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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA ...DA COMARCA DE ....

NOME,(sobrenome), (nacionalidade), (estado civil), modelo profissional, inscrito no CPF


nº ..., com endereço eletrô nico ..., residente e domiciliada na Rua ..., nº ..., bairro, Manaus/UF,
CEP ..., por intermédio de seu advogado infra-assinado, vem respeitosamente, perante
Vossa Excelência, propor a presente
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, MATERIAIS E LUCROS CESSANTES
em face de EMPRESA X, pessoa jurídica de direito privado, com sede na Rua ..., cidade de ...
(endereço completo), inscrita no CNPJ/MF sob o nº …, neste ato representada por seu
só cio, Fulano de tal … conforme faz prova Contrato Social anexo, pelos fundamentos de fato
e de direito a seguir expostos:
I – DOS FATOS
A requerente viajou para Sã o Paulo, para o casamento de sua filha. Para lavar, pintar seus
cabelos e realizar um penteado para o casamento.
A requerente procurou os serviços de Joã o Marcelo, cabeleireiro e dono do salã o de beleza
“Hair”, sediado na cidade de Sã o Paulo, que lhe cobrou R$ 500,00 (quinhentos reais) pela
prestaçã o do serviço.
Apó s lavar os cabelos da requerente, Joã o aplicou-lhe uma tintura da marca ABC, importada
pela empresa Brasil Connection Ltda, sediada na cidade de Curitiba (PR). Meia hora apó s a
aplicaçã o da tintura, a requerente sofreu reaçã o alérgica, que demandou atendimento
hospitalar, no valor de R$ 1.000,00, bem como dois dias de absoluto repouso que
impossibilitou sua presença no casamento de sua filha.
Além disso, perdeu grande parte de seu cabelo, tendo permanecido com manchas em seu
rosto, por dois meses, perdendo um ensaio fotográ fico, para o qual já havia sido contratada,
pelo valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).
Posteriormente constatou-se que a tintura utilizada continha substâ ncias químicas
extremamente perigosas à vida e à saú de das pessoas e que a fabricante ABC já havia sido
condenada pela justiça francesa a encerrar a fabricaçã o e comercializaçã o do produto
II – DO DIREITO
Pois bem, adentrando na aná lise legal do tema, inicialmente é oportuno fazer referência à
Constituiçã o Federal de 1988, que foi muito clara ao dispor:
Art. 5º Inciso X - sã o inviolá veis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenizaçã o pelo dano material ou moral decorrente de sua
violaçã o.
Com relaçã o ao local dessa comarca o Có digo de Defesa do Consumidor deixa claro:
Art. 101. Na açã o de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, sem
prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste título, serã o observadas as seguintes normas:
I - A ação pode ser proposta no domicílio do autor.
No presente caso, nã o apenas o valor deve ser ressarcido, bem como os prejuízos devem
ser devidamente indenizados, conforme acimada noticiado, especialmente por conta da
imprudência do requerido causando danos estéticos que impossibilitarã o a requerente por
ser modelo profissional, conforme prescreve o Có digo Civil:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927: Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, é obrigado a
repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos
casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do
dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
O CDC trata da responsabilidade civil subjetiva que diz que será responsabilizado aquele,
por ato ilícito, causa dano a outrem, ficando obrigado de repará -lo:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela
reparaçã o dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestaçã o dos
serviços, bem como por informaçõ es insuficientes ou inadequadas sobre sua fruiçã o e
riscos.
§ 1º O serviço é defeituoso quando nã o fornece a segurança que o consumidor dele pode
esperar, levando-se em consideraçã o as circunstâ ncias relevantes, entre as quais.
O dano material se refere ao custo de R$ 500,00 (quinhentos reais) gastos com manutençã o
estética da requerente, já os R$ 1.000,00 (mil reais) refere-se as despesas médicas e pô r fim
a reparaçã o de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) pelo ensaio fotográ fico que a requerente
perdeu por conta da queda do seu cabelo, como segue em anexo discriminados.
A reparaçã o de lucros cessantes se refere aos danos materiais efetivos sofridos por conta
dos lucros futuros em que deixou de lucrar, pagando um valor de R$ 50.000,00 00
(cinquenta mil reais) por cada ensaio fotográfico perdido até que a estética, ou seja, o
cabelo da requerente fique em perfeitas condições novamente para voltar a sua vida
de modelo profissional.
Art. 402- Salvo as exceçõ es expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidos ao
credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de
lucrar.
Sú mula 562 do STF – Na indenizaçã o de danos matérias decorrentes de ato ilícito cabe a
atualizaçã o de seu valor, utilizando-se, para esse fim, dentre outros critérios, os índices de
correçã o monetá ria.
III – DO PEDIDO
Diante de todo o exposto, requer a Vossa Excelência:
a) seja o requerido citado para, querendo, apresentar resposta no prazo legal, sob pena de
revelia e, ainda, confissã o da matéria fá tica;
b) Manifestar acerca da opçã o do requerente pelo interesse na realizaçã o de audiência de
conciliaçã o ou de mediaçã o;
c) A condenaçã o do requerido a título de reparaçã o por danos morais a ser arbitrados por
este juízo no valor de 51.500,00 (cinquenta e um mil e quinhentos reais), no importe de R$
50.000,00 00 (cinquenta mil reais) por cada ensaio fotográ fico perdido até que a estética,
ou seja, o cabelo da requerente fique em perfeitas condiçõ es novamente para voltar a sua
vida de modelo profissional.
d) Que todos os valores, objetos da condenaçã o acima pleiteados, sejam acrescidos de
correçã o monetá ria, juros e honorá rios advocatícios.
e) A condenaçã o do requerido ao pagamento de honorá rios advocatícios à base de 20%
sobre o valor da condenaçã o, bem como o pagamento das custas e demais encargos
processuais, acrescidos de juros e correçã o monetá ria, julgando, ao final, procedente o
presente pedido;
f) Requer a produçã o de todos os meios de prova em direito admitidas, especialmente
documental, testemunhal, sem prejuízo de quaisquer modalidades.
Dá -se à causa o valor de R$ 101.500.00
Termos em que,
Pede deferimento.
Local, data
Advogado, OAB

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