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SENTIDO ÚNICO

GABARITO QUESTÕES – CONTINUAÇÃO


01. (FGV/OAB – XXI EXAME) Plínio é empregado da empresa Vigilância e
Segurança Ltda., a qual não lhe paga salário há dois meses e não lhe fornece vale
transporte há cinco meses. Plínio não tem mais condições de ir ao trabalho e não
consegue prover seu sustento e de sua família. Na qualidade de advogado (a) de Plínio,
de acordo com a CLT, assinale a opção que melhor atende aos interesses do seu cliente.

A) Propor uma ação trabalhista pedindo a rescisão indireta em razão do


descumprimento do contrato por não concessão do vale transporte, podendo
permanecer, ou não, no serviço até decisão do processo.
B) Propor uma ação trabalhista pedindo a rescisão indireta em razão do descumprimento
do contrato por mora salarial.
C) Propor uma ação trabalhista pedindo a rescisão indireta em razão do descumprimento
do contrato por não concessão do vale transporte, mas deverá continuar trabalhando até
a data da sentença.
D) Propor uma ação trabalhista pedindo as parcelas decorrentes da ruptura contratual
por pedido de demissão, além do vale transporte e salários atrasados e indenização por
dano moral, mas seu cliente deve pedir demissão.

R - GABARITO: LETRA A. A questão abordou a extinção do contrato de trabalho


chamada de rescisão indireta, na qual o empregador é quem comete falta grave (muitos
chamam esta modalidade de “justa causa do empregador”). Aqui, a falta deve
ser reconhecida pela Justiça do Trabalho, por meio de uma reclamação trabalhista
proposta pelo empregado. Neste caso, o art. 483 da CLT, alínea ‘d’, diz que comete falta
grave o empregador que não cumpre com as obrigações do contrato. Além disso, a CLT
faculta ao empregado que permaneça ou não no serviço até a decisão final do
processo: CLT, art. 483, § 3º – Nas hipóteses das letras “d” e “g”, poderá o
empregado pleitear a rescisão de seu contrato de trabalho e o pagamento das
respectivas indenizações, permanecendo ou não no serviço até final decisão do
processo.

02 (FGV – OAB XIV EXAME – 2014) O novo prefeito de Tribobó do Oeste decidiu
contratar quatro coveiros para o cemitério público da cidade, o que fez diretamente pelo
regime celetista, sem a realização de concurso público. Após um ano de trabalho, os
coveiros foram dispensados e ajuizaram reclamação trabalhista, postulando férias
vencidas mais 1/3, aviso prévio, 13º salário e depósitos do FGTS, já que sempre
receberam os salários em dia.

Assinale a opção que contempla a(s) verba(s) de direito a que os coveiros efetivamente
fazem jus.
A) Todas as verbas indicadas, pois decorrem do contrato de trabalho celetista.
B) Aviso prévio, 13º salário e FGTS, por terem efetivo cunho rescisório.
C) Apenas os depósitos de FGTS.
D) Apenas os depósitos de FGTS e férias vencidas mais 1/3, por ter o FGTS natureza
salarial e as férias serem direito adquirido pelo ano trabalhado.

COMENTÁRIOS: GABARITO C
O examinador cobrou a famosa Súmula 363 do TST que conversamos de forma
exaustiva em nossas aulas. Empregado contratado sem concurso = contrato NULO. O
empregado terá direito a receber apenas DUAS parcelas: SALÁRIO + FGTS. A questão
destaca que os salários já foram pagos, dessa forma, caberá apenas o recebimento do
FGTS.

03. (OAB XIV EXAME – 2014) Joana trabalha numa empresa que se dedica a dar
assessoria àqueles que desejam emagrecer. Em razão de problemas familiares, Joana foi
acometida por um distúrbio alimentar e engordou 30 quilos. Em razão disso, a empresa
afirmou que agora ela não mais apresentava o perfil desejado para o atendimento aos
clientes, já que deveria ser o primeiro exemplo para eles, de modo que a dispensou sem
justa causa. De acordo com a situação retratada e diante do comando legal, assinale a
opção correta:

A) O empregador tem o direito potestativo de dispensar a empregada sem justa causa,


contanto que pague a indenização prevista em Lei.
B) A situação retrata dispensa discriminatória, ensejando, então, obrigatoriamente, a
reintegração da obreira.
C) A situação retrata dispensa discriminatória, podendo a empregada optar entre o
retorno ou a indenização em dobro do período de afastamento.
D) A situação retrata dispensa discriminatória, ensejando, então, obrigatoriamente, a
indenização do período de estabilidade.

Comentários: GABARITO C - O examinador abordou a Lei 9.029/95 (práticas


discriminatórias) artigo 4º.

04. (OAB/FGV – XVII EXAME - 2015) Josué e Marcos são funcionários da


sociedade empresária Empreendimento Seguro Ltda., especializada em consultoria
em segurança do trabalho e prevenção de acidentes. No ambiente de trabalho de
ambos, também ficam outros 10 funcionários, havendo placas de proibição de
fumar, o que era frisado na contratação de cada empregado. O superior hierárquico
de todos esses funcionários dividiu as atribuições de cada um, cabendo a Marcos a
elaboração da estatística de acidentes ocorridos nos últimos dois anos, tarefa a ser
executada em quatro dias. Ao final do prazo, ao entrar na sala, o chefe viu Josué
fumando um cigarro. Em seguida, ao questionar Marcos sobre a tarefa, teve como
resposta que ele não a tinha executado porque não gostava de fazer estatísticas.
Diante do caso, assinale a afirmativa correta.

a) Josué e Marcos são passíveis de ser dispensados por justa causa, respectivamente por
atos de indisciplina e insubordinação.
b) Ambos praticaram ato de indisciplina.
c) Ambos praticaram ato de insubordinação.
d) A conduta de ambos não encontra tipificação legal passível de dispensa por justa
causa.

Gabarito: "A". Josué ao fumar no local proibido, descumpriu uma ordem de carácter
geral (INDISCIPLINA). Marcos por não fazer a planilha, descumpriu uma ordem
direta (INSUBORDINAÇÃO).

05. (OAB/FGV – X EXAME - 2013) Em determinada reclamação trabalhista o juiz,


à luz das provas produzidas, considera que a natureza jurídica da extinção
contratual foi culpa recíproca (de ambas as partes). Para a hipótese, as alternativas
a seguir apresentam direitos deferidos ao trabalhador, à exceção de uma. Assinale-
a.

a) Metade do aviso prévio.


b) Metade do 13º salário proporcional.
c) Seguro desemprego.
d) Indenização de 20% sobre o FGTS.

