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2017
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ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 3
2.OBJECTIVOS..............................................................................................................4
2.1. OBJECTIVOS GERAIS...........................................................................................4
2.2. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS................................................................................4
3. METODOLOGIA……………………………………………………………………4
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA………………………………………………….5
5. CONCEITOS………………………………………………………………………....6
5.1. TAXA DE CÂMBIO………………………………………………………………..7
5.2. BALANÇA COMERCIAL………………………………………………………...8
6. IMPACTOS DA TAXA DE CÂMBIO SOBRE AS EXPORTAÇÕES E
IMPORTAÇÕES EM MOÇAMBIQUE..............................................................................8
7. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES....................................................................15
REFERÊNCIAS BIBLÍOGRAFICAS...........................................................................16
ANEXO A: BASE DE DADOS.......................................................................................17
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1. INTRODUÇÃO
A taxa de câmbio tem uma importância crucial nas contas da balança comercial, pois sua
variação pode fazer com que país apresente superavit ou deficit em seu saldo. E isto é de
fundamental importância para a economia Moçambicana, visto que deste 1994, o país adotou um
regime cambial de flutuante, que permitiu que a taxa flutua-se livremente e tanto os
importadores quanto os exportadores passassem a tomar mais atenção às possíveis variações do
câmbio.
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2.OBJECTIVOS
Pretende-se com este estudo verificar os impactos das variações das taxas de câmbio
sobre a Balança Comercial em Moçambique decorrente nos períodos compreendidos do regime
cambial flexível, concretamente desde o primeiro trimestre de 2000 até ao último trimestre de
2016.
3. METODOLOGIA
Para a realização da pesquisa deste trabalho que tem como tema : Impacto das
Variações da Taxa de Câmbio nas Exportações /Importações em Moçambique, foi utilizado
pesquisa exploratória bibliográfica de diversos autores buscando conceitos e ideias sobre o
tema em questão por meio de livros e artigos científicos.
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4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A partir daí, com a inclusão dos mercados de ativos e a questão da mobilidade capital,
constitui-se o que hoje se conhece como modelo de Mundell- Fleming. Esse modelo é um
modelo macroeconômico para uma economia aberta com estruturas de equilíbrio geral
walrasiano.
Mais recentemente têm surgido novos modelos e equilíbrio geral seguindo a linha
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macroeconómica aberta com otimização intertemporal que levam o tempo e as expectativas em
consideração nas decisões dos agentes, dentro de uma pesquisa que busca micro fundamentos
para os modelos agregados. (MARÇAL; NISHIJIMA; MONTEIRO, 2009)
Ao verificar a evolução destes modelos constata-se que não existem contradições quanto
a importância da taxa de cambio real, bem como da renda, na determinação dos fluxos de
comercio, mas sim observa-se uma mudança de enfoques. Para além disso, os modelos vão se
diferenciando um do outro ao longo do tempo por inclusão de novas variáveis que até então não
eram consideradas.
5. CONCEITOS
5.1. Taxa de Câmbio
A taxa de câmbio é definido como o custo de uma unidade de moeda nacional em termos
de unidades de moeda estrangeira ou é o custo de uma unidade de moeda estrangeira em termos
do número de unidades de moeda nacional. No entanto, este conceito é o conceito da taxa de
câmbio nominal, sendo que a taxa de câmbio real é a razão dos preços dos bens de dois países
expressos na mesma moeda. A taxa de câmbio real é a razão dos preços dos bens estrangeiros
em relação aos preços dos bens domésticos, medidos na mesma moeda (DORNBUSCH,
FISCHER 2007), pode ser expresso da seguinte forma:
𝒆𝑷𝒇
𝑹=
𝑷
onde :
𝑅 = taxa de câmbio real
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da moeda. Vale ressaltar, segundo Marçal, Nishima e Monteiro (2009), o Banco Central apenas
possui controle sobre a taxa de câmbio nominal e, mesmo assim, esse controle é apenas parcial.
