Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
3ºAno
Tema:
Discentes:
Hafiza Adamo
Neusa Bové
Nito
1
Índice
1.Introdução ................................................................................................................................ 3
1.1.1.Geral .................................................................................................................................. 4
1.1.2.Específicos ......................................................................................................................... 4
1.2.Metodologia .......................................................................................................................... 4
2.1.Globalização ......................................................................................................................... 5
2.5.A reforma administrativa nos países da SADC em especial: Mauricias, Botswana, ......... 12
3.Conclusão .............................................................................................................................. 19
2
1.Introdução
A implantação dessas reformas foi realizada por etapas. Para a teoria da path-
dependent (dependência de caminhos), os processos passados tendem a influenciar o presente.
Assim, instituições herdadas condicionam fortemente os caminhos a serem tomados,
determinando, inclusive, a persistência de arranjos institucionais pouco eficientes.
A nova onda de reformas do sector público em África constitui, hoje, um testemunho claro da
importância do Estado no desenvolvimento nacional. Muitas nações africanas aceitaram, em
princípio, a mudança para o paradigma do crescimento centrado no sector privado; mas é
igualmente reconhecido que um sector público ineficaz e improdutivo afecta negativamente o
alcance deste objectivo.
Vários estados africanos têm usado as técnicas de gestão do mercado e do sector privado, no
que é geralmente referido como o paradigma da nova gestão pública (NGP), para introduzir
reformas na administração estatal. A aplicação cada vez maior da abordagem da NGP tem
colocado os sistemas de administração e gestão pública em África no centro de discussões e
levantado uma série de questões conflituosas.
3
1.1.Delimitação dos Objectivos
Segundo Andrade (1997:26), “toda pesquisa deve ter objectivos claros e definidos, pois assim
torna mais fácil conduzir a investigação”. Os objectivos podem ser gerais e específicos
(particulares). Assim, o estudo resultante deste projecto vai ser guiado pelos seguintes
objectivos:
1.1.1.Geral
1.1.2.Específicos
1.2.Metodologia
Para qualquer trabalho científico quer teórico assim como prático há necessidade de se basear
em métodos e técnicas de pesquisa para a materialização do mesmo, é a partir deste ponto de
visto, que o grupo, para o processo de realização, melhoramento e aperfeiçoamento deste
trabalho baseou-se em fontes bibliográficas, tais como: dissertações, monografias, artigos,
revistas. Portanto, todos os manuais electrónicos como físico explorados estado patentes na
página de referência.
4
2.A globalização e a reforma administrativa
Bandeiria de Mello (2007) diz que “a globalização não pode ser, de uma parte, demonizada
como um necessário e inevitável propagador de uma única ideologia tal como o neoliberalismo
e suas decorrentes e novas formas de exclusão e segmentações sociais” (p.66). Mas isto, por
outra parte, também não leva a querer saudar este novo contexto mundial como o fim da historia
e o triunfo definitivo do liberalismo de mercado. Com efeito, o que se desenha é uma nova
realidade propícia, tanto à possibilidade de uma consolidação do regime de mercado como novo
poder soberano em escala global a impor as regras do jogo econômico, político e cultural,
quanto a um projeto, efetivamente emancipatório cujo terreno de ação nunca antes se mostrou
tão apto para a abertura de canais de informação e de troca de experiências, idéias, políticas de
auxílio não governamental e mobilização social como o exemplificam fenômenos díspares tais
como a internet, a proliferação de ONG(s) e os fóruns mundiais de debates, dentre outros.
2.1.Globalização
Segundo Mello (1999), a revolução das comunicações e da tecnologia tornou o mundo, de certa
forma, menor, aproximando os países e permitindo maior troca de informações e experiências
de toda ordem. A redução das distâncias geográficas, em razão desses avanços tecnológicos e
do primado da informação célere, foi sofrendo uma profunda intensificação, assumindo ares de
marcha eminentemente econômica. A esse fenômeno de expansão de interesses das sociedade
humanas tem-se denominado "globalização" , cujo efeito de maior marca é a influência de um
país ou grupo de países sobre outro.
