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PONTOS DE OBSERVAÇÃO

Sumário
Contabilidade Básica........................................................................................................................................ 2
Passivo......................................................................................................................................................... 5
Ativo............................................................................................................................................................. 7
Patrimônio Líquido.......................................................................................................................................8
Tributos...................................................................................................................................................... 10
Índices de Liquidez..................................................................................................................................... 11
Avaliação de Valores pelos CPCs....................................................................................................................13
CPC 00 – Estrutura Conceitual....................................................................................................................... 15
CPC 01 - Redução ao Valor Recuperável de Ativos........................................................................................ 22
CPC 02 (R2) – Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis..................................................25
CPC 03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa.................................................................................................26
CPC 04 – Ativo Intangível............................................................................................................................... 27
CPC 06 – Arrendamento.................................................................................................................................28
CPC 08 – Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários.................................31
CPC 12 – Ajuste a Valor Presente...................................................................................................................32
CPC 16 – Estoques.......................................................................................................................................... 34
CPC 18 - Investimento em Coligada, em Controlada e em Empreendimento Controlado em Conjunto.......35
CPC 20 – Custos............................................................................................................................................. 40
CPC 23 – Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro.................................................41
CPC 25 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes................................................................42
CPC 26 – Demonstrações Contábeis.............................................................................................................. 46
Demonstração do Resultado......................................................................................................................47
Demonstração dos Fluxos de caixa............................................................................................................ 49
Distribuição do Valor Adicionado...............................................................................................................52
CPC 27 - Ativo Imobilizado............................................................................................................................. 55
CPC 28 – Propriedade Para Investimento...................................................................................................... 57
CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada.........................................58
CPC 32 – Tributos Sobre o Lucro.................................................................................................................... 61
CPC 33 – Benefícios a Empregados................................................................................................................ 79
CPC 48 – Instrumentos Financeiros................................................................................................................85

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Contabilidade Básica
CONCEITOS BÁSICOS DA CONTABILIDADE
1. OBJETO: patrimônio
2. OBJETIVO: controle do patrimônio
3. FINALIDADE: fornecer informações úteis aos usuários
4. CAMPO DE APLICAÇÃO: aziendas (entidades que possuem patrimônio)

TÉCNICAS CONTÁBEIS
1. Escrituração (é feita por meio do lançamento, mas este não é técnica!)
2. (Elaboração) Demonstrações Contábeis
3. Auditoria
4. Análise das Demonstrações Contábeis
BIZU do Professor Gabriel Rabelo: É Ela, A Ana!

TEORIA DAS CONTAS


1. TEORIA PATRIMONIALISTA: Patrimoniais (A, P, PL) e de Resultado (R, D);
2. TEORIA MATERIALISTA: Integrais (A, P) e Diferenciais (PL, R, D);
3. TEORIA PERSONALISTA: Ag. Consignatários (Bens); Ag. Correspondentes (Direitos e obrigações) e
Proprietário (PL, R, D).

Livro DIÁRIO
PRINCIPAL (Registra TODOS os Fatos Contábeis)
CRONOLÓGICO (Registro dos Fatos Contábeis por dia/mês/ano)
OBRIGATÓRIO (pela Legislação Comercial)
AUTENTICAÇÃO (É obrigatória)
ADMITE ESCRITURAÇÃO MENSAL NO MÁXIMO 30 DIAS (Partidas Mensais)
BP e DRE são TRANSCRITOS no DIÁRIO

Livro RAZÃO
PRINCIPAL (Registra TODOS os Fatos Contábeis)
SISTEMÁTICO (Os Fatos Contábeis são registrados por tipos de CONTA)
CRONOLÓGICO (Registro dos Fatos Contábeis por dia/mês/ano)
OBRIGATÓRIO (pela LEI FISCAL - LUCRO REAL) / FACULTATIVO (pela Leg. Comercial)
INDIVIDUALIZADO
AUTENTICAÇÃO DISPENSADA

No Livro diÁrio, no entanto, encontram-se somente as contas Analíticas, isto é: aquelas que
recebem escrituração, não possuindo conta em nível inferior. Ex: Caixa, Estoques, Fornecedores.

Já contas sintéticas são aquelas que funcionam como agregadoras, possuindo conta em nível
inferior. Ex: Ativo e Passivo Circulante.

Balancete de verificação: confirma se o método das partidas dobradas está correto (D = C). Quando
exigido (ou seja, normalmente é facultativo), deve ser levantado, no mínimo, mensalmente. Ou seja, é
errado falar que ele é obrigatoriamente levantado de forma mensal. Lembrar ainda que ele pode ter de 2 a
8 colunas.

Atentar ainda que o balancete de verificação inclui as contas patrimoniais E as contas de


resultado. Porém, o livro razão é de onde são extraídos os saldos finais das contas e é utilizado como base
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para a elaboração do balancete de verificação. Ainda, atentar que não evidencia todos os erros de
escrituração, pois quando o saldo final credor e devedor ficam iguais, o erro não é detectado.

Mais um detalhe: o livro razão agrupa as contas com lançamentos de débito e crédito (saldos). E
ele é principal, e não auxiliar do livro diário; não confundir isso com o fato do livro razão auxiliar na
elaboração do balanço patrimonial.

DC obrigatórias pela Lei 6404:

DLPA pode estar dentro da DMPL.

DVA se exigida legalmente.

REGIMES CONTÁBEIS
Sempre diferencie bem a data do fato gerador e a data do recebimento/pagamento.
Para o Regime de Competência, o que importa é a data do fato gerador;
Já para o Regime de Caixa, o que importa é a data do recebimento/pagamento.

Resumo sobre escrituração:


 A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com obediência aos
preceitos da legislação comercial e da Lei 6.404/76 e aos princípios de contabilidade geralmente

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aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as
mutações patrimoniais segundo o regime de competência;
 Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que pode ser substituído por fichas
no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica;
 A escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais e em forma contábil, por ordem
cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras,
emendas ou transportes para as margens.
Os livros razão e o diário devem revestir-se de formalidades extrínsecas, tais como:

O que é um ato administrativo?


É qualquer negócio realizado pela administração que não modifique o patrimônio são controlados por
meio de contas de compensação, também denominadas de contas extrapatrimoniais.

O que é um fato contábil?


É tudo que provoca modificação, qualitativa e/ou quantitativa, no Patrimônio da entidade e se divide em
três classificações:
Permutativos: são os fatos que não alteram o Patrimônio Líquido quantitativamente,
apenas qualitativamente;
Modificativos: são os fatos que alteram o Patrimônio Líquido;
Mistos ou Compostos: são os fatos que envolvem simultaneamente um fato permutativo e um
fato modificativo.

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Passivo

1. A conta Duplicatas descontadas é registrada no Passivo Circulante!


2. Cuidado para não confundir:

Receitas Antecipadas (Conta de Passivo Exigível)


Receitas Diferidas (Conta de Passivo Exigível - PNC)
Receitas a Apropriar (Conta Retificadora de Ativo)

Debêntures

O prêmio na emissão de debêntures é o valor recebido que supera o de resgate desses títulos na
data do próprio recebimento .A empresa deverá contabilizar o “Prêmio na Emissão de Debêntures" em
seu Passivo Exigível, na conta “Prêmio de Debêntures a Apropriar" ou "Prêmios a amortizar" ou “Receita
Diferida a Apropriar", e deverá reconhecer o valor do prêmio na emissão de debêntures em conta do
resultado do exercício pelo regime de competência.

1. registro inicial → receita diferida no passivo


2. conforme regime de competência → vai para receita no resultado (reduz a despesa financeira)
3. no fim do exercício → pode constituir reserva de lucro específica

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Juros Sobre Capital Próprio

Como forma de atrair ou manter sócios, além dos dividendos, as empresas têm a opção de
oferecer-lhes remuneração a título de juros sobre o capital próprio - JSCP. O cálculo, diferentemente
dos dividendos que têm por base o resultado (lucro) do exercício, é feito sobre um PL
ajustado (exclusão dos saldos dos ajustes de avaliação patrimonial e das reservas de reavaliação, exceto as
que tenham sido adicionadas na determinação da base de cálculo do IRPJ e da CSLL). O JSCP é limitado à
variação, pro rata dia, da taxa de juros de longo prazo (TJLP).

§ 8o Para fins de cálculo da remuneração prevista neste artigo, serão consideradas exclusivamente
as seguintes contas do patrimônio líquido:
I - capital social;
II - reservas de capital;
III - reservas de lucros;
IV - ações em tesouraria; e
V - prejuízos acumulados.

JCP é o MENOR valor entre o (MAIOR dos limites) e o (limite MÁXIMO possível).
Máximo possível:
(PL +/- Ajuste de Avaliação Patrimonial +/- Reserva de Reavaliação) . TJLP
Limites (seleciona o maior):
50% do LAIR (Lucro Líquido antes do IR e CSSL); ou
50% do (Lucro/Prejuízo Acumulado + Reservas de Lucro).

São, então, diferentes de dividendos, possuindo natureza jurídica própria. Em geral, esses juros
pagos ou creditados são lançados contabilmente como despesas financeiras. Resumindo:
JSCP====>>>DESPESA (DRE)
DIVIDENDOS====>>>DEDUÇÃO DE LUCRO (DLPA)
O lançamento do JSCP será o seguinte:
D Despesas de juros sobre o capital próprio (R)
C Juros sobre o capital próprio a pagar (P)
C IRRF a recolher (P) – 15% na data do pagamento

PORÉM, ATENÇÃO:
Falando especificamente sobre a FGV, ela abordou esse assunto apenas 1 vez (sim, encontramos apenas 1
questão anterior no Tec), em 2015, e considerou que os JCP são contabilizados da seguinte forma:
D - Lucos Acumulados (Patrimônio Líquido)
C - Juros sobre o Capital Próprio a pagar (Passivo Exigível)
Dessa forma, extraímos que a FGV tem um entendimento diferente sobre o tema!!

Ativo

Art. 179. II - No ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício
seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou
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controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não
constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia;

Ativo biológico é um animal e/ou uma planta, vivos. Os ativos biológicos são classificados no ativo
não circulante imobilizado.

Segundo o FIPECAFI, Contas bancárias negativas (credoras) ou saldos a favor de bancos não devem
ser demonstrados como redução dos demais saldos bancários, mas, separadamente, como um item do
Passivo Circulante.
Exceção é feita aos casos em que tais saldos devedores e credores estejam no mesmo banco e
desde que a empresa tenha o direito de compensá-los.

DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO

Depreciação é a alocação sistemática do valor depreciável ao longo da vida útil do ativo. Em relação à
depreciação aplicada aos ativos imobilizados, temos o seguinte:

 Só é iniciada quando o ativo está PRONTO PARA USO (nas condições pretendidas pela entidade),
ainda que não esteja em uso;
 NÃO cessa se ativo estiver ocioso ou em razão de manutenções;
 SERÁ reconhecida mesmo quando o valor justo é superior ao valor contábil;
 Quando um item do imobilizado tem custo significativo, ele DEVE ser depreciado separadamente.
Caso o custo não seja significativo, ele PODE ser depreciado separadamente ou não;
 É CESSADA: quando ativo for baixado (vendido ou declarado inservível) ou quando for
reclassificado para ativo não circulante mantido para venda;
 O método de depreciação deve ser revisado, pelo menos, ao final de cada exercício e, se houver
alteração significativa no padrão de consumo previsto, o método deve ser modificado;
 Principais métodos: quotas constantes (linha reta), soma dos dígitos e unidades produzidas;
 NÃO estão sujeitos à depreciação: terrenos, exceto as benfeitorias; bens que aumentam de valor
com o tempo (ex.: obras de arte); bens que registrem exaustão.

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 Na depreciação de bens usados será utilizada a taxa anual tendo em vista o MAIOR dos seguintes
prazos:
o metade da vida útil admissível para o bem adquirido;
o restante da vida útil, considerada esta em relação à primeira instalação para utilização do
bem.

Em relação à amortização aplicada aos ativos intangíveis, temos o seguinte:

 NÃO deve ser aplicada aos intangíveis de VIDA ÚTIL INDEFINIDA e ao GOODWILL. Atenção, pois
estes estão submetidos ao teste de recuperabilidade.
 Caso o custo de renovação de um contrato que origina um ativo intangível seja insignificante e a
entidade tenha interesse de renová-lo, o prazo para amortização deve contemplar o prazo total de
contrato, considerando a renovação;
 Caso a entidade tenha um compromisso firme de venda do intangível, cujo prazo seja INFERIOR à
vida útil do ativo, a amortização deve ser feita considerando o prazo até a venda.

A exaustão é aplicada aos direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou mesmo bens
aplicados na exploração desses direitos.

Patrimônio Líquido

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Reservas de lucros:
- Reserva legal
- Reservas estatutárias
- Reservas para contingências
- Reservas de incentivos fiscais
- Reservas de retenção de lucros (ou Orçamentária ou de Investimentos)
- Reserva de lucros a realizar (parcela de lucro que ocorrerá no futuro)
- Reserva especial para dividendos obrigatórios não distribuídos (adm. informam à AGO ser incompatível
com a situação financeira da cia)
- Reserva de prêmio na emissão de debêntures

Existe um limite máximo para essas reservas, a saber: Reserva de lucros < Capital social. Ou seja, a
soma das Reservas de Lucros tem que ser menor do que o Capital Subscrito da empresa. Mas existem
algumas reservas que, em virtude de sua natureza, não entram nessa soma. São elas:
Exceções: reserva de incentivos fiscais, reserva de contingência, lucros a realizar, prêmio na emissão
de debêntures.
LEOEs < Capital Social.

Reserva legal: 5% do LLE (abate prejuízo acumulado antes): Limitado a 20% do capital social. Usar
o Capital Integralizado!!!
Se (Reserva Legal + Reservas de Capital > 30% do capital social integralizado), a empresa poderá
deixar de constituir a Reserva Legal.

Dividendos Obrigatórios: O estatuto é livre para fixar o percentual que pagará a título de
dividendos obrigatórios.
Se o estatuto for omisso sobre o valor a ser pago a título de dividendos, aplicamos a regra prevista
no inciso I do artigo 202, que propõe:

Obs.: Retirar também o prejuízo acumulado


Contudo, caso venha a fixar depois, não poderá fazê-lo em menos de 25% do percentual do lucro
líquido ajustado, mostrado acima.

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ATENÇÃO! A Lei nº 6.404/1976 indica que o saldo remanescente dos Lucros Acumulados (não
distribuídos) deverá ser distribuído como dividendos. Só que esses não são dividendos obrigatórios, por
isso são contabilizados como “Dividendo Adicional Proposto” no próprio PL! Esse valor continua sendo
contabilizado dentro do PL até que a assembleia os aprecie posteriormente. Lembrando que a parcela
obrigatória dos dividendos constitui um PASSIVO.

AÇÕES EM TESOURARIA

Deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido (conta devedora)
que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição.

1. ÁGIO na emissão de ações em tesouraria: Reserva de CAPITAL


2. DESÁGIO na emissão de ações em tesouraria: retificará a conta de reserva que forneceu o recurso
ECONÔMICO, embora o financeiro saia do caixa.
3. CUSTOS DE TRANSAÇÃO:
- na COMPRA de ações em tesouraria: incorporam o custo das ações
- na VENDA de ações em tesouraria: irão reduzir o resultado

OBS: O limite do saldo da conta Ações em Tesouraria é saldo de Lucros Acumulados +


Reservas, exceto Reserva Legal.

À medida que a companhia alienar Ações em Tesouraria, tal operação gerará resultados positivos
ou negativos. Os custos de transação incorridos na alienação devem ser tratados como redução do lucro ou
acréscimo do prejuízo dessa operação. Essas transações não fazem parte das operações 22.6.4 22.7
normais ou acessórias da companhia e não devem ser contabilizadas como receitas ou despesas, ou seja,
tais resultados não integram a Demonstração de Resultados do Exercício
Ocorrendo “lucro’’, deverá ser registrado a crédito de uma reserva de capital, pois sua natureza é
similar à do ágio na emissão de ações. Se ocorrer “prejuízo’’, tal diferença deverá ser debitada na mesma
conta de reserva de capital que registrou lucros anteriores nessas transações, até o limite de seu saldo, e
o excesso (prejuízos apurados nas transações superiores aos lucros já registrados) deverá ser considerado
a débito da própria conta de reserva que originou os recursos para aquisição das próprias ações.

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AJUSTE DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL (AAP)

Serão classificadas como AAP, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência
ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos
do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a VALOR JUSTO.
Podem ter saldo credor OU devedor.

PREJUÍZOS ACUMULADOS

1. Conta do PL que possui saldo DEVEDOR.


2. A Lei nº 11.638/2007 proibiu a retenção injustificada de lucros acumulados. Dessa forma, de forma
transitória, a conta lucros acumulados pode apresentar saldo credor, mas não poderá figurar no
balanço final.
3. IMPORTANTE: a compensação dos prejuízos acumulados, de acordo com a legislação vigente, deve
ser feita com as seguintes contas, na seguinte ordem:
- Lucros acumulados;
- Reserva de Lucros;
- Reserva Legal, após o uso das outras reservas de lucros;
- Reserva de Capital (em casos específicos, se deliberado pela Assembleia Geral).

Tributos

Os tributos recuperáveis são:


- Matéria prima: IPI, ICMS, PIS e COFINS (os dois últimos na modalidade não cumulativa).
- Mercadorias para revenda: ICMS, PIS e COFINS (os dois últimos na modalidade não cumulativa).

1. Operação com bens de Consumo:


a) ICMS por dentro (a BC soma o IPI)
b) IPI entra no Valor da Nota Fiscal (NF) e não recupera
2. Operação com bens para Revenda:
a) ICMS por dentro (a BC não soma o IPI)
b) IPI entra no Valor da NF e não recupera
3. Operação com bens para Industrialização:
a) ICMS por dentro (a BC não soma o IPI)
b) IPI entra no Valor da NF e recupera
4. Operação com bens adquiridos para o Imobilizado:
a) ICMS por dentro (a BC soma o IPI)
b) IPI entra no Valor da NF e não recupera
c) ICMS, se for bem para atividade fim, pode recuperar à razão de 1/48

PIS/COFINS:
1. No Regime Cumulativo, não recupera em nenhuma hipótese
2. No Regime Não Cumulativo:
a) O IPI só integra a BC do PIS/COFINS na compra, não na venda
b) Nas operações de revenda, industrialização e imobilizado PIS/COFINS são recuperáveis.
OBS: STF decidiu que o ICMS não integra a BC do PIS/COFINS em operação de revenda, mas a RFB ainda
calcula incluindo o ICMS na BC até que haja resolução do Senado Federal alterando a legislação.

