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COMÉRCIO ELETRÔNICO,
REGISTRO DE MARCA E
REGISTRO DE DOMÍNIO
1ª Edição
Indaial - 2021
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
P331d
ISBN 978-65-5646-432-9
ISBN Digital 978-65-5646-433-6
1. Direito comercial. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo
da Vinci.
CDD 342
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
DIREITO NO AMBIENTE DIGITAL....................................................9
CAPÍTULO 2
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS E O MARCO
CIVIL DA INTERNET.......................................................................53
CAPÍTULO 3
REGISTRO DE MARCA E DOMÍNIO..............................................99
APRESENTAÇÃO
O presente livro tem como finalidade contribuir com o estudo do aluno acerca
do tema Direito Digital: Direito Digital em Comércio Eletrônico, registro de marca e
registro de domínio.
Desse modo, o estudo do direito digital prepara o acadêmico para o uso correto
das tecnologias, sobretudo no que se refere ao tratamento de dados pessoais dos
usuários nos meios digitais, possuindo tais ensinamentos, aplicabilidade prática
na gestão eficiente e segura de qualquer software, aplicativo, website, ou qualquer
outro programa de computador, principalmente acadêmicos que trabalham com
banco de dados e registro de informações em comércio eletrônico, pois a Lei Geral
de Proteção de Dados (LGPD) que será melhor debatida no Capítulo 2, garante
a responsabilização direta do operador de dados pessoais, sendo indispensável
pensar no aspecto jurídico, notadamente no mundo moderno após ser noticiado
diversos casos de desvio de dados de grandes empresas no Brasil e no mundo.
Com este último capítulo, você será capaz de registrar a sua própria marca ou
do seu cliente, oferecendo-lhe além do registro da marca o registro do domínio e
a segurança na proteção da marca, tudo em observância aos capítulos anteriores
no que se refere ao direito digital e a proteção de dados, com aplicabilidade
prática para juristas, programadores e qualquer profissional que queira atuar nos
meios digitais.
C APÍTULO 1
DIREITO NO AMBIENTE DIGITAL
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Capítulo 1 DIREITO NO AMBIENTE DIGITAL
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
O que é o direito digital? Quais as leis que devem ser observadas pelo
estudante dessa disciplina? Vamos analisar no Capítulo 1 a abrangência do
direito digital e os setores que devem se preocupar com a evolução da tecnologia
e o direito.
Por fim, terá uma visão completa da importância de estudar o direito digital
para fins de compreender a insegurança jurídica e a necessidade de observação
das normas relacionadas ao tema, sobretudo a Lei Geral de Proteção de Dados
e o Marco Civil da Internet que serão estudados no Capítulo 2 e o registro de
marcas e domínio que serão estudados no Capítulo 3.
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DirEiTo DiGiTAL Em ComÉrCio ELETrÔNiCo, REGiSTro DE MArCA E REGiSTro DE DomÍNio
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Capítulo 1 DIREITO NO AMBIENTE DIGITAL
Dessa forma, é importante frisar que em um mundo cada vez mais digital, o
assunto “Direito Digital” e “Proteção de Dados” não é mais assunto apenas para
advogados (ou talvez nunca foi), mas também para empreendedores, gestores,
programadores, especialmente em grandes empresas que atuam com uma
responsabilidade gigantesca sobre as informações postadas na internet e os
dados tratados pelos softwares, aplicativos e sistemas que, via de regra, exigem o
cadastro de dados, principalmente o e-commerce.
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Capítulo 1 DIREITO NO AMBIENTE DIGITAL
O direito digital está em constante evolução, hoje estima-se que a maior parte
da população mundial esteja conectada à internet e usufrui dos seus benefícios.
Oliver Alexandre Reinis, tratando sobre os dados da última Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) divulgada pelo IBGE, o Brasil terminou
o ano de 2016 com 116 milhões de pessoas conectadas à internet, o equivalente
a 64,7% da população com idade superior de 10 anos.
Dessa forma, ressalta-se que se fala em “Direito digital” como qualquer direito
protegido e respaldado por lei enquanto se utiliza a “Internet”, porém, importante
rememorar como a internet surgiu no Brasil e no mundo.
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Capítulo 1 DIREITO NO AMBIENTE DIGITAL
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Capítulo 1 DIREITO NO AMBIENTE DIGITAL
Leonardo Zanatta (2010, s.p.) publicou um artigo sobre direito digital que
falava o seguinte:
A analogia apresentada pelo autor do artigo no ano de 2010 é ainda hoje uma
realidade e naquela época ainda nem se falava na Lei do Marco Civil da Internet
ou da Lei Geral de Proteção de Dados, esta última publicada em 2018 com
vigência a partir de 2020, mas que muito antes já se tinham diversos problemas
com vazamentos de dados sem a devida proteção pela legislação.
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Capítulo 1 DIREITO NO AMBIENTE DIGITAL
“Mas professor, por que esse assunto seria relevante para a área de
e-commerce?”. Bom, como vimos no início deste capítulo, e-commerce é toda
a forma de comércio eletrônico de qualquer produto, pessoas podem vender
cursos com informações que são falsas, sem que o comprador consiga perceber,
tamanha é a qualidade de produção e a forte persuasão do apresentador.