5
A globalização não é um fenômeno novo na história, tendo assumido, ao longo do tempo,
diferentes conotações. '" A globalização já foi cultural, pelo poder do exemplo, como se deu no
mundo helênico; foi política, pelo poder da espada, como no mundo romano; foi econômica,
pelo poder das riquezas, como no mundo ibérico dos descobrimentos e religiosa, pelo poder da
fé, como no mundo cristão." O movimento globalizador dos nossos dias, entretanto, não só é
mais amplo como mais profundo, posto que fruto da .. Era do Conhecimento" , através da qual
indivíduos, grupos, sociedades e Estados interagem de forma cada vez mais próxima em virtude
do apurado desenvolvimento científico e tecnológico. Reflexo desse jogo de influência é o
infindável número de reformas estatais que se vêm operando por diversos países do mundo.
Incontáveis Estados subdesenvolvidos e em desenvolvimento vêm, sob o pálio da globalização,
desestatizando suas economias e promovendo profundas reformas tributárias e administrativas.
Podemos dizer que, com o processo da globalização, também vão surgir outras rupturas
institucionais nas estruturas jurídicas e políticas legadas pelo Estado liberal, no século XIX, e
pelo Estado social, no século XX. As rupturas mais importantes, segundo José Eduardo Faria
(1998), são:
6
seletivamente as distintas legislações nacionais e concentrando seus investimentos nos
países onde elas lhes são mais favoráveis;
6. Expansão de um direito paralelo ao dos Estados, de natureza mercatória (" lex
mercatoria"), como decorrência da proliferação dos foros de negociação
descentralizados estabelecidos pelos grandes grupos empresariais."
Segundo o aludido autor, tais rupturas - detonadas em grande parte, repita-se, pelo processo de
globalização, que, em última linha, provoca a interdependência dos Estados, influindo na
definição das políticas públicas internas destes - respondem pela crise atual do Estado do tipo
nacional, indicando que os mecanismos econômicos, sociais e jurídicos de regulação, postos
em pé há um século, já não mais funcionam.
Cademartori (2002) afirma que “a reforma administrativa, no seu sentido mais comum, é o
processo de transformação de atitudes, funções, sistemas, procedimentos e estruturas
administrativas das dependências e entidades do Governo para torná-las compatíveis com a
estratégia de desenvolvimento e fortalecer a capacidade executiva do Estado em um contexto
de planeamento” (p.56). Apesar das diferenças existentes entre reforma do Estado e reforma
administrativa, não podemos esquecer que o processo de reforma do Estado é um processo
político, pois redefine as relações do Estado com a sociedade, reconfigurando as relações de
poder.
Bandeiria de Mello (2007) afirma que “o principal desafio com que se depara um novo modelo
administrativo nesse novo contexto mundial, reside em como pacificar, mobilizar e controlar
7
forças sociais que, como foi observado, apresentam novas formas de segmentação ao mesmo
tempo em que são superadas as velhas barreiras sociais” (p.65). A diferença entre a velha e a
nova Administração Pública está em que, nos modelos políticos baseados na soberania nacional,
a administração se exercia integrando linearmente os conflitos, isto significava que ela se
organizava como um aparato de poder coeso a fim de que pudesse reprimi-los, normalizando a
vida social e com isto, alcançando o desiderato do Poder Público (paz social, ordem pública ou
segurança das relações jurídicas), ou seja, o equilíbrio de forças que interagiam entre os espaços
criados entre o Poder Público e a Sociedade.
Por ser assim, esta nova Administração Pública não mais responde ao modelo hegeliano, típico
da modernidade, o qual estabelecia uma clara divisão entre a Sociedade Civil, tida como o reino
da atuação, produção e circulação econômica e o Estado como unidade política e de atuação
judiciária e administrativa e com isto, apoiava-se nas mediações entre essas instâncias através
da sociedade burguesa a qual, então, assumia um papel de centralidade econômica e cultural da
vida social. Também não mais responde ao modelo weberiano de administração racional
centrada na contínua mediação temporal e sob um prisma de legitimidade da atividade política
e administrativa através da legalidade. Tais características começam a ser substituídas pela
diretriz que determina que a administração de fins políticos tende a ser separada dos meios
burocráticos, ao contrário do modelo descrito por Weber que tendia a tornar coerentes, meios
burocráticos e fins políticos, (Moreira Neto, 1999).
