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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA


COMARCA DE ...-RJ

THIAGO xxxxxxx, brasileira, Casado, Auxiliar Administrativo,


portadora da cédula de identidade. Xxxxxxxxx - IFP/RJ, inscrita no
CPF/MF sob o Nº xxxxxxxxx, residente e domiciliado na Travessa:
xxxxxxx, n.ºxx, xxxxxxa, RJ, CEP: xxxxx-xxx-000 por seu advogado in
fine assinado, vem mui respeitosamente na presença de V. Exa. Ajuizar
a presente:

AÇÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

em face de ... S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrito


no CNPJ sob n.º..., com MATRIZ na AV. nº ... CEP , Cidade – RJ e pelas
razões de fato e direito adiante expostas:

DAS NOTIFICAÇÕES E PUBLICAÇÕES

Inicialmente, requer o autor que, nas publicações enviadas ao


Diário Oficial, bem como nas notificações, conste exclusivamente SOB
PENA DE NULIDADE o nome do Dr. Silva, 0AB-RJ ... com os seguintes
dados: Avenida ..., n.º 44, sala , Cidade, RJ.

Preliminarmente:

INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Com base na Legislação Consumerista e antes de adentrar no


mérito da questão propriamente dita, desde já, a Requerente solicita o
pronunciamento judicial acerca da inversão do ônus da prova, visto que
tal inversão é direito do (s) consumidor (es) (art. 6º, VIII, CDC),
requerendo seja a mesma, devidamente alertada sobre essa
possibilidade "ab initio"

DOS FATOS

O requerente, como moradora desta cidade é consumidor


compulsório dos serviços de energia elétrica fornecidos pela requerida,
sendo certo que sempre efetuou o pagamento das referentes prestações
de serviços, e estando cadastrado como cliente nºxxxxxxx.

O consumo de energia elétrica do requerente sempre esteve


dentro da normalidade, conforme se verifica das copias das faturas em
anexo, sendo certo que sempre efetuou o pagamento de todas as
faturas.
Ocorre que no mês de outubro e novembro
respectivamente o requerente recebeu as faturas, uma com
vencimento de 16/10/2014 e outro com vencimento de 14/11/2014,
faturas estas com valor exorbitante não condizendo com o consumo
real, que sempre pagou como media o valor de R$ 58.00 (cinquenta e
oito reais).

As fatura exorbitantes são as com vencimento de:


14/11/2014 no valor de R$ 181, 15 e a outra com vencimento de
16/10/2014 no valor de R$ 190, 66, o requerente foi ate o
estabelecimento da requerida e protestou as referidas faturas mais nada
foi resolvido ate agora.

De tudo o que resta é a indignação do requerente, que na sua


boa-fé, acredita que a requerida lhe deve uma explicação plausível que
justifique numa mudança tão grande no seu consumo de energia, visto
que sempre manteve media de consumo conforme especificado nas
copias das contas em anexo.

Não conseguindo resolver a pendencia admirativamente, vem


a requerente perante este insigne juízo a proteção dos seus direitos de
cidadã e consumidora, na forma do
artigo 5º, XXXII e XXXV da CRFB e das determinadas da
Lei 8078/90.

DO DIREITO

No caso em escopo, a responsabilidade do prestador de serviço


é objetiva, sendo necessária apenas a demonstração do dano e do nexo
causal para imputação do dever de indenizar.

Já por varias oportunidades a requerente já tentou resolver


com a requerida mais não obteve sucesso.

Dessa forma, fica caracterizada a falha na prestação do


serviço, prevista no artigo 14 do CDC.

A inexistência ou a prestação defeituosa dos serviços ora


prestada no caso em escopo configura defeito na prestação do serviço, a
teor do disposto no art. 14 do CDC, acarretando o dever de indenizar.

A requerente encontra amparo no artigo 22 da Lei 8.078/90,


onde determina que os órgãos públicos, por si ou suas empresas,
concessionarias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de
empreendimento, são obrigados a fornecer serviços ADEQUADOS e
EFICIENTES, SEGUROS e QUANTO AOS ESSENCIAS, CONTÍNUOS.
Podendo, face ao descumprimento do ora estabelecido, serem
compelidas a manter a continuidade do serviço.

A empresa requerida esta agindo em total desacordo com


a Constituição Federal que, e seu artigo, 37, dispõe:
“art. 37 A administração pública direta ou indireta de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade,
moralidade, Publicidade e eficiência”.

Observa-se ainda, que no caso em tela é cabível, inclusive o


disposto no parágrafo 6º do mesmo dispositivo legal:

“parágrafo” 6º - As Pessoas Jurídicas de direito público e as de


Direito Privado prestadoras de serviço responderão pelos danos que
seus agentes, nesta qualidade, causarem a terceiros, assegurando o
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”.

Portanto, não há que se falar em serviços adequados,


eficientes e seguro pela qual se obrigou a prestar, não restando a
requerente, outro meio, senão de intentar a presente medida para ver
assegurado o seu direito.

Assim, diante dos inúmeros transtornos, o requerente dirige-


se ao judiciário, para resguarda seus direitos.

