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EXCELENTTÍSSIMO SENHOR JUÍZ DE DIREITO DA VARA CIVIL DA COMARCA DE

MANAUS/AM.

ANA BEATRIZ, casada, modelo, CPF n.º 001.001.001-00, RG n.º 010101 SESDEC/SP,
endereço: Rua dos Lírios, n.º 5475, bairro: Cohab – CEP 76807-862, telefone: (92) 99249-2649,
na cidade de Manaus/AM, por intermédio de seu advogado, infra assinado, com escritório na
Av. Carlos Gomes, nº 1910, bairro: Centro, CEP 76.804-037, na cidade de Manaus/AM, vem
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 949 da Lei
10.406/02 e do artigo 14 da Lei 8.078/90, propor a presente AÇÃO DE DANO MATERIAL
E MORAL, em face da empresa Salão de Beleza Hair, sediada na cidade de São Paulo/SP, os
dados da empresa não declarados, com base nos fatos e fundamentos de direito apresentados a
seguir.

I – DOS FATOS

A Autora, modelo profissional, residente em Manaus, viajou para a


cidade de São Paulo, para o casamento de sua filha. Onde procurou serviços de cabelereiro para
lavar, pintar seus cabelos e
realizar um penteado para o casamento, procurou os serviços de
João Macedo, cabeleireiro e dono do salão de beleza “Hair”, sediado na
cidade de São Paulo, que lhe cobrou R$ 500,00 (quinhentos reais) pela
prestação do serviço.
Posteriormente a lavagem dos cabelos de Ana, João aplicou-lhe
uma tintura da marca francesa ABC, importada pela empresa Brasil
Connection Ltda., sediada na cidade de Curitiba (PR). Meia hora após a
aplicação da tintura, Ana sofreu uma reação alérgica, onde foi encaminhada para o atendimento
médico hospitalar, onde teve um gasto no valor de R$ 1.000,00, bem como
dois dias de absoluto repouso que impossibilitou sua presença no
casamento de sua filha.
Além disso, perdeu grande parte de seu cabelo, tendo permanecido com
manchas em seu rosto, por dois meses, com isso a Autora perdeu um ensaio fotográfico, para o
qual já havia sido contratada, pelo valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).
Posteriormente constatou-se que a tintura utilizada continha substâncias
químicas extremamente perigosas à vida e à saúde das pessoas e que a
fabricante ABC já havia sido condenada pela justiça francesa a encerrar
a fabricação e comercialização do produto.
Indignada com os danos e percas sofridas, vem e esse egrégio para
demandar em face do reclamado a fins de reparação dos danos causados.

II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

A luz da lei 8.078/90 em seu artigo 14, faz a devida confirmação da


responsabilidade do fornecer de serviços.

Art. 14. O fornecedor de serviços responde,


independentemente da existência de culpa, pela reparação
dos danos causados aos consumidores por defeitos
relativos à prestação dos serviços, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua
fruição e riscos.

Consoante com o artigo 2.º da lei 8.078/90, a autora é consumidora final


do produto,

Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que


adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário
final. Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a
coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que
haja intervindo nas relações de consumo.
III – DOS DANOS

Com o ocorrido, a autora teve gastos que não estariam em sua


programação financeira para aquele momento, onde se não fossem a má qualidade da prestação
do serviço e a substancia química do produto que lhe causara os sérios ferimentos.

A autora sofreu, com a aplicação do produto em seus cabelos, sérios


problemas de saúde, tendo que ir para um hospital para receber cuidados médicos, pagando por
esse serviço hospitalar o valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais), comprovante em anexo.

Embora, antes do ocorrido, pagou R$ 500,00 (quinhentos reais), ao salão


beleza Hair, pelo serviço que seria executado, valor que pretende que seja restituído.

Além do mais, a autora exerce a profissão de modelo profissional, onde


antes do ocorrido tinha sido contratada para que realizasse um ensaio fotográfico, com os
honorários no importe de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), cópia do contrato anexo, a autora
deverá ser indenizada quanto aos lucros cessantes.

Contudo, o efeito de queda de cabelo e as manchas em seu rosto


impossibilitaram de utilizar da sua ferramenta de trabalho, qual seja, sua imagem.

O Código Civil Brasileiro em seu artigo 949 dispõe:

Art. 949 No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o


ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento
e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além
de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver
sofrido.

Os danos estéticos causados à autora, bem como o fato de não mais poder
utilizar-se de sua imagem para o trabalho, causaram-lhe grandes abalos emocional que, por si
só, justifica o pedido de indenização, cumulativamente, por danos morais, em cumprimento,
inclusive, ao disposto no artigo 5ª, X, da Constituição Federal. Sobre tal cumulação, a Sumula
37 do STJ deixou pacificado, “São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral
oriundos do mesmo fato. ” Cabível, portanto o pedido da autora de receber indenização a título
dos danos morais sofridos pelo fato ocorrido, tendo em vista, ainda não ter podido comparecer
ao casamento de sua filha, por ter ficado em absoluto repouso por dois dias.

Atribui-se a esse título, na tentativa de amenizar os sofrimentos


experimentados pela autora, o importe de 5.000,00 (cinco mil reais). Cumpre, por fim,
esclarecer que a presente demanda é distribuída no foro de domicilio da autora, nesta Capital,
tendo em vista a faculdade prevista no artigo 101 da lei 8.078/90.

III – DOS PEDIDOS

Diante de todo exposto, a autora requer de Vossa Excelência que se digne a:

a) determinar a citação da empresa requerida, por carta precatória, endereçada


para uma das Varas civis da cidade de São Paulo, onde se encontra a sua sede, por oficial de
justiça, para que compareça à audiência de conciliação ou mediação a ser designada e, sendo
esta infrutífera, querendo, ofereça a defesa no prazo de quinze dias, sob pena dos efeitos da
revelia;

b) julgar totalmente procedente o pedido, para condenar a requerida ao


pagamento no valor de R$1.500,00 (hum mil e quinhentos reais), desembolsados pela despesa
medica e execução do serviço, bem como da quantia de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) a
título de lucros cessantes, devidamente corrigidos e com a incidência dos juros legais, e ainda
de R$ 5.000,00 (cinco mil reais);

c) condenar a requerida nas custas processuais e nos honorários advocatícios a


serem arbitrados por Vossa Excelência;

d) protestar provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, em


especial comprovantes das despesas medicas, cópia do contrato de trabalho que iria executar e
demais que Vossa Excelência julgar necessárias.

Atribui o valor da causa de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais).


Termos em pede deferimento.

Porto Velho/RO, 13 de abril de 2021.

Advogado
OAB/---
Documentos em anexo:
1) Documentos pessoais (CNH)
2) Nota fiscal do hospital
3) Contrato de trabalho
4) Comprovante de Residência
5) Procuração
7) Certidões de Nada Consta (TJ e TRF1)

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