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MANUAL

Curso: Técnico de Apoio à Gestão

Módulo: 6222 – Introdução ao Código de Contas e Normas

Contabilísticas

Formador:

2020
Conteúdo
1. Introdução ................................................................................................................. 5

2. Conceitos Fundamentais ........................................................................................... 7

3. Código de Contas....................................................................................................... 9

4. Notas de Enquadramento ....................................................................................... 11

Classe 1 – Meios Financeiros Líquidos ....................................................................... 11

Classe 2 – Contas a Receber e a Pagar ....................................................................... 12

Classe 3 – Inventários e Ativos Biológicos .................................................................. 18

Classe 4 – Investimentos ............................................................................................ 19

Classe 5 – Capital, Reservas e Resultados Transitados .............................................. 21

Classe 6 – Gastos – Esta classe inclui os Gastos e as Perdas respeitantes ao

período……………………………………………………………………………………………………………………………….24

Classe 7 – Rendimentos – inclui os rendimentos e Ganhos respeitantes ao período 26

Classe 8 – Resultados ................................................................................................. 27

5. Algumas Particularidades ........................................................................................ 28

Rendimentos .............................................................................................................. 28

Gastos ......................................................................................................................... 29
6. Normas Interpretativas ........................................................................................... 30

7. Análise das Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro (NCRF) ........................ 31

Correspondência das (IAS/IFRS) emitidas pelo IASB às NCRF’s.................................. 32

8. Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro para as Pequenas Entidades (NCRF –

PE)………………………………………………………………………………………………………………………………………….45

9. Lançamentos contabilísticos ................................................................................... 47

10. Debitar e Creditar ................................................................................................ 49

11. Bibliografia .......................................................................................................... 52


1. Introdução

O Sistemas de Normalização Contabilística (SNC) é um conjunto de normas de

contabilidade e de relato financeiro interligadas e independentes, que prefigura um modelo

assente mais em princípios orientadores do que regras explicitas de escrituração. Está em

sintonia com as normas do “International Accounting Standards Board” adotadas na União

Europeia e é coerente com as diretivas sobre matérias contabilísticas. É um modelo flexível

que se adapta às diferentes necessidades de relato financeiro de cada empresa. Foi aprovado

pelo DL. 158/2009 de 13 de julho.

Com a adoção do SNC, houve alterações significativas na contabilização das contas e

na forma como se faz contabilidade. É muito importante que um técnico de contabilidade

esteja preparado para este novo cenário.

S.N.C. – Sistema de Normalização Contabilística

Normalizar consiste em criar uma metodologia comum, tendo em vista a comparação

e compreensão das informações dos diversos agentes económicos.

Diplomas legais relacionados:

➢ Dec-Lei nº 158/2009 de 13 de julho, que aprovou o SNC

➢ Dec-Lei nº 159/2009 de 13 de julho, que alterou o CIRC

➢ Dec-Lei nº 160/2009 de 13 de julho, que aprovou a nova Comissão de

Normalização Contabilística
A Normalização Contabilística, mediante estes diplomas legais, Publicações define-se

como “ um conjunto de regras e princípios, que devem ser seguidos pelas unidades

económicas”. Diplomas Legais

• Dec-Lei nº 158/2009, de 13 de julho - Base para apresentação das Demonstrações


Financeiras (BADF)

• Portaria nº 986/2009, de 7 de Setembro - Modelos de Demonstrações


Financeiras (MDF)

• Portaria nº 1011/2009, de 9 de Setembro - Códigos de Contas (CC)

• Aviso nº 15652/2009 de 7 de Setembro - Estrutura Conceptual (EC)

• Aviso nº15655/2009 de 7 de Setembro - Normas Contabilísticas de Relato


Financeiro (NCRF)

• Aviso nº 15654/2009 de 7 de Setembro - NCRF - Pequenas Entidades (NCRF-PE)

• Aviso nº 15653/2009 de 7 de Setembro - Normas Interpretativas (NI)

Assim, os formandos, no final do módulo, deverão ser capazes de:

➢ Identificar e movimentar as contas das classes 1 a 8 do Sistema de Normalização

Contabilística (SNC);

➢ Executar lançamentos contabilísticos.


2. Conceitos Fundamentais

A contabilidade é um sistema de informação de apoio à gestão que permite conhecer a

situação patrimonial (posição financeira) e o desempenho económico-financeiro de uma

determinada entidade.

Sobre os conceitos de posição financeira e desempenho ver parágrafos 12 a 21 da

Estrutura Conceptual (EC) do Sistema de Normalização Contabilística (SNC).

Na situação patrimonial e desempenho económico-financeiro estamos a querer

considerar, entre muitas outras informações:

• Dívida atual ao fornecedor x

• Crédito atual sobre o cliente y

• Vendas do produto z no mês anterior

• Comissões pagas aos vendedores durante o 1º semestre

• Resultados obtidos até ao fim do 3º trimestre

• Descontos de pronto pagamento concedidos aos clientes no último trimestre,

etc.

Na noção de entidade estamos a incluir:

• Empresas individuais
• Sociedades

• Grupos de sociedades

• Departamentos

• Serviços

• Segmentos de negócios, etc.

Esta entidade (Contabilística) é uma unidade económica que controla e gere um

conjunto de recursos. Na contabilidade o objeto de estudo é o conjunto de meios afetos a um

determinado fim e não as pessoas físicas ou jurídicas.

Na sua génese, a contabilidade pretendia:

▪ Suprir as limitações da memória humana

▪ Constituir um meio de prova

Atualmente, pretende dar resposta às:

▪ Necessidades de informação interna (sistema de apoio ao processo de tomada

de decisão)

▪ Exigências de informação externa (obrigações decorrentes da lei comercial,

física, etc.)
3. Código de Contas

O código de Contas é uma estrutura codificada e uniforme de contas que visa acautelar

as necessidades dos distintos utilizadores da informação contabilísticas, públicos e privados,

bem como as necessidades de informação de bases de dados oficiais e particulares. O Código

de Contas constitui um documento não exaustivo que contém o quadro síntese de contas, o

código de contas (lista codificada de contas) e notas de enquadramento. Deve ser adotado

pelas Pequenas Entidades e pode ser utilizado pelas entidades que apliquem NIC/IAS. A

adoção do SNC não é uma mera mudança do Código de Contas do POC. Os conceitos e as

metodologias de contabilização também sofreram grandes alterações. O novo Código de

Contas foi publicado através da Portaria nº 1011/2009, de 9 de Setembro, contendo no

essencial:

➢ O quadro síntese das contas;

➢ O código de contas (lista codificada de contas);

➢ Notas de enquadramento.

