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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Curso de Administração Pública

Clemente Francisco Jussa

ANÁLISE DE EXECUÇÃO ORÇAMENTAL DAS DESPESAS PÚBLICAS

Quelimane, Maio de 2023


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Clemente Francisco Jussa

ANÁLISE DE EXECUÇÃO ORÇAMENTAL DAS DESPESAS PÚBLICAS

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura em
Administração Pública do ISCED.

Tutor:

Quelimane, Maio de 2023


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Sumário Pág.

1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................3

1.1. Objectivos..............................................................................................................................3

1.1.1. Geral................................................................................................................................3

1.1.2. Específicos......................................................................................................................3

1.2. Metodologias.........................................................................................................................3

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...............................................................................................4

2.1. Análise de execução orçamental das despesas Públicas........................................................4

2.1.1. Definição dos principais conceitos como crescimento, desenvolvimento, PVD............4

2.1.2. Teoria do Desenvolvimento Económico.........................................................................4

2.1.3. Diferenças entre Desenvolvimento Económico nos PVD’s............................................6

2.1.4. Moçambique e o Desenvolvimento Económico.............................................................8

3. CONCLUSÃO..............................................................................................................................9

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................10
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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como tema ´´Análise de execução orçamental das despesas
Públicas`` em torno desse iremos cá destacar sobre Definição dos principais conceitos como
crescimento, desenvolvimento, PVD; Teoria do Desenvolvimento Económico; Diferenças entre
Desenvolvimento Económico nos PVD’s; Moçambique e o Desenvolvimento Económico e trazer
exemplos empíricos validatórios.

Para Scatolin, 1989, apud Oliveira, 2002, p. 38: salientam que “O debate acerca do
desenvolvimento é bastante rico no meio académico, principalmente quanto a distinção entre
desenvolvimento e crescimento económico, pois muitos autores atribuem apenas os incrementos
constantes no nível de renda como condição para se chegar ao desenvolvimento, sem, no
entanto, se preocupar como tais incrementos são distribuídos.

1.1. Objectivos

1.1.1. Geral

 Compreender Análise de execução orçamental das despesas Públicas.


1.1.2. Específicos

 Definir principais conceitos como crescimento, desenvolvimento, PVD;

 Descrever Teoria do Desenvolvimento Económico;

 Distinguir a diferenças entre Desenvolvimento Económico nos PVD’s;

 Explicar Moçambique e o Desenvolvimento Económico e trazer exemplos empíricos


validatórios

1.2. Metodologias

A metodologia usada para a elaboração do trabalho é qualitativa descritiva, a sua


formulação baseou-se no levantamento bibliográfico de livros, artigos científicos, e pesquisas na
internet, que permitiu que se tome conhecimento do material relevante, tomando-se por base o
que já foi publicado em relação ao tema.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Análise de execução orçamental das despesas Públicas

2.1.1. Definição dos principais conceitos como crescimento, desenvolvimento, PVD

Crescimento económico refere-se a um aumento no produto total na economia. Ele é


definido por alguns como sendo um aumento do PIB real per capita. O crescimento económico
moderno é o período no qual verifica-se um rápido e sustentado aumento no produto real per
capita que inicia, no mundo ocidental, com a Revolução Industrial.

Desenvolvimento para o presente trabalho a definição que melhor se enquadra provém de


Sen (1999), para quem o desenvolvimento é o aumento da capacidade de os indivíduos fazerem
escolhas. É essa visão do desenvolvimento que lhe faz exigir uma definição positiva de liberdade:
liberdade não é apenas ausência de restrições, o direito abstracto de ir, vir, comprar, vender, amar
e ser amado.

