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Rosilota Pinto

A POLÍTICA EDUCATIVA EM MOCAMBIQUE


Licenciatura em Administração e gestão Educacional com habilitações em Supervisão e
Inspecção Educacional

Universidade Rovuma
Nampula
2021
Rosilota Pinto

A Política Educativa em Mocambique

Trabalho de carácter avaliativo curso de


Licenciatura em Administração e gestão
Educacional com habilitações em Supervisão e
Inspecção Educacional, 4º ano, lecionada pelo
docente:

MA. Gilberto Rafael

Universidade Rovuma

Nampula
2021
Índice

Introdução........................................................................................................................................4

Conceptualizando políticas educacionais........................................................................................5

Entre o ideal utópico e o pragmatismo de cariz neoliberal: 1975-1990..........................................6

O contexto neoliberal e as políticas educacionais em Moçambique...............................................8

Conclusão......................................................................................................................................11

Referências....................................................................................................................................12
Introdução

O presente trabalho, é da cadeira de Políticas públicas em Educação e tem como tema as


políticas públicas de moçambique. É importante saber que o território moçambicano esteve sob a
dominação colonial portuguesa, que introduziu o sistema de educação formal no séc. XIX. Até
1975 tal sistema assumia um carácter segregacionista e elitista, visando reproduzir e promover as
desigualdades dentro do sistema colonial. No período pós-colonial assiste-se à criação de um
sistema educacional que tinha como pano de fundo, numa primeira etapa, a perspectiva de
formação do Homem Novo, no contexto dos princípios do socialismo científico e, numa segunda
etapa, a partir da segunda metade da década de 80 do séc. XX, até à actualidade, a adopção dos
princípios do neoliberalismo.

Esta comunicação tem como objectivo analisar as políticas de educação em contexto de


transformações socioeconómicas e políticas no período pós-colonial em Moçambique até a
actualidade. Usou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica e documental e a experiência
informada da autora. Argumentamos que as rápidas transformações socioeconómicas e políticas
têm tido um grande impacto nas políticas educacionais levando, por vezes, a que se verifiquem
algumas inconsistências. A educação em Moçambique foi nacionalizada após a Independência
(em 1975), tornando-se uma área apenas da competência do Estado. As transformações ocorridas
em Moçambique, levaram a que, a partir de 1992, se dessem mudanças nas políticas
educacionais, passando os serviços de educação a ser prestados também por outras entidades,
como comunitárias, cooperativas, empresariais e privadas.

A estrutura deste trabalho envolve elementos pré textuais, textuais e pós textuais. Contendo
assim capa, folha de rosto, índice, introdução, desenvolvimento (o essencial conteúdo), a
conclusão e as referências bibliográficas.
Conceptualizando políticas educacionais

Nesta secção procuraremos brevemente conceptualizar política e políticas públicas, bem como
abordar a questão da alteração dos contextos como factores de mudança nas políticas
educacionais.

Começamos a nossa discussão teórica corroborando com Archer (1979) quando afirma que os
interesses de classe e as relações de poder estão reflectidos no processo de construção dos
sistemas educativos. No caso moçambicano é evidente como as políticas educativas acabam
reflectindo essas dinâmicas, fazendo a análise partindo da situação colonial para a de um país
libertado e em rápidas transformações socioeconómicas e políticas.

A palavra “política” é derivada de polis, que significa literalmente cidade-estado. A sociedade


grega antiga estava dividida em cidades-estado independentes, em que cada uma delas possuía o
seu próprio sistema de Governo (Heywood, 2002, p.5).

O uso corrente do termo política, para Shiroma, Moraes & Evangelista (2007, p. 7), prenuncia
uma multiplicidade de significados, presentes nas múltiplas fases históricas do Ocidente e que,
na sua acepção clássica, deriva de um adjectivo originado de polis - politikós - e refere-se a tudo
que diz respeito a cidade, ao urbano, ao civil e ao social. Na modernidade, o termo refere-se
fundamentalmente à actividade ou ao conjunto de actividades que, de uma forma ou de outra são
imputadas ao Estado moderno capitalista ou dele emanam (Ibid.)

Para Heywood (2002), a ideia de que a política equivale ao que diz respeito ao Estado é a visão
tradicional da Disciplina (Ciência Política), reflectida na tendência dos estudos se concentrarem
no pessoal e na máquina governamental e, ainda afirma que estudar política é, em essência,
estudar o Governo, ou mais amplamente, estudar o exercício da autoridade.

Em relação às políticas públicas Agum, Riscado & Menezes advogam que,

não existe apenas uma definição para a interpretação do conceito de políticas públicas. Ao longo
das décadas o conceito foi sendo ressignificado. A definição instituída por Thomas Dye (1984) é
sempre citada como aceitável quanto ao que seria uma política pública, ‘o que o governo escolhe
fazer ou não fazer’ (2015, p. 15).