As contas estão agrupadas em 8 (oito) classes:

Classe 1 – Meios financeiros Líquidos

Classe 2 – Contas a Receber e a Pagar

Classe 3 – Inventários e Ativos Biológicos


Classe 4 – Investimentos

Classe 5 – Capital, Reservas e Resultados Transitados

Classe 6 – Gastos

Classe 7 – Rendimentos

Classe 8 – Resultados

Quadro Síntese de Contas


4. Notas de Enquadramento

As seguintes notas de enquadramento têm o objetivo de ajudar na interpretação e

ligação do código de contas com as respetivas NCRF, funcionando como mero auxiliar aos

preparadores da informação financeira. Não se trata de uma ligação exaustiva entre o código

de contas e as NCRF, mas apenas algumas referências específicas para determinadas contas.

Classe 1 – Meios Financeiros Líquidos

Esta classe destina-se a registar os meios financeiros líquidos, que incluem quer o

dinheiro e depósitos bancários quer todos os ativos ou passivos financeiros mensurados ao

justo valor, cujas alterações sejam reconhecidas na demonstração de resultados.

14 – Outros Instrumentos Financeiros

Esta conta visa reconhecer todos os instrumentos financeiros que não sejam caixa

(conta 11) ou depósitos bancários que não incluam derivados (contas 12 e 13) que sejam

mensurados ao justo valor, cujas alterações sejam reconhecidas na demonstração de

resultados. Consequentemente, excluem-se desta conta os restantes instrumentos financeiros

que devam ser mensurados ao custo, custo amortizado ou método da equivalência

patrimonial.
Classe 2 – Contas a Receber e a Pagar

Esta classe destina-se a registar as operações relacionadas com clientes, fornecedores,

pessoal, Estado e outros entes públicos, financiadores, acionistas, bem como outras operações

com terceiros que não tenham lugar nas contas anteriores ou noutra classes específicas.

Incluem-se ainda nesta classe os diferimentos (para permitir o registo dos gastos e dos

rendimentos nos períodos a que respeitam) e as provisões:

21 – Clientes

Regista os movimentos com os compradores de mercadorias, de produtos e de

serviços.

218 – Adiantamentos de clientes

Esta conta regista as entregas feitas à entidade relativas a fornecimentos, sem preço

fixado, a efetuar a terceiros. Pela emissão da fatura, estas verbas serão transferidas para as

respetivas subcontas da rubrica 211- clientes c/c.

219,229,239,269 e 279 – Perdas por imparidade acumuladas

Estas contas registam as diferenças acumuladas entre as quantias registadas e as que

resultem da aplicação dos critérios de mensuração dos correspondentes ativos na classe 2,

podendo ser subdivididas a fim de facilitar o controlo e possibilitar a apresentação em balanço

das quantias líquidas. As perdas por imparidade anuais serão registadas nas contas 651 –

Perdas por imparidade – Em dívidas a receber, e as suas reversões (quando deixarem de existir

as situações que originaram as perdas) são registadas nas contas 7621 – Reversões de perdas
por imparidades, as contas em epígrafe serão debitadas por contrapartida das

correspondentes contas da classe 2.

22 – Fornecedores

Regista os movimentos com os vendedores de bens e de serviços, com exceção dos

destinados aos investimentos da entidade.

225 – Fornecedores

Faturas em receção e conferência – Respeita às compras cujas faturas, recebidas ou

não, estão por lançar nas subcontas da conta 221 por não terem chegado à entidade até essa

data ou não terem sido ainda conferidas. Será debitada por crédito da conta 221, aquando da

contabilização definitiva da fatura.

228 – Adiantamento a fornecedores

Regista as entregas feitas pela entidade relativas a fornecimentos (sem preço fixado) a

efetuar por terceiros. Pela receção da fatura, estas verbas serão transferidas para as respetivas

subcontas da conta 221.

231 – Remuneração a pagar

O movimento desta conta insere-se no seguinte esquema normalizado:

1ª Fase – pelo processamento dos ordenados, salários e outras remunerações, dentro

do mês a que respeitem: débito, das respetivas subcontas de 63 – Gastos com o pessoal, por

crédito de 231, pelas quantias líquidas apuradas no processamento e normalmente das contas

24 – Estado e outros entes públicos (nas respetivas subcontas), 232 – Adiantamentos e 278 –
Outros devedores e credores, relativamente aos sindicatos, consoante as entidades credoras

dos descontos efetuados (parte do pessoal);

2ª Fase – pelo processamento dos encargos sobre remunerações (parte patronal),

dentro do mês a que respeitem: débito da respetiva rubrica em 635 – Gastos com o pessoal –

Encargos sobre remunerações, por crédito das subcontas de 24 – Estado e outros entes

públicos a que respeitem as contribuições patronais;

3ª Fase – pelos pagamentos ao pessoal e às outras entidades: debitam-se as contas

231,24 e 278, por contrapartida das contas da classe 1.

24 – Estado e outros entes públicos

Nesta conta registam-se as relações com o Estado, Autarquias e outros entes públicos

que tenham características de impostos e taxas.

241 – Imposto Sobre o Rendimento

Esta conta é debitada pelos pagamentos efetuados e pelas retenções na fonte a que

alguns dos rendimentos da entidade estiverem sujeitos. No fim do período será calculada, com

base na matéria coletável estimada, a quantia do respetivo imposto, a qual se registará a

crédito desta conta por conta partida do débito da conta 812 - Imposto Estimado para o

Período.

242 - Retenção de Impostos sobre o Rendimento


Esta conta movimentada a crédito o imposto que tenha sido retido na fonte

relativamente a rendimentos pagos a sujeitos passivos de IRC ou de IRS, podendo ser

subdividida de acordo com a natureza dos rendimentos.

243 – Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA)

Esta conta destina-se a registar as situações decorrentes da aplicação do Código do

Imposto sobre o Valor Acrescentado.

2521 - Empréstimos por Obrigações

Regista os empréstimos por obrigações, sem prejuízo do referido na nota à conta 53.

261 – Acionistas c/ Subscrição e 262 – Quotas não liberadas

Para efeitos de elaboração do Balanço, os saldos destas contas são deduzidos ao

Capital nos termos da NCRF 27 – Instrumentos Financeiros.

271 – Fornecedores de Investimento

Regista os movimentos com vendedores de bens e serviços com destino aos

investimentos da entidade.

2712 – Faturas em receção e conferência

Respeita às aquisições cujas faturas recebidas, ou não, estejam por lançar na conta

2711 – Fornecedores de investimentos – contas gerais por não terem chegado à entidade até
essa data ou não terem sido ainda conferidas. Será debitada por crédito da 2711, aquando da

contabilização definitiva da fatura.

2713 – Adiantamentos a Fornecedores de Investimento

Regista as entregas feitas pela entidade relativas a fornecimentos, sem preço fixado,

de investimentos a efetuar por terceiros. Pela receção da fatura, estas verbas serão

transferidas para as respetivas contas na rubrica – 2711 – Fornecedores de Investimento –

contas gerais.