DANOS MORAIS E MATERIAS

No que tange ao dano moral, este restou configurado, diante


do caráter PUNITIVO E PEDAGÓGICO do instituto, uma vez que a
requerida atuou de forma abusiva e arbitraria, havendo daí o dever de
indenizar, de acordo com os critérios jurídicos cabíveis, bem como à luz
dos princípios da proporcionalidade e razoabilidade, e ainda, pela
gravidade da conduta ofensiva e seus efeitos danosos na esfera
psicológica do requerente.

Isso porque a requerente sempre pagou suas faturas , para


que nunca viesse passar por tal constrangimento de ser cobrada em
valor EXORBITANTE sem poder pagar ou ate mesmo ter suspenso os
serviços contratados por falta de pagamento a requerida.

Por oportuno, este é o entendimento MAJORITÁRIO e ATUAL


das Turmas Recursais, como se vê:
JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA. CONSUMIDOR E
PROCESSUAL CIVIL. CAESB. COBRANÇA DE FATURA EM VALOR
EXCESSIVO. ÔNUS DA PROVA DA FORNECEDORA/RECORRENTE.
ART.  333, INCISO  II, DO  CPC. RECURSO CONHECIDO E NÃO
PROVIDO. SENTENÇA MANTIDA PELOS SEUS PRÓPRIOS
FUNDAMENTOS. 1. NA ESPÉCIE, O CONSUMO MÉDIO DE ÁGUA, NOS
MESES QUE ANTECEDERAM ÀS MEDIÇÕES DOS VALORES
IMPUGNADOS, ERA DE 10 M³, O QUE DEMONSTRA EVIDENTE
DESPROPORCIONALIDADE DO CONSUMO DE 107 M³ REFERENTE AO
MÊS DE DEZEMBRO DE 2012. DAÍ A IMPUGNAÇÃO AO VALOR
COBRADO, SENDO CRÍVEL O ERRO NA MEDIÇÃO ANTE A FALTA DE
EVIDÊNCIAS DE CONSUMO ATÍPICO, MUITO SUPERIOR À MÉDIA EM
DIVERSOS MESES. 2. NÃO TENDO A RÉ/RECORRENTE SE
DESINCUMBIDO DO SEU ÔNUS PROBATÓRIO, NOS TERMOS DO
ART.  333,  II, DO  CPC, E HAVENDO A PARTE AUTORA
DEMONSTRADO QUE O VALOR DA FATURA IMPUGNADA É MUITO
SUPERIOR À MÉDIA DE CONSUMO DE SUA UNIDADE RESIDENCIAL,
REVELA-SE O ACERTO DA DESCONSTITUIÇÃO DE DÉBITO
EXORBITANTE, DETERMINANDO-SE O SEU RECÁLCULO COM BASE NA
MÉDIA DAS FATURAS ANTECEDENTES. 3. RECURSO CONHECIDO E
IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS
FUNDAMENTOS. A SÚMULA DE JULGAMENTO SERVIRÁ DE ACÓRDÃO,
CONFORME REGRA DOS ARTS.  27 DA LEI N.  12.153/2009 E 46 DA
LEI N.  9.099/1995. CONDENADO O RECORRENTE AO PAGAMENTO
DE CUSTAS E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, QUE FIXO EM R$ 200,00
(DUZENTOS REAIS).

(TJ-DF - ACJ: 20130110655525 DF 0065552-


83.2013.8.07.0001, Relator: FLÁVIO FERNANDO ALMEIDA DA
FONSECA, Data de Julgamento: 08/10/2013, 1ª Turma Recursal dos
Juizados Especiais Cíveis e Criminais do DF, Data de Publicação:
Publicado no DJE: 14/10/2013. Pág.: 276)