Comentários: letra "C". Segundo a doutrina de Renato Saraiva:


"A culpa recíproca ocorre quando tanto o obreiro quanto o empregador cometem falta
grave, tipificadas, respectivamente, nos arts. 482 e 483 consolidados, justificando a
resolução contratual".
A súmula 14 do TST define quais são os direitos inerentes ao trabalhador no caso de
resolução do contrato de trabalho por culpa recíproca: "Reconhecida a culpa recíproca
na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50%
(cinquenta por cento) do valor do aviso-prévio, do 13º salário e das férias
proporcionais".
Quanto a indenização o artigo 484 da CLT é claro ao definir que havendo culpa
recíproca a indenização será reduzida pela metade, senão vejamos: Art. 484 da CLT:
Havendo culpa recíproca no ato que determinou a rescisão do contrato de trabalho, o
tribunal de trabalho reduzirá a indenização à que seria devida em caso de culpa
exclusiva do empregador, por metade. Logo, diante dos diplomas transcritos, apenas o
seguro desemprego não será devido na presente questão.

06. (OAB/FGV XX EXAME – 2016) Ramiro e João trabalharam para a sociedade


empresária Braço Forte Ltda. Ramiro foi dispensado e cumpriu o aviso prévio
trabalhando. João pediu demissão e a sociedade empresária o dispensou do
cumprimento do aviso prévio. Sobre o prazo de pagamento das verbas rescisórias, a
partir do caso descrito, assinale a afirmativa correta.

a) No caso de Ramiro, as verbas deverão ser pagas no primeiro dia útil seguinte ao
término do contrato; e, no caso de João, até dez dias após a dispensa do
cumprimento do aviso prévio.
b No caso de Ramiro, as verbas deverão ser pagas até dez dias após o término do
) contrato; e, no caso de João, até dez dias após a projeção do aviso prévio.

c) No caso de Ramiro, as verbas deverão ser pagas no primeiro dia útil seguinte ao
término do contrato; e, no caso de João, até dez dias após a projeção do aviso
prévio, mesmo dispensado de seu cumprimento.

d Em ambos os casos, as verbas rescisórias deverão ser pagas no primeiro dia útil
) seguinte ao término dos respectivos contratos.

Comentários
Questão sobre prazo para quitação de verbas rescisórias, que exigiu o
conhecimento do art. 477, §6º, da CLT:
CLT, art. 477, § 6º – O pagamento das parcelas constantes do instrumento de
rescisão ou recibo de quitação deverá ser efetuado nos seguintes prazos:
a) até o primeiro dia útil imediato ao término do contrato; ou
b) até o décimo dia, contado da data da notificação da demissão, quando da
ausência do aviso prévio, indenização do mesmo ou dispensa de seu
cumprimento.
João e Ramiro têm situações distintas, conforme quadro abaixo:
Ramiro: a) demitido sem justa causa, com aviso prévio; b) prazo de 1 dia útil do
término do contrato; e c) art. 477, §6º, a, da CLT.
João: a) pediu demissão e foi dispensado do cumprimento do aviso prévio; b)
prazo de 10 dias da notificação da demissão; c) art. 477, §6º, b, da CLT.
Gabarito: alternativa A.

07 (Exame de Ordem 2012.1 - FGV) O trabalhador José foi dispensado, sem justa
causa, em 01/06/2011, quando percebia o salário mensal de R$ 800,00 (oitocentos
reais). Quando da homologação de sua rescisão, o sindicato de sua categoria
profissional determinou à empresa o refazimento do termo de quitação, sob o
fundamento de que o empregador compensou a maior, no pagamento que pretendia
efetuar, a quantia de R$ 1.200,00 (hum mil e duzentos reais), correspondente a um
empréstimo concedido pela empresa ao trabalhador no mês anterior. Diante do exposto,
assinale a alternativa correta.

A) O sindicato agiu corretamente. A compensação não pode ser feita no valor fixado,
devendo se limitar ao valor de R$ 800,00 (oitocentos reais), o que importa na
necessidade de refazimento do termo de quitação, para o ajuste.
B) O sindicato agiu corretamente. A compensação não pode ser feita no valor fixado,
devendo se limitar ao equivalente a 50% (cinquenta por cento) de um mês de
remuneração do empregado, devendo o termo ser refeito para o ajuste.
C) O sindicato agiu incorretamente. A compensação pode ser feita no valor fixado.
D) O sindicato agiu incorretamente. A compensação pode ser feita em qualquer valor,
inexistindo limite legalmente fixado.
Comentários: Alternativa correta "a” Conforme interpretação do artigo 477, §5º, da
CLT, o sindicato da categoria agiu corretamente, uma vez que é expressa a proibição de
desconto superior a 1 (um) mês de remuneração do empregado.
Alternativa "b” O artigo 477, §8º, da CLT é expresso ao limitar eventuais descontos a
um salário do trabalhador, não havendo que se falar na limitação de 50% disposta na
questão.
Alternativas "c” Com base no mesmo fundamento do artigo 477, §5º, da CLT a
compensação de fato não poderia ter sido fixada no valor do problema (R$ 1.200,00),
pois, esse dispositivo estabelece que qualquer compensação não poderá exceder o
equivalente a 1 (um) mês de remuneração, no caso, R$ 800,00.
Alternativa "d". A assertiva, como visto está incorreta, porque não poderia ultrapassar o
valor equivalente a um mês de remuneração, conforme art. 477 da CLT. Aliás, a
compensação somente poderá ocorrer se as obrigações forem de caráter trabalhista, ou
seja, adiantamentos feitos pelo empregador ao empregado etc. Não cabe compensação
se a dívida do trabalhador é estranha à relação de emprego como, no caso de o
empregador ser fiador, avalista do empregado. Nesse sentido, prevê a Súmula n. 18 do
TST: "A compensação, na Justiça do Trabalho, está restrita a dividas de natureza
trabalhista".

08. (Exame de Ordem 2010.3 - FGV) Paulo possuía uma casa de campo, situada em
região rural da cidade de Muzambinho - MG, onde costumava passar todos os finais de
semana e as férias com a sua família. Contratou Francisco para cuidar de algumas
cabeças de gado destinadas à venda de carne e de leite ao mercado local. Francisco
trabalhava com pessoalidade e subordinação, de segunda a sábado, das 11 h às 21 h,
recebendo um salário mínimo mensal. Dispensado sem justa causa, ajuizou reclamação
trabalhista em face de Paulo, postulando o pagamento de horas extraordinárias, de
adicional noturno e dos respectivos reflexos nas verbas decorrentes da execução e da
ruptura do contrato de trabalho. Aduziu, ainda, que não era observada pelo empregador
a redução da hora noturna. Diante dessa situação hipotética e considerando que as
verbas postuladas não foram efetivamente pagas pelo empregador, assinale a alternativa
correta.