272 – Devedores e Credores por Acréscimos

Estas contas registam a contrapartida dos rendimentos e dos gastos que devam ser

reconhecidos no próprio período, ainda que não tenham documentação vinculativa, cuja

receita ou despesa só venha a ocorrer em período ou períodos posteriores.

273 – Benefícios Pós Emprego

Regista as responsabilidades da entidade perante os seus trabalhadores ou perante a

sociedade gestora de um fundo autónomo.

274 – Impostos Diferidos

São registados nesta conta os ativos por impostos diferidos que sejam reconhecidos

para as diferenças temporárias dedutíveis e os passivos por impostos diferidos que sejam

reconhecidos para as diferenças temporárias tributáveis, nos termos estabelecidos na NCRF 25

– Imposto Sobre o Rendimento.

275 – Credores por Subscrições não liberadas


Credita-se pelo valor total da subscrição de quotas, ações, obrigações e outros títulos,

por contrapartida das respetivas contas de investimentos financeiros.

276 – Adiantamentos por conta de Vendas

Regista as entregas feitas à entidade com relação a fornecimento de bens e serviços

cujo preço esteja previamente fixado. Pela emissão da fatura, estas verbas serão transferidas

para as respetivas contas da rubrica 211 – Cliente c/c (conta corrente).

28 – Diferimentos

Compreende os gastos e os rendimentos que devam ser reconhecidos nos períodos

seguintes.

29 – Provisões

Esta conta serve para registar as responsabilidades cuja natureza esteja claramente

definida e que à data do balanço sejam de ocorrência provável ou certa, mas incertas quanto

ao seu valor ou data de ocorrência (NCRF 21 – Provisões, passivos contingentes e ativos

contingentes e NCRF 26 – Matérias ambientais). As suas subcontas devem ser utilizadas

diretamente pelos dispêndios para que foram reconhecidas, sem prejuízo das reversões a que

haja lugar.
Classe 3 – Inventários e Ativos Biológicos

Esta classe inclui os inventários (existências):

Detidos para venda no decurso da atividade empresarial, no processo de produção

para essa venda, na forma de materiais consumíveis a serem aplicados no processo de

produção ou na prestação de serviços. Integra, também os ativos biológicos (animais e plantas

vivas), no âmbito da atividade agrícola, quer consumíveis no decurso do ciclo normal da

atividade, quer na produção ou regeneração. Os produtos agrícolas colhidos dão incluídos nas

apropriadas contas de inventários. As quantias escrituradas desta classe terão em atenção o

que em matéria de mensuração estabelece a NCRF 18 – Inventários, pelo que serão corrigidas

de quaisquer ajustamentos a que haja lugar, NCRF 17 - Agricultura.

387 – Ativos Biológicos.

Serão registadas nesta conta, designadamente, as reclassificações de ativos biológicos

para inventários. As variações de justo valor são reconhecidas nas contas 664 e 774.

39 - Adiantamentos por conta de Compras

Regista as entregas feitas pela entidade relativas a compras cujo preço esteja

previamente fixado pela receção de faturas, estas verbas devem ser transferidas para a conta

221 – Fornecedores c/c.


Classe 4 – Investimentos

Esta classe inclui os bens detidos com continuidade ou permanência e que não se

destinam a ser vendidos ou transformados no decurso normal das operações da entidade,

quer sejam de sua propriedade, quer estejam em regime de locação financeira. Compreende

os investimentos financeiros, as propriedades de investimento, os ativos fixos tangíveis, os

ativos fixos intangíveis, os investimentos em curso e os ativos não correntes detidos para

venda. No caso de ser utilizado o modelo de revalorização nos ativos fixos tangíveis e ativos

intangíveis, poderão ser utilizadas subcontas que evidenciem o custo de aquisição/produção e

as revalorizações (positivas e/ou negativas). Se a revalorização originar uma diminuição de

valor do ativo, essa diminuição deve ser reconhecida em conta apropriada de gastos,

(subcontas da conta 65) na parte que seja superior ao excedente de revalorização que por

ventura exista. Se originar um aumento do valor do ativo esse aumento é creditado

diretamente na conta do capital próprio ( 58 – Excedente de Revalorização de ativos fixos

tangíveis e intangíveis). Contudo esse aumento será reconhecido em resultados ( subcontas da

conta 762) até ao ponto que compense um decréscimo de revalorização anteriormente

registado em gastos.

419, 429, 439, 449, 459 e 469 – Perdas por Imparidade Acumuladas

Estas contas registam as diferenças acumuladas entre as quantias registadas e as que

resultem da aplicação dos critérios de mensuração dos correspondentes ativos incluídos na

classe 4, podendo ser subdivididas a fim de facilitar o controlo e possibilitar a apresentação em

balanço das quantias líquidas. As perdas por imparidade anuais serão registadas nas subcontas
da conta 65, e as suas reversões (quando deixarem de existir as situações que originaram

perdas) são registadas nas subcontas da conta 762. Quando se verificar o desconhecimento

dos ativos a que respeitem as imparidades, as contas em epigrafe serão debitadas por

contrapartida das correspondentes contas da classe 4. Estas contas poderão ser subdivididas

em função das contas respetivas.

436 – Equipamentos Biológicos

Serão registados nesta conta os animais e plantas vivos que reúnam os requisitos de

reconhecimento como investimento e que não se enquadrem na NCRF 17 – Agricultura.

442 – Projetos de Desenvolvimento

Serão registados nesta conta os dispêndios que, nos termos do parágrafo 57 da NCRF

6 – Ativos intangíveis, reúnam as condições para se qualificarem como ativos intangíveis.

46 – Ativos Não Correntes Detidos para Venda

Esta conta destina-se a registar os ativos a que se refere a NCRF 8 – Ativos não

correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas. Os passivos associados

a ativos não correntes detidos para venda mantêm a sua mensuração e apenas deverão ser

identificados para efeitos de divulgação.

454 – Adiantamento por conta de Investimentos

Regista as entregas feitas pela entidade por conta de investimentos cujo preço esteja

previamente fixado. Pela receção da fatura, estas verbas devem ser transferidas para a conta

2711 – Fornecedores de Investimento – contas gerais.


Classe 5 – Capital, Reservas e Resultados Transitados

51 – Capital

Esta conta evidencia o Capital Subscrito, devendo ser deduzido, para efeitos de

elaboração do Balanço, o eventual saldo da conta 261 – Acionistas com subscrição ou 262 –

Quotas não liberadas.