No atual modelo, conforme nos diz Moreira Neto (1999), a lógica da atividade linear operada
na relação meios (função pública) – fins (objetivo ou finalidade pública) é substituída por uma
lógica diferencial e multifuncional atendendo as especificidades de cada situação social ou
grupo com que se travam relações.
Como exemplo disso, pode-se observar que a Administração Pública abandona o seu papel de
mero executor e representante de órgãos políticos centralizados, tornando-se mais autônoma na
medida em que passa a interagir através de acordos e atos unilaterais com os diversos grupos
sociais, já sejam de comércio, de trabalhadores, étnicos, religiosos e mesmo do crime
organizado na constante tentativa de liberdade de ação frente aos demais poderes estatais,
8
muitas vezes, através de leis que garantam uma flexibilização cada vez maior nos mecanismos
de controle legislativo a priori sobre os atos do Poder Público ou por normas até mesmo
desconformes com a Constituição desde que possam assegurar essa maior liberdade de ação
conferida a unidades autônomas, conforme se verá adiante.
Observa-se, tendo como divisor a década de 1980, que o mundo caminhou de uma
administração pública comparada clássica ou tradicional para uma nova administração pública.
Esta última, apoiada na denominada middle-range theory foi estimulada pela necessidade de
encontrar respostas para problemas como: eficiência, eficácia, efetividade, legitimidade
democrática, impacto das tecnologias da informação na administração, entre outros e por
avanços em uma série de disciplinas ligadas à teoria organizacional, ciência política e economia
(neo-institucionalismo e public choice). A partir dessas novas idéias procurou-se abandonar a
generalização e aproveitar o grande número de informação publicada sobre a administração
pública dos mais diferentes países no mundo. A administração pública comparada deve ser
entendida aqui como o domínio do saber que compara padrões de administração pública entre
diferentes Estados-nação. Nesse sentido, busca estudar as semelhanças e diferenças entre várias
unidades de análise, nos níveis da organização, da gestão e da política (no sentido dado ao termo
anglo-saxônico policy), com o propósito de se criar uma base de conhecimento
institucionalizado que possa auxiliar a tomada de decisão (Guess, 1998:535; Heredia e
Schneider, 2003).
Para alguns autores, como por exemplo, Caiden (1994:45), essa tendência a olhar para outras
realidades traz ainda vantagens científicas já que, ao se adotar uma perspectiva comparativa e
global, evita-se o erro de tecer generalizações apenas com base no estudo de uma realidade
administrativa restrita (a administração pública dos EUA, por exemplo). Registre-se que existe
uma tendência de que os problemas que muitos países possuem são comuns aos demais, para
os quais também se poderão encontrar soluções semelhantes. Assim, despesa pública elevada
na economia, baixo nível de eficiência, eficácia e efetividade na administração pública, o
crescente nível de insatisfação dos cidadãos com a qualidade dos serviços prestados pela
administração pública, são problemas inerentes a quase todos os países. Nesse sentido, a
utilização do método comparativo nos estudos que visam à resolução desses problemas poderá
ser bastante útil na busca de resolver esses problemas comuns.
9
O estudo de qualquer faceta da Administração Pública, sobretudo quando tal envolver uma
perspectiva temporal ou comparações internacionais, requer a definição do que se entende por
Setor Público. Com efeito, um conceito demasiado restrito, apenas a Administração Central,
por exemplo, é vulnerável a divisões diferentes de tarefas entre Administração Central, regional
e local nos vários países. Por outro lado, um conceito demasiado lato, incluindo as empresas
públicas, por exemplo, torna o indicador ou indicadores que se utilizar sensível à dimensão e
estrutura do setor empresarial do Estado e a operações de privatização.
