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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE MANICA

CURSO DE CONTABILIDADE E AUDITORIA


DIVISAO DE ECONOMIA, GESTÃO & TURISMO

Contabilidade Bancaria

Pós-laboral

ORIGENS DOS BANCOS E EVOLUIÇÃO DO SISTEMA FINANCEIRO


NACIONAL

Discente: João Mandeço Mundilima

Docente:

Maria Albertina Dias

Chimoio, Abril de 2021


Índice
INTRODUÇÃO.................................................................................................................3

METODOLOGIA..............................................................................................................3

OBJECTIVOS...................................................................................................................3

Objectivo geral...............................................................................................................3

Objectivos especificos...................................................................................................3

CONTEXTUALIZAÇÃO.................................................................................................4

Origem dos bancos.........................................................................................................4

1.Conceito e características do sistema financeiro........................................................4

1.1Características do sistema financeiro....................................................................5

1.1.1 Visão Convencional..........................................................................................5

2.Objectivo do sistema financeiro.................................................................................5

2.1 Relações entre o Desenvolvimento Financeiro e o Crescimento Económico......6

2.2 Análises do Sistema Financeiro Moçambicano...................................................7

2.3 Composições do Sistema Financeiro Moçambicano............................................7

2.4 Principal Característica do Sistema Financeiro Moçambicano............................8

2.5 Cronologias da evolução do Sistema Financeiro em Moçambique.........................8

2.5.1 Período do Sistema Financeiro de Economia Centralmente Planificada (1985


– 1987):......................................................................................................................8

2.5.1.1 Legislação/regulamentação de referência......................................................9

2.5.2 Período de reforma do sistema financeiro no contexto do PRE (1987 – 1990)9

2.5.3 Período de reforma do Sistema Financeiro no contexto do PRES (1991 –


1998)........................................................................................................................10

2.5.3.1 Período de reforma do Sistema Financeiro no contexto do PRES (2).........10

CONCLUSÃO.................................................................................................................11

BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................12
INTRODUÇÃO

O presente trabalho debruça-se sobre o sistema financeiro, tendo em conta os diversos


conceitos dominantes, a sua evolução e expansão. De um modo geral e para
compreensão detalhada do conceito, são apresentadas diversas perspectiva sobre o
sistema financeiro, visto que esse conceito será objeto de operacionalização para a
realidade moçambicana, no capítulo seguinte. Desta feita, foram privilegiados
abordagens sobre a origem e expansão do sistema financeiro internacional, para
posteriormente ser feita a sua integração na realidade de Moçambique.

METODOLOGIA

Para a persecução do presente trabalho, foi usado estudo explicativo de uma abordagem
hipotético-dedutivo. Este método “inicia pela percepção de uma lacuna nos
conhecimentos acerca da qual formula hipóteses e, pelo processo de inferência dedutiva,
testa a predição da ocorrência de fenômenos abrangidos pela hipótese”.

OBJECTIVOS

Objectivo geral

 Abordar de forma clara a cerca das Origens dos bancos e Evoluição do sistema
financeiro nacional

Objectivos especificos

 Apresentar de forma contextuada a origem dos bancos


 Especificar o seu Funcionamento do sistema financeiro;
 Analisar a Composição do sistema financeiro em Moçambique;

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CONTEXTUALIZAÇÃO

Origem dos bancos

O nome "banco", porém, foi criado pelos banqueiros judeus de Florença na época do
Renascimento, designando a mesa onde eram trocadas as moedas. Em 1406, foi criado
aquele que é considerado o primeiro banco moderno: o Banco di San Giorgio, em
Gênova. Em 1983, o Banco da Escócia se tornou o primeiro banco a oferecer serviços
eletrônicos, tendência esta que vem se ampliando continuamente desde então no mundo
inteiro.

1. Conceito e características do sistema financeiro

Maleiane (2016) define sistema financeiro como um conjunto que integra a política,
as instituições e a respectiva legislação que disciplina o funcionamento do mercado.

O papel primordial do sistema financeiro dentro do sistema econômico é facilitar a


alocação dos recursos. Isto equivale a, primeiro, facilitar a troca de bens e serviços; e
segundo, facilitar a transferência da poupança entre supridores e tomadores finais.

