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ATIVIDADE AVALIATIVA
QUESTÃO 1
Discorra a respeito das fases que compõem o processo de incorporação dos tratados,
convenções e atos internacionais ao ordenamento jurídico brasileiro. Em seu texto, aborde o
papel que o Poder Executivo e o Poder Legislativo desempenham nesse processo, os
instrumentos por meio dos quais essa incorporação ocorre e o momento a partir do qual os
tratados em geral adquirem executoriedade interna. Apresente, ainda, o entendimento do
Supremo Tribunal Federal sobre a posição hierárquica dos tratados (tanto os de direitos
humanos como os tradicionais) no direito interno.
RESPOSTA:
O Presidente da República editou, em 2009, o decreto 6.949, que trata dos portadores de
necessidades especiais. Nesse caso o decreto entrou no ordenamento jurídico com a mesma
hierarquia da Constituição.
QUESTÃO 2
Desta maneira, considerando as discussões acerca das fontes derivadas do soft law, bem como
do contexto da sociedade internacional frente à pandemia, diferencie hard law de soft law e
relacione com o texto apresentado acima, além disso, pontue as diferenças entre as
recomendações da OMS e os tratados internacionais. Afinal, descumprir ou seguir as
recomendações da OMS pode trazer impactos para a realidade de um Estado soberano?
RESPOSTA:
Dentre os instrumentos de direito internacional que influenciam ou deveriam influenciar o
ordenamento jurídico interno, destacam-se o soft law e o hard law. Nesse contexto, o Soft Law
é definido como um instituto do direito internacional que corresponde ao processo de criação
de um instrumento normativo, mas sem força de lei – porquanto não gera sanção, capaz, no
entanto, de produzir efeitos. Desta forma, entende-se por soft law normas que são consideradas
como recomendações, cujo teor levam a preceitos que incentivam determinadas condutas, sem,
no entanto, estabelecerem uma obrigatoriedade ou sanção pelo seu descumprimento.
O hard law é definido como a norma de direito externo que estabelece regras vinculativas na
seara do direito interno, como tratados e acordos. Assim, têm-se por hard law as normas cuja
obrigatoriedade jurídica possibilitam a aplicabilidade de sanções jurídicas por intermédio de
tribunais internacionais ou até mesmo órgãos internos judiciais daqueles países signatários.
O referido instituto é consagrado na forma do art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de
Justiça, do qual o Brasil é signatário. Portanto, os dois institutos, soft law e hard law, trilham
caminhos distintos quanto aos efeitos jurídicos.
No âmbito do Direito Internacional as recomendações da OMS são consideradas soft law, mas
ganharam muito importância em face da pandemia, ganhando características de hard law, e que
por consequência caracterizando-se como fonte do Direito Internacional e obrigatórias em face
da situação emergencial que se vivia na saúde mundial.
A OMS em face da constatação da pandemia causada pelo Coronavírus (COVID-19) fez
recomendações a todos os países, membros ou não da ONU, para evitar a transmissão da
doença. Essas medidas formam acatadas por todos os países, ainda que inicialmente alguns
países contestassem as medidas, elas acabaram por ser adotadas universalmente, dentro da
capacidade econômica, social e política dos países. Portanto, observa-se que os atos dos
organismos internacionais, como as recomendações da Organização Mundial da Saúde, devem
ser observados e cumpridos como normas obrigatórias, na proporção que todos os Estados
aceitam as regras “pacta sunt servanda e consueto sunt servanda”, isto é, observam os tratados
celebrados e os costumes internacionais. Logo, as resoluções (as decisões e as recomendações)
da Organização Mundial da Saúde, cuja autoridade é reconhecida pelos membros da
Comunidade Internacional e expressam o seu consenso, devem ser cumpridas, porque oriunda
do pacto dos Estados, conformado nas Nações Unidas.