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AO JUÍZO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE FEIRA DE

SANTANA

NOME DO REQUERENTE, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito


no CPF sob nº _._._-_, portador do RG nº ___ órgão expedidor __,
endereço eletrônico _____, residente e domiciliado à _____, por intermédio
de seu advogado subscrito, com endereço profissional ____ e endereço
eletrônico ______, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, com
fundamento no artigo 319 e seguintes do Código de Processo Civil, ajuizar:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS


COM PEDIDO DE LIMINAR

em face da LINHA TELEFÔNICA, pessoa jurídica de direito privado,


inscrita no CNPJ/MF sob o Nº xxxxxxxxxxx, com sede na Av.
xxxxxxxxxxxxxxx, pelos fatos e fundamentos devorante delineados.

I. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
O requerente está desempregado já que diante da vexatória e injusta
situação na qual o requerente foi submetido, pode-se dizer que sua vida
ficou ao "avesso", não possuindo condições financeiras de pagar as custas e
despesas do processo sem prejuízo próprio ou de sua família, conforme
declaração de hipossuficiência anexa, com fundamento no Artigo 5º,
LXXIV da Constituição Federal e Art. 98 do Código de Processo Civil.
Desse modo, o requente faz jus à concessão da gratuidade de Justiça.
II. DOS FATOS

O Autor foi intimado a comparecer na 1ª Delegacia Territorial do


município de Feira de Santana/Ba, munido de documento de identidade a
fim de prestar depoimento. Para a surpresa do autor, fora-lhe comunicado
sobre a ocorrência de um assalto e que a mesma recebeu uma ameaça por
meio de uma mensagem que lhe fora enviada através do whatsapp, e que tal
linha telefônica havia sido registrada em seu nome o mesmo desconhecia a
existência daquela linha telefônica, vez que JAMAIS aderiu a esse serviço
prestado pela Ré no que se refere a aquisição daquela referida linha. O
Autor, após sair da delegacia, indignado por ter sido envolvido numa
situação vexatória e, principalmente, por ter sido suspeito da prática de um
crime, entrou em contato com um dos prepostos da Ré realizando uma
visita a um dos postos de atendimento da Ré, localizado nesta cidade.
Nesta ocasião novamente foi informado ao Autor por um dos prepostos da
Ré acerca a existência de um chip com o n° (75) 9100- 0000 e que fora
habilitado em nome daquele, oportunidade em que o Autor
ESCLARECEU que JAMAIS havia solicitado aquele número de celular e
muito menos fazia uso do mesmo, ressaltando que o ocorrido correspondia
a UM VERDADEIRO ABSURDO E DESRESPEITO AO
CONSUMIDOR!! No entanto, até a data do ingresso da presente ação
nenhuma atitude fora tomada por parte da Ré. Diante da vexatória e injusta
situação na qual o AUTOR foi submetido, pode-se dizer que sua vida ficou
ao "avesso", uma vez que passou grande parte de seus dias procurando a
RÉ para resolver a situação sem ter que recorrer à justiça, não tendo obtido
êxito. Nada mais lhe restou senão ingressar com a presente ação para ver o
seu direito garantido.
III. FUNDAMENTOS JURÍDICOS

a) Da aplicabilidade do código de defesa do consumidor

Controvertida seja solucionada à luz do Código de Defesa do Consumidor


por se tratar de típica relação de consumo. “A responsabilidade da ré é
objetiva, fundada na teoria do Risco do Empreendimento, segundo a qual
todos aqueles que se dispõe a exercer alguma atividade de fornecimento de
bens e serviços respondem pelos fatos e vícios resultantes do
empreendimento, independentemente de culpa, só podendo o reclamante se
eximir desta nos casos estritos do artigo 14, § 3°, da Lei n° 8.078/90”
Defesa do Consumidor é plenamente aplicável ao caso em análise.
Sobre o tema, importa destacar precedente:

EMENTA-RECURSO DE APELAÇÃO - DANO MORAL - LINHAS DE


TELEFONE INSTALADAS INDEVIDAMENTE EM NOME DO
AUTOR - VIOLAÇÃO AO ARTIGO 39, INCISO VI, DO CÓDIGO DE
DEFESA DO CONSUMIDOR - INDENIZAÇÃO DEVIDA.