Por esse motivo o direito vem como disciplina indispensável no estudo das
tecnologias, já que hoje, em uma sociedade conectada, qualquer tecnologia deve
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Além do risco das fake news, às ferramentas digitais podem também ser
criadas como ferramentas aparentemente interativas, cujo único propósito seja
extrair dados e informações para posteriormente comercializar ilegalmente esses
dados. Basta se questionar se algum dia você já recebeu ligação de alguma
empresa de telefonia, internet ou instituição financeira questionando se você tem
interesse em algum dos produtos, sem você sequer saber como eles tiveram
acesso ao número do seu telefone.
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Capítulo 1 DIREITO NO AMBIENTE DIGITAL
A verdade é que o navegador não nasceu para ser o precursor do que ficou
conhecido como "dark web", mas sim para promover a privacidade, conforme se
extrai do sítio eletrônico TOR:
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Então, veja como é uma questão própria de direito digital, ou seja, a análise
do direito no uso das tecnologias: o usuário vive em uma era digital, em uma
sociedade do conhecimento ou da informação, e consegue através da “dark web”
acessar informações que garantem a sua privacidade, e realizam pagamentos e
recebimentos através de criptomoedas, que também garantem o seu anonimato,
conforme será visto a seguir. Até aí não seria um problema, se não fosse comum
a prática de crimes com o uso destas ferramentas.
2.3 CRIPTOMOEDAS
Cada vez mais, indivíduos estão utilizando as moedas digitais (criptomoedas).
Pimentel traz a ideia de que a criptomoeda é uma moeda virtual de pouca
rastreabilidade, que circula mundialmente e sem depender do sistema bancário.
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Capítulo 1 DIREITO NO AMBIENTE DIGITAL
Isso porque era algo muito novo e recente, mas imediatamente especialistas
na área começaram a pesquisar o que estava por trás da criptomoeda que oferecia
a suposta segurança e agilidade nas transações. José Reynaldo Formigoni Filho,
Alexandre Mello Braga e Rodrigo Lima Verde Leal destacam no seu artigo:
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A rede “P2P” pode ser estruturada ou não estruturada. Existem três tipos
de redes não estruturadas, a “P2P” pura, que é uma arquitetura de rede “P2P”
completamente descentralizada. Assim, não há um elemento central, apenas
uma camada de roteamento, pois todos os nós possuem papel equivalente,
como visto anteriormente, o sistema de busca é por inundação, que gera certas
desvantagens.
Por fim, há a “P2P centralizada”, que são redes híbridas, mas também
possuem servidores centrais que controlam as entradas e saídas de “nós” na
rede. Os “nós” registram no servidor central os recursos que compartilharão na
rede. As pesquisas por recursos disponíveis nos pares são executadas pelo
servidor central, o servidor provê banda e processamento, enquanto o acesso aos
recursos é efetuado diretamente entre os pares (transferência de dados é P2P).
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Capítulo 1 DIREITO NO AMBIENTE DIGITAL
De fato, não há ainda, uma garantia oficial de que tais moedas virtuais
possam ser transformadas em reais, tratando-se ainda de uma moeda associada
a questões ilegais, tais como a prática de “ransomware”, que é um delito no qual o
hacker invade a rede da empresa e impede que essa tenha acesso a seus dados,
mediante um processo de criptografia. “A empresa, para restaurar tal acesso, sofre
uma chantagem, pois os criminosos, para restabelecê-lo, exigem determinado
valor em bitcoins ou outra criptomoeda, o que dificulta o rastreamento desses
recursos na rede, diferentemente do que aconteceria se esta moeda transitasse
por instituições financeiras tradicionais” (ARAUJO, 2017, p. 50).
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problema dos serviços precários, todavia, trazem enormes dúvidas que ainda não
foram respondidas no âmbito jurídico.
O mais interessante acerca das moedas digitais é que elas não são
emitidas por nenhum governo ou organização internacional. São algoritmos
de alta complexidade que devem ser decifrados, em gigantescos trabalhos
de processamento de dados. Na medida que a pessoa, com seu equipamento
(computador e outros específicos para tanto), realiza a “mineração” dos dados,
ou seja, vai decifrando os códigos, o algoritmo fica mais seguro e a pessoa que
decifrou os códigos recebe em sua carteira algumas moedas.
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Capítulo 1 DIREITO NO AMBIENTE DIGITAL
2.4 E O E-COMMERCE?
O direito digital está presente em todos os comércios eletrônicos existentes
tanto no Brasil quanto fora. O e-commerce muitas vezes é praticado em fronteiras
transnacionais, tais como os conhecidos “Alibaba” e “Ebay”, ou, podem ser
focados em comércios nacionais, tais como “Renner” ou “Mobly”.
O “Wix” é uma plataforma criada para esse público, menor, que visa a criação
do seu primeiro site ou do seu e-commerce de maneira facilitada. A ferramenta é
intuitiva e o usuário tem que apenas “arrastar e soltar” as imagens e textos que
quer incluir, criando o layout do e-commerce e depois basta cadastrar os produtos,
com as imagens e preços. Tudo muito intuitivo e fácil de manusear.