A) Francisco tem direito ao pagamento de horas extraordinárias e de adicional noturno,


não lhe assistindo o direito à redução da hora noturna.
B) Francisco tem direito ao pagamento de horas extraordinárias, mas não lhe assiste o
direito ao pagamento de adicional noturno, já que não houve prestação de serviços entre
as 22h de um dia e as 5h do dia seguinte.
C) Francisco não tem direito ao pagamento de horas extraordinárias e de adicional
noturno, por se tratar de empregado doméstico.
D) A redução da hora noturna deveria ter sido observada pelo empregador.
Comentários: A questão aborda vários temas: trabalho rural, adicional e trabalho
noturno, adicional de horas extraordinárias e dispensa sem justa causa. A inserção nesse
tópico justifica-se pelo fato de que aborda as verbas rescisórias devidas ao empregado
na dispensa sem justa causa. Por fim, a questão está desatualizada em razão da
promulgação da EC no 72/2013 e da LC no 150/2015, que ampliou os direitos
constitucionais garantidos aos empregados domésticos.
Alternativa correta: "a". É direito do trabalhador urbano e rural a duração do trabalho
não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais (art. 7o, XIII, CF/88).
Como a jornada diária de Francisco ultrapassava esse limite (dez horas diárias), ele terá
direito ao adicional por tempo extraordinário. Ainda, o trabalhador rural possui direito à
remuneração por trabalho noturno nos seguintes termos, de acordo com o art. 7°,
"caput~ da Lei n° 5.889/1973: Trabalho na lavoura: trabalho noturno das 21 horas de
um dia às 5 horas do dia seguinte. Trabalho em atividade pecuária: 20 horas de um dia
às 4 horas do dia seguinte. Dessa forma, por trabalhar em atividade pecuária, Francisco
possui direito ao adicional noturno, no valor de 25% sobre a hora diurna (art. 7°,
parágrafo único, Lei no 5.889/1973). Ao empregado rural, não é aplicável a hora
reduzida de 52 minutos e 30 segundos, prevista no art. 73, § 1°, CLT.
Alternativa "b". Como na questão o empregado trabalhava na pecuária, seu horário
noturno era de: 20 horas de um dia às 4 horas do dia seguinte. Logo, tinha direito ao
adicional noturno de 25%.
Alternativa "c”: Em razão da promulgação da EC no 72/2013 e da LC no 150/2015, os
empregados domésticos passaram a ter direito à limitação de jornada e ao adicional de
horas extras no valor de, no mínimo, 50% sobre a hora normal (art. 2°, "caput" e§ 1o,
LC n° 150/2015), bem como adicional noturno de, no mínimo, 20% sobre o valor da
hora diurna (art. 14, § 2o, LC n° 1 50/2015). No caso, não se trata de doméstico porque
Francisco estava inserido em atividade lucrativa, aliás estava expresso na questão:
"Contratou Francisco para cuidar de algumas cabeças de gado destinadas à venda de
carne e de leite ao mercado local. " Mesmo que Francisco fosse empregado doméstico,
teria direito ao adicional de horas extras e adicional noturno.
Alternativa "d': A hora noturna do empregado rural é de 60 minutos, ou seja, não é
aplicada a hora reduzida de 52 minutos e 30 segundos, prevista no art. 73, § 1°, CLT
(trabalhador urbano).

09. (Exame de Ordem 201 1.1 - FGV) João da Silva ajuizou reclamação trabalhista em
face da empresa Alfa Empreendimentos Ltda., alegando ter sido dispensado sem justa
causa. Postulou a condenação da reclamada no pagamento de aviso prévio, décimo
terceiro salário, férias proporcionais acrescidas do terço constitucional e indenização
compensatória de 40% (quarenta por cento) sobre os depósitos do FGTS, bem como na
obrigação de fornecimento das guias para levantamento dos depósitos do FGTS e
obtenção do benefício do seguro-desemprego. Na peça de defesa, a empresa afirma que
o reclamante foi dispensado motivadamente, por desídia no desempenho de suas
funções (artigo 482, alínea ·e, da CLT), e que, por essa razão, não efetuou o pagamento
das verbas postuladas e não forneceu as guias para a movimentação dos depósitos do
FGTS e percepção do seguro-desemprego. Considerando que, após a instrução
processual, o juiz se convenceu da configuração de culpa reciproca, assinale a
alternativa correta.

A) A culpa reciproca é modalidade de resilição unilateral do contrato de trabalho.


B) O reclamante tem direito a 50% do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário
e das férias proporcionais.
C) O reclamante não poderá movimentar a conta vinculada do FGTS.
D) O reclamante não tem direito ao pagamento de indenização compensatória sobre os
depósitos do FGTS.

Comentários: Alternativa correta "b". A culpa recíproca, ao contrário da dispensa por


justa causa e da rescisão indireta do contrato de trabalho, ocorre quando as duas partes
motivam a extinção do contrato de trabalho. Há, portanto, falta grave simultânea do
empregado e do empregador. Essa modalidade de término do contrato deve ser
reconhecida pelo Poder Judiciário. De acordo com a Súmula no 14 do TST:
"Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o
empregado tem direito a cinquenta por cento do valor do aviso-prévio, do décimo
terceiro salário e das férias proporcionais'.
Alternativa "a". A culpa recíproca, como visto, ao contrário da dispensa por justa causa
e da rescisão indireta do contrato de trabalho, ocorre quando as duas partes motivam a
extinção do contrato de trabalho.
Alternativa "c” O empregado poderá sacar os depósitos da conta vinculada do FGTS,
além de ter direito a indenização de 20% sobre o valor dos depósitos. (art. 20, inciso I,
Lei no 8.036/1 990).
Alternativa "d'" Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior,
reconhecida pela Justiça do Trabalho, o percentual de que trata o § 1o [multa fundiária]
será de 20 (vinte) por cento (art. 18, § 2°, Lei no 8.036/1990).

10. (FGV - Exame de Ordem 2013.3) Godofredo ajuizou reclamação trabalhista,


dizendo-se vítima de discriminação, já que a empresa para a qual trabalhava o dispensou
no mês em que ele completou 60 anos de idade, o que acontecia rigorosamente com
todos os empregados que alcançavam esta idade. Alega que essa é uma odiosa e
inconstitucional polí- tica não escrita da empresa. Caso comprovada a alegação de
Godofredo sobre a dispensa discriminatória e à luz da Lei n. 9.029/95, é correto afirmar
que:
A) como portador de garantia no emprego, Godofredo deve requerer sua reintegração,
único direito que lhe é assegurado.
B) o empregado pode optar entre o retorno e a percepção em dobro do período de
afastamento.
C) uma vez que Godofredo não tem estabilidade, somente poderá pleitear indenização.
D) a dispensa em razão da idade não pode ser considerada discriminatória nem ilegal, já
que é uma circunstância que atinge a todos.

Comentários: Alternativa correta: "b” Comentário serve para as demais alternativas,


uma vez que versam sobre o mesmo assunto. "O rompimento da relação de trabalho por
ato discriminatório, nos moldes desta Lei, além do direito à reparação pelo dano moral,
faculta ao empregado optar entre; I - a readmissão com ressarcimento integral de todo o
período de afastamento, mediante pagamento das remunerações devidas, corrigidas
monetariamente, acrescidas dos juros legais; II -a percepção, em dobro, da remuneração
do período de afastamento, corrigida monetariamente e acrescida dos juros legais: (art.
4°, inciso I e 11, Lei no 9.029/1995).