Desse modo, o controle sobre a taxa de câmbio real é realizado de forma indireta por parte do
governo.
A taxa de câmbio é uma variável económica muito importante porque intermedia todas
as transações entre residentes e não-residentes de um país . Por outras palavras, todas as contas
da balança de pagamentos são influenciadas pela taxa de câmbio, cujas variações afectam a
exportação, importação, entradas de capitais estrangeiros, rentabilidade de aplicações no
exterior, volume de reservas, etc. (CARVALHO, SILVA 2007).
Segundo Dornbusch e Ficher (2011), a taxa de câmbio real mede a competitividade de
um país no comércio internacional, ou seja, é esta que é usada para análise dos fluxos
comerciais. Sendo que, um aumento na taxa de câmbio real, ou uma depreciação real, é
descrito como um aumento de competitividade dos produtos domésticos pois, os produtos
estrangeiros tornam-se mais caros em relação aos preços dos domésticos, o que provavelmente
fará com que as pessoas optem pelo produto doméstico e incentiva a exportação. Por outro
lado, um declínio na taxa de câmbio real, ou apreciação real, significa que os bens domésticos
têm se tornado relativamente mais caros em relação aos do estrangeiro, o que resulta na
perdida da competitividade e aumento das importações.
Contudo, conforme aborda Castilho, Teixeira e Peres (2008), há outros factores que tem
capacidade de influenciar a magnitude dos efeitos de uma desvalorização ou valorização
cambial sobre os componentes da balança comercial. Pode-se citar, por exemplo, a
sensibilidade dos fluxos de comércio na presença de variações da taxa de câmbio, bem como a
magnitude do repasse da taxa de câmbio para os preços comercializáveis adotados pelas
empresas que realizam transações internacionais. Além disso, Castilho, Teixeira e Peres (2008)
citam a possibilidade de alterações no câmbio nominal afetarem a taxa de câmbio real.
Krugman (2010) afirmou que, o aumento da oferta de moeda de um país faz com que a
sua moeda se deprecie no mercado cambial, enquanto que um diminuição na oferta dessa
moeda faz com que ela se aprecie.
Segundo Samir Keedi (2009), balança comercial é aquela que regista os movimentos
financeiros referentes a exportação e importação de mercadorias do país. Ambos, importação e
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exportação, são de grande importância para o crescimento económico do país pois aumentam a
diversificação de mercados e reduzem os riscos de crise de mercado. Sendo que, a exportação
aumenta o leque de compradores, que e a importação aumenta o leque de fornecedores.
No ano de 2000, apesar de se terem registado cheias no sul do país, iniciou uma nova
fase na dinâmica de crescimento da economia Moçambicana, através da captação de grandes
projectos de investimento, tais como: Mozal, Sasol, HCB, dentre outros, que contribuíram para a
alavancagem do crescimento económico.
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Taxa de câmbio MZN/USD
30.00
25.00
20.00
15.00
Taxa de câmbio MZN/USD
10.00
5.00
0.00
Gráfico 1: Variações da taxa de câmbio Metical/Dólar (fim de período MZN/USD- 1° Trim/2000 a 2° Trim/2006)
Fonte: Banco de Moçambique (2017), Elaboração própria.
800.0
600.0
200.0
Importações MOZ (em USD milhões)
-
2000
2000
2000
2000
2001
2001
2001
2001
2002
2002
2002
2002
2003
2003
2003
2003
2004
2004
2004
2004
2005
2005
2005
2005
(400.0)
(600.0)
Gráfico 2: Evolução das exportações, importações e o saldo comercial da economia Moçambicana (2000 a 2005) em
milhões de dólares. Fonte: Banco de Moçambique (2017), Elaboração própria.
Nos anos seguintes, o cenário da balança comercial foi o mesmo, sendo que o segundo
trimestre de 2001 e o ultimo trimestre de 2005 são os que apresentam menor deficit, pois
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verificou-se uma desvalorização do metical nestes períodos.