O Wix não é o único, além desse, existem outras centenas de sites, dos quais
citamos o “Wordpress”, “Shopfy” dentre outros.
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comércio de cursos online por um preço acessível, além do Hotmart que é uma
plataforma criada para os comerciantes de cursos e materiais.
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Capítulo 1 DIREITO NO AMBIENTE DIGITAL
No que se refere a esse assunto, todo e-commerce deve ter uma política
de privacidade e proteção de dados, como, por exemplo, a Renner. A política
de proteção de dados deve respeitar a legislação em vigor, em especial a Lei nº
13.709/2018 (Lei Geral de Proteção de Dados), que garante que nenhum dado
será comercializado.
Assim, a política está delineando o porquê o seu dado é coletado, sendo que
o usuário, quando faz o cadastro, está autorizando o tratamento dos dados nos
termos da política de dados disponível no site, e, portanto, o consumidor depois
não poderá reclamar que o dado está sendo utilizado para realizar “ligações”,
conforme descrito na letra “h”, por exemplo.
Vamos praticar?
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Capítulo 1 DIREITO NO AMBIENTE DIGITAL
É importante frisar, inclusive, que o Direito Digital não chega a ser um ramo
específico do Direito, não possui objeto próprio (como o Direito Civil, o Direito
Comercial, o Direito Tributário, o Direito Previdenciário), diferenciando-se apenas
pela forma como transita, ou seja, pelos canais virtuais. É um Direito com um
modus operandi (modo de operação) diferente, sendo, na verdade, a extensão de
diversos ramos da ciência jurídica, que cria novos instrumentos para atender aos
anseios e ao aperfeiçoamento dos institutos jurídicos em vigor.
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Capítulo 1 DIREITO NO AMBIENTE DIGITAL
legislação trabalhista, ou seja, percebe-se que o direito digital vai muito além
de uma única área do direito. O direito digital perpassa em várias áreas, senão
todas, e com certeza atinge todas as áreas no âmbito digital, desde o marketing,
até a criação de programas, softwares, aplicativos, websites ou qualquer outra
ferramenta que seja utilizada no âmbito digital.
Aqui, por fim, temos mais uma seara do direito envolvida, o direito contratual.
Esse contrato, que deve ser elaborado antes do desenvolvimento do aplicativo,
com todas as garantias previstas no Código Civil ou na Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT).
Assim, o direito não pode ser visto mais como uma disciplina isolada, e deve
ser estudada em conjunto com as demais áreas da tecnologia da informação.
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4 CRIMES DIGITAIS
O Direito digital, conforme visto, como algo novo e atual. Todavia, em meados
dos anos 80 surgiram os primeiros estudos sobre as dimensões dos crimes
praticados com o uso do computador.
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Capítulo 1 DIREITO NO AMBIENTE DIGITAL
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Bom, tendo em vista esses conceitos, vamos tratar sobre cada legislação
brasileira e quais os crimes previstos para os crimes digitais como um todo, tanto
crimes próprios quanto impróprios.
No que se refere aos crimes que podem ser praticados, a referida lei dispõe
no artigo 12 a pena prevista para aqueles que violarem direitos autorais de
programa de computador, podendo ter uma pena máxima de até 4 anos e multa.
Vejamos:
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Capítulo 1 DIREITO NO AMBIENTE DIGITAL
Outra legislação que está muito relacionado com o direito digital é a chamada
“Lei de interceptação telefônica”, Lei nº 9.296/96, no seu artigo 10, dispõe que:
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Capítulo 1 DIREITO NO AMBIENTE DIGITAL
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Ainda, na lei que trata sobre os crimes contra a ordem tributária (Lei nº
8.137/90), o artigo 2º V, dispõe que constitui crime utilizar ou divulgar programa de
processamento de dados que permita ao sujeito passivo da obrigação tributária
possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda
Pública, com pena de 6 meses a 2 anos e multa.
Outra legislação que institui crimes digitais é a Lei nº 9.504/97, que estabelece
normas para as eleições, que dispõe no artigo 72, incisos I, II e III:
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Capítulo 1 DIREITO NO AMBIENTE DIGITAL
Dessa forma, temos hoje a Lei nº 12.965/2014 (conhecida como o Marco Civil
da Internet), que estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da
internet no Brasil, tanto para provedores de conexão, provedores de aplicação e
usuários da Internet.
Ainda que o texto do Marco Civil não trouxesse qualquer proteção real
à espionagem internacional, fato é que os valores nele trazidos, sobretudo
relacionados à privacidade e à proteção dos registros de conexão e de acesso a
aplicações, iriam ao encontro dos valores afrontados pela prática de vigilância em
massa e que motivaram Edward Snowden a arriscar sua própria vida ao dar-lhe
publicidade.
