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AO JUIZO DA VARA DO TRABALHO DE CARUARU/PE

ZUMIRA DOMITILA, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da CTPS, n°, inscrita
no CPF n° e RG n°, residente e domiciliada na rua, n°, bairro, cidade, cep, vêm por sua
advogada infra-assinado, com endereço profissional situado na rua, N°, bairro, cidade, cep,
para fins do art. 77, V, do CPC, perante vossa excelência, na forma do art. 840 da CLT,
propor RECLAMATÓRIA TRABALHISTA com fundamento no art. 840, § 1, da CLT pelo
rito ordinário, em face de PASSAREI NA OAB LTDA, pessoa jurídica de direito privado,
inscrita no CNPJ n°, com endereço na rua, n°, bairro, Caruaru, PE, CEP, com endereço
eletrônico, pelos fatos e razões a seguir expostos:

I- GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Inicialmente, requer-se, desde já, a concessão do benefício da Gratuidade de Justiça
consoante ao disposto no artigo 5º, LXXIV, da CF/88 e nos § 3º e § 4º do art. 790 da CLT e
item I da Súmula 463 do TST, eis que a parte reclamante não dispõe de meios financeiros
para suportar às custas processuais sem prejuízo do seu próprio sustento e da sua família,
visto que se encontra desempregada.

II- DOS FATOS


A reclamante trabalhava na sociedade empresária Passarei na OAB Ltda, desde 26/10/2020,
exercendo a função de Auxiliar de Escritório na unidade localizada em Caruaru/PE e
recebendo, em média, quantia equivalente a 1 salário-Mínimo por mês.
Em janeiro de 2022, a proprietária do estabelecimento resolveu instalar dois quadros de uma
famosa artista na loja para poder ornar o ambiente e, visando economizar dinheiro, fez a
instalação pessoalmente. Os quadros de madeira, com 10 KG cada, foram afixadas logo
acima da mesa em que Zumira Domitila trabalhava.
Ocorre que a proprietária da empresa tinha pouca habilidade manual, e acabou por fixar
inadequadamente os quadros utilizando, ainda, material incompatível com o peso das obras
de arte. No dia seguinte à instalação malfeita, com o peso da estrutura, os parafusos cederam
e os quadros caíram, acertando violentamente a cabeça da reclamante, que estava logo abaixo
atendendo um cliente. Com o impacto, a reclamante desmaiou, foi socorrido e conduzido ao
hospital público, onde recebeu atendimento e levou 150 pontos na cabeça, resultando em uma
grande cicatriz que cobria boa parte do rosto além de expor o couro cabeludo, segundo a
reclamante, assustava até sua filha pequena, Aryeta.
A reclamante teve o plano de saúde, que era concedido pela sociedade empresária, cancelado
após o dia do incidente e teve de usar sua poupança para arcar com R$ 2.000,00 em remédios,
para minimizar as dores que sentia, além de R$ 3.000,00 em sessões de psicoterapia, pois
ficou abalada emocionalmente, tanto com o acidente quanto as sequelas. Além disso, a
reclamante ficou afastada em benefício previdenciário por acidente do trabalho (auxílio por
incapacidade temporária acidentária, antigo auxílio-doença acidentário, código B-91), teve
alta médica após 3 meses e retornou à empresa com a capacidade laborativa preservada, mas
foi demitida, sem justa causa, no mesmo dia do retorno.

III- DANOS MORAIS


O evento gerou dano moral na reclamante, tanto que precisou de atendimento psicológico.
Tal fato ofende os seus direitos protegidos pelo art. 223-C da CLT, notadamente sua saúde e
integridade física, havendo responsabilidade do empregador nos termos dos artigos Art. 223-
B e 223-G da CLT, bem como Art. 186 e Art. 927, ambos do CC. Assim, requer seja a
Reclamada condenada ao pagamento de indenização por dano moral a Reclamante.

IV- DANO MATERIAL


Em razão do acidente a Reclamante teve de usar suas reservas financeiras para arcar com R$
2.000,00 em remédios, para minimizar as dores que sentia, além de R$ 3.000,00 em sessões
de psicoterapia, pois ficou abalada emocionalmente. No caso, há a responsabilidade civil do
empregador que deve reparar os danos materiais sofridos, conforme Art. 186. Art. 927 e Art.
949, todos do CC. Diante do exposto, requer seja a Reclamado condenada a reparar o dano
material sofrido pela Reclamante.

V- DANO ESTÉTICO
A Reclamante desmaiou com o impacto, foi socorrida e conduzida ao hospital público, onde
recebeu atendimento e levou 150 pontos na cabeça, resultando em uma grande cicatriz que
cobria boa parte do rosto além de expor o couro cabeludo, segundo a reclamante, assustava
até sua filha pequena, Aryeta. Diante da responsabilidade civil do empregador e do dano
estético, requer a condenação da Reclamada ao pagamento de indenização pelo dano estético,
nos termos do Art. 223-B. Art. 223-C , todos da CLT, ou Art. 186 ou Art. 927, ambos do CC.
VI- DO FGTS
A Reclamante ficou afastada em benefício previdenciário por acidente do trabalho, teve alta
médica após 3 meses e retornou à empresa com a capacidade laborativa preservada, mas foi
dispensado, sem justa causa, no mesmo dia do retorno. Porém, conforme extrato do FGTS,
não constam depósitos nos 3 meses de afastamento pelo INSS. Diante do exposto, requer o
depósito do FGTS dos três meses de afastamento, porque o evento foi um acidente de
trabalho, havendo a obrigação do empregado de fazer tais recolhimentos, conforme Art. 15, §
5, da Lei no 8.036/90.
VII- DÁ ESTABILIDADE – REINTEGRAÇÃO –
RESTABELECIMENTO DO PLANO DE SAÚDE – TUTELA
PROVISÓRIA
Como mencionado, a Reclamante ficou afastado em benefício previdenciário por acidente de
trabalho, teve alta média após três meses e retornou a empresa com a capacidade laborativa
preservada, mas foi demitida, sem justa causa no mesmo dia do retorno. Porém, a Reclamante
possui estabilidade/garantia no emprego em virtude do acidente de trabalho conforme no
artigo 118 da Lei nº 8.213/91, conforme se extrai do teor do item III da Súmula nº 378 do
TST, e não poderia ter sido dispensada, razão pela qual requer a sua reintegração. Ademais
não poderia ter sido cancelado o plano de saúde conforme a Súmula 440 do TST, razão pela
qual requer o restabelecimento do plano de saúde. Considerando a probabilidade do direito
respaldado pela fundamentação supra e a urgência da situação que pode resultar em dano de
difícil reparar, requer a concessão de tutela provisória de urgência ou evidência para a
reintegração imediata e restabelecimento do plano de saúde, conforme o Art. 294, caput ou
parágrafo único, Art. 300, caput ou § 2º, ou ainda Art. 311, todos do CPC.

VIII- HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS


Requer que o reclamado seja condenado, ao pagamento de honorários advocatícios, conforme
prevê o art. 791-A, CLT. Desta forma, requer-se a condenação do reclamado ao pagamento
de honorários sucumbenciais no percentual de 15%, sobre o valor bruto total resultante desta
demanda.

IX- DOS PEDIDOS:


Diante dos fatos e razões expostos, requer:

a) A reintegração do empregado ou a condenação da reclamada ao


pagamento de indenização substitutiva, no valor de R$ 6.000,00;
b) O restabelecido do plano de saúde;
c) O pagamento de indenização por dano moral, no valor de R$ 2.000,00;
d) O pagamento de indenização pelo dano material, no valor de R$ 5.000,00;
e) O pagamento de indenização pelo dano estético, no valor de R$ 7.000,00;
f) O depósito de três meses de FGTS, no valor de R$ 5.000,00;
g) A concessão do benefício da Justiça Gratuita;
h) A condenação do reclamado ao pagamento de honorários
sucumbenciais no percentual de 15% sobre o valor bruto total resultante desta
demanda.

XX- DOS REQUERIMENTOS


Por fim, requer:
1. Seja deferida a tutela provisória para a imediata reintegração do Reclamante e
restabelecimento do plano de saúde;
2. A notificação da reclamada para comparecer em audiência e apresentar
3. a sua defesa, querendo;
4. A produção de todas as provas em direito admitidas;

Atribui-se à causa o valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais)


Nesses termos;
Pede deferimento.
ADVOGADO
OAB/

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