11. (FGV 2016 – OAB XX Exame de Ordem Unificado) Lúcia trabalha na sede de uma
estatal brasileira que fica em Brasília. Seu contrato vigora há 12 anos e, em razão de sua
capacidade e experiência, Lúcia foi designada para trabalhar na nova filial do
empregador que está sendo instalada na cidade do México, o que foi imediatamente
aceito. Em relação à situação retratada e ao FGTS, à luz do entendimento consolidado
do TST, assinale a afirmativa correta.
a) Lúcia terá direito ao depósito do FGTS enquanto estiver trabalhando no México, que
deverá continuar sendo depositado na sua conta vinculada no Brasil.
b) Usando-se a teoria atomista, chega-se à conclusão que Lúcia terá direito à metade do
FGTS, que será depositado na sua conta vinculada.
c) Uma vez que na legislação do México não há previsão de FGTS, Lúcia não terá esse
direito assegurado.
d) Para que Lúcia tenha direito ao FGTS, deverá assinar documento próprio para tal
fim, devidamente traduzido.
Comentários
Em resumo, é preciso pagar FGTS para empregado transferido para o exterior?
A resposta está na lei que dispõe sobre trabalhadores contratados ou transferidos para o
exterior:
Lei 7.064/1982, art. 3º, parágrafo único – Respeitadas as disposições especiais desta
Lei, aplicar-se-á a legislação brasileira sobre Previdência Social, Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço – FGTS e Programa de Integração Social – PIS/PASEP.
Portanto, é devido o FGTS à Lúcia, para qualquer país que ela seja transferida. A
questão faz, ainda, menção a entendimento consolidado do TST, o que nos remete ao
cancelamento da SUM-207 do TST, que dizia:
SUM-207 – A relação jurídica trabalhista é regida pelas leis vigentes no país da
prestação de serviço e não por aquelas do local da contratação.
Gabarito: alternativa A.

12. (FGV 2016 – OAB XX Exame de Ordem Unificado) Após ter sofrido um acidente
do trabalho reconhecido pela empresa, que emitiu a competente CAT, um empregado
afastou-se do serviço e passou a receber auxílio-doença acidentário. Sobre a situação
descrita, em relação ao período no qual o empregado recebeu benefício previdenciário,
assinale a afirmativa correta.
a) A situação retrata caso de suspensão contratual e a empresa ficará desobrigada de
depositar o FGTS na conta vinculada do trabalhador.
b) Ocorrerá interrupção contratual e a empresa continua com a obrigação de depositar o
FGTS para o empregado junto à CEF.
c) Ter-se-á suspensão contratual e a empresa continuará obrigada a depositar o FGTS na
conta vinculada do trabalhador.
d) Haverá interrupção contratual e a empresa estará dispensada de depositar o FGTS na
conta vinculada do trabalhador.
Comentários
Primeiramente, vale a pena registrar que a “CAT”, citada na questão, é a sigla para
“Comunicação de Acidente do Trabalho”. Na situação narrada, o empregado encontra-
se em afastamento previdenciário decorrente de acidente do trabalho, o que caracteriza
hipótese de suspensão do contrato de trabalho (Lei 8.213/1991, art. 60, caput). Apesar
de não ter que que pagar os salários do empregado, nesta hipótese o empregador
continua obrigado a depositar o FGTS do empregado, conforme disposto na Lei do
FGTS:
Lei 8.036/1990, art. 15, § 5º O depósito de que trata o caput deste artigo é obrigatório
nos casos de afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por
acidente do trabalho.
Esta é uma das exceções à regra geral de suspensão do contrato de trabalho.
Gabarito: alternativa C.

13. (Exame de Ordem 2012.3 - FGV) Acerca do Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço (FGTS), assinale a afirmativa correta.
A) A movimentação de conta vinculada do FGTS não poderá ocorrer nos casos de
aposentadoria espontânea concedida pela Previdência Social em que o empregado titular
da conta continua com o contrato de trabalho em vigor.
B) O empregado doméstico passou a ser beneficiário obrigatório do FGTS.
C) Os diretores não empregados de empresas sujeitas ao regime da legislação trabalhista
não poderão estar sujeitos ao regime do FGTS, em razão da ausência de vínculo
empregatício.
D) Nos termos da lei especifica que regulamenta o FGTS, os empregadores deverão
depositar nas contas vinculadas dos empregados o valor correspondente a 8% da
remuneração de cada empregado do mês anterior, incluídas na remuneração as
comissões, gorjetas e prestações in natura e, ainda, o 13° salário.
Comentários:
A questão aborda o tema do FGTS, que é uma "poupança forçada" suportada
exclusivamente pelo empregador. Todos os meses, ao quitar o salário e demais
adicionais, o empregador deverá depositar numa conta vinculada do trabalhador 8% da
sua remuneração. Atualmente, a questão encontra-se desatualizada diante da
promulgação da Nova Lei dos Domésticos (LC no 150/201 5).
Alternativa correta:"d': Todos os empregadores ficam obrigados a depositar, até o dia
7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8%
(oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior. Esse percentual incide
sobre remuneração (art. 15, § 6°). A título de exemplo, incidirá sobre as seguintes
parcelas para fins do depósito do FGTS: salário; salário in natura; acréscimo 1/3
constitucional de férias; descanso semanal remunerado; aviso-prévio (trabalhado ou
indenizado); gorjetas; adicionais legais (hora extra, noturno, transferência, insalubridade
e periculosidade); décimo terceiro salário.
Alternativa "a". Uma das hipóteses de movimentação da conta vinculada (saque dos
depósitos do FGTS} é a concessão de aposentadoria (art. 20, inciso 111, Lei no
8.036/1990}. O empregado poderá sacar os depósitos independentemente de continuar
ou não trabalhando na empresa. Alternativa "b': Atualmente correta. Após a edição
da EC no 72/2013, o FGTS passou a ser direito constitucional assegurado aos
trabalhadores domésticos (art. 7°, parágrafo único, CF/88).
Com o advento da EC no 72/2013, o FGTS passou a ser direito constitucional
assegurado aos domésticos, mas que somente poderia ser exigido do empregado com a
edição de lei regulamentando o assunto. Nesse sentido, o art. 34, inciso IV, da LC no
150/2015 passou a assegurar o depósito do valor de 8o/o da remuneração do empregado
doméstico para o recolhimento do FGTS: Art. 34. O Simples Doméstico assegurará o
recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, dos seguintes valores:
( ... ) IV - 8% (oito por cento) de recolhimento para o FGTS; A nova lei complementar
condicionou a obrigação de inscrever e recolher o FGTS dos empregados domésticos à
edição de um regulamento pelo Conselho Curador e pelo agente operador do fundo que
se destine a disciplinar os aspectos técnicos dos depósitos, saques, devolução de valores
e emissão de extratos, dentre outros. Nesse sentido, foi editada a Resolução CC/FGTS
no 780/2015 estabelecendo a obrigatoriedade na contribuição ao FGTS a partir de 1 o de
outubro de 20153
Com isso, passou a ser obrigatório que o empregador doméstico realize seu cadastro no
portal eletrônico "e-social” para que seja possível efetuar as contribuições do Simples
Doméstico, inclusive dos depósitos de 8% do FGTS.
Alternativa "c". O FGTS ao diretor não empregado é facultativo, uma vez que, este
passa a exercer funções que se confundem com as do empregador, ou seja, estará
ausente o requisito da subordinação inerente à relação de emprego. Lembre-se de que,
caso esteja presente a subordinação, o diretor terá direito ao FGTS (obrigatório).

