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1. Introdução ............................................................................................................................... 3
Conclusão ................................................................................................................................. 11
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1.2. Objectivos
1.3. Metodologias
Utilizou-se como metodologia: a revisão de literatura, a fim de fomentar o debate, provendo
fontes capazes de esclarecer e possibilitar uma rica descrição do tema proposto. A revisão de
literatura fez-se com base na utilização de artigos científicos, apostilas virtuais, websites e
manuais.
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2. Teorias do crescimento econômico
2.1 Contextualização
A nova configuração do capitalismo mundial possibilitou um incremento sem precedentes do
fluxo de capitais, especialmente a partir da década de 90 em decorrência direta da liquidez do
mercado internacional, da desregulamentação das economias nacionais e das estratégias das
empresas multinacionais. Consequentemente, as economias aumentaram a sua dependência em
relação ao cenário econômico mundial, principalmente os países em desenvolvimento.
As crises financeiras ocorridas em alguns países do mundo, entre os quais o México, no final
de 1994, ou em países da Ásia e na Rússia, colocaram em dúvida os benefícios do processo de
liberalização comercial e financeira. Dessa forma, com a globalização financeira e produtiva, é
primordial para que os países obtenham mercados eficientes que ocasionem primeiramente um
controle interno para adoção de políticas econômicas, podendo sentir menos os reflexos das
crises externas.
Nos primeiros anos do século XXI, a economia mundial entra em um ciclo de expansão, com
elevação do produto interno bruto de diversos países, oriundos da maior liquidez do mercado
de capitais, do aumento expressivo dos fluxos comerciais e da redução da incerteza do cenário
macroeconômico internacional.
Assim, o modelo de Solow (1956) conclui que a propensão marginal a poupar determina
somente a relação capital-trabalho e a velocidade do ajustamento da economia ao estado
estacionário, a qual é determinada exogenamente pelas taxas de progresso tecnológico e de
crescimento populacional. Adicionalmente, aumentos na taxa de poupança proporcionam
apenas a passagem da economia de um estado estacionário para o outro. (Gonçalves et al., s/d,
p.2).
Arraes e Teles (2000) indicam quatro diferenças entre os modelos exógenos e endógenos, entre
tais: i) Os modelos tradicionais enfatizam o capital físico como força motriz do crescimento
econômico, enquanto os modelos endógenos atribuem a mudança tecnológica e ao estoque de
capital humano Lucas (1988). Nesse caso, ambos sendo encarados como mensurações do nível
de conhecimento agregado do modelo de Romer (1986); ii) Os modelos de crescimento
exógeno, ao contrário dos modelos endógenos, não consideram a possibilidade de ocorrer
alteração no preço do processo de difusão do conhecimento diante de alterações nos parâmetros
tecnológicos da economia; iii) Os modelos de crescimento endógeno permitem um
entendimento da dinâmica dos efeitos da política econômica em geral sobre diferentes
patamares de crescimento, na medida em que políticas de comércio exterior, fiscal, educacional,
de distribuição de renda, de formação de infraestrutura e de incentivos ao progresso tecnológico
constituem-se em externalidades ao processo produtivo (spillovers). iv) Os modelos de
crescimento endógeno possibilitam a divergência entre os níveis de renda de economias
distintas Romer (1990).
Segundo Gonçalves et al., (s/d, p.4) afirmam que Lucas (1988) teve relevância na teoria do
crescimento econômico, introduzindo o capital humano na função de produção. Para ele, quanto
menores forem as taxas de desconto das utilidades do consumo futuro, maiores serão as taxas
de poupança. Os investimentos em capital humano e as taxas de crescimento a longo prazo são
o resultado conjunto de menores taxas de desconto das utilidades do consumo futuro.
Visando remodelar a teoria do crescimento econômico, Romer (1986, 1990) e Lucas (1988)
como outros, endogenizaram o progresso tecnológico, considerando tecnologia e capital
humano como essenciais para afetar o rendimento dos fatores produtivos. Os autores desses
modelos consideram o estoque de capital físico como um índice de conhecimento acumulado e
de experiências do tipo learning by doing, de forma a gerar externalidades que promovem
rendimentos crescentes no uso dos fatores ou spillovers Arraes e Teles (2000).
2. 3. 1. Modelo de Hiatos
De acordo com Gonçalves et al., (s/d, p.4) as primeiras discussões sobre a necessidade de ajuda
externa para o crescimento econômico ocorreram nos anos 40 e 50, após a Segunda Guerra
Mundial e a reconstrução da Europa. Ao final dos anos 40, a percepção da existência de
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restrição ao crescimento econômico de uma nação tornou-se bastante difundida entre os
economistas norte-americanos, europeus e latino-americanos. O norte-americano Hollis
Chenery argumentou que essas restrições eram oriundas da escassez de dólares.
Por outro lado, os economistas latino-americanos, cuja maior parte pertência a Comissão
Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL), órgão da Organização das Nações Unidas
(ONU), acreditavam que tal restrição ocorria em decorrência do chamado estrangulamento
externo dos países em processo de desenvolvimento. O principal teórico que defendeu esta
análise foi o argentino Raul Prebisch. (Gonçalves et al., s/d, p.4).
Segundo Gonçalves et al., (s/d, p.4) o modelo de dois hiatos, desenvolvido inicialmente por
Chenery (1950) e formalizado por Chenery e Bruno (1962), foi concebido para analisar as
restrições ao crescimento econômico dos países em desenvolvimento, especialmente o caso de
Israel. Ele se fundamenta no modelo Harrod-Domar1, incluindo a análise de uma economia
aberta. A análise defende que os países em desenvolvimento enfrentam duas limitações ao
investimento: a insuficiência de reservas em moeda estrangeira (hiato de divisas) e a escassez
de poupanças pública, privada e externa.
Bacha (1982) enfatiza que o modelo de dois hiatos, com o progresso da liberalização comercial
e financeira entre os países industriais, o florescimento das exportações mundiais e o aumento
da complexidade das relações econômicas (fluxo de capitais e mercadorias), geraram descrédito
entre os economistas com relação aos seus resultados, especialmente os ortodoxos. Dessa
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Segundo Simonsen (1995. p.490), o chamado modelo de Harrod-Domar é uma adaptação das contribuições
Harrod (1948) e Domar (1957) à teoria do crescimento econômico e cuja formalização se dá em uma economia
fechada. Embora se constituam em estudos separados, o modelo recebeu essa denominação devido à similaridade
entre os resultados obtidos na abordagem das determinantes das taxas de crescimento.
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forma, Bacha (1982) propõe uma reavaliação do modelo de dois hiatos, considerando a sua
importância na interpretação das condições econômicas dos países em desenvolvimento nos
anos 80 maior do que a dos modelos alternativos da escola neoclássica.
No entendimento de Zini Jr. (1995, p. 90), “o modelo de dois hiatos vem da literatura sobre
desenvolvimento econômico e aborda os fatores que limitam o crescimento de um país”.
Portanto, pode ser considerado um modelo de crescimento e não um modelo de estabilização.
Ele se orienta para questões de política econômica e integra ideias e preocupações existentes
entre teóricos de desenvolvimento, dentre os quais se podem destacar Chenery e Bruno (1962),
Chenery e Strout (1966) e Mckinnon (1964).
A idéia básica do modelo de dois hiatos, segundo Junior (1995) é que nos países em
desenvolvimento o crescimento é constrangido pela falta de recursos e não pela falta de
oportunidades de investir. “O crescimento pode ser constrangido pela poupança doméstica
insuficiente para derivar investimento necessário, bem como pela falta de moeda estrangeira
necessária para importar as máquinas e equipamentos requeridos pela indústria.”(Junior.1995.
p. 90).
Adicionalmente ao modelo de dois hiatos, Bacha (1989) expõe um terceiro hiato, chamado de
hiato fiscal, que ocorre devido às dificuldades de investimentos públicos em infraestrutura e em
indústria de base por parte dos países em desenvolvimento. Tais dificuldades se explicam pelas
restrições orçamentárias governamentais, motivadas pelas altas taxas de inflação e por outros
desequilíbrios macroeconômicos. Dessa forma, o investimento privado é condicionado pela
incapacidade de geração de poupança pública.
O modelo de três hiatos proposto por Bacha (1989) é considerado uma extensão do modelo de
dois hiatos de Chenery e Bruno (1962). A derivação completa do modelo de três hiatos pode
ser visualizada em Bacha (1989).
Um resultado inicial do modelo de três hiatos é que o conceito de transferências externas é mais
relevante do que o de poupança externa para analisar as interações financeiras entre o país em
desenvolvimento e o resto do mundo. Isso ocorre porque o cálculo da poupança externa não
leva em conta as saídas a título de serviços de fatores, as quais são internamente
predeterminadas pela dinâmica interna da política econômica.
Outro resultado do modelo é o de que a restrição fiscal pode ser definida independentemente
da restrição global de poupança. Para isso, são necessárias as seguintes condições, as quais
correspondem à realidade de muitos países em desenvolvimento: 1) a de que nos países de
industrialização tardia o investimento público seja complementar ao privado; e 2) a de que o
mercado doméstico de capitais seja restrito, o que leva à necessidade da existência da
senhoriagem ou do imposto inflacionário, como únicas alternativas para o financiamento dos
déficits públicos dos governos desses países.
Bender e Lowenstein (2005) realizaram uma aplicação empírica do modelo de dois hiatos com
uma reformulação baseada nos modelos de crescimento neoclássicos. Para um conjunto de
países, constataram que o coeficiente de poupança doméstica tem uma correlação positiva com
o nível de investimento e com as taxas de crescimento do produto.
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Conclusão
Com este trabalho buscou-se verificar os fatores que explicam o crescimento econômico desses
países no período 1990-2008, partindo dos pressupostos dos modelos de crescimento,
principalmente associados aos países em desenvolvimento.
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Referências bibliográficas
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