Para Luís (2006), O desenvolvimento económico é o processo de sistemática acumulação


de capital e de incorporação do progresso técnico ao trabalho e ao capital que leva ao aumento
sustentado da produtividade ou da renda por habitante e, em consequência, dos salários e dos
padrões de bem-estar de uma determinada sociedade. Definido nestes termos, o desenvolvimento
económico é um fenómeno histórico que passa a ocorrer nos países ou Estados-nação que
realizaram sua Revolução Capitalista já que só no capitalismo se pode falar em acumulação de
capital, salários, e aumento sustentado da produtividade.

Compreende-se, ademais, o desenvolvimento “em termos da universalização e do


exercício efectivo de todos os direitos humanos: políticos, civis e cívicos; económicos, sociais e
culturais; bem como os direitos colectivos ao desenvolvimento, ao ambiente etc.” (Sachs, 2004,
p.37).
2.1.2. Teoria do Desenvolvimento Económico

Na sequência, será exposta a configuração de uma teoria do desenvolvimento segundo a


formulação schumpeteriana. Impõem-se duas considerações preliminares para situar
adequadamente essa análise. Em primeiro lugar, está claro que, para Schumpeter, o aspecto
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fundamental do desenvolvimento económico diz respeito ao processo de inovação e às suas


consequências na organização dos sistemas produtivos (Souza, 2012).

Não existe, até hoje, um consenso sobre como atingir o desenvolvimento da economia.
No entanto, existem teorias que são mais aceitas.

É importante ressaltar, no entanto, que essas teorias representam correntes de pensamento.


E, ainda, que muitas dessas teorias variam de acordo com a época que foram produzidas.
Dito isto, existem duas principais correntes atuais na teoria do desenvolvimento da economia. A
primeira deriva da teoria clássica, e as suas variações tais como a teoria neoclássica e o
neoliberalismo.

Em suma esta corrente crê no avanço do comércio e da liberdade económica como a


chave para o desenvolvimento. Os defensores desta corrente acreditam no poder da iniciativa
privada em gerar desenvolvimento e pregam que o estado deve interferir o mínimo possível na
economia.

Os principais expoentes desta teoria são os Estados Unidos da América e a Inglaterra.


Além disso, outros países adoptaram, em maior ou menor medida, as teorias neoliberais para se
desenvolver tais como os tigres asiáticos e o Chile.

A outra corrente do desenvolvimento económico deriva das ideias do Keynesianismo. As


pessoas que suportam esta corrente acreditam que o estado deve ter um maior papel como indutor
do crescimento económico.

Principalmente de acordo com Keynes, o estado deveria actuar com políticas tricíclicas
em momentos de crise. Como por exemplo, elevando a demanda agregada para frear o
desemprego. Um exemplo de país que cresceu com a intervenção do estado na economia é a
China. Discute-se, porém, se a China teria atingido o crescimento ou o desenvolvimento
económico.

A teoria do desenvolvimento económico surgiu nos anos 1940 em plena crise do


pensamento neoclássico. O primeiro modelo formal de desenvolvimento económico o de Harrod-
Domar nasceu ainda neste quadro. O pensamento neoclássico, porém, fortemente ideológico e
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apaixonado pela coerência, não se dava por vencido. Faltava-lhe um modelo dinâmico, mas
esse modelo surgiu ainda nos anos 1950, com o modelo de Solow (1956).

A teoria económica do desenvolvimento seria mais ampla, e incluiria toda a complexidade


do processo do desenvolvimento, enquanto que a ‘teoria do crescimento económico’ mostraria
como ocorre o crescimento da renda per capita a partir de um número mais limitado e
formalizado de variáveis. Na verdade, essa diferenciação não faz sentido já que o fenómeno a ser
estudado é um só, e que sua principal medida é sempre o crescimento da renda per capita. Por
outro lado, logo se verificou que o potencial explicativo dos modelos de crescimento é muito
limitado.

