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II – DOS FATOS
A parte Autora possui um contrato com a Empresa ré e sempre honrou com seus
compromissos.
Após uma interrupção no fornecimento da sua energia elétrica, o autor, buscando entender o
motivo, entrou em contato com a parte Ré para sanar o problema. No entanto, foi lhe passado
a informação de que estava em débito com a mesma na conta de setembro no valor de R$
74,40 (setenta e quatro reais e quarenta centavos), que o Autor alega realmente não ter pago
em data correta e surpreendido com o valor da conta de outubro no valor de R$ 185,25 (cento
e oitenta e cinco reais e vinte e cinco centavos).
A Ré informou que só poderia voltar a fornecer o serviço mediante o pagamento das duas
contas em aberto, não restando alternativas ao Autor, se não arcar com as inadimplências,
tendo em vista que o corte do fornecimento de energia só é feito por falta de pagamento de
três faturas vencidas.
Ocorre que no mês de outubro a sua conta de luz veio no valor exorbitante de R$ 185,25
(cento e oitenta e cinco reais e vinte e cinco centavos) e a parte autora ao se deparar com esse
valor, entrou em contato com a ré para solicitar uma contestação da fatura, tendo em vista que
seu consumo não passava de R$ 80,00 (oitenta reais). (protocolo: 2333264639 no dia 09/10).
Em resposta a contestação, a empresa Ré informou que não encontrou nenhuma anormalidade
na fatura do Autor e relatou que no dia 09/08, um técnico visitou a residência do mesmo,
sanando uma irregularidade e trocando o medidor do Autor, tendo em vista que nenhum
desses fatos foi comunicado. A empresa Ré trocou o medidor do Autor sem sua prévia
autorização. (protocolo: 2334859149 no dia 17/09)
Ressalta-se também que a parte Autora precisou entrar em contato com a empresa Ré para
consultar a resposta da contestação, pois foi informado que após a análise a Ré entraria em
contato para o retorno e não o fez, tendo que o Autor entrar em contato.
Sem a resolução do problema, a parte Autora também abriu uma contestação na Ouvidoria.
(protocolo: 2334869343 no dia 17/09).
Em que pese a contestação da fatura do mês anterior, a do mês seguinte, novembro, também
veio com o valor acima do normal, R$ 175,03 (cento e setenta e cinco reais e três centavos).
Diante do exposto acima a parte autora se viu desamparada e resolveu recorrer ao judiciário
para resolver essa questão.
III – DO DIREITO
A proteção do Requerente/Consumidor foi agasalhada pela Constituição Federal,
consubstanciada no inciso XXXII do artigo 5o, in verbis: "O Estado promoverá, na forma da
lei, a defesa do consumidor."
Não se pode olvidar que as instituições fornecedoras de serviço de energia elétrica também
figuram no rol dos prestadores de serviços do Código de Defesa do Consumidor, e, assim
sendo, indiscutível é a responsabilidade solidária das mesmas, independentemente da
apuração de culpa, consoante os artigos 14 e 34 da Lei 8078/90, in verbis:
"Art. 14 – O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos
serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos."
(Grifamos)
"Art. 34 – O fornecedor do produto ou do serviço é solidariamente responsável pelos atos de
seus prepostos ou representantes autônomos” (Grifamos)
Reprise-se, a Requerida lançou sucessivos aumentos de consumo na conta de energia elétrica
da Requerente, sem nenhuma justificativa, haja vista que a demanda da Requerente só
aumenta em alguns dias dos meses de janeiro, fevereiro e março – ocasião em que ocorre o
verão.
Assim sendo, o Suplicado, não vem operando em conformidade com os princípios que regem
as relações de consumo, especificamente o da boa-fé e o da transparência, ambos inseridos no
art. 4o do Código de Defesa do Consumidor, onde estão expressos:
Art. 4° A Política Nacional de Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das
necessidades dos consumidores, o respeito a sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de
seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e
harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:
I – Reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;
Recurso improvido.
Decisão:Por unanimidade, negar provimento ao recurso.(RECURSO ORDINÁRIO EM
MANDADO DE SEGURANÇA nº 8915/MA, PRIMEIRA TURMA do STJ, Rel. JOSÉ
DELGADO. j. 12.05.1998, Publ. DJU 17.08.1998 p. 00023).
Dá-se a causa o valor de R$ 5.720,56 (cinco mil, setecentos e vinte reais e cinquenta e seis
centavos).
Nestes termos,
Pede deferimento.
Rio de janeiro, 21 de novembro de 2023.