AGRAVOS INTERNOS EM APELAÇÕES CÍVEIS. DECISÃO


MONOCRÁTICA QUE NEGOU PROVIMENTO AO AGRAVO RETIDO DA RÉ,
BEM COMO DEU PARCIAL PROVIMENTO AO SEU APELO, PARA JULGAR
IMPROCEDENTE O PEDIDO DE DEVOLUÇÃO DA TAXA DE ESGOTO,
MANTENDO-SE, PORTANTO, A COBRANÇA A ESTE TÍTULO NAS
FATURAS DE CONSUMO; E, AINDA, DEU PROVIMENTO AO APELO DA
AUTORA PARA JULGAR PROCEDENTE O PEDIDO DE CONDENAÇÃO DA
RÉ EM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, ESTES FIXADOS EM R$
5000,00, COM OS CONSECTÁRIOS LEGAIS. DIREITO DO CONSUMIDOR.
CEDAE. FATURAS EM DESACORDO COM O CONSUMO MÉDIO
PRATICADO APÓS A SUBSTITUIÇÃO DO HIDRÔMETRO. INTERRUPÇÃO
INDEVIDA DO FORNECIMENTO DO SERVIÇO. TARIFA PELO SERVIÇO
DE TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO COBRADA EM LOCAL QUE
NÃO POSSUI ESSE SISTEMA. SENTENÇA QUE DECLARA INDEVIDAS AS
COBRANÇAS DAS FATURAS EM VALOR EXCESSIVO, RECONHECE A
ABUSIVIDADE DA COBRANÇA DA TARIFA DE ESGOTO E DETERMINA A
DEVOLUÇÃO DO QUE FOI PAGO A ESTE TÍTULO, E JULGA
IMPROCEDENTE O PEDIDO DE DANOS MORAIS. IRRESIGNAÇÃO DE
AMBAS AS PARTES. REITERAÇÃO DO PEDIDO DE APRECIAÇÃO DO
AGRAVO RETIDO INTERPOSTO PELA RÉ EM FACE DA DECRETAÇÃO DA
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. DESPROVIMENTO DO AGRAVO
RETIDO, TENDO EM VISTA TRATAR-SE DE RELAÇÃO DE CONSUMO,
ESTANDO PLENAMENTE CONFIGURADAS A VEROSSIMILHANÇA DAS
ALEGAÇÕES DA AUTORA E SUA INEQUÍVOCA HIPOSSUFICIÊNCIA
TÉCNICA. CORRETA A SENTENÇA QUANDO RECONHECEU O
EXCESSO DOS VALORES DAS FATURAS DE CONSUMO DA
UNIDADE, CONSIDERANDO-SE QUE A RÉ NÃO COMPROVOU A
REGULARIDADE DAS COBRANÇAS, OU SEJA, QUE ESTAS SE
BASEAVAM NO CONSUMO EFETIVO E QUE O HIDRÔMETRO SE
ENCONTRAVA EM PERFEITO ESTADO DE CONSERVAÇÃO, PROVA QUE
LHE COMPETIA. DANO MORAL INCONTESTE, ADVINDO NÃO SÓ DA
DESÍDIA DA RÉ EM NÃO ATENDER AOS RECLAMES DA AUTORA, COMO
TAMBÉM DA INTERRUPÇÃO INDEVIDA DO SERVIÇO ESSENCIAL.
SÚMULA 192 DO TJ/RJ. VERBA QUE ORA SE FIXA EM R$ 5000,00
(CINCO MIL REAIS). QUANTO À COBRANÇA DE TARIFA DE ESGOTO, O
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, EM SEDE DE RECURSO
REPETITIVO, PACIFICOU ENTENDIMENTO DE QUE PODE SER
COBRADA, AINDA QUE A PRESTAÇÃO DO SERVIÇO SEJA PARCIAL, OU
SEJA, SEM A REALIZAÇÃO DO RESPECTIVO TRATAMENTO SANITÁRIO.
ENTENDIMENTO QUE DEVE SER APLICADO A TODOS OS PROCESSOS
IDÊNTICOS. FALTA DE SUBSÍDIOS PARA RECONSIDERAÇÃO.
MANUTENÇÃO DA DECISÃO. RECURSOS AOS QUAIS SE NEGA
PROVIMENTO.

(TJ-RJ - APL: 00330868920128190210 RJ 0033086-


89.2012.8.19.0210, Relator: DES. MAURO PEREIRA MARTINS, Data de
Julgamento: 28/11/2013, VIGÉSIMA QUINTA CÂMARA CIVEL/
CONSUMIDOR, Data de Publicação: 20/02/2014 15:43)

Dessa forma, fica caracterizada a falha na prestação do


serviço, prevista no artigo 14 do CDC.

DOS PEDIDOS
Ex positis requer:

a) Que seja expedido o competente mandado de citação,


mediante AR, nos termos da Lei, em face da Requerida, para que se
requerendo, apresente contestação; SOB PENA DE SOFRER OS
EFEITOS DA REVELIA.

b) Que seja invertido o ônus da prova, conforme dispõe os


inciso VIII do artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor ;
c) A concessão de TUTELA ANTECIPADA nos moldes do
artigo 273 do CPC, artigo 84 parágrafo 3º intimando-se a requerida
por OJA, sob pena de multa no valor a ser fixado por este juízo, face ao
descumprimento do ora requerida, para, no prazo de 48h que a
requerida se abstenha de efetuar o corte de energia elétrica na
residência da requerente;

d) Que seja declarado INDEVIDO, ABUSIVO E NULO DE


PLENO DIREITO o valor cobrado na fatura dos meses de outubro e
novembro de 2014 e restituição do valor pago de R$ 190,66;
desconstituindo o debito; e a retirada do nome do requerente de
eventual inclusão dos serviços de proteção ao credito;

e) Que seja a Requerida condenada a indenizar a requerente


pelos danos morais experimentados, em valor a ser fixado segundo o
prudente arbítrio do I. Julgador, à luz dos critérios jurídicos que julgar
aplicáveis à espécie e os expostos nesta peça, o qual sugere algo não
inferior a R$10.162,00 (dez mil e cento e sessenta e dois reais), uma
vez que o réu atuou de forma abusiva e nociva, diante do caráter
pedagógico do instituto;

f) Seja a tutela antecipada transformada em definitiva ao final


da ação

Protesta por todos os meios de prova admitidos em direito.

Dá-se a presente, o valor de R$10.162,00 (dez mil e cento e


sessenta e dois reais)

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

..., ... de novembro de 20..

Silva
OAB-RJ ...

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