A instalação de linhas telefônicas sem autorização expressa do consumidor,


decorrente de fraude praticada por terceiros, é causa suficiente para
justificar a indenização por danos morais. Recurso provido.

b) Da reparação dos danos morais e materiais

Analisando os fatos que foram narrados e os documentos e imagens que


foram acostados nos presentes autos, não restam dúvidas que a situação
gerada pela relação de consumo gerara prejuízos psicológicos, morais e
patrimoniais que são passíveis de reparação.

O Código Civil em seus artigos 186 e 187 diz:


Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem,  ainda que
exclusivamente moral,  comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao
exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

Dessa forma não restam dúvidas que a requerida praticou atos lesivos ao
requerente, causando-lhe além dos prejuízos materiais, prejuízos morais
passíveis de indenização.

O Código de Defesa do Consumidor em seu artigo 14, caput e seu § 1º


diz:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde independentemente da
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por  defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como
por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

Cabe ressaltar que independentemente do dano material ocasionado numa


determinada circunstância, deve ser compensado também o dano moral,
tendo em vista como a situação vexatória e humilhante que o requerente
foi submetido, em ser atuado como suspeito de um crime que não cometeu
e ainda a presença de policiais em sua residência deixando o mesmo em
uma situação difícil perante sua família e seus vizinhos, tendo prejuízo a
sua moral diante da sociedade.

O dano moral revela a sua face ante os prejuízos causados à personalidade


do requerente, não se enquadrando no conceito doutrinário ou
jurisprudencial de mero dissabor ou aborrecimento cotidiano, como
provavelmente alegará o preposto da linha telefônica, ora demandada.
Enfim, o nexo de causalidade entre os danos causados e o serviço prestado
resta evidente, diante da relação de causalidade existente entre a ação
arbitrária e descompromissada da (Linha telefônica) e os prejuízos
causados ao requerente.

Por consequência, os danos de natureza moral e material causados aos


Requerentes, cabe à (Linha Telefônica) indenizá-los, como forma de
compensar, ou pelo menos amenizar, as perdas ocorridas.
d) Do quantum indenizatório

Ao que se refere ao quantum da indenização, esta deve, além de englobar


os danos materiais, refletir e reparar o dano pelo abalo moral, revestindo-
se de duplo caráter: repressivo ou punitivo e preventivo, neste último
caso, evitando a banalização de tal conduta desrespeitosa e desmoralizante
para com o consumidor.
Assim, diante da desídia e da má-fé da empresa em não querer solucionar
a problemática ou, ao menos, facilitar para o cancelamento imediato do
chip cadastrado no CPF do requerente, além de causar humilhação do
mesmo por meio de seus representantes, o dano moral deve ser
quantificado de forma a reprimir atitudes obstativas de direito do
consumidor pelo abuso do poder técnico, como no presente caso, deve
minimizar os efeitos da ofensa ao que é inestimável o que seja a honra, a
saúde psíquica e moral o bem-estar do consumidor.

Impende destacar ainda, que tendo em vista serem os direitos atingidos


muito mais valiosos que os bens e interesses econômicos, pois reportam à
dignidade humana, a intimidade, a intangibilidade dos direitos da
personalidade, pois abrange toda e qualquer proteção à pessoa, seja física,
seja psicológica. As situações de angústia, paz de espírito abalada, de mal-
estar e amargura devem somar-se nas conclusões do juiz para que este
saiba dosar com justiça a condenação do ofensor.

Desse modo há de se considerar a razoabilidade e a proporcionalidade,


evitando-se o enriquecimento sem causa ou um valor tão irrisório a ponto
de não inibir novas condutas lesivas, sob pena de ferir ainda mais
princípios basilares das relações de consumo.