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11.638/2007:
- Extinção da demonstração de origens e aplicações de recursos (DOAR).
- Inclusão da demonstração de fluxos de caixa (companhias abertas e fechadas com PL maior ou
superior a dois milhões).
- Inclusão da demonstração do valor adicionado para companhia abertas.
- Criação do grupo ativo não circulante e passivo não circulante.
- O ativo, que antes era dividido em circulante, realizável a longo prazo e permanente
(investimento, imobilizado e diferido), passou a ser dividido em circulante, realizável a longo prazo e
permanente (investimento, imobilizado, diferido e intangível).
- Permanecem no imobilizado somente os bens corpóreos. Os incorpóreos vão para o intangível.
- Atenção: o diferido permaneceu vigente após a Lei 11.638/2007.
- Inclusão do teste de recuperabilidade para bens do ativo imobilizado, intangível e diferido.
- Proibição da retenção injustificada de lucros acumulados. Somente pode figurar, a partir de Lei
11.638 a existência no “balanço final” de prejuízos acumulados. Não pode existir lucros acumulados (essa
conta continua a existir transitoriamente).
- Extinção das reservas de capital de doações e subvenções e prêmio na emissão de debêntures.
- Extinção da reserva de reavaliação.
- Criação do ajuste de avaliação patrimonial.
- Criação do ajuste a valor presente para ativos e passivos de longo prazo (sempre) e de curto prazo
(quando relevante).
- Aplicação de alguns conceitos da Lei 6.404/76 para as sociedades de grande porte (ativo total
superior a R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior a 300 milhões).

Lei 11.941/2009:
- O ativo, que antes era dividido em circulante, realizável a longo prazo e permanente
(investimento, imobilizado, diferido e intangível), passou a ser dividido em circulante e não circulante
(realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível). O realizável a longo prazo foi para
dentro do não circulante.
- Extinção do diferido.
- O passivo que antes era classificado em circulante, exigível a longo prazo e resultado de exercícios
futuros, passou a ser classificado em circulante e não circulante.
- O resultado de exercícios futuros foi extinto. As receitas diferidas (que surgiram no lugar) foram para
dentro do não circulante.

Índices de Liquidez

Os índices de liquidez demonstram a capacidade de a organização cumprir suas obrigações, sendo que
há quatro tipos:

 A Liquidez imediata é obtido pelo quociente entre as disponibilidades e o passivo circulante, é a


capacidade de a empresa cumprir com suas obrigações de curto prazo utilizando suas
disponibilidades.
LI = Disponibilidades/PC

 A liquidez corrente que é encontrada pela seguinte fórmula: Liquidez Corrente = Ativo Circulante /
Passivo Circulante.
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LC = AC/PC

 A Liquidez Seca é encontrada pelo quociente obtido pela divisão entre (Ativo Circulante
- Estoques) e Passivo Circulante. Desta forma, refere-se à capacidade de uma empresa de saldar
suas exigibilidades de curto prazo sem depender da venda dos produtos estocados.
LS = (AC – Estoques)/PC

 A Liquidez geral é calculada considerando os seguintes fatores (Ativo Circulante + Realizável a longo
prazo) / (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante).
LG = (AC + ANC RLP)/(PC + PNC)

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Avaliação de Valores pelos CPCs

Palavras menores
Estoque ---> Menor entre Custo e: VRL* (CPC 16)/Mercado (Justo) Lei 6404/76;
ANCMV ---> Menor entre Valor Contábil e VJL* (CPC 31);
Intangível --> Menor entre Valor Contábil e valor recuperável (LSA* + CPC 01);
Imobilizado --> Menor entre o valor Contábil e o valor recuperável (CPC 27 item 30).
Palavras maiores
Bens usados---> Maior entre "Restante da vida útil" e "Metade da vida útil admissível" (RIR 1.999 art. 311);
Impairment Test (valor recuperável) ---> Maior entre Uso e VJL
VRL* (Valor realiz. líq.) é diferente de valor recuperável.
 VRL = Preço de venda - Despesas de venda
 Valor recuperável de um ativo ou de unidade geradora de caixa é o maior montante entre o seu
valor justo líquido de despesa de venda e o seu valor em uso.
Embasamento
Valor contábil- montante pelo qual o ativo está reconhecido no balanço depois da dedução de toda
respectiva depreciação, amortização ou exaustão acumulada e ajuste para perdas. (CPC 02)
LSA Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios:
 VII – os direitos classificados no intangível, pelo custo incorrido na aquisição deduzido do saldo da
respectiva conta de amortização;
CPC 16 - ITEM 9. Os estoques, objeto deste Pronunciamento, devem ser mensurados pelo valor de custo
ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor.
CPC 31- ITEM 1 (a) mensurados pelo menor entre o valor contábil até então registrado e o valor justo
menos as despesas de venda, e que a depreciação ou a amortização desses ativos cesse;
CPC 01 - Definições: Valor recuperável de um ativo ou de unidade geradora de caixa é o maior montante
entre o seu valor justo líquido de despesa de venda e o seu valor em uso.

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RIR 1999 - Art. 311: A taxa anual de depreciação de bens adquiridos usados será fixada tendo em vista o
maior dos seguintes prazos:
 I - metade da vida útil admissível para o bem adquirido novo;
 II - restante da vida útil, considerada esta em relação à primeira instalação para utilização do bem.

ATENÇÃO --> No caso de INCORPORAÇÃO, o CPC 36 informa que "o adquirente deve mensurar os ativos
identificáveis adquiridos e os passivos assumidos pelos respectivos valores justos na data da aquisição".
Ou seja, quando citar "Incorporação", usem o Valor Justo.

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CPC 00 – Estrutura Conceitual
SITUAÇÃO E FINALIDADE DA ESTRUTURA CONCEITUAL

SP1.1 A Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro (Estrutura Conceitual) descreve o objetivo
do, e os conceitos para, relatório financeiro para fins gerais.
A finalidade desta Estrutura Conceitual é:
(a) auxiliar o desenvolvimento das Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS) para que
tenham base em conceitos consistentes;
(b) auxiliar os responsáveis pela elaboração (preparadores) dos relatórios financeiros
a desenvolver políticas contábeis consistentes quando nenhum pronunciamento se aplica à determinada
transação ou outro evento, ou quando o pronunciamento permite uma escolha de política contábil; e
(c) auxiliar todas as partes a entender e interpretar os Pronunciamentos.
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), considerando o seu objetivo de promover e manter
a plena convergência das práticas contábeis adotadas no Brasil às Normas Internacionais de
Contabilidade (IFRS) emitidas pelo IASB, decidiu desde 2008, adotar a Estrutura Conceitual para Relatório
Financeiro emitida pelo Iasb no desenvolvimento dos Pronunciamentos Técnicos do CPC.
A presente Estrutura Conceitual revisada foi emitida pelo Iasb em março de 2018.

SP1.2 Esta Estrutura Conceitual não é um pronunciamento propriamente dito. Nada contido
nesta Estrutura Conceitual se sobrepõe a qualquer pronunciamento ou qualquer requisito em
pronunciamento.

SP1.3 Para atingir o objetivo de relatório financeiro, para fins gerais, o Iasb pode algumas vezes
especificar requisitos que divergem de aspectos desta Estrutura Conceitual. Se isso for feito, ele explicará a
divergência na Base para Conclusões em tal pronunciamento.

SP1.4 Esta Estrutura Conceitual pode ser revisada de tempos a tempos com base na experiência
com a sua utilização. As revisões desta Estrutura Conceitual não levarão automaticamente a mudanças nos
Pronunciamentos. Qualquer decisão de alterar um Pronunciamento exige que seja conduzido o devido
processo para acrescentar um projeto à sua agenda e desenvolver a alteração a esse pronunciamento.

Objetivo, utilidade e limitações do relatório financeiro para fins gerais

1.2 O objetivo do relatório financeiro para fins gerais é fornecer informações financeiras sobre a
entidade que reporta que sejam úteis para investidores, credores por empréstimos e outros credores,
existentes e potenciais, na tomada de decisões referente à oferta de recursos à entidade. Essas decisões
envolvem decisões sobre:
(a) comprar, vender ou manter instrumento de patrimônio e de dívida;
(b) conceder ou liquidar empréstimos ou outras formas de crédito; ou
(c) exercer direitos de votar ou de outro modo influenciar os atos da administração que afetam o
uso dos recursos econômicos da entidade.

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A verificabilidade, característica qualitativa de melhoria da informação útil, agora se chama
capacidade de verificação.

2.5 As características qualitativas fundamentais são relevância e representação fidedigna.

Relevância
2.7 Informações financeiras são capazes de fazer diferença em decisões se tiverem valor preditivo
ou valor confirmatório, ou ambos.
2.8 Informações financeiras têm valor preditivo se podem ser utilizadas como informações em
processos empregados pelos usuários para prever resultados futuros. Informações financeiras não
precisam ser previsões ou prognósticos para ter valor preditivo. Informações financeiras com valor
preditivo são empregadas por usuários ao fazer suas próprias previsões.

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2.12 Relatórios financeiros representam fenômenos econômicos em palavras e números.
Para serem úteis, informações financeiras não devem apenas representar fenômenos relevantes,
mas também representar de forma fidedigna a essência dos fenômenos que pretendem representar. Em
muitas circunstâncias, a essência de fenômeno econômico e sua forma legal são as mesmas. Se não
forem as mesmas, fornecer informações apenas sobre a forma legal não representaria
fidedignamente o fenômeno econômico.
2.13 Para ser representação perfeitamente fidedigna, a representação tem três características. Ela
é completa, neutra e isenta de erros. Obviamente, a perfeição nunca ou raramente é atingida. O objetivo é
maximizar essas qualidades tanto quanto possível.

2.23 Comparabilidade, capacidade de verificação, tempestividade e compreensibilidade são


características qualitativas que melhoram a utilidade de informações que sejam tanto relevantes como
forneçam representação fidedigna do que pretendem representar. As características qualitativas de
melhoria podem também ajudar a determinar qual de duas formas deve ser utilizada para representar o
fenômeno caso se considere que ambas fornecem informações igualmente relevantes e representação
igualmente fidedigna desse fenômeno.

2.25 Comparabilidade é a característica qualitativa que permite aos usuários identificar e


compreender similaridades e diferenças entre itens. Diferentemente das outras características qualitativas,
a comparabilidade não se refere a um único item. A comparação exige, no mínimo, dois itens.

2.26 Consistência, embora relacionada à comparabilidade, não é a mesma coisa. Consistência


refere-se ao uso dos mesmos métodos para os mesmos itens, seja de período a período na entidade que
reporta ou em um único período para diferentes entidades. Comparabilidade é a meta; a consistência
ajuda a atingir essa meta.

2.30 A capacidade de verificação ajuda a garantir aos usuários que as informações representem de
forma fidedigna os fenômenos econômicos que pretendem representar. Capacidade de verificação significa
que diferentes observadores bem informados e independentes podem chegar ao consenso, embora não a
acordo necessariamente completo, de que a representação específica é representação fidedigna.
Informações quantificadas não precisam ser uma estimativa de valor único para que sejam verificáveis.
Uma faixa de valores possíveis e as respectivas probabilidades também podem ser verificadas.

Compreensibilidade: 2.34 Classificar, caracterizar e apresentar informações de modo claro e


conciso as torna compreensíveis.

2.38 A aplicação das características qualitativas de melhoria é um processo iterativo que não segue
uma ordem prescrita. Algumas vezes, a característica qualitativa de melhoria pode ter de ser
diminuída para maximizar outra característica qualitativa de melhoria. Por exemplo, a redução temporária
na comparabilidade como resultado da aplicação prospectiva de novo pronunciamento pode ser vantajosa
para aumentar a relevância ou a representação fidedigna em longo prazo. Divulgações apropriadas podem
compensar parcialmente a não comparabilidade.

A continuidade, chamada na R1 de premissa subjacente, teve uma pequena mudança de


nomenclatura. A R2 adotou simplesmente o nome "premissa de continuidade operacional", com mesmo
conteúdo previsto anteriormente: as Demonstrações Contábeis devem ser elaboradas considerando que a
entidade não tem a intenção nem a necessidade de entrar em processo de liquidação ou reduzir
materialmente a escolha de suas operações.

19
ATENÇÃO! O entendimento das versões anteriores era de que a prudência (conservadorismo) era
inconsistente com a neutralidade e, por isso, não respeitava o princípio da representação fidedigna. A R2
DO CPC 00 INCLUIU ESTE IMPORTANTE TRECHO QUE MUDA O ENTENDIMENTO ANTERIOR:
A neutralidade é apoiada pelo exercício da prudência. Prudência é o exercício de cautela ao fazer
julgamentos sob condições de incerteza. A prudência significa que os ativos e receitas não estão
superavaliados e passivos e despesas não estão subavaliados, da mesma forma que ativos e receitas não
podem estar subavaliados e passivos e despesas não podem estar superavaliados.

ATIVO: recurso econômico presente controlado pela entidade como resultado de eventos
passados.

O recurso econômico é um direito que tem o potencial de produzir benefícios econômicos. Esse
potencial, para existir, não precisa ser certo, ou mesmo provável, que irá gerar benefícios; é necessário
apenas que exista e que, em pelo menos uma circunstância, produzirá benefícios à entidade além
daqueles disponíveis para as outras partes.

Controle inclui a capacidade presente de impedir outras partes de direcionar o uso do recurso
econômico e de obter os benefícios econômicos que podem fluir dele. Ocorre que, se uma parte controla
um recurso econômico, nenhuma outra parte poderá controlá-lo.

4.16. Um recurso econômico (ativo) pode produzir benefícios econômicos em atos como:
(a) receber fluxos de caixa contratuais ou outro recurso econômico;
(b) trocar recursos econômicos com outra parte em condições favoráveis;
(c) produzir fluxos de entrada de caixa ou evitar fluxos de saída de caixa, por exemplo:
(i) utilizando o recurso econômico individualmente ou em combinação com outros recursos econômicos
para produzir produtos ou prestar serviços;
(ii) utilizando o recurso econômico para melhorar o valor de outros recursos econômicos; ou
(iii) arrendando o recurso econômico a outra parte;
(d) receber caixa ou outros recursos econômicos por meio da venda do recurso econômico; ou
(e) extinguir passivos por meio da transferência do recurso econômico.
20
PASSIVO: obrigação presente da entidade de transferir um recurso econômico como resultado de
eventos passados.

Obrigação: dever ou responsabilidade que a entidade não tem a capacidade de evitar. Não é
necessário conhecer a identidade da parte para quem a obrigação é devida. As obrigações podem resultar
de práticas usuais, políticas publicadas ou declaração específica (obrigação presumida). O valor do direito e
o valor da obrigação podem ser mensurados de formas diferentes pelas partes envolvidas.
O segundo critério para um passivo é que a obrigação seja de transferir um recurso econômico
(pagar o valor à vista; entregar produtos ou prestar serviços; trocar recursos econômicos em condições
desfavoráveis). Para satisfazer a esse critério, a obrigação deve ter o POTENCIAL de exigir que a entidade
transfira um recurso econômico para outra parte (ou partes). Para que esse potencial exista, não é
necessário que seja certo, ou mesmo provável, que a entidade será obrigada a transferir um recurso
econômico – a transferência pode, por exemplo, ser obrigada somente se ocorrer evento futuro incerto
especificado. Ou seja, uma obrigação pode ser presente, mas circunstancial, dependendo de eventos
futuros.

62. A liquidação de uma obrigação presente geralmente implica na utilização, pela entidade, de
recursos capazes de gerar benefícios econômicos a fim de satisfazer o direito da outra parte. A extinção de
uma obrigação presente pode ocorrer de diversas maneiras, por exemplo, por meio de:
(a) pagamento em dinheiro;
(b) transferência de outros ativos;
(c) prestação de serviços;
(d) substituição da obrigação por outra; ou
(e) conversão da obrigação em capital.
Uma obrigação pode também ser extinta por outros meios, tais como pela renúncia do credor ou
pela perda dos seus direitos creditícios.

4.6. Ao avaliar se um item se enquadra na definição de ativo, passivo ou patrimônio líquido,


deve-se atentar para a sua essência subjacente e realidade econômica e não apenas para sua forma
legal. Assim, por exemplo, no caso do arrendamento mercantil financeiro, a essência subjacente e a
realidade econômica são a de que o arrendatário adquire os benefícios econômicos do uso do ativo
arrendado pela maior parte da sua vida útil, em contraprestação de aceitar a obrigação de pagar por
esse direito valor próximo do valor justo do ativo e o respectivo encargo financeiro. Dessa forma,
o arrendamento mercantil financeiro dá origem a itens que satisfazem à definição de ativo e de
passivo e, portanto, devem ser reconhecidos como tais no balanço patrimonial do arrendatário.

21
ATENÇÃO! Há uma nova definição das BASES DE MENSURAÇÃO, veja:
BASES DE MENSURAÇÃO:
CUSTO HISTÓRICO: Preço da transação ou do evento que deu origem aos elementos; não reflete
mudanças nos valores.

VALOR ATUAL: utiliza informações atualizadas para refletir as condições na data da mensuração; este valor
NÃO resulta, mesmo em parte, do preço da transação ou outro evento que deu origem ao ativo ou ao
passivo. São os seguintes: valor justo, custo corrente, valor em uso (ativos) e valor de cumprimento
(passivos).

Veja abaixo um quadro-resumo:

22
23
CPC 01 - Redução ao Valor Recuperável de Ativos
Este pronunciamento deve ser aplicado na contabilização de ajuste para perdas por desvalorização
de todos os ativos, exceto:

 Estoques;
 Ativos de contrato e ativos resultantes de custos para obter ou cumprir contratos que devem ser
reconhecidos de acordo com o CPC 47 – Receita de Contrato com Cliente;
 Ativos fiscais diferidos;
 Ativos advindos de planos de benefícios a empregados;
 Ativos financeiros que estejam dentro do alcance do CPC 48; [***]
 Propriedade para investimento que seja mensurada ao valor justo;
 Ativos biológicos relacionados à atividade agrícola dentro do alcance do CPC 29 que sejam
mensurados ao valor justo líquido de despesas de vender;
 Custos de aquisição diferidos e ativos intangíveis advindos de direitos contratuais de companhia de
seguros contidos em contrato de seguro dentro do alcance do CPC 11 – Contratos de Seguro; e
 Ativos não circulantes (ou grupos de ativos disponíveis para venda) classificados como mantidos
para venda em consonância com o CPC 31.

[***] Este Pronunciamento Técnico é aplicado a ativos financeiros classificados como:


- Controladas;
- Coligadas;
- Empreendimento controlado em conjunto.

10. Independentemente de existir, ou não, qualquer indicação de redução ao valor recuperável, a


entidade deve:
(a) testar, no mínimo anualmente, a redução ao valor recuperável de um ativo intangível com vida
útil indefinida ou de um ativo intangível ainda não disponível para uso, comparando o seu valor contábil
com seu valor recuperável. Esse teste de redução ao valor recuperável pode ser executado a qualquer
momento no período de um ano, desde que seja executado, todo ano, no mesmo período. Ativos
intangíveis diferentes podem ter o valor recuperável testado em períodos diferentes. Entretanto, se tais
ativos intangíveis foram inicialmente reconhecidos durante o ano corrente, devem ter a redução ao valor
recuperável testada antes do fim do ano corrente; e
(b) testar, anualmente, o ágio pago por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) em
combinação de negócios, de acordo com os itens 80 a 99.

