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na construção civil
Produção Editorial
Superintendência de Educação a Distância
SEAD-UFBA
Superintendênte
Márcia Rangel
Coordenador de Tecnologias Educacionais
Haenz Gutierrez Quintana
Direito do Consumidor
na Construção Civil
Orientações básicas
para quem quer comprar
um imóvel com segurança
salvador
2019
Produção do Texto
Esta cartilha foi elaborada com base nos resultados do projeto "Direito do
Consumidor na Construção Civil" realizado em parceria da Escola Politécnica
e a Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia. Além disso, foram
utilizados os seguintes documentos (leis e códigos): Estatuto da Cidade (Lei Nº
10.257, 2001), Código de Defesa do Consumidor (Lei Nº 8.078, 1990), Código
Civil (Lei N° 10.406, 2002), Código de Obras da cidade de Salvador (Lei Municipal
Nº 9.281, 2017), Súmula nº 543 (Superior Tribunal de Justiça), Ordenamento do
Uso e Ocupação do Solo do Município de Salvador (LOUOS - Lei Municipal
Nº9.148, 2016), Segurança Contra Incêndio e Pânico nas edificações e áreas de
risco no Estado da Bahia (Lei Municipal Nº 12.929, 2013) e Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano do Município de Salvador (PDDU - Lei Municipal nº
9.069, 2016). Para a realização do projeto contamos com a colaboração da seguinte
equipe técnica: Elizabete de Araújo Souza, Heloísa Jesus Luz Tagliari, Isaane
Sodré de Oliveira dos Santos, Lívia Souza Amorim, Lucas Araújo Mascarenhas,
Mariana de Souza Andrade e Renata Silva de Almeida.
Esta obra está sob licença Creative Commons CC BY-NC-SA 4.0: esta licença permite
que outros remixem, adaptem e criem a partir deste trabalho para fins não
comerciais, desde que atribuam o devido crédito e que licenciem as novas criações
sob termos idênticos.
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/legalcode
(07) APRESENTAÇÃO
Quem está buscando realizar o sonho da casa própria nem sempre se preocupa
em analisar informações importantes sobre o empreendimento que pretende
comprar, os problemas que pode enfrentar e seus direitos como consumidor.
Muitos problemas relacionados à compra da casa própria têm acontecido no
processo de pré-construção (aquisição e obras em andamento) ou pós-construção
(entrega ou uso de obras já finalizadas); o que pode gerar transtornos e prejuízos
financeiros para seus proprietários, já que, na maioria das situações, eles não
sabem como proceder corretamente. Assim, o sonho pode se tornar um pesadelo.
Obras já concluídas:
PROBLEMAS ENCONTRADOS
Descumprimento do contrato/proposta
Cobrança de taxa indevida
Não devolução de sinais/ valores pagos em decorrência de negócio não
concretizado
O que fazer?
Diante do descumprimento do contrato por parte da incorporadora/construtora,
cabe ajuizar ação de indenização por danos morais e materiais, a depender do caso
concreto. Para tanto, procure um advogado ou a Defensoria Pública Estadual,
caso não possua recursos econômicos e financeiros suficientes. Sendo muitas
pessoas afetadas, comunique também o ocorrido ao Ministério Público Estadual.
O serviço de corretagem deve ser pago por quem o contratou, conforme previsto
nos artigos 722 e 724 do Código Civil. Na maioria das vezes, o consumidor se
dirige a um stand de vendas do empreendimento e lá é atendido por um corretor,
contratado pela incorporadora ou construtora, assim, não é o comprador que
contrata o serviço de corretagem, portanto, ele não tem a obrigação de arcar
com esse custo. Somente é de responsabilidade do comprador se houver previsão
contratual e acordo entre as partes.
Fique atento!
O corretor tem o dever de prestar ao cliente todos os esclarecimentos acerca da
segurança ou do risco do negócio que possam refletir em alterações de valores,
possível atraso nas obras, entre outros fatores importantes do negócio, sob
pena de responder por perdas e danos, conforme o artigo 723 do Código Civil
Brasileiro.
Atenção!
Em 27 de dezembro de 2018, foi sancionada a Lei nº 13.786, que disciplina regras
atinentes a negócios jurídicos que envolvem imóveis.
De acordo com a nova lei, caso o consumidor desista do negócio, a devolução
dos valores pagos observará alguns critérios, conforme o art.67-A da Lei nº
13.786/2018:
1. Caso a incorporação esteja submetida ao regime de afetação
patrimonial - quando a incorporadora usa parte do seu patrimônio
para garantir a conclusão da obra -, a multa pelo distrato ou
resolução contratual pode ser de até 50% do que já foi pago pelo
consumidor, maisas despesas do contratoque estão previstas no
§ 2º do art. 67-A da nova lei. Nesse caso, o valor será devolvido
ao consumidor, em parcela única, no prazo de até 30 dias após a
emissão do “Habite-se”,que é a licença emitida pela prefeitura.