Para dar um conteúdo o mais possível preciso e não arbitrário, alguns países têm definido o
Setor Público compreendendo as unidades institucionais que têm por finalidade principal a
produção de serviços não comercializáveis destinados à satisfação de necessidades coletivas
e/ou efetuam operações de redistribuição do rendimento e do patrimônio nacional. Os recursos
destas unidades provêm principalmente de impostos e contribuições sociais obrigatórias, que
incidem sobre os outros setores e instituições residentes, recebidos por via direta ou indireta.
De acordo com esta definição estão integrados no Setor Público:
Embora não coincidente com a definição acima e não sendo isenta de polêmica quanto a sua
inclusão no Setor Público, podem considerar-se ainda as Instituições Particulares sem Fins
Lucrativos, que incluem os organismos dotados de personalidade jurídica que produzem
principalmente serviços não comercializáveis e cujos recursos provêm, em geral, de aportes
feitos pelo Estado ou pelas autarquias. Esta é a única via para obter informação estatística
consistente e efetuar comparações internacionais. As Constituições normalmente não adotam
um conceito de Administração Pública. No entanto, não deixam de estar subjacentes às suas
disposições as tradicionais concepções orgânica e material de Administração Pública
reconduzidas, respectivamente, ao conjunto dos órgãos dotados de poderes de autoridade
pública que asseguram em nome da coletividade a satisfação das necessidades coletivas e à
atividade desenvolvida para essa satisfação.
A idéia de que a Administração Pública constitui uma realidade complexa tem tradução quando
se comete ao Governo a direção da Administração direta do Estado, a superintendência na
10
Administração indireta e a tutela na Administração autônoma. Assim, os diversos componentes
da Administração Pública ficam subordinados ao Governo, o qual é designado não só como
órgão de condução da política geral do país como também órgão superior da Administração
Pública. Estão integrados no Estado, aqui tomado no seu sentido mais amplo enquanto
expressão máxima da organização política do País, as pessoas coletivas públicas, quer de base
territorial, quer de base institucional.
Para Pollitt e Bouckaert (2000), a tarefa de avaliar as reformas da gestão pública numa
perspectiva internacional é um exercício científico difícil e problemático. Para os autores cinco
problemas parecem emergir: a unidade de análise para uma comparação internacional é menos
óbvia do que parece. Níveis de governo são diferentes de setores e de instrumentos e processos
específicos. A unidade de sentido é o segundo problema, pois pode ser que uma agência não
seja uma agência. A ausência e a qualidade dos dados, além das séries temporais constituem
outro conjunto de problemas. A multiplicidade de critérios para se definir a reforma e a
imponderabilidade da mudança é um outro problema metodológico. Por fim, desenham um
quadro rústico e classificam os esforços de reforma em termos de quatro estratégias principais
(quatro Ms): manter, modernizar, “mercadificar” e minimizar.
No estudo que fizeram sobre 10 países, Pollitt e Bouckaert (2000) encontraram fortes evidências
das diferenças nacionais. Constatam que a new public management (NPM) pode ter afetado
muitos países, mas alguns teriam sido afetados de forma mais profunda. Observa-se que mesmo
aqueles países que estão bastante influenciados por ela tendem a adaptá-la de forma quase
individual, para produzir receitas nacionais diversas. Essas diferenças são preocupantes, pois
países distintos têm diferentes pontos de partida, com histórias diversas, e seguem trajetórias
distintas. Uma maneira de classificar os esforços de reforma é pensar em termos das quatro
principais estratégias que qualquer um pode usar. Elas são:
Manter — conservar a máquina administrativa tal como ela é, mas ajustar e equilibrar
sempre que possível;
Modernizar — realizar as mudanças mais fundamentais nas estruturas e processos, por
exemplo, mudando a orientação do processo orçamentário de insumo para produto;
criando novos tipos de organização do setor público, como agências autônomas;
modificando o contrato de trabalho dos servidores públicos etc.;
11
Mercantilizar — introduzir mecanismos de mercado (market-type mechanisms —
MTMs) no setor público, acreditando que eles vão gerar eficiência e melhor
desempenho (OCDE, 1993);
Minimizar — reduzir o setor estatal tanto quanto possível, fazendo o máximo uso da
privatização e da contratação externa. Os ativos públicos são vendidos, e as atividades
anteriormente desempenhadas por servidores públicos são oferecidas aos setores
comerciais e voluntários.
