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Índice

Introdução ......................................................................................................................... 4

1. Objectivos.................................................................................................................. 4

1.2. Objectivo geral ...................................................................................................... 4

1.3. Objectivos específicos ........................................................................................... 4

2. Sistema Financeiro .................................................................................................... 5

2.1. Conceito ..................................................................................................................... 5

3. Sistema Financeiro Moçambicano ............................................................................ 6

3.1. Sistema Monista Clássico ou simplesmente sistema Anglo-Saxónico.................. 6

3.2. Sistema Dualista (Two-tier Board – Modelo Alemão) .......................................... 6

4. Mobilidade do Sistema Financeiro ............................................................................ 7

5. Origem e desenvolvimento do Sistema financeiro .................................................... 7

6. Importância do Sistema Financeiro ........................................................................... 8

7. Tipos de sistemas financeiros .................................................................................... 9

8. Análise do Sistema Financeiro Moçambicano .......................................................... 9

9. Funcionamento do Sistema Financeiro Moçambicano ........................................... 10

10. Principal característica do Sistema Financeiro Moçambicano ............................ 10

11. Composição do Sistema Financeiro Moçambicano ............................................ 11

12. Concentração Bancária ........................................................................................ 11

13. Operadores Financeiros ....................................................................................... 12

Conclusão ....................................................................................................................... 13

Referências Bibliográficas .............................................................................................. 14

Doutrina .......................................................................................................................... 14
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Introdução

O presente trabalho, aborda sobre o Sistema Financeiro Moçambicano. Na verdade,


passou por grandes transformações ao longo da história do país. Factores como o
abandono da economia socialista para a economia de mercados, em 1987, e as crises
bancários no período de 2000 – 2001, trouxeram a necessidade de uma adaptação rápida
de modo a evitar o colapso do sistema financeiro. Então, o funcionamento das
economias modernas requer sempre maiores investimentos e por isso as empresas
precisam maiores necessidades de capitais que as poupanças das famílias fornecem
através dos mercados financeiros.

1. Objectivos

1.2. Objectivo geral

Abordar sobre o sistema financeiro moçambicano.

1.3. Objectivos específicos

Definir o direito bancário institucional;


Explicar os sistemas financeiros;
Discutir sobre o sistema financeiro Moçambicano, e
Falar da importância do sistema financeiro em Moçambique.
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2. Sistema Financeiro

2.1. Conceito

As instituições financeiras são o motor do sistema financeiro, ao intermediarem as


relações entre os demais agentes do sistema, elas garantem o funcionamento dos
sistemas de pagamentos e liquidação, permitindo ainda o desenvolvimento de uma
variedade de produtos financeiros que facilitam as transacções (Dos Santos, 2022).

Conforme Governo de Moçambique (2013) Define o sistema financeiro como conjunto


de instituições financeiras que operam em Moçambique. Incluem instituições de crédito,
sociedades financeiras e operadores de microfinanças, que estão sob a supervisão do
Banco de Moçambique (BM), as empresas de seguros, que estão sob a supervisão do
Instituto de Supervisão de Seguros de Moçambique ou Ministério das Finanças, os
operadores da Bolsa de Valores, que estão sob supervisão conjunta do BM e da Bolsa
de Valores de Moçambique e os fundos de pensões.

Para Cardim et all (2007), o sistema financeiro é constituído por instituições e mercados
voltados para a viabilização de transacções com promessas de pagamento a ser realizado
no futuro, feitas por agentes, que se tornam assim devedores; e aceitas por outros
agentes, como direitos a serem exercidos na mesma data, tornando-se com isto credor
dos primeiros1.

Segundo Giurco (2011), o sistema financeiro é composto pela banca, pela bolsa e pelos
seguros e o seu objectivo é a adequada alocação dos recursos com a criação de capital
financeiro e na sua canalização para os investimentos social e economicamente
produtivos, ainda que não se explicitem os meios para o alcançar.

Assim sendo podemos entender que sistema o financeiro, trata-se de conjunto de


instituições, meios e mercados que permitem que as poupanças de alguns agentes
económicos sejam canalizadas para os demandantes de crédito. Ou seja Sistema
Financeiro podemos definir como conjunto de mercados financeiros presentes numa
determinada economia (que por sua vez são definidos em função de classes de activos
transaccionados), as instituições financeiras e os restantes agentes económicos que

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Cardim et alli (2007). Economia Monetária e Financeira. Rio de Janeiro: Campos.
6

interagem nesses mercados, estando sujeitos a controles regulatórios de instituições


específicas.

Conforme no disposto dos autores acima citados, O sistema financeiro tem como
funções principais a intermediação de agentes superavitários e deficitários, a prestação
de serviços financeiros e servir como mecanismo de pagamentos. Por meio da alocação
de fundos, o sistema financeiro cumpre o papel primordial de alocar os recursos
monetários para as empresas, famílias e governos e reduzir a quantidade de capital
ocioso e a promoção do lucro, promovendo deste modo o desenvolvimento social e
económico das sociedades.

3. Sistema Financeiro Moçambicano

De forma geral no sistema financeiro moçambicano encontramos dois sistemas que são
sistema monista clássica, a qua pode se designar de sistema anglo-saxónico e Sistema
Dualista (Two-tier Board) que também designa-se de Modelo Alemão.

3.1. Sistema Monista Clássico ou simplesmente sistema Anglo-Saxónico

Segundo Carvalho (2022, pág. 81) o modelo de nível único (unitary board), é composto
por administradores executivos e não executivos. O Conselho de Administração é
responsável por todas as actividades da empresa, e todos os administradores trabalham
com as mesmas atribuições. Os accionistas elegem os administradores para o Conselho
de Administração na assembleia geral da empresa. Este modelo tende a ver os
administradores independentes, cuja experiência e conhecimento, como apoio de
pareceres e lobby. Em primeiro lugar, o poder do Conselho de Administradores está no
seu dever de nomear, avaliar, e, se necessário, de demitir o Presidente da Comissão
Executiva. Mas a responsabilidade geral pela empresa reside no poderoso PCE. E este
facto tem sido muito questionado sob qual é o “verdadeiro trabalho da corporate
governance” sob o modelo unitário (monista).

3.2. Sistema Dualista (Two-tier Board – Modelo Alemão)

A estrutura do Conselho de Administração dois-níveis tenta ultrapassar o problema


fundamental do unitary board, separando o papel de desempenho da comissão executiva
(gestão) da responsabilidade de conformidade do CA (monitorização). Assim, neste
modelo de único corpo, ninguém é responsável tanto pelo desempenho como pela
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conformidade. Em contraponto, nas relações entre os membros do Conselho de


Administração e os administradores executivos, no CA, são básicos.

No âmbito desse sistema, Carvalho (2022), avança que a em relação ao sistema alemã
quanto ao governo das corporações, das grandes empresas e das empresas públicas,
apresenta dois níveis: o (conselho de supervisão, e a comissão executiva. O Conselho
Administrativo é composto por administradores não executivos e a comissão executiva
por administradores executivos. Na prática, os membros da comissão executiva
participam nas reuniões do Conselho Administrativo, mas não têm voto. Os
administradores executivos apresentaram as suas estratégias, planos de gestão e
orçamentos ao conselho administrativo para este analisar e emitir recomendações. Se
necessário, o conselho administrativo remete as questões para os executivos para
consideração de ajuste, reservando o direito de rever e avaliar subsequentemente o
desempenho de gestão. O conselho administrativo tem a capacidade de nomear e de
demitir os administradores executivos.

Portanto, no âmbito desses dois sistemas, pode-se acreditar que, o sistema financeiro
moçambicano é dualista, isto é, abrange os dois sistemas, quer alemã e anglo-saxónico

4. Mobilidade do Sistema Financeiro

Evidentemente, tendo em conta que os Sistemas Financeiros mudam constantemente, de


modo a responder a procura do público, ao desenvolvimento de novas tecnologias e as
mudanças nas leis e regulamentações. A competição nos mercados financeiros força os
sistemas financeiros a responder as necessidades do público desenvolvendo melhores e
mais convenientes serviços financeiros.

Enfim, o Sistema Financeiro pode ser definido como sendo o conjunto de instituições da
economia que auxiliam o encontro dos agentes que possuem poupanças, agentes
superavitários, com os que necessitam de recursos, cujo principal objectivo é permitir o
movimento de fundos emprestáveis entre eles.

5. Origem e desenvolvimento do Sistema financeiro

Em breve historial, entende-se que o sistema financeiro teve sua origem em Maio de
1975, após a criação do Banco de Moçambique que substituía o Banco Nacional
Ultramarino nas funções de banco emissor e comercial. Portanto, o banco de
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Moçambique exercia também as funções de banco central num sistema bancário que era
constituído por outras instituições nomeadamente as filiais do Banco de Crédito
Comercial e Industrial e do Banco Comercial de Angola, com sede em Luanda, as filiais
do Banco do Fomento Nacional e do Banco Pinto e Sotto Mayor, nacionalizados em
Portugal, o Banco Standard Totta de Moçambique, a Casa Bancária da Beira, a Caixa
Económica do Montepio de Moçambique e o Instituto de Crédito de Moçambique,
Instituição estatal.

Portanto, desde a independência em 1975 até 1992, o sistema financeiro tinha vestígios
de monobanco. Na época, o Banco de Moçambique assumia papéis de Banco central e
comercial em simultâneo, controlando a maior parcela do mercado bancário. Ele cobria
100% das operações bancárias com o exterior, dominava 80 % do mercado creditício
desde 1975 até 1988, e era detentor de 90 % de depósitos das empresas, revelando ter
prevalecido um sistema de banco universal com elevado grau de concentração bancária.
Nesse período, o Banco de Moçambique dividia o mercado com mais dois Bancos,
nomeadamente o Banco Popular de Desenvolvimento (BPD) e o Banco Standard Totta
de Moçambique (BSTM) que exercia funções de um Banco comercial (Maleiane, 1997,
p. 2). No geral, o funcionamento do sistema, neste período, foi marcado por muitos
aspectos negativos para a economia de Moçambique, nomeadamente a permissão de
actos de sabotagem como a descapitalização do país, acompanhada pela fuga de
quadros, e ainda a dificuldade de enquadramento dos bancos estrangeiros nos objectivos
preconizados pelo Governo.

6. Importância do Sistema Financeiro

O sistema financeiro joga um papel multidimensional no processo de desenvolvimento


económico porque a interacção dos agentes económicos na actividade económica
envolve custos de informação ou de transacção resultados das imperfeições dos
mercados, os quais devem ser minimizados.

Para o efeito, é importante a existência de intermediários financeiros. A presença de


intermediários financeiros contribui para mitigar os problemas decorrentes dos custos
de transacção e de informação, um facto que concorre para influenciar as decisões de
poupança e de investimentos, e, por via disso, o crescimento económico.
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Os intermediários financeiros podem influenciar o crescimento através dos seguintes


canais:

Redução dos custos de aquisição e processamento de informação, e portanto,


melhoramento da alocação de recursos para as famílias;
Fortalecimento do acompanhamento das operações das empresas, o que pode,
por um lado, reduzir os níveis de racionamento de crédito, e, por outro, facilitar
o fluxo de recursos dos aforradores para os investidores;
Diversificação do risco, um facto que pode induzir os aforradores a direccionar a
sua carteira de investimentos para projectos com retornos esperados elevados;
Mobilização de poupanças individuais com vista a aprofundar o processo de
crescimento económico, um facto que permite fazer melhor uso das economias
de escala;
Uso da moeda como um meio mais eficaz no processo das trocas, permitindo
que os custos de transacção sejam reduzidos, promovendo dessa forma uma
maior especialização, inovação e crescimento económico (Mishkin, 2000,
Bencivenga e Smith, 1993; La Fuente e Marin, 1996, Devereux e Smith, 1994; e
Obstfeld, 1994).

7. Tipos de sistemas financeiros

Sistema de Mercado de Capitais;


Sistema de Crédito Privado Bancário e;
Sistema de Crédito Público Bancário.

8. Análise do Sistema Financeiro Moçambicano

Moçambique como a maioria dos países em vias de desenvolvimento tem o sistema


financeiro pouco desenvolvido, poucos operadores e instrumentos financeiros para
suportar a actividade económica. Os operadores financeiros principais, no sistema
moçambicano, são os bancos comerciais e portanto a estabilidade deste sistema depende
crucialmente do funcionamento eficiente e eficaz dos bancos comerciais. As crises do
passado demonstraram que a eficiência de um banco comercial pode ameaçar a
estabilidade do sistema financeiro.
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Moçambique, assim como grande parte do continente africano esteve, até o ano de
1975, sob o regime colonialista. A 25 de Junho de 1975 conquista a independência,
transformando-se numa república popular, como um regime de partido único, até
Novembro de 1990, data da entrada em vigor da constituição que instaurou o regime
democrático multipartidário e um sistema de economia de Mercado.

9. Funcionamento do Sistema Financeiro Moçambicano

A criação de um estado baseado nos princípios do socialismo, levaram a criação de uma


economia planificada ou centralizada.

Neste sentido, no sector financeiro foram tomadas medidas que centralizaram o


controlo, sendo que foram intervencionadas as seguintes instituições:

Instituto de Crédito de Moçambique;


Monte Pio de Moçambique;
Banco Nacional Ultramarino (que funcionava como uma apresentação oficial do
banco de Portugal);
Banco Pinto & Sotto Maior. O Banco Nacional Ultramarino (BNU)
transformou-se em Banco de Moçambique (BM) e;
O Instituto de Crédito de Moçambique em Banco Popular de Desenvolvimento
(BPD),

10. Principal característica do Sistema Financeiro Moçambicano

1. Do período da colonização, apenas o Banco Standard & Totta não sofreu


intervenção. Deste modo, até 1989 a principal característica do sistema
financeiro moçambicano era o número reduzido de bancos comerciais (apenas
três) e, cerca de 95% do negócio bancário representados pelos bancos
controlados pelo Estado.
2. Actualmente, dadas as características predominantes do sistema financeiro
moçambicano, põe-se dizer que este é baseado no modelo alemão, isto é,
baseado do crédito bancário privado. Sendo que, o mercado de capitais
moçambicano é ainda muito pouco desenvolvido.
3. A abertura da bolsa de valores moçambicana só se deu em finais de 1999,
resultante das reformas financeiras no país. Não obstante as modificações
registadas no sector bancário moçambicano, este é ainda considerado
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relativamente pequeno – existem 12 bancos comerciais, 11 agências


cooperativas e, 58 operador de micro crédito, (2006).

11. Composição do Sistema Financeiro Moçambicano

Assim como bastante concentrado, a maior instituição possui 40% dos activos totais da
banca e os 90% dos activos e passivos da banca é possuído por apenas seis instituições
nomeadamente: ABC, BA, BCI Fomento, Millennium BIM, BIM e Standard Bank.

Os bancos em Moçambique, são considerados rentáveis e bem capitalizados, no entanto


estão muito vulneráveis face ao risco de crédito no país. Os indicadores de rentabilidade
escolhidos para avaliar a performance do sector são os lucros líquidos, ROAA e OAE.
O lucro líquido demonstra o retorