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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___VARA

CÍVEL DA COMARCA DE IMPERATRIZ-MA


URGENTE!

TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA


JUSTIÇA GRATUITA

FULANO DE TAL, brasileiro, divorciado, estagiário, portador do RG


nº XXXXXXXXXXXXXX, SSP/MA e do CPF nº XXXXXXXXXXXX, residente
e domiciliado na Rua Rio, 00, Bairro Jardim 3 Poderes, Imperatriz-
Ma, CEP XXXXXXX, neste ato representado por seu advogado e
bastante procurador que a esta subscreve (procuração anexa), com
escritório profissional situado à Rua XXXX 1164, Centro, Imperatriz-
Ma, onde recebe todas as intimações, vem, respeitosamente à
presença de Vossa Excelência, com fulcro na legislação vigente, para
propor a presente

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C


INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E PEDIDO DE TUTELA DE
URGÊNCIA ANTECIPADA

em desfavor de COMPANHIA ENERGÉTICA DO MARANHÃO -


CEMAR, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº
06.272.793.001-84, com sede na Avenida Dorgival Pinheiro de
Sousa, nº 301, Centro, na cidade de Imperatriz/MA, pelas razões
fáticas e jurídicas a seguir:

PRELIMINARMENTE
DA JUSTIÇA GRATUITA

Requer o Autor, de antemão, os benefícios da justiça gratuita nos


termos do art. 98, do NCPC, sendo o mesmo estudante, estagiário,
com limitados recursos financeiros, não possuindo quaisquer
condições materiais para arcar com as custas processuais e
honorários advocatícios sem que aja o comprometimento do seu
sustento e de sua família, motivo pelo qual roga à Vossa Excelência
a concessão do beneplácito supramencionado e para tal junta
declaração de hipossuficiência, e cópia da CTPS, documentos estes
hábeis, aos olhos da norma alhures, para autenticar o estado
hipossuficiente do declarante.

I-DOS FATOS
O Requerente na pessoa do Locador do seu imóvel foi surpreendido
na manhã do dia 23 de outubro de 2017 por agentes da CEMAR em
seu estabelecimento comercial, situado na Rua Ceará 1587-A, Setor
4 Bocas nesta cidade, portando e cobrando faturas que juntas
representam o importe de R$ 7.201,82 (sete mil duzentos e oitenta
e um reais e oitenta e dois centavos) vencidas em novembro e
dezembro de 2014 conforme documentos em anexo.

Ocorre Excelência, que o imóvel supracitado, é um estabelecimento


comercial disposto para locação onde o Locador iniciou suas
atividades a pouco mais de um mês, e aquele encontrava-se fechado
a aproximadamente 10 (dez) meses.

O Requerente, e inclusive o Locador, não possuíam qualquer


conhecimento destas contas em aberto, consumo este pertencente
a uma outra pessoa a longínquos três anos.

A Requerida age de forma arbitrária, irresponsável, injusta e


negligente, ao oferecer como alternativa apenas o desligamento ou
a negociação de uma dívida oriunda de relação jurídica não
condizente entre o Requerente e a Requerida.

O próprio técnico, representante da Requerida, diante da


contestação do Requerente, admitiu falha no sistema da CEMAR e
consequentemente na prestação de serviço da mesma, contudo não
deu solução justa e cabível em face do problema.
Por tratar-se de uma casa de Carnes, sabemos que o
estabelecimento não pode funcionar sem o correto funcionamento
de seus equipamentos para manter a conservação das mercadorias,
fato que provocou inúmeros transtornos e prejuízos para o Locador
e o Requerente, que é o Locatário do imóvel em tela.
Quão lógica pode ser tal ocorrência, responsabilidade do
Requerente, senão falha na prestação do serviço, quanto a cobrança
de um outro consumidor e somente agora, após 3 anos de
inadimplência?

Nobre Julgador, a responsabilidade pela manutenção dos


equipamentos e da rede de distribuição de energia elétrica é, única
e exclusiva, da Requerida, como consectário lógico e jurídico da
atividade empresarial que desenvolve, mas ela não tem por hábito
realizar inspeções de rotina nos seus equipamentos, relógios,
postes, fios, etc., entendendo ser mais fácil e menos oneroso
imputar a culpa aos seus clientes, todavia não pode a Requerida,
para compensar seu comportamento falho e moroso com a
manutenção de seus equipamentos, sistemas e rede de distribuição,
atribuir, pura e simplesmente, de forma unilateral, a irregularidade
aos consumidores.

Desse modo, em razão de seu dever de manutenção, como ônus e


risco da própria atividade empresarial que explora, é a responsável
por possíveis irregularidades nos equipamentos, e falha no sistema
até prova em contrário. Em razão disso, não pode a Requerida, com
base num mero ato administrativo e sob ameaça de interromper o
fornecimento de energia, de forma unilateral e abusiva, atribuir, a
seus consumidores, dívidas por falhas no sistema ou ainda
pertencentes a outro consumidor.

Esta atitude de simplesmente transferir a responsabilidade, carreia


ao consumidor o ônus da prova de existência de irregularidades no
sistema da operadora, obrigando-o a ingressar em juízo para coibir
o comportamento abusivo da mesma, este, abusivo e
extremamente reprovável, devendo ser combatido com veemência.

Por fim e não menos revoltante do que toda a narrativa verídica


descrita até aqui, a inspeção técnica da empresa ao efetuar o
arbitrário desligamento da rede de energia elétrica, lavrou laudo
técnico imputando responsabilidade do feito ao Requerente de
maneira descabida e leviana, atribuindo culpa na religação da
unidade consumidora à revelia da CEMAR (vide laudo em anexo) o
que é um absurdo, quando tal unidade jamais fora desligada e a
falha no sistema é clara pelas próprias contas existentes no sistema
da empresa porém jamais cobradas a realmente quem as deve.

II- DO DIREITO

Como se vê, a Requerida por ato administrativo, contraria


frontalmente a lei principiológica e geral, que é o Código de Defesa
do Consumidor, principalmente em seu artigo 51, inciso IV (são
nulas de pleno direito as obrigações iníquas, abusivas, que
coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam
incompatíveis com a boa-fé e a equidade), também o artigo 51,
inciso VI (são nulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a
inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor) e, por fim, o
artigo 42, ao colocar os Requerentes sob ameaça de corte de
energia, em razão de presunção de má-fé por parte dela.

DA IMPOSSIBILIDADE DE INTERRUPÇÃO DO FORNECIMENTO DE


ENERGIA ELÉTRICA

Nas situações semelhantes ao dos Requerentes, caso os


consumidores se recusem a reconhecer a dívida que lhes é
imputada, unilateralmente e sem que lhes seja dada a oportunidade
de verificar a existência real do débito, a Reclamada efetivamente
acaba interrompendo o fornecimento de energia elétrica, que só é
restabelecida caso o usuário confesse e parcele a dívida, entretanto,
o corte de energia utilizado como meio para a Reclamada receber
créditos que entende ser devidos é uma prática no mínimo abusiva,
não só porque afronta o Código de Defesa do Consumidor , mas
também por ser flagrantemente inconstitucional, na medida que
abala a dignidade da pessoa humana (artigo 1o, inciso III,
da Constituição Federal) e fere direito fundamental consubstanciado
na proteção do consumidor (artigo 5o, inciso XXXII, também
da Constituição Federal).
De fato, a energia elétrica, ao lado do saneamento básico e da
moradia, constitui um dos elementos do chamado “mínimo básico”,
ou seja, é um serviço essencial sem o qual não se pode falar em
dignidade da pessoa, do cidadão. Por isso, dando maior consistência
ao fundamento constitucional da dignidade da pessoa humana, vem
o artigo 22, do Código de Defesa do Consumidor e impede a
interrupção do fornecimento de energia elétrica, ao determinar a
continuidade dos serviços essenciais.
Eis a dicção do artigo:

“Art. 22, CDC - Os órgão públicos, por si ou por suas empresas,


concessionárias, pressionarias ou sob qualquer outra forma de
empreendimento. São obrigados a fornecer serviços adequados,
eficientes, seguros, e, quando essenciais, contínuos.
Parágrafo único– Nos casos de descumprimento, total ou parcial,
das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas
compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na previstas
neste código”.
Além disso, ameaça e a efetiva interrupção do fornecimento de
energia elétrica, como meio de possibilitar a cobrança de supostos
débitos pretéritos é uma prática mais que abusiva, porque expõe a
Requerente ao constrangimento e ao ridículo, situação
veementemente proibida pelo Código de Defesa do Consumidor ,
conforme letra abaixo:
“Art. 42, CDC – Na cobrança de débitos, o consumidor não será
exposto ao ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de
constrangimento ou ameaça.
Parágrafo único – O consumidor cobrado em quantia indevida tem
direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que
pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais,
salvo hipóteses de engano justificáveis”.
A interrupção da energia elétrica, como meio de coação para se
cobrar um suposto débito fere a cláusula constitucional do devido
processo legal, afasta o monopólio estatal da jurisdição, é a prática
de justiça privada não permitida pelo ordenamento jurídico.

Tratando deste assunto há uma gama de jurisprudência, no entanto,


entendemos ser necessário apenas a colocação de uma para
asseverar todo o exposto:
AGRAVO DE INSTRUMENTO – Prestação de serviço – Fornecimento
de energia elétrica – Irregularidade no registro de consumo –
Constatação unilateral – Interrupção do fornecimento –
Impossibilidade – Recurso improvido – Cuida-se de dívida cuja
legalidade é questionada em juízo, não é possível a interrupção do
fornecimento de energia elétrica – Tratando-se de constatação
unilateral da empresa prestadora do serviço, há necessidade de
respeito aos princípios do contraditório e da ampla defesa. (TJ/SP,
Agravo de Instrumento n. 894233-0/2 – São Paulo –27a Câmara de
Direito Privado – Relator: Jesus Lofrano – 24.05.05 – V.U.)”.

DAS VIOLAÇÕES A RESOLUÇÃO DA ANEEL

Dando prosseguimento a conduta absurda da Requerida, é possível


citar pelo menos três práticas atribuídas pela mesma totalmente
proibidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica-ANEEL.

A primeira ocorreu no tocante a ausência de notificação da


companhia, procedendo com a interrupção do fornecimento de
forma abrupta, irregular e arbitrária, cerceando qualquer direito de
defesa ao Requerente. Vejamos:

Art. 173. Para a notificação de suspensão do fornecimento à


unidade consumidora, prevista na seção III deste Capítulo, a
distribuidora deve observar as seguintes condições:
I – a notificação seja escrita, específica e com entrega comprovada
ou, alternativamente, impressa em destaque na fatura, com
antecedência mínima de: (Redação dada pela REN ANEEL 479, de
03.04.2012)
a) 3 (três) dias, por razões de ordem técnica ou de segurança; ou

b) 15 (quinze) dias, nos casos de inadimplemento.


A segunda versa sobre a impossibilidade de corte após 90 dias do
vencimento da respectiva fatura, fato crivelmente configurado
em anos e não em meses aqui. Vejamos:
Art. 172 § 2º da REN N.414/2010 É VEDADA a suspensão do
fornecimento após o decurso do prazo de 90 (noventa) dias,
contado da data da fatura vencida e não paga, salvo comprovado
impedimento da sua execução por determinação judicial ou outro
motivo justificável, ficando suspensa a contagem pelo período do
impedimento.
A terceira, preconiza que a fatura de energia elétrica está vinculada
a um titular onde a obrigação é do mesmo, e não necessariamente
ao imóvel situado. As faturas cobradas pela concessionária
pertencem a um consumidor pretérito sem qualquer ligação com o
Requerente. Vejamos qual é a relação jurídica vinculada
determinada pela ANEEL:
Art. 2º. Para os fins e efeitos desta Resolução são adotadas as
seguintes definições mais usuais:
(...)
III - Consumidor: pessoa física ou jurídica, ou comunhão de fato ou
de direito, legalmente representada, que solicitar a concessionária
o fornecimento de energia elétrica e assumir a responsabilidade
pelo pagamento das faturas e pelas demais obrigações fixadas em
normas e regulamentos da ANEEL, assim vinculando-se aos
contratos de fornecimento, de uso e de conexão ou de adesão,
conforme cada caso.
(...)
VI - Contrato de fornecimento: instrumento contratual em que
aconcessionária e o consumidor responsável por unidade
consumidora do Grupo A ajustam as características técnicas e as
condições comerciais do fornecimento de energia elétrica.
Excelência, o texto normativo é claro e não dá margem para
quaisquer dúvidas de que a relação jurídica instituída e vinculada
entre os polos se dá entre a concessionária e o ente que a contrata,
e não ao imóvel em que se situa a unidade consumidora. É tão
evidente tal entendimento como a esdrúxula violação a este direito,
cometida pela Requerida contra o Requerente.

Não se trata aqui de uma obrigação “propter rem” e inúmeros são


os julgados do Superior Tribunal de Justiça que pacificam este
entendimento condenando e coibindo sumariamente tal prática.
Vejamos:

STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 1297967 SP 2011/0194856-1 (STJ)


Data de publicação: 09/03/2012
Ementa: ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. SUSPENSÃO DO
FORNECIMENTO DE ÁGUA.DÉBITOS DE CONSUMO DO ANTIGO
PROPRIETÁRIO. DÍVIDA CONSOLIDADA.IMPOSSIBILIDADE. 1. Trata-
se, na origem, de discussão sobre a natureza da cobrança de débitos
de contas de serviço de água e esgoto. Pretende a parte recorrente
que dívida em comento seja considerada de natureza pessoal. E,
requer, portanto, seja eximido do pagamento de um débito
concebido em 2001, que existe antes da criação da Autarquia em
2002.2. O entendimento jurisprudencial desta Corte Superior é no
sentido de que, "o débito tanto de água como de ENERGIA
ELÉTRICA é de natureza pessoal, não se vinculando ao imóvel. A
obrigação NÃO É PROPTER REM" (REsp 890.572, Rel. Min. Herman
Benjamin, DJe13.4.2010), de modo que não pode o ora recorrido ser
responsabilizado pelo pagamento de serviço de fornecimento de
água utilizado por outras pessoas.3. Recurso especial provido.

STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL AgRg no REsp


1280239 SP 2011/0177865-0 (STJ)
Data de publicação: 25/11/2011
Ementa: ADMINISTRATIVO. FORNECIMENTO DE ÁGUA.
INADIMPLEMENTO. OBRIGAÇÃOPESSOAL. DÉBITOS DE CONSUMO
DO ANTIGO PROPRIETÁRIO. AUSÊNCIA DERESPONSABILIDADE DO
ATUAL PROPRIETÁRIO. A jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça consolidou-se no sentido de que a contraprestação pela
oferta de serviço de água (e energia elétrica) não tem natureza
jurídica de obrigação propter rem na medida em que não se vincula
à titularidade do imóvel. Assim, o inadimplemento é do usuário, ou
seja, de quem efetivamente obteve a prestação do serviço.
Precedentes. Agravo regimental improvido.
STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL
AgRg no AREsp 23067 SP 2011/0084202-9 (STJ)
Data de publicação: 14/10/2011
Ementa: ADMINISTRATIVO. FORNECIMENTO DE ÁGUA.
INADIMPLEMENTO. OBRIGAÇÃOPESSOAL. DÉBITOS DE CONSUMO
DO ANTIGO PROPRIETÁRIO. AUSÊNCIA DE RESPONSABILIDADE DO
ATUAL PROPRIETÁRIO. A jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça consolidou-se no sentido de que a contraprestação pela
oferta de serviço de água não tem natureza jurídica de obrigação
propter rem, na medida em que não se vincula à titularidade do
imóvel. Assim, o inadimplemento é do usuário, ou seja, de quem
efetivamente obteve a prestação do serviço. Agravo regimental
improvido.
Deste modo, portanto, fica exposta a conduta opressora da
Requerida, uma empresa de altíssimo índice de reprovação pública,
com incontáveis demandas judiciais em seu desfavor, que mesmo
diante de um volume exponencial e expressivo de protestos
judiciais, parece pouco se importar com a parte frágil e
hipossuficiente da relação jurídica, parte esta que lhe provê sua
vitalícia subsistência, mas que diante de um monopólio imoral, vem
perpetuando práticas odiosas perante a população do estado do
Maranhão.

DO QUANTUM INDENIZATÓRIO
Quando se fala em Responsabilidade Civil é importante salientar
que a Responsabilidade Jurídica pressupõe uma atividade danosa a
alguém que atuando a princípio ilicitamente viola norma jurídica
preexistente, sendo esta legal ou contratual, se subordinando,
assim, às consequências do seu ato, deste modo, a reparação do
dano causado por meio de “obrigação de reparar” se torna
necessária. Seguindo esse conceito no âmbito do Direito Privado,
pode-se dizer que a Responsabilidade Civil advém da agressão ao
interesse de um particular, penalizando assim o agressor a reparar a
lesão causada, por meio de pagamento de uma compensação
pecuniária a vítima, ocorrendo nos casos em que o infrator não
possa repor in natura o estado anterior.
Vejamos o que preconiza o Diploma Legal Civil a respeito do
assunto:
Art. 186, CC – “Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem,
ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.
Passeando um pouco mais pelo Código Civil podemos, portanto,
concluir:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Excelência, o dano causado aqui transcende o aceitável
moralmente, O Requerente está sob risco de perder o Contrato de
Aluguel com o Locador mediante tamanha arbitrariedade da
Requerida, as mercadorias do estabelecimento quase que em sua
totalidade se estragaram, pois, são extremamente perecíveis, a
atitude irresponsável carregada de ilicitude da CEMAR, os prejuízos
além de tal perda, deságua também na enseada dos lucros
cessantes do Locador do imóvel que encontra-se com seu
estabelecimento fechado e agora manchado perante sua clientela
que não compreende o motivo das portas cerradas.

Não se discute aqui um simples corte de energia errático, prática


inclusive recorrente da CEMAR em nosso seio social, estamos
falando de uma Pessoa Jurídica com obrigações perante o fisco,
funcionários que dependem do salário para o sustento de suas
famílias e de um cidadão que gera emprego e renda, sendo
irresponsavelmente lesados pela soberba palma do poder mercantil.

Vejamos o que a ANEEL prevê em casos de abuso desta magnitude:

REN ANEEL 418, de 23.11.2010


DAS DEFINIÇÕES
XVIII – dano emergente: lesão concreta que afeta o patrimônio do
consumidor, consistente na perda ou deterioração, total ou parcial,
de bens materiais que lhe pertencem em razão de perturbação do
sistema elétrico;
XIX – dano moral: qualquer constrangimento à moral ou honra do
consumidor, causado por problema no fornecimento da energia ou
no relacionamento comercial com a distribuidora, ou, ainda, a
ofensa de interesses não patrimoniais de pessoa física ou jurídica
provocada pelo fato lesivo;
Ao tentar mensurar o dano provocado pela requerida, basta
recepcionar os incisos supracitados na Resolução da Agencia
Reguladora do seu Setor, para concluirmos o total desrespeito com
a legislação pertinente a sua atividade econômica.