De acordo com Reis e Máximo (s/d) é possível definir o conceito de política educacional como,
política pública de carácter social destinada à educação, que sofre transformações constantes. É
construída na correlação entre as forças sociais que buscam assegurar seus próprios interesses e,
para compreendê-la, é preciso perceber o projecto político do Estado e as condições históricas de
um determinado período (p. 4).

Uma mudança de política educativa é normalmente uma resposta a um problema ou a um


conjunto de problemas no sector educacional e deve começar com uma apreciação do sector
educacional e seus contextos (Haddad, 1995). A análise do ambiente político mais amplo é
necessária para a compreensão do processo nacional de tomada de decisão e do papel que a
educação deve desempenhar no processo sociopolítico. A estrutura institucional do sector
político tem implicações para o desenvolvimento educacional (ibid.).

Portanto, existem várias razões para mudar políticas, estratégias e programas da educação. Uma
das razões está associada às mudanças políticas e, porque não, ideológicas. Foi o que aconteceu
em Moçambique em 1975, com o advento da Independência e, posteriormente, com as mudanças
Constitucionais de 1990 e 2004, que provocaram transformações substanciais no ordenamento
político do país.

Entre o ideal utópico e o pragmatismo de cariz neoliberal: 1975-1990

No decorrer da luta pela Independência nacional, a liderança da Frelimo desenvolveu a visão de


uma nova sociedade livre, não só da opressão colonial, mas de outras formas de dominação
económica, racial e sexual. A experiência da luta armada convenceu a essa liderança de que a
luta pela liberdade não significava apenas mudar a cor da pele dos que estavam no poder
(Barnes, 1982, p. 407)

A Independência do país foi alcançada em 1975. Imediatamente após a declaração da


Independência nacional, o país iniciou várias reformas políticas. O novo Governo escolheu o
socialismo científico como a via de desenvolvimento social, económico e político.

Durante os primeiros anos de Independência, principalmente após o III Congresso, em 1977, a


Frelimo tentou transformar-se num Partido de Vanguarda. Isso significava:

(i) criar uma organização muito mais depurada do que a que existia antes, excluindo um
grande número de antigos militantes e simpatizantes da Frente e movendo-se para um
sistema onde as escolhas políticas eram ditadas pela ideologia; e
(ii) desmantelar as formas participativas de organização política que faziam parte da
tradição da Frelimo (Ottaway, 1988, p. 217).
Segundo Ottaway (ibid), a Frelimo tentou criar uma economia planificada e centralizada, numa
base socialista, embora seja questionável o sucesso desse empreendimento, devido a dois
principais motivos:

(i) a Frelimo não era forte o suficiente para capturar a população politicamente, por
exemplo, através de um processo de colectivização forçada; e;
(ii) o Governo estava também falido economicamente para lançar um processo de
desenvolvimento bem-sucedido, expandindo machambas5 estatais e empresas
industriais, absorvendo mais a população no sector socialista.

O país juntou-se ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional (FMI) no final de 1984
(Ottaway, 1988). A razão de Moçambique para se juntar ao FMI foi a crise económica que se
manifestou de várias maneiras como, por exemplo: (i) a incapacidade da economia nacional para
atender às necessidades do mercado interno; e (ii) a incapacidade do Estado cumprir com as suas
obrigações internacionais. Três anos depois, em 1987, foi introduzido o Programa de
Ajustamento Estrutural designado PRE (Programa de Reabilitação Económica).

Introduzidos em larga escala nos anos 80 do séc. XX os Programas de Ajustamento visavam,

assegurar o pagamento da dívida e transformar a estrutura económica dos países de forma a fazer
desaparecer características julgadas indesejáveis e inconvenientes ao novo padrão de
desenvolvimento (neoliberal): proteccionismo, excesso de regulação, intervencionismo, elevado
grau de introversão, entre outras. A ideia central que passou a vigorar é que parte das dificuldades
desses países se encontra neles próprios, sobretudo na rigidez das suas economias.
Consequentemente, reformas profundas em suas instituições e políticas passaram a ser
consideradas mais importantes do que o alívio da dívida (Soares, 2009, p. 23).

Em Moçambique foi dada prioridade ao sector económico, visando a recuperação da


produtividade. O contexto em que o país decidiu juntar-se ao sistema de Bretton Woods era
muito complexo e fortemente dominado por uma Guerra Civil, que era responsável pela perda de
vidas humanas e destruição de infraestruturas. Cerca de um milhão de pessoas morreram,
milhares transformaram-se em deslocados e cerca de cinco milhões foram obrigados a mudarse
para o exterior, onde a maioria permaneceu em campos de refugiados (Thompson, 1999).