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Capítulo 1 DIREITO NO AMBIENTE DIGITAL
Outro golpe digital muito comum é o chamado “Ipishing”, que visa explorar a
vulnerabilidade dos sistemas em detrimento do avanço acelerado da tecnologia,
que deixa os aspectos de segurança em segundo plano para poder acompanhar
a concorrência. O ataque costuma ocorrer na forma de envenenamento do
DNS (Domain Name System), em que a rota do endereço do site é alterada,
fazendo o usuário ser redirecionado para sites diferentes daqueles que ele
desejava alcançar. Esses sites normalmente possuem conteúdo semelhante ao
intencionado e as mudanças podem ser imperceptíveis, como a alteração de uma
letra no endereço base. O problema torna-se ainda mais grave com a utilização de
gadgets de telas pequenas, em que, por limitação de espaço na tela, os usuários
podem não conseguir visualizar a URL por completo, tornando-se assim muito
mais vulneráveis.
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ALIBABA: https://portuguese.alibaba.com/.
EBAY: https://www.ebay.com/.
Hotmart: https://www.hotmart.com/pt-BR.
SAFE 2 PAY: https://safe2pay.com.br/solucoes/pagamentos/
criptomoedas.
SHOPFY: https://www.shopify.com.br/.
TOR: https://www.torproject.org/pt-BR/.
UDEMY: https://www.udemy.com/pt/.
WIX: https://www.wix.com.br/.
WORDPRESS: https://br.wordpress.org/.
Vamos praticar?
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Capítulo 1 DIREITO NO AMBIENTE DIGITAL
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
No início deste capítulo vimos alguns conceitos acerca do direito digital e
quais as leis que devem ser observadas para o estudante dessa disciplina.
O Direito digital, portanto, não é uma norma própria, assim como o Direito
Civil, porém, é de extrema relevância já que é um ramo do direito que estuda
todas as legislações aplicáveis em âmbito digital.
Vimos que o direito digital estuda, além das leis propriamente ditas, mas as
revoluções tecnológicas como as criptomoedas, que ainda hoje não possuem
regulamentação no Brasil, mas que são operadas diariamente e com um lastro na
segurança fornecida pelo sistema “Blockchain” de rede.
Afirma-se que o uso das criptomoedas na "Dark Web" é uma das grandes
preocupações acerca da garantia da privacidade e da segurança jurídica, já que
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estas ferramentas têm sido utilizadas para a prática de diversos crimes, como o
comércio de drogas ilícitas e armas, por exemplo.
Assim, com o estudo de todo este material, você será capaz de entender
o que é o direito digital e sua abrangência. Portanto, no Capítulo 2 focaremos o
estudo na Lei Geral de Proteção de Dados Brasileira e vamos compará-la com a
legislação Europeia para entendermos a evolução histórica da legislação diante
da evolução crescente da tecnologia. Além disso, vamos avaliar como ela impacta
as empresas e as ferramentas digitais disponíveis no mercado.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, A. Sociedade da Informação. Coimbra: Universidade de Coimbra,
2008. Disponível em: http://www4.fe.uc.pt/fontes/trabalhos/2008007.pdf. Acesso
em: 30 de mar. 2021.
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Capítulo 1 DIREITO NO AMBIENTE DIGITAL
SILVEIRA, S. da. A. Tudo sobre tod@s. São Paulo: Edições Sesc SP, 2017.
Edição do Kindle.
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C APÍTULO 2
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS E
O MARCO CIVIL DA INTERNET
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Capítulo 2 LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS E O MARCO CIVIL DA INTERNET
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Neste capítulo, você entenderá o que é a Lei Geral de Proteção de Dados
brasileira, por que ela surgiu e qual a sua importância para o cenário nacional e
internacional, com um breve comparativo com o Regulamento Geral de Proteção
de Dados Europeu, que foi fonte de inspiração para a nossa legislação brasileira.
Será frisado que o assunto tem sido bastante debatido no cenário brasileiro,
justamente porque a legislação prevê penalidades altíssimas e que gera uma
preocupação de toda a comunidade, seja o usuário com seus dados ou das
empresas em proteger esses dados. Todavia, o que os advogados como um todo
tem percebido é que demandas envolvendo a Lei Geral de Proteção de Dados
serão uma das principais demandas do poder judiciário e cabe ao gestor de
e-commerce proteger ao máximo dentro dos limites da lei a empresa para evitar
que seja mais uma demanda no judiciário brasileiro.
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Capítulo 2 LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS E O MARCO CIVIL DA INTERNET
Perceba que não há uma proteção da privacidade por si só, pelo seu
conteúdo ou por um aspecto mais subjetivo, o que se protegia ali era a invasão, o
ato de romper barreiras físicas.
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Capítulo 2 LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS E O MARCO CIVIL DA INTERNET
Ainda que o texto do Marco Civil não trouxesse qualquer proteção real
à espionagem internacional, fato é que os valores nele trazidos, sobretudo
relacionados à privacidade e à proteção dos registros de conexão e de acesso
a aplicações, que será depois melhor abordado, iriam ao encontro dos valores
afrontados pela prática de vigilância em massa e que motivaram Edward Snowden
a arriscar sua própria vida ao dar-lhe publicidade.
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Cada vez que acessamos uma página na internet, essa página está
monitorando o modo como operamos, preferências etc. Assim, todos esses dados
são armazenados para diversos fins, desde simplesmente registrar os dados dos
usuários, como também designar as preferências para aquele tipo de usuário.
