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pelo rito especial da lei 9099/95, em face de LIGHT – Serviços de Eletricidade S/A, inscrita no
CNPJ sob o nº 60444437/0001-46, com endereço na Avenida Marechal Floriano, nº 168,
Centro, Rio de Janeiro – RJ, CEP: 20080-002, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
DOS FATOS
A primeira autora é titular dos serviços prestados pela ré, sendo a segunda autora
responsável pelo pagamento das faturas em débito automático em sua conta 88147-5, agência
0496 do Banco Itaú, conforme extrato anexo.
A segunda autora no dia 02 de maio de 2012 teve um débito em sua conta de R$ 152,65
(cento e cinquenta e dois reais e sessenta e cinco centavos), motivo pelo qual procurou a ré
para maiores esclarecimentos, sendo informada que o referido débito ocorreu por conta da
correção da leitura do meses de dezembro de 2011 até março de 2012.
Ocorre que, em momento algum as autoras foram avisadas das cobranças mencionadas
e nem informadas sobre a correção da leitura estimada. Inconformadas com a posição tomada
pela parte ré, entraram em contato através de mensagem pelo celular, atráves do número
54448, informando o corte de energia, obtendo como resposta apenas um número de protocolo
2010547, não sendo informado qual o procedimento que seria adotado para a solução do
problema.
Assim sendo não restou às autoras outra providencia a não ser recorrer ao judiciário
para ter seus direitos preservados.
DO DIREITO
Primeiramente, cabe evidenciar que esta relação está abrangida pelo CDC, haja
vista a relação de consumo, ficando caracterizado o consumidor, segundo o art. 2º, e o
fornecedor de serviços, segundo o art. 3º, § 2º, ambos do diploma mencionado.
Além disso, ressalta-se que os princípios norteadores da relação de consumo,
descritos no art.4º do CDC, quais sejam o reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor e
o princípio da boa-fé nas relações e da harmonia no estabelecimento destas.
Outro ponto que se deve caracterizar são os direitos básicos do consumidor,
descritos no art. 6º, III, VI do CDC, quais sejam a prestação de informações claras e adequadas
e a reparação pelos danos sofridos quando da prestação dos serviços.
Discorrendo por uma ótica publicista, Luis Antonio Rizzatto Nunes, versa que:
“Em medida amplíssima todo serviço público, exatamente pelo
fato de sê-lo (público), somente pode ser essencial. Não poderia
a sociedade funcionar sem um mínimo de segurança pública,
sem a existência dos serviços do Poder Judiciário, sem algum
serviço de saúde etc. Nesse sentido então é que se diz que todo
serviço público é essencial. Assim, também o são os serviços de
fornecimento de energia elétrica, de água e esgoto, de coleta de
lixo, de telefonia etc.”
e interesse social, havendo menção expressa no próprio Texto Maior quanto à proteção dos
interesses dos consumidores (artigo 5º, XXXII e art. 170, V). Isso coloca a Lei nº 8.078/90 em
posição hierarquicamente superior a regulamentação das concessões públicas.
Os fundamentos da decisão acima são muito fortes, sem dúvidas. Como é
notório, o artigo 1º, III, da Constituição Federal reconhece a dignidade da pessoa humana
como cláusula pétrea, um dos fundamentos da República Brasileira. Apesar da falta de
menção no julgado, entendemos que um outro princípio constitucional poderia ser citado, o da
solidariedade social, pela busca de uma sociedade mais justa e solidária (artigo 3º, I, da
CF/88).
Da responsabilidade objetiva
Reza o art.14 do CDC que o fornecedor de serviços responde independentemente
da existência de culpa, pela reparação dos danos causados ao consumidor por defeitos
relativos a prestação dos serviços.
A conduta do réu, não atende a função social dos contratos, uma vez que ofende
a dignidade da pessoa humana, que é o valor humanístico que confere unidade teleológica aos
demais princípios e regras que compõe o ordenamento jurídico constitucional e
infraconstitucional.
A tutela da dignidade da pessoa humana traz no seu conteúdo o princípio da
proteção à integridade física e psíquica do consumidor, sendo assim, é nula qualquer cláusula
que ofenda a esse princípio.
Do dano moral
As autoras fazem jus ao seu lídimo direito de serem indenizadas, tendo em vista
os transtornos e constrangimentos que vêm sofrendo em virtude dos danos causados pela falta
prestação dos serviços e cobrança indevida da ré.
Neste sentido, resta caracterizado o dano moral sofrido pelas autoras, qual seja o
dano ao direito da personalidade, haja vista que por diversas vezes tentou entrar em contato
com a ré, sendo que em todas estas oportunidades restaram infrutíferas suas pretensões, além
disso, o dano se evidencia quando a ré se mantendo inerte, em relação a solução da questão,
causou dificuldades à autora no sentido de não ter suas pretensões solucionadas.
Outrossim, encontra-se o caráter punitivo-pedagógico da indenização por danos
morais, para que através da cominação de uma pena pecuniária, seja a ré obrigada a rever a
forma como estabelece suas relações de consumo, evitando assim a má prestação nos seus
serviços.
A Responsabilidade civil nas relações de consumo é OBJETIVA, bastando a
existência do dano e do nexo causal. Com clareza, a empresa Ré agiu de forma ilícita.
DO PEDIDO:
1- Seja concedida TUTELA ANTECIPADA, na forma do art. 461 do CPC e 84, parágrafo 3º
do CDC, para determinar que a empresa ré seja compelida a efetuar o restabelecimento
do fornecimento de energia elétrica no prazo de 24 horas, sob pena de multa diária de
R$ 200,00 no caso de descumprimento.
2- A citação da parte ré para responder a presente ação, e sua intimação para comparecer
à audiência de conciliação, que poderá ser imediatamente convolada em AIJ, caso não
cheguem às partes a acordo, sob pena de revelia, preclusão e confissão.
3- A inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, VIII, da lei 8.078/90
4- Seja julgado procedente o pedido, confirmando a tutela antecipada;
5- Seja julgado procedente o pedido para condenar a ré restituir em dobro, no valor de R$
152,65 (cento e cinquenta e dois reais e sessenta e cinco centavos) , referente às
cobranças indevidas, totalizando R$305,30
6- Seja julgado procedente o pedido para condenar a ré pagamento de compensação a
título de danos morais no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais);
Das Provas
Valor da Causa
Dá-se a causa o valor de R$ 5.305,30 (cinco mil e trezentos e cinco reais e trinta
centavos)
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
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HELENA MARTINS DOS SANTOS
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RENATA MARTINS DOS SANTOS