14. (Exame de Ordem 2012.1 - FGV) Em razão de forte enchente que trouxe sérios
prejuízos à localidade, houve o encerramento das atividades da empresa Boa Vida Ltda.,
que teve seu estabelecimento totalmente destruído pela força das águas. Diante dessa
situação hipotética, com relação aos contratos de trabalho de seus empregados, assinale
a alternativa correta.

A) O encerramento da atividade empresarial implicará a resilição unilateral por vontade


do empregador dos contratos de trabalho de seus empregados.
B) Os empregados têm direito à indenização compensatória de 20% (vinte por cento}
sobre os depósitos do FGTS.
C) Os empregados não podem movimentar a conta vinculada do FGTS.
D) O empregado detentor de estabilidade provisória por ter sido eleito representante dos
empregados na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes -CIPA tem direito ao
pagamento dos salários do período compreendido entre a data da ruptura do contrato de
trabalho e o final do período da garantia de emprego.

Comentários: A questão abordava vários assuntos: FGTS, força maior e estabilidade


para membros da CIPA. A inserção da questão nesse tópico justifica-se pelo fato de que
a alternativa correta versa sobre o instituto do FGTS.
Alternativa correta: "b”: No presente caso, houve motivo de força maior que ensejou
o encerramento das atividades da empresa. Dessa forma, o artigo 502, 11, da CLT e
artigo 18, §2°, da Lei 8.036/90, admitem que a indenização compensatória sobre os
depósitos do FGTS são devidas pela metade, ou seja no importe de 20%.

15. (Exame de Ordem 2011.1 – FGV) Assinale a alternativa correta em relação ao


Fundo de Garantia do Tempo de Serviço- FGTS.
A) Durante a prestação do serviço militar obrigatório pelo empregado, ainda que se trate
de período de suspensão do contrato de trabalho, é devido o depósito em sua conta
vinculada do FGTS.
B) Na hipótese de falecimento do empregado, o saldo de sua conta vinculada do FGTS
deve ser pago ao representante legal do espólio, a fim de que proceda à partilha entre
todos os sucessores do trabalhador falecido.
C) Não é devido o pagamento de indenização compensatória sobre os depósitos do
FGTS quando o contrato de trabalho se extingue por força maior reconhecida pela
Justiça do Trabalho.
D) A prescrição da pretensão relativa às parcelas remuneratórias não alcança o
respectivo recolhimento da contribuição para o FGTS, posto ser trintenária a prescrição
para a cobrança deste último.

Comentários: A questão aborda o tema do FGTS e, também, exige do candidato o


conhecimento das hipóteses de interrupção e suspensão. Interrupção do contrato de
trabalho é a ausência provisória da prestação de serviços com o pagamento de salários,
inclusive depósitos do FGTS, e com a contagem de tempo de serviço. Suspensão do
contrato de trabalho é a ausência provisória da prestação de serviços sem o pagamento
de salários, inclusive ausente o depósito do FGTS e sem a contagem de tempo de
serviço.
Alternativa correta: "a". O serviço militar obrigatório é um caso controvertido, se
configura suspensão ou interrupção, mas prevalece que se enquadra na hipótese de
suspensão do contrato. Nesse caso, não há a obrigação de pagamento de salários, mas
persiste a obrigação do depósito em conta vinculada do FGTS. Nesse sentido o art. 15, §
5° da Lei no 8.036/1 990 - Lei do FGTS.
Alternativa "b". Em caso de falecimento do empregado o saldo de sua conta vinculada
deve ser pago a seus dependentes, para esse fim habilitados perante a Previdência
Social, segundo o critério adotado para a concessão de pensões por morte. Na falta de
dependentes, farão jus ao recebimento do saldo da conta vinculada os seus sucessores
previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, expedido a requerimento do
interessado, Independente de Inventário ou arrolamento (art.20, IV, Lei n 8.036/1990).
Alternativa "c". Na hipótese de dispensa sem justa causa, o empregador depositará na
conta vinculada do trabalhador a importância igual a 40% do montante de todos os
depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho,
atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros (art. 18, § 1°, Lei n.
8.036/1990). Se houver culpa reciproca ou força maior, a indenização será de 20% sobre
o total de depósitos.
Alternativa "d". O prazo prescricional para ingressar na Justiça do Trabalho é de dois
anos a contar da extinção do contrato. Após esse período, estará prescrito o direito de
ação do empregado para reclamar os depósitos do FGTS. Se observado o prazo anterior,
o trabalhador poderia pleitear os últimos trinta anos. É a chamada prescrição trintenária.
Ressalta-se que, recentemente (novembro/2014), o STF reduziu o prazo prescricional do
FGTS de 30 anos para 5 anos de acordo com o art. 7º, XXIX, CF/88. A alternativa "d"
tratava dessa situação, prevista na jurisprudência do TST: "Súmula n• 206 do TST.
Incidência sobre parcelas prescritas. A prescrição da pretensão relativa às parcelas
remuneratórias alcança o respectivo recolhimento da contribuição para o FGTS:' Por
fim, verifica-se que não haverá mais discussão entorno da aplicação conjunta das
Súmulas n• 206 do TST, uma vez que a prescrição das parcelas trabalhistas não pagas
ocorrerá juntamente com a prescrição para que os depósitos do FGTS fossem realizados
(5 anos) de acordo com o art. 7•, XXIX, CF/88. Assim, desde que o empregado ingresse
dentro de 2 anos a contar da extinção do contrato, terá o prazo de S anos para exigir a
parcela não paga e o depósito do FGTS em relação a essa parcela. Portanto, o prazo
prescricional passou a ser de 5 anos para exigir a parcela principal e a acessória do
FGTS.

16. (XIII Exame de Ordem Unificado – FGV – 2014) Uma empresa, em consenso
com os seus empregados e com a chancela do sindicato, realiza um acordo coletivo com
prazo de vigência indeterminado.Com relação a esse caso, assinale a afirmativa correta.

A) O instrumento é inválido naquilo que ultrapassar dois anos, prazo máximo de


vigência deste instituto.
B) O acordo é integralmente válido, já que fruto da vontade da classe trabalhadora, que
possui poder de negociação.
C) Será válido o acordo desde que a Superintendência Regional do Trabalho o
homologue, já que a Lei é omissa a respeito do prazo.
D) O instrumento é inválido naquilo que ultrapassar quatro anos, prazo máximo de
vigência deste instituto.
Comentários: GABARITO: A. O §3º do art. 614 da CLT dispõe que “não será permitido
estipular duração de Convenção ou Acordo superior a 2 (dois) anos”, razão pela qual o
acordo coletivo em questão não terá validade em relação àquilo que ultrapassar dois
anos. A teoria da ultratividade, consagrada pela atual redação da Súmula 277 do TST,
não pode ser confundida com o prazo máximo legal de duração das normas coletivas.
Com efeito, a ultratividade pressupõe justamente o esgotamento do prazo de duração
fixado para a norma, hipótese em que ocorre a manutenção da aplicação de suas
cláusulas até que nova negociação coletiva venha a reger as condições de trabalho da
categoria.
SUM-277 CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO OU ACORDO COLETIVO
DE TRABALHO. EFICÁCIA. ULTRATIVIDADE (redação alterada na sessão do
Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012 – DEJT divulgado em 25, 26
e 27.09.2012.
As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas integram os
contratos individuais de trabalho e somente poderão ser modificadas ou suprimidas
mediante negociação coletiva de trabalho.
Na prática, portanto, não é dado às partes estipular convenção ou acordo coletivo de
trabalho com duração superior a dois anos, embora seus efeitos possam se estender no
tempo, até que negociação coletiva superveniente estabeleça novas condições de
trabalho.

17. (XIII Exame de Ordem Unificado – 2015)


Em normas coletivas firmadas pela empresa Montagens Industriais Ltda, há previsão de
multa por descumprimento de
cláusulas normativas que foram efetivamente descumpridas pela empresa.
Diante disso, assinale a afirmativa correta.

A) O empregado terá de ajuizar tantas ações quantas forem as lesões, postulando, em ca


da uma delas, a multa pelodescumprimento de obrigações previstas nas respectivas cláu
sulas.
B) Tratando-se
de multa prevista em instrumento normativo em decorrência de descumprimento de cláu
sula que reproduz texto de lei, a multa é incabível.
C) Tendo em vista a reprodução de textos de lei em cláusulas de instrumentos normativ
os diversos, ficará a critério do juizdefinir se pode haver esse acúmulo.
D) O descumprimento de qualquer cláusula constante de instrumentos normativos diver
sos não submete o empregado aajuizar várias ações, pleiteando, em cada uma, o pagame
nto de multa referente ao descumprimento de obrigações previstasnas respectivas cláusu
las.

COMENTÁRIOS: GABARITO: (D)


É importantíssimo o estudo e leitura das Súmulas e OJ’s do TST.
O gabarito da questão encontra-se na Súmula nº 384 do TST. Este entendimento baseia-
se na celeridade processual, daí a não submissão do empregado em ajuizar várias ações
para pleitear o pagamento de multa constante em instrumento coletivo, ainda que
diversos.
(A) INCORRETA: é admitida a instituição de multa convencional por descumprimento
da negociação coletiva, ainda que a norma coletiva seja mera repetição de texto legal.
Súmula nº 384 do TST
MULTA CONVENCIONAL. COBRANÇA.
I - O descumprimento de qualquer cláusula constante de instrumentos normativos
diversos não submete o empregado a ajuizar várias ações, pleiteando em cada uma o
pagamento da multa referente ao descumprimento de obrigações previstas nas cláusulas
respectivas.
II - É aplicável multa prevista em instrumento normativo (sentença normativa,
convenção ou acordo coletivo) em caso de descumprimento de obrigação prevista em
lei, mesmo que a norma coletiva seja mera repetição de texto legal.
(B) INCORRETA: a previsão de penalidade pelo descumprimento de cláusula coletiva
é exigência legal (CLT) de formalidade do instrumento coletivo. Nesse sentido, é
comum a reprodução de texto de lei, por exemplo, do art. 477 da CLT, daí não ser
impedimento de cobrança quando mera repetição de texto legal.
Atente-se que o valor da multa não poderá ser superior ao valor do principal.
OJ nº 54 da SDI-I - MULTA. CLÁUSULA PENAL. VALOR SUPERIOR AO
PRINCIPAL. O valor da multa estipulada em cláusula penal, ainda que diária, não
poderá ser superior à obrigação principal corrigida, em virtude da aplicação do artigo
412 do Código Civil de 2002 (art. 920 do Código Civil de 1916).
(C) INCORRETA: não cabe ao juiz indeferir a cumulação de pedidos de multa
convencional prevista em instrumento diverso, conforme explicação acima exposta.

18. (FGV- Exame de Ordem 2014.3) Os empregados da empresa Calçados Ribeiro


Ltda. decidem entrar em greve para reivindicar aumento de salário. A greve foi
deliberada e votada em assembleia convocada apenas para tal, tendo o empregador sido
comunicado com 48 horas de antecedência acerca do movimento paredista. Durante a
greve, de acordo com a Lei:
A) os contratos de trabalho ficarão interrompidos.
B) não há uma diretriz própria, na medida em que a Lei é omissa a respeito, cabendo ao
Judiciário decidir.
C) o empregador pode contratar imediatamente substitutos para o lugar dos grevistas.
D) os contratos de trabalho ficarão suspensos.

Comentários: Alternativa correta: "d': Comentário serve para as demais alternativas,


uma vez que versam sobre o mesmo assunto. "Observadas as condições previstas nesta
Lei, a participação em greve suspende o contrato de trabalho, devendo as relações
obrigacionais, durante o período, ser regidas pelo acordo, convenção, laudo arbitral ou
decisão da Justiça do Trabalho." (art. 7°, Lei n° 7.783/1989). Dessa forma, verifica-se
que os requisitos apresentados na questão foram cumpridos de acordo com a lei de
greve (convocação de assembleia geral e comunicação prévia de 48 horas), o que
permite a deflagração do movimento grevista, que tem como consequência a suspensão
do contrato de trabalho. Ressalta-se, contudo, que é possível mediante negociação
coletiva estabelecer a interrupção do contrato.

19. (Exame de Ordem 2010.2- FGV) Com relação ao Direito Coletivo do Trabalho,
assinale a alternativa correta.
A) Acordo coletivo do trabalho é o acordo de cará- ter normativo pelo qual dois ou mais
sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições
de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais
de trabalho.
B) Na greve em serviços ou atividades essenciais, ficam as entidades sindicais ou os
trabalhadores, conforme o caso, obrigados a comunicar a decisão aos empregadores e
aos usuários com antecedência mínima de 72 (setenta e duas) horas da paralisação.
C) As centrais sindicais, por força de lei, podem celebrar acordos e convenções
coletivos de trabalho.
D) O recolhimento da contribuição sindical obrigatória ("imposto sindical") somente é
exigido dos empregados sindicalizados, em face do princípio da liberdade sindical.

Comentários: Alternativa correta: "b". De acordo com o art. 13 da Lei no 7.783/89


(Lei da Greve): Na greve, em serviços ou atividades essenciais, ficam as entidades
sindicais ou os trabalhadores, conforme o caso, obrigados a comunicar a decisão aos
empregadores e aos usuários com antecedência mínima de 72 (setenta e duas) horas da
paralisação.
Alternativa "a". Acordo coletivo de trabalho é o instrumento normativo que decorre de
negociação coletiva, firmado entre o sindicato da categoria profissional com uma ou
mais empresas, enquanto que a convenção coletiva é firmada pelos sindicatos da
categoria profissional e o sindicato da categoria econômica. Ambas as figuras são
semelhantes, pois fixam condições de trabalho aplicáveis aos contratos individuais de
trabalho, mas apresentam a diferença de a convenção coletiva abranger os sindicatos de
ambas as categorias, enquanto o acordo é restrito apenas a empresa (s) celebrante (s).
Alternativa "c". Central sindical é entidade de representação geral dos trabalhadores,
constituída em âmbito nacional (art. 1°, caput, Lei n° 11.648/2008). A ela não foi
atribuído o poder de negociação coletiva, que é reservado às entidades sindicais (art. 8°,
inciso VI, CF/88). Alternativa "d". A contribuição sindical é um tributo que possui
natureza obrigatória para todos os empregados, profissionais liberais e aos
empregadores (art. 8°, IV, CF/88; artigos 578 a 610, CLT).

20 (FGV/OAB – EXAME 2013.2) A empresa Gomes Sardinha Móveis Ltda. é


procurada por um jovem portador de deficiência, que tem 30 anos, e deseja ser
contratado como aprendiz de marceneiro. A empresa tem dúvida sobre a possibilidade
legal dessa contratação. A partir do caso relatado, assinale a afirmativa correta.
A) Não se aplica a idade máxima ao aprendiz portador de deficiência, de modo que a
contratação é possível.
B) A idade máxima do aprendiz é de 24 anos, não havendo exceção, pelo que não é
possível a contratação.
C) Havendo autorização da Superintendência Regional do Trabalho, o jovem poderá ser
contratado como aprendiz, haja vista sua situação especial.
D) Não existe idade máxima para a contratação de aprendizes, daí porque, em qualquer
hipótese, a admissão é possível.
Alternativa correta: "a': Comentário serve para as demais alternativas, uma vez que
versam sobre o mesmo assunto. A idade permitida para o contrato de aprendizagem é do
maior de 14 anos e do menor de 24 anos. Esse limite máximo, 24 anos, não se aplica aos
aprendizes portadores de deficiência.1 (art. 428, § 5°, CLT). Ademais, lembre-se de que
o contrato de aprendizagem é por prazo determinado. Assim sendo, não poderá ser
firmado por mais de dois anos, com o mesmo empregador. Se extrapolado o limite de
dois anos, o contrato será automaticamente convertido em prazo indeterminado. Esse
limite máximo de dois anos também não se aplica ao aprendiz portador de deficiência.

21 (Exame de Ordem 2011.1 - FGV) Com relação ao contrato de aprendizagem,


assinale a alternativa correta.
A) É um contrato especial de trabalho que pode ser ajustado de forma expressa ou
tácita.
B) É um contrato por prazo determinado cuja duração jamais poderá ser superior a dois
anos.
C) Salvo condição mais favorável, ao menor aprendiz deve ser assegurado o salário
mínimo hora
D) A duração do trabalho do aprendiz não pode exceder de quatro horas diárias, sendo
vedada a prorrogação e a compensação de jornada.

Alternativa correta: "c". Aprendizagem é contrato de trabalho especial, ajustado por


escrito e por prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao
maior de quatorze e menor de vinte e quatro anos inscrito em programa de
aprendizagem, formação técnico-profissional metódica, compatível com o seu
desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar com zelo e
diligência as tarefas necessárias a essa formação (art 7°, XXXIII, CF/88 e art. 428,
caput, CLT). Ao menor aprendiz, salvo condição mais favorável, será garantido o
salário mínimo hora (art. 428, '3 2°, CLT).

22 (FGV- Exame de Ordem 2013.3) Calçados Mundial S.A. contratou duas empresas
distintas para a prestação de serviços de limpeza e conservação nas suas instalações.
Maria é empregada de uma das terceirizadas, exerce a função de auxiliar de limpeza e
ganha salário de R$ 1.150,00. Celso é empregado da outra terceirizada, exerce a mesma
função que Maria, -trabalha no mesmo local, e ganha R$ 1.020,00 mensais.
A partir do caso apresentado, assinale a afirmativa correta.

A) Celso poderá requerer o mesmo salário que Maria, pois na hipótese pode-se falar em
empregador único.
B) Impossível a equiparação salarial, mas se outro direito for violado, a empresa
tomadora dos serviços terá responsabilidade solidária.
C) Viável a equiparação desde que Maria e Celso trabalhem no mínimo dois anos nas
instalações do tomador dos serviços.
D) Não será possível a equiparação salarial entre Maria e Celso porque os respectivos
empregadores são diferentes.
Alternativa correta: "d': "Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor,
prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem
distinção de sexo, nacionalidade ou idade” (art. 461, "caput~ CLT). No caso, verifica-se
que Maria e Celso não preencheram um dos requisitos para a equiparação salarial, qual
seja, a identidade de empregadores. Verifica-se que, por se tratar de hipótese de
terceirização de serviços, cada empregado possui um empregador (empresa tomadora de
serviços), o que torna irrelevante para fins de equiparação salarial, o fato de prestar os
serviços no mesmo local (empresa tomadora).
Alternativa "a”. O TST entende que haverá empregador único no caso de formação de
grupo econômico entre as empresas (Súmula no 129 do TST). No caso, não há qualquer
informação na questão que aponte que as empresas prestadoras de serviços faziam parte
de um grupo econômico.
Alternativa "b" O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador,
implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas
obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também do título
executivo judicial." (Súmula n° 331, item IV, do TST). Assim, o descumprimento das
obrigações trabalhistas de Maria e Celso, acarreta a responsabilidade subsidiária da
empresa tomadora de serviços.
Alternativa "c”. Como visto na alternativa "d': não basta que os empregados tenham
trabalhado na mesma função por dois anos, mas que, dentre outros requisitos, prestem
serviços para o mesmo empregador.

23 (Exame de Ordem 2012.1 - FGV) Carlos Manoel Pereira Nunes foi chamado pelo
seu chefe Renato de Almeida para substituí-lo durante as suas férias. Satisfeito, Carlos
aceitou o convite e, para sua surpresa, recebeu, ao final do mês de substituição, o salário
no valor equivalente ao do seu chefe, no importe de R$ 20.000,00. Pouco tempo depois,
Renato teve que se ausentar do país por dois meses, a fim de representar a empresa
numa feira de negócios. Nessa oportunidade, convidou Carlos mais uma vez para
substituí-lo, o que foi prontamente aceito. Findo os dois meses, Carlos retornou à sua
função habitual, mas o seu chefe Renato não mais retornou. No dia seguinte, o
presidente da empresa chamou Carlos ao seu escritório e o convidou para assumir
definitivamente a função de chefe, uma vez que Renato havia pedido demissão. Carlos
imediatamente aceitou a oferta e já naquele instante iniciou sua nova atividade.
Entretanto, ao final do mês, Carlos se viu surpreendido com o salário de R$ 10.000,00,
metade do que era pago ao chefe anterior. lnconformado, foi ao presidente reclamar,
mas não foi atendido. Sentindo-se lesado no seu direito, Carlos decidiu ajuizar ação
trabalhista, postulando equiparação salarial com o chefe anterior, a fim de que passasse
a receber salário igual ao que Renato percebia. Com base na situação acima descrita, é
correto afirmar que Carlos

A) faz jus à equiparação salarial com Renato, uma vez que passou a exercer as mesmas
tarefas e na mesma função de chefia que o seu antecessor.
B) faz jus à equiparação salarial, uma vez que, quando substituiu Renato nas suas férias
e durante sua viagem a trabalho, recebeu salário igual ao seu, devendo a mesma regra
ser observada na hipótese de substituição definitiva.
C) não faz jus à equiparação salarial com Renato, uma vez que a substituição definitiva
não gera direito a salário igual ao do antecessor, além de ser impossível a equiparação
salarial que não se relacione a situação pretérita.
D) não faz jus à equiparação, uma vez que substituiu Renato apenas eventualmente, não
se caracterizando a substituição definitiva geradora do direito ao igual salário para igual
tarefa.
Alternativa correta: "c': O cerne da questão é a ausência do requisito simultaneidade.
Pois, enquanto o trabalho for para suprir a ausência do paradigma, o empregado
substituto tem direito ao pagamento equivalente ao do substituído (Súmula no 159, item
l, do TST). Diante do pedido de demissão do paradigma, rompe-se o vínculo
obrigacional no tocante ao salário do futuro substituto. Dessa forma, vigora o direito
diretivo da empresa em contratar o substituto com salário inferior ao antecessor (Súmula
no 159, item 11, do TST).
24. (Exame de Ordem 2011.2- FGV) Para equiparação salarial, é necessário que:

A) haja identidade de funções, trabalho de igual valor para o mesmo empregador, na


mesma localidade, com contemporaneidade na prestação dos serviços na mesma função
e a qualquer tempo, inexistindo quadro de carreira organizado.
B) haja identidade de funções, trabalho com a mesma produtividade e perfeição técnica,
para o mesmo empregador, na mesma região metropolitana, com contemporaneidade na
prestação de serviços na mesma função e a qualquer tempo, e quadro de carreira
homologado pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
C) haja identidade de funções, trabalho de igual valor para o mesmo empregador, na
mesma região metropolitana, sendo a prestação de serviços entre o empregado e o
modelo contemporânea na mesma função, mas com diferença não superior a 2 anos,
inexistindo quadro de carreira organizado.
D) os empregados comparados tenham a mesma função, pois todo trabalho deve ser
igualmente remunerado de acordo com o princípio da isonomia consagrado
constitucionalmente.

Alternativa correta: "c". Com base no princípio da igualdade, é vedado o tratamento


diferenciado para trabalhadores que exerçam a mesma função. Há previsão do direito à
equiparação salarial, nas hipóteses de tratamento diferenciado. Para tanto é necessário
que o empregado que pretenda adquirir a equiparação (trabalhador equiparando)
preencha os seguintes requisitos cumulativamente:
1) Trabalho exercido pelo empregado requerente (trabalhador equiparando ou
paragonado) e o empregado paradigma (pessoa com quem se pretende a equiparação)
deve ser prestado para o mesmo empregador.
2) Trabalho na mesma localidade.
3) Empregados possuam a mesma função.
4) Tempo na função não poderá ser superior a dois anos.
5) Trabalhos de igual valor.
6) Inexistência de quadro de carreira. Ainda, de acordo com a Súmula no 6, IV do TST:
"é desnecessário que, ao tempo da reclamação sobre equiparação salarial, reclamante e
paradigma estejam a serviço do estabelecimento, desde que o pedido se relacione com
situação pretérita.".

25. (Exame de Ordem 2010.2 - FGV) Marcos foi contratado para o cargo de escriturário
de um banco privado. Iniciada sua atividade, Marcos percebeu que o gerente lhe estava
repassando tarefas alheias à sua função. A rigor, conforme constava do quadro de
carreira da empresa devidamente registrado no Ministério do Trabalho e Emprego, as
atribuições que lhe estavam sendo exigidas deveriam ser destinadas ao cargo de
tesoureiro, cujo nível e cuja remuneração eram bem superiores. Esta situação perdurou
por dois anos, ao fim dos quais Marcos decidiu ajuizar uma ação trabalhista em face do
seu empregador. Nela, postulou uma obrigação de fazer o seu reenquadramento para a
função de tesoureiro e o pagamento das diferenças salariais do período. Diante desta
situação jurídica, é correto afirmar que:
A) o pedido está inepto, uma vez que este é um caso típico de equiparação salarial e não
houve indicação de paradigma.
B) o pedido deve ser julgado improcedente, uma vez que a determinação das atividades,
para as quais o empregado está obrigado, encontra-se dentro do jus variandi do
empregador.
C) o pedido deve ser julgado procedente, se for demonstrado, pelo empregado, que as
suas atividades correspondiam, de fato, àquelas previstas abstratamente na norma
interna da empresa para o cargo de tesoureiro.
D) o pedido deve ser julgado procedente em parte, uma vez que só a partir da decisão
judicial que determine o reenquadramento é que o empregado fará jus ao aumento
salarial.
Alternativa correta: "c". O instituto da equiparação salarial é baseado no art. 7°,
inciso XXX da CF/88, art. 461 da CLT e Súmula no 6 do TST, que vedam o tratamento
diferenciado para os trabalhadores que exerçam a mesma função. Dentre os requisitos
exigidos para pleitear a equiparação, está a ausência de quadro de carreira, pois caso
existe essa norma interna na empresa as promoções deverão obedecer aos critérios de
antiguidade e merecimento (art. 461, § 2o, CLT). Na questão constava a existência do
quadro de carreira, portanto não cabia o pedido de equiparação salarial. A hipótese
narrada tratava-se de caso típico de desvio de função (contratado como escriturário, mas
com atribuições de tesoureiro). Ocorre desvio de função quando o empregado que
deveria estar desempenhando uma determinada função, está prestando serviços em
outra, com salário mais elevado. Uma vez comprovado o desvio, dará ao empregado
remuneração mais elevada enquanto esteve desempenhando aquela atividade que não
era originariamente sua. Além disso, será enquadrado na função correta: tesoureiro.

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