Frise-se que o requerente foi humilhado, com a sensação de impotência,


tendo que depender da boa-fé da Ré solucionar seu problema, para que
pudesse novamente ter uma vida mais tranquila junto a sua família que
também foi abalada com todo esse mal-entendido.

Dessa forma é justa, proporcional e razoável, ante ao caráter disciplinar e


desestimulador, a fixação de R$ xx.xxx,xx () para reparação dos danos
morais sofridos.
e) Da inversão do ônus da prova

O Código de Defesa do Consumidor possui como finalidade precípua


viabilizar a defesa dos direitos do consumidor perante os abusos
praticados pelos fornecedores de produtos e/ou serviços.
A empresa de telefonia tem a obrigação de repelir a ocorrência de
fraudes na contratação dos seus serviços, devendo responder pelos danos
causados àquele que conste. Por fim, foi estabelecido que a ré deve
abster de cadastrar qualquer linha telefônica ou chip no CPF do
demandante, salvo com autorização por escrito.
Diante disso é que a lei faculta ao magistrado, verificada a
verossimilhança e/ou a hipossuficiência do consumidor no que diz
respeito à comprovação do seu direito, inverter o ônus da prova para
determinar ao fornecedor de produtos ou de serviços, parte detentora da
sistemática (autossuficiente em todo plano), que o faça.

Entende-se por verossímeis os fatos alegados nesta exorde ial, bem como
constatada a hipossuficiência do requerente frente à linha telefonica, no
que realmente se acredita, decretando a inversão do ônus da prova, a fim
de esclarecer os incidentes que sucederam in casu.

É certo que o requerente demonstrou, através das provas documentais em


anexo e mesmo da própria descrição dos fatos, o abalo sofrido em
decorrência da conduta ilícita ocasionada pela parte Ré, ao usar o CPF do
requerente no cadastro de um número que o mesmo desconhecia da
existência, causando assim um desconforto e também duvidas as respeito
do caráter e dignidade do requerente na vizinhança, onde sabemos que
esse tipo de acontecimento gera borbulho. Por isso, requer a V. EXª, a
inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, VIII, do Código de
Defesa do Consumidor.
VI. DOS PEDIDOS

Por todo o exposto, requer a Vossa Excelência:

a) A deferimento dos benefícios da justiça gratuita, nos termos do


art. 98 e seguintes do CPC/2015;
b) Determinar que a Requerida faça o cancelamento imediatamente do
Chip de Nº (75) 9100- 000 no CPF do Reclamante;
c) a citação da requerida para, querendo, contestar a presente, devendo
comparecer as audiências de conciliação e instrução/julgamento,
sob pena de revelia e confissão quanto à matéria de fato, e no final a
condenação da empresa no pagamento dos valores pleiteados;
d) Determinar a inversão do ônus da prova, desde o despacho que
determina a citação da Demandada, nos termos do
art. 6º, VIII do CDC, ficando ao encargo da linha telefônica ré a
produção de todas as provas necessárias ao andamento do feito;
e) Julgar totalmente procedente a presente ação para reconhecer a
relação consumerista entre as partes e condenando a requerida a
pagar o valor de R$ xx.xxx,xxx (),para reparação dos danos morais
e materiais sofridos, tudo acrescido de juros e atualização monetária
desde a data do evento danoso, qual seja, _____;

Requer ainda, sejam acolhidos todos os meios de prova pertinentes à


presente demanda, tais como as provas documentais ora apresentadas, o
depoimento pessoal das partes e a oitiva de testemunhas, e, caso Vossa
Excelência entenda necessário a produção de outras, que as especifique a
fim de que sejam produzidas.

Dá-se à causa o valor de R$ xx.xxx,xxx ().

Termos em que,

pede deferimento.
Feira de Santana-Ba, ,05 de setembro de 2022.

Advogado - OAB

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