De acordo com Awortwi (2006:163) em África, muitos países adoptaram os novos conceitos e
práticas na esperança de que as experiências dos países desenvolvidos pudessem ser facilmente
e com sucesso replicadas noutras regiões. Infelizmente, os resultados de três gerações de
reformas administrativas e do sector público mostraram mais fracassos que sucessos. Quando
os especialistas locais e estrangeiros se reúnem para diagnosticar os muitos fracassos registados
em África, o consenso que emerge é o de que muitas vezes os factores sociais, culturais e
políticos do continente, incluindo os sistemas de valores, constituem as principais razões para
o fracasso dos esforços de reforma.
Em geral, a África tem feito progressos positivos na melhoria do clima geral de investimento.
As instituições relevantes nos Estados Membros da SADC e, em especial, os Ministérios
responsáveis pela promoção do desenvolvimento industrial e do comércio, que são os guardiões
principais da agenda de industrialização, devem usar estes importantes ganhos como
“plataforma de lançamento” para uma melhoria contínua do clima de investimento. Neste
contexto, esta actividade do programa procura capacitar as respectivas instituições dos Estados
Membros na formulação de políticas e estratégias orientadas para os principais componentes
do “ambiente propício” na formulação de políticas e estratégias orientadas para os principais
componentes do “ambiente propício”, (Bohanes, 2005).
Bohanes (2005) diz que a SADC é uma vasta organização de coordenação, de harmonização de
políticas, de planos, de programas, de estratégias e de projectos. Esta natureza tem implicações
nos seus métodos de trabalho e na sua estrutura jurídico-organizativa. No que concerne aos
métodos de trabalho, pode-se dizer que esses não são muito diferentes daqueles vigentes na
12
época da vigência da SADCC. Coordenam-se as políticas nacionais com mais ou menos
sucesso. O Protocolo de cooperação no domínio da Energia da SADC de 24 de Agosto de 1996
materializa claramente esta da SADC de 8 de Setembro de 1997 constitui um bom exemplo
disto: troca-se informações; promovem-se políticas e a harmonização de medidas
administrativas e legislativas em matéria penal e civil (este Protocolo nem trata sequer de
Direito económico ou Comercial) ou aduaneiras, mas nenhum desses instrumentos contribuem
para se integrar verdadeiramente.
13
um dos pilares subjacentes à cooperação regional no âmbito do Acordo do Tripartido. No
entanto, não há menção à industrialização/cooperação digital.
Há várias opções disponíveis para capitalizar nos benefícios apresentados pelos sectores não
tradicionais. Tudo o que é necessário é que as instituições responsáveis dentro da região da
SADC pensem de forma cuidadosa e sistemática. Por exemplo, devem ser exploradas as opções
para estabelecer “Centros de Chamadas” ou outros tipos de centros de TIC. Um bom estudo de
caso pode ser feito na Índia, onde foram criados “centros de chamadas” para todas as principais
empresas do Fortune 500 nos EUA. Os centros absorveram muitos jovens. No dia-a-dia, estes
centros lidam com todas as consultas telefónicas relacionadas com as empresas. Este modelo
de negócio pode ser replicado, modificado e adoptado para os países individuais da região da
SADC, como forma de lidar com um problema crescente do desemprego juvenil.