Além disso, é importante mencionar também sobre o “big data” (Não previsto
na LGPD). Segundo Larissa Kakizaki de Alcantara.
Assim, diante dessa explosão de números e de tudo o que foi exposto, o Big
Data é representado por cada página acessada, pelo celular, tablet ou computador,
que envia uma quantidade de informações para quem a requisitou. As coisas
mais simples feitas no dia a dia de alguém geram dados. Não se trata apenas
de informações produzidas pelas grandes companhias, pois cada usuário tem
um perfil e, para melhor complementar, são utilizados suas ligações, mensagens,
cartões de crédito e viagens compradas online e que deixam traços digitais.
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Capítulo 2 LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS E O MARCO CIVIL DA INTERNET
Dispõe Maciel que tais dados podem gerar riscos significativos para os
direitos e liberdades fundamentais a depender do contexto de sua utilização e, por
essa razão, são submetidos a um regime especial para tratamento mais rigoroso.
Bioni destaca que dados sensíveis são uma espécie de dados pessoais que
compreendem uma tipologia diferente em razão de o seu conteúdo oferecer uma
especial vulnerabilidade: discriminação.
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Frisa-se que o operador e o controlador devem manter uma linha direta (um
chat, por exemplo) possibilitando a exclusão dos dados caso não queira mais
que o dado seja utilizado por aquele e-commerce ou para solicitar a imediata
suspensão do uso indevido do dado pessoal. A título exemplificativo, é como se
uma pessoa criasse uma conta no site apenas para adquirir um produto e passar
a receber e-mails com promoções. Essa função de “linha direta” é exercida por
outro profissional denominado de “encarregado”.
Em síntese do que foi visto até o momento, pode-se concluir que o tratamento
dos dados se dará pelos agentes de tratamento (controlador e operador),
que tratam dados de titulares, e estão indiretamente vinculados também ao
encarregado, que ficará responsável pela intermediação das comunicações entre
o agente de tratamento denominado “controlador”, o titular dos dados e o órgão
regulador.
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Veja que a lei fala em “[...] tratamento de dados pessoais, inclusive nos
meios digitais [...]”, ou seja, qualquer dado vinculado na internet é um dado
pessoal e deve respeitar as normas da LGPD.
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Frisa-se que a LGPD não é a única legislação que trata sobre a proteção de
dados pessoais. Antes mesmo da LGPD algumas legislações buscavam, mesmo
que superficialmente, esta proteção.
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Capítulo 2 LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS E O MARCO CIVIL DA INTERNET
Portanto, a lei trata em como os dados serão tratados para fins de formação
do histórico de crédito, sempre respeitando os limites do Código de Defesa do
Consumidor (Lei nº 8.078/1990).
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FONTE: Data Protection Laws of the World. DLA PIPER. Disponível em:
<https://www.dlapiperdataprotection.com/>. Acesso em: 23 abr. 2021.
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Capítulo 2 LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS E O MARCO CIVIL DA INTERNET
Segundo Maciel (2019), a liquidez dos dados permite que sejam transmitidos
com uma velocidade enorme para outra jurisdição, o titular, na maioria das vezes,
nem fica sabendo onde suas informações foram parar.
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Assim, denota-se que existem países com uma legislação mais rígida em
relação a proteção de dados, e que começaram a se preocupar com a privacidade
já há bastante tempo, sendo que a maioria dos países tende a acompanhar esse
crescimento pela proteção de dados em todo o mundo.
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Capítulo 2 LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS E O MARCO CIVIL DA INTERNET
No seu artigo 1º, a RGPD dispõe que a lei é destinada às regras relativas
à proteção das pessoas “singulares” (pessoas físicas) no que diz respeito
ao tratamento de dados pessoais e à livre circulação desses dados, bem
como defende os direitos e as liberdades fundamentais das pessoas físicas,
nomeadamente o seu direito à proteção dos dados pessoais. Por fim, estabelece
que a livre circulação de dados pessoais no interior da União não é restringida e
nem proibida por motivos relacionados com a proteção das pessoas físicas no
que diz respeito ao tratamento de dados pessoais.
Tais dados são conhecidos como “dados sensíveis”, são dados pessoais
que revelem a origem racial ou étnica, dentre outros fatores, assim como tratado
anteriormente, quando falamos do dado pessoal sensível na LGPD. Vejamos
como dispõe a lei europeia:
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Capítulo 2 LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS E O MARCO CIVIL DA INTERNET
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existir soberania entre os países e geralmente um país não teria autonomia para
investigar ou penalizar empresas não estabelecidas no seu próprio território.
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Assim, a primeira impressão é que a RGPD tem uma penalidade muito mais
severa do que a Lei de Proteção de Dados Brasileira.
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Capítulo 2 LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS E O MARCO CIVIL DA INTERNET
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O que vimos até agora? Até esta parte do Capítulo 2 o aluno já é capaz de
entender o que é a Lei Geral de Proteção de Dados Brasileira, que é uma lei
aprovada em 2018 e que busca garantir o direito à privacidade, o direito de seus
dados não serem utilizados para fins diversos daquele pela qual foram fornecidos.