Ele enumera e define com detalhes, as funções do sistema financeiro. Para melhor
entender o papel do sistema financeiro em alocar recursos, discutiremos seis funções
básicas por ele desempenhadas: primeiro, a mobilização de recursos; segundo, a
alocação de recursos no espaço e no tempo; terceiro, a informação e monitoração de
empresas; quarto a administração e alocação de riscos; quinto a liquidação de
obrigações e realização de pagamentos; e sexto, a geração e divulgação de informação
útil aos diversos setores da economia. (DE CARVALHO, 2002).

A função de mobilização de recursos se refere à agregação das poupanças individuais,


sem tal agregação os agentes individuais teriam que financiar projetos inteiros. Assim
sendo, a escala de cada investimento estaria restrita no nível da riqueza de quem o
implementasse. No entanto, poucas famílias possuem riqueza suficiente para financiar
grandes projetos. Para que as empresas alcancem escalas economicamente eficientes é

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essencial que tenham acesso à poupança de vários investidores. O sistema financeiro,
por agregar a poupança de vários agentes individuais, torna possível a implementação
de projetos em escala ótima. (DALFOVO; RODRIGUES; AZAMBUJA, 2005; DE
CARVALHO, 2002).

1.1Características do sistema financeiro

1.1.1 Visão Convencional

A visão convencional sustenta que o sistema financeiro é um intermediário neutro de


recursos na economia cuja existência é justificada principalmente por seu papel de
diversificar as oportunidades entre poupadores e investidores, minimizarem os custos de
agenciamento entre emprestadores e tomadores, e de mitigar os efeitos dos custos de
informação e de transação no processo de intermediação. Assim, custos de adquirir
informação e fazer transações financeiras criam incentivos para a emergência de
mercados e instituições financeiras. Em um mundo com informação perfeita, mercados
completos sem fricções, instituições financeiras não seriam necessárias, uma vez que
ofertantes e demandantes de fundos poderiam negociar diretamente.

O Sistema financeiro internacional é a estrutura de acordos, regras, relações de troca ou


negócios entre moedas, atividades, fluxos monetários, empréstimos, pagamento,
convenções e instituições em que os mercados internacionais e as firmas operam.
Ribeiro (2016), afirma que no século XX, o sistema financeiro internacional vivenciou
uma grande evolução, passando por pelo menos três etapas principais: o sistema padrão
ouro, o sistema de Bretton Woods e as taxas de câmbio flutuantes. O sistema padrão
ouro foi o sistema monetário vigente de 1870 até 1914.

2. Objectivo do sistema financeiro

Em termos gerais, o sistema financeiro tem como finalidade primordial transferir os


recursos em poder dos aforradores para o setor produtivo ou para o setor de consumo. É
constituído basicamente pelos mercados – onde vários agentes realizam essa
transferência mediante operações de compra, venda ou troca de cativos financeiros –
por instituições financeiras e pelos órgãos reguladores do sistema. Segundo Allen; Gale

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(2000), Os sistemas financeiros são cruciais para a alocação de recursos em uma
economia moderna. Eles canalizam a poupança das famílias para o setor corporativo e
alocam fundos de investimento entre as empresas; eles permitem a suavização
intertemporal do consumo pelas famílias e os gastos das empresas; e eles permitem que
famílias e empresas compartilhem riscos. Essas funções são comuns aos sistemas
financeiros da maioria das economias desenvolvidas.

2.1 Relações entre o Desenvolvimento Financeiro e o Crescimento Económico

As correntes de pensamento económico tradicionais são conflituantes quanto ao impacto


do sistema financeiro no crescimento económico. Os economistas do desenvolvimento
como Meier e Seers (1984) e Lucas (1988) não dão primazia ao papel do sistema
financeiro no processo de crescimento económico e baseiam as suas hipóteses na teoria
neoclássica defendida por Fama (1970). Esta teoria assume que os mercados são
perfeitos e eficientes, e que os agentes económicos agem de forma racional.

Merton (1988), Gurley e Shaw (1955) e McKinnon (1973) consideram sem fundamento
dissociar o sistema financeiro do processo de crescimento económico, com base na
visão schumpeteriana do processo de desenvolvimento que relaciona a liberalização
financeira com as taxas de juro e essas com o investimento ou poupança. Esta visão é
defendida por Levine (2005), Beck et al. (2000), Demirguç-Kunt e Maksimovic (1998),
e Rajan e Zingales (1998).

