Você está na página 1de 12

Analise dos efeitos da política económica sobre o crescimento

económico

Goncalves, Galileo Ruben Alfandega1

Introdução

Numa época em que o mundo atravessa diversos conflitos e problemas económicos e


políticos, é necessário que haja um acompanhamento do comportamento económico do
país de modo a fazer face a diversas situações que podem levar a economia a contrair,
com isso, o governo muitas vezes faz uso dos instrumentos da política económica, como
é o caso da taxa de juros, que visa o controlo dos níveis de inflação e circulação da
própria moeda no território moçambicano. Nos últimos anos tem surgido muitos debates
de qual o principal determinante da inflação, sendo apontado como a taxa de juros, que
ao se fazer acompanhar de acções que visam o controlo da inflação pode ser
acompanhada com recessão a economia.

Mankiw (2001) citado por (Ester & Fumo, 2013) considera a taxa de juros nominal
aquela que o banco informa aos clientes. O mesmo autor considera que a taxa de juro é
uma variável importante por fazer a ligação entre a economia do presente e do futuro.
Um aumento da oferta monetária, dado o mesmo nível de procura, tem impacto na
redução da taxa de juros. A taxa de juro é por seu turno, um dos principais instrumentos
de política monetária utilizado pelos bancos centrais para influenciar o comportamento
da inflação. A taxa de juro real é igual a taxa de juro nominal menos a inflação. Neste
estudo, a taxa de juro que será considerada no modelo de inflação é a real, que resulta
da diferença entre a taxa de juro nominal e a inflação.

A taxa de cambio, é um ótimo instrumento para o controlo do nível da moeda estrageira


em circulação numa economia, e essa acção pode causar assim uma apreciação ou
depreciação da moeda nacional, também tido um dos atrativos de investimentos num

1
Estudante de Economia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanidade – Beira
Universidade Zambeze

1
determinado país, no caso de Moçambique com baixo valor da moeda nacional em
deferimento das moedas estrageiras, isso torna Moçambique um ótimo destino de
investimento sendo que é comparativamente mais barato investir nesse país. O principal
foco do estudo é verificar a concordância dos pressupostos teóricos em relação com a
realidade de Moçambique indo de encontro com as medidas do Banco de Moçambique,
se de alguma forma esses instrumentos da política monetária vão de encontro com o
objectivo principal, que é tido como o controlo da inflação. Sem esquecer assim, fazer o
acompanhamento dessas políticas para verificar se essas são incentivadoras de
investimentos, emprego, da produção e que garantem de algum modo equilíbrio das
cooperações internacionais e dos cofres do Estado.

(Real, 2011) na sua análise sobre a taxa de cambio determina que esta é um dos preços
relativos mais importantes em um país de economia aberta. Suas flutuações influenciam
muitas outras variáveis macroeconômicas; uma delas, a balança comercial, foi o objeto
de análise desta pesquisa. Considerando assim, que A taxa de câmbio também
representa o preço dos ativos, caracterizados por serem formadores de riqueza. Portanto,
é possível afirmar que “os princípios que governam o comportamento dos preços dos
ativos também governam o comportamento das taxas de câmbio”. A valorização
cambial caracteriza-se como uma variável que encarece as exportações e beneficia as
importações, estimulando os deficits comerciais.

(A Influência Da Taxa de Câmbio e Da Taxa de Juros Sobre as Exportações


Brasileiras : Um Estudo Comparativo Entre Os Diferentes Regimes Cambiais Pós
Plano Real, n.d.) nesse trabalho sobre a influência das taxas sobre importações
Brasileira, citando o Soares (2006, p. 35) que afirma que os efeitos da âncora cambial
não foram desprezíveis, mas o uso dela incorreu em custos elevados para a manutenção
da taxa de câmbio sobrevalorizada. A manutenção de uma política monetária restritiva
como forma de preservar a taxa de câmbio prejudicou o crescimento econômico do
Brasil. Além disso, a manutenção das taxas de juros em patamares elevados resultou em
um agravamento das contas externas do país. Pode-se observar que o resultado da
balança comercial, com a abertura comercial e a valorização do câmbio, tornou mais
díspar o ritmo de crescimento das exportações e importações. Com isso, é importante na
só a manutenção da política monetária especifica, mas também ser flexível na
implementação de respostas prontas a cada situação pois para cada instrumento aplicado

2
a dada realidade a economia responde de forma pronta e dinâmica, umas mais longas
que as outras, mas para tal é necessário fazer-se o estudo de cada cenário específico.

Condução da Política monetária

Antes de qualquer consideração sobre os efeitos da política monetária no crescimento


económico é necessário primeiro entender o que seria política monetária. Que pode ser
definida como a forma de controlar por meio de instrumentos a oferta de moeda e taxas
de juros, com o principal objectivo de estabilização dos preços. Ou seja, uma alteração
nos níveis de moeda em circulação ou taxa de juros pode de causar um aumento no
nível de inflação da economia.

As pessoas tendem a reter moeda ou procurar por moeda por vários motivos, que são,
primeiro por motivo de transação ou seja para fazerem o uso da mesma para compra de
produtos essenciais para si no seu dia-a-dia, a segunda esta relacionada com a
precaução, ou seja, as pessoas buscam por dinheiro de modo a retê-lo como forma de se
precaver de eventuais imprevistos que possa vir a ocorrer, e por ultimo, esta o motivo de
especulação que esta associada a aplicação das valores em títulos, de modo a renderem
juros. No entanto, só em situações que não haja inflação ou há uma taxa inflacionaria
baixa que a moeda cumpre melhor o papel de reserva de valor, possibilitando assim que
se faca uma relação inversa entre a demanda por moeda por motivos especulativos e a
taxa de juros. Com isso, pode-se concluir que dos variados motivos que fazem os
indivíduos procurarem a moeda, um dessas, a demanda por motivo especulativo,
depende ou é influenciado pela taxa de juros, ao passo que a demanda por motivos de
transação e por precaução não se verifica tal influência.

(Sílvia & Licussa, 2011) no seu estudo destacaram que o Estado uso os instrumentos da
política monetária para atingir os seus objectivos, que passa da estabilização dos preços.
Instrumentos como a taxa de Reservas Obrigatórias e as Operações de Mercado Aberto
influenciam a Base monetária (a variável operacional de política monetária), e esta por
via do multiplicador afecta o comportamento da Massa Monetária. De acordo com a
teoria quantitativa da moeda, o nível da massa monetária influência na mesma direção,
o nível de inflação que tem como principal instrumento de regularização ou
estabilização a taxa de juros.

3
Em ambientes de inflação elevada, a taxa real de juros deixa de ser referencia não
apenas para as decisões de consumo, mas principalmente para as decisões de
investimento, a estabilidade de preços não garante o aumento da produtividade ou a
aceleração da taxa de crescimento em si, mas o controlo dos aumentos nos preços
garante ganhos na capacidade de predição no sector privado. Uma redução na taxa de
juros pode induzir a maiores níveis de investimentos e gastos. Mas, se este for sucedido
de um aumento da taxa de infanção, os agentes tendem a não responderem da mesma
forma a novos estímulos da taxa de juros. Isso torna ineficiente o aumento ou redução
da taxa de juros sem um controlo da inflação, dai que os agentes económicos passarão a
adoptar comportamentos defensivos e antecipados, assim, os estímulos da política
monetária, no caso específico, passa a ser ineficiente.

Taxa de cambio e a teoria de Taylor

(Carsane, 2005) no seu estudo sobre os determinantes da inflação em Moçambique


analisado nos períodos de 1994-2004, verifica que o Banco de Moçambique adoptou
uma política de taxas de cambio flutuantes, considerando que, nos anos de inflação alta,
a compra de moeda estrangeira constituiu uma importante alternativa contra a crescente
perda de valor do metical, dificultando assim as políticas das autoridades monetárias
centrais direcionadas a uma maior estabilidade da moeda nacional. Assim, o elevado
deficit no saldo comercial pode ter contribuído para uma forte pressão sobre a moeda
nacional. No mesmo estudo, nos períodos mais próximos, 2000 e 2001, coincidiu com a
fortes inundações em algumas regiões de Moçambique que influenciou de alguma
forma a taxa de inflação em 11,4% e 21,9% no último ano, o que levou a uma forte
desvalorização da moeda nacional fase ao dólar e o rand.

Segundo o mesmo autor, (Carsane, 2005), A análise do impacto da política cambial na


taxa de inflação não é muito conclusiva. A depreciação do metical em relação ao rand e
ao dólar norte-americano parece somente ter afetado a inflação em alguns momentos e
não no período todo. As variações na oferta de divisas no mercado cambial parecem ter
determinado a evolução das taxas de câmbio em todo o período. Finalmente, o elevado
deficit na balança comercial em todo o período representou uma forte limitação na
administração das taxas de câmbio.

4
(Machava, 2018) considera que a abordagem monetária tradicional para a determinação
da taxa de câmbio subestima o impacto da taxa de juros na taxa de câmbio que pode
induzir a erros na formulação da política monetária. Por outras palavras, a ligação entre
taxa de juros e taxa de câmbio é medida com mais precisão quando se considera os
efeitos assimétricos da regra de Taylor, significando que, contrariamente ao que é
previsto pela maioria da literatura existente sobre abordagem monetária para a
determinação da taxa de câmbio, a política monetária tem um importante papel na
determinação do nível de taxa de câmbio. A principal conclusão é que existem efeitos
assimétricos dos desvios da inflação e do hiato do produto na determinação da taxa de
câmbio. Essas assimetrias são determinadas pelas preferências do banco central no
contexto da regra de Taylor. O mesmo autor revela que a abordagem monetária tenta
identificar os factores macroeconómicos que explicam a taxa de câmbio. Esta teoria
baseia-se nos seguintes pressupostos: (i) equilíbrio do mercado monetário (a oferta de
moeda é exógena e a taxa de juros é endogenamente determinada no mercado
monetário); (ii) PPP (os mercados internacionais de bens estão perfeitamente
integrados) e (iii) a PDTJ (perfeita mobilidade de capital, uma vez que os ativos
estrangeiros e domésticos são substitutos perfeitos).

(De et al., 2011) examina a evolução da taxa de cambio desde a independência em


meados dos anos 70, Moçambique teve uma série de regimes de taxas de câmbio. Até
1986, predominaram as taxas fixas, seguidas pela depreciação e terapia de choque
intensa em 1987-88 e, posteriormente, prevaleceu um regime de desvalorização
deslizante até ao início dos anos 90, quando as taxas de câmbio foram unificadas e
liberalizadas num regime de taxas flutuantes em 1994. Começou sua análise dos
padrões das taxas de câmbios um ano após se ter estabelecido o regime de taxas
flutuantes.

A taxa de cambio moçambicana destaca-se pela sua marcante característica volátil


persistente. Apesar de esperar-se que essa seja volátil, o facto de essas poderem ser
previstas ou não é o factor que tornara essas taxas fontes de incerteza e riscos para
realizar comercio. Então, quando se torna possível a estimação e remoção da
volatilidade essa influência dessas nas decisões económicas poderá ser baixa.

A volatilidade média da taxa de câmbio real de Moçambique, apresenta-se como sendo


quase duas vezes mais elevada do que nos países avançados, onde a volatilidade se
situou, em média, entre 2 e 2,5 nos anos 1970-2002. É claro que se espera uma
5
volatilidade média inferior da taxa de câmbio nos países avançados, visto que têm uma
maior estabilidade nas políticas económicas e ajustam-se mais suavemente aos choques,
em virtude das suas economias serem mais diversificadas. Além disso, os mercados de
moeda externa em que se transacionam as moedas dos países avançados são grandes e
fluidas, com muitos instrumentos disponíveis para cobrir a volatilidade, ajudando estes
mercados a rapidamente executar as suas operações e a reduzir as variações na taxa de
câmbio que, potencialmente, poderiam grandes. (De et al., 2011)

Efeitos das políticas económicas sobre o crescimento económico

Taxa de cambio

(De et al., 2011) considera que o impacto dos movimentos da taxa de câmbio no
crescimento económico resulta da influência acumulada de todos os efeitos nos preços,
fluxos comerciais, lucros de empresa e revalorizações do activo e passivo. As alterações
induzidas na taxa de câmbio em incentivos, geradas por estes efeitos nos preços e nas
revalorizações, conduzem a mudanças estruturais na alocação de recursos o que, por sua
vez, provoca alterações no crescimento económico. O principal elemento é o preço
relativo entre transacionáveis e não-transacionáveis (a taxa de câmbio real) que
determina os incentivos no processe os países atingem um maior crescimento quando
conseguem aumentar os incentivos ao investimento em transacionáveis por meio de
uma subvalorização na taxa de câmbio real. Os transacionáveis mostram ser “especiais”,
pelo facto de a produção de transacionáveis ter efeitos positivos de repercussão na
restante economia, quer na forma de aprender-pela-prática quer transferência de
tecnologia. No entanto, os transacionáveis sofrem desproporcionadamente com as
fraquezas institucionais e falhas do mercado que fazem com que a dimensão do sector
dos transacionáveis seja demasiado pequena nos países de baixo rendimento e em
desenvolvimento. Portanto, oferecer incentivos (para aliviar parcialmente as distorções)
para mudar a quota dos transacionáveis na economia por via da depreciação da taxa de
câmbio real pode ter implicações positivas na promoção do crescimento.

No entanto, apesar de os incentivos terem estado a melhorar ao logo de anos, em


Moçambique ainda não é possível considerar o preço relativo dos transacionáveis como
um dos melhores instrumentos para reduzir das distorções que prejudicam os
transacionáveis, o que pode ajudar na melhoria da estrutura desejada. Nos estudos feitos

6
verificaram uma subida e descida em 2000-03 em que crescimento aumento
consideravelmente, ao passo que nos anos de 2003-09 a tendência do crescimento
económico foi decrescente, apesar disso não há evidencias de quaisquer relações entre o
índice de subvalorização e o crescimento do PIB per capita, durante o mesmo período.

(De et al., 2011) A taxa de câmbio real deve ser pensada como uma condição
facilitadora. O facto de evitar a sobrevalorização excessiva e a volatilidade excessiva
permite a um país explorar a sua capacidade de crescimento e desenvolvimento,
aproveitar as boas infraestruturas e a uma força laboral experiente e devidamente
formada, uma elevada taxa de poupanças e um bom clima empresarial para o
investimento estrangeiro.

(Chivulele, 2017) considera que a política monetária focada nos agregados


inflacionários e na taxa de câmbio acaba sendo mais um entrave que põe em causa as
possibilidades de desenvolvimento de um sector privado (financiado pelo sector
financeiro doméstico) que possa responder à procura interna, substituir importações e,
portanto, reduzir as pressões sobre a balança de pagamentos.

Taxa de Juros

(Chivulele, 2017) a política monetária Moçambicana mostra como a estrutura


vulnerável da economia, impede a perseguição do objectivo estratégico de baixas taxas
de juros e aumento da competitividade do sector financeiro, com vista a aumentar a
disponibilidade de recursos para financiamento da actividade económica. As
autoridades monetárias tentam tomar medidas expansionistas, mas são constantemente
interrompidas por choques que forcam mudanças para posturas restritivas. Um outro
aspecto que se nota é que as interrupções na postura expansionista da política monetária
são mais bruscas quanto mais intensa for a postura expansionista que as precede. Ou
seja, à medida que a taxa vai ficando mais baixa, as interrupções são mais bruscas. Após
a redução da taxa de juro de FPC em cerca nove pontos percentuais entre 2011 e 2015,
observou-se um aumento de cerca de 16 pontos percentuais na mesma taxa de juro, em
menos de um ano. Isto pode indicar que a expansão da economia implica uma maior
exposição a choques externos e, consequentemente, a necessidade de amortecedores
cada vez mais fortes.

7
No mesmo estudo, constatou-se que apesar de ser implementada a política monetária
expansionista em alguns casos são necessários acções da política no sentido restritivo,
de modo a subsidiar a efectivação da politica monetária expansiva. O autor mostra que
nos períodos onde houve redução da taxa de juros foram de igual modo implementada
medidas restritivas de modo a assegurar a continuação da política monetária expansiva,
como o caso em que se enxugou liquidez numa altura onde houve de igual modo a
redução da taxa de juros da política monetária. E, em períodos inflacionários que são
resultados de choques que influenciam o consumo e investimento negativamente, são
adoptadas políticas restritivas de forma a recuperar o valor da moeda. Muitas vezes por
questões de volatilidade e subidas bruscas da taxa de juros isso torna a economia
instável e acaba influenciando a decisão de poupança, muitas vezes a taxa de juros da
política monetária em Moçambique aumentam em proporções muitos grandes em curto
período de tempo, tornando assim difícil o ajustamento principalmente num período que
as empresas devem lidar com ajustamentos ligados a desvalorização da taxa de juros,
redução da procura entre outros aspectos.

(Nova & Mosca, 2022) mostra preocupação em buscar entender o nível de controlo que
o banco de Moçambique tem em relação as políticas, deixando ficar algumas perguntas
de provocação, Banco de Moçambique sabe em que medida os níveis e as variações das
taxas de juro influenciam a procura de dinheiro para investimento, a oferta interna de
bens, a criação de emprego, a balança comercial, as receitas do Estado, entre outros
aspectos da economia real? Sabe qual o efeito que a variação em 1% da taxa de juros
provoca nos indicadores referidos? Será que no actual contexto, a inflação se controla
com medidas restritivas ou expansivas para fazer crescer a produção (oferta interna) e,
assim, fazer baixar os preços? Alterar apenas a taxa de juros inflação, é claramente uma
medida pontual, isolada e pode ser contraproducente com consequências contrárias às
pretendidas. Sendo o Banco de Moçambique o espelho da filosofia e política do FMI,
que defende a completa liberdade dos mercados de bens e serviços, porque se controla
administrativamente as principais variáveis do mercado do dinheiro (taxa de juros e a
taxa de câmbio)

8
Conclusão

Alinhado ao contexto económico moçambicano, devido a alta dependência de


Moçambique as importações, muitas vezes tentativas de alargar o acesso a empréstimos
a um custo baixo acaba criando pressões no valor da moeda nacional, uma vez que
Moçambique é importador de bens de consumo. Como forma a se fazer fase a situações
como essas é necessário fazer-se implementação de medidas tanto expansivas monetária
que consiste no alargamento da base de crédito assim como uma restritiva cambial de
modo a controlar eventuais pressões inflacionarias que possam vir a resultar do
alargamento do acesso ao crédito, com isso é seguro afirmar que a política monetária
pode ser simultaneamente expansiva e restritiva.

(Chivulele, 2017) considera que as vulnerabilidades da economia de Moçambique


limitam a implementação consistente de uma política expansionista. A economia está
sujeita a choques constantes cujo impacto e necessidade de intervenção interna se vão
tornando maiores com o crescimento da economia. Esta situação aumenta a amplitude
das alterações bruscas da política monetária em Moçambique. Dai que pais deve adoptar
uma estrutura única e baseada a sua realidade moçambicana de modo a alcançar a
melhor implementação das suas políticas monetárias, para isso passa da necessidade de
se combinar políticas monetárias que maximizem os objectivos estratégicos do
crescimento económico a longo prazo.

Na realidade moçambicana, a gestão da politica monetária não vai de encontro com a


teoria, o que justifica a não obtenção de resultados previamente estabelecidos pelos
indicadores políticos e económicos, isso denuncia o não ajustamento dessas politicas a
realidade do pais e de acordo com a reação da economia em relação ao ajustamento de
cada politica, não obstante existe uma grande carência de estudos capazes de nortear
aquilo que é a aplicação e manutenção das politicas monetárias o que abre a
possibilidade do pensamento de necessidade de capacitação de gabinetes de estudos nas
instituição.

No caso das taxas de cambio que tem estado em níveis extremamente altos ao de anos
em Moçambique fazendo assim que os investidores reduzam o nível de valores que
injectam na economia. A volatilidade da taxa de cambio é muito elevada o que pode
causar desincentivos ao investimento e comercio. Nos estudos de (De et al., 2011) e a
volatilidade de Moçambique durante o período de 1995-2011 foi, em média, 3,9.

9
Contudo, quando comparado com o nível da volatilidade da taxa de câmbio noutros
países em desenvolvimento, a elevada volatilidade média de Moçambique não é
anormal para um país em desenvolvimento e que é um exportador de produtos
primários. Esta coorte/grupo de países em desenvolvimento apresenta a maior
volatilidade da taxa de câmbio no mundo, em grande parte devido aos choques
tradicionais nos mercados globais de mercadorias.

É possível verificar com base nos estudos consultados, que a taxa de cambio tem um
efeito importante na economia quando se trata de determinação de preços a nível
interno, a possibilidade de se tornar uma economia competitiva a nível das exportações
e de investimentos de substituição das importações e nas valorizações de activos. No
entanto, verifica-se algumas dificuldades de em manter o nível de inflação baixa a nível
interno, e apesar disso a taxa de cambio apreciada traz alguns impactos positivos a
curto-prazo. Com níveis baixos de preços significa que as importações serão mais
acessíveis para as famílias, e por outro lado se tiver um aumento no nível da taxa de
cambio isso traduz-se negativamente para o crescimento económico, pois reduz os
incentivos aos investimentos.

Recomendações

Moçambique é um país caracterizado por altos níveis de desvalorização da moeda


nacional, instabilidade e crescimento desacelerado. Com isso, na tentativa de haver um
crescimento são implementadas políticas monetária de forma a estimular o crescimento
económico desse país, no entanto, o principal objectivo da política monetária não passa
do crescimento económico, mas sim da estabilidade de preços, controlo da inflação, dai
que o crescimento em si passa a ser uma consequência de criação de um ambiente
estável e propício para investimentos. Para que haja tal situação é necessário que haja
um relacionamento profundo com as políticas monetárias e os seus respectivos
instrumentos, de modo a conduzir a sua implementação de acordo com a realidade do
país, e fazer o acompanhamento da sua implementação de modo a responder as de
forma assertiva as situações que poderá ser causada pelas políticas.

Aquando da implementação das políticas monetárias a instituição competente deve


deixar claro a sua prespectiva de crescimento ou estabilização de preços, ou seja, qual o
seu vislumbre da economia a curto e longo prazo. Isso ajuda não só na implementação

10
da política económica mais também, na forma como essa ira se refletir na economia,
com isso, não só deve ser feito uma analise temporal das politicas, mas também, fazer se
uma correlação entre as politicas, mas a tentativa do governo em anestesiar todo e
qualquer efeito das politicas implementadas com base noutras politicas criam distorções
e acaba inflexibilizando a politica implementada no primeiro plano.

11
Referencias bibliográficas

A influência da taxa de câmbio e da taxa de juros sobre as exportações brasileiras : um


estudo comparativo entre os diferentes regimes cambiais pós Plano Real. (n.d.).

Carsane, F. R. (2005). Os Determinantes Da Inflação Em Moçambique: Um Estudo


Econométrico (1994-2004). 1–115.

Chivulele, F. M. (2017). Política monetária e estrutura produtiva da economia de


Moçambique Desafios para Moçambique. Desafios Para Moçambique 2017, 203–
232.

De, D., Unidos, E., De, D., & Unidos, E. (2011). CÂMBIOS NA ECONOMIA DE.

Ester, E., & Fumo, M. (2013). No Title. 2000–2012.

Machava, A. (2018). Abordagem Monetária da Taxa de Câmbio e a Regra de Taylor :


Evidência Empírica de Moçambique.

Nova, Y., & Mosca, J. (2022). 4 ). 5 6 ,. 1–7.

Real, P. (2011). A taxa de câmbio e sua influência sobre o comércio internacional no


Brasil no período 1994-2008. 19, 55–70.

Sílvia, C., & Licussa, E. (2011). A política monetária e o seu impacto na inflação em
moçambique no período 1994-2009.

12

Você também pode gostar