12. Ao avaliar se há alguma indicação de que um ativo possa ter sofrido desvalorização, a entidade
deve considerar, no mínimo, as seguintes indicações:
Fontes externas de informação
(a) há indicações observáveis de que o valor do ativo diminuiu significativamente durante o
período, mais do que seria de se esperar como resultado da passagem do tempo ou do uso
normal; (Alterada pela Revisão CPC 03)
(b) mudanças significativas com efeito adverso sobre a entidade ocorreram durante o período, ou
ocorrerão em futuro próximo, no ambiente tecnológico, de mercado, econômico ou legal, no qual a
entidade opera ou no mercado para o qual o ativo é utilizado;
(c) as taxas de juros de mercado ou outras taxas de mercado de retorno sobre investimentos
aumentaram durante o período, e esses aumentos provavelmente afetarão a taxa de desconto utilizada no
cálculo do valor em uso de um ativo e diminuirão materialmente o valor recuperável do ativo;

24
(d) o valor contábil do patrimônio líquido da entidade é maior do que o valor de suas ações no
mercado;
Fontes internas de informação
(e) evidência disponível de obsolescência ou de dano físico de um ativo;
(f) mudanças significativas, com efeito adverso sobre a entidade, ocorreram durante o período, ou
devem ocorrer em futuro próximo, na extensão pela qual, ou na maneira na qual, um ativo é ou será
utilizado. Essas mudanças incluem o ativo que se torna inativo ou ocioso, planos para descontinuidade ou
reestruturação da operação à qual um ativo pertence, planos para baixa de ativo antes da data
anteriormente esperada e reavaliação da vida útil de ativo como finita ao invés de indefinida;
(g) evidência disponível, proveniente de relatório interno, que indique que o desempenho
econômico de um ativo é ou será pior que o esperado;

14. Evidência proveniente de relatório interno que indique que um ativo pode ter se
desvalorizado inclui a existência de:
(a) fluxos de caixa para adquirir o ativo ou necessidades de caixa subsequentes para operar ou
mantê-lo, que sejam significativamente mais elevadas do que originalmente orçadas;
(b) fluxos de caixa líquidos realizados ou lucros ou prejuízos operacionais gerados pelo ativo, que
são significativamente piores do que aqueles orçados;
(c) queda significativa nos fluxos de caixa líquidos orçados ou no lucro operacional, ou aumento
significativo no prejuízo orçado, gerados pelo ativo; ou
(d) prejuízos operacionais ou saídas de caixa líquidas advindos do ativo, quando os números do
período atual são agregados com números orçados para o futuro.

30. Os seguintes elementos devem ser refletidos no cálculo do valor em uso do ativo:
(a) estimativa dos fluxos de caixa futuros que a entidade espera obter com esse ativo;
(b) expectativas acerca de possíveis variações no montante ou no período de ocorrência desses
fluxos de caixa futuros;
(c) valor do dinheiro no tempo, representado pela atual taxa de juros livre de risco;
(d) preço pela assunção da incerteza inerente ao ativo (prêmio); e
(e) outros fatores, tais como falta de liquidez, que participantes do mercado iriam considerar ao
precificar os fluxos de caixa futuros esperados da entidade, advindos do ativo.

33. Ao mensurar o valor em uso a entidade deve:


(a) basear as projeções de fluxo de caixa em premissas razoáveis e fundamentadas que
representem a melhor estimativa, por parte da administração, do conjunto (range) de condições
econômicas que existirão ao longo da vida útil remanescente do ativo. Peso maior deve ser dado às
evidências externas;

39. As estimativas de fluxos de caixa futuros devem incluir:


(a) projeções de entradas de caixa advindas do uso contínuo do ativo;
(b) projeções de saídas de caixa que são necessariamente incorridas para gerar as entradas de caixa
advindas do uso contínuo do ativo (incluindo as saídas de caixa para preparar o ativo para uso) e que
podem ser diretamente atribuídas ou alocadas, em base consistente e razoável, ao ativo; e
(c) se houver, fluxos de caixa líquidos a serem recebidos (ou pagos) quando da baixa do ativo ao
término de sua vida útil.

43. Para evitar dupla contagem, as estimativas de fluxos de caixa futuros não devem incluir:
(a) entradas de caixa advindas de ativos que geram outras entradas de caixa que são, em grande
parte, independentes das entradas de caixa do ativo sob revisão (por exemplo, ativos financeiros como
contas a receber); e
25
(b) saídas de caixa que se referem a obrigações que já foram reconhecidas como passivos (por
exemplo, contas a pagar, passivos de planos de pensão e provisões).

48. Até que a entidade incorra em saídas de caixa que melhorem ou aprimorem o desempenho do
ativo, as estimativas de fluxos de caixa futuros não devem incluir as entradas futuras estimadas de caixa
para as quais se tenha a expectativa de advir do aumento de benefícios econômicos associados com as
saídas de caixa.

50. Estimativas de fluxos de caixa futuros não devem incluir:


(a) entradas ou saídas de caixa provenientes de atividades de financiamento; ou
(b) recebimentos ou pagamentos de tributos sobre a renda.

54. Os fluxos de caixa futuros são estimados na moeda em que eles são gerados e, em seguida,
descontados, usando-se uma taxa de desconto adequada para essa moeda. A entidade deve traduzir o
valor presente usando a taxa de câmbio à vista na data do cálculo do valor em uso.

61. A perda por desvalorização de ativo não reavaliado deve ser reconhecida na demonstração do
resultado do exercício. Entretanto, a perda por desvalorização de ativo reavaliado deve ser reconhecida em
outros resultados abrangentes (na reserva de reavaliação) na extensão em que a perda por
desvalorização não exceder o saldo da reavaliação reconhecida para o mesmo ativo. Essa perda por
desvalorização sobre o ativo reavaliado reduz a reavaliação reconhecida para o ativo.

26
CPC 02 (R2) – Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis

27
28
CPC 03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa
Equivalentes de caixa: são aplicações financeiras de curto prazo (por exemplo, 3 meses ou menos,
a contar da data da aquisição), de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em montante conhecido
de caixa e que estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor.
a. Obs.: Contas para pagamentos específicos e contas especiais de cobrança são considerados
caixa/equivalente. Já depósitos bancários vinculados, não.
b. Saldos bancários a descoberto:
- Regra: saldos bancários a descoberto, ou seja, negativos, NÃO são considerados caixa ou
equivalentes de caixa (ou seja, não os considerar no cálculo; não é para diminuí-los)
- Exceção: se forem decorrentes de empréstimos obtidos por meio de instrumentos como
cheques especiais ou contas correntes garantidas que são liquidados em curto lapso temporal
compõem parte integral da gestão de caixa da entidade. Nessas circunstâncias, saldos bancários a
descoberto são incluídos como componente de caixa e equivalentes de caixa.

Numerários em trânsito (normalmente da matriz para a filial) são considerados Disponibilidades.

29
30
CPC 04 – Ativo Intangível

57. Um ativo intangível resultante de desenvolvimento (ou da fase de desenvolvimento de projeto


interno) deve ser reconhecido somente se a entidade puder demonstrar todos os aspectos a seguir
enumerados:
(a) viabilidade técnica para concluir o ativo intangível de forma que ele seja disponibilizado para uso
ou venda;
(b) intenção de concluir o ativo intangível e de usá-lo ou vendê-lo;
(c) capacidade para usar ou vender o ativo intangível;
(d) forma como o ativo intangível deve gerar benefícios econômicos futuros. Entre outros aspectos,
a entidade deve demonstrar a existência de mercado para os produtos do ativo intangível ou para o
próprio ativo intangível ou, caso este se destine ao uso interno, a sua utilidade;
(e) disponibilidade de recursos técnicos, financeiros e outros recursos adequados para concluir seu
desenvolvimento e usar ou vender o ativo intangível; e
(f) capacidade de mensurar com confiabilidade os gastos atribuíveis ao ativo intangível durante seu
desenvolvimento.

119. Uma classe de ativos intangíveis é um grupo de ativos de natureza e com utilização similar nas
atividades da entidade. Entre os exemplos de classes distintas, temos:
(a) marcas;
(b) títulos de periódicos;
(c) softwares;
(d) licenças e franquias;
(e) direitos autorais, patentes e outros direitos de propriedade industrial, de serviços e operacionais;
(f) receitas, fórmulas, modelos, projetos e protótipos; e
(g) ativos intangíveis em desenvolvimento

31
CPC 06 – Arrendamento

32
33
34
CPC 08 – Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores
Mobiliários
3. Para fins deste Pronunciamento, consideram-se os termos abaixo com os seguintes significados:
Custos de transação são somente aqueles incorridos e diretamente atribuíveis às atividades
necessárias exclusivamente à consecução das transações citadas no item 2. São, por natureza, gastos
incrementais, já que não existiriam ou teriam sido evitados se essas transações não ocorressem. Exemplos
de custos de transação são:
i) gastos com elaboração de prospectos e relatórios;
ii) remuneração de serviços profissionais de terceiros (advogados, contadores,
auditores, consultores, profissionais de bancos de investimento, corretores etc.);
iii) gastos com publicidade (inclusive os incorridos nos processos de road-shows);
iv) taxas e comissões;
v) custos de transferência;
vi) custos de registro etc.

Custos de transação não incluem:


(1) ágios ou deságios na emissão dos títulos e valores mobiliários;
(2) despesas financeiras;
(3) custos internos administrativos ou
(4) custos de carregamento.

5. Os custos de transação incorridos na captação de recursos por intermédio da emissão de títulos


patrimoniais devem ser contabilizados, de forma destacada, em conta redutora de patrimônio líquido,
deduzidos os eventuais efeitos fiscais, e os prêmios recebidos devem ser reconhecidos em conta de reserva
de capital.

9. Os custos de transação incorridos na aquisição de ações de emissão da própria entidade devem


ser tratados como acréscimo do custo de aquisição de tais ações.

10. Os custos de transação incorridos na alienação de ações em tesouraria devem ser tratados
como redução do lucro ou acréscimo do prejuízo dessa transação, resultados esses contabilizados
diretamente no patrimônio líquido, na conta que houver sido utilizada como suporte à aquisição de tais
ações, não afetando o resultado da entidade.

13. Os custos de transação incorridos na captação de recursos por meio da contratação de


instrumento de dívida (empréstimos, financiamentos ou títulos de dívida tais como debêntures, notas
comerciais ou outros valores mobiliários) devem ser contabilizados como redução do valor justo
inicialmente reconhecido do instrumento financeiro emitido, para evidenciação do valor líquido recebido.

18A. Custos de transação que se relacionam com a emissão de instrumento financeiro composto
devem ser atribuídos aos componentes do patrimônio líquido e passivo do instrumento em proporção à
alocação dos rendimentos.

18B. Custos de transação que se relacionam conjuntamente a mais de uma transação (por
exemplo, custos de oferta concorrente de algumas ações e listagem em bolsa de outras ações) devem ser
atribuídos a essas transações utilizando uma base para alocação coerente e consistente com transações
similares.

35
36
CPC 12 – Ajuste a Valor Presente

9. (...) Ressalte-se que nem todo ativo ou passivo não-monetário está sujeito ao efeito do ajuste a
valor presente; por exemplo, um item não monetário que, pela sua natureza, não está sujeito ao ajuste a
valor presente é o adiantamento em dinheiro para recebimento ou pagamento em bens e serviços.

23. As reversões dos ajustes a valor presente dos ativos e passivos monetários qualificáveis devem
ser apropriadas como receitas ou despesas financeiras, a não ser que a entidade possa devidamente
fundamentar que o financiamento feito a seus clientes faça parte de suas atividades operacionais, quando
então as reversões serão apropriadas como receita operacional. Esse é o caso, por exemplo, quando a
entidade opera em dois segmentos distintos: (i) venda de produtos e serviços e (ii) financiamento das
vendas a prazo, e desde que sejam relevantes esse ajuste e os efeitos de sua evidenciação.

29. Para fins de desconto a valor presente de ativos e passivos, a taxa a ser aplicada não deve ser
líquida de efeitos fiscais e, sim, antes dos impostos.

Valor justo (fair value) - é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado, ou um passivo liquidado,
entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, com a ausência de fatores
que pressionem para a liquidação da transação ou que caracterizem uma transação compulsória.
Valor presente (present value) - é a estimativa do valor corrente de um fluxo de caixa futuro, no
curso normal das operações da entidade.
Embora no momento inicial o valor presente e o valor justo de uma operação sejam normalmente
iguais, com o passar do tempo esses valores não guardam, necessariamente, nenhum tipo de relação.
Enquanto o valor presente tem relação com a taxa de juros específica intrínseca do contrato,
considerando as condições na data de sua origem, o valor justo pode sofrer alterações com o passar do
tempo em decorrência de condições do mercado (taxas de juros e outros fatores), que apenas devem ser
consideradas nos casos em que for aplicável o reconhecimento de um saldo pelo seu valor justo.
Independentemente disso, sempre que na data de cada balanço, como na tabela anterior, o valor contábil
for diferente do valor justo. Deve-se atentar para as disposições legais e normativas sobre a aplicação de
um e outro conceito. Mas, em caso de discrepância como no exemplo dado, em função da relevância da
diferença pode ser necessário que essa informação deva ser divulgada nas notas explicativas.

Os saldos de imposto de renda e de contribuição social diferidos devem ser ajustados a valor
presente?
Resposta - Não. Utilizando como referência o padrão contábil internacional, deparamo-nos que,
textualmente (IAS 12 - Item 53 - Deferred tax assets and liabilities shall not be discounted), não é permitido
efetuar descontos a valor presente para saldos de imposto de renda diferidos (e contribuição social, no
caso brasileiro).
Basicamente, essa vedação foi efetuada com o argumento de não ser possível determinar com
exatidão as datas em que os referidos valores serão realizados. Dessa forma, esse tipo de desconto não é
requerido ou permitido pelas normas internacionais de contabilidade.

No caso de empréstimos, financiamentos e mútuos com encargos financeiros diferentes das


atuais taxas de juros praticadas pelo mercado, deve ser feito o AVP?
(a) Financiamentos do BNDES, contratados com taxas de juros diferentes das taxas praticadas pelo
mercado em geral para outras modalidades de empréstimos, estão sujeitos ao AVP?
Resposta - Não. Esses financiamentos reúnem características próprias e as condições definidas nos
contratos de financiamento do BNDES, entre partes independentes, e refletem as condições para aqueles
37
tipos de financiamentos. Em alguns casos, os encargos financeiros são inferiores às taxas de juros
aplicáveis para empréstimos em geral e/ou para capital de giro, mas deve-se levar em consideração que o
BNDES financia projetos, com características próprias, em geral aplicando taxas que seriam aplicáveis a
qualquer entidade, ajustadas apenas pelo risco específico de crédito das entidades e projetos envolvidos.
(b) Mútuos entre partes relacionadas contratados sem encargos financeiros ou com juros diferentes
das condições normais de mercado estão sujeitos a AVP?
Resposta - Muitos dos contratos de mútuos entre partes relacionadas não possuem data prevista
para vencimento, o que impossibilita o cálculo do AVP. Por exemplo, uma entidade pode ter mútuo a
receber de uma investida cuja liquidação não está planejada nem há probabilidade de ocorrer no futuro
previsível ou, ainda, o mútuo apresenta movimentações e o vencimento é considerado a qualquer
momento (on demand), isto é, considera-se que o vencimento é à vista, a critério do credor.

38
39
CPC 16 – Estoques

40
CPC 18 - Investimento em Coligada, em Controlada e em Empreendimento
Controlado em Conjunto
Controlada: é a entidade na qual a controladora é titular de direitos de sócio que lhe assegurem,
de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos
administradores. (Controle é presumido se investidora possuir = 50% do capital votante)

41
PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS

Método do custo:

Lei 6.404/76: Art. 183. [...] elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: [...]
III - os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, custo de aquisição, deduzido
de provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa perda estiver comprovada
como permanente, e que não será modificado em razão do recebimento, sem custo para a companhia,
de ações ou quotas bonificadas.

Resumindo:

 Avaliação: CUSTO – ajuste por perdas permanentes


 Dividendos:

 REGRA: computados como RECEITA, quando recebidos;


 EXCEÇÃO: se recebidos em até 6 meses da aquisição, são computados como REDUÇÃO do custo!

Método da Equivalência Patrimonial (MEP):

Lei 6.404/76: Art. 248. [...] os investimentos em coligadas ou em controladas e em outras sociedades que
façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum serão avaliados pelo MEP.

42
CPC 18: MEP é o método de contabilização por meio do qual o investimento é inicialmente reconhecido
pelo custo e, a partir daí, é ajustado para refletir a alteração pós-aquisição na participação do investidor
sobre os ativos líquidos da investida.

ALERTA : Quando as participações são adquiridas pela investidora com a intenção de VENDA, estas serão
classificadas no ANC mantido para venda e NÃO serão mensuradas pelo MEP!

RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO DOS INVESTIMENTOS PELO MEP

 Reconhecimento INICIAL do investimento:

 REGRA: valor PAGO (total, inclusive mais valia e goodwill, quando houver)

 PARTICIPAÇÃO: % participação no capital social x PL da investida


 MAIS VALIA: Valor JUSTO (x % participação) – Valor CONTÁBIL (x % participação)
 GOODWILL: Valor PAGO – Valor JUSTO (x % participação)

Alerta: Goodwill é classificado no investimento. Somente no Balanço Consolidado será reclassificado


como intangível.

 Lançamento no reconhecimento inicial (regra geral):

D - Investimento (participação societária) - R$ valor contábil


D - Investimento (ágio mais valia) - R$ (valor justo - valor contábil)
D - Investimento (Goodwill) - R$ (valor pago - valor justo)
C - Disponibilidade - R$ valor pago

 EXCEÇÃO: valor JUSTO, na hipótese de compra vantajosa (caso em que o valor pago é inferior ao
valor justo)

 Diferença entre o valor justo e o valor pago é reconhecido como RECEITA no resultado, NÃO
transita no Balanço Patrimonial!
 Este é o único caso em que o investimento ficará registrado por um valor MAIOR do que o valor
pago.

 Lançamento no reconhecimento inicial (exceção - compra vantajosa):

D - Investimento (participação societária) - R$ valor contábil


D - Investimento (ágio mais valia) - R$ (valor justo - valor contábil)
C - RECEITA (compra vantajosa) - R$ (valor justo - valor pago)
C - Disponibilidade - R$ valor pago

 Resultado de Equivalência Patrimonial (REP), Dividendos e ajustes patrimoniais no MEP:

 REP: transita no RESULTADO (DRE); dividendos não influenciam o cálculo.

43
 REP (será positivo ou negativo conforme desempenho da investida):
(Lucro/Prejuízo da investida) x (% participação no CS da investida)
 Se positivo:
D - Investimento
C - Resultado Positivo de Equivalência Patrimonial (RECEITA)

 Se negativo:

D - Resultado Negativo de Equivalência Patrimonial (DESPESA)


C – Investimento

 Se houver LUCRO NÃO REALIZADO (LNR):

 Se a investida é coligada, deduzimos proporcionalmente o LNR:


REP = (Resultado investida x % participação) - (% participação x LNR)
 Se a investida é controlada, deduzimos 100% no LNR:
REP = (Resultado investida x % participação) - 100% LNR

 DIVIDENDOS: no MEP, dividendos NÃO transitam no resultado. Serão creditados diretamente na


conta dos investimentos, ATENÇÃO!

 Dividendos que a investidora terá direito:


(Saldo destinado à distribuição de dividendos pela investida) x (% participação no CS da
investida)
 Lançamento feito pela investidora:

D - Disponível (caixa/BCM) OU Dividendos a receber

C - Investimento ( valor)

 Alteração por contas de AJUSTES no PL da investida: NÃO transitam no resultado. São registrados
no PL da investidora, como Outros Resultados Abrangentes (ORA), sejam estes ajustes positivos,
sejam negativos.