Vamos lá?
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Capítulo 2 LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS E O MARCO CIVIL DA INTERNET
Pelos desvios de dados, uma pena monetária foi imposta à empresa pelo
Estado de Berlim. Foi a maior condenação na época acerca de proteção de dados
na Alemanha, cerca de € 1.100.000,00 (um milhão e cem mil euros), pagos pela
empresa sem objeção.
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Portanto, pela regra da RGPD, uma multa por uma violação de dados de
segurança, como este caso em que a empresa foi multada em £ 250.000,00
(duzentos e cinquenta mil libras), com o RGPD pode chegar a € 10.000.000 (dez
milhões de euros) ou 2% de US$ 85.600.000.000,00 (oitenta e cinco bilhões e
seiscentos milhões de dólares), o que for maior, o que chegaria a aproximadamente
US$ 1.710.000.000,00 (um bilhão e setecentos e dez milhões de dólares).
Ainda, em determinados casos a multa pode ser de até 4%. Considere uma
organização com um faturamento anual de US$ 100.000.000.000,00 (cem bilhões)
e uma multa de 4%, o que equivaleria a US$ 4.000.000.000,00 (quatro bilhões).
Isso enfatiza a importância significativamente aprimorada da conformidade da
proteção de dados pelas organizações. O custo da não conformidade foi bastante
aumentado pelo RGPD, principalmente porque a penalidade é pelo faturamento, e
não lucro da empresa.
82
Capítulo 2 LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS E O MARCO CIVIL DA INTERNET
Assim, com esta decisão, afastando a ideia de que não se trata de um banco
de dados, o sistema de scoring pôde continuar vigente, e pelo fato de a decisão ter
interpretado não ser o sistema de scoring um banco de dados, não terá aplicação
da LGPD, de modo que é bem provável que a decisão não será reavaliada com a
nova lei.
2.6 BOOKING.COM
Outro caso interessante é o do Booking, que é um e-commerce de
hospedagem em hotéis, pousadas, cabanas e comercializa voos, aluguéis
de carros, ingressos em atrações etc. e que foi multado em € 475.000,00
(quatrocentos e setenta e cinco mil euros).
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A multa foi aplicada pela União Europeia porque o Booking teve dados
acessados por terceiros. A multa, portanto, não foi aplicada pelo simples fato de
ter dados desviados, mas sim porque a empresa levou 22 dias para comunicar o
incidente. Na RGPD, o prazo máximo admitido é de 72 horas após a invasão.
Em resposta à multa, a empresa comunicou que não vai entrar com recurso
contra o pagamento da penalidade. Além disso, a empresa reforçou que tomou
todas as medidas necessárias para garantir a segurança dos clientes, incluindo
medidas próprias de investigação que levaram ao atraso na notificação às
autoridades.
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Capítulo 2 LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS E O MARCO CIVIL DA INTERNET
De acordo com a decisão, ficou evidente que dados dos cerca de 443.000
usuários da plataforma estavam em disposição indevida pelos desenvolvedores do
aplicativo “thisisyourdigitallife”. O aplicativo é um teste psicológico cujas respostas
de milhares de pessoas que o fizeram teriam sido utilizadas para finalidades não
muito claras.
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Capítulo 2 LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS E O MARCO CIVIL DA INTERNET
Veja que o MCI é anterior à Lei Geral de Proteção de Dados, de modo que
até 2018, portanto, era uma das poucas legislações que tratavam superficialmente
sobre o tratamento de dados pessoais.
O artigo 15 prevê também que uma ordem judicial poderá obrigar, por certo
tempo, os provedores de aplicações de internet que não estão sujeitos ao disposto
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A LGPD não trouxe tantas previsões quanto a MCI acerca de controle judicial,
trazendo uma maior importância ao órgão regulador e as sanções administrativas
conforme vimos anteriormente.
Vale ressaltar que, em 2014 (mesmo ano em que foi aprovada a MCI), a Corte
Europeia reconheceu aos titulares dos dados o direito ao esquecimento perante
os buscadores, como forma de proteção dos dados pessoais, estabelecendo
critérios para remoção, o que restou ratificado pela RGPD.
Assim, o MCI é visto como uma das mais importantes legislações sobre o
controle judicial e o acesso à internet, bem como uma legislação complementar
para a Lei Geral de Proteção de Dados, e ambas devem ser lidas em conjunto
para trazer maior segurança jurídica ao e-commerce.
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Capítulo 2 LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS E O MARCO CIVIL DA INTERNET
Dito isso, é possível afirmar com total segurança que o e-commerce deve
informar ao usuário exatamente com qual objetivo está captando os dados
solicitados. Assim, a pergunta que devemos fazer é: “a propaganda que está
sendo direcionada aos usuários da internet é para oferecer descontos?”. Se
a resposta for positiva, até aí, conforme narrado, não há nenhuma ilicitude ou
ilegalidade, desde que o usuário seja devidamente cientificado e que o dado seja
utilizado exclusivamente para esse fim.
