Você está na página 1de 4

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DO TRABALHO

DA VARA DO TRABALHO DE ITAPETINGA.

MÁRIO MAGNO BATISTA, qualificação e endereços completos, por seu


advogado (procuração anexa), nos autos da RECLAMAÇÃO TRABALHISTA proposta
por JOÃO COSTA RIBEIRO, Já qualificado, vem, perante V. Exa, nos termos do art.
817, parágrafo único da CLT, apresentar

CONTESTAÇÃO

Com fundamento no art. 847 da CLT C/C art. 5°, LV da Constituição Federal, garante ao
réu o direito de resposta, consagrando o contraditório e a ampla defesa, em face da
reclamatória trabalhista ajuizada por JOÃO COSTA RIBEIRO pelos fatos e
fundamentos que passa a expor

Regra da concentração da defesa, como explica Didier Júnior.

A regra da eventualidade (Eventual maxime) ou da concentração da defesa na contestação


significa que cabe ao réu formular toda sua defesa na contestação (art.336, CPC). Toda
defesa deve ser formulada de uma só vez como medida de previsão ad eventum sob pena
de preclusão. O réu tem o ônus de alegar tudo o quanto puder, pois, caso contrário, pererá
a oportunidade de fazê-lo.
DA JUSTIÇA GRATUITA

O contestante, por seu advogado com poderes específicos para tanto, declara que não
possui recursos para bancar as despesas processuais sem comprometer a sua subsistência
e a de sua família. Apesar de não se enquadrar na hipótese tática prevista no art. 790, 53
da CLT, possui gastos correntes que comprometem sua renda, consoante se observa dos
documentos em anexo.

PRELIMINAR/ AUSÊNCIA DE PEDIDO

Diante do que se observa na petição inicial, relata inveridicamento que não usufruiu férias
e nem recebeu 13º salário ao longo do vínculo. Afirma, ainda, um suposto trabalho aos
domingos.
Nos termos do art. 840 §1º da CLT, caberia ao autor a exposição dos fatos e a expressa
formulação dos pedidos respectivos, o que não ocorreu in casu, ou seja, não há pedido
relacionados aos fatos anteriormente expostos.
Nesses termos, a petição é inepta no particular, o que enseja a extinção do processo sem
resolução do mérito nos termos do art. 840, §3º da CLT e art. 485 da CLT.

I- DOS FATOS

O reclamado, por boa-fé processual, não nega o acidente de trabalho. Cumprindo com seu
dever de emprogador. Informado do acidente, concedeu ao reclamante todo apoio
possível. Encaminhou o reclamante ao hospital e, ao contrário do afirma o reclamante,
forneceu-lhe os medicamentos necessários.

Registra- se que eventual demora na realização da cirurgia não pode ser imputada ao
contestante. Em relação ao acidente em si, é de ressaltar que o mesmo não passou de uma
fatalidade.

De logo, debate a tese da autora de que não foram fornecidas ao reclamante os EPI’s
necessários. O reclamado quando necessário, e quando existentes forneceu os adequados
equipamentos de proteção. Como por exemplo, máscaras e óculos para a pulverização de
pastos. Contudo, não há EPI's para a condução de uma simples carroça.

O reclamante é um senhor com longa experiência na vida rural, o que afasta a tese de
ausência de treinamento específico para a condução de uma carroça. Repete-se, o que
ocorreu foi uma fatalidade.

Por este motivo, não há como imputar ao reclamado culpa, por miníma que seja, pelo
trágico evento. Portanto, ausente a culpa, desfalcado o tripé da responsabilidade, visto
que ausente o ato ilícito praticado pelo reclamado. Esso é a diretriz do art. 186 de CC.

Observa-se que a CF/88 em seu art. 5º XXVIII afirma que o empregador apenas será
responsabilizado por infortúnios laborais em caso de dolo ou culpa, o que não restou
configurado no caso em questão. Portanto, inexistindo ato ilícito, não há de se falar em
obrigação de reparação/indenização (art. 927 do CC).

Assim, requer que seja afastada a responsabilidade do reclamado.

II- DOS DANOS MATERIAS

Não se poder negar que o autor, por decisão do INSS, encontra-se aposentado. Se o
reclamante goza de tal benefício, tal circunstôncia se deve ao fato de o reclamado cumprir
com suas obrigações trabalhistas.

Desse modo, não há de se falar em danos pela retirada da fonte de renda do reclamante, já
que o mesmo teve sua subsistência garantida pelo benefício previdenciário que vem
recebendo. O reclamado nega que o reclamante esteja Incapaz. Os danos ocasionados pelo
autor estão consolidados, podendo o mesmo voltar a trabalhar.

O reclamado, impugna formal e materialmente todos os relatórios médicos com exames


juntados. Pois, foram produzidos por médicos de confiança do reclamante, sendo destituídos
de capacidade probatória.

Assim, se postula a produção de prova pericial para análise dos alegados danos suportados
pelo autor, bem como de sua capacidade para voltar a laborar. Os danos estão consolidados,
sendo improcedente a a pretensão de indenização por custos de tratamento médico.
III- DOS DANOS MORAIS

O Reclamado não pode ser responsabilizado pelos supostos danos estéticos ou morais
suportados pelo reclamado. Nega-se a existência de danos estéticos, postulando a produção
de prova pericial para averiguação.

Não há prova dos danos morais, o que se nega.


Registra que, apesar de não ser responsável pelo acidente, o reclamado prestou toda a
assistência possivel ao reclamante, conforme o que já foi exposto.

Registra, ainda, que não há falar em abalo moral em razão da suposta incapacidade, visto
que o autor não ficou desamparado financeiramente. O reclamante, está recebendo desde o
início o benefício previdenciário equivalente à sua renda, conforme os autos.

Os valores postulados, por outro lado, se concedidos, gerarão, de uma só vez, a Insolvência
do reclamado e o enriquecimento sem causa do reclamante, o que é vedado pelo
ordenamento.
Requer, uma vez configurado a procedência do pedido de Indenização por danos morais c
estéticos, o que se admite por cautela, que essa seja fixada em valor módico, já se sugerindo
o valor de R$5000,00.
Registra que, apesar de não ser responsável pelo acidente, o reclamado prestou toda a
assistência possível ao reclamante, conforme já exposto nesta peça.

Protesta por todos os meios de prova admitidos, entre tais testemunhas (...) prova pericial.

REQUER IMPROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS.

ITAPETINGA- BA, 20 de outubro de 2023

Advogado/ oab nº XXXXX

Você também pode gostar