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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DO

TRABALHO DA COMARCA DE CIANORTE/PR

Processo: n°_________________

MANUEL SANTOS, brasileiro, estado civil_____, profissão _____,


inscrito no CPF sob n°__________, e no RG n° _____________, domiciliado e
residente no endereço ______, n° ___, bairro _____, cidade _____/PR, vem
perante Vossa Excelência, por intermédio de sua advogada adiante assinado,
com escritório no endereço ________, propor com fulcro no artigo 840, da CLT:

Reclamatória Trabalhista

Em face de MERCADÃO DE CONGELADOS SS LTDA, pessoa jurídica


de direito privado, inscrita no CNPJ___________, com sede à Rua _________,
bairro ______, na cidade de Cianorte/PR, pelas razões de fato e de direito a
seguir expostas:

1. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Cumpre salientar que o autor não possui condições financeiras de arcar


com custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo ao seu próprio
sustento e de sua família, requerendo desde já os benefícios da justiça gratuita,
nos termos do artigo 4º da Lei 1.060/50 e no § 4° do artigo 790 da CLT.
2. DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA

Mister ressaltar, que o reclamante não se submeteu a Comissão de


Conciliação, em conformidade com as ADINs 2139 e 2160.
Portanto, prevalece o artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição que dispõe ser livre
o acesso a Justiça.

3. DOS FATOS

Manoel Santos foi admitido em 05/07/2016 pela empresa Mercadão de


Congelados e fora dispensado sem justa causa em 27/07/2021 e ainda dentro
do período do período de estabilidade pelo acidente de trabalho sofrido.
Ocorre que o reclamante foi admitido pela reclamada há cinco anos e exercia a
função de empacotador, recebendo por último o salário de R$ 1.300,00 por mês.
Sua tarefa consistia em empacotar congelados de legumes numa máquina
adquirida para tal fim.
Em 30/11/2019 sofreu um acidente do trabalho na referida máquina, quando sua
mão ficou presa no interior do equipamento, ficando afastado pelo INSS e
recebendo auxílio doença acidentário até 25/05/2020, quando retornou ao
serviço. No acidente, sofreu amputação traumática de um dedo da mão direita e
submeteu a tratamento médico e psicológico, gastando com os profissionais R$
3.500,00 entre honorários profissionais e medicamentos, tendo levado consigo
os recibos. Do acidente resultou deformidade permanente e danos de natureza
estética.
A CIPA da empresa, convocada quando da ocorrência do acidente,
verificou que a máquina havia sido alterada pela empresa, que retirou um dos
componentes de segurança para que ela trabalhasse com maior rapidez e,
assim, aumentasse a produtividade. Adicionalmente Manoel costumava fazer
digitação de trabalhos de conclusão de curso para universitários, ganhando em
média R$500,00 por mês, mas no período em que esteve afastado pelo INSS
não teve condição física de realizar esta atividade, que voltou a fazer tão logo
retornou ao emprego.

4. DOS FUNDAMENTOS
A demissão sem justa causa, conforme artigo 118 da lei 8213/91, pois o
segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de
doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a
cessação do auxílio-doença acidentário.
Esta lei foi violada, em função do reclamante ter retornado apenas há seis meses
quando foi demitido, devendo o mesmo ser reintegrado aos quadros da empresa
na mesma função
Além disto, conforme Art. 927, CC, aquele que por ato ilícito, causar dano
a outrem, fica obrigado a repará-lo, independentemente de culpa, em função do
risco provado quando da retirada da peça de proteção para “aumentar a
produtividade”
Adicionalmente estão presentes elementos que evidenciam a
probabilidade de dano, assim como a probabilidade da existência do direito do
reclamante, que conforme artigo 300, NCPC, justificariam que a tutela de
urgência seja concedida.
Solicito ainda vossa excelência analisar a possibilidade de converter a
estabilidade em verba pecuniária, conforme Súmula nº 396 do TST, que diz que
não há nulidade por julgamento “extra petita” da decisão que deferir salário
quando o pedido for de reintegração, dados os termos do art. 496 da CLT
(quando a reintegração do empregado estável for desaconselhável).

5. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer a V. Exa:

a) Que seja concedida a gratuidade de justiça;


b) Que seja concedida a tutela de urgência determinando-se a imediata
reintegração do reclamante ao cargo de empacotador;
c) Que seja julgado procedente o pedido para condenar a reclamada na
reparação de perdas e danos no valor de R$ … (valor em reais);
d) Que seja julgado procedente o pedido para condenar a reclamada a pagar
danos morais que foram ocasionados;
e) Que seja julgado procedente o pedido tornando definitiva a tutela de
urgência;
f) A notificação da reclamada;
g) Que se oficie o Ministério Público do Trabalho para as devidas
providências quanto as retiradas das peças de proteção.

6. DAS PROVAS

Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude


dos artigos 369 e seguintes do NCPC, em especial a prova documental, a prova
pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal da Ré.

7. DO VALOR DA CAUSA

Dá-se à causa o valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais).

Diante do exposto,
Pede deferimento.
Tamirys Rodrigues Mirapalheta
OAB_____/PR

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