No olhar de Bohanes (2005), o comércio é vital para a economia geral da SADC - em termos
de tamanho, contribuição e ligações. O comércio pode desempenhar um papel crítico no
fornecimento de visões de desenvolvimento de países individuais na região. Um levantamento
da contribuição do comércio no passado e no presente para as economias nacionais sugere que
14
é indispensável para qualquer estratégia de desenvolvimento. Mas seu potencial futuro
dependerá em grande parte das escolhas políticas de hoje e de amanhã. Há uma série de pontos
fortes que precisam ser aproveitados e uma série de restrições que precisam ser resolvidas. O
fortalecimento da capacidade dos países em desenvolvimento e países com economias em
transição de participar do comércio global está-se a tornar cada vez mais crítico para o
crescimento económico desses países. A aptidão das empresas nacionais comercializarem
internacionalmente depende cada vez mais de sua capacidade para entrar nas cadeias de valor
globais estabelecidas pelas corporações transnacionais. Por um lado, isso requer trabalhar no
lado da oferta, permitindo que as empresas produzam produtos com alto potencial de exportação
nas quantidades e ao nível de qualidade exigido pelos mercados. Por outro lado, exige a
comprovação da conformidade do mercado, permitindo que essas mesmas empresas garantam
que os seus produtos estejam em conformidade com os padrões internacionais relevantes, em
especial os requisitos do comprador privado e os requisitos técnicos.
De acordo com (Awortwi, 2006:173), “as Maurícias são uma pequena ilha com poucos recursos
naturais. É, portanto, fortemente depende de seus recursos humanos. Este activo muitíssimo
importante ajudou as Maurícias a superar as suas desvantagens naturais e transformar seu povo
em activos adicionais para o desenvolvimento económico do país” (p.55). As Maurícias
desenvolveram em uma economia diversificada. As suas taxas de crescimento anuais têm em
média entre 5 e 6 por cento desde a independência. Com uma renda per capita de mais de USD6,
700 em 2009, as Maurícias tornaramse um país de renda média elevada. A boa governação e
gestão económica foram cruciais par o sucesso das Maurícias ao longo das últimas três décadas.
Tem usado os seus recursos bem e os seus êxitos em matéria de desenvolvimento
socioeconómico são óbvios.
15
sociais vulneráveis, e as pessoas têm livre acesso à saúde e à educação em todos os níveis (desde
o pré-escolar ao ensino superior). Há um benefício básico de pensão para os idosos, pessoas
deficientes, viúvas e órfãos. Há também programas de apoio à renda, transporte público gratuito
e produtos de consumo subsidiados. Além de acesso universal e gratuito aos serviços públicos
e à protecção social universal, existe um regime de protecção social contributiva. Este cobre a
aposentadoria, acidentes de trabalho e do desemprego desde Fevereiro de 2009. Mauritius fez
estas realizações possíveis por meio de sua firme vontade colectiva para superar as dificuldades
inerentes a uma ilha que está longe dos centros de produção e consumo global, limitada na sua
área territorial e população, e dotada de poucos recursos naturais. O país tem gradualmente
adquirido a capacidade humana e institucional. Isto permitiu-lhe desenvolver uma visão para
planear o seu desenvolvimento económico e social, garantir a diversificação de sua base
económica, promover a sua autonomia, e estabelecer uma economia resistente. Maurícias está
determinada a desenvolver através da mobilização de seus próprios recursos. Por isso, procurou
e encontrou, o apoio internacional para lidar com os choques exógenos causados pela rescisão
dos múltiplos acordos multifibra e o abandono das preferências comerciais para o açúcar.
Polidano (1999) afirma que Botswana tornou-se independente em 1966 e, desde então, tem
crescido significativamente de um típico e desolado protetorado britânico para a condição de
um país de renda média, segundo as classificações económicas do Banco Mundial. Alguns
estudiosos e comentaristas políticos atribuíram isso a uma liderança estruturada, prudente e
cautelosa, a qual reconheceu que a adesão a fortes princípios nacionais e uma sólida base
económica são necessários para o desenvolvimento nacional. Os seguintes são esses princípios
em ordem de prioridade: democracia, desenvolvimento, autossuficiência, unidade e Botho
(humanidade).
16
terceirização de empregos em que a equipe precisa ser contratada no país e paga de acordo,
(Polidano, 1999).