No que tange à educação, durante este período, portanto nos primeiros anos do pós-
independência, dois caminhos distintos, porém relacionados, foram seguidos, simultaneamente:
(i) foi decidido construir o sistema educacional moçambicano sobre as práticas educativas
desenvolvidas nas zonas libertadas6 durante a guerra (1964-1974), baseadas em novas formas de
organização do processo docente-educativo, considerando o papel do professor e do aluno no
contexto revolucionário, a participação na produção escolar e a ligação da escola com a
comunidade circundante; (ii), foi dada ênfase ao desmantelamento do sistema educacional
herdado da sociedade colonial (Barnes, 1982).

Com base na ideologia de Marx e de Lenine e orientado por princípios e valores socialistas,
esperava-se que o sistema educacional pudesse proporcionar uma espécie de Revolução Cultural,
que alteraria a mentalidade do povo, contribuindo para erradicar as práticas culturais tradicionais
negativas, como a superstição, as crenças mágicas, obscurantismo, etc. (Cross, 1993).

Assim, acreditava-se que somente um Homem Novo seria capaz de transformar o país numa
“sociedade moderna”, livre do legado colonial e da influência da “sociedade tradicional” vista
como um potencial “perigo” para a revolução. Ao sistema de ensino competia uma grande
responsabilidade na formação do Homem Novo (Bastos, Duarte e Guro, 2016).

O contexto neoliberal e as políticas educacionais em Moçambique

Como nos referimos anteriormente, com a adesão de Moçambique ao FMI/ Banco Mundial, o
país iniciou a adopção da cartilha neoliberal, isto muito antes da abertura política ao
multipartidarismo. Queremos afirmar que, apesar de a I República se ter estendido entre 1975-
1990, ela não foi linear, pois ocorreram transformações, sobretudo de índole económica, que
começaram a ter lugar num contexto monopartidário. Em 1990 entra em vigor uma nova
Constituição da República (MOÇAMBIQUE, 1990a), num período em que a Guerra-Civil
(1976-1992) ainda estava a decorrer, com incalculáveis efeitos devastadores para todo o país. É
com esta Constituição que o liberalismo político passa a ser um direito constitucionalmente
consagrado (Bastos, Duarte e Guro, 2016).

Em relação ao sector educacional, o programa visou o desenvolvimento de recursos humanos


para o crescimento económico e a melhoria da qualidade da educação. Além disso, privilegiou a
melhoria da educação secundária e do ensino superior e a expansão progressiva da educação
primária.

De acordo com a agenda do ajustamento estrutural, os sectores sociais, incluindo a educação,


eram de secundária importância para o investimento. Por exemplo, o orçamento de educação foi
reduzido de cerca de 12 por cento em 1980 para 4 por cento do orçamento nacional em 1987, o
que criou uma crise financeira na educação (MOÇAMBIQUE, 1990c, p. 2). Os salários
diminuíram em termos reais e, com isso, a motivação dos professores. Por outras palavras, o
Programa de Ajustamento Estrutural não incluiu uma política adequada para o sector
educacional.

Com a aprovação da Constituição de 1990, novos princípios passaram a orientar o sector da


educação, estabelecendo que: a) A educação é um direito e dever de todos os cidadãos. b) O
Estado, no quadro da lei, permite a participação de outras entidades, incluindo comunitárias,
cooperativas, empresariais e privadas no processo educativo. c) O Estado organiza e promove o
ensino, como parte integrante da acção educativa, nos termos definidos na Constituição da
República, sendo o ensino público laico (MOÇAMBIQUE, 1992, p.104).

Tendo em conta este novo ordenamento político, o Estado deixa de ser o único provedor dos
serviços de educação, facto que ocorria desde as nacionalizações registadas em 1975. Assim, as
disposições legais para o surgimento e a abertura de escolas privadas em Moçambique são
estabelecidas a 1 de Junho de 1990, através do Decreto n° 11/90 do Conselho de Ministros
(MOÇAMBIQUE, 1990b). Trata-se do Decreto que autoriza “actividades do ensino privado e
explicações”, que revogou um anterior, o Decreto 12/75, que proibia as actividades do ensino
privado. A parceria entre o Estado e o sector privado tinha em vista aliviar o Governo dos
encargos financeiros e permitir a participação da comunidade nos programas educacionais.

Com a introdução da Lei 6/92, que reajusta o SNE, o Estado permite a participação no processo
educativo de outras entidades, incluindo comunitárias, cooperativas, empresariais e privadas
(MOÇAMBIQUE, 1992). Foi neste contexto que o Estado moçambicano, a partir desta Lei,
abriu portas para que o sector privado participasse nas actividades de educação, tendo culminado
com o surgimento das escolas privadas ou particulares em Moçambique. Numa primeira fase,
surgiram na capital do país, Cidade de Maputo, nos anos de 1990 e, desde então, foram-se
expandido para as outras províncias. Na mesma Lei (6/92) é retirada a carga ideológica
relacionada com o marxismo – leninismo e o Homem Novo e sua formação.