2009
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2010
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2011
2011
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2006
2006
2008
2008
2008
2008
Gráfico 3: Variações da taxa de câmbio Metical/Dólar (fim de período MZN/USD- 3° Trim/2000 a 4° Trim/2011)
Fonte: Banco de Moçambique (2017), Elaboração própria.
2,000.0
1,500.0
2009
2009
2009
2009
2010
2010
2010
2010
2011
2011
2011
2011
2006
2006
2006
2006
2008
2008
2008
2008
(500.0)
(1,000.0)
Gráfico 4: Evolução das exportações, importações e o saldo comercial da economia Moçambicana (2006 a 2011) em
milhões de dólares. Fonte: Banco de Moçambique (2017), Elaboração própria.
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Analisando o gráfico 3 e 4, verificamos que devido a depreciação do câmbio em 2006, os
défices na balança comercial do primeiro trimestre de 2006 diminuíram em 55.7% em relação ao
último trimestre de 2005.
A partir do último trimestre de 2007, verificou-se uma apreciação do Metical que fez com
que as importações aumentassem para 772.5 milhões de USD. No quarto trimestre de 2008 o
Metical voltou a depreciar continuamente até o segundo trimestre de 2010, devido a crise
financeira internacional que iniciou em 2008. Durante este período os défices da balança
comercial aumentaram em relação aos anos anteriores.
No terceiro trimestre de 2011, apesar de ter havido uma depreciação cambial, o deficit da
balança comercial foi o maior nos últimos 5 anos.
Gráfico 5: Variações da taxa de câmbio Metical/Dólar (fim de período MZN/USD- 1° Trim/2012 a 4° Trim/2016)
Fonte: Banco de Moçambique (2017), Elaboração própria.
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3,000.0
2,500.0
2,000.0
(1,000.0)
(1,500.0)
(2,000.0)
Gráfico 6: Evolução das exportações, importações e o saldo comercial da economia Moçambicana (2000 a 2005) em
milhões de dólares. Fonte: Banco de Moçambique (2017), Elaboração própria.
A partir do primeiro trimestre de 2012, registou-se uma apreciação cambial que estendeu-
se até ao terceiro trimestre do mesmo ano. O maior deficit da balança comercial foi registado no
quarto trimestre de 2012, o que de certo modo contradiz as teorias, pois estas afirmam que a
apreciação cambial aumenta as importações e a depreciação cambial diminuí as importações.
No período entre o quarto trimestre de 2012 e o quarto trimestre de 2014, a moeda
manteve-se estável, não havendo grandes variações nas taxas de câmbio sendo um período
marcado pelo rápido crescimento económico de Moçambique. Neste período os défices da
balança comercial foram altos variando entre os 657,2 milhões de USD e 1,218.8 milhões de
USD.
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no exterior, aumento das taxas de juros, entre outros.
Este resultado foi obtido principalmente pelo aumento de 21.7% das exportações
comparativamente ao trimestre anterior. Os itens camarão, lagosta, gás, areias pesadas, foram os
principais contribuintes para o crescimento do superavit comercial.
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7. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
Em Moçambique a taxa de câmbio tem apresentado uma depreciação nos últimos anos e
a balança comercial apresentou um défice até ao terceiro trimestre de 2016, que foi superado no
trimestre subsequente apresentado um saldo positivo, isto é, as exportações foram maiores que as
importações. Este facto não vai de acordo com a teoria, pois esta prevê que uma depreciação na
taxa de cambio real, é descrita como um aumento da competitividade dos produtos domésticos,
incentivando a exportação. Mas, no caso de Moçambique não se verifica ao longo dos anos, mas
sim em alguns trimestres o que leva-nos a concluir que só é aplicável a curto prazo.