O modelo de Harrod-Domar tem a vantagem de supor uma função de produção muito


simples, relacionando o crescimento com a taxa de investimento, dada uma produtividade do
capital ou relação produto capital. Já o modelo de Solow usa uma função Cobb-Douglas também
simples mas que permite considerar outros factores além do capital. A primeira visava mostrar a
tese keynesiana de que o desenvolvimento económico não ocorre com equilíbrio assegurado pelo
mercado, enquanto que a segunda, ao prever a substituição de factores, pretendia.

2.1.3. Diferenças entre Desenvolvimento Económico nos PVD’s

O mundo actual caracteriza-se por grandes disparidades (diferenças) de desenvolvimento.


A riqueza de um pequeno número de países, considerados desenvolvidos, contrasta com a
pobreza de outros, ainda em desenvolvimento. Estes dois grandes grupos de países são também
conhecidos como países “do Norte” ou “do Sul”, respectivamente. Contudo, a fronteira entre os
Países Desenvolvidos (PD), muitas vezes designados também, de forma nem sempre correta, de
países ricos, e Países Em Desenvolvimento (PED), os países mais pobres, é bastante difícil de
estabelecer.

Os PED representam cerca de quatro quintos da população mundial e correspondem,


sobretudo, a países da América Latina, África e grande parte Frequentemente, os PD são os mais
ricos economicamente e os PED o mais pobres. Todavia, nem sempre estas designações estão
corretas pois, apesar de existirem diferenças muito significativas, confundem-se muitas vezes os
conceitos de crescimento económico e desenvolvimento humano.
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O crescimento económico é um fenómeno de natureza quantitativa que se refere à


quantidade de riqueza material produzida por um país ou região (avaliado por exemplo pelo
Produto Interno Bruto (PIB) ou pelo Produto Nacional Bruto (PNB)). O desenvolvimento
humano é um fenómeno de natureza qualitativa que resulta da qualidade de utilização/aplicação
dessa riqueza na satisfação de necessidades de toda a população.

É importante salientar que é possível obter-se crescimento económico sem se conseguir


alcançar desenvolvimento (por exemplo se a riqueza criada não for distribuída por todos
equitativamente ou se essa mesma riqueza não for utilizada para a satisfação das necessidades da
população), contudo não é possível alcançar desenvolvimento humano sem existir crescimento
económico pois a criação de riqueza é essencial para atingir permanentemente melhorias da
qualidade de vida das populações na satisfação das suas necessidades.

Nos Países Desenvolvidos:

 Na saúde, os avanços científicos e tecnológico, aliados a uma rede hospitalar densa e de


qualidade, oferecem boas condições de saúde à população;
 Na educação, a Taxa de Alfabetização situa-se próximo dos 100% e o número de anos de
escolaridade tem aumentado, assim como o acesso ao Ensino Superior;
 Na cultura, a maior parte da população tem acesso a meios de comunicação e a eventos e
infra-estruturas culturais (museus, cinemas, bibliotecas, concertos).

Nos Países Em Desenvolvimento:

 Na saúde, a assistência médica é precária e os hospitais estão mal equipados em termos


materiais (medicamentos, instrumentos médicos, camas) e humanos (médicos,
enfermeiros);
 Na educação, a Taxa de Alfabetização embora tenha aumentado, apresenta ainda valores
baixos sobretudo entre as mulheres;
 Na cultura, o acesso a meios de comunicação ainda não é generalizado e o número de
eventos e infra-estruturas culturais é escasso.
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2.1.4. Moçambique e o Desenvolvimento Económico

Ao longo da última década, as tendências de crescimento e investimento na economia


moçambicana tornaram-se mais afuniladas e mais concentradas do que nunca. O Produto Interno
Bruto (PIB) e Valor Acrescentado Industrial (VAI) têm vindo a crescer, em termos reais, mas as
fontes de crescimento são cada vez mais limitadas. O investimento privado numa base anual tem
sido muito instável, mas atingiu níveis significativos nos últimos 13 anos.