Segundo Bonde (2016), com o movimento da descentralização surgido na década de 1990, as


escolas públicas em Moçambique são geridas pelo Estado e as particulares pelo sector privado;
os programas de ensino usados no ensino público em Moçambique são também usados nas
escolas privadas; os salários dos professores nas escolas públicas são pagos pelo Estado e nas
escolas privadas ou particulares são as próprias instituições de ensino; contudo, em algumas
escolas geridas por entidades religiosas quem paga o salário dos respectivos professores é o
Estado; nas escolas particulares as mensalidades variam de acordo com a instituição e
localização da escola e os valores podem ser bem altos.

Neste novo contexto, influenciado pelo neoliberalismo, assiste-se ao envolvimento de vários


actores visando colocar em prática um dos principais princípios constitucionalmente
estabelecidos desde 1975 - o direito à educação - não obstante as mudanças operadas em termos
de orientação política e ideológica.
Conclusão

Conclui-se que o contexto socioeconómico e político influencia significativamente o processo de


formulação, implementação, monitoria e avaliação de políticas educacionais. Sugere-se que, no
processo de definição de políticas educacionais, existe necessidade de envolver a participação
dos diferentes actores, no sentido de atenuar/acautelar os efeitos nefastos induzidos pela cartilha
neoliberal.

Para o caso de Moçambique e outros países da periferia, o processo de desenvolvimento das


políticas públicas de educação não tem somente componentes endógenos. A participação de
actores estrangeiros tem sido um elemento marcante. No contexto da I República, predominava a
cooperação com os países do bloco Soviético, sem descurar a influência relativa de organizações
do sistema das Nações Unidas como a UNESCO e UNICEF. Com o advento das transformações,
primeiro, na esfera económica e, posteriormente na esfera política, novos actores, como o Banco
Mundial e o Fundo Monetário Internacional passaram a entrar em cena, influenciando o processo
e até definindo prioridades em termos de financiamento aos diferentes subsistemas que
constituem o SNE.

Assim, as mudanças que ocorrem em Moçambique não derivam apenas de transformações


internas, mas sobretudo, são uma resposta às pressões e/constrangimentos das agências e
organizações internacionais sobre as estratégias de desenvolvimento de políticas educacionais.
Apesar disso, consideramos que os actores locais são co-responsáveis, sobretudo no que se refere
à definição de estratégias que possam contribuir para a melhoria da qualidade do sistema
educativo e na adopção de uma visão holística em termos de desenvolvimento do sistema.
Referências

Adam, Y. (1997) Evolução das estratégias para o desenvolvimento no Moçambique póscolonial.


In: SOGGE, D. (ed.). Moçambique: perspectivas sobre a ajuda e o sector civil. Amsterdam:
Frans Beijaard, 1997. pp. 1-14.

Agum, R., Riscado P. & Menezes M. (2015) Políticas Públicas: Conceitos e Análise em
Revisão. In: http://www.agendapolitica.ufscar.br/index.php/agendapolitica/article/viewFile/
67/63. Consultado em Novembro de 2021.

Archer, M. (1979) Social Origins of Education System. London: Sage Publication.

Barnes, B. (1982) Education for Socialism in Mozambique. Comparative Education Review, 26.
pp. 406-19.

Bastos, J. N., Duarte, S. M.; Guro, M. (2016) A perspectiva samoriana de desenvolvimento da


educação: a formação do Homem Novo e o processo de massificação em Moçambique (1975-
1992). Comunicação apresentada na Conferência: “30 anos com Samora reflectindo sobre a
Educação em Moçambique”. Xai-Xai, (no prelo).

Bonde, R. (2016) Políticas públicas de educação e qualidade de ensino em Moçambique,


Dissertação de Mestrado. In:
http://www.ie.ufrj.br/images/posgraducao/pped/dissertacoes_e_teses/RUI_BONDE.pdf 2016,
consultado em Novembro de 2021.

Cross, M. (1993) Curriculum policies and processes in Mozambique, 1930-1989: The colonial
legacy and the challenge of reconstruction. In: TAYLOR, N. Inventing knowledge: Contexts in
curriculum construction. Cape Town: Maskew Miller Longman.

Heywood, A. (2002) Politics. 2nd ed. New York: Palgrave Macmillan.

MOÇAMBIQUE. Boletim da República. Lei nº4/83. I Série, nº 12. Aprova a Lei do Sistema
Nacional de Educação. Maputo: Imprensa Nacional, 1983. MOÇAMBIQUE. Boletim da
República, 1ª Série, nº 44. Constituição da República de 02.11.90. Maputo: Imprensa Nacional,
1990a

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