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Capítulo 2 LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS E O MARCO CIVIL DA INTERNET
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Capítulo 2 LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS E O MARCO CIVIL DA INTERNET
Você detém o poder de desligar os seus cookies, nas opções do seu browser
(navegador) ou realizando alterações nas ferramentas de programas dos antivírus.
No entanto, isso poderá alterar a forma como interage com o nosso website. Isso
poderá afetar ou não permitir que faça logins em programas, sites de outras redes.
3 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Após toda essa discussão, foi possível compreender o que é a Lei Geral
de Proteção de Dados brasileira e que esta lei foi por muito tempo pensada em
virtude da busca pelo direito à privacidade.
Além da LGPD, vimos também que outras legislações tratam sobre a proteção
de dados pessoais e qual a sua importância para os comércios eletrônicos.
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Assim, de outro lado, as decisões que se observam nos casos brasileiros vão
no sentido oposto. Os precedentes brasileiros com muita dificuldade reconhecem
a responsabilidade dos provedores de internet que tratam dados de milhões de
brasileiros. Somente nos últimos anos é que as decisões passaram a proteger o
titular dos dados.
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Capítulo 2 LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS E O MARCO CIVIL DA INTERNET
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REFERÊNCIAS
ALCANTARA, L. K. de. Big Data e IoT: Desafios da Privacidade e da Proteção
de Dados no Direito Digital. Edição do Kindle.
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Capítulo 2 LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS E O MARCO CIVIL DA INTERNET
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SILVEIRA, S. da. A. Tudo sobre tod@s. São Paulo: Edições Sesc SP, 2017.
Edição do Kindle.
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C APÍTULO 3
REGISTRO DE MARCA E DOMÍNIO
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Capítulo 3 REGISTRO DE MARCA E DOMÍNIO
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Você já parou para pensar no quanto uma marca tem valor? Não somente
um valor comercial, pois esse é intrínseco da marca, mas um valor de autoridade
e de conceito. Cada marca tem sua importância no mercado de consumo e de
algum modo uma marca influencia a outra, positivamente ou não. Cada pessoa
tem suas preferências e por vezes fidelizam a marca em razão de suas origens,
propostas, de seus conceitos, e tudo isso tem a ver com a identidade da empresa,
ou seja, sua marca.
Com base nos estudos, você será capaz de entender e explicar o conceito
e a ideia de marca, a importância da proteção e comunicação da marca para
as empresas que visam adquirir autoridade no mercado de atuação e ao final
também será capaz de registrá-la ou ao menos dar início ao processo de registro
da marca.
Fato é que, para algumas empresas o domínio passa a ser parte integrante
da marca, já que compõe a identidade dela. Você já imaginou consultar a empresa
“Renner” em um site cujo domínio seja diferença da marca, como por exemplo
“Rinner” ou algo do gênero? Soa até estranho, geralmente, você quer acessar a
“Renner”.
Vamos lá?
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2 PROTEÇÃO E COMUNICAÇÃO DE
MARCA
Prezado acadêmico, chegamos no último capítulo! Agora, vamos abordar um
pouco sobre a proteção e comunicação de marca, registro de domínios e aspectos
importantes para a prática no que se refere ao registro de marca e domínio.
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Capítulo 3 REGISTRO DE MARCA E DOMÍNIO
Por fim, Schimidt (2013, s.p.) define marca como: “Um sinal distintivo
que diferencia um produto ou serviço de outro. Não necessariamente idêntico,
semelhante ou afim, nem necessariamente de origem diversa”.
Assim, fica claro que tudo o que representa uma empresa ou produto é
considerado como marca, independente de registro. Assim, conseguimos afastar
a concepção cultural da ideia de que produto de “marca” são produtos bons, pois
a ideia de marca remonta a tudo e todo tipo de produto ou empresa que possui
sua identidade própria e distintiva.
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A autora cita também que fazer “branding” significaria ter uma marca mundial
ou apenas num local certo, mas com o objetivo de desenvolvimento do valor da
marca:
O fato é que toda marca tem um objetivo comum, que é construir uma
identidade daquela empresa ou produto. Conforme leciona Graça (2012, p. 30):
E em seguida:
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Capítulo 3 REGISTRO DE MARCA E DOMÍNIO
Vejamos que muitos dos exemplos citados estão “ultrapassados”, mas que
acabam se tornando caro e sendo exclusivos de empresas fortes no mercado.
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Capítulo 3 REGISTRO DE MARCA E DOMÍNIO
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Capítulo 3 REGISTRO DE MARCA E DOMÍNIO
A marca coletiva, por sua vez, conforme visto nos artigos acima, possui
finalidade distinta da marca de produto ou serviço. Dispõe o INPI (c2021, s.p.) que
“[...] o objetivo da marca coletiva é indicar ao consumidor que aquele produto ou
serviço provém de membros de uma determinada entidade”.
No que se refere as formas que a marca pode se apresentar, ela pode ser
descrita como nominativa, figurativa, mista ou até tridimensional.
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FIGURA 6 – SONY
FIGURA 7 - SAMSUNG
Veja que nas imagens ilustradas, a proteção legal recai sobre a representação
gráfica das letras e do ideograma em si, e não sobre a letra que a representa
como o “r” ou o “b”.
