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LISTA DE SIGLAS

BM – Banco de Moçambique

MAIBOR – Maputo Interbank Offered Rate

MMI – Mercado Monetário Interbancário

TAEB – Taxa Anual Efectiva Bruta


TAEL – Taxa Anual efectiva Liquida
TANB – Taxa Anual Nominal Bruta
TANL – Taxa Anual Nominal Liquida

TBT´S – Taxas de Juro de Bilhetes do Tesouro

TDC – Taxa de Deposito de Crédito

TFPA – Taxa de Facilidade Permanente de Absorção.

TFPC – Facilidade Permanente de Cedência

TFUH – Facilidade de Última Hora

TJE – Taxa de Juro Efectiva

TJN – Taxa de Juro Nominal

TJR – Taxa de Juro Real

TPL – Taxas de Permutas de Liquidez

SELIC – Sistema Especial de Liquidação e Custódia

RMCCI – Regulamento do Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais


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1. INTRODUÇÃO

Os Mercados e as taxas de juros constituem uma das variáveis macroeconómicas


fundamentais para o bom funcionamento da economia. Contudo, estimá-las bem é tarefa
de primordial importância, pois os mercados e juros têm um papel fundamental na
determinação do nível da actividade, do emprego, da taxa de câmbio e de várias outras
variáveis económicas, daí que sejam uma das variáveis mais controladas em diversas
economias do mundo. As suas variações são registadas e divulgadas quase todos os dias,
pois afectam directamente as decisões de todos os agentes económicos desde as
famílias, empresas até ao governo. Mas, é quase impossível obter um consenso sobre o
nível real das taxas de juro e de como os mercados se comportam, pois, por exemplo,
quando uma economia se abre financeiramente ao exterior, ela perde um grau de
liberdade para fixar sua taxa de juro e a sua preponderância e permanência no mercado.
Isto ocorre devido aos fluxos de capitais. Sob um regime de câmbios fixo (ou
controlado), nível baixo da taxa de juro ocasionaria uma fuga de capitais que levaria a
uma contracção monetária com a consequente elevação de juros. Já sob câmbio flexível,
as taxas de juro muito baixa levaria a uma incipiente fuga de capitais porque a taxa
doméstica é baixa, o que significa que o retorno dos investimentos no exterior será
maior que a nível interno, incentivando aos nossos agentes económicos a investirem no
resto do mundo, com isso, faria com que o câmbio se depreciasse em relação a moeda
externa, pois esta terá uma demanda excessiva e com uma tendência de aumento do seu
preço. Entretanto, entre esses dois regimes polares, gravita uma série de possibilidades
intermediárias, as quais envolvem alguma forma de controle sobre os fluxos de capitais.
Em Moçambique, o Banco Central iniciou um processo de reforma das taxas de juro
com vista a garantir melhor adequação entre os recursos de captação e os de aplicação
de reservas, e reduzir as pressões a procura de crédito e sobre o défice da balança de
capitais em diversos níveis de mercado.
O presente trabalho gravita em torno da importância dos mercados e das taxas de juro e
tem como base analisar as diferentes vertentes de uma determinada economia tomando
em consideração os factores que influenciam na baixa credibilidade das diferentes
moedas e as razões da queda no mercado financeiro.
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1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA

A economia moçambicana esta neste momento a conhecer a emergência da primeira e


segunda geração de empresários. Paralelamente a este fenómeno, cada dia que passa o
mundo esta cada vez mais dinâmico, exigindo assim novas posturas no mercado,
havendo igualmente mudanças que por sua vez dificultam o desenvolvimento dos
mercados em diferentes sectores do país.

1.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DE INVESTIGAÇÃO

As taxas de juro e os mercados são considerados uma das principais estratégias para o
desenvolvimento sustentável e monetário de um determinado país. A importância do
crédito como instrumento crucial para as instituições financeiras é de facto um ponto a
ser visto por demais determinantes que se encontram por detrás da fraca produtividade
da moeda nos mercados monetários.
As taxas de juro continuam com a tendência de manter se a nível altos para os
consumidores e empreendedores.

Quando é que as estratégias das taxas de juro e mercados assumem um papel de relevo
no desempenho das instituições de crédito num mercado competitivo?
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1.3 OBJECTIVOS

1.1.1. OBJECTIVO GERAL

 Apresentar o comportamento dos mercados e das taxas de juro, seus efeitos


sobre os depósitos e os créditos para a economia e analisar a situação de como se
comportam os mercados em Moçambique.

1.1.2. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS

 Debruçar se sobre a importância e consequências que os mercados e as taxas de


juros podem trazer num determinado pais durante um certo período de tempo e a sua
relevância para com a sociedade;
 Explicar de forma empírica e racional a contribuição das taxas de juro sobre crédito
e depósitos a economia e os mercados na taxa de cambio;
 Avaliar o comportamento das taxas de juro, seus impactos na economia em
Moçambique;

1.4 JUSTIFICATIVA
É importante ter conhecimento das taxa de juro e de mercados porque permitem
conhecer a situação financeira e monetária de um determinado país. Os Mercados e as
taxas de juros constituem uma das variáveis macroeconómicas fundamentais para o bom
funcionamento da economia. Contudo, estimá-las bem é tarefa de primordial
importância, pois os mercados e juros têm um papel fundamental na determinação do
nível da actividade, do emprego, da taxa de câmbio e de várias outras variáveis
económicas, daí que sejam uma das variáveis mais controladas em diversas economias
do mundo.
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1.5 HIPÓ TESE


Com este trabalho pretende-se analisar, a importância das taxas de juro e dos mercados
num determinando país, as políticas e práticas creditícias das instituições financeiras em
Moçambique, identificar o perfil do contexto histórico que progrediu do microcrédito
para o crédito e identificar factores endógenos e exógenos que contribuem para um
maior ou menor acesso ao crédito nas zonas rurais e urbanas.

1.1.3. HIPOTESES BASICAS

 O comportamento das taxas de juro e dos mercados é devido a natureza das


próprias instituições financeiras que querem manter ou aumentar os seus
retornos, com vista a sentirem-se incentivados na captação de depósitos e
efectivação de recursos.

1.1.4. HIPOTESES SECUNDARIAS

 As taxas de juro, são influenciadas pelas variáveis económicas como inflação,


risco, investimento, procura de moeda, el ou da política monetária,
 A tendência altista das taxas de juro é devida ao próprio mercado financeiro que é
reduzido ao sistema de mercado monetário, o qual ainda é incipiente que não
permite uma competitividade forte que é, de certa maneira, agravado com a
inexistência da actividade seguradora que também não abrange o crédito.
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2. METODOLOGIA

Para a consecução do presente trabalho, visando responder à questão apresentada e


atingir os objectivos estabelecidos, vai buscar-se, à prior, com o intuito de
instrumentalizar a fundamentação teórica, um levantamento bibliográfico descritivo
cuja pesquisa é exploratória e método qualitativo, reunindo um conjunto de opiniões de
diversas obras, relatórios, artigos, e que tem por finalidade identificar o maior número
de fontes de informações existentes sobre o tema. Isso implica uma análise sistemática
das informações colhidas em obras dos diferentes autores. Para que o objectivo proposto
seja alcançado a proponente recorreu a métodos de estudo quantitativo e qualitativo para
efeitos de triangulação dos dados e informações primárias e secundárias.
No que diz respeito ao enfoque quantitativo realizou análises de estatísticas primárias e
de dados secundários em menor medida pois a literatura sobre as taxas de juro e
mercados é relativamente escassa particularmente em Moçambique. No enfoque
qualitativo recorreu-se ao método fenomenológico para analisar a realidade tal com ela
se foi apresentando principalmente através das entrevistas de modo a obter elementos
que permitissem fazer recomendações realistas e práticas de acordo com a situação
prevalecente.
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3. REFERENCIAL TEÓRICO
1.6 CONCEITUALIZAÇÃO TAXAS DE JURO

Se em muitas discussões entre economistas tem havido discordâncias sobre um


determinado assunto, diferentes autores e em particular os economistas, estão de acordo
que as taxas de juro estão entre as variáveis que são acompanhadas mais perto numa
economia. As suas mudanças são registadas quase diariamente porque afectam
diariamente as vidas dos agentes económicos no dia-a-dia e tem consequências
importantes para a saúde da economia. Não obstante cada um defina a taxa de juro de
maneira diferente aos outros, todos eles são unânimes em concluir que a taxas de juro é
o preço do dinheiro emprestado outros conceitos a considerar directamente à taxas de
juro são de destacar: capital, juro, tempo, vencimento, capitalização, risco, para além de
outros que podem ser examinados na bibliografia ora usada para a elaboração deste
trabalho. CARVALHO et all (2000)
A taxa de juros é um índice utilizado em economia e finanças para registar a
rentabilidade de uma poupança ou o custo de um crédito. Chama-se taxa de juros aos
diferentes tipos de índice que se empregam na medida de rentabilidade das poupanças
ou que se incorporam ao valor de um crédito. CARVALHO et all (2000)

3.1.1. TAXAS DE JUROS

A taxa de juro é o preço expresso em percentagens por um ano (normalmente que se


relaciona com valores actuais e valores futuros), que quando aplicados a dados
financeiros, surgem duas perguntas: Por que as taxas de juro para qualquer momento
determinado, com cada papel tendo a sua taxa própria? Por que o nível da taxas de juro
dos diferentes instrumentos financeiros se alteram com o passar do tempo.
Segundo Mayer et al (1993: 102) citado por Carvalho et all (2000), em qualquer
momento específico, existem centenas de diferentes taxas de juro na economia, que
reflectem a combinação impar dos atributos de cada título. Entre esses atributos estão o
prazo do vencimento, a moeda de denominação, o local de pagamento e a sensibilidade
à inadimplência.
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Ele diz que:


 As taxas de juro diferem com o fluxo de liquidez do instrumento financeiro, ou
das características do mercado no qual o título é negociado;
 As taxas de juro também reflectem a obrigação fiscal ligada à renda relativa à
propriedade de determinados títulos;

 Ao longo do tempo, a estrutura das taxas de juro poderá se alterar em resposta a


alterações na taxa de inflação prevista os aumentos da taxa de inflação tende a
estar ligados ao aumento das taxas de juro;
 A relação entre as taxas de juro de títulos tributários e as de títulos não
tributários se alteram em resposta a alterações no nível das taxas de juro, porque
os investidores está interessado no rendimento líquido depois de pago o
imposto.
CARVALHO et all (2000), definiram a taxas de juro como um pagamento efectuado
pelos tomadores de empréstimos que compensa estes últimos por se desfazerem de seus
recursos por um período de tempo a um determinado grau de risco.
A taxa de juros é uma relação entre dinheiro e o tempo dado que podem beneficiar a um
poupador que decide investir seu dinheiro em um fundo bancário, ou seja, que se soma
ao custo final de uma pessoa ou entidade que decide obter um empréstimo ou crédito. A
taxa de juros é calculada em percentagem e com frequência aplica-se de forma mensal
ou anual. Isto é, que os juros permitem que uma pessoa que quer gerar rendimentos a
partir de suas poupanças, coloque suas rendas em uma conta no banco, e este lhe dará
um ganho mensal estipulado de acordo com a quantidade de dinheiro investida e o
tempo durante o qual se comprometa a deixar esse montante num prazo fixo, por
exemplo. Por outro lado, se uma empresa ou indivíduo tem a necessidade ou desejo de
obter dinheiro por empréstimo, o prestamista aplicará uma taxa de juros sobre o
dinheiro emprestado que dependerá do tempo em que se compromete em devolver e da
quantidade de efectivo que se estenda ao interessado. CARVALHO et all (2000)

1.7 TIPOS DE TAXA DE JURO


Alguns autores referem frequentemente a taxa de juro, mas de facto existe um conjunto
diversificado de taxas no complexo sistema financeiro actual.

As taxas de juro diferem principalmente consoante as características do empréstimo e


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do devedor. De forma a medir o ganho em termos de poder de compra dos depositantes,


pode ser distinguidos dois tipos de taxa de juro: taxa de juro real e taxa de juro nominal.
1) Taxa de juro nominal representa a taxa de juro propriamente dita, e por seu turno, a
taxa de juro real, representa a taxa de juro expurgada da taxa de inflação,
representando, por isso, o ganho do depositante em termos de poder de compra.
A taxa de juro nominal permite comparar diferentes aplicações, calculando a
remuneração de cada aplicação para um mesmo ou diferente período de tempo.
Segundo Howells e Bain (2001:33) citado por Carvalho et all (2000) as taxas de juro
nominais são taxas de juro efectivamente pagas sob a forma de dinheiro. São elas, as
taxas de juro que usamos na discussão quotidiana e que vemos citadas em anúncios na
imprensa em declarações oficiais. As taxas de juro nominais constituem em quatro
elementos, a destacar:
 Taxa de juro real do curto prazo = r;
 Prémio da taxa de inflação = π,
 Prémio de liquidez = l
 Prémio de risco = σ
 Taxa de juro nominal = i,
Conforme a equação: i=r + π +l+σ
As taxas de juro nominais podem ser:
a) Taxa de Juro Anual Nominal Bruta
A taxa anual nominal bruta  (TANB) é a taxa de juro passiva que, por lei, os bancos têm
de anunciar para os depósitos a prazo.
b) Taxa anual nominal líquida (TANL)
A taxa anual nominal líquida  (TANL) difere da TANB na medida em que lhe são
retirados os impostos e quaisquer outras taxas e encargos.

2) A taxa de juro real (TJR) é o retorno exigido pelos emprestadores mesmo que haja
risco algum e que os preços sejam constantes. Este é um retorno "puro" pela
abdicação a capacidade de gastar, mesmo que seja pelo menor período de tempo.
Em geral, aceita-se que os emprestadores prefiram emprestar pelo menor período de
tempo possível.

Se for este o caso, então as taxas de juro (reais) de longo prazo serão mais elevadas do
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que as de curto prazo, e a diferença poderá ser definida como um prémio de liquidez.
CARVALHO et all (2000)
A distinção entre taxa de juro real e nominal é importante porque taxa de juro real, que
reflecte o custo real de obter empréstimo, provavelmente é um indicador melhor dos
incentivos para pedir e conceder empréstimos. Ela parece ser uma guia melhor de como
as pessoas serão afectadas pelo que está acontecendo nos mercados de crédito. Quanto a
taxa de juro está baixa, há maiores incentivos para pedir empréstimos e menos
incentivos para concedê-los.

3.1.2. TAXA DE JURO EFECTIVA

Refere – se à taxa de juro que expressa este rendimento efectivamente obtido com


capitalização composta chama-se taxa de juro efectiva. Ela difere da taxa de juro
nominal porque reflecte o facto de que os juros ganhos vão sendo reinvestidos. Quando
o período de capitalização é mais curto do que o período a que a taxa de juro nominal se
refere, a correspondente taxa de juro efectiva é sempre maior do que a nominal.
1 m
i=(1+ i ) −1
m
1
Onde: i é a taxa subanual efectiva e m é o numero de periodos em que decorre a taxa
m

Periodo maior
de juro e é dado por: m=
Periodo menor

a) Taxa anual efectiva bruta

A taxa anual efectiva bruta  (TAEB) difere da TANB na medida em que a taxa
anunciada é a taxa de juro efectiva e não a nominal. Portanto, foi calculada com
capitalização composta (juro composto) para o número de períodos de capitalização que
ocorrem durante um ano.

b) Taxa anual efectiva líquida

A taxa anual efectiva líquida  (TAEL) é a TAEB menos impostos e outras taxas.

Normalmente, é esta a taxa de maior interesse para um depositante porque reflecte o


rendimento efectivo do depósito, isto é, a remuneração que irá efectivamente receber.
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1.8 IMPORTANCIA DAS TAXAS DE JURO

As alterações na taxa de juro exercem um impacto importante na economia. Por


exemplo, as instituições de poupança foram devastadas quando as taxas de juro subiram
inesperadamente na década de 70 e no da década 80.
Neste período surge uma crise da agricultura na década de 80 nos Estados Unidos da
América cuja uma das mais importantes causas, foi que muitos agricultores tinham
levantado dinheiro emprestado demais, na crença de que a taxa de juro real continuaria
baixa. Segundo Mayer et al (1993:312) citado por Carvalho et all (2000), de modo mais
geral, a taxa de juro é importante por duas razões:
 A taxa de juro é o preço de obter bens ou recursos, agora e não no futuro. Em outras
palavras, a taxa de juro mede o preço de bens e recursos futuros em termos de bens
recursos correntes. Mesmo que haja inflação, um metical no ao que vem vale
menos, para um indivíduo, do que um metical neste ano.
 Quanto mais variável um preço, maior é o impacto que ele tem sobre a economia.
Como dito anteriormente, as taxas de juro são altamente variáveis. A nossa língua
esconde a magnitude das alterações das taxas de juro, só porque as taxas de juro são
citadas em termos percentuais.
Em suma, ninguém interessado em economia ou em finanças duvidaria da importância
da taxa de juro, devido as seguintes razões:
 A taxa de juro é um pagamento dos tomadores de empréstimos aos
emprestadores,
 Os activos variam inversamente com as oscilações nas taxas de juro;
 As taxas de juro são parte de custo dos investimentos das firmas,
 As taxas de juro afectam os empréstimos bancários, o crescimento monetário e
as taxas de câmbio. As duas primeiras razões desta lista são de especial
importância na teoria financeira pelos fundamentos apresentados por Mayer et al
no parágrafo anterior. Carvalho et all (2000)

1.9 A TEORIA DO MERCADO DA DETERMINAÇAO DA TAXA DE JURO

Grande parte de economistas, apresentam duas explicações aparentemente conflituantes


para a determinação das taxas de juro.
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Alguns o fazem sem mesmo ter em conta de que a teoria dos fundos emprestáveis é
baseada nas taxas de juro segundo a Macroeconomia, enquanto a teoria da preferência
de liquidez é invocada a nível Macroeconómicos. A teoria dos fundos emprestáveis está
associada aos economistas "clássicos" do século XIX e do século XX, enquanto a teoria
pela preferência de liquidez é produto da Teoria Geral de Emprego, taxas de juro e
Moeda. CARVALHO et all (2000)
a) Teoria de Fundos e Emprestáveis
Sucintamente, a teoria dos fundos emprestáveis explica o nível as taxas de juro com um
resultado das decisões de poupar. As decisões de investir seriam consequência de um
desejo de desfrutar do produto futuro advindo dos activos de capital, enquanto as
decisões de poupar seriam consequência de uma vontade de acumular riqueza para o
futuro através da taxa de juro oferecidos pelos investidores. O ponto essencial, de um
ponto de vista económico, era de que a taxa de juro era livremente determinada pela
intenção desses dois conjuntos de decisões. A taxa de juro corrente, qualquer decisão de
poupar (não gastar deve corresponder uma decisão de gastar em bens de capital. Keynes
(1957)
Se por algum motivo, os poupadores decidissem poupar mais, então a oferta excessiva
de poupança pressionaria as taxas de juro, reduzindo-as, e os investimentos
aumentariam, até que se alcançasse um novo equilíbrio em que a poupança e o
investimento fossem equivalentes. Não poderá haver nenhum "vazamento" de fluxo de
renda circular. Diz-se em geral que a teoria dos fundos emprestáveis, a taxas de juro é
determinada pelas forcas reais da produtividade (equipamentos, de capital, determinado
o que os tomadores do empréstimos poderiam pagar) e o acto Parcimónia de poupar (da
parte dos poupadores determinando sua disposição para emprestar).
Entretanto, Keynes (1957) citado por Carvalho et all (2000), rotulou esta teoria pelo
facto de fazer uma série de hipótese, nomeadamente: (1) A economia opera em pleno
emprego; (2) Os preços são constantes; (3) Há uma oferta fixa de mercado, e (4) Há
informação perfeita. Na visão da tomada e da concessão empréstimos o significado
dessas hipóteses é de que com o produto fixo no pleno emprego não existe flutuações na
renda e no nível de emprego, e portanto, não há flutuações na oferta da poupança
decorrente dessa fonte. Não há tampouco flutuações na demanda como consequência
dos níveis variáveis de transacções na economia. Kassai (2000)
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Com a oferta da poupança da moeda fixa não há nenhuma fonte alternativa de recursos
além da poupança da renda decorrente. Não há criação da moeda nova que pudesse
atender em parte demanda por recursos. Toda poupança será tomada disponível para se
beneficiar de taxas de juro sem flutuação na moeda demandada por entesouram-no, a
única fonte de demanda por fundos emprestáveis vem do desejo de investir. O efeito
dessas hipóteses é assegurar a única oferta de recursos é a poupança e enquanto a única
demanda vem do investimento e a única influencia sobre uma ou outra é a taxa de juro.
b) Teoria da Preferência de Liquidez
E uma das maneiras alternativas de ver as taxas de juro e a mais interessante, do ponto
de vista dos economistas, pelo facto de relacionar directamente a taxas de juro com o
mercado monetário. Ela considera que existem basicamente dois activos que constituem
a riqueza das pessoas, moeda e títulos
Kassai (2000) argumentando a esta teoria, primeiramente disse que a capacidade das
pessoas de poupar depende em muito do nível da renda. Como rejeitava a hipótese do
pleno emprego, seguia-se que a renda agregada podia flutuar bastante. Nas comunidades
em que renda estava bem acima do nível de substância, fazia sentido poupar mesmo
quando a taxa de juro era zero.
Segundo Samanez (1999), Os juros seriam uma recompensa por estar ou de fazer- se de
dinheiro, o que não era necessariamente a mesma coisa que poupar. Afinal, uma pessoa
podia poupar acumulando notas e moedas e guardando-as em baixo da cama. Essas
pessoas não receberiam nenhum juro, apesar de estarem a poupar. Se diversas pessoas
desejam manter saldos ociosos de moeda dessa forma, haveria escassez de moeda, e as
taxas de juro receberiam, embora a poupança também em um nível alto.
A Teoria da Preferência de Liquidez, em geral, não conflitua com a teoria de fundos
emprestáveis. Ela é apenas um modo alternativo as vezes, um modo mais conveniente
de examinar as taxas de juro. As duas teorias não entram em conflito porque os mesmos
seis factores que determinam a taxa de juro segundo a teoria de fundos emprestáveis
também a determinam segundo a teoria da preferência de liquidez. Embora a Teoria da
Preferência de Liquidez seja mais utilizada por economistas, por ela permitir estabelecer
uma relação directa do mercado monetário com a taxa de juro. Samanez (1999),
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4. DETERMINANTES DAS TAXAS DE JURO

A determinação dos delimitantes da taxa de juro é um assunto difícil. Mas, as variáveis


mais preponderantes das taxas de juro que merecem uma atenção especial são: o risco,
inflação, a política monetária e a procura de moeda, a oferta de poupança, fundos
procurados para investimentos, défices governamentais, alterações da demanda para
encaixe e entradas e saídas de capital (Mayer, et al, 1993:311); todavia analisarei, alguns
destes. Samanez (1999),
a) A oferta de fundos para empréstimos. Os fundos para serem emprestados ou para
serem usados na compra de obrigações vêm de duas fontes: Uma é a poupança das
famílias e das empresas. A segunda fonte de fundos para empréstimos é um aumento
do meio circulante.
b) As entradas de capital.
c) A demanda de fundos para empréstimos. Tem várias componentes, um é a demanda
de fundos por parte dos investidores que querem comprar activos físicos e a segunda
componente consiste nos défices dos governos (local, central) têm de financiar
levantando empréstimos; e finalmente, algumas famílias e firmas levantam
empréstimos ou reduzem o total que empresta, a fim de que possam aumentar o total
de moeda em seu poder. É racional reduzir tanto os custos transaccionais como risco
mantendo uma certa importância em moeda muito embora signifique deixar de
receber juros. Carvalho et all (2000)

d) Um aumento real da poupança. Ao cortarem o consumo também reduzem a


quantidade de moeda que guardam para o consumo, a demanda por parte pessoas
cai. Por conseguinte, de acordo com a teoria da preferência por liquidez e dos
fundos emprestáveis, quando a curva da aumenta, a taxa de juro cai.
e) Governo com défice. Por comprar mais bens e serviços, os vendedores desses bens e
serviços têm, nesse caso, a preferência pela liquidez a diminuir e a taxa de juro sobe.
Se as pessoas queiram manter nos bolsos mais moeda real, preferência pela liquidez
baixa. Portanto, todas as variáveis que segundo a teoria dos fundos para
empréstimos alteram a taxa de juro também o fazem de acordo com a teoria da
preferência pela liquidez.
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Inversamente, as duas variáveis da teoria da preferência pela liquidez, a oferta e a


demanda, fazem parte da teoria de fundos emprestáveis.
f) Um aumento da renda real é mais complexo. De um lado, a demanda real aumenta
quando a renda real aumenta, e eleva a taxa de juro. Por outro lado, com a renda a
mais alta, a poupança também fica maior, o que deve fazer com que a taxa de juro
caia. O efeito que domina nesse caso é difícil responder com a teoria de fundos
emprestáveis. No entanto, ela é fácil usando-se a teoria pela preferência por
liquidez. Quando a renda real aumenta, a demanda da moeda real cresce, enquanto a
oferta real de moeda se mantém constante e por isso a taxa de juro tem de subir.
g) O aumento do meio circulante. A taxa de juro tem de cair o suficiente para fazer
com que o público se disponha a ficar com a moeda extra, em resposta a esse
declínio na taxa de juro, o consumo e o investimento crescem, de modo que a renda
aumenta. Esse aumento da renda, por sua vez, faz crescer a demanda de moeda e,
por isso, a taxa de juro torna a subir.

5. MERCADOS
1.10 CONCEITO

Segundo Oliveira (1982), Mercado é um mecanismo por meio do qual compradores e


vendedores interagem para fixar preços e, ao mesmo tempo trocam bens e serviços.
Mercado é toda instituição social na qual os bens e os serviços, assim como os factores
produtivos, são objecto de troca. O mercado é definido pela existência de forças
aparentemente contrárias: as da demanda e as da oferta. Quando ambas ocorrem
simultaneamente, um mercado é definido. Quando recursos humanos são ofertados e
demandados, pode-se dizer que há um mercado de trabalho.
Quando recursos financeiros são ofertados e procurados, pode-se dizer que há um
mercado financeiro. Todos são abstracções, que dizem respeito à oferta e à demanda de
recursos correspondentes. (Oliveira, 1982)
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1.11 TIPOS DE MERCADO

Segundo Oliveira (1982), ao analisar mercados, é comum estabelecer a seguinte


tipologia: mercados transparentes, quando existe apenas um ponto de equilíbrio, e
mercados opacos, quando, devido à existência de informações incompletas entre os
agentes, há mais de uma situação de equilíbrio. Da mesma maneira, pode-se distinguir
entre mercados livres submetidos ao livre jogo das forças de oferta e demanda, e
mercados regulados, nos quais agentes externos ao mercado, como as autoridades
económicas, fixam os preços. Se em um mercado existem muitos vendedores e muitos
compradores, é provável que ninguém, por si só, seja capaz de impor e manipular o
preço. Nesse caso dizemos que se trata de um mercado competitivo. Samanez (1999),

5.1.1. MERCADO FINANCEIRO

Segundo, ASSAF NETO (2009), O mercado financeiro representa o ambiente no qual


ocorrem as intermediações de recursos entre agentes económicos superavitários e
agentes económicos deficitários, ou seja, os recursos fluem de um grupo para o outro
através do mercado financeiro.
Os agentes económicos superavitários são aqueles que fornecem recursos ao sistema por
meio da poupança e os agentes deficitários captam recursos. Esses últimos são os
tomadores de empréstimo.
Em economia, um mercado financeiro é um mecanismo que permite a compra e venda
(comércio) de valores mobiliários (por exemplo acções e obrigações), mercadorias
(como pedras preciosas ou produtos agrícolas) e outros bens fungíveis com baixo custo
de transacção e preços que reflectem a hipótese do mercado eficiente. Oliveira (1982)
Segundo Samanez (1999), A captação de recursos ocorre por meio directo ou indirecto.
A forma directa é caracterizada pela ausência do intermediário financeiro, ou seja, os
tomadores solicitam empréstimos directamente aos agentes superavitários por meio da
venda de títulos (instrumentos financeiros), que representam direitos sobre a receita
futura ou activos futuros do tomador.
O mercado financeiro é o mercado onde os recursos excedentes da economia
(poupança) são direccionados para o financiamento de empresas e de novos projectos
(investimentos).
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No mercado financeiro tradicional, o dinheiro depositado em bancos por poupadores é


utilizado pelas instituições financeiras para financiar alguns sectores da economia que
precisam de recursos. Por essa intermediação, os bancos cobram do tomador do
empréstimo (no caso as empresas) uma taxa - spread -, a título de remuneração, para
cobrir seus custos operacionais e o risco da operação. Quanto maior for o risco de o
banco não receber de volta o dinheiro, maior será a spread. Em finanças, os mercados
financeiros permitem:
 A angariação de capital (no mercado de capitais)
 A transferência de risco (no mercado de derivados)
 O comércio internacional (no mercado de divisas)
 E são usados para corresponder os que querem capital com o que o têm.
5.1.1.1. SEGMENTAÇÃO DO MERCADO FINANCEIRO
 O mercado financeiro se divide em quatro grandes mercados, a saber:
 Mercado monetário;
 Mercado de crédito;
 Mercado de capitais;
 Mercado de câmbio.

5.1.2. MERCADO MONETÁRIO

Segundo ASSAF NETO et all (2009), O mercado monetário visa ao controle da liquidez
monetária da economia e é criado por uma relação intangível entre fornecedores e
tomadores de fundos a curto e curtíssimo prazo.
O governo usa um conjunto de medidas que visa, fundamentalmente, a adequar os
meios de pagamento disponíveis às necessidades do sistema económico como um todo,
por meio de uma acção reguladora sobre os recursos monetários existentes para sua
plena e eficiente utilização. Essas medidas são administradas pelo Banco Central.
No mercado monetário os papéis são negociados tendo como referência a taxa de juros,
que se constitui em sua mais importante moeda de operação. Os papéis que lastreiam as
transacções se caracterizam pelos curtos e curtíssimos prazos de resgate e liquidez alta.
A maior parte dos títulos públicos e privados negociados no mercado monetário é
escritural, ou seja, não há emissão física, exigindo maior organização e controle em sua
liquidez e transferência.
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O Tesouro Nacional emite títulos no mercado monetário visando a financiar o


orçamento público. Além disso, estados e municípios emitem diversos títulos públicos
nesse mercado. Os títulos municipais e estaduais têm baixa liquidez; já os títulos
públicos federais, ao contrário, têm maior aceitação e liquidez.
Os títulos da dívida pública do governo federal são classificados pela natureza de suas
emissões. Os principais títulos do Tesouro Nacional são:
 Letras Financeiras do Tesouro,
 Letras do Tesouro Nacional e
 Notas do Tesouro Nacional

5.1.3. MERCADO DE CRÉDITO

O mercado de crédito inclui as operações de financiamento de curto e médio prazo,


direccionadas aos empréstimos e financiamentos às empresas, assim como concessão de
crédito às pessoas físicas. Esse mercado é constituído basicamente por bancos
comerciais, bancos múltiplos e sociedades financeiras. Muitas vezes são incluídas no
âmbito do mercado de crédito as operações de financiamento de bens de consumo
duráveis praticadas pelas sociedades financeiras. As instituições realizam diversas
modalidades de crédito no mercado. Conforme Assaf Neto (2009, p. 70-73), as que mais
se destacam são:
 Desconto bancário de títulos
 Contas garantidas
 Créditos rotativos
 Operações Hot Money
 Empréstimo para capital de giro e pagamento de tributos
 Operações de vendas

5.1.4. MERCADO DE CAPITAIS

O mercado de capitais surgiu para cobrir uma lacuna deixada pelo mercado de crédito.
Ele existe para atender às necessidades de financiamento de longo prazo das
organizações por meio da emissão de títulos.
Segundo Carvalho et all (2000), O mercado de capitais assume uma função fundamental
no processo de desenvolvimento económico do país, atua como propulsor de capitais
para os investimentos de organizações e estimula a formação de poupança privada.
19

Ele inclui um conjunto de operações para transferências de recursos financeiros entre


agentes poupadores e investidores, com prazo médio, longo ou indefinido. É uma
relação financeira constituída por instituições e contratos que permite que poupadores e
organizações demandantes de capital de longo prazo realizem suas transacções. Tem
como função básica promover a riqueza nacional por meio da participação da poupança.
As principais modalidades de financiamentos e instrumentos financeiros são:
 Financiamento de Capital de Giro - São linhas de crédito abertas pelas instituições
bancárias com o propósito de financiamento das necessidades de capital de giro das
empresas.
 Operações de Repasse - Constitui-se em empréstimos contratados por instituições do
mercado de capitais e repassados a organizações deficitárias de recursos para
investimentos de longo prazo.
 Arrendamento Mercantil - Também conhecido como leasing, é um contrato através
do qual a arrendadora ou locadora adquire um bem escolhido por seu cliente (o
arrendatário, ou locatário) para, em seguida, alugá-lo por um prazo determinado. Ao
término do contrato o arrendatário pode optar por renová-lo por mais um período,
por devolver o bem arrendado à arrendadora ou dela adquirir o bem, pelo valor de
mercado ou por um valor residual previamente definido no contrato.
 Oferta Pública de Acções e Debentures - Uma empresa tem seu capital social
dividido em pequenas parcelas chamadas acções, que seria uma unidade de títulos
emitidos por sociedades anónimas. Debenture é um título de crédito representativo
de empréstimo que uma companhia faz junto a terceiros e que assegura a seus
detentores direito contra a emissora, nas condições constantes da escritura de
emissão.
 Fundo Garantidor de Crédito
 Caderneta de Poupança - Existe confusão entre poupança e poupança financeira, que
é um tipo de investimento financeiro, em conta poupança, com baixo risco e baixo
rendimento, geralmente garantido pelo governo até um determinado valor, através
do Fundo Garantidor de Crédito, independentemente de qual casa bancária é a sua
depositária.
20

5.1.5. MERCADO DE CÂMBIO

O mercado de câmbio é aquele que envolve a negociação de moedas estrangeiras e


pessoas interessadas em movimentar essas moedas. Esse mercado reúne os agentes
económicos que tenham necessidade ou interesse em realizar operações com o exterior.
É um mercado bastante utilizado por investidores internacionais, exportadores,
importadores, empresas multinacionais e devedores que tenham compromissos a pagar
no exterior. As principais moedas negociadas no mercado de câmbio são: o dólar
americano, o euro, o franco da Suíça, o iene do Japão, a libra esterlina da Grã-Bretanha
e o ouro.
As operações de câmbio não podem ser praticadas livremente e devem ser conduzidas
por intermédio de um estabelecimento autorizado a operar com câmbio, conforme
observado no disposto no Regulamento do Mercado de Câmbio e Capitais
Internacionais – RMCCI. Todo operador de câmbio deve obter licença no Banco Central
de um determinado país como corretor de câmbio.

5.1.6. MERCADO DE RENDA FIXA

O mercado de renda fixa tem como característica a negociação de títulos de dívida, que
permitem aos investidores receber a quantia emprestada (principal) mais juros
previamente determinados. Uma maneira de entender melhor esse mercado é entender a
diferença entre o rendimento de títulos de renda variável (acções) e títulos de renda fixa:
 Os títulos de renda variável (Acções) não garantem ao investidor rendimento
definido, não pagam juros sobre o capital, mas, dependendo do desempenho da
empresa, o rendimento pode ficar muito acima dos títulos de renda fixa. Além
disso, tem-se ainda a vantagem de conseguir dividendos quando uma empresa
tem lucro em determinado período.
 Os títulos de renda fixa garantem ao investidor rendimentos predeterminados,
como, por exemplo, a taxa de juros prefixada ou pós-fixada. Esses títulos são
seguros para os investidores, uma vez que a possibilidade de perda de
património é tendente a zero, isto é, dificilmente o valor na data de resgate será
inferior ao valor investido. Os títulos são chamados de privados quando emitidos
por instituições privadas e públicos quando emitidos pelo governo municipal,
estadual ou federal.
21

 Os títulos públicos federais são negociados entre bancos e instituições


financeiras por meio do Selic.
 Os títulos privados, públicos estaduais e municipais são negociados e liquidados
na Cetip. O investidor só tem acesso aos títulos públicos indirectamente, por
meio dos fundos de investimentos.

5.1.7. MERCADO DE RENDA VARIÁVEL – ACÇÕES

Acções são a menor parcela do capital de uma empresa. As acções são títulos que não
garantem remuneração predeterminada aos investidores. Como parte do capital de uma
empresa, têm sua remuneração determinada pela capacidade da empresa em gerar lucro.
(Kassai et all, 200)
As acções podem ser:
 ORDINÁRIAS (ON) - Conferem a seu detentor, chamado de accionista, o direito de
voto nas assembleias de accionistas da empresa. Na assembleia são definidas as
estratégias de negócios, são escolhidos os conselheiros e os directores da empresa.
Os dividendos - parte do lucro que a empresa distribui entre seus accionistas -
podem não ser prioritários para esse tipo de acção.
 PREFERENCIAIS (PN) - O accionista não participam das decisões estratégicas da
empresa, mas por outro lado tem prioridade no recebimento de dividendos. Também
em situações em que a empresa entra em processo de falência ou de dissolução, esse
accionista tem prioridade no recebimento dos recursos oriundos da venda dos
activos da companhia. As acções preferenciais são as mais procuradas por
investidores, apresentando maior liquidez (facilidade de compra e de venda no
mercado).
5.1.8. MERCADO DE FUNDOS DE INVESTIMENTO
Segundo CARVALHO et all (2000); Os fundos de investimento são condomínios
abertos ou fechados, que possibilitam a seus quotistas a oportunidade de, em conjunto,
investir no mercado de capitais - de renda fixa e/ou variável - e mercados estruturados
aos quais, individualmente, teriam pouco ou nenhum acesso. Os fundos conferem ao
investidor melhores condições de remuneração no mercado, devido à administração
profissional e por lidarem com volume de recursos extremamente expressivos.
22

Cada fundo tem seu próprio regulamento em que constam as regras a serem seguidas na
sua administração, ou seja, o objectivo do fundo e sua política de investimento. Os
fundos de investimento são criados por instituições financeiras autorizadas pelo Banco
Central e pela Comissão de Valores Mobiliários. Essas instituições são responsáveis por
administrar o património de um fundo e fornecer ao investidor todo tipo de informação
de forma transparente aos investidores. Existem no mercado diversos tipos de fundo,
para os mais variados perfis de investidores. Os fundos são uma alternativa para os
investidores obterem rentabilidade de acções e títulos de renda fixa sem
necessariamente conhecer profundamente o mercado financeiro. Os fundos também
diluem o risco de grandes perdas, pois o património deles é aplicado em diversos
activos. Um pequeno investidor, sozinho, não conseguiria investir em tantos activos.
(Kassai et all, 2000)

1.12 O MECANISMO DE MERCADO

O mecanismo de mercado capítulo, Como veremos ao longo do próximo mecanismo de


mercado, isto é, o conjunto de mercados que integram uma economia de mercado, é o
que permite o funcionamento coerente de uma economia, tal como a concebemos hoje.
Se pararmos um instante para pensar na complexidade do sistema económico que
diariamente nos abastece de todos os bens e serviços de que necessitamos, parecerá um
milagre que tudo ocorra sem que ninguém dirija as coisas de maneira centralizada ou de
forma coercitiva.
“Em uma economia de mercado, os recursos são alocados graças às decisões
descentralizadas de muitas famílias, à medida que interagem entre si nos mercados de
bens e serviços”.
Quando nos referimos a um sistema mercado, não devemos esquecer que, além relações
económicas, em que se coordenam vendedores, existem outras relações, destacando-se
de carácter público, como os organismos regados de regular a actividade económica,
perspectiva tanto micro quanto macroeconómica. Instituições também têm papel
relevante funcionamento dos mercados.
O mecanismo de mercado é um instrumento de comunicação para inter-relacionar o
conhecimento e as acções de milhões de indivíduos.
Sem que ninguém se encarregue de projectá-lo, o mecanismo de mercado permite
resolver, da melhor forma possível, os problemas de consumo, produção e distribuição.
23

Nesse mecanismo, os preços desempenham um papel-chave.

1.13 FUNCIONAMENTO DO MERCADO

Palavras utilizadas com grande frequência, oferta e demanda são as duas forças que
fazem as economias de mercado, ou capitalistas, funcionar. Interagindo nos mercados,
oferta e a demanda determinam a quantidade ser produzida de cada bem e seu preço de
venda. Tal como assinalamos no capítulo anterior, existência do dinheiro, a troca é
indirecta: troca-se um bem por dinheiro, e este, posteriormente, por outro bem.
Quando o dinheiro entra em jogo, existem dois tipos de agentes claramente distintos: os
compradores e os vendedores.

O mercado de um produto é formado por todos os compradores e vendedores


desse produto

1.14 PREÇO DE MERCADO


O Compradores e vendedores negociam e acordam preço de um ou serviço assim,
ocorre a troca de e, determinada quantidade desse bem ou serviço por uma quantia de
dinheiro também determinada os preços orientam as decisões dos produtores e
consumidores no mercado.
Preços baixos estimulam o consumo e desestimulam a produção, enquanto preços altos
tendem a reduzir o consumo estimular a produção.
Os preços funcionam como o mecanismo de equilíbrio do mercado. Preço absoluto de
um bem e a proporção em que ele é trocado por dinheiro, isto é, o número de unidades
monetárias necessárias para obter uma unidade desse bem. O Preço de um bem em
unidades de outro bem e seu preço relativo.

5.1.9. ESTADO, PRECOS E MERCADOS

O sistema de economia de mercado funciona com um alto grau de eficiência e liberdade


económica. Isso porque, sejam pessoas físicas ou jurídicas, os agentes económicos
atuam guiados por seu próprio interesse e de forma livre.
O sistema de preços estimula os produtores a fabricar os bens que o público deseja. Ao
mesmo tempo em que buscam atender a seus próprios interesses, os produtores são
induzidos, pelos movi mentos dos preços, a se comportar de modo correto.
Da mesma maneira, o mercado motiva os indivíduos a utilizar cuidadosamente os
24

recursos e bens escassos, uma vez que os preços racionam as poucas quantidades
disponíveis. Seja como for, a análise da realidade revela que, em determinadas
circunstâncias, o Estado pode e deve intervir, corrigindo ou complementando o livre
funcionamento dos mercados. Podemos agrupar os motivos capazes de justificar a
intervenção do Estado na actividade económica em três categorias:
1. Redistribuição de renda e igualdade: Pode acontecer de a sociedade não
considerar ética- mente aceitável a distribuição de renda resultante do livre jogo dos
mercados. Nesse caso, Estado deve intervir para obter uma distribuição mais
igualitária. Em tais situações, o sector público intervém mediante as denominadas
politicas redistributivas, cujo objectivo manter as diferenças de renda dentro de
determinado patamar e garantir que todos os indivíduos alcancem ao menos um
nível mínimo de renda. Além disso, pretende – se que todos os indivíduos tenham
acesso, em igualdade de oportunidades, a serviços públicos como saúde ou educação
2. Razões macroeconómicas: Como veremos na parte deste livro dedicada à
macroeconomia (capítulos 9 a 18), a política macroeconómica e mais
especificamente, a política anticíclica pretendem moderar a virulência do ciclo
económico. Para tanto, utilizam fundamentalmente as políticas fiscais e monetárias a
fim de evitar que a economia se afaste cada vez mais do nível de renda potencial ou
de pleno emprego. Nesse contexto, as variáveis-chave a controlar são o nível de
emprego, a taxa de inflação e o crescimento da renda.
3. Existência de falhas de mercado: Os dois tipos de intervenção comentados
pretendem corrigir a posteriori os resultados não desejados da actividade dos
mercados. Donde se conclui que os mercados podem funcionar com eficiência e,
ainda assim, levar a uma distribuição de renda eticamente inadmissível, por
exemplo. Contudo, como veremos nos próximos capítulos, em certas ocasiões o
próprio funcionamento dos mercados falha.
Essas falhas de mercado podem ser sintetizadas na seguinte tipologia:
a) Concorrência imperfeita: Existem mercados em que a concorrência é
imperfeita. Como veremos no Capítulo 6, em muitos mercados um ou mais
participantes podem influir nos preços, fixando o nível que lhes seja mais
conveniente.

b) Externalidades: Surgem externalidades, como a poluição, não tratadas


25

adequadamente pelo mecanismo de mercado. Uma indústria que produz papel


pode poluir as águas do rio onde verte seus resíduos. Embora a actividade dessa
indústria prejudique os agricultores que utilizam a água do rio, o preço de
produzir papel não reflecte o prejuízo que está sendo causado aos agricultores
c) Informação imperfeita: Em muitos casos, a informação é imperfeita. Em alguns
mercados, o pressuposto da informação plena está longe da realidade, o que nos
leva a supor uma falha de mercado.

6. TAXAS DE JURO E MERCADOS EM MOÇAMBIQUE

Segundo MASCA et all (2012); A série temporal das taxas de juro das operações
passivas e activas começa em 1980 e as taxas do mercado monetário desde 1998. As
taxas de juro dos bilhetes de tesouro de todos os prazos são ponderadas pelo volume de
transacções realizadas. Não existem outras fontes que permitam cruzar os dados para
garantir a sua consistência.
A formação da taxa de juro no país é determinada directamente pela oferta e procura da
moeda (Metical). Constantemente o Banco Central interfere na oferta e/ou procura em
função de factores como: conjuntura socioeconómica interna e externa, política
monetária e nível de reservas cambiais. Segundo MASCA et all (2012); As taxas de juro
praticadas pelos bancos aos seus clientes foram liberalizadas em Junho de 1994, o que
significa que cada banco fixa as suas taxas de acordo com as suas pretensões
empresariais e comportamento do mercado. O Banco de Moçambique (BM) compila
mensalmente as taxas de juro de depósito e crédito desagregadas em moeda nacional e
estrangeira e por maturidade.
A taxa directora do Mercado Monetário Interbancário (MMI) é a Maputo Interbank
Offered Rate (MAIBOR). Todas as taxas são publicadas diariamente no jornal de maior
circulação no país (jornal Notícias) e no Site do Banco (www.bancomoc.mz). Começou-
se, no ano 2002, a compilar as taxas do mercado secundário de títulos do governo, mas
ainda não se publica. MASCA et all (2012)

O Banco de Moçambique tem como principais funções actuar como: (i) Banqueiro do
26

Estado; (ii) Conselheiro do Governo no domínio financeiro; (iii) Banco Emissor; (iv)
Gestor das disponibilidades externas do País; (v) Intermediário nas relações monetárias
internacionais; (vi) Orientador e controlador das políticas monetárias, financeira e
cambial e (vii) Supervisor e regulador das instituições financeiras. MASCA et all (2012)
A Banca comercial é caracterizada por possuir uma estrutura accionista
maioritariamente estrangeira, sendo que a portuguesa e sul-africana são as mais
predominantes. O sistema bancário nacional conta com 267 instituições a operarem no
sector, onde se enquadram os Bancos comerciais, Microbancos, cooperativas de crédito,
casas de câmbio, organizações de poupança e empréstimo e operadores de microcrédito.
As instituições de crédito, juntamente com o Banco de Moçambique, têm em vista a
expansão dos serviços financeiros à população moçambicana. A política monetária do
BM assenta no regime de metas monetárias e como tal a instituição reguladora possui
um conjunto de objectivos dos quais recorre aos instrumentos e variáveis necessárias
para atingi-los. Para atingir os objectivos da política monetária, o Comité de Política
Monetária do Banco de Moçambique adoptou instrumentos monetários como as taxas
de referência do mercado interbancário, reservas obrigatórias, e supervisão bancária.
MASCA et all (2012);

1.15 PRINCIPAIS TAXA PRATICADAS EM MOÇAMBIQUE

a) A Taxa directora do MMI: Esta é denominada MAIBOR e consiste numa média das
cotações “Offer” dos bancos signatários do Acordo de Adesão. Esta taxa abarca os
prazos de 1 dia a 1 ano, estando intercalados pelos prazos de 1, 2, 3 semanas e 1, 2 ,
3 meses. Esta taxa foi introduzida em 1 de Julho de 1999 e é usada como taxa de
referência para as operações do mercado interbancário em Moçambique.
b) Taxas das Facilidades Permanentes do Banco de Moçambique: Neste segmento, o
Banco de Moçambique intervém com três taxas de juro, sendo elas a taxa de
Facilidade Permanente de Cedência (FPC), a taxa de Facilidade de Última Hora
(FUH) e a taxa de Facilidade Permanente de Absorção. Estas taxas foram instituídas
em 21 de Agosto de 1998.
c) Taxas de Juro de Bilhetes do Tesouro (BT’s): No que concerne ao mercado primário
há taxas de juro para cinco prazos diferenciados, designadamente, 28, 63, 91, 182 e
364 dias.
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d) Taxas de Permutas de Liquidez: Neste segmento do MMI, há operações e taxas para


quatro prazos, sendo eles de 1 a 7 dias, 8 a 15 dias, 16 a 30 dias e mais de 30 dias.
As instituições que participam neste segmento, fundamentalmente bancos, são
independentes na decisão sobre as taxas a aplicar em função da liquidez que
prevalece no mercado.
e) Prime rate: Esta taxa é a média aritmética simples das taxas praticadas pelas
instituições de crédito e enviadas, mensalmente, à unidade de estatísticas
monetárias.
f) Taxas de depósito e crédito: Estas taxas foram liberalizadas em 1994 e as taxas
publicadas mensalmente pelo Banco de Moçambique representam a média
aritmética simples das taxas praticadas pelas instituições de crédito mais
representativas. MASCA et all (2012);

1.16 MERCADOS FINANCEIROS EM MOÇAMBIQUE

Segundo MASCA et all (2012); O mercado financeiro, principalmente de câmbio em


Moçambique, negocia moedas estrangeiras conversíveis. Existem duas formas de se
negociar moedas estrangeiras. A primeira é a negociação directa com o Exterior. A
segunda é internamente no país. A primeira é formalmente restrita a bancos comerciais e
de investimento, licenciados pelo Banco Central, pois este mercado é essencial para
equilibrar a Balança de Pagamentos, e nela incluem a Balança Comercial, Balança de
Serviços, Balança de Capitais e Transferências. No mercado interno existe a negociação
de câmbio entre vários participantes, como corretoras e casas de câmbio e investidores
em geral. A principal moeda negociada é o dólar. São quatro as taxas atuais de cotação
do dólar:
 Comercial: formada pelas operações oficiais de compra e venda de moedas entre
bancos e empresas como exportações, importações, captações ou empréstimos.
 Interbancário: formada pela negociação entre bancos, com prazo de liquidação
financeira.
 Paralelo: formada pelas operações informais de negociação de moeda realizadas
em casas de câmbio.
 Turismo: formada pela negociação de dólares entre pessoas que irão viajar para
o Exterior e casas de câmbio autorizadas.
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7. CONCLUSÃO

No país, as taxas de juro ainda cumprem o seu papel no equilíbrio produtivo, mas só
marginalmente é determinada por ele. As taxas de juros externa, as expectativas
inflacionárias, as expectativas cambiais, os "spreads" externos dos nossos papéis
(formados no exterior, mas influenciados pelos parâmetros internos) e o défice em conta
corrente, condicionam a taxa de juro interna. Os problemas são, portanto, muito mais
complexo e de difícil enfrentamento do que pode parecer. Sua solução exige, mesmo,
uma profunda mudança da política económica para nos livrar da horrível dependência
externa. O equilíbrio do sistema económico nos mercados moçambicanos depende de
três preços fundamentais: o salário, a taxa de câmbio e a taxa de juros. No passado,
quando praticamente não havia grandes movimentos de capitais, a dívida interna era de
pouca importância, a dívida externa dormia concentrada na carteira do sistema bancário
internacional e o mercado financeiro interno tinha pouca sofisticação, eles eram
relativamente independentes.
Hoje é completamente diferente: ampliou-se desabridamente o movimento de capitais
que explora as oportunidades de "investimentos" de cada país; a dívida interna é muito
alta com relação ao PIB e concentrada no sistema bancário; a dívida externa é imensa
com relação às exportações e distribuída em milhões de títulos que pousam, sem
descansar, na carteira de investidores profissionais, sempre à espreita de possibilidades
de pequenas arbitragens. O sistema financeiro interno é, agora, tão ou mais sofisticado
que o externo. Nesse mundo, a taxa de juros é fixada no sector financeiro que dominou
a economia produtiva.
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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS

AFONSO, A; BARROS, C; CALADO, J; BORGES, M.R; GARCIA, T. E RELVASL,


R. (2004). Introdução á Economia Financeira: Teoria e Exercícios. Escolar Editora,
Lisboa.

ASSAF NETO, Alexandre. Mercado Financeiro. 8ª Edição. São Paulo: Atlas, 2009.

CARVALHO, F. J. C; DE SOUZA, F. E. P; SICSU, J; DE PAULA, LUIZ F. R. e


STUART, R (2000). Econimia Monetária e Financeira. Editora Campus, Rio de Janeiro.

Kassai, José Roberto et all. – Retorno de Investimento – 2ª Ed. - Ed. Atlas – 2000

MASCA, J; BARRETO, G; ABBAS, M; BRUNA, N. (2012). Competitividade da


Economia Moçambicana. Ecolar Editora, Moçambique.

Oliveira, José Alberto Nascimento de - Engenharia Económica: Uma Abordagem às


Decisões de Investimento - McGraw Hill do Brasil – 1982

Qualitymark, 2008. MELLAGI FILHO, Armando & ISHIKAWA, S. Mercado


Financeiro e de Capitais. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.

Samanez, Carlos P. – Matemática Financeira: Aplicações à Análise de Investimentos –


2ª ed. – Ed. Makron Books – 1999

Souza, Alceu & Clemente, Ademir - Decisões Financeiras e Análise de Investimento -


Ed. Atlas
30

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