 Cálculo do valor a ser reconhecido pela investidora:


(Ajuste patrimonial feito pela investida) x (% participação no CS da investida)
 Lançamento feito pela investidora:

44
 Se ajuste for positivo (saldo CREDOR):

D - Investimento ( valor)
C - Outros Resultados Abrangentes

 Se ajuste for negativo (saldo DEVEDOR):

D - Outros Resultados Abrangentes

C - Investimento ( valor)

COMENTÁRIOS FINAIS sobre o MEP (modelos mais comuns de cálculo):


1) Banca solicita o impacto reconhecido na DRE da investidora em razão dos eventos ocorridos na
investida

 Dividendos entram nesse cálculo? NÃO!


 Ajustes acumulados no PL da investida entram nesse cálculo? NÃO!
 O que entra? O REP (baseado no resultado da investida) e, eventualmente, a receita decorrente
de compra vantajosa. Uma dedução possível do REP é o do LNR, se houver, ou da
depreciação/amortização do item que fundamentou o reconhecimento da mais valia (lembre-se
de que o goodwill é um item NÃO amortizável).

2) Banca solicita o valor reconhecido no BP da investidora na aquisição

 REGRA: valor pago


 EXCEÇÃO: valor justo, se este for SUPERIOR ao pago

3) Banca solicita o valor reconhecido no BP da investidora em razão dos eventos ocorridos na investida

 O que modifica valor o investimento? Tudo que é registrado tendo tal conta como
contrapartida: REP (positivo ou negativo), ajustes no PL da investida, distribuição
de dividendos, eventuais depreciações ou amortizações de mais valia.

38. Quando a participação do investidor nos prejuízos do período da coligada ou do


empreendimento controlado em conjunto se igualar ou exceder o saldo contábil de sua participação na
investida, o investidor deve descontinuar o reconhecimento de sua participação em perdas futuras (...)
39. Após reduzir, até zero, o saldo contábil da participação do investidor, perdas adicionais
devem ser consideradas, e um passivo deve ser reconhecido, somente na extensão em que o investidor
tiver incorrido em obrigações legais ou construtivas (não formalizadas) ou tiver feito pagamentos em
nome da investida. Se a investida subsequentemente apurar lucros, o investidor deve retomar o
reconhecimento de sua participação nesses lucros somente após o ponto em que a parte que lhe cabe
nesses lucros posteriores se igualar à sua participação nas perdas não reconhecidas.
39A. O disposto nos itens 38 e 39 não é aplicável a investimento em controlada no balanço
individual da controladora, devendo ser observada a prática contábil que produzir o mesmo resultado
líquido e o mesmo patrimônio líquido para a controladora que são obtidos a partir das demonstrações
consolidadas do grupo econômico, para atendimento ao requerido quanto aos atributos de relevância e de

45
representação fidedigna (o que já inclui a primazia da essência sobre a forma), conforme dispõem o
Pronunciamento Conceitual Básico.

46
CPC 20 – Custos
Ativo qualificável é aquele que, necessariamente, leva um período de tempo substancial para ficar
pronto para seu uso ou venda pretendidos.

7. Dependendo das circunstâncias, um ou mais dos seguintes ativos podem ser considerados ativos
qualificáveis:
(a) estoques;
(b) plantas industriais para manufatura;
(c) usinas de geração de energia;
(d) ativos intangíveis;
(e) propriedades para investimentos;
(f) plantas portadoras. (Incluída pela Revisão CPC 08)
Ativos financeiros e estoques que são manufaturados, ou de outro modo produzidos, ao longo de
um curto período de tempo, não são ativos qualificáveis.
Ativos que estão prontos para seu uso ou venda pretendidos quando adquiridos não são ativos
qualificáveis.

47
CPC 23 – Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

48
CPC 25 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes
A provisão é um passivo de prazo (vencimento) OU valor incertos;

Critérios de reconhecimento da PROVISÃO:


(a) obrigação presente (legal ou não formalizada) como resultado de evento passado;
(b) provável que será necessária uma saída de recursos para liquidar a obrigação; e
(c) possa ser feita uma estimativa confiável do valor da obrigação.

20. Uma obrigação envolve sempre outra parte a quem se deve a obrigação. Não é necessário, porém,
saber a identidade da parte a quem se deve a obrigação – na verdade, a obrigação pode ser ao público em
geral.

O valor reconhecido como provisão deve ser a MELHOR ESTIMATIVA do desembolso exigido para
liquidar a obrigação presente na data do balanço.

Provisão e outros passivos


11. As provisões podem ser distintas de outros passivos tais como contas a pagar e passivos derivados de
apropriações por competência (accruals) porque há incerteza sobre o prazo ou o valor do desembolso
futuro necessário para a sua liquidação. Por contraste:
(a) as contas a pagar são passivos a pagar por conta de bens ou serviços fornecidos ou recebidos e que
tenham sido faturados ou formalmente acordados com o fornecedor; e
(b) os passivos derivados de apropriações por competência (accruals) são passivos a pagar por bens ou
serviços fornecidos ou recebidos, mas que não tenham sido pagos, faturados ou formalmente
acordados com o fornecedor, incluindo valores devidos a empregados (por exemplo, valores
relacionados com pagamento de férias).
Embora algumas vezes seja necessário estimar o valor ou prazo desses passivos, a incerteza é geralmente
muito menor do que nas provisões. Os passivos derivados de apropriação por competência (accruals) são
frequentemente divulgados como parte das contas a pagar, enquanto as provisões são divulgadas
separadamente.

Passivo CONTINGENTE: NÃO deve ser reconhecido

 Obrigação POSSÍVEL que resulta de eventos passados e cuja EXISTÊNCIA será confirmada apenas
pela ocorrência ou não de 1 ou + EVENTOS FUTUROS INCERTOS não totalmente sob controle da
entidade; ou
 Obrigação PRESENTE que resulta de eventos passados, mas que NÃO É RECONHECIDA porque:
1. NÃO É PROVÁVEL QUE UMA SAÍDA de recursos seja exigida para liquidar a obrigação; ou
2. o VALOR da obrigação NÃO PODE SER MENSURADO com suficiente confiabilidade.

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Tabela resumo do CPC 25 para provisão e passivo contingente:

Tabela resumo do CPC 25 para ativo contingente:

Não confundir: Os ativos contingentes surgem normalmente de evento não planejado ou de


outros não esperados que dão origem à possibilidade de entrada de benefícios econômicos para a
entidade. Não são reconhecidos nas demonstrações contábeis, uma vez que pode se tratar de resultado
que nunca venha a ser realizado. Porém, quando a realização do ganho é praticamente certa, então
o ativo relacionado não é um ativo contingente e o seu reconhecimento é adequado.

Cuidado: Depósito Judicial realizado, relativo a um passivo trabalhista, por exemplo, trata-se de um
direito do devedor, pois permite-lhe liberar-se de sua obrigação. Deve ser apresentado no Ativo e não no
Passivo. Não se trata de provisão.

PROVISÃO DE REESTRUTURAÇÃO (itens 70 a 83 do CPC):

 Eventos que podem se encaixar:


o Extinção de linha de negócios;
o Fechamento de locais de negócios;
o Mudanças na estrutura da administração;
o Reorganizações Fundamentais

 Uma obrigação surge quando:


o Houver um plano formal detalhado; e
o Tiver criado expectativa válida nos afetados pela reestruturação.

 A provisão deve incluir somente os desembolsos que, simultaneamente, sejam:


o Ocasionados pela reestruturação; e
o Não associados às atividades em andamento da entidade.
o Ex.: Perdas operacionais futuras identificáveis até a data da reestruturação relacionadas a
um contrato oneroso.

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o OBS: Perdas operacionais futuras identificáveis até a data da reestruturação NÃO SERIAM
RECONHECIDAS, a menos que se RELACIONADAS COM CONTRATO ONEROSO.
 A provisão não inclui custos como:
o Treinamento/remanejamento da equipe permanente;
o Propaganda e Marketing;
o Investimentos em novos sistemas e redes de distribuição.

51
52
CPC 26 – Demonstrações Contábeis
CPC 26, 73. Se a entidade tiver a expectativa, e tiver poder discricionário, para refinanciar ou
substituir (roll over) uma obrigação por pelo menos doze meses após a data do balanço segundo
dispositivo contratual do empréstimo existente, deve classificar a obrigação como não circulante, mesmo
que de outra forma fosse devida dentro de período mais curto. Contudo, quando o refinanciamento ou a
substituição (roll over) da obrigação não depender somente da entidade (por exemplo, se não houver um
acordo de refinanciamento), o simples potencial de refinanciamento não é considerado suficiente para a
classificação como não circulante e, portanto, a obrigação é classificada como circulante.
74. Quando a entidade quebrar um acordo contratual (covenant) de um empréstimo de longo
prazo (índice de endividamento ou de cobertura de juros, por exemplo) ao término ou antes do término do
período de reporte, tornando o passivo vencido e pagável à ordem do credor, o passivo deve ser
classificado como circulante mesmo que o credor tenha concordado, após a data do balanço e antes da
data da autorização para emissão das demonstrações contábeis, em não exigir pagamento antecipado
como consequência da quebra do covenant. O passivo deve ser classificado como circulante porque, à data
do balanço, a entidade não tem o direito incondicional de diferir a sua liquidação durante pelo menos
doze meses após essa data.

53
Demonstração do Resultado

Estrutura da demonstração do resultado do exercício Lei 6404:


Faturamento bruto (venda bruta + IPI sobre faturamento)
(-) IPI sobre faturamento bruto
(=)Vendas brutas/Receita bruta de vendas/Receita operacional bruta
(-) Deduções da receita bruta
Devoluções e cancelamento de vendas
Abatimentos sobre vendas
Descontos incondicionais concedidos/descontos comerciais
(-) Impostos e contribuições sobre vendas e serviços (ICMS, ISS, PIS, COFINS)
(-) Ajuste a valor presente sobre clientes (Considerado pela RFB)
(=)Vendas líquidas/Receita líquida de vendas/Receita operacional líquida
(-) Custo da mercadoria vendida (CMV = Est. inicial + Compras líq. – Est. final)
(=)Lucro bruto/Resultado operacional bruto/Resultado com mercadorias
(-) Despesas operacionais
Com vendas
Administrativas
Gerais
(-) Financeiras líquidas (despesas financeiras – receitas financeiras)
(-) Outras despesas operacionais
(+) Outras receitas operacionais
(+/-) Resultado com MEP
(=) Resultado operacional líquido/Lucro ou prejuízo operacional líquido
(-) Outras despesas (antigas despesas não operacionais)
(+) Outras receitas (antigas receitas não operacionais)
(=) Resultado antes do Imposto de Renda e Contribuição Social sobre Lucro Líquido (LAIR)
(-) Despesa com provisão para Imposto de Renda e CSLL
(=) Resultado após o Imposto de Renda/CSLL e antes das participações (LADIR)
(-) Participações estatutárias sobre o lucro (DEA PiFou)
Debenturistas
Empregados
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Administradores
Partes beneficiárias
Fundo de assistência/previdência a empregados
(=) Lucro ou prejuízo líquido do exercício
(=) Lucro ou prejuízo por ação

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CPC 26 – Apresentação das Demonstrações Contábeis.:
Receitas
(-) CMV
(=) Lucro bruto
(-) Despesas
--- Vendas
--- Gerais e administrativas
--- Outras despesas e receitas operacionais
--- Resultado equivalência Patrimonial
(=) Resultado antes Receitas e Despesas financeiras
Despesas e Receitas financeiras
(=) Resultado antes tributos sobre o lucro
(-) Despesas tributos sobre o lucro
(=) Resultado das operações continuadas
+/- Resultado líquido após tributos das operações descontinuadas
(=) Resultado líquido do período
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Estrutura - Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados (DLPA):
Saldo do início do exercício (só se for prejuízo acumulado)
(+/-) Ajustes de exercícios anteriores
(+) Reversão de reservas de lucros do período
(+) Lucro líquido do exercício
(-) Transferência para reservas de lucros
a) Reserva Legal
b) Reserva Estatutária
c) Reservas para contingências
d) Reserva de retenção de lucros
e) Reserva de lucros a realizar
f) Reserva de incentivos fiscais
g) Reserva Especial de dividendo obrigatório não distribuído
h) Reserva específica de prêmio na emissão de debêntures
(-) Dividendos propostos
(-) Parcela dos lucros incorporada ao capital social
(-) Dividendos intermediários
(=) Saldo no fim do período

§ 1º Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os decorrentes de efeitos da


mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que
não possam ser atribuídos a fatos subsequentes.
§ 2º A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante do dividendo
por ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se
elaborada e publicada pela companhia.

Demonstração dos Fluxos de caixa

Método indireto:
Passo 1: Pegar o lucro líquido do exercício
Passo 2: Ajustar as receitas e despesas que não afetaram o caixa.
Passo 3 Eliminar o efeito das vendas e compras a prazo do caixa.

Atividades operacionais
Lucro líquido
(+) Depreciação, amortização e exaustão
(+)(-) Resultado da equivalência patrimonial
(+)(-) Resultado na alienação de imobilizado, investimentos ou intangíveis
(+) Despesas financeiras que não afetam o caixa (não pagas)
(-) Receitas financeiras que não afetam o caixa (não recebidas)
(=) Lucro ajustado
(+)(-) Variação nas contas do ativo circulante e realizável a longo prazo:
Duplicatas a receber
Clientes
(PDD)
(Duplicatas descontadas)
Estoques
Despesas antecipadas
(+)(-) Variação nas contas do passivo circulante e passivo não circulante:
57
Fornecedores
Contas a pagar
Impostos a recolher

As variações das contas do AC/ANC RLP e PC/PCN ficam, em síntese, do seguinte modo:

Fluxos de investimentos estão relacionados à compra e venda de ativos não circulantes e


investimentos que não sejam equivalentes de caixa.

Atividades de financiamento são aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na composição


do capital próprio e no capital de terceiros da entidade.
É composto pelo dinheiro dos sócios (aumento de capital) e de terceiros (empréstimos).

Demonstração dos fluxos de caixa – Método direto:


No método direto, usamos as contas patrimoniais e ajustamos pelas contas de resultado. Ou seja,
usamos as mesmas informações, mas a forma de cálculo muda. Usamos a fórmula: Saldo Inicial + Entradas
– Saídas = Saldo Final.

Exemplos de fluxos de caixa que decorrem das atividades operacionais são:


(a) recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e pela prestação de serviços;
(b) recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários, comissões e outras receitas;
(c) pagamentos de caixa a fornecedores de mercadorias e serviços;
(d) pagamentos de caixa a empregados ou por conta de empregados;
(e) recebimentos e pagamentos de caixa por seguradora de prêmios e sinistros, anuidades e outros
benefícios da apólice;
(f) pagamentos ou restituição de caixa de impostos sobre a renda, a menos que possam ser
especificamente identificados com as atividades de financiamento ou de investimento; e
(g) recebimentos e pagamentos de caixa de contratos mantidos para negociação imediata ou
disponíveis para venda futura.

Normalmente, o imposto de renda (e a Contribuição Social sobre o Lucro) é classificado entre as


atividades operacionais.
Mas, quando o Imposto de renda for identificado com uma determinada transação, da qual
resultem fluxos de caixa que sejam classificados como atividades de investimento ou de financiamento, o
fluxo de caixa dos impostos deve ser classificado como atividade de investimento ou de financiamento.

Exemplos de fluxos de caixa advindos das atividades de investimento são:


(a) pagamentos em caixa para aquisição de ativo imobilizado, intangíveis e outros ativos de longo
prazo. Esses pagamentos incluem aqueles relacionados aos custos de desenvolvimento ativados e aos
ativos imobilizados de construção própria;
(b) recebimentos de caixa resultantes da venda de ativo imobilizado, intangíveis e outros ativos de
longo prazo;
(c) pagamentos em caixa para aquisição de instrumentos patrimoniais ou instrumentos de dívida de
outras entidades e participações societárias em joint ventures (exceto aqueles pagamentos referentes a
títulos considerados como equivalentes de caixa ou aqueles mantidos para negociação imediata ou futura);

58
(d) recebimentos de caixa provenientes da venda de instrumentos patrimoniais ou instrumentos de
dívida de outras entidades e participações societárias em joint ventures (exceto aqueles recebimentos
referentes aos títulos considerados como equivalentes de caixa e aqueles mantidos para negociação
imediata ou futura);
(e) adiantamentos em caixa e empréstimos feitos a terceiros (exceto aqueles adiantamentos e
empréstimos feitos por instituição financeira);
(f) recebimentos de caixa pela liquidação de adiantamentos ou amortização de empréstimos
concedidos a terceiros (exceto aqueles adiantamentos e empréstimos de instituição financeira);
(g) pagamentos em caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap, exceto quando tais
contratos forem mantidos para negociação imediata ou futura, ou os pagamentos forem classificados
como atividades de financiamento; e
(h) recebimentos de caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap, exceto quando tais
contratos forem mantidos para negociação imediata ou venda futura, ou os recebimentos forem
classificados como atividades de financiamento.

Quando um contrato for contabilizado como proteção (hedge) de posição identificável, os fluxos
de caixa do contrato devem ser classificados do mesmo modo como foram classificados os fluxos de caixa
da posição que estiver sendo protegida.

Exemplos de fluxos de caixa advindos das atividades de financiamento são:


(a) caixa recebido pela emissão de ações ou outros instrumentos patrimoniais;
(b) pagamentos em caixa a investidores para adquirir ou resgatar ações da entidade;
(c) caixa recebido pela emissão de debêntures, empréstimos, notas promissórias, outros títulos de
dívida, hipotecas e outros empréstimos de curto e longo prazos;
(d) amortização de empréstimos e financiamentos; e
(e) pagamentos em caixa pelo arrendatário para redução do passivo relativo a arrendamento.
(arrendamento mercantil financeiro)

Alternativa diferente deve ser evidenciada em Nota Explicativa.

59
Distribuição do Valor Adicionado

Riqueza gerada = Vendas – Insumos adquiridos de 3º - Depreciação

A classificação correta para o ajuste a valor justo de ativos biológicos é reconhecido em


perda/recuperação de valores ativos (insumos adquiridos de terceiros), na DVA.

Remuneração de capitais de terceiros - valores pagos ou creditados aos financiadores externos de


capital.

60
Juros - inclui as despesas financeiras, inclusive as variações cambiais passivas, relativas a quaisquer
tipos de empréstimos e financiamentos junto a instituições financeiras, empresas do grupo ou outras
formas de obtenção de recursos. Inclui os valores que tenham sido capitalizados no período.

A construção de ativo próprio entra da DVA como receitas! Muita atenção.

Exemplos da Remuneração de Capitais de Terceiros: Valores pagos ou creditados aos financiadores


externos de capital, como, juros, alugueis, royalties, franquia, direitos autorais.

VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA:


- Receitas financeiras – inclui todas as receitas financeiras, inclusive as variações cambiais ativas,
independentemente de sua origem.
- Outras receitas – inclui os dividendos relativos a investimentos avaliados ao custo, aluguéis,
direitos de franquia, etc.
- Juros sobre capital próprio: recebido.

DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA:
- INSS do empregado: faz parte da remuneração direta.
- INSS do empregador: impostos, taxas e contribuições.
- Impostos, taxas e contribuições – valores relativos ao imposto de renda, contribuição social sobre
o lucro, contribuições ao INSS (incluídos aqui os valores do Seguro de Acidentes do Trabalho) que sejam
ônus do empregador, bem como os demais impostos e contribuições a que a empresa esteja sujeita. Para
os impostos compensáveis, tais como ICMS, IPI, PIS e COFINS, devem ser considerados apenas os valores
devidos ou já recolhidos, e representam a diferença entre os impostos e contribuições incidentes sobre as
receitas e os respectivos valores incidentes sobre os itens considerados como “insumos adquiridos de
terceiros”.
- Juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos – inclui os valores pagos ou creditados aos sócios
e acionistas por conta do resultado do período, ressalvando-se os valores dos JCP transferidos para conta
de reserva de lucros. Devem ser incluídos apenas os valores distribuídos com base no resultado do
próprio exercício, desconsiderando-se os dividendos distribuídos com base em lucros acumulados de
exercícios anteriores, uma vez que já foram tratados como “lucros retidos” no exercício em que foram
gerados.
- Lucros retidos e prejuízos do exercício – inclui os valores relativos ao lucro do exercício
destinados às reservas, inclusive os JCP quando tiverem esse tratamento; nos casos de prejuízo, esse valor
deve ser incluído com sinal negativo. As quantias destinadas aos sócios e acionistas na forma de JCP,
independentemente de serem registradas como passivo (JCP a pagar) ou como reserva de lucros, devem
ter o mesmo tratamento dado aos dividendos no que diz respeito ao exercício a que devem ser imputados.

61
62
CPC 27 - Ativo Imobilizado
Ativo imobilizado é o item tangível que:
(a) é mantido para uso na produção ou fornecimento de mercadorias ou serviços, para aluguel a
outros, ou para fins administrativos; e
(b) se espera utilizar por mais de um período.

Valor contábil é o valor pelo qual um ativo é reconhecido após a dedução da depreciação e da
perda por redução ao valor recuperável acumuladas.

Custo é o montante de caixa ou equivalente de caixa pago ou o valor justo de qualquer outro
recurso dado para adquirir um ativo na data da sua aquisição ou construção, ou ainda, se for o caso, o
valor atribuído ao ativo quando inicialmente reconhecido de acordo com as disposições específicas de
outros Pronunciamentos, como, por exemplo, o Pronunciamento Técnico CPC 10 – Pagamento Baseado em
Ações.

Valor depreciável é o custo de um ativo ou outro valor que substitua o custo, menos o seu valor
residual. Depreciação é a alocação sistemática do valor depreciável de um ativo ao longo da sua vida útil.

Valor específico para a entidade (valor em uso) é o valor presente dos fluxos de caixa que a
entidade espera:(i) obter com o uso contínuo de um ativo e com a alienação ao final da sua vida útil ou(ii)
incorrer para a liquidação de um passivo.

Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela
transferência de um passivo em uma transação NÃO forçada entre participantes do mercado na data de
mensuração.
Perda por redução ao valor recuperável é o valor pelo qual o valor contábil de um ativo ou de uma unidade
geradora de caixa excede seu valor recuperável.

Ativo imobilizado é o item tangível que:(a) é mantido para uso na produção ou fornecimento de
mercadorias ou serviços, para aluguel a outros, ou para fins administrativos; e(b) se espera utilizar por mais
de um período. Correspondem aos direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à
manutenção das atividades da entidade ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de
operações que transfiram a ela os benefícios, os riscos e o controle desses bens.

Valor recuperável é o MAIOR valor entre o valor justo MENOS os custos de venda de um ativo e seu
valor em uso.

Valor residual de um ativo é o valor estimado que a entidade obteria com a venda do ativo, após
deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo já tivesse a idade e a condição esperadas para o fim
de sua vida útil.

Vida útil é:(a) o período de tempo durante o qual a entidade espera utilizar o ativo; ou(b) o número
de unidades de produção ou de unidades semelhantes que a entidade espera obter pela utilização do
ativo.

8. Sobressalentes, peças de reposição, ferramentas e equipamentos de uso interno são


classificados como ativo imobilizado quando a entidade espera usá-los por mais de um período. Da

63
mesma forma, se puderem ser utilizados somente em conexão com itens do ativo imobilizado, também
são contabilizados como ativo imobilizado.

14. Uma condição para continuar a operar um item do ativo imobilizado (por exemplo, uma
aeronave) pode ser a realização regular de inspeções importantes em busca de falhas,
independentemente das peças desse item serem ou não substituídas. Quando cada inspeção importante
for efetuada, o seu custo é reconhecido no valor contábil do item do ativo imobilizado como uma
substituição se os critérios de reconhecimento forem satisfeitos.

- Peças de reposição, ferramentas e equipamentos de uso interno quando a entidade espera usá-
los por mais de um período → ATIVO IMOBILIZADO
- Gastos destinados à manutenção periódica de um item que compõe o ativo imobilizado
→ DESPESA
- Peças de reposição, ferramentas e equipamentos de uso interno quando a entidade espera usá-los
por mais de um período --> ATIVO IMOBILIZADO
- Paradas programadas pelo fabricante são gastos necessários para que o imobilizado seja utilizado
até a próxima inspeção --> ATIVO IMOBILIZADO

24. Um ativo imobilizado pode ser adquirido por meio de permuta por ativo não monetário, ou
conjunto de ativos monetários e não monetários. Os ativos objetos de permuta podem ser de mesma
natureza ou de naturezas diferentes. O texto a seguir refere-se apenas à permuta de ativo não monetário
por outro; todavia, o mesmo conceito pode ser aplicado a todas as permutas descritas anteriormente. O
custo de tal item do ativo imobilizado é mensurado pelo valor justo a não ser que (a) a operação de
permuta não tenha natureza comercial ou (b) o valor justo do ativo recebido e do ativo cedido não possam
ser mensurados com segurança. O ativo adquirido é mensurado dessa forma mesmo que a entidade não
consiga dar baixa imediata ao ativo cedido. Se o ativo adquirido não for mensurável ao valor justo, seu
custo é determinado pelo valor contábil do ativo cedido.

64
65
CPC 28 – Propriedade Para Investimento
32. Esta Norma exige que todas as entidades mensurem o valor justo de propriedades para
investimento para a finalidade de mensuração (se a entidade usar o método do valor justo) ou de
divulgação (se usar o método do custo). Incentiva-se a entidade, mas não se exige dela, a mensurar o
valor justo das propriedades para investimento tendo por base a avaliação de avaliador independente que
tenha qualificação profissional relevante e reconhecida e que tenha experiência recente no local e na
categoria da propriedade para investimento que esteja sendo avaliada.

35. O ganho ou a perda proveniente de alteração no valor justo de propriedade para investimento
deve ser reconhecido no resultado do período em que ocorra.

60. Para a transferência de propriedade para investimento contabilizada pelo valor justo para propriedade
ocupada pelo proprietário ou para estoque, o custo considerado da propriedade para subsequente contabilização,
de acordo com o CPC 27, o CPC 06 ou o CPC 16, deve ser o seu valor justo na data da alteração de uso.

66
CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada

ATIVO NÃO CIRCULANTE MANTIDO PARA VENDA E OPERAÇÃO DESCONTINUADA (CPC 31)
Itens relevantes do Pronunciamento:
1. (...) Em particular, o Pronunciamento exige que os ativos que satisfazem aos critérios de classificação
como MANTIDOS PARA VENDA sejam:
(a) classificados no CIRCULANTE e mensurados pelo menor entre o valor contábil até então registrado e
o valor justo menos as despesas de venda, e que a depreciação ou a amortização desses ativos CESSE;
(b) apresentados separadamente no balanço patrimonial e que os resultados das
operações descontinuadas sejam apresentados separadamente na demonstração do resultado.

67
Com relação ao item (a): no Teste de recuperabilidade, comparamos o valor recuperável com o valor
contábil. O valor recuperável é o maior entre o valor de uso e o valor líquido de venda. Mas, no caso
de ativo não circulante mantido para venda, o valor do ativo será recuperável apenas através da venda, e
não mais do uso.
Assim, o ativo nesta situação deve ser avaliado pelo valor contábil ou pelo valor justo menos as despesas
de vendas, dos dois o menor. Repare que é idêntico ao procedimento para o teste de recuperabilidade,
com o abandono do valor de uso.

7. (...) o ativo ou o grupo de ativos mantido para venda deve estar disponível para venda IMEDIATA em
suas condições atuais, sujeito apenas aos termos que sejam habituais e costumeiros para venda de tais
ativos mantidos para venda. Com isso, a sua venda deve ser altamente provável.

8. Para que a venda seja altamente provável, o nível hierárquico de gestão apropriado deve estar
comprometido com o plano de venda do ativo, e deve ter sido iniciado um programa firme para localizar
um comprador e concluir o plano. Além disso, o ativo mantido para venda deve ser efetivamente colocado
à venda por preço que seja razoável em relação ao seu valor justo corrente. Ainda, deve-se esperar que a
venda se qualifique como concluída em até um ano a partir da data da classificação, com exceção do que
é permitido pelo item 9, e as ações necessárias para concluir o plano devem indicar que é improvável que
possa haver alterações significativas no plano ou que o plano possa ser abandonado.

32. Uma operação descontinuada é um componente da entidade que foi baixado ou está classificado
como mantido para venda e
(a) representa uma importante linha separada de negócios ou área geográfica de operações;
(b) é parte integrante de um único plano coordenado para venda de uma importante linha separada de
negócios ou área geográfica de operações; ou
(c) é uma controlada adquirida exclusivamente com o objetivo da revenda.

Os resultados do período de uma operação descontinuada são apresentados numa ÚNICA LINHA (não
importando se são 1 ou 30 negócios descontinuados) na demonstração do resultado, separadamente das
receitas de despesas operacionais continuadas, no final da demonstração. Nessa mesma linha deve estar
também somado o resultado líquido do tributo na operação de vendas. Todos os detalhes relativos a essa
linha devem ser explicitados preferencialmente em nota explicativa (Atenção! Isso não é a mesma coisa
que dizer que será apresentada em uma demonstração de resultado em separado das operações
continuadas! Errado!)
A entidade deve divulgar os fluxos de caixa líquidos das atividades operacionais, de investimento e de
financiamento das operações descontinuadas.

33. A entidade deve evidenciar:


(a) um montante único na demonstração do resultado compreendendo:
(i) o resultado total após o imposto de renda das operações descontinuadas; e
(ii) os ganhos ou as perdas após o imposto de renda reconhecidos na mensuração pelo valor justo menos
as despesas de venda ou na baixa de ativos ou de grupo de ativos mantidos para venda que constituam
a operação descontinuada.
(c) os fluxos de caixa líquidos atribuíveis às atividades operacionais, de investimento e de financiamento
das operações descontinuadas.
Essas evidenciações podem ser apresentadas nas notas explicativas ou nos quadros das demonstrações
contábeis. Essas evidenciações não são exigidas para grupos de ativos mantidos para venda que
sejam controladas recém-adquiridas que satisfaçam os critérios de classificação como destinadas à venda
no momento da aquisição.

68
Porém, atenção:
38. A entidade deve apresentar o ativo não circulante classificado como mantido para
venda separadamente dos outros ativos no balanço patrimonial. Os passivos de grupo de ativos
classificado como mantido para venda devem ser apresentados separadamente dos outros passivos no
balanço patrimonial. Esses ativos e passivos não devem ser compensados nem apresentados em um único
montante.
Ou seja, conforme vimos no item 1., os mantidos para a venda têm que ser apresentados separadamente
no BP e na DRE. Porém nada fala em montante único! Isso é só para as operações descontinuadas!

69
70
CPC 32 – Tributos Sobre o Lucro
Objetivo e Alcance

O objetivo do CPC 32 é estabelecer o tratamento contábil para os tributos sobre o lucro. Aplica-se,
portanto, à contabilização de tributos sobre o lucro.

Segundo o CPC 32, o termo tributo sobre o lucro também inclui impostos, tais como impostos
retidos na fonte, que são devidos por controlada, coligada ou empreendimento sob controle conjunto
(joint venture) nas distribuições (créditos ou pagamentos) à entidade que apresenta o relatório.

Destaca-se que o CPC 32 não trata dos métodos de contabilidade para concessões governamentais
(o CPC 07 – Subvenção e Assistência Governamentais é que trata dessa parte) ou créditos fiscais de
investimentos. Entretanto, o CPC 32 trata da contabilização das diferenças temporárias que podem surgir
de créditos fiscais de tais subvenções ou investimentos.

O CPC 32 informa que a questão principal na contabilização dos tributos sobre o lucro é como
contabilizar os efeitos fiscais atuais e futuros de:
a) futura recuperação (liquidação) do valor contábil dos ativos (passivos) que são reconhecidos no
balanço patrimonial da entidade; e
b) operações e outros eventos do período atual que são reconhecidos nas demonstrações contábeis
da entidade.

Definições

A seguir temos algumas definições importantes para o entendimento de alguns dispositivos do CPC
32. Vamos a elas!

Resultado contábil é o lucro ou prejuízo para um período antes da dedução dos tributos sobre o
lucro.

Lucro tributável (prejuízo fiscal) é o lucro (prejuízo) para um período, determinado de acordo com
as regras estabelecidas pelas autoridades tributárias, sobre o qual os tributos sobre o lucro são devidos
(recuperáveis). Veja que lucro tributável (fiscal) é uma situação oposta a prejuízo fiscal.

Despesa tributária (receita tributária) é o valor total incluído na determinação do lucro ou prejuízo
para o período relacionado com o tributo sobre o lucro corrente ou diferido.

Tributo corrente é o valor do tributo devido (recuperável) sobre o lucro tributável (prejuízo fiscal)
do período.

Passivo fiscal diferido é o valor do tributo sobre o lucro devido em período futuro relacionado às
diferenças temporárias tributáveis.

Ativo fiscal diferido é o valor do tributo sobre o lucro recuperável em período futuro relacionado a:
a) diferenças temporárias dedutíveis;
b) compensação futura de prejuízos fiscais não utilizados; e
c) compensação futura de créditos fiscais não utilizados.

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Diferença temporária é a diferença entre o valor contábil de ativo ou passivo no balanço e sua base
fiscal. As diferenças temporárias podem ser tanto:
a) diferença temporária tributável, a qual é a diferença temporária que resulta em valores
tributáveis para determinar o lucro tributável (prejuízo fiscal) de períodos futuros quando o valor contábil
de ativo ou passivo é recuperado ou liquidado; ou
b) diferença temporária dedutível, a qual é a diferença temporária que resulta em valores que são
dedutíveis para determinar o lucro tributável (prejuízo fiscal) de futuros períodos quando o valor contábil
do ativo ou passivo é recuperado ou liquidado.

Base fiscal de ativo ou passivo é o valor atribuído àquele ativo ou passivo para fins fiscais. A despesa
tributária (receita tributária) compreende a despesa tributária corrente (receita tributária corrente) e a
despesa tributária diferida (receita tributária diferida).

Base Fiscal

A base fiscal de um ativo é o valor que será dedutível para fins fiscais contra quaisquer benefícios
econômicos tributáveis que fluirão para a entidade quando ela recuperar o valor contábil desse ativo. Se
aqueles benefícios econômicos não serão tributáveis, a base fiscal do ativo é igual ao seu valor contábil.
Exemplos (CPC 32):
§ Uma máquina custa R$ 100. Para fins fiscais a depreciação de R$ 30 já foi deduzida nos períodos
corrente e anterior, e o custo remanescente será dedutível nos períodos futuros, tanto como depreciação
ou por meio de dedução na alienação. O lucro gerado pelo uso da máquina é tributável, qualquer ganho
sobre a alienação da máquina é tributável e qualquer perda na venda é dedutível para fins fiscais. A base
fiscal da máquina é R$ 70.
§ Contas a receber têm o valor contábil de R$ 100. A receita relacionada já foi incluída no lucro
tributável (prejuízo fiscal). A base fiscal das contas a receber é R$ 100.
§ Um empréstimo a receber tem o valor contábil de R$ 100. O recebimento do empréstimo não
tem nenhum efeito fiscal. A base fiscal do empréstimo é R$ 100.

A base fiscal de um passivo é o seu valor contábil, menos qualquer valor que será dedutível para
fins fiscais relacionado àquele passivo em períodos futuros. No caso da receita que é recebida
antecipadamente, a base fiscal do passivo resultante é o seu valor contábil, menos qualquer valor da
receita que não será tributável em períodos futuros.

Exemplos (CPC 32):


§ O passivo circulante inclui despesas provisionadas com o valor contábil de R$ 100. A despesa
correspondente é deduzida para fins fiscais pelo regime de caixa. A base fiscal das despesas provisionadas
é zero.
§ O passivo circulante inclui receita de juros recebidos antecipadamente, com o valor contábil de
R$ 100. A receita de juros correspondente foi tributada em regime de caixa. A base fiscal dos juros
recebidos antecipadamente é zero.
§ O passivo circulante inclui despesas provisionadas com o valor contábil de R$ 100. A despesa
correspondente já foi deduzida para fins fiscais. A base fiscal das despesas provisionadas é R$ 100.
§ O passivo circulante inclui multas e penalidades provisionadas com o valor contábil de R$ 100.
Multas e penalidades não são dedutíveis para fins fiscais. A base fiscal das multas e penalidades
provisionadas é R$ 100.
§ Um empréstimo a pagar possui o valor contábil de R$ 100. O pagamento do empréstimo não tem
nenhum efeito fiscal. A base fiscal do empréstimo é R$ 100.

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O CPC 32 destaca que alguns itens possuem base fiscal, mas não são reconhecidos como ativos ou
passivos no balanço patrimonial.
Como exemplo dessa situação o Pronunciamento informa que os gastos com pesquisa devem ser
reconhecidos como despesa para determinar o lucro contábil no período no qual eles são incorridos, mas
esses gastos podem não ser dedutíveis para determinar o lucro tributável (prejuízo fiscal) até um período
posterior. A diferença entre a base fiscal dos gastos com pesquisa, que é o valor que as autoridades
tributárias permitem como dedução em períodos futuros, e o valor contábil zero é uma diferença
temporária dedutível que resulta em ativo fiscal diferido.

Princípio fundamental sobre o qual o CPC 32 está baseado: a entidade deve, com determinadas
exceções, reconhecer um passivo (ativo) fiscal diferido sempre que a (recuperação ou) a liquidação do
valor contábil de ativo ou passivo faça com que os futuros pagamentos de tributos sejam maiores
(menores) do que eles seriam se referida (recuperação ou) liquidação não tivessem nenhum efeito fiscal.

RECONHECIMENTO DE PASSIVOS E ATIVOS FISCAIS CORRENTES

Segundo o CPC 32, os tributos correntes relativos a períodos correntes e anteriores devem, na
medida em que não estejam pagos, ser reconhecidos como passivos. Se o valor já pago relacionado aos
períodos atual e anteriores exceder o valor devido para aqueles períodos, o excesso deve ser reconhecido
como ativo.

Ademais, o CPC 32 informa que o benefício referente a um prejuízo fiscal que pode ser compensado
para recuperar o tributo corrente de um período anterior deve ser reconhecido como ativo (tributo a
recuperar), porque é provável que o benefício fluirá para a entidade e o benefício pode ser medido
confiavelmente (atendimento do princípio geral do reconhecimento previsto no CPC 00).

RECONHECIMENTO DE PASSIVOS E ATIVOS FISCAIS DIFERIDOS

Diferença Temporária Tributável

Diferença temporária é a diferença entre o valor contábil de ativo ou passivo no balanço e sua base
fiscal. As diferenças temporárias podem ser tanto:
a) diferença temporária tributável, a qual é a diferença temporária que resulta em valores
tributáveis para determinar o lucro tributável (prejuízo fiscal) de períodos futuros quando o valor contábil
de ativo ou passivo é recuperado ou liquidado; ou
b) diferença temporária dedutível, a qual é a diferença temporária que resulta em valores que são
dedutíveis para determinar o lucro tributável (prejuízo fiscal) de futuros períodos quando o valor contábil
do ativo ou passivo é recuperado ou liquidado.

