas da
Reclamante e pelos prejuízos sofridos em decorrência das irregularidades cometidas pelo 1º
Reclamado durante o período laboral, buscando-se a reparação integral dos danos e a garantia
da justiça no presente processo."
Dá-se o valor da causa em R$ 27.278,55 (vinte e sete mil, duzentos e setenta e oito reais e
cinquenta e cinco centavos).
Nesses Termos
Pede-se Deferimento
Campinas/SP, 26 de abril de 2024
OAB/SP 262.766