52 – Ações ou Quotas Próprias

A conta 521 – Valor Nominal, é debitada pelo valor nominal das ações ou quotas

próprias adquiridas. Ainda na fase de aquisição, a conta 522 – Descontos e prémios é

movimentada pela diferença entre o custo de aquisição e o valor nominal. Quando se proceder

à venda das ações ou quotas próprias, para além de se efetuar o respetivo crédito na conta

521, movimentar-se-á a conta 522 pela diferença entre o preço de venda e o valor nominal.

Simultaneamente, a conta 522 deverá ser regularizada por contrapartida da conta 599 –

Outras Variações no Capital Próprio – Outras, de forma a manter os descontos e prémios

correspondentes às ações ou quotas próprias em carteira.

53 – Outros Instrumentos de Capital Próprio

Esta conta será utilizada para reconhecer as prestações suplementares ou quaisquer

outros instrumentos financeiros (ou as suas componentes) que não se enquadrem na definição

de passivo financeiro. Nas situações em que os instrumentos financeiros, ou as suas

componentes, se identifiquem com passivos financeiros, deve utilizar-se a rubrica apropriada

das contas 25 – Financiamentos Obtidos ou 26 – Acionistas/Sócios.


57 – Ajustamentos em Ativos Financeiros

Evidencia os ajustamentos decorrentes, designadamente, da utilização do método da

equivalência patrimonial em subsidiárias, associadas e entidades conjuntamente controladas.

5711 – Ajustamentos em Ativos financeiros Relacionados com o Método de

equivalência Patrimonial – Ajustamentos de Transição.

Aquando da transição para a aplicação do Método da Equivalência Patrimonial, esta

conta regista a diferença entre as quantias atribuídas às Partes de Capital, correspondentes à

fração dos Capitais Próprios que representavam no início do período, e as quantias que se

encontravam expressas (quantias escrituradas).

5712 – Ajustamentos em Ativos Financeiros

Relacionados com o Método de Equivalência Patrimonial – Lucros não Atribuídos. Esta

conta será creditada pela diferença entre os lucros imputáveis às participações e os lucros que

lhe forem atribuídos (dividendos), movimentando-se em contrapartida a conta 56 –

Resultados Transitados.

5713 - Ajustamentos em Ativos Financeiros

Relacionados com o método de Equivalência Patrimonial Decorrentes de outras

variações nos Capitais Próprios – esta conta acolherá, por contra partida das contas 411 a 413

os valores imputáveis à participante na variação dos Capitais Próprios das participadas, que

não respeitem a resultados.

58 – Excedentes de Revalorização de Ativos Fixos Tangíveis e Intangíveis


Esta conta é creditada em consequência da revalorização dos ativos fixos e vai sendo

debitada por contra partida da conta 56 – Resultados Transitados, em função da realização da

revalorização. Essa realização ocorre pela depreciação, abate ou venda do bem. As

diminuições de um ativo por revalorização serão debitadas na conta epigrafe até ao montante

do saldo existente. A parcela da revalorização serão debitadas na com em epigrafe até ao

montante do saldo existente. A parcela da diminuição que ultrapasse o saldo existente será

considerada gasto do período (subconta apropriada na conta 65), conforme NCFR 6 e 7. Se a

revalorização do bem originar a reversão de uma perda reconhecida em períodos anteriores,

essa reversão será levada aos rendimentos do período (subcontas da conta 762).

Relativamente a reavaliações, apos o registo na conta 5811 do valor do aumento do

imobilizado líquido, a conta 5812 será debitada por contrapartida da conta 2742 – Passivos por

Impostos Diferidos, pelo montante do imposto correspondente à fração do excedente de

reavaliação não relevante para a tributação. Aquando da realização do excedente de

reavaliação, a subconta 5812 será creditada pela correspondente fração do Imposto Sobre o

Rendimento (IRC), por contrapartida da conta 56 – Resultados Transitados. Simultaneamente,

a conta 2742 – Passivos por Impostos Diferidos, será debitada por contrapartida da conta 241

– Imposto Sobre o Rendimento. Para efeitos de apresentação em balanço, a quantia (saldo

Devedor) da conta 5812 – Impostos Diferidos, será abatida ao saldo da conta 5811 – Antes de

Impostos.

591 – Diferenças de conversão de Demonstrações Financeiras

Inclui as diferenças de câmbio derivadas da transposição de uma unidade operacional

estrangeira (nos termos da NCRF 23 – Os efeitos de alterações em taxas de câmbio)


593 – Subsídios

Inclui os subsídios associados com ativos, que deverão ser transferidos, numa base

sistemática, para a conta 7883 – Imputação de subsídios para investimentos, à medida que

foram contabilizadas as depreciações/amortizações do investimento a que respeitem.

Classe 6 – Gastos – Esta classe inclui os Gastos e as Perdas

respeitantes ao período.

613 – Ativos Biológicos (compras)

Recolhe as aquisições de ativos biológicos efetuados durante o ano, transferidas da

conta 313 – Ativos Biológicos.

6331 – Prémios para pensões

Respeita aos prémios da natureza em epigrafe destinados a entidades externas, a fim

de que estas venham a suportar oportunamente os encargos com o pagamento de pensões ao

pessoal.

67 – Provisões do Período

Esta conta regista os gastos no período, decorrentes das responsabilidades, cuja

natureza esteja claramente definida e que à data do balanço sejam de ocorrência provável ou

certa, mas incertas quanto ao seu valor ou data de ocorrência.


683 – Dividas Incobráveis

Apenas regista, por contrapartida da correspondente conta da classe 2, as dividas cuja

incobrabilidade se verifique no período e que não tivessem sido consideradas anteriormente

em situação de imparidade.

684 – Perdas em inventários

Apenas regista, por contrapartida da correspondente conta da classe 3, as perdas que

se verificarem no período e que não tivessem sido consideradas anteriormente em situação de

imparidade.

6852 – Gastos e perdas em subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos.

Aplicação do método de equivalência patrimonial.

Esta conta regista os gastos e perdas relativos às participações de capital, derivados da

aplicação do método da equivalência patrimonial, sendo considerados para o efeito apenas os

resultados dessas entidades.

686 – Gastos e perdas nos restantes investimentos financeiros

Respeita aos gastos e perdas relacionados com os investimentos financeiros

contabilizados nas contas 414 e 415.

6886 – Perdas em instrumentos financeiros

Regista as perdas relacionadas com a conta 14 – Instrumentos Financeiros.


Classe 7 – Rendimentos – inclui os rendimentos e Ganhos

respeitantes ao período

71 – Vendas

As Vendas, representadas pela faturação, devem ser deduzidas do IVA e de outros

impostos e incidências nos casos em que nela estejam incluídos.

72 – Prestações de Serviços

Esta conta respeita aos trabalhos e serviços prestados que sejam próprios dos

objetivos ou finalidades principais da entidade. Poderá integrar os materiais aplicados, no caso

de estes não serem faturados separadamente. A contabilização a efetuar deve basear-se em

faturação emitida ou em documentação externa (caso das comissões obtidas), não deixando

de registar os réditos relativamente aos quais não se tenham ainda recebido os

correspondentes comprovativos externos.

73 – Variações nos inventários da produção

No caso de ser adotado o sistema de inventário permanente considera-se conveniente

subdividir cada uma das suas contas divisionárias em rúbricas de “Produção” e de “ Custo das

Vendas”, as quais serão movimentadas por contrapartida das respetivas contas da classe 3.

75 – Subsídios à Exploração

Esta conta inclui os subsídios relacionados com o rendimento, conforme estabelecido

na NCRF 22 – Contabilização dos Subsídios do Governo e Divulgação de Apoios do Governo.


7851 – Rendimentos e Ganhos em Subsidiárias, associadas e empreendimentos

conjuntos Aplicação do método da Equivalência Patrimonial

Esta conta regista os rendimentos e ganhos relativos às participações de capital

derivados da aplicação do método da Equivalência Patrimonial, sendo considerados para o

efeito apenas os resultados dessas entidades.

7884 – Ganhos em Outros Instrumentos Financeiros

Regista os ganhos relacionados com a conta 14 – Outros Instrumentos Financeiros.

Classe 8 – Resultados

Esta classe destina-se a apurar o Resultado Líquido do Período, podendo ser utilizada

para auxiliar à determinação do resultado extensivo, tal como consta na Demonstração das

Alterações no Capital Próprio

811 – Resultado Antes de Impostos

Destina-se a concentrar, no fim do Período, os gastos e rendimentos registados,

respetivamente, nas contas das classes 6 e 7 durante um período, normalmente um ano civil.

8121 – Imposto Estimado para o Período

Considera-se nesta conta a quantia estimada para o imposto que incidirá sobre os

resultados corrigidos para efeitos fiscais, por contrapartida da conta 241 – Estado e Outros

Entes Públicos – Imposto sobre o Rendimento (IRC).


5. Algumas Particularidades

Rendimentos

Os rendimentos são os aumentos nos benefícios económicos durante o Período

Contabilístico na forma de: Influxos ou aumentos de Ativos, ou Diminuição de Passivos que

resultem em aumentos no Capital Próprio (C.P.), que não sejam os relacionados com as

contribuições dos participantes no C.P. Estes rendimentos podem ser provenientes do decurso

de atividades correntes ou ordinárias, ou de outras atividades tomando designações

diferentes, assim temos:

Réditos – são os rendimentos que resultam de aumento de Ativos ou diminuição de

Passivos (ou mesmo uma combinação dos dois), durante um período, como consequência da

atividade principal da entidade. Estão aqui incluídos os rendimentos obtidos em vendas,

honorários, dividendos, royalties e rendas.

Ganhos – representam os aumentos no Património Líquido, não sendo por isso de

natureza diferente do rédito, contudo inclui outros aumentos como por exemplo, os que

provêm da alienação de ativos não correntes. Se estes ganhos já se encontram realizados,

outros apesar de ainda não realizados são igualmente integrantes dos rendimentos,

nomeadamente os que provêm de revalorização de títulos negociáveis e os que resultem de

aumentos na quantia escriturada de ativos a longo prazo


Gastos

Os Gastos representam diminuições nos benefícios económicos durante o período

contabilístico na forma de: exfluxos, ou deperecimento de ativos, ou incorrência de passivos

que resultem em diminuições do Capital Próprio, que não sejam relacionados com as

distribuições aos participantes no Capital Próprio. A definição de Gastos engloba duas

realidades, de acordo com a sua ligação ou não à atividade estatutária da entidade de relato.

Os Gastos que resultem de diminuições de ativos ou aumentos de passivos (ou mesmo

uma combinação dos dois) durante um período, como consequência da atividade principal da

entidade. Neste caso estão, por exemplo, o custo das vendas, os salários, as amortizações e

depreciações.

As Perdas representam outros itens que sejam igualmente diminuições no património

líquido, por isso são da mesma natureza dos Gastos, representando alienações de ativos não

correntes, acontecimentos fora das operações normais da entidade de relato, incêndios,

inundações. As perdas podem já ter sido realizadas ou não, estando neste caso diferenças de

câmbio desfavoráveis.
6. Normas Interpretativas

As Normas Interpretativas, foram criadas para esclarecimentos e orientação sobre o

conteúdo dos restantes instrumentos integrantes do SNC. Existem duas normas

interpretativas. A Norma Interpretativa 1 – relativa à Consolidação – Entidades de Finalidades

Especiais. E a Norma Interpretativa 2, relativa ao Uso de Técnicas de Valor Presente, para

mensurar o Valor de Uso.


7. Análise das Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro

(NCRF)

Antes, a contabilidade servia essencialmente para prestar contas ao fisco, agora é vista

como uma ferramenta de análise de desempenho das organizações, daí que seja muito

importante a interpretação das normas contabilísticas.

As NCRF, constituem um instrumento de normalização onde são prescritos os vários

tratamentos técnicos a adotar ao nível do reconhecimento, mensuração, apresentação e

divulgação.

Cada uma delas constitui um instrumento de normalização onde, de modo

desenvolvido, são expostos os vários tratamentos técnicos a adotar em matéria de

reconhecimento, de mensuração, de apresentação e de divulgação das realidades económicas

e financeiras das entidades.


Correspondência das (IAS/IFRS) emitidas pelo IASB às NCRF’s

N
NCRF 1 – Estrutura e Conteúdo das Demonstrações Financeiras:

O objetivo desta NCRF é de prescrever as bases quanto à estrutura e conteúdo do

balanço, da demonstração dos resultados, da demonstração das alterações no C.P. e do anexo.

NCFR 2 – Demonstração de Fluxos de Caixa:

O objetivo desta NCRF, é o de exigir informação relativa às alterações históricas de

caixa e seus equivalentes de uma entidade por meio de uma demonstração de fluxos de caixa

que classifique os fluxos de caixa durante o período em operacionais de investimento e de

financiamento.

NCRF 3 – Adoção pela primeira vez das NCRF’s:

O objetivo desta NCRF é asssegurar que as primeiras demonstrações financeiras de

uma entidade de acordo com as NCRF’s contenham informação que seja transparente para os

utentes e comparável em todos os períodos apresentados.

NCRF 4 – Políticas Contabilísticas, Altereções nas estimativas Contabilísticas e Erros:

O objetivo desta NCRF é o de prescrever os critérios para a seleção e alteração das

políticas contabilísticas, bem como o tratamento contabilístico e divulgação das alterações nas

políticas contabilísticass e correções de erros. Esta Norma destina-se a melhorar a relevância e

a fiabilidade das Demonstrações Financeiras de uma dada entidade, e a sua comparabilidade

ao longo do tempo com as Demonstrações Financeiras de outras entidades.


NCRF 5 - Divulgação de Partes Relacionadas:

O Objetivo desta NCRF é de prescrever que, nas Demonstrações Financeiras de uma

entidade, se incluam as divulgações necessárias para chamar a atenção para a possibilidade de

que a sua posição financeira e resultados possam ter sido afectados pela existência de partes

relacionass e por transações e ssaldos pendentes com as mesmas.

NCRF 6 – Ativos Intangíveis:

Esta NCRF, tem por objetivo ordenar o tratamento de ativos intangiveís que não sejam

especificamente tratadoss noutras Normass. Esta Norma exige que uma entidade reconheça

um ativo intangível se, e apenas se, critérios especificos forem ssatisfeitos. A Norma também

especifica como mensurar a quantia escriturada de ativos intangíveis e exigw divulgações

esspecificadass acerca de ativos intangíveis.

NCRF 7 – Ativos Fixos Tangíveis

Aqui é mencionado a forma como os ativos fixos tangíveis devem ser tratados

contabilisticamente, de modo a que os utentes das demonstrações financeiras possam

discernir a informação acerca do investimento de uma entidade nos seus ativos fixos tangíveis,

bem como as alterações nesse investimento. Os principais asspetos a considerar na

contabilização dos ativos fixos tangíveis são o seu reconhecimento e mensuração.


NCRF 8 – Ativos não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais

Descontinuadas

Esta NCRF tem como objetivo prescrever a contabilização de ativos detidos para venda

e a apresentação e divulgação de unidades operacionais descontinuadas. Em particular, esta

Norma exige que os ativos que satisfaçam os critérios de classificação como detidos para

venda:

a) Sejam mensurados pelo menor valor de entre a quantia escriturada e o

justo valor menos os cusstos de vender, devendo a sua depreciação cessar;

b) Sejam apresentados separadamente na fase do Balanço, sendo os

resultados das unidades operecionais descontinuadasapresentados

separadamente na Demonstração de Resultados.

NCRF 9 – Locações:

O Objetivo desta Norma é dar guias de orientação para Locatários e Locadores, as

políticas contabilísticas e divulgações apropriadas a aplicar em relação a Locações Financeiras

e Operacionais.

NCRF – 10 Custos de Emprestimos Obtidos

Aqui o pretendido será orientar os profissionais no tratamento dos custos de

emprésstimos obtidos. Esta Norma exige que, de uma forma geral, eles sejam imediatamente

considerados como gastos do período, excepto quanto aos custo de empréstimos obtidosque
sejam diretamente atribuiveis à aquisição, construção ou produção de um ativo que se

qualifica, casp em que é permitida a sua capitalização.

NCRF 11 – Propriedades de Investimento

Aqui será de notar que a mesma pretende dar orientações, ou estabelecer diretrizess

no tratamento contabilístico de propriedades de investimento e respetivos requisitos de

divulgação.

NCRF 12 – Imparidade de Ativos

O objetivo desta NCFR é o de fixar os procedimentos que uma entidade deve aplicar

para assegurar que os seis ativos sejam escrituradoss por não mais do que a sua quantia

recuperável. Um ativo é escriturado poe maiss do que a sua quantia recuperável se a sua

quantia escriturada execeder a quantia a ser recuperada atravéss do uso ou venda do ativo. Se

este for o caso, o ativo é descrito como estando com imparidade e a Norma exige que a

entidade reconheça uma perda por imparidade. A norma tambem especifica as circunstâncias

em que uma entidade deve reverter uma perda por imparidade e prescreve divulgações.

NCRF – 13 Interesses em Empreendimentos Conjuntos e Investimentos em

Associadas:

Esta NCRF tem por objetivo estabelecer diretrizes sobre o tratamento dos interesses

em empreendimentos conjuntos, independentemente da forma jurídica que possam revestir

(como, por, exemplo, agrupamentos complementares de empressas, consórcios,

agrupamentos europeus de interesse económico e asssociações em participações) e para os

investimentos em associadas, esta NCRF proporciona orientação prática para o


reconhecimento, mensuração e divulgação dos interesses em empreendimentos conjuntos e

dos investimentos em associadass. Também proporciona orientação no que concerne às

formas que podem assumir os empreendimentos conjuntos e à determinação da existência de

influência significativa.

NCRF 14 - Concentrações de Atividades Empresariais.

O objetivo da NCRF é o de prescrever o tratamento, por parte de uma entidade,

quando esta empreende uma concentração de atividades empresariais. Em particular, a

Norma estabelece que todas as concentrações de atividades empresariais, devem ser

contabilizadas pela aplicação do método de compra. Por isso, a adquirente reconhece os

ativos, passivos e passsivos contingentes identificáveis da adquirida pelos seus justos valores à

data de aquissição, e reconhece também o “GoodWill”, que é posteriormente testado quanto

à imparidade, não sendo assim amortizado.

NCRF 15 – Investimentos em Subsidiárias e Consolidação

Tem como objetivo determinar o tratamento para os investimentos em subsidiárias e

proporcionar orientação prática quanto aos procedimentos de consolidação.

NCRF 16 – Exploração e Avaliação de Recursos Minerais

Aqui o objetivo será ditar o tratamento da exploração e avaliação de recursos minerais

tal como definido na presente Norma, em particular, esta exige:

a) Melhorias limitadas a práticas contabilísticas existentes relacionadas com

dispêndios de exploração e avaliação;


b) Que as entidades que reconheçam ativos de exploração e avaliação

apreciem esses ativoss quanto a imparidade de acordo com esta Norma e

mensurem qualquer imparidade de acordo com NCRF 12 – Imparidade de

ativos;

c) Divulgações que identifiquem e expliquem as quantias nas Demonstrações

Financeiras da entidade que resultem da exploração e avaliação de

recursos minerais e ajudem os utentes dessas Demonstrações Financeiras

a compreenderem a quantia, tempestividade e certeza de fluxos dde caixa

futuros de quaisquer ativos de exploração e avaliação reconhecidos.

NCRF 17 – Agricultura

Esta NCRF tem por base determinar o tratamento contabilístico, a apresentação de

Demonstrações Financeiras e as divulgações relativas à atividade agricola.

NCRF 18 – Inventários

O Objetivo desta NCRF é o de prescrever o tratamento para os Inventários. Um aspeto

primordial da contabilização dos inventários é a quantia de custo a ser reconhecida como um

ativo e a ser escriturado até que os réditos relacionados sejam reconhecidos. Esta Norma

proporciona orientação prática na determinação do custo e no seu subsequente

reconhecimento como gasto, incluindo qualquer ajustamento para o valor realizável liquído.

Também proporciona orientação nas formulas de custeio que sejam usadas para atribuir

custos aos inventários.


