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CASO CONCRETO 4
Analise o texto abaixo retirado do voto de A.A. Cançado Trindade, proferido na Corte Interamericana de Direito
Humanos no caso da Comunidade Indígena Sawhoyamaxa versus Paraguay: “...No universo do Direito Internacional
dos Direitos Humanos, é o indivíduo quem alega ter seus direitos violados, quem alega sofrer os danos, quem tem
que cumprir com o requisito do prévio esgotamento dos recursos internos, quem participa ativamente da eventual
solução amistosa, e quem é o beneficiário (ele ou seus familiares) de eventuais reparações e indenizações. Em nosso
sistema regional de proteção, o espectro da persistente denegação da capacidade processual do indivíduo
peticionário ante a Corte Interamericana (....) emanou de considerações dogmáticas próprias
de outra época histórica tendentes a evitar seu acesso direto à instância judicial internacional, - considerações estas
que, em nossos dias, ao meu modo de ver,
carecem de sustentação e sentido, ainda mais tratando-se de um tribunal internacional de direito humanos. (...). No
presente domínio de proteção, todo jusinternacionalista, fiel às origens históricas de sua disciplina, saberá contribuir
para o resgate da posição do ser humano como sujeito de direito das gentes dotado de personalidade e plena
capacidade jurídicas internacionais". Responda a pergunta abaixo:
RESPOSTA
No que se refere ao trecho do voto de Antônio Augusto Cançado Trindade, responda: - Com base no conceito de
sujeito de direito internacional e no de uma sociedade internacional aberta, como defende Celso Mello, discorra
sobre a posição do ser humano como sujeito de Direitos, refletindo sobre sua personalidade e sobre sua capacidade
para agir no plano internacional.
QUESTÃO OBEJTIVA
Segundo o Art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça, são fontes do direito internacional as convenções
internacionais,
a. o costume, os atos unilaterais e a doutrina e a jurisprudência, de forma auxiliar.
b. o costume internacional, os princípios gerais de direito, os atos unilaterais e as resoluções das organizações
internacionais.
c. o costume, princípios gerais de direito, atos unilaterais, resoluções das organizações internacionais, decisões
judiciárias e a doutrina.
X d. o costume internacional, os princípios gerais de direito, as decisões judiciárias e a doutrina, de forma auxiliar,
admitindo, ainda a possibilidade de a Corte decidir ex aequo et bono, se as partes concordarem.
RESPOSTA
Há possibilidade de extradição de brasileiro naturalizado em 2 (duas) situações:
a) comprovado envolvimento com tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e; b) crime comum praticado
antes da naturalização.
Na situação apresentada, o ex-dirigente da federação sul-americana de futebol havia praticado um crime comum
antes de se naturalizar. Logo, ele poderá ser
extraditado. Vale destacar que a CF/88 proíbe a extradição apenas de brasileiros natos.
Portanto, poderá ser concedida, porque o extraditando não é brasileiro nato.
CASO CONCRETO 8
No Direito Internacional, há necessidade de previsões normativas para os períodos pacíficos e para os períodos
turbulentos de conflitos e litígios. A Carta das Nações Unidas e outras convenções internacionais procuram tratar
dos mecanismos de resolução de conflitos, bem como disciplinam a ética dos conflitos bélicos e a efetiva proteção
dos direitos humanos em ocasiões de conflitos externos ou internos. A ONU deve exercer papel relevante na
resolução de conflitos, podendo, inclusive, praticar ação coercitiva para a busca da paz. Analise se correta ou errada
e fundamente. (CESPE – adaptada)
RESPOSTA
Vale observar, segundo aponta o autor do livro "Direito Intern. Público e Privado', Paulo H.G.Portela (recomendo),
que o Conselho de Segurança da ONU, inicialmente, ao determinar a existência de qualquer ameaça à paz, ruptura
da paz ou ato de agressão, seguirá alguns passos seam eles:
Primeiro fará RECOMENDAÇÕES indicando as medidas q devem ser adotadas como forma de restabelecer a
segurança internacional.
Não havendo alteração na situação de instabilidade adota-se MEDIDAS de caráter NÃO MILITAR (q poderão, entre
outras medidas, incluir interrupção completa ou parcial das relações econômicas) e não havendo ainda alteração do
quadro de instabilidade, o Conselho poderá levar a cabo a ação q julgar necessária, como o uso de força MILITAR,
aérea, terrestre, marítima, em fim, as q forem devidas ao caso.
