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Extinção do Contrato VI
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EXTINÇÃO DO CONTRATO VI
1. INTRODUÇÃO
Olá, aluno(a)!
Nesta aula, vamos continuar tratando sobre a extinção do contrato por justa causa.
Art. 240. Nos casos de urgência ou de acidente, capazes de afetar a segurança ou regularidade do
serviço, poderá a duração do trabalho ser excepcionalmente elevada a qualquer número de horas,
incumbindo à Estrada zelar pela incolumidade dos seus empregados e pela possibilidade de reve-
zamento de turmas, assegurando ao pessoal um repouso correspondente e comunicando a ocor-
rência ao Ministério do Trabalho, Industria e Comercio, dentro de 10 (dez) dias da sua verificação.
Parágrafo único. Nos casos previstos neste artigo, a recusa, sem causa justificada, por parte de
qualquer empregado, à execução de serviço extraordinário será considerada falta grave.
Conforme o art. 158 da CLT, a recusa injustificada ao uso dos EPIs configura ato faltoso.
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a. à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item II do artigo anterior;
b. ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa.
Nesses casos, a dispensa poderá ser dada mesmo na primeira advertência, dada a gra-
vidade da recusa.
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Nas hipóteses de dispensa por justa causa, o empregado têm mantidos os seus direitos
adquiridos:
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Art. 4º
1 - Toda pessoa que tenha completado, no curso de 1 (um) ano determinado, um período de servi-
ço de duração inferior ao período necessário à obtenção de direito à totalidade das férias prescritas
no Artigo terceiro acima terá direito, nesse ano, a férias de duração proporcionalmente reduzidas.
2 - Para os fins deste Artigo o termo “ano” significa ano civil ou qualquer outro período de igual
duração fixado pela autoridade ou órgão apropriado do país interessado.
Artigo 11
Toda pessoa empregada que tenha completado o período mínimo de serviço que pode ser exigido
de acordo com o parágrafo 1 do Artigo 5 da presente Convenção deverá ter direito em caso de ces-
sação da relação empregatícia, ou a um período de férias remuneradas proporcional à duração do
período de serviço pelo qual ela não gozou ainda tais férias, ou a uma indenização compensatória,
ou a um crédito de férias equivalente.
Esses dois artigos fundamentam a corrente de que a dispensa por justa causa prevê o
pagamento de férias proporcionais. No entanto, a corrente que prevaleceu no TST é a de que
essa hipótese não prevê férias proporcionais. Isso pode ser comprovado pela Súmula 171:
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FÉRIAS PROPORCIONAIS. CONTRATO DE TRABALHO. EXTINÇÃO (republicada em
razão de erro material no registro da referência legislativa), DJ 05.05.2004. Salvo na hipó-
tese de dispensa do empregado por justa causa, a extinção do contrato de trabalho sujeita o
empregador ao pagamento da remuneração das férias proporcionais, ainda que incompleto
o período aquisitivo de 12 (doze) meses (art. 147 da CLT)
Essa leitura se mantém mesmo após a conclusão da OIT, como pode ser identificado pelo
enunciado abaixo:
RECURSO DE REVISTA. INTERPOSIÇÃO ANTERIOR À VIGÊNCIA DA LEI N.º
13.015/2014. CPC/1973. DESPEDIDA POR JUSTA CAUSA. CONDENAÇÃO AO PAGA-
MENTO DE FÉRIAS PROPORCIONAIS. Consoante o disposto na Súmula n.º 171 do TST,
a extinção do contrato de trabalho sujeita o empregador ao pagamento da remuneração
das férias proporcionais, ainda que incompleto o período aquisitivo de doze meses (art. 147
da CLT), salvo a hipótese de dispensa do empregado por justa causa. A Convenção 132.ª
da OIT não altera o entendimento sedimentado no referido verbete sumular, pois a referida
norma internacional não pormenoriza a hipótese de pagamento das férias proporcionais no
caso de dispensa por justa causa, razão pela qual se entende que a norma contida no art.
146, parágrafo único, da CLT, dado o seu caráter especial, continua plenamente vigente.
Assim, mantida pelo Regional a justa causa à dispensa do reclamante, as férias proporcio-
nais acrescidas do terço constitucional devem ser excluídas da condenação. Precedentes.
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O PULO DO GATO
Dessa maneira, para fins de concurso, dá-se preferência à abordagem indicada pela
Súmula 171: a dispensa por justa causa não prevê o pagamento de férias proporcionais.
2.3.1. Geral
Reversão da justa causa gera dano moral?É comum que o empregado que tenha sido
dispensado por justa causa requisite a retirada dessa classificação na justiça. Caso consi-
dere válido o pedido do trabalhador, um juiz pode reverter essa situação, de maneira que a
dispensa se torne sem justa causa.