O seu enfoque também tem sido estreito e com tendência a reforçar a estrutura afunilada e
desarticulada do crescimento económico. A dinâmica de crescimento e investimento tem mantido
a economia moçambicana presa numa situação em que o crescimento é instável, desestabilizador
e insustentável. Estas e outras questões são discutidas em detalhe nesta secção. Dinâmicas do
crescimento e exportações.

As principais fontes de crescimento do PIB têm sido os serviços (sobretudo comércio,


finanças, transportes e comunicações, turismo e construção) e os mega e grandes projectos na
indústria, energia, minerais e agricultura (alumínio, gás natural, areias pesadas ou minerais,
energia, cimento, bebidas, especialmente cerveja, açúcar e moagem de cereais).

Além disto, quase 80% do investimento em transportes ocorre em torno dos grandes
corredores (Maputo, Beira e Nacala), com destaque para o Corredor de Maputo que liga
Moçambique e a África do Sul. A construção está concentrada em torno dos megaprojectos
industriais, programas rodoviários, com ênfase na estrada porteada Maputo-Witbank, e habitação
de luxo ao redor de Maputo e Matola.

O comércio é fundamentalmente urbano e de retalho e as redes de comércio rural


desenvolvem-se muito lentamente. As finanças ou são especulativas ou relacionadas com os
grandes projectos ligados ao capital internacional. Assim, é em torno disto que os serviços se
estão a desenvolver e a contribuir para a criação de dinâmicas económicas que estão
estreitamente baseadas e que operam contra o alargamento da base de desenvolvimento (INE
várias; BDM várias; KPMG 1999; Castel-Branco 2002a, 2003).
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3. CONCLUSÃO

O desenvolvimento económico é o processo de sistemática acumulação de capital e de


incorporação do progresso técnico ao trabalho e ao capital que leva ao aumento sustentado da
produtividade ou da renda por habitante e, em consequência, dos salários e dos padrões de bem-
estar de uma determinada sociedade. Definido nestes termos, o desenvolvimento económico é um
fenómeno histórico que passa a ocorrer nos países ou Estados-nação que realizaram sua
Revolução Capitalista já que só no capitalismo se pode falar em acumulação de capital, salários, e
aumento sustentado da produtividade.

Embora seja comum a distinção entre desenvolvimento e crescimento económico, eu não


creio que ela seja útil para a compreensão do fenómeno a não ser que limitássemos conceito de
crescimento aos processos de crescimento da renda per capita em países periféricos com
economia de tipo enclave, como alguns produtores de petróleo, nos quais a renda per capita
cresce mas a economia não muda de estrutura, a produtividade não cresce, e, de fato, não existe
desenvolvimento económico. Entretanto, geralmente se usa essa distinção de forma normativa
para distinguir o desenvolvimento económico que seria ‘bom’, do crescimento que seria
concentrador de renda ou adverso ao meio ambiente. Ora, há um número imenso de casos de
processos reconhecidamente de desenvolvimento económico nos quais há crescimento da renda
per capita, da produtividade, dos salários e dos padrões de vida, mas acompanhado de substancial
concentração de renda e por desrespeito à natureza.
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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Castel-Branco, CN. Aid Dependency and Development: a Question of Ownership? A Critical


View, Maputo: IESE. 2007.

Luiz Carlos Bresser-Pereira. O processo histórico do desenvolvimento económico: ideias básicas.


Texto para Discussão EESP/FGV 157, 2006.

Sachs, Ignacy Desenvolvimento Includente, Sustentável, Sustentado. Rio de Janeiro:


Garamond/Sebrae. 2004.

Schumpeter, Joseph A. The Development Economics. Oxford: Oxford University Press, 1961.

Sen, A. Desenvolvimento como Liberdade. Nova Iorque: Alfred A. Knopf.1999.

Souza Santos, Boaventura (2004) Puó il diritto essere emancipatorio?”Una riflessione teórica”.
Democrazia y Diritto 42(1) 2004.

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