NCRF 19 – Contratos de Construção

O objetivo da NCRF é o de prescrever o tratamento contabilístico de réditos e custos

associados a contratos de construção. Por força da natureza da atividade subjacente aos

contratos de construção, a data em que a atividade do contrato iniciada e data em que a

atividade é concluida caem geralmente em periodos contabilísticos diferentes. Por isso, o

assunto primordial na contabilização dos contratos de construção é a imputação do rédito do

contrato e dos custos do contrato aos peridodos contabilísticos em que o trabalho de

construção seja executado. Esta Norma usa os critérios de reconhecimento estabelecidos na

Estrutura Conceptual (EC) para determinar quando os réditos do contrato e os cusstod do

contrato devam ser reconhecidos como réditos e gastos na Demonstração de Resultados.

Também proporciona indicação prática sobre a aplicação destes critérios.

NCRF 20 – Rédito

Esta NCRF prende-se com o tratamento contabilísticode réditos, entendidos como os

rendimentos que surgem no decurso das atividades ordinárias de uma entidade, como por

exemplo, vendas, honorários, juros, dividendos e royalties. A questão primordial da

contabilização do rédito é a de determinar quando reconhecer o mesmo. O rédito é

reconhecido quando for provável que beneficios económicos futuros fluirão para a entidade e

esses beneficios possam ser fielmente mensurados. Esta Norma identifica as circunstaâncias

em que estes critérios serão satisfeitos e, por isso, o rédito será reconhecido. Também

proporciona orientação prática na aplicação destes critérios.


NCRF 21 – Provisões, Passivoss Contingentes e Ativos Contingentes

Esta NCRF tem por princípio orientar critérios de reconhecimento e bases de

mensuração apropriados a provisões, passivos contingentes e ativos contingentes e que seja

divulgada informação suficiente nas notas às Demonstrações Financeiras, de modo a permitir

aos utentes compreender a sua natureza, tempestividade e quantia.

NCRF 22 – Contabilização dos Subsídios do Governo e Divulgação de Apoios do

Governo

Nesta NCRF há o objetivo de estabelecer os procedimentos que uma entidade deve

aplicar na contabilização e divulgação de subsídios e apoios de governo.

NCRF 23 – Os efeitos de Alterações em Taxas de Câmbio

O objetivo desta NCRF é o de prescrever como se devem incluir transações em moeda

estrangeira e unidades operacionais estrangeiras nas demonstrações financeiras de uma

entidade e como sse deve transpor demonstrações financeiras para uma moeda de

apresentação. Uma entidade pode levar a efeito atividades no estrangeiro de duas maneiras:

a) Pode ter transsações em moeda estrangeira,

b) Pode ter unidades operacionais no estrangeiro.

Além disso, uma entidade porde apresentar as suas demonstrações financeiras numa

moeda estrangeira.

NCRF 24 – Acontecimentos após a data do Balanço

O objetivo desta NCRF é o de estabelecer:


1- Quando uma entidade deve ajustar as suas demonstrações financeiras

quanto a acontecimentos após a data do balanço.

2- As divulgações que uma entidade deve fornecer:

a) Quanto à data em que as demonstrações financeiras foram

autorizadas para emissão;

b) Quanto a acontecimentos após a data do Balanço.

A Norma também exige que uma entidade não deve prepar as suas demonstrações

financeiras numa base de continuidade se os acontecimentos após a data do Balnço indicarem

que o pressuposto da continuidade não é apropriado.

NCRF 25 – Imposto sobre Rendimento

O objetivos desta NCRF é prescrever o tratamento contabilístico dos impostos sobre o

rendimento e em especial no que respeita:

1- Recuperação futura (liquidação) da quantia escriturada de ativos (passivos)

que sejam reconhecidos num Balanço de uma entidade;

2- Transações e outros acontecimentos do periodo corrente que sejam

reconhecidos nas demonstrações financeiras de uma entidade. Está

inerente no reconhecimento de um ativo ou passivo que a entidade que

relata espera recuperar ou liquidar a quantia escriturada do ativo ou

passivo. Se for provével que a recuperação ou liquidação dessa quantia

escriturada fizer com que os pagamentos futuros de impostos sejam


maiores (menores) do que seriam se tais recuperações ou liquidações não

tivessem consequências fiscais, esta Norma exige que uma entidade

reconheça um passivo por impostos diferidos (ativo por impostos

diferidos), com certas exceções limitadas. Esta norma exige que uma

entidade contabilize as consequências fiscais de transações e de outros

acontecimentos da mesma forma que contabiliza as próprias transações e

outros acontecimentos. Assim, relativamente, a transações e outros

acontecimentos reconhecidos nos resultados, qualquer efeito fiscal

ralacionado também é reconhecido nos resultados. No que diz respeito a

transações e outros acontecimentos reconhecidos diretamente no Capital

Próprio, qualquer efeito fiscal relacionado também é reconhecido

diretamente no Capital Próprio. Do mesmo modo, o reconhecimento de

ativos e passivos por impostos diferidos numa concentração de atividades

empresariais afeta a quantia de “GoodWill” resultante dessa concentração

de atividades empresariais ou a quantia de qualquer excesso do interesse

da adquirente no justo valor liquido de ativos, passivos e passivos

contingentes identificáveis da adquirida do custo da concentração. Esta

Norma trata também do reconhecimento dos ativospor imposto diferidos

provenientes de perdas fiscais não usadas ou de créditos fiscais não

usados, da apresentação de impostos sobre o rendimento nas

Demonstrações Financeiras e da divulgação da informação relacionada

com imposto sobre o rendimento.


NCRF 26 – Matérias Ambientais

O objetivo desta NCRF é o de prescrever os critérios para o reconhecimento,

mensuração e divulgação relativos aos dispêndios de caráter ambiental, aos passivos e riscos

ambientais e aos ativos com eles relacionados resultantes de transações e acontecimentos que

afetem, ou sejam suscetiveis de afetar a posição financeira e os resultados da entidade

relatada. Esta Norma identifica o tipode informação ambiental que é apropriado divulgar,

relativamente À atitude da entidade face às matérias ambientais e ao comportamento

ambiental da entidade, na medida em que possam ter consequências para a sua posição

financeira.

NCRF 27 – Instrumentos

Esta NCRF dita caracteristicas no tratamento contabilístico dos instrumentos

financeiros e respetivos requesitos da apresentação e divulgação.

NCRF 28 – Benefícios dos Empregados,

O objetivo da NCRF é o de prescrever acontabilização e divulgação dos benefícios dos

empregados.