Vale chamar atenção ainda p o fato de q a ONU não tem forças militares próprias, assim,conta com a colaboraração
dos Estados-membros,q podem ceder força militar q atuarem representando a ONU, conforme o mandato q esta
estabelecer.
E mais, vale lembrar q é contemplado na Carta da ONU q pode haver LEGÍTIMA DEFESA por parte do país atacado,
porém apenas diante de efetivo ATAQUE ARMADO, não uma legitima defesa preventiva, ou seja, diante de apenas
ameaça de ataque.
CASO CONCRETO 11 - FGV - 2015 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XVI - Primeira Fase
O litígio que envolve Estados e organizações internacionais podendo ser de natureza econômica, política ou
meramente jurídica, é conceituado como controvérsia internacional.
Acerca dos meios diplomáticos para soluções pacíficas de controvérsias internacionais, a conciliação é muito
semelhante à mediação. Entretanto, caracteriza–se pela possibilidade de atuar como mediador pessoa natural,
Estado ou organismo internacional.
Diga se certa ou errada e fundamente. (FGV – adaptada)
RESPOSTA
A assertiva está errada
A conciliação é solicitada a uma comissão internacional, cuja composição já vem previamente acertada em um
tratado. Ela apura os fatos e apresenta possíveis soluções. As partes estão livres para acatá-las ou não. A conciliação
é mais formal que a mediação. Por exemplo, o mediador pode oferecer novas propostas, quando já foram rejeitadas
as anteriores. Já o conciliador só oferece uma proposta. É solicitado a uma comissão internacional, cuja composição
já vem previamente acertada em um tratado, que ela apure os fatos e apresente possíveis soluções.
Vejamos os outros meios diplomáticos para soluções pacíficas de controvérsias internacionais:
A negociação é feita diretamente entre as partes envolvidas no litígio sem a participação de um terceiro.
Os bons ofícios caracterizam-se pela oferta espontânea de um terceiro que colabora com a solução de controvérsias
podendo ser um Estado, um organismo internacional ou uma autoridade. Mas essa colaboração se resume à
aproximação entre as partes em litígio. O terceiro não se envolve no conflito propriamente dito nem oferece solução
para o problema.
A mediação, assim como os bons ofícios, pode ser feita por Estado, pessoa natural (geralmente líder ou autoridade)
ou organismo internacional. No caso da mediação, o terceiro tem participação mais ativa, conhecendo os detalhes
da controvérsia e podendo oferecer solução para o litígio.
CASO CONCRETO 12 - XVI Exame de Ordem
O MERCOSUL é um organismo internacional que visa à integração econômica de países que se localizam
geograficamente no eixo conhecido como Cone Sul, nos termos do Tratado de Assunção (1991) e do Protocolo de
Ouro Preto (1994). Sobre o sistema de solução de controvérsias do MERCOSUL, provisoriamente estabelecido no
Protocolo de Brasília (1993), o sistema de solução de controvérsias do MERCOSUL encontra–se, atualmente,
normatizado pelo Protocolo de Ouro Preto (1994), que estabeleceu a estrutura orgânica definitiva do bloco.
Responda se certa ou errada e fundamente. (FGV – adaptada)
RESPOSTA
O sistema de solução de controvérsias do MERCOSUL é regulado atualmente pelo Protocolo de Olivos, que
estabeleceu como instância final judicante o Tribunal Permanente de Revisão, portanto, a assertiva está errada.
CASO CONCRETO 13 - FGV - 2012 - OAB - Exame de Ordem Unificado - VII - Primeira Fase
Um jato privado, pertencente a uma empresa norte- americana, se envolve em um incidente que resulta na queda
de uma aeronave comercial brasileira em território brasileiro, provocando dezenas de mortes.
A família de uma das vítimas brasileiras inicia uma ação no Brasil contra a empresa norte- americana, pedindo danos
materiais e morais.
A empresa norte-americana alega que a competência para julgar o caso é da justiça americana.
Segundo o direito brasileiro, o juiz brasileiro tem competência concorrente porque a vítima tinha nacionalidade
brasileira.
Com base em seu conhecimento diga se correta ou errada a afirmativa e fundamente (FGV – adaptada)
RESPOSTA
A assertiva está correta.
Nesse caso o juiz brasileiro possui competência concorrente para julgar o caso, pois o acidente ocorreu em território
brasileiro.
O caput do art. 12, caput da LICC e o art. 88, do CPC determinam os casos de competência concorrente.
Veja-se: Art. 12, LICC: É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui
tiver de ser cumprida a obrigação.