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REFERÊNCIAS BIBLÍOGRAFICAS
MINERVINI, Nicola. O Exportador. 6ª Ed. – São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012
DORNBUSCH, Rudiger. Macroeconomia, 5ª Ed. – São Paulo: Pearson Makron Books, 1991
KRUGMAN, Paul. Economia Internacional: Teoria e Política, 8ª Ed. – São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2010
CARVALHO, Maria Auxiliadora de / SILVA, César Roberto Leite de. Economia
Internacional, 4ª Ed. – São Paulo: Saraiva, 2007
KEEDI, Samir. ABC do Comércio Exterior: Abrindo as Primeiras Páginas, 3ª Ed. – São
Paulo: Aduaneiras, 2007
CARVALHO, Genésio de. Introdução às Finanças Internacionais, São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2007
BEGG, David K. H. Economics, McGraw-Hill Book Company
MOSCA, João. Economicando, 1ª Ed. – Alcance Editores, 2009
SAMUELSON, Paul / NORDHAUS, William D. Economia, 16ª Ed. McGraw-Hill, 1999
BANCO DE MOÇAMBIQUE. Séries históricas. 2000-2016.
speed-reports-2011-010impactodasflutuacoesdataxadecambionaeconomiademocambiquefinal.pdf
MARÇAL, E. F.; NISHIMA, M.; MONTEIRO, W. Saldos comerciais e taxa de câmbio real:
uma nova análise do caso brasileiro. Revista Economia, Rio de janeiro, mai/ago. 2009.
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ANEXO A: Base de dados
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II 2008 24.14 686.3 897.2 (210.9)
III 2008 24.07 820.8 1,051.9 (231.1)
IV 2008 24.43 607.7 993.9 (386.2)
I 2009 25.89 402.7 814.7 (412.0)
II 2009 26.61 507.5 805.5 (298.0)
III 2009 27.87 624.6 861.0 (236.4)
IV 2009 27.46 612.5 940.8 (328.4)
I 2010 27.61 491.0 822.7 (331.7)
II 2010 33.27 583.6 909.3 (325.7)
III 2010 28.65 658.9 873.6 (214.7)
IV 2010 28.95 599.8 906.8 (307.0)
I 2011 29.24 848.2 1,303.8 (455.6)
II 2011 29.54 724.9 1,130.8 (405.9)
III 2011 29.84 803.0 1,621.6 (818.6)
IV 2011 30.13 742.2 1,311.4 (569.2)
I 2012 27.27 981.5 1,907.7 (926.2)
II 2012 27.76 990.0 1,963.7 (973.7)
III 2012 27.43 945.6 1,602.7 (657.2)
IV 2012 29.46 938.5 2,429.0 (1,490.4)
I 2013 29.24 860.8 1,849.7 (988.9)
II 2013 29.97 1,115.6 2,156.3 (1,040.7)
III 2013 29.85 1,087.8 2,196.3 (1,108.5)
IV 2013 29.88 1,058.4 2,277.3 (1,218.8)
I 2014 30.43 793.9 1,534.3 (740.4)
II 2014 30.62 1,047.0 2,098.8 (1,051.9)
III 2014 30.55 1,040.6 2,210.5 (1,169.9)
IV 2014 31.16 1,034.9 2,108.0 (1,073.1)
I 2015 32.66 823.5 1,632.7 (809.2)
II 2015 34.98 939.1 1,902.6 (963.5)
III 2015 39.31 821.3 2,126.0 (1,304.7)
IV 2015 46.17 829.3 1,915.2 (1,085.9)
I 2016 47.43 696.9 1,238.2 (541.3)
II 2016 56.19 826.8 1,328.4 (501.6)
III 2016 71.28 825.8 1,260.1 (434.3)
IV 2016 75.39 1,005.4 987.2 18.2
• Taxa de Câmbio MZN-USD trimestral foi calculada a partir dos dados mensais através
de média aritmética. -www.bancomoc.com.
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