Em face do poderio econômico da Requerida e em todos os


transtornos, prejuízos e indignação causados pela mesma, e na
tentativa da penalidade pecuniária disciplinar o efeito pedagógico
digna-se por instituir o quantum indenizatório no importe de R$
60.000,00 (sessenta mil reais).

DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA ANTECIPADA


Em razão dos fatos aduzidos, requer-se o pedido de Tutela de
Urgência Antecipada, nos moldes do artigo 294 e seguintes, do CPC,
devido ao fundado receio de dano irreparável, a boa fumaça do
direito e o perigo da demora, com a concessão de medida liminar e
expedição do respectivo mandado para que a Requerida proceda na
imediata religação do fornecimento de Energia Elétrica da Unidade
Consumidora de N. de 11658466, ou realize nova instalação elétrica
trifásica como a que fora removida pela companhia.
Que seja o Requerente reconhecido como parte legítima na
presente demanda em seu polo ativo, haja visto que, mesmo
estando as faturas de consumo em nome de ALFREDO COSTA
FILHO (contas em anexo), este, inquilino antigo do imóvel objeto do
corte pela Requerida (contrato de locação em anexo) posto que no
imóvel, opera um ponto comercial (PARÁ BOI) empresa de
propriedade do Sr. ISAIAS CORTEZ NASCIMENTO.

III- DOS PEDIDOS


Diante de todo o exposto e provado, requer se digne Vossa
Excelência em:
a) Seja concedido o benefício da JUSTIÇA GRATUITA para isenção
das custas, por não ter o Requerente condições de arcar com as
despesas processuais sem prejuízo do sustento próprio e da família,
nos termos da declaração inclusa;
a) Seja determinado à Requerida, em TUTELA DE URGÊNCIA
ANTECIPADA, a ser concedida LIMINARMENTE, sem ouvida a outra
parte, a instalação e religação imediata do fornecimento de energia
elétrica, enquanto inexistente ou pendente discussão quanto à
materialidade dos fatos apresentados nesta exordial, bem como a
prova concreta de ser real a dívida que está sendo imposta ao
Requerente, requerendo-se, desde logo, a inversão do ônus da
prova, por tratar-se de relação de consumo;

b) Seja a presente ação recebida e processada e, ao final, seja


declarada, por sentença, a inexistência da relação jurídica que
faculta à Requerida cobrar as faturas vencidas em 05/11/2012, no
valor 4.023,80 e em 09/12/2014 no valor de 3.178,02, nos termos
do artigo 6o, incisos VII e VIII, ambos do Código de Defesa do
Consumidor;

4) Seja condenada a Requerida a indenizar por danos morais o


Requerente, em função da cobrança descabida e abusiva, sem
ouvidar o caráter pedagógico da indenização para que se
desestimule tal atitude irresponsável e passe a Requerida a dar mais
atenção quanto a verificação do seu sistema, bem como o respeito a
legislação vigente e ao consumidor final, na base usual de R$
60.000,00 (sessenta mil reais;

5) Seja citada a Requerida, na pessoa de seu representante legal,


para que, querendo, conteste a presente ação, sob pena de revelia;

6) Que a condenação liminar seja confirmada posteriormente por


sentença;

7) Que seja estabelecida multa diária pelo descumprimento de


ordem judicial que impeça a religação do fornecimento de energia
elétrica;
8) Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em
direito permitidos e, especialmente, pelo depoimento pessoal do
representante legal da Requerida, perícias, oitiva de testemunhas a
serem arroladas oportunamente, juntada ulteriores de novos
documentos, que, desde já, ficam requeridas;

9) Requer-se, ainda, a condenação da Requerida ao pagamento dos


honorários de sucumbência;

Dá se a presente causa, para efeitos de alçada, o valor de R$


60.000,00 (sessenta mil reais).

Termos em que, pede deferimento.

Imperatriz, 25 de outubro de 2017

ADVOGADO
OAB/MA XXXXXX

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