Regra: um passivo fiscal diferido deve ser reconhecido para todas as diferenças temporárias
tributáveis.
Para diferenças temporárias tributáveis relacionadas a investimentos em controladas, filiais e
coligadas, e interesses em empreendimentos sob controle conjunto, um passivo fiscal diferido deve ser
reconhecido (segue a regra, o CPC 32 apenas dá um destaque).

Exceções: o passivo fiscal diferido que advenha de:


a) reconhecimento inicial de ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill); ou
b) reconhecimento inicial de ativo ou passivo em transação que:
(i) não é combinação de negócios; e

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(ii) no momento da transação, não afeta nem o lucro contábil nem o lucro tributável
(prejuízo fiscal).

Outra exceção presente no item 39 do CPC 32 é a seguinte: Quando ambas as seguintes condições
sejam atendidas:
a) a empresa controladora, o investidor, o empreendedor em conjunto ou o operador em conjunto
seja capaz de controlar a periodicidade da reversão da diferença temporária; e
b) seja provável que a diferença temporária não se reverterá em futuro previsível.

Outro ponto que pode ser explorado em prova é quando surge uma diferença temporária. Vamos
estudar os principais casos:

Caso 1 – Quando o valor contábil de ativo excede sua base fiscal


O CPC 32 destaca que é inerente ao reconhecimento de ativo que seu valor contábil será
recuperado na forma de benefícios econômicos que fluem para a entidade em períodos futuros. Quando o
valor contábil de ativo excede sua base fiscal, o valor dos benefícios econômicos tributáveis excede o valor
que será permitido como dedução para fins fiscais. Essa diferença é uma diferença temporária tributável, e
a obrigação de pagar o tributo incidente sobre o lucro em períodos futuros é um passivo fiscal diferido. À
medida que a entidade recupera o valor contábil do ativo, a diferença temporária tributável reverterá e a
entidade terá lucro tributável. Isso torna provável que os benefícios econômicos venham fluir da entidade
na forma de pagamentos de tributos. Portanto, o CPC 32 exige o reconhecimento de todos os passivos
fiscais diferidos, com as exceções elencadas acima.
Exemplo:
Um ativo que tenha custado R$ 150 está com o valor contábil de R$ 100, por ter sido depreciado
contabilmente em R$ 50. Mas, a depreciação acumulada para fins fiscais é R$ 90 e a alíquota do tributo
sobre o lucro é de 25%.
Nesse caso, a base fiscal do ativo é R$ 60 (custo de R$ 150 menos a depreciação fiscal acumulada
de R$ 90).
Para recuperar o valor contábil de R$ 100, a entidade deve obter renda tributável de R$ 100, mas
somente poderá deduzir a depreciação para fins fiscais de R$ 60. Consequentemente, a entidade pagará
tributos sobre o lucro no valor de R$ 10 (25% de R$ 40) quando ela recuperar o valor contábil do ativo.
A diferença entre o valor contábil de R$ 100 e a base fiscal de R$ 60 é a diferença temporária
tributável de R$ 40. Portanto, a entidade deve reconhecer um passivo fiscal diferido de R$ 10
representando o tributo sobre o lucro que ela pagará quando recuperar o valor contábil do ativo.
No “frigir dos ovos”, temos o seguinte:
Base Fiscal = pega o custo histórico (150, no caso) e diminui da dedução fiscal permitida (90, no caso)
Passivo Fiscal Diferido = pega o percentual da tributação (25%, no caso) e aplica sobre a diferença
temporária tributável (valor contábil – base fiscal)

Caso 2 – Quando a receita ou a despesa está incluída no lucro contábil em um período, mas vai ser
incluída no lucro tributável em um período diferente.
Exemplos:
a) A depreciação usada para determinar o lucro tributável (prejuízo fiscal) pode diferir daquela
usada para determinar o lucro contábil. A diferença temporária é a diferença entre o valor contábil do
ativo e sua base fiscal, a qual é o custo original do ativo menos todas as deduções referentes àquele ativo
permitidas pelas autoridades tributárias para determinar o lucro tributável dos períodos corrente e
anteriores. (aqui se aplica o exemplo que estudamos no caso 1, não me pergunta por que o CPC 32 tratou
como se fosse outro caso).
b) os custos de desenvolvimento podem ser capitalizados e amortizados em períodos futuros para
determinar o lucro contábil, mas às vezes podem ser deduzidos para determinar o lucro tributável no
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período em que eles são incorridos. Esses custos de desenvolvimento possuem base fiscal zero, já que eles
foram deduzidos na apuração do lucro tributável. A diferença temporária é a diferença entre o valor
contábil dos custos de desenvolvimento e sua base fiscal zero.
Caso 3 – “Outros Casos”
Segundo o CPC 32, as diferenças temporárias também surgem quando:
a) os ativos identificáveis adquiridos e os passivos assumidos em combinação de negócios são
reconhecidos por seus valores justos de acordo com o CPC 15 – Combinação de Negócios, mas nenhum
ajuste equivalente é feito para fins fiscais;
b) os ativos são reavaliados e nenhum ajuste equivalente é feito para fins fiscais [como não há
permissão legal para a reavaliação no Brasil, na prática não se aplica esse exemplo];
c) ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill) surge em combinação de
negócios;
d) a base fiscal de ativo ou passivo no reconhecimento inicial difere de seu valor contábil inicial; por
exemplo, quando a entidade se beneficia de subvenções governamentais não tributáveis relacionadas a
ativos; ou
e) o valor contábil de investimentos em controladas, filiais e coligadas ou em interesses em
empreendimentos sob controle conjunto (joint ventures) torna-se diferente da base fiscal do investimento
ou interesse.

Diferença Temporária Dedutível

Diferença temporária dedutível é a diferença temporária que resulta em valores que são dedutíveis
para determinar o lucro tributável (prejuízo fiscal) de futuros períodos quando o valor contábil do ativo ou
passivo é recuperado ou liquidado.

Regra: o ativo fiscal diferido deve ser reconhecido para todas as diferenças temporárias dedutíveis
na medida em que seja provável a existência de lucro tributável contra o qual a diferença temporária
dedutível possa ser utilizada.

Exceções: Quando o ativo fiscal diferido surja do reconhecimento inicial de ativo ou passivo na
transação que:
a) não é uma combinação de negócios; e
b) no momento da transação não afeta nem o lucro contábil nem o lucro tributável (prejuízo fiscal).

O CPC 32 destaca que é inerente ao reconhecimento de um passivo que o valor contábil seja
liquidado em períodos futuros por meio de saída de recursos da entidade que incorporam benefícios
econômicos. Quando os recursos fluem da entidade, parte ou todos os seus valores podem ser dedutíveis
para determinar o lucro tributável de um período posterior ao período no qual o passivo é reconhecido.
Nesses casos, existe a diferença temporária entre o valor contábil do passivo e sua base fiscal.
Consequentemente, surge o ativo fiscal diferido relativo ao tributo sobre os lucros o qual será recuperável
nos períodos futuros quando aquela parte do passivo for dedutível para determinar o lucro tributável.
Similarmente, se o valor contábil do ativo é menor do que a sua base fiscal, a diferença dá margem a um
ativo fiscal diferido decorrente dos tributos sobre o lucro que devem ser recuperáveis em períodos futuros.

Exemplo (CPC 32):


A entidade reconhece o passivo de R$ 100 relativo à provisão para gastos com garantia de produto.
Para fins fiscais, os gastos de garantia de produto não são dedutíveis até que a entidade pague as
reclamações. A alíquota do tributo é de 25%.
Nesse caso, a base fiscal do passivo é zero (valor contábil de R$ 100, menos o valor que será
dedutível para fins fiscais relacionado àquele passivo em períodos futuros).
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Ao liquidar o passivo pelo seu valor contábil, a entidade reduz seu lucro tributável futuro no valor
de R$ 100 e, consequentemente, reduz seus futuros pagamentos de tributos em R$ 25 (25% de R$ 100).
A diferença entre o valor contábil de R$ 100 e a base fiscal de zero é a diferença temporária
dedutível de R$ 100. Portanto, a entidade reconhece o ativo fiscal diferido de R$ 25 desde que seja
provável que a entidade venha a obter lucro tributável suficiente nos períodos futuros para se beneficiar
da redução dos pagamentos de tributos.

O CPC 32 nos fornece alguns exemplos de diferenças temporárias dedutíveis que resultam em
ativos fiscais diferidos. Destacamos aqui os principais que vislumbramos serem passíveis em uma eventual
questão:
a) os gastos com pesquisa devem ser reconhecidos como despesa para determinar o lucro contábil
no período em que são incorridos, mas podem não ser dedutíveis para determinar o lucro tributável
(prejuízo fiscal) até um período posterior. A diferença entre a base fiscal dos gastos com pesquisa, que é o
valor que as autoridades tributárias permitem como dedução nos períodos futuros, e o valor contábil de
zero é a diferença temporária dedutível que resulta em ativo fiscal diferido;
b) determinados ativos podem ser registrados contabilmente ao valor justo, ou podem ser
reavaliados, quando isso é permitido legalmente, sem que um ajuste equivalente seja feito para fins fiscais.
A diferença temporária dedutível surge se a base fiscal do ativo exceder seu valor contábil;
c) Se o valor contábil do ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura ( goodwill) que surgir
de combinação de negócios for menor do que a sua base fiscal, a diferença dá margem a ativo fiscal
diferido. O ativo fiscal diferido advindo do reconhecimento inicial do ágio será reconhecido como parte da
contabilização de combinação de negócios na medida em que for provável que estará disponível lucro
tributável contra o qual a diferença temporária dedutível poderá ser utilizada.

Segundo o CPC 32 – Tributos sobre o Lucro, um passivo fiscal diferido deve ser reconhecido
quando ocorrer diferenças temporárias dedutíveis.
Comentários
O item está errado. Se liga na relação:
Diferenças temporárias tributárias estão relacionadas ao reconhecimento de passivo fiscal diferido.
Diferenças temporárias dedutíveis estão relacionadas ao reconhecimento de ativo fiscal diferido.

MENSURAÇÃO

Segundo o CPC 32, passivos (ativos) de tributos correntes referentes aos períodos corrente e
anterior devem ser mensurados pelo valor esperado a ser pago para (ou recuperado das) as autoridades
tributárias, utilizando as alíquotas de tributos (e legislação fiscal) que estejam aprovadas no final do
período que está sendo reportado.

Já os ativos e passivos fiscais diferidos devem ser mensurados pelas alíquotas que se espera que
sejam aplicáveis no período quando for realizado o ativo ou liquidado o passivo, com base nas alíquotas (e
legislação fiscal) que estejam em vigor ao final do período que está sendo reportado.

O CPC 32 informa que os ativos e passivos correntes e diferidos são geralmente mensurados
utilizando as alíquotas de tributos (e legislação fiscal) que estejam em vigor. Entretanto, em alguns países
os anúncios de alíquotas de tributos (e legislação fiscal) pelo governo têm o efeito substantivo de
promulgação real, a qual pode ocorrer muitos meses após o anúncio. Nesses países, os ativos e passivos
fiscais devem ser mensurados usando a alíquota de tributo anunciada (e as leis fiscais).

Segundo o CPC 32, quando diferentes alíquotas de tributos se aplicam a diferentes níveis de lucro
tributável, os ativos e passivos fiscais diferidos devem ser mensurados utilizando-se as alíquotas médias
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que se espera sejam aplicadas ao lucro tributável (prejuízo fiscal) dos períodos nos quais se espera que as
diferenças temporárias sejam revertidas.

Fechando nossa abordagem sobre mensuração, creio ser interessante destacar os seguintes itens
do CPC 32:
§ A mensuração dos passivos fiscais diferidos e dos ativos fiscais diferidos deve refletir os efeitos
fiscais que a entidade espera, ao final do período que está sendo reportado, recuperar ou liquidar o valor
contábil de seus ativos e passivos.
§ Ativos e passivos fiscais diferidos não devem ser descontados (ajustados a valor presente).

RECONHECIMENTO DE TRIBUTO DIFERIDO E CORRENTE

Itens Reconhecidos no Resultado

Como regra, os tributos correntes e diferidos devem ser reconhecidos como receita ou despesa e
incluídos no resultado do período.

As exceções informadas pela CPC 32 ocorrem quando o tributo provenha de:


§ transação ou evento que é reconhecido no mesmo período ou em um período diferente, fora do
resultado, em outros resultados abrangentes ou diretamente no patrimônio líquido;
§ combinação de negócios.

O CPC 32 destaca que a maior parte dos passivos fiscais diferidos e dos ativos fiscais diferidos
surge quando a receita ou a despesa estão incluídas no lucro contábil do período, mas estão incluídas no
lucro tributável (prejuízo fiscal) em período diferente. O tributo diferido resultante deve ser reconhecido
no resultado.
Exemplos (CPC 32):
§ receitas de juros, royalties ou dividendos são recebidas em atraso e incluídas no lucro contábil,
mas são incluídas em lucro tributável (prejuízo fiscal) em regime de caixa; e
§ custos de ativos intangíveis que tenham sido capitalizados de acordo com o CPC 04 – Ativo
Intangível e estão sendo amortizados no resultado, mas foram deduzidos para fins fiscais quando eles
foram incorridos.

O valor contábil de ativos e passivos fiscais diferidos pode ser alterado, mesmo que não exista
nenhuma alteração no valor das diferenças temporárias relacionadas. Isso pode resultar, por exemplo, de:
(a) alteração nas alíquotas do tributo ou na legislação fiscal;
(b) avaliação da recuperabilidade dos ativos fiscais diferidos; ou
(c) alteração na maneira esperada de recuperação de ativo.
O tributo diferido resultante é reconhecido no resultado, exceto quando ele estiver relacionado a
itens previamente reconhecidos fora do resultado (ver item 63).

Itens Reconhecidos Fora da Demonstração do Resultado

Segundo o CPC 32, tributo corrente ou tributo diferido devem ser reconhecidos fora do resultado se
o tributo se referir a itens que são reconhecidos no mesmo período ou em período diferente, fora do
resultado.

Portanto, o tributo corrente e o diferido que se relacionam a itens que são reconhecidos no mesmo
ou em período diferente:
a) em outros resultados abrangentes, devem ser reconhecidos em outros resultados abrangentes;
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b) diretamente no patrimônio líquido, devem ser reconhecidos diretamente no patrimônio líquido.

Um exemplo de item reconhecido em outros resultados abrangentes são as diferenças de câmbio


advindas da conversão de demonstrações contábeis de operação em moeda estrangeira, conforme
estudado na aula sobre o CPC 02.
Um exemplo de item reconhecido do PL são os ajustes no balanço de abertura de lucros retidos
resultantes tanto de mudança na política contábil que é aplicada retrospectivamente ou da correção de
erro, conforme estudado na aula sobre o CPC 23.

COMO É EXIGIDO EM PROVA!

Para acertar as questões de prova, objetivamente você precisa saber:

a) que existem dois tipos de tributos (correntes e diferidos);

b) que o tributo diferido, grosso modo, surge em decorrência do tratamento distinto existente em
determinadas circunstâncias entre a legislação contábil e a legislação tributária. Geralmente, as questões
tratam especificamente do Imposto de Renda Diferido.

c) pela legislação tributária existem despesas que são dedutíveis (operacionais) e as indedutíveis
para o cálculo do IR e da CSLL. A Lei n. 9.245/95 nos retorna as despesas que são consideradas
indedutíveis:
Lei n. 9.249/1995 [DESPESAS INDEDUTÍVEIS]
Art. 13. Para efeito de apuração do lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o
lucro líquido, são vedadas as seguintes deduções [...]
I - de qualquer provisão, exceto as constituídas para o pagamento de férias de empregados e de
décimo-terceiro salário [...]
II - das contraprestações de arrendamento mercantil e do aluguel de bens móveis ou imóveis,
exceto quando relacionados intrinsecamente com a produção ou comercialização dos bens e serviços;
III - de despesas de depreciação, amortização, manutenção, reparo, conservação, impostos, taxas,
seguros e quaisquer outros gastos com bens móveis ou imóveis, exceto se intrinsecamente relacionados
com a produção ou comercialização dos bens e serviços;
IV - das despesas com alimentação de sócios, acionistas e administradores;
V - das contribuições não compulsórias, exceto as destinadas a custear seguros e planos de saúde, e
benefícios complementares assemelhados aos da previdência social, instituídos em favor dos empregados e
dirigentes da pessoa jurídica;
VI - das doações, exceto as referidas no § 2º;
VII - das despesas com brindes.
VIII - de despesas de depreciação, amortização e exaustão geradas por bem objeto de
arrendamento mercantil pela arrendatária, na hipótese em que esta reconheça contabilmente o encargo.
§ 1º Admitir-se-ão como dedutíveis as despesas com alimentação fornecida pela pessoa jurídica,
indistintamente, a todos os seus empregados.

d) Da mesma forma, existem receitas dedutíveis (não operacionais), as quais não são tributadas.
Exemplos:
§ Receita de equivalência patrimonial;
§ Reversão de perdas estimadas para créditos de liquidação duvidosa;
§ Reversão de perdas para redução ao valor recuperável de ativos.
§ Receita com dividendos.

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e) Ainda, há a figura do prejuízo fiscal que, conforme estudamos nas definições, é aquele
determinado de acordo com as regras estabelecidas pelas autoridades tributárias (legislação tributária), o
qual pode ser compensado até o limite máximo de 30% do lucro líquido ajustado (lucro líquido do período
+ adições – exclusões);

f) Para facilitar o entendimento, vamos ter que estudar bem objetivamente o Livro de Apuração do
Lucro Real (LALUR).

Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR):


§ É um livro de escrituração de natureza eminentemente fiscal destinado à apuração extracontábil
do lucro real sujeito à tributação pelo imposto de renda em cada período de apuração, contendo, ainda,
elementos que poderão afetar os resultados de períodos futuros;
§ Estão obrigadas à escrituração do LALUR todas as pessoas jurídicas contribuintes do imposto de
renda com base no lucro real, inclusive aquelas que espontaneamente optarem por esta forma de
apuração;
§ O LALUR é composto de duas partes, a saber:
a) Parte A, destinada aos lançamentos de ajuste do lucro líquido do período (adições, exclusões e
compensações), tendo como fecho a transcrição da demonstração do lucro real; e
b) Parte B, destinada exclusivamente ao controle dos valores que não constem da escrituração
comercial, mas que devam influenciar a determinação do lucro real de períodos futuros. Nessa parte serão
mantidos os registros de controle de valores que, pelas suas características, integrarão a tributação de
períodos subsequentes, quer como adição, quer como exclusão ou compensação. Nessa parte temos as
adições e exclusões temporárias (as diferenças temporárias nos termos do CPC 32).
§ As adições representam as despesas indedutíveis (despesas tributadas), as quais descrevemos
acima;
§ As exclusões representam as receitas dedutíveis (receitas não tributadas), as quais
exemplificamos acima.
§ As compensações representam os prejuízos fiscais apurados em exercícios anteriores, os quais
poderão ser compensados nos períodos subsequentes no limite de 30% do lucro líquido positivo
subsequente.

O IR Diferido é o imposto (de renda) que vamos deixar para pagar depois.