Fora daqueles debates, a literatura financeira notabilizou-se nas análises do impacto das
finanças na distribuição do rendimento e no alívio à pobreza. Todavia, existe alguma
literatura recente que aponta para o fraco contributo das finanças na distribuição do
rendimento e na redução da pobreza, particularmente, para as pequenas empresas e
famílias pobres (Beck et al., 2005 e Beck et al., 2007).

De acordo com Galor e Moav (2004), desde que se eliminem os factores que restringem
o SF, particularmente o acesso ao crédito, o sistema financeiro pode catapultar o
aumento da eficiência na alocação de capital e a redução da desigualdade no
rendimento, gerando fluxos de capital com retornos de investimento elevados para os
pobres.

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2.2 Análises do Sistema Financeiro Moçambicano

Moçambique como a maioria dos países em vias de desenvolvimento tem o sistema


financeiro pouco desenvolvido, poucos operadores e instrumentos financeiros para
suportar a actividade económica. Os operadores financeiros principais, no sistema
moçambicano, são os bancos comerciais e portanto a estabilidade deste sistema depende
crucialmente do funcionamento eficiente e eficaz dos bancos comerciais. As crises do
passado demonstraram que a eficiência de um banco comercial pode ameaçar a
estabilidade do sistema financeiro.

Moçambique, assim como grande parte do continente africano esteve, ate o ano de
1975, sob o regime colonialista. A 25 de Junho de 1975 conquista a independência,
transformando-se numa república popular, como um regime de partido único, ate
Novembro de 1990, data da entrada em vigor da constituição que instaurou o regime
democrático multipartidário e um sistema de economia de Mercado.

2.3 Composições do Sistema Financeiro Moçambicano

Assim como bastante concentrado, a maior instituição possui 40% dos activos totais da
banca e os 90% dos activos e passivos da banca é possuído por apenas seis instituições
nomeadamente: ABC, BA, BCI Fomento, Millennium BIM, BIM e Standard Bank.

Os bancos em Moçambique, são considerados rentáveis e bem capitalizados, no entanto


estão muito vulneráveis face ao risco de crédito no país. Os indicadores de rentabilidade
escolhidos para avaliar a performance do sector são os lucros líquidos, ROAA e OAE.
O lucro líquido demonstra o retorno positivo de um investimento feito pela empresa,
após a dedução da despesas operacionais e não operacionais.

O ROAA (RAA) é um indicador financeiro que mostra, em percentagem, como os


activos lucrativos da empresa estão a gerar receitas e mostra como a empresa é rentável
antes da alavancagem financeira.

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É muito usado para comprar o desempenho das instituições financeiras (como os
bancos), porque a maioria dos activos bancários terá um valor contabilístico que esta
perto dos seus valores de mercado.

O ROAE (ROE) é um indicador, também financeiro, percentual que se refere a


capacidade de uma empresa agregar valor a ela mesma utilizando os seus próprios
recursos, ou seja, o quanto esta consegue crescer usando os seus recursos próprios. Por
esta razão este é visto como um dos mais dos importantes rácios financeiros.

2.4 Principal Característica do Sistema Financeiro Moçambicano

1) Do período da colonização, apenas o Banco Standard & Totta não sofreu


intervenção. Deste modo, ate 1989 a principal característica do sistema
financeiro moçambicano era o número reduzido de bancos comerciais (apenas
três) e, cerca de 95% do negócio bancário representados pelos bancos
controlados pelo Estado.

2) Actualmente, dadas as características predominantes do sistema financeiro


moçambicano, põe-se dizer que este é baseado no modelo alemão, isto é,
baseado do crédito bancário privado. Sendo que, o mercado de capitais
moçambicano é ainda muito pouco desenvolvido.

3) A abertura da bolsa de valores moçambicana só se deu em finais de 1999,


resultante das reformas financeiras no país. Não obstante as modificações
registadas no sector bancário moçambicano, este é ainda considerado
relativamente pequeno – existem 12 bancos comerciais, 11 agências
cooperativas e, 58 operador de micro crédito (2006).

2.5 Cronologias da evolução do Sistema Financeiro em Moçambique

2.5.1 Período do Sistema Financeiro de Economia Centralmente Planificada (1985


– 1987):

 Banco Central e Emissor com funções de principal banco comercial do país;

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 Banca integrada e monopólios do Estado sobre a actividade e as instituições de
intermediação financeira doméstica e com o exterior;

 Limitada ou inexistente diversificação de instituições e de produtos financeiros;

 Subordinação da intermediação financeira ao Plano Estatal Central de cada ano;

 Taxas de juro e de câmbio, preços e comissões, fixos, determinados pelas


autoridades governamentais – repressão financeira.