A norma requer que uma entidade reconheça:

1- Um passivo quando um empregado tiver prestado serviços em troca de

benefícios de empregados a serem pagos no futuro;


2- Um gasto quando a entidade consumir o benefício económico proveniente

do serviço proporcionado por um empregado em troca dos seus

benefícios.
8. Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro para as

Pequenas Entidades (NCRF – PE)

Esta NCRF – PE tem como objetivo estabelecer os aspetos de reconhecimento,

mensuração e divulgação extraídos das correspondentes NCRF’s, tidos como requisitos

mínimos aplicáveis às pequenas entidades tal como são definidas pelo Decreto-lei que institui

o SNC, adiante designadas por pequenas entidades. Esta norma deve ser aplicada pelas

entidades que cumpram os requisitos sobre pequenas entidades, desde que não optem por

aplicar o conjunto completo das NCRF’s.

Uma Pequena Entidade é segundo o art.º 9º do Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de

julho, uma Entidade que não ultrapasse dois dos três limites seguintes, salvo quando por

razões legais ou estatutárias tenham as suas demonstrações financeiras sujeitas a certificação

legal das contas:

a) Total do Balanço: € 500.000;

b) Total de vendas líquidas e outros rendimentos: € 1.000.000;

c) Número de trabalhares empregados em média durante o exercício: 20.

As pequenas entidades estão sujeitas a um regime mais simples:

No que diz respeito às demonstrações financeiras estão obrigados a apresentar:

• Balanço;

• Demonstração dos resultados por naturezas;


• Anexo.

Para além disso estas entidades podem optar por apresentar modelos reduzidos de

balanço, demonstração dos resultados por naturezas e anexos.

As pequenas entidades ficam dispensadas da apresentação da demonstração das

alterações no capital próprio e da demonstração dos fluxos de caixa, demonstrações essas que

fazem parte do conjunto completo de demonstrações financeiras exigidas às entidades do

chamado regime geral.

No que diz respeito ao Código de Contas, não existe nenhuma diferença entre

pequenas entidades e as restantes, desta forma todas as entidades ficam obrigadas à adoção

do Código aprovado pela portaria nº 1.011/2009, de 9 de setembro.

Estas entidades são também obrigadas a adoção do sistema do inventário

permanente, face ao exposto pelo nº1 do art.º 12º do Decreto-Lei nº158/2009, de 13 de Julho.

Daí que tenham obrigação de:

1- Proceder às contagens físicas dos inventários com referência ao final do

exercício, ou, ao longo do exercício, de forma rotativa de modo a que cada

bem seja contado pelo menos uma vez em cada exercício;

2- Identificar os bens quanto à sua natureza, quantidade e custos unitários e

globais, por forma a permitir a verificação a todo o momento da

correspondência entre as contagens físicas e os respetivos registos

contabilísticos.
9. Lançamentos contabilísticos

Todas as operações realizadas por uma empresa provocam alterações na composição do

património ( fatos patrimoniais), e esses fatos patrimoniais podem ser:

• Fatos permutativos – provocam uma alteração na composição do património, mas não

no seu valor.

• Fatos modificativos – aqueles que alteram a composição e o valor do património. Estão

neste caso todas as operações que originem um lucro ou prejuízo (rendimentos ou

ganhos).

Sempre que é feita uma compra, uma venda, uma qualquer alteração no património

da empresa, esse fato deve ficar registado na contabilidade sob a forma de um lançamento.

Assim sendo lançamento é a notação de qualquer fato patrimonial nos livros de contabilidade.

Os Lançamentos de contabilidade obedecem ao método das partidas dobradas, o

sistema de partidas dobradas é a técnica utilizada para classificar os fatos patrimoniais que

alteram quantitativa ou qualitativamente o património da empresa.

Esta técnica baseia-se no princípio de que uma variação numa conta implica sempre

uma variação de sinal contrário noutra ou noutras contas de tal forma que seja idêntico o

total, em valor, de variações positivas e negativas nas diversas contas.

A utilização do método das partidas dobradas implica que todo o débito numa conta,

origina o crédito noutra ou noutras e vice versa, isto é, cada fato patrimonial determina um
registo em duas ou mais contas, por forma a que ao valor de cada débito, ou débitos,

corresponda sempre um crédito, ou créditos, de igual valor.

Efetivamente qualquer fato patrimonial origina um débito (ou soma de débitos) e um

crédito (ou soma de créditos). Quando as variações ocorrem em apenas duas contas, diz-se

que estamos perante variações elementares, se se traduzem em vários débitos ou vários

créditos, dizem-se complexas.


10. Debitar e Creditar

Na contabilidade os movimentos contabilísticos a débito e a crédito são efetuados em

contas, conta é uma classe de valores patrimoniais que apresenta características comuns.

Essas características comuns representam a individualidade da conta.

A conta representa uma classe de valores ou elementos patrimoniais, mas a sua

disposição é tal que permite registar todas as variações sofridas por esses elementos.

A conta constitui a basse de toda a escrituração, dado que é a partir dela que se

desenvolve todo o trabalho contabilístico.

• Debitar uma conta significa inscrever uma certa quantia do lado do débito.

• Creditar uma conta é efetuar um registo de um valor do lado do crédito.

A cada conta corresponde um gráfico ou quadro que constitui um dispositivo prático

para acompanhar as suas variações quantitativas. Por tradição e convenção, a conta

apresenta-se com um traçado sob a forma de "T”. Este traçado permite a divisão do espaço

reservado aos registos, em duas colunas:

• A da esquerda destinada aos Débitos – lado do DEVE/DÉBITO;

• A da direita destinada aos Crédito – lado do HAVER/CRÉDITO.

Estes termos provêm da fase em que as contas representavam exclusivamente as

pessoas devedoras e credoras. Por extensão do princípio das contas pessoais ás contas das

“coisas” e de “fatos”, os termos “Débito e Crédito” ou “Deve e Haver”, respetivamente, não


representam mais do que variações aumentativas ou diminutivas no valor das respetivas

contas.

Assim sendo:

• Quando uma conta recebe um valor do lado esquerdo, dizemos que a conta é

debitada.

• Quando uma conta recebe um valor do lado direito, dizemos que a conta é

creditada.

Como todos os registos numa conta são valorizados, quando se debita ou credita uma

conta, esta passa a registar mais 1 valor a débito ou a crédito.

Um valor a débito corresponde ao somatório de todos os valores registados a débito

dessa conta. Um valor a crédito de uma conta é, por consequência, o somatório de todos os

valores registados a crédito nessa conta.


A diferença entre o débito e o crédito duma conta, na data considerada, chama-se

saldo dessa conta.

A diferença entre a acumulação dos débitos e dos créditos sucessivos de uma conta,

damos o nome de :

Soma (débitos) – Soma (créditos) = saldo

Para calcular o saldo de uma conta faz-se a diferença entre os somatórios dos débitos

e dos créditos.
11. Bibliografia

https://issuu.com/fariapedro/docs/manual-ufcd_6222

Rodrigues João 4ª ed., SNC – Sistema de Normalização contabilística, ed. Porto Editora.

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