O IR Diferido ocorre quando algumas despesas já contabilizadas no exercício são dedutíveis ou


tributáveis pela legislação tributária apenas em exercícios posteriores, no momento em que forem
efetivamente pagos. É nesse contexto que surgem as diferenças temporárias, quando reconhecemos as
receitas e despesas no resultado do período e a tributação desse resultado é reconhecida em período
posterior.

Veja que nesse caso há uma diferença entre o lucro contábil e o lucro tributável (lucro fiscal),
utilizado para o cálculo do IR e da CSLL. Essa diferença é evidenciada no LALUR.

ADIÇÕES TEMPORÁRIAS
Constaram como despesa na DRE atual, mas o Fisco não aceita que sejam deduções no período
atual. Entretanto, o Fisco permite que elas sejam dedutíveis em período posterior. Ou seja, constaram
como despesa hoje, mas geraram um direito de dedução futura, caracterizando um ATIVO fiscal diferido.
Vamos a alguns exemplos mais cobrados nas questões:
Provisões (exceto Férias e 13º): não são deduções no período em que são constituídas (tornam-se
adições ao Resultado Contábil para encontrarmos o Resultado Fiscal), mas serão deduções no período em

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que a despesa se confirmar, ou seja, quando houver de fato o pagamento da despesa (aí sim serão
excluídas do Resultado Contábil para encontrarmos o Resultado Fiscal).
Perdas estimadas com créditos de liquidação duvidosa (PECLD): tal qual as provisões, não é
dedução no período em que é constituída, mas será quando a perda se confirmar.
Despesa com Ajuste a Valor Justo: usando o exemplo de uma Propriedade para Investimento, na
constituição da despesa que diminuiu o valor do ativo, não houve perda real, pois o ativo ainda é de posse
da empresa. Essa perda só ocorrerá no momento da possível venda, por isso o diferimento da despesa.
EXCLUSÕES TEMPORÁRIAS
Direta ou indiretamente, constaram como receita na DRE atual, aumentando ou não diminuindo o
lucro. Isso gera uma obrigação futura de tributação, ocasionando um PASSIVO fiscal diferido (as adições
temporárias aparecem mais nas questões FGV do que as exclusões temporárias). Vejamos exemplos:
Excesso de Depreciação Fiscal: nos casos em que a depreciação para fins fiscais for maior que a
depreciação contábil, essa diferença deve ser excluída do Resultado Contábil para encontrarmos o
Resultado Fiscal. Entretanto, ela será tributada ao término da depreciação do bem e, por isso, é constituído
o passivo fiscal diferido.
Receita com Ajuste a Valor Justo: voltando ao exemplo de uma Propriedade para Investimento, na
constituição da receita que aumentou o valor do ativo, não houve ganho real, pois o ativo ainda é de posse
da empresa. Esse ganho só ocorrerá no momento da possível venda, por isso o diferimento da receita.

Lembre-se que pelo regime de competência quando reconhecemos uma receita, a despesa com o
IR correspondente deve ser reconhecida no período (na DRE), ainda que seu pagamento ocorra em data
futura (tributação diferida para efeitos fiscais).

Veja que o diferimento do IR é realizado para fins fiscais, sem alteração do resultado contábil (DRE),
haja vista o regime de competência, que não permite diferimento (postergação) do resultado.

IR Corrente: resulta da aplicação da alíquota de IR sobre a Base de Cálculo FISCAL (portanto, a


encontrada após os ajustes do resultado contábil)
IR Diferido (ou Ativo Fiscal Diferido): uma parcela desse IR Corrente conterá o IR Diferido, que
resulta da aplicação da alíquota do IR sobre a DIFERENÇA entre a Base de Cálculo contábil e a Base de
Cálculo fiscal QUE FOR DECORRENTE DAS DIFERENÇAS TEMPORÁRIAS.

Além do caso acima, o PREJUÍZO fiscal também gera ATIVO fiscal diferido, caso haja expectativa de
lucros futuros da empresa. Assim:
Quando Base Fiscal > Base Contábil (e essa diferença for decorrente de diferenças temporárias),
temos ATIVO fiscal diferido — pois estamos pagando mais imposto atualmente.
Quando Base Fiscal < Base Contábil (e essa diferença for decorrente de diferenças temporárias),
temos PASSIVO fiscal diferido — pois estamos deixando de pagar o imposto hoje para pagar futuramente.

(Pref. Cuiabá) Uma empresa apresentava em 31/12/X0 o seguinte balanço patrimonial:


Caixa: R$ 100.000
Capital Social: R$100.000
No ano X1, a empresa auferiu receitas à vista no valor de R$ 50.000,00 e incorreu em despesas à
vista no valor de R$ 80.000,00. Em 31/12/X1 foi feito um estudo e constatou-se que a empresa
apresentava perspectivas de lucros futuros.
No ano X2, a empresa auferiu receitas à vista no valor de R$ 90.000,00 e incorreu em despesas,
também à vista, no valor de R$ 70.000,00.
Assinale a opção que indica a provisão para o imposto sobre a renda e contribuição social da
empresa em 31/12/X2, considerando alíquota de 34%.
80
a) Zero.
b) R$ 2.040,00.
c) R$ 3.400,00.
d) R$ 4.760,00.
e) R$ 6.800,00.
Comentários
Para resolver essa questão, precisávamos ter o conhecimento relativo à compensação de 30% dos
prejuízos fiscais. Basicamente, a questão solicita o cálculo do imposto de renda (corrente) do ano X2.
Vamos efetuar os cálculos:
Exercício X1
Receitas 50.000,00
(-) Despesas (80.000,00)
(=) Prejuízo (contábil) do Exercício (30.000,00)
Como nada foi discriminado em termos de despesas (o que ensejaria a verificação se é dedutível ou
não), não há que se falar aqui em adições ou exclusões no LALUR. Nesse caso, o prejuízo contábil do
exercício de X1 é igual ao prejuízo fiscal. Como houve prejuízo fiscal em X1, no ano X2 a entidade poderá
compensar em até 30% do lucro.
Exercício X2
Receitas 90.000,00
(-) Despesas (70.000,00)
(=) Lucro (contábil) do Exercício 20.000,00
(-) Prejuízo Fiscal (compensação) (6.000.00) 30% de 20.000,00
(=) Base p/ IR 14.000,00
Logo, o IR (34%) será de 4.760,00 (34% de 14.000,00)
Gabarito: D

(AL-RO) Uma empresa apresentava o seguinte balanço patrimonial em 31/12/2016:


Caixa: R$ 100.000;
Capital Social: R$ 100.000.
No ano de 2017, aconteceram os seguintes fatos:
• 02/01: compra de um veículo para ser utilizado nos negócios da empresa por R$ 35.000 à vista. O veículo
tinha vida útil fiscal de cinco anos. No entanto, a empresa esperava utilizá-lo durante sete anos e doá-lo. A
empresa utiliza o método da linha reta para depreciar os seus ativos imobilizados.
• 01/10: reconhecimento de provisão para contingências de uma causa na justiça, no valor de R$ 15.000.
• 31/12: Reconhecimento da receita de serviços do ano, no valor de R$ 80.000. Os custos dos serviços
prestados foram de R$ 40.000. Todas as transações foram à vista.
Assinale a opção que indica o imposto sobre a renda corrente, em 31/12/2017, considerando a
alíquota de 34%.
a) R$ 6.120.
b) R$ 6.800.
c) R$ 11.220.
d) R$ 11.900.
e) R$ 13.600.
Comentários
Para encontrar o IR Corrente devemos considerar as regras do fisco. Logo, a despesa de
depreciação para fins fiscais nesse caso é de 7.000,00 (35.000,00/5 anos) e as despesas com provisão são
indedutíveis. Assim, temos:
Receitas 80.000,00
(-) Custos (40.000,00)
(-) Depreciação (p/ fins fiscais) (7.000,00)
81
(=) Lucro (fiscal) exercício 33.000,00
Logo, o IR Corrente será de 11.220,00 (34% de 33.000,00)
Nesse caso, não há informações referentes ao resultado do exercício anterior, logo não há que se
falar em compensação. Se houvesse prejuízo fiscal deveríamos realizar a compensação, seguindo o
raciocínio da questão anterior.
Vale destacar que o resultado contábil nesse caso ficaria:
Receitas 80.000,00
(-) Custos (40.000,00)
(-) Depreciação (contábil) (5.000,00) 35.000,00/7 anos
(-) Despesa c/ Provisão (15.000,00)
(=) Lucro (contábil) exercício 20.000,00
Óbvio que se você aplicar 34% sobre os 20 mil chega no valor de alguma opção... nesse caso seria a
opção “B”. Quantas vezes encontramos um valor e achamos que estamos “detonando”, mas na verdade
estamos “indo pro barro”.
Gabarito: C

82
(FGV – 2018) - Auditor Fiscal de Tributos Estaduais (SEFIN RO)
A Cia Beta apresentava os seguintes saldos em seu balanço patrimonial de 31/12/2015: Caixa: R$ 200.000
e Capital Social: R$ 200.000.

Em 01/01/2016 a sociedade empresária comprou um veículo por R$ 40.000 à vista. A vida útil estimada é
de dez anos e a sociedade empresária não considerava valor residual. A depreciação do veículo para fins
fiscais é de cinco anos.

Ainda no ano de 2016, ela auferiu receitas de serviços no valor de R$ 100.000. Os custos dos serviços
prestados foram de R$ 120.000. A sociedade empresária apresentava fortes perspectivas de lucros nos
anos seguintes.

No ano de 2017, ela auferiu Receitas de Serviços no valor de R$ 150.000. Já os custos dos serviços
prestados foram de R$ 130.000.

Em 31/12/2017, o imposto sobre a renda corrente e o imposto sobre a renda diferido da sociedade
empresária, de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 32, Tributos sobre o Lucro, considerando a
alíquota de imposto sobre a renda e a contribuição social fixa de 34%, são, respectivamente,
 A R$ 2.856 e R$ 2.584.
 B R$ 2.856 e R$ 1.360.
 C R$ 4.080 e R$ 1.360.
 D R$ 5.440 e zero.
 E R$ 5.440 e –R$ 1.224.

DE FORMA RESUMIDA PARA VOCÊ NÃO ESQUECER:

Ativo fiscal diferido = Eu pago MAIS tributo agora para pagar MENOS tributo no futuro.
Passivo fiscal diferido = Eu pago MENOS tributo agora para pagar MAIS tributo no futuro.
E, além disso, NÃO ESTÃO SUJEITO AO AJUSTE A VALOR PRESENTE do nosso CPC 12.

Informações importantes:
1. Duas depreciações: contábil e fiscal;
2. Prejuízo contábil em 2016.

83
A base para o cálculo do IR corrente de 2017 era:

Receita de Serviços 150.000


( - ) Custo dos Serviços 130.000
Lucro Bruto 20.000
( - ) Depreciação contábil 4.000
Lucro antes do IR/CSLL 16.000
( - ) IR/CSLL 34% 5.440

Beleza! Quando há prejuízos fiscais em anos anteriores, podemos compensar com 30% de lucros (fiscal)
futuros. Como em 2016 tivemos prejuízo, vamos abater 30% para compensar no lucro antes do IR de 2017.

A base fiscal será de:

Receita de Serviços 150.000


( - ) Custo dos Serviços 130.000
Lucro Bruto 20.000
( - ) Depreciação fiscal 8.000
Lucro antes do IR/CSLL 12.000
( - ) Compensação de prejuízo 30% 3.600
IR/CSLL 2.856

Portanto, teremos:
IR/CSLL contábil = R$ 5.440,00
IR/CSLL fiscal = R$ 2.856,00

Eu deixei de pagar, devido a ajustes fiscais de adições e/ou exclusões, o valor de:
R$ 5.440,00 - R$ 2.856,00 = R$ 2.584,00

Assim, o seguinte lançamento é realizado:


D - Despesa com IR R$ 5.440 (Resultado)
C - IR a Pagar R$ 2.856 (Passivo Circulante) – Imposto de Renda Corrente
C - IR Diferido R$ 2.584 (Passivo Não Circulante)

(FGV 2021) - Auditor Fiscal da Receita Estadual (SEFAZ ES)


A sociedade empresária Z apresentava o balanço patrimonial a seguir, em 31/12/X0.

No ano de X1, a sociedade empresária Z auferiu receitas de serviços de R$ 400.000 à vista. Os


custos com os serviços prestados foram de R$ 500.000, pagos à vista. Ainda, a sociedade empresária
reconheceu provisão para contingências de duas causas na justiça, a primeira de R$ 30.000 e a segunda de
R$ 10.000. A sociedade empresária Z apresentava fortes perspectivas de lucros nos anos seguintes.
No ano de X2, a sociedade empresária Z auferiu receitas de serviços de R$ 600.000 à vista. Os
custos dos serviços prestados foram de R$ 300.000, pagos à vista. Além disso, a sociedade empresária
ganhou a primeira causa na justiça e perdeu a segunda, tendo que pagar $10.000.

84
Assinale a opção que indica, respectivamente, o imposto sobre a renda diferido de Z em 31/12/20X1 e
em 31/12/20X2, evidenciado no Balanço Patrimonial, de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 32,
Tributos sobre o Lucro, considerando a alíquota de imposto sobre a renda e da contribuição social de 34%.
 A R$ 13.600 e zero.
 B R$ 13.600 e R$ 3.400
 C R$ 13.600 e R$ 32.980
 D R$ 47.600 e R$ 4.420
 E R$ 47.600 e R$ 43.180

Em X1:

Lucro Contábil
= 400.000 - 500.000 - 30.000 - 10.000
= (140.000)

Lucro Fiscal
= 400.000 - 500.000
= (100.000)

IR corrente = Lucro Fiscal x Alíquota


IR corrente = (100.000) x 34%
IR corrente = (R$ 34.000,00)

IR Diferido = (Lucro Contábil - Lucro Fiscal) x Alíquota


IR Diferido = [(140.000) - (100.000)] x 34%
IR Diferido = (40.000) x 34%
IR Diferido = (R$ 13.600,00) ➤ Ativo Diferido Fiscal

Aqui temos um problema Dona FGV... o IR Diferido é de R$ 13.600,00! O que acontece é que o lucro fiscal
é negativo e a FGV (erroneamente) considera isso também como IR Diferido, assim, o IR Diferido é tal que:

IR Diferido (para FGV) = (IR Corrente) + (IR Diferido)


IR Diferido (para FGV) = (34.000) + (13.600)
IR Diferido (para FGV) = R$ 47.600,00 ➤ Ativo Diferido Fiscal

Aí você pergunta, ué, mas 140.000 x 34% também dá esse valor de 47.600, por quê?
O cálculo total de IR a pagar (ou a compensar) apresentado no balanço seria:
IR Total (no Balanço) = IR Corrente + IR Diferido
IR Total (no Balanço) = Lucro Fiscal x Alíquota + (Lucro Contábil - Lucro Fiscal) x Alíquota
IR Total (no Balanço) = Lucro Fiscal x Alíquota + Lucro Contábil x Alíquota - Lucro Fiscal x Alíquota
IR Total (no Balanço) = Lucro Contábil x Alíquota

Para X2:

Lucro Contábil
= 600.000 - 300.00 + 30.000
= R$ 330.000,00

85
Lucro Fiscal
= 600.000 - 300.000 - 10.000
= R$ 290.000,00

Quando posso compensar do Lucro Fiscal? Até 30%, assim:


A compensar = Lucro Fiscal x 30%
A compensar = 290.000 x 30%
A compensar = R$ 87.000,00

Aí os professores, o que fazem? Eles vão lá, falam que tinha 100.000 de prejuízo fiscal, tiram esse valor a
compensar de 87.000 e socam 13.000 x 34% = R$ 4.420,00.

Realmente, foi isso, mas e aí?

Oras, primeiro tenho que entender duas coisas: o IR Corrente e o IR Diferido, vamos lá!

Lucro Fiscal (após compensação) = Lucro Fiscal - Compensação


Lucro Fiscal (após compensação) = 290.000 - 87.000
Lucro Fiscal (após compensação) = R$ 203.000,00

IR Corrente = Lucro Fiscal (após compensação) x Alíquota


IR Corrente = 203.000 x 34%
IR Corrente = R$ 69.020,00

Já o IR diferido:
IR Diferido = (Lucro Contábil - Lucro Fiscal após Compensação) x alíquota
IR Diferido = (330.000 - 203.000) x 34%
IR Diferido = R$ 43.180,00 ➤ Passivo Diferido Fiscal

Para você que estava se perguntando de onde apareceu esse valor de R$ 43.180,00 na letra E!

E aí? Eu compenso apenas esse valor de IR Diferido, ou seja:

IR Diferido (no Balanço) = IR Diferido Inicial - IR Diferido de X2


IR Diferido (no Balanço) = 47.600 - 43.180
IR Diferido (no Balanço) = R$ 4.420,00

O enunciado não perguntou, mas qual seria o lucro líquido na DRE?