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Capítulo 3 REGISTRO DE MARCA E DOMÍNIO
Por fim, temos a chamada “Marca tridimensional”, que pelo INPI (c2021,
s.p.), significa: “[...] o sinal constituído pela forma plástica distintiva em si, capaz
de individualizar os produtos ou serviços a que se aplica. Para ser registrável, a
forma tridimensional distintiva de produto ou serviço deverá estar dissociada de
efeito técnico”.
FIGURA 8 - TOBLERONE
FONTE: <https://www.lojamondelez.com.br/Produto/TOBLERONE-AO-
LEITE-360G/3-10-33-589?site_id=106>. Acesso em: 9 maio 2021.
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Assim, uma marca de produtos para petshop, por exemplo, pode ter um
nome parecido com marcas já conhecidas, desde que o símbolo distintivo consiga
individualizá-los.
De acordo ainda com o INPI, são três os princípios fundamentais que regem o
direito de marcas, sendo a primeira a prevista no artigo 129 da Lei nº 9.279/1996,
que dispõe que:
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Capítulo 3 REGISTRO DE MARCA E DOMÍNIO
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Capítulo 3 REGISTRO DE MARCA E DOMÍNIO
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Por fim, temos a ideia de função publicitária, que é uma função mais
silenciosa, mas que difunde o nome da marca. Segundo Schimidt (2013, s.p.):
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Capítulo 3 REGISTRO DE MARCA E DOMÍNIO
Zara, porém, a Renner, por sua vez, vende outras marcas. Ocorre que quando
você vai comprar na Renner, você não necessariamente está procurando uma
marca específica, mas sim as roupas do estilo “Renner”, mesmo que o produto
seja de outra marca. Aqui fica claro a importância do desenvolvimento da marca
Renner no comércio eletrônico.
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Já a patente:
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Capítulo 3 REGISTRO DE MARCA E DOMÍNIO
E ainda:
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Capítulo 3 REGISTRO DE MARCA E DOMÍNIO
Para gerar a guia correta, você deve saber exatamente qual o serviço você
está buscando, se for o registro de marca, deverá preencher “Pedido de registro
de marca”, com ou sem especificação. O valor varia conforme o tipo de serviço.
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Capítulo 3 REGISTRO DE MARCA E DOMÍNIO
Isso é importante uma vez que somente após o exame de mérito e caso o
INPI decida, por meio do deferimento ou do deferimento parcial do pedido pela
registrabilidade da marca, é que o requerente deverá recolher as retribuições
referentes à expedição de certificado e proteção ao primeiro decênio (período de
dez anos).
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E ainda:
Nada impede, porém, que futuramente o registro seja ser anulado por via
judicial, nos termos do artigo 174 da LPI que dispõe que “Prescreve em 5 (cinco)
anos a ação para declarar a nulidade do registro, contados da data da sua
concessão”.
Nos termos do DNS.pt (c2021, s.p.) (site oficial para registro de domínio em
Portugal):
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Capítulo 3 REGISTRO DE MARCA E DOMÍNIO
Dos dados coletados, podemos afirmar que no brasil, desde 1996, foram
aproximadamente 4 milhões de registros de domínios que foram realizados
através do registro.br (domínios com o final “.br”):
Se você quiser um registro sem o “.br” no final, você pode utilizar sites
confiáveis no mercado como o “GoDaddy” para solicitar seu registro.
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Capítulo 3 REGISTRO DE MARCA E DOMÍNIO
GoDaddy - https://www.godaddy.com/pt-br/tlds/dominio-com
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Em outras palavras:
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Capítulo 3 REGISTRO DE MARCA E DOMÍNIO
Para adquirir um domínio, você não precisa ter previamente um DNS ou uma
hospedagem. “Basta adquiri-los. No entanto, para que seu website esteja visível
para todos, é necessário que seja fornecido 2 servidores DNS já configurados
para o seu domínio” (REGISTRO.BR, c2021, s.p.).
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Capítulo 3 REGISTRO DE MARCA E DOMÍNIO
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Após todo o procedimento, você já estará apto a utilizar seu nome de domínio
publicamente.
FONTE: <https://br.godaddy.com/domainsearch/
find?checkAvail=1&domainToCheck=exemplodedominio>. Acesso em: 13 set. 2021.
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Capítulo 3 REGISTRO DE MARCA E DOMÍNIO
Assim, feitas estas observações, vamos realizar uma questão para ver se
você conseguiu absorver o assunto?
3 - O que é um domínio?
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4 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste capítulo tratamos basicamente de 2 pontos chaves: o registro de
marca e o registro de domínio.
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Capítulo 3 REGISTRO DE MARCA E DOMÍNIO
você registra a marca e resolve registrar o domínio com o mesmo nome, e, quando
percebe, o domínio já está registrado com outra pessoa de outra titularidade. Você
terá que utilizar outro domínio e isso pode prejudicar muito o negócio.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA PROPRIEDADE INTELECTUAL. Você sabe
qual é a diferença entre marca e patente?. Disponível em: https://abpi.org.br/
blog/voce-sabe-qual-a-diferenca-entre-marca-e-patente/. c2021. Acesso em: 10
maio 2021.
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