2.5.1.1 Legislação/regulamentação de referência

 Decreto 2/75, de 17 de Maio – Lei Orgânica do Banco de Moçambique

 Decreto 13/75, de 21 de Junho – sobre a integração do Departamento de


Moçambique do BNU no BM

 Aviso do Banco de Moçambique, de 4 de Março de 1977, que define as bases


para a fixação das taxas de câmbio;

 Lei 5/77, de 31 de Dezembro – sobre a integração da CBM, BCCI e do BCA no


BM

 Lei 6/77, de 31 de Dezembro – cria o BPD

 Lei 2/80, de 16 de Junho, cria o Metical;

2.5.2 Período de reforma do sistema financeiro no contexto do PRE (1987 – 1990)

 Ajustamento das taxas de câmbio;

 Ajustamento das taxas de juro;

 Controlo quantitativo e selectivo do crédito;

 Criação do Mercado Secundário de Câmbios;

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 Estabelecimento do quadro normativo do exercício da actividade de
intermediação financeira

 Criação do INSS e do SNSS

2.5.3 Período de reforma do Sistema Financeiro no contexto do PRES (1991 –


1998)

Reforma jurídico-legal:

 Lei 28/91 – regula a constituição e o funcionamento das IC’s – licenciamento e


encerramento decididos pelo Governo (abertura do sector à iniciativa privada,
nacional e estrangeira)

 Lei 1/92 – define a natureza, os objectivos e as funções do BM como banco


(exclusivamente) central do país;

 Lei 3/96 – Lei cambial, define regras sobre operações cambiais e o comércio de
câmbios, reforçando o papel do BM como Autoridade Cambial ;

 Lei 5/98 – Lei da valorização do uso do cheque como meio de pagamento.

2.5.3.1 Período de reforma do Sistema Financeiro no contexto do PRES (2)

Reforma jurídico-institucional:

 Lei 24/91 – Liberaliza a actividade seguradora e resseguradora;

 Decreto 3/92 – cria o BCM como corolário da separação de funções de banco


comercial e de banco central dentro do BM;

 Decreto 45/94 – regula o contrato de locação financeira (leasing)

 Decreto 47/98 – regula o exercício de funções de crédito por pessoas singulares


ou colectivas (microfinanças)

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 Decreto 49/98 – cria a Bolsa de Valores de Moçambique;

CONCLUSÃO

O trabalho com o tema “origens dos bancos e evolução do sistema financeiro nacional”,
partiu com hipóteses que ao longo da pesquisa testou com base em vários argumentos
científico-acadêmicos, apoiando-se em livros, revistas, artigos científicos e teses
publicados a cerca da matéria. Sendo assim posso concluir que a dinâmica da economia
deve ser acompanhada pela existência de um sistema financeiro forte, sólido, moderno,
dinâmico, social e territorialmente mais abrangente.

Ele deve também contribuir para o aumento do grau de monetarização da economia


nacional e para a cobertura das necessidades do crescimento do tecido produtivo, quer
através de financiamento direto às atividades desenvolvidas pelos setores produtivos, de
comercialização e para o consumo, quer 167 através da promoção da captação da
poupança e da atividade de comércio de câmbios, tendo em conta a localização e a
extensão geográfica do nosso país, com vastas e diversas fronteiras. O investimento
público para reabilitar, modernizar e expandir a rede de infra-estruturas, nomeadamente
nos domínios das estradas, telecomunicações e energia, com vista a promover uma
maior integração territorial e a redução do custo de fazer negócios, entre os quais a
intermediação financeira.

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BIBLIOGRAFIA

Abreu, M. et all. (2012), Economia monetária e financeira

Andrezo, A.F e Lima, IS. (2002), Mercado Financeiro.

MALEIANE, A.(2016), Bancas e finanças: o essencial sobre o sistema financeiro.


[S.l.]: Indico.

http://www.iese.ac.mz/lib/publication/livros/des2011/IESE_Des2011_8.ExpSer. Acesso
em 30 de Setembro de 2015, pelas 21h:33min.

http://pt.scribd.com/doc/56709340/Sistema-Financeiro-em-Mocambique. Acesso em 02
de Outubro de 2015, pelas 13h:20min.

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