O que fazer?
Em caso de distrato, procure um advogado ou a Defensoria Pública, se for o caso.
O que fazer?
Em caso de vício, o consumidor pode exigir a substituição do produto. O Código
de Defesa do Consumidor, no § 1º do artigo 18, dispõe que se o vício não for
sanado no prazo máximo de 30 dias, o consumidor tem três alternativas, quais
sejam: a substituição do produto por outro da mesma espécie; a restituição
imediata da quantia paga ou o abatimento proporcional do preço.
Já nos casos de vícios ocultos, que não podem ser identificados logo na entrega
ou no primeiro uso, o prazo para reclamação começa a contar do dia em que foi
identificado o vício, como dispõe o artigo 26, § 3°, CDC.
A primeira reclamação de vícios deve ser feita à construtora, já que é ela quem
deve reparar. Em caso de negativa de reparação da construtora ou de reparação
incompleta, o consumidor pode procurar um advogado ou a Defensoria Pública
Estadual.
Atenção:
A garantia legal é o tempo previsto em lei para que o cliente possa reclamar
sobre o vício ou defeito identificado no bem adquirido. Essa garantia habilita o
consumidor a reclamar dos reparos, recomposição, devolução ou substituição do
produto é de cinco anos.
O que fazer?
Caso a incorporadora/construtora não
entregue cópia do contrato de compra
e venda, você pode exigir diretamente
à empresa, ou, em caso de negativa,
realizar uma reclamação na PROCON
ou ir ao Juizado Especial e ajuizar ação
de exibição de documentos.
Fique atento!
Guarde sempre os anúncios do empreendimento, para utilizar como prova, se for
o caso. E, anote informações indicadas pelos corretores.
O que fazer?
Mantenha contato com a empresa que você contratou, e exija a restituição
do valor integral, caso ela tenha rescindindo o contrato unilateralmente. Em
negativa dessa, acione um advogado ou a Defensoria Pública Estadual, para que,
através de ajuizamento de ação, o valor seja restituído.
O que fazer?
Diante das inovações trazidas pela Lei 13.786/2018, procure um advogado ou
defensor público para verificar o cabimento de ação de indenização por dano
material, referente aos gastos doconsumidor em decorrência do atraso da entrega
da obra. No caso de consumidoresque moram de aluguel, analisar a possibilidade
de ajuizar ação contra a empresa para cobrarressarcimento de aluguéis em
decorrência do atraso na entrega da obra, desdeque o consumidor tenha como
comprovar.
O que fazer?
Diante de uma cláusula contratual abusiva, o artigo 51, § 4º, do Código de Defesa
do Consumidor (CDC), dispõe que o consumidor pode requerer do Ministério
Público que ajuíze uma ação para que seja declarada nula a cláusula que afronte os
direitos dos consumidores.
Você pode procurar a PROCON e fazer uma reclamação ou ir diretamente ao
Ministério Público Estadual.
Defeitos do empreendimento
O que fazer?
O Código de Defesa do Consumidor prevê que, em caso de problemas de fácil
constatação ou aparentes, o prazo para o consumidor fazer a reclamação é de 30
Já nos casos de problemas ocultos, que não podem ser identificados logo na
entrega ou no primeiro uso, o prazo para reclamação começa a contar do dia em
que foi identificado o vício, como dispõe o artigo 26 , § 3° , CDC.
Atenção:
A garantia legal é o tempo previsto em lei para que, o cliente possa reclamar
sobre o vício ou defeito identificado no bem adquirido. Essa garantia habilita o
consumidor a reclamar dos reparos, recomposição, devolução ou substituição do
produto é de cinco anos.
Fique atento!
No momento da vistoria de entrega do imóvel, é importante que esteja
acompanhado de um profissional legalmente habilitado (Engenheiro ou
Arquiteto) e, que esteja com a cópia dos projetos e memorial descritivo. A
primeira reclamação de vícios deve ser feita à construtora, já que é ela quem
deve reparar. Em caso de negativa de reparação da construtora ou de reparação
incompleta, o consumidor pode procurar um advogado ou a Defensoria Pública.
Dicas importântes 29
Caso haja o financiamento de parte do valor do imóvel,
recomenda-se que o comprador realize uma cotação em
bancos diferentes para analisar a taxa de juros e o valor das
prestações.
Dicas importântes 31
32 Direito do Consumidor na Construção Civil
4
Órgãos de Defesa do Consumidor:
Juizados Especiais:
Telefone: 71 3116-3400
Você também pode resolver o seu problema sem sair de casa, através do site:
www.consumidor.gov.br.
Consulte as Leis 35
36 Direito do Consumidor na Construção Civil