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Em junho de 2009, uma construtora brasileira assina, na Cidade do Cabo, África do Sul,
contrato de empreitada com uma empresa local, tendo por objeto a duplicação de um
trecho da rodovia que liga a Cidade do Cabo à capital do país, Pretória. As contratantes
elegem o foro da comarca de São Paulo para dirimir eventuais dúvidas. Um ano depois, as
partes se desentendem quanto aos critérios técnicos de medição das obras e não
conseguem chegar a uma solução amigável. A construtora brasileira decide, então, ajuizar,
na justiça paulista, uma ação rescisória com o objetivo de colocar termo ao contrato. Com
relação ao caso acima diga como o juiz deverá proceder e qual será a lei aplicável.
R: o juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá basear sua decisão na
legislação sul-africana, pois os contratos se regem pela lei do local de sua assinatura.
Questão 2: No âmbito do direito internacional, cada vez mais são debatidos temas ligados
ao domínio público internacional, conjunto de espaços cujo uso interessa a mais de um
Estado ou à sociedade internacional como um todo. Nesse sentido, não é tema de domínio
público internacional:
a) o espaço aéreo;
b) o espaço sideral;
c) o continente antártico;
d) a internet;
e) a Sibéria;
R: Considerando que a promoção e proteção dos direitos humanos são questões prioritárias
para a comunidade internacional e que a Convenção de Viena oferece uma
oportunidade singular para uma análise abrangente do sistema internacional dos direitos
humanos, a Conferência Mundial sobre Direitos Humanos considera que a negação do
direito à autodeterminação constitui uma violação dos direitos humanos e enfatiza a
importância da efetiva realização desse direito. A comunidade internacional é
descentralizada, não existindo, desta forma, autoridade superior para declarar e tornar
efetivo o direito internacional e, apesar da comunidade internacional não possuir a
estrutura que os estados soberanos possuem (em seu ordenamento jurídico interno) para
aplicar sanções pelo descumprimento de suas normas, isso não significa dizer que não se
possa, com base no direito internacional, lançar mão de sanções. A Convenção de Viena
sobre o Direito dos Tratados de 1969 consigna expressamente, em seu artigo 63, a
impossibilidade da validade de tal Tratado, conforme segue: “Se sobreviver uma nova
norma imperativa de direito internacional geral, qualquer tratado existente em conflito com
essa norma torna-se nulo e extingue-se”.
A ordem é denegada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Após os recursos cabíveis,
o remédio passa a apreciação do STF.
Com relação à questão dos tratados de Direitos Humanos e o direito interno, responda:
3) Como o STF vem entendendo a questão do conflito entre os tratados sobre direitos
humanos e a Constituição Brasileira? Aponte os precedentes.
1) Não. O Brasil é dualista e assim exige a incorporação dos tratados à ordem jurídica
interna. (art. 49, I e 84, VII e art. 5º, § 3º da CRFB).
4) A prisão civil do depositário infiel pode ser citada como exemplo de conflito entre um
tratado de direitos humanos e a Constituição brasileira. O art. 7º, 7, da CADH (assim como
o art. 11 do PIDCP) só permite a prisão civil do alimentante. A CF, art. 5º, inc. LXVII, prevê
a prisão civil do alimentante e do depositário infiel. Como se vê, o conflito entre os tratados
internacionais e a CF é patente.
Questão 9: Havendo um litígio judicial, levado ao STF, em que se discute o conflito entre o
direito interno (lei) e o direito internacional (tratado), qual deverá prevalecer?
a) O STF adotará a paridade entre a lei e o tratado, decidindo pela prevalência do posterior
sobre o anterior, do mais específico sobre o mais genérico.
b) O STF decidirá pela superioridade do tratado sobre a lei.
c) O STF decidirá pela superioridade da lei sobre o tratado.
d) O STF remeterá a decisão para o STJ, por não ser sua a referida competência.
Questão 10 – Tema: Nacionalidade: João da Silva Smith, filho de Ana Maria da Silva,
brasileira, natural dos Estados Unidos da América, cometeu um homicídio em Nova York
em 26 de janeiro de 2000. No dia 28 de janeiro de 2000 fugiu para o Brasil. Ao chegar aqui,
João da Silva Smith opta pela nacionalidade brasileira na Justiça Federal de acordo com os
artigos 12, I, c e 109, X da CRFB/88. No ano de 2001, antes de se concluir o processo de
opção de nacionalidade, o governo norte-americano pede a extradição de João da Silva
Smith ao Brasil pelo homicídio cometido em 2000. Pergunta-se: o Brasil vai extraditá-lo?
Por quê?
Sim, conforme tratado entre as duas nações e em conformidade com a posição do STF: “A
opção pela Nacionalidade (...) não se dá de forma livre: há de fazer-se em juízo, em processo
de jurisdição voluntária, que finda com a sentença que homologa a opção e lhe determina a
transcrição, uma vez acertados os requisitos objetivos e subjetivos dela. Antes que se
complete o processo de opção, não há, pois, como considerá-lo brasileiro nato”.
Questão 12: Com relação aos princípios gerais da nacionalidade do direito internacional,
assinale a opção correta:
Não continuam ostentando a nacionalidade brasileira, uma vez que se enquadram nos
casos de perda da nacionalidade brasileira, prevista no § 4º do art. 12 da CF, ao optarem
voluntariamente pela nacionalidade derivada estrangeira, sem que estivessem presentes os
requisitos previstos nas letras “a” e “b” do inciso II, do § 4º do art. 12 da CF.