Lucro Líquido = Lucro Antes do IR - IR Total (Corrente + IR Diferido Passivo)
Lucro Líquido = 330.000 - 69.020 - 43.180
Lucro Líquido = R$ 217.800,00

(FGV/Contador/MPE-AL/2018) Na elaboração do Balanço Patrimonial de uma entidade, o


imposto sobre a renda diferido, quando ativo, deve ser contabilizado
a) sempre como ativo circulante.
b) sempre como ativo realizável a longo prazo.
c) sempre como investimento.
d) como ativo circulante ou ativo realizável a longo prazo.
e) sempre como ativo circulante ou investimento.
86
Comentários:
Na verdade, essa questão exige conhecimento do previsto no CPC 26, senão vejamos:
56. Na situação em que a entidade apresente separadamente seus ativos e passivos circulantes e
não circulantes, os impostos diferidos ativos (passivos) não devem ser classificados como ativos circulantes
(passivos circulantes).
Gabarito: B
(FGV/Contador/DPE-MT/2015) Uma empresa, que tem histórico de ser lucrativa, realizou as
seguintes transações em 2014:
Receita de serviços (tributáveis): R$ 200.000,00.
Despesas com Provisão para Contingências Trabalhistas: R$ 50.000,00.
Despesas com multas (não dedutíveis): R$ 40.000,00.
De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 32 - Tributos sobre o Lucro, o lucro líquido da
empresa, em 31/12/2014, considerando alíquota fixa de 34%, foi de
a) R$ 51.000,00.
b) R$ 59.000,00.
c) R$ 72.600,00.
d) R$ 85.000,00
e) R$ 110.000,00.
Comentários
Observe que nessa questão temos informações referentes a apenas um exercício (ufa!), o que
facilita nossa vida, pois não há que se falar em compensação. A questão quer saber o valor do lucro líquido
em 2014.
Receitas 200.000,00
(-) Despesas c/ provisão (50.000,00)
(-) Despesas c/ multas (40.000,00)
(=) Resultado Antes do IR 110.000,00
Tendo em vista que as despesas acima descritas são indedutíveis, devem ser adicionadas no LALUR.
Assim, temos:
Resultado Fiscal – Exercício 2014
Resultado Antes do IR 110.000,00
(+) Adições (permanentes e temporárias) 90.000,00 [40mil (permanente) + 50mil (temporária)]
(=) Base Fiscal 200.000,00
(-) IR Corrente 34% (68.000,00)
E aqui entra mais um detalhe! Ocorre que as despesas com provisões são despesas temporariamente
indedutíveis e originam diferenças tributárias dedutíveis (a empresa pode abater no futuro e por isso gera
um ativo fiscal diferido).
Ativo Fiscal Diferido = 34% x 50.000,00 = 17.000,00
O lançamento dessa operação é o seguinte:
D – Ativo Fiscal Diferido (AÑC realizável a longo prazo)
C – IR Diferido (receita – DRE) ... 17.000,00
Assim, a despesa efetiva de IR será de 51.000,00, conforme demonstrado abaixo (68.000,00 – 17.000,00).
Resultado Contábil – Exercício 2014
Receitas 200.000,00
(-) Despesas c/ provisão (50.000,00)
(-) Despesas c/ multas (40.000,00)
(=) Resultado Antes do IR 110.000,00
(-) IR Corrente (68.000,00)
(+) IR Diferido 17.000,00
(=) Resultado Líquido (lucro) 59.000,00
Gabarito: B
87
(FBC/Exame de Suficiência CFC/2016.2) Uma Sociedade Empresária adquiriu, em 2.1.2015, um
equipamento por R$20.000,00. Estima-se que o equipamento será utilizado por quatro anos, e que seu
valor residual é desprezível. A depreciação é calculada pelo Método Linear.
Para fins fiscais, nesse caso hipotético, a legislação permite a depreciação em dois anos,
utilizando-se o Método Linear. Em razão da utilização do benefício fiscal, em 31.12.2015, a Sociedade
Empresária apurou um Lucro Antes dos Tributos sobre o lucro de R$100.000,00 e um Lucro Tributável de
R$95.000,00.
Considerando-se as disposições da NBC TG 32 (R2) – TRIBUTOS SOBRE O LUCRO e uma alíquota
hipotética de tributos sobre o lucro de 20%, é CORRETO afirmar que, no exercício de 2015:
a) a Despesa Tributária Total soma R$19.000,00. Composta de R$20.000,00 de Despesa Tributária
Corrente e R$1.000,00 de Receita Tributária Diferida.
b) a Despesa Tributária Total soma R$20.000,00. Composta de R$19.000,00 de Despesa Tributária
Corrente e R$1.000,00 de Despesa Tributária Diferida.
c) a diferença entre depreciação contábil e fiscal gerou uma diferença temporária tributável de
R$5.000,00, a qual resultou no registro de um Ativo Fiscal Diferido de igual valor.
d) a diferença entre depreciação contábil e fiscal gerou uma diferença temporária dedutível de
R$5.000,00, a qual resultou no registro de um Passivo Fiscal Diferido de igual valor.
Comentários
Aqui como a questão já forneceu os lucros (contábil e tributável), as informações sobre depreciação
não precisam ser utilizadas para chegar ao resultado.
Segundo o CPC 32, a despesa tributária compreende a despesa tributária corrente e a despesa
tributária diferida. Efetuando o cálculo, temos:
Despesa tributária = R$ 100.000,00 x 20% = 20.000,00
Essa despesa é composta pela despesa tributária corrente (19.000,00) e a despesa tributária
diferida (1.000,00):
95.000,00 x 20% = 19.000,00 (despesa tributária corrente)
20.000,00 – 19.000,00 = 1.000,00 (despesa tributária diferida)
Voltando às depreciações apenas para esclarecimento.
Depreciação contábil = 5.000,00 (20.000,00/4 anos)
Depreciação fiscal = 10.000,00 (20.000/2 anos)
Nesse caso, a diferença entre depreciação contábil e fiscal, no exercício de 2015, gerou uma diferença
temporária tributária de R$5.000,00, a qual resultou no registro de um Passivo Fiscal Diferido de igual
valor.
Gabarito: B

88
89
CPC 33 – Benefícios a Empregados
FOLHA DE PAGAMENTO

Quanto ao registro normal do salário de empregados, a contabilização se dá como qualquer outro


passivo, registrando a obrigação de pagamento em contrapartida a uma conta de despesa. Depois, quando
da efetivação do pagamento, baixa-se o passivo com contrapartida em Caixa ou Banco.

Os principais pontos de cuidado se dão em outros itens da folha:

 Encargos Sociais

INSS retido do funcionário: não é despesa da empresa! Há apenas o desconto do funcionário e o repasse
ao INSS.
No momento do fato gerador:
D – Despesa de salário 2.000
C – INSS retido a recolher (Passivo) 180
C – Salários a pagar (Passivo) 1.820
No pagamento do salário:
D – Salário a pagar 1.820
C – Caixa/Banco 1.820
No recolhimento ao INSS:
D – INSS retido a recolher 180
C – Caixa/Banco 180
Obs.: a contabilização do IRRF se dá dessa mesma forma.

INSS patronal: É despesa da empresa!


D – Despesa com INSS
C – INSS a recolher

FGTS: também é despesa da empresa.


D – Despesa com FGTS
C – FGTS a recolher

 Provisão para férias e para 13° salário

Deve-se contabilizar mensalmente o direito ao salário de férias (1/12), bem como também deve ser
contabilizado mensalmente (1/12) o Abono de Férias, que corresponde a 1/3 do salário. Da mesma forma,
deve-se contabilizar mensalmente o direito ao 13°salário (1/12).
Obs.: também devem ser provisionados os encargos sociais incidentes sobre o provisionamento.
Obs. 2: o 13º salário é com base no salário atual, ou seja, se houve aumento durante o ano, deverá ser
atualizada a provisão no mês do aumento.

 Salário família e Salário maternidade

Algumas questões também podem cobrar esses tópicos. O mais importante aqui é saber que ambos
são de responsabilidade da empresa, mas a contabilização é feita de maneira diferente, pois eles geram
crédito da empresa contra o INSS. Assim, no momento do reconhecimento, são contabilizados como ativos

90
a recuperar e, no momento em que a empresa pagar a Guia de pagamento do INSS, pode abater esses
valores:
D – salário família/salário maternidade (Ativo a recuperar);
C – salários a pagar

CPC 33 - BENEFÍCIOS A EMPREGADOS

 O objetivo deste Pronunciamento é estabelecer a contabilização e a divulgação dos benefícios


concedidos aos empregados. Para tanto, este Pronunciamento requer que a entidade reconheça:

(a) um passivo quando o empregado prestou o serviço em troca de benefícios a serem pagos no futuro; e
(b) uma despesa quando a entidade se utiliza do benefício econômico proveniente do serviço recebido do
empregado em troca de benefícios a esse empregado.

4. Os benefícios a empregados aos quais este Pronunciamento se aplica incluem aqueles


proporcionados:
(a) por planos ou acordos formais entre a entidade e os empregados individuais, grupos de
empregados ou seus representantes;
(b) por disposições legais, ou por meio de acordos setoriais, pelos quais se exige que as entidades
contribuam para planos nacionais, estatais, setoriais ou outros; ou
(c) por práticas informais que deem origem a uma obrigação construtiva (ou obrigação não
formalizada, conforme Pronunciamento Técnico CPC 25 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos
Contingentes). Práticas informais dão origem a uma obrigação construtiva quando a entidade não tiver
alternativa senão pagar os benefícios. Pode-se citar, como exemplo de obrigação construtiva, a situação
em que uma alteração nas práticas informais da entidade cause dano inaceitável no seu relacionamento
com os empregados.

61. A entidade deve contabilizar não somente a sua obrigação legal segundo os termos formais
de plano de benefício definido, mas também qualquer obrigação construtiva que surja a partir das
práticas informais da entidade. As práticas informais dão origem a uma obrigação construtiva quando a
entidade não tiver alternativa realista a não ser pagar os benefícios aos empregados. Um exemplo de
obrigação construtiva é quando uma alteração nas práticas informais da entidade causaria um dano
inaceitável no seu relacionamento com os empregados.

5. Os benefícios a empregados incluem:

(a) benefícios de curto prazo a empregados, como, por exemplo, os seguintes, desde que se espere que
sejam integralmente liquidados em até doze meses após o período a que se referem as demonstrações
contábeis em que os empregados prestarem os respectivos serviços:
(i) ordenados, salários e contribuições para a seguridade social;
(ii) licença anual remunerada e licença médica remunerada;
(iii) participação nos lucros e bônus; e
(iv) benefícios não monetários (tais como assistência médica, moradia, carros e bens ou serviços
gratuitos ou subsidiados) para empregados atuais;

(b) benefícios pós-emprego:


Aposentadoria
Pensões
Seguro de vida

91
Assistência médica pós-emprego

(c) outros benefícios de longo prazo aos empregados, tais como:


(i) ausências remuneradas de longo prazo, tais como licenças por tempo de serviço ou sabáticas;
(ii) jubileu ou outros benefícios por tempo de serviço; e
(iii) benefícios por invalidez de longo prazo;
Porém, mais adiante no CPC também é previsto o seguinte:
153. Outros benefícios de longo prazo a empregados incluem itens como, por exemplo, os
seguintes, se a entidade não espera que sejam integralmente liquidados em até doze meses após o período
a que se referem as demonstrações contábeis em que os empregados prestarem os respectivos serviços:
(a) ausências remuneradas de longo prazo, como, por exemplo, licença por tempo de serviço
ou licença sabática;
(b) jubileu ou outros benefícios por tempo de serviço;
(c) benefícios de invalidez de longo prazo;
(d) participação nos lucros e bônus; e
(e) remuneração diferida.

(d) benefícios rescisórios (proveniente de rescisão tanto por decisão da entidade quanto do empregado).

Benefícios a empregados incluem benefícios a seus dependentes!

Definições relativas à classificação de planos

Planos de benefícios pós-emprego são acordos formais ou informais nos quais a entidade se
compromete a proporcionar benefícios pós-emprego a um ou mais empregados. Tais programas em geral
se enquadram como planos de contribuição definida ou de benefício definido, conforme seus principais
termos e condições. Cada um desses planos também apresenta riscos para ambas as partes envolvidas,
empregador e empregados.

Planos de contribuição definida são planos de benefícios pós-emprego nos quais a entidade
patrocinadora paga contribuições fixas a uma entidade separada (fundo), não tendo nenhuma obrigação

92
legal ou construtiva de pagar contribuições adicionais se o fundo não possuir ativos suficientes para pagar
todos os benefícios aos empregados relativamente aos seus serviços do período corrente e anterior.
Contribuição definida: similar a uma aplicação. Se o plano for deficitário, por exemplo pelo baixo
rendimento dos investimentos ou novo cálculo atuarial em que a expectativa de vida cresça, a sua
aposentadoria poderá diminuir (para cobrir temporariamente o déficit).

Planos de benefício definido são planos de benefícios pós-emprego que não sejam planos de
contribuição definida.
Benefício definido: similar ao INSS, independente de quanto você contribuir, o governo é obrigado a
complementar o valor para chegar no quanto você precisar receber de aposentadoria, mesmo a
previdência estando deficitária.

Classificação

ATIVO CIRCULANTE
OUTROS CRÉDITOS
Créditos de funcionários
a) Adiantamentos para viagens
b) Adiantamentos para despesas

93
c) Antecipação de salários e ordenados
d) Empréstimos a funcionários
e) Antecipação de 13º salário
f) Antecipação de férias

(FCC 2016) - Analista de Gestão Financeira e Contábil (CREMESP)/Contábil

94
Com base nessas informações, é correto afirmar que, no mês de setembro de 2016,
 A o valor do IRRF foi R$ 75,00.
 B o valor do INSS descontado foi R$ 251,80.
 C o valor recebido pela funcionária foi R$ 2.544,17.
 D o valor recebido pela funcionária foi R$ 2.354,17.
 E o valor recebido pela funcionária foi R$ 2.401,67.

INSS = Salário Bruto * Alíquota


INSS = 2.900 * 11%
INSS = 319,00

Salário Bruto........................2.900,00
(-) INSS (11%)......................(319,00)
(-) Salário Família.................(190,00)
= Base de Cálculo do IRRF....2.391,00

IRRF = (Base de Cálculo * Alíquota) - Dedução do Dependente


IRRF = (2.391,00 * 7,5%) - 142,50
IRRF = 179,33 - 142,50
IRRF = 36,83

Salário Bruto......................2.900,00
(-) INSS............................(319,00)
(-) IRRF.............................(36,83)
95
= Valor Recebido............2.544,17

96
CPC 48 – Instrumentos Financeiros
A entidade deve reconhecer um ativo financeiro ou um passivo financeiro em seu balanço
patrimonial, quando, E APENAS QUANDO, a entidade se tornar parte das disposições contratuais do
instrumento.

A entidade deve classificar ativos financeiros como subsequentemente mensurados ao custo


amortizado (CA), ao valor justo por meio de outros resultados abrangentes (VJORA) ou ao valor justo por
meio do resultado (VJR) com base em dois aspectos:

 Modelo de negócios da entidade para a gestão dos ativos financeiros; e


 Características de fluxo de caixa contratual do ativo financeiro.

O ativo financeiro deve ser mensurado ao custo amortizado (CA) se AMBAS as seguintes condições
forem atendidas:

 O ativo financeiro for mantido dentro de modelo de negócios cujo objetivo seja MANTER ativos
financeiros com o fim de receber fluxos de caixa contratuais; e
 Os termos contratuais do ativo financeiro derem origem, em datas especificadas, a fluxos de caixa
que constituam, exclusivamente, pagamentos de principal e juros sobre o valor do principal em
aberto.

O ativo financeiro deve ser mensurado ao valor justo por meio de outros resultados abrangentes
(VJORA) se AMBAS as seguintes condições forem atendidas:

 O ativo financeiro for mantido dentro de modelo de negócios cujo objetivo seja atingido tanto
pelo recebimento de fluxos de caixa contratuais quanto pela VENDA de ativos financeiros; e
 Os termos contratuais do ativo financeiro derem origem, em datas especificadas, a fluxos de caixa
que constituam exclusivamente pagamentos de principal e juros sobre o valor do principal em
aberto.

O ativo financeiro deve ser mensurado ao valor justo por meio do resultado (VJR), a menos que seja
mensurado ao CA ou ao VJORA. Ou seja, é residual!

Porém, a entidade pode, no reconhecimento inicial, designar de modo irrevogável o ativo


financeiro como mensurado ao valor justo por meio do resultado (VJR) se, ao fazê-lo, puder eliminar ou
reduzir significativamente uma inconsistência de mensuração ou de reconhecimento que, de outro modo,
pode resultar da mensuração de ativos ou passivos ou do reconhecimento de ganhos e perdas nesses
ativos e passivos em bases diferentes.
OBS.: Vai ser irrevogável porque estaremos “quebrando” a hierarquia, onde teríamos que usar
o VJR somente de forma residual; como vamos usá-lo logo de início, essa decisão será irrevogável.

97
MENSURAÇÃO:

MACETE: quanto aos JUROS, sempre irão para o resultado (receita); seja pelo CA, VJORA ou VJR.
O que vai variar de uma avaliação para outra é o ajuste a valor justo:
CA: não sofre ajuste a valor justo, somente é corrigido pelos juros;
VJR: a diferença entre o valor justo e o juros vai para o resultado tb (assim como o juros);
VJORA: a diferença entre o valor justo e o juros vai para o PL - Ajuste de Avaliação Patrimonial.

Derivativo é um instrumento financeiro ou outro contrato que possui todas as três características
seguintes:

1. Seu valor se altera em resposta a mudanças na taxa de juros específica, no preço de instrumento
financeiro, preço de commodity, taxa de câmbio, etc., desde que, no caso de variável não
financeira, a variável não seja específica a uma parte do contrato;
2. Não é necessário qualquer desembolso inicial ou o desembolso inicial é menor do que seria
exigido para outros tipos de contratos onde seria esperada resposta semelhante às mudanças nos
fatores de mercado; e
3. Deve ser liquidado em data futura. (Portanto, será registrado no ANC).

5.5 Redução ao valor recuperável


5.5.8 A entidade deve reconhecer no resultado, como ganho ou perda na redução ao valor recuperável,
o valor das perdas de crédito esperadas (ou reversão) requerido para ajustar a provisão para perdas na
data de relatório ao valor que deve ser reconhecido, de acordo com este pronunciamento.

98
6.3.7 A entidade pode designar um item em sua totalidade ou um componente de item como item
protegido em relação de proteção. Um item inteiro compreende todas as alterações nos fluxos de caixa ou
no valor justo do item. Um componente compreende menos do que a alteração de valor justo total ou
variabilidade de fluxo de caixa do item. Nesse caso, a entidade pode designar somente os seguintes tipos
de componentes (incluindo combinações) como itens protegidos:
(a) somente alterações nos fluxos de caixa ou no valor justo de item atribuível a risco ou riscos
específicos (componente de risco), desde que, com base na avaliação dentro do contexto da estrutura de
mercado específico, o componente de risco seja separadamente identificável e mensurável de forma
confiável (ver itens B6.3.8 a B6.3.15). Componentes de risco incluem a designação de apenas alterações
nos fluxos de caixa ou no valor justo de item protegido acima ou abaixo de determinado preço ou outra
variável (risco unilateral).
(b) um ou mais fluxos de caixa contratuais selecionados;
(c) componentes do valor nominal, ou seja, uma parte específica do valor do item (ver itens B6.3.16 a
B6.3.20).

6.6.5 Para ativos e passivos que são protegidos em conjunto como grupo no hedge de valor justo, o
ganho ou a perda no balanço patrimonial em ativos e passivos individuais devem ser reconhecidos como
ajuste ao valor contábil dos respectivos itens individuais, que integram o grupo de acordo com o item
6.5.8(b).

6.7.4 Quando a entidade descontinuar a mensuração do instrumento financeiro, que dá origem


ao risco de crédito, ou uma proporção desse instrumento financeiro, ao valor justo por meio do
resultado, o valor justo desse instrumento financeiro na data da descontinuação torna-se seu novo valor
contábil. Subsequentemente, a mesma mensuração, que foi utilizada antes de designar o instrumento
financeiro ao valor justo por meio do resultado, deve ser aplicada (incluindo amortização que resulte do
novo valor contábil). Por exemplo, o ativo financeiro, que havia sido originalmente classificado como
mensurado ao custo amortizado, reverteria para essa mensuração e sua taxa de juros efetiva seria
recalculada com base em seu novo valor contábil bruto, na data da descontinuação da mensuração ao
valor justo por meio do resultado.

B5.5.1 Para atender ao objetivo de reconhecer perdas de crédito esperadas para aumentos
significativos em risco de crédito desde o reconhecimento inicial, pode ser necessário realizar a avaliação
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de aumentos significativos em risco de crédito, coletivamente, mediante a consideração de informações
que indiquem aumentos significativos em risco de crédito sobre, por exemplo, grupo ou subgrupo de
instrumentos financeiros. Isso serve para garantir que a entidade atenda ao objetivo de reconhecer perdas
de crédito esperadas, quando existirem aumentos significativos em risco de crédito, mesmo se a evidência
desses aumentos significativos em risco de crédito no nível do instrumento individual ainda não estiver
disponível.

B5.5.7 A avaliação sobre se as perdas de crédito esperadas devem ser reconhecidas baseia-se em
aumentos significativos na probabilidade ou risco de inadimplência que ocorre desde o reconhecimento
inicial (independentemente de se o instrumento financeiro foi reprecificado para refletir aumento no
risco de crédito) e não com base em evidência do ativo financeiro que apresenta problemas de
recuperação de crédito na data do relatório contábil ou na ocorrência de inadimplência real. De modo
geral, há aumento significativo no risco de crédito, antes que o ativo financeiro apresente problemas de
recuperação de crédito ou que ocorra a inadimplência real.

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