Art. 88, CPC: É competente a autoridade judiciária brasileira quando:
I O réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; II no Brasil tiver de ser cumprida a
obrigação;
II A ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil.
Além disso, é importante lembrar que havendo competência concorrente, o autor (no caso a família da vítima
brasileira) pode escolher entre a tutela jurisdicional brasileira ou estrangeira.
A respeito das correntes doutrinárias que procuram proporcionar solução para o conflito entre as normas internas e
as internacionais, de acordo com a corrente dualista, o direito interno e o direito internacional convivem em uma
única ordem jurídica. Julgue e fundamente. (CESPE – adaptada)
RESPOSTA
A assertiva está incorreta, porque define o monismo, e não o dualismo.
As correntes monista e dualista apresentam respostas diferentes para o conflito entre normas internas e
internacionais.
Para os monistas, o direito é um sistema jurídico único, sendo os direitos interno e internacional dois ramos desse
único sistema jurídico. Diante da unicidade do direito defendida por essa teoria, pode haver conflito entre direito
interno e internacional quando os dois dispõem diferentemente sobre o mesmo assunto.
Para resolver a questão, os teóricos se dividem em dois: monistas internacionalistas (ex: Kelsen); e monistas
nacionalistas, que se baseia no conceito de soberania absoluta do Estado, de Hegel.
Para os internacionalistas, as normas internacionais são hierarquicamente superiores às internas, de modo que
prevalecem em caso de conflito.
Para os nacionalistas, o direito interno tem primazia sobre o direito internacional.
válido lembrar, contudo, que o segundo posicionamento é refutado pelo direito internacional, o que está
previsto no artigo 46 da Convenção de Viena de 1969, onde está previsto que um Estado não pode descumprir
um tratado do qual faça parte sob a alegação de que o tratado viola disposição de seu direito interno.
Já para a corrente dualista, direito interno e internacional são dois sistemas distintos e independentes, de
modo que não há conflito e suas normas – cada um é soberano em seu campo de atuação.
A principal diferença prática entre monistas e dualistas se encontra na internalização da norma internacional.
Para os monistas, não é necessário processo específico de internalização das normas internacionais. Elas têm
validade direta nos países assim que seus representantes assinam um tratado.
Já para os dualistas, há necessidade de transformar a norma internacional em direito interno, seja de forma explícita
ou implícita, a depender das exigências de cada país.
A maior parte dos países adota o dualismo, como o Brasil, que, segundo o STF, adota o dualismo moderado, pois os
costumes internacionais têm aplicabilidade direta e não se exige a transformação dos tratados em lei interna,
embora se deva respeitar processo de recepção específico.
Um exemplo prático de monismo são os países membros da União Europeia em relação às normas comunitárias.
Essas normas não precisam ser internalizadas nos Estados membros da União Europeia.
Cabe ressaltar, entretanto, que a maioria dos países da UE adotam o dualismo em relação aos demais tratados e
convenções firmados fora do bloco.
Embora haja imprecisão do termo ratificação. No caso dos países que adotam a teoria monista, a assinatura do
tratado já é suficiente para obrigar o Estado a cumprir o tratado, uma vez que não há processo de internalização de
normas internacionais para essa corrente. Já a ratificação é a manifestação da vontade definitiva de um Estado em
se obrigar, após aprovação do tratado no âmbito interno do país. Percebe-se que, na questão, o termo ratificação foi
utilizado de forma genérica e imprecisa, pois, diante de seu significado técnico, ele não cabe para os países que
adotam a corrente monista.
RESPOSTA
A assertiva está correta, Segundo a Convenção de Montego Bay, Estados sem litoral podem usufruir do direito de
acesso ao mar pelo território dos Estados vizinhos que tenham litoral.
RESPOSTA
A assertiva está errada.
O Brasil não teve seu pleito reconhecido pela referida comissão da ONU.
Em 2004, o Brasil formulou pleito pedindo a extensão da plataforma continental de 200 milhas marítimas para 350
milhas marítimas, o que é permitido pela Convenção de Montego Bay sobre o direito do Mar. Entretanto, em 2007,
por oposição dos Estados Unidos, o pleito brasileiro foi rejeitado na ONU.
Mais tarde, o Brasil reformulou o pleito e ainda aguarda resposta. Grande parte do Pré-Sal se encontra além das 200
milhas marítimas, o que explica a importância de o Brasil poder exercer soberania econômica sobre a plataforma
continental estendida.