Rezende (2002, P.54). “Reformas representam um conflito permanente de valores sobre como
organizar a administração pública: competência neutra; representatividade e liderança
executiva”. Pois, as reformas administrativas envolvem elevados esforços para a transformação
das regras do jogo, e dependem da formação de complexas coalizões políticas e da viabilidade
de compromissos que dificilmente tendem a perdurar entre governos.
17
entre o Estado e os funcionários e pela implementação de mecanismos judiciais
e extrajudiciais que penalizem com maior rigor os casos comprovados de
corrupção. Quanto ao sincretismo implícito nas relações entre corruptos e
corruptores, a aposta mais séria que se faz é na participação ativa e na vigilância
permanente da sociedade em geral e paralelamente será desenvolvido um
processo de capacitação e fortalecimento institucional das Organizações
nucleares para o combate à corrupção, designadamente as inspeções
administrativa, financeira e técnica do Sector Público incluindo-se as inspeções
no sector da legalidade e justiça. (Xavier, 2011, p.08, grifos meus).
No entanto, de acordo com a unidade de coordenação da reforma do Ministério da Função
Pública da Guiné-Bissau, na pessoa de José Braima Dafé (2015, p.02), não se pode pensar no
desenvolvimento sem uma boa administração. Ou seja, boa administração significa boa
governação, por isso, tem que haver bons quadros, com mentalidade organizada, alto sentido
de responsabilidade e alto sentido de Estado, porque um país sem administração forte é invadido
pela corrupção.
A economia da África do Sul destaca-se como a maior do continente africano, com seu PIB
correspondendo, em 2009, a quase 20% do total do PIB de todo o continente. Ao longo do
período posterior à Segunda Guerra Mundial, o desempenho positivo da economia gerou uma
capacidade de consumo elevada, apesar de fortemente concentrada. Isto atraiu o capital
internacional industrial (instalaram-se indústrias automobilísticas, por exemplo), o que
diversificou e modernizou a economia. Esta economia foi altamente dinâmica nos anos 1950 a
1970. Pode-se constatar este desempenho pela variação da produtividade do trabalho (PIB por
trabalhador). A África do Sul enfrentou uma crise relacionada à dívida externa nos anos 1980,
além de sofrer os impactos da perda do papel de reserva internacional de valor do ouro. Por
outro lado, dificuldades e incertezas relacionadas ao período de transição do regime
segregacionista, com pressões internacionais, causaram um desempenho negativo no início da
década dos anos 1990.
18
3.Conclusão
Ao findo deste trabalho, desprende-se que uma Reforma Administrativa visa melhorar a
Administração Pública de um dado país, sendo um processo gradual, integral e profundo. Ela
não é uma caminhada de um só passo, mas sim, uma estratégia global de adequação dos serviços
públicos, de forma que estes criem um ambiente institucional, de gestão e comportamental
favorável à implementação de reforma política, econômica e social. Relativamente a isto, a
reforma administrativa funciona em alinhar estrategicamente a administração pública com um
novo processo de gestão, com ênfase na ação administrativa, aliada à descentralização das ações
e à capacitação dos recursos humanos apoiada na tecnologia de informação.
19
4.Referencias bibliográficas
Awortwi. N. et al. (2006). Perspectivas Africanas: Sobre a Nova Gestão Pública – Implicações
para a Formação de Recursos Humanos. Maputo: (Ed). n/a Skaker.
Bandeiria de Mello, C. A. (2007). Curso de Direito Administrativo. 24ª ed. São Paulo:
Malheiros.
Bohanes, J. (2005). A Few Reflections on Annex VI to the SADC Trade Protocol. Tralac
Working Paper.
Gonçalves Pereira, A. & De Quadros, F. (2000). Manual de Direito Internacional Público. 3.ª.
ed., Coimbra, Edições Almedina.
Mello, C. A. B. (1999). Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros Editores Ltda.
Polidano, C. (1999). The New Public Management in Developing Countries. Public Policy and
Management. Working Paper n. 13. Mimeo.
Pollit, C. & Bouckaert, G. (2000). Public management reform: a comparative analysis. Oxford:
Oxford University Press.
20