Nestes casos de reversão, excetuando as hipóteses em se comprove uma situação abu-
siva por parte do empregador, a indenização por dano moral não é automática. Nesse sen-
tido, a regra é a do seguinte julgado:
(...) 5 - INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E MATERIAL. JUSTA CAUSA. REVERSÃO EM JU-
ÍZO. A jurisprudência desta Corte é no sentido de que a reversão da justa causa em juízo, por si
só, não enseja indenização por dano moral e material, a qual somente é devida se comprovada
conduta abusiva do empregador, o que não é possível extrair das premissas fáticas trazidas no
acórdão recorrido (Súmula 126 do TST). Precedentes. Recurso de revista não conhecido. (...) (RR
- 189000-67.2008.5.15.0140, Relatora Ministra: Delaíde Miranda Arantes, Data de Julgamento:
24/04/2019, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 26/04/2019)
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
88. (CESPE/CEBRASPE/ PGM – Campo Grande - MS / Procurador Municipal / 2019) No
que se refere a rescisão de contrato de trabalho e a atividades insalubres e perigosas,
julgue o item a seguir, considerando a jurisprudência do TST. A determinação pela jus-
tiça do trabalho de reversão de demissão por justa causa gera, automaticamente, a
reparação por danos morais ao empregado demitido.
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COMENTÁRIO
Sobre isso, como visto, a determinação da reversão da demissão por justa causa não gera
a reparação automática por danos morais do empregado.
15m
Contudo, existe uma situação em que essa reparação por danos morais é automática: a
improbidade (in re ipsa).
O seguinte julgado, de 2019, traz um exemplo dessa hipótese.
Logo, se justa causa aplicada foi por improbidade, a reparação por danos morais é
automática.
É necessário algum procedimento especial para imputar a justa causa?A lei não exige
procedimento especial para a imputação da justa causa. Nesse sentido, cometendo tal ato,
o funcionário será enviado ao RH para a devida dispensa.
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A partir da CF-88, não é mais válida a contratação pela Administração Pública se não
por meio de concurso. Nestes casos, é considerado nulo.
A súmula 363 do TST discorre sobre este tema:
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Exemplo:
Um menor, de 16, trabalha desde seus 12 anos em uma atividade noturna e perigosa.
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Essa atividade é completamente irregular, uma vez que o art. 7º, XXXIII, CF, indica que
menores de 16 anos só podem trabalhar como menores aprendizes a partir de 14 anos e não
podem executar atividades noturnas/perigosas.
25m
Em situações como essa, de trabalho proibido ou irregular, aplica-se a teoria traba-
lhista das nulidades, de maneira que todos os direitos trabalhistas serão considerados até
o momento da retirada do empregado da atividade, incluindo os direitos rescisórios.
Como já visto, trabalho ilícito é todo aquele cuja atividade laboral constitui crime ou con-
travenção, ou corrobora para ela.
No caso da nulidade por trabalho ilícito, não se emprega a teoria trabalhista das nulida-
des, pois a violação ao ordenamento jurídico é profunda.
Isso está previsto no art. 606 do Código Civil:
Art. 606. Se o serviço for prestado por quem não possua título de habilitação, ou não satisfaça
requisitos outros estabelecidos em lei, não poderá quem os prestou cobrar a retribuição normal-
mente correspondente ao trabalho executado. Mas se deste resultar benefício para a outra parte,
o juiz atribuirá a quem o prestou uma compensação razoável, desde que tenha agido com boa-fé.
Parágrafo único. Não se aplica a segunda parte deste artigo, quando a proibição da prestação de
serviço resultar de lei de ordem pública.
Porém, como indicado pelo fim do caput, se deste serviço resultar benefício para outra
parte, o juiz pode atribuir a quem o prestou uma compensação razoável, desde que tenha
agido com boa-fé. Isso, porém, não ocorre quando a proibição resultar de lei de ordem pública.
4. CULPA RECÍPROCA
Assim como há culpa do empregador e culpa do empregado, pode haver culpa destas
duas partes simultaneamente.
Art. 484. Havendo culpa recíproca no ato que determinou a rescisão do contrato de trabalho, o
tribunal de trabalho reduzirá a indenização à que seria devida em caso de culpa exclusiva do em-
pregador, por metade.
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Nesses casos, conforme o art. 484 da CLT, a indenização para o empregado será a
metade daquela devida em caso de culpa exclusiva do empregador:
30m
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
89. (CESPE/CEBRASPE/ TCDF / Procurador/ 2021) A empresa A e a empresa B formam
um grupo econômico para fins trabalhistas. A empresa A administra e controla a empre-
sa B e contratou João para prestar serviço empregatício às duas empresas durante a
mesma jornada de trabalho. O documento de formalização dessa contratação contém
cláusula prevendo que a prestação de serviços às empresas do grupo não caracteriza
mais de um contrato de trabalho.
No decorrer da execução do contrato de trabalho, João passou a chegar atrasado no
serviço de forma reiterada, sem apresentar justificativa. Seu chefe direto passou, então,
a exigir de João a execução de atividades alheias ao contrato laboral e incompatíveis
com a sua qualificação profissional, o que causava constrangimentos ao empregado.
Considerando essa situação hipotética bem como a legislação pertinente e o entendi-
mento jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho, julgue o item seguinte.
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COMENTÁRIO
Na situação expressa por este item, a culpa para a rescisão é tanto do empregado
quanto do empregador, mas não necessariamente é recíproca, uma vez que não se pode
afirmar que a quantidade de vezes que João faltou foram suficientes para sua dispensa.
Por outro lado, quando se exige o cumprimento de atividades alheias ao contrato, justifica-
-se a rescisão indireta por culpa do empregador.
Além disso, como visto, nos casos de culpa recíproca, o empregado recebe metade do
valor do aviso prévio e não sua integralidade.
Item errado.
GABARITO
88. E
89. E
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor José Gervásio Meireles.
�A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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