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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA

COMARCA DE MANAUS DO ESTADO DO AMAZONAS

ANA, (nacionalidade), (estado civil), modelo profissional, cédula de identidade


RG no. *** inscrito no CPF sob no*** , (endereço eletrônico), residente e domiciliada na
***, Manaus, Amazonas, CEP ***, por seu advogado infra assinado (instrumento de
mandato anexo), vem perante vossa excelência e propor AÇÃO DE REPARAÇÃO
POR PERDAS E DANOS MATERIAIS E MORAIS, sobre o rito COMUM, com
fundamento no art. 5o, inciso V e X, da Constituição Federal, combinado com o art. 12
da Lei no 8,078 de 11-9-1990, E os artigos 318 e seguintes do Código de Processo
Civil, em face de HAIR, inscrita no cadastro das pessoas jurídicas do Ministério da
Fazenda sob o no***,(endereço eletrônico), com sede na ***,São Paulo, CEP ***,
BRASIL CONNECTION LTDA, inscrita no cadastro das pessoas jurídicas do Ministério
da Fazenda sob o no***,(endereço eletrônico), com sede na ***,Curitiba, Paraná, CEP
***,pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:

I - DOS FATOS

A autora, modelo profissional, residente em Manaus, viajou para São Paulo, para
o casamento de sua filha. Para lavar, pintar seus cabelos e realizar um penteado para
o casamento, Ana procurou os serviços de João Macedo, cabeleireiro e dono do salão
de beleza “Hair” (comerciante), sediado na cidade de São Paulo, que lhe cobrou R
$500,00 pela prestação do serviço. Após lavar os cabelos da autora, João aplicou-lhe
uma tintura da marca francesa (Fabricante) ABC, importada pela empresa Brasil
Connection Ltda (Importador), sediada na cidade de Curitiba (PR). Meia hora após a
aplicação da tintura, a autora sofreu uma reação alérgica, que demandou atendimento
médicos hospitalar, no valor de R $1.000,00, bem como dois dias de absoluto repouso
que impossibilitou sua ida ao casamento da sua filha. Além disso, perdeu parte de seu
cabelo, tendo permanecido com manchas em seu rosto, por dois meses, perdendo um
ensaio fotográfico, oara o qual já havia sido contratada, pelo valor de R $50.000,00.
Posteriormente constatou-se que a tintura utilizada continha substâncias químicas
extremamente perigosas à vida e à saúde das pessoas e que a fabricante ABC já
havia sido condenada pela justiça francesa a encerrar a fabricação e comercialização
do produto.

II - DOS DIREITOS

A autora se enquadra perfeitamente no disposto no artigo 2º do CDC, bem como


os réus preenchem os requisitos constantes no artigo 3º do mesmo diploma legal.
Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza
produto ou serviço como destinatário final. Parágrafo único. Equipara-se a
consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja
intervindo nas relações de consumo.

Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional


ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem
atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação,
importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviços.

Em luz do artigo 12 e 14 do CDC, quanto o importador e fornecedor são


responsáveis pelo reparo dos danos causado aos consumidores pelos seus produtos
ou serviços.

Art. 12º O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o


importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de
projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação,
apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.

Art. 14º O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência


de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos
relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou
inadequadas sobre sua fruição e riscos.

Diante dos fatos narrados e provas apresentadas vemos que a responsabilidade


é OBJETIVA, ou seja, independente da existência de culpa.

Segundo os artigos 186 e 927 do código civil, aquele que causar dano a outrem,
tem o dever de indenizar.

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa,


nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo
autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

Para que haja uma responsabilidade civil tem que estar presentes nos fatos a
conduta, o dano e o nexo da causalidade:

A conduta: É o serviço contratado e prestado, onde a autora contrata o réu para


lavar e pintar seus cabelos.

O dano: Foi a reação alérgica da autora com o produto químico administrado


pelo réu.

Nexo causalidade: Os efeitos que a autora sofreu com a reação do produto, onde
necessitou de cuidados médicos hospitalares, perdeu o casamento tão desejado e
esperado de sua filha, ficando temporariamente com sequelas e marcas, sofreu um
abalo emocional ao se sentir horrível com a grande perda do cabelo, manchas pelo
rosto e ainda perdendo um ensaio fotográfico onde perdeu muito dinheiro.

Temos também no artigo 6o, inciso VI do CDC, a garantia por escrito que a
efetiva reparação dos danos materiais e morais advindos das relações de consumo.
Neste caso, temos:

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos e difusos;

Danos

- Danos emergentes: R $1.500,00, sendo R $500,00 do serviço prestado e R $


1.000,00 valor do tratamento hospitalar.

- Lucros Cessantes: R $50.000,00, do ensaio fotográfico que a autora já tinha sido
contratada mas não pode realizar pelas condições que se encontrava graças o dano
do produto utilizado.

- Danos morais e estéticos no valor de 100.000,00 onde todo esse caos


causado gerou insegurança na estética do seu corpo, no qual é sua ferramenta
de trabalho. Para mulher sua imagem é algo muito importante, imagina para
uma modelo profissional onde sua imagem é tudo, seu psicológico gravemente
abalado com a grande perda de cabelo, com o rosto manchado por muitos
dias, meses. Lembrando que enquanto estava nessas condições deploráveis
não pode realizar nenhum trabalho pois na condição que se encontravam
nenhuma agência a procurou.

Não podemos deixar de mencionar o princípio da reparação integral, art. 944 do


código civil.

Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.

Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano,


poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização.

III - DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer a V. Exa:

1º) a citação dos Réus;


2º) seja julgado procedente para condenar os Réus ao pagamento de:
2.1) R$ 1.500,00, a título de danos emergentes;
2.2) R$ 50.000,00, a título de lucros cessantes;
2.3) R$100.000,00, a título de danos morais e estéticos;
3º) a inversão do ônus da prova;
4º) a condenação dos Réus aos ônus da sucumbência.
IV - DAS PROVAS

Requer a produção de todas as provas admitidas em direito, na amplitude do art.


332, do CPC, em especial as de caráter documental, documental suplementar e
depoimento pessoal do representante legal dos Réus.

V - DOS VALORES DA CAUSA

Dá à causa o valor de R $51.500,00 + dano moral e dano estético (259, II do


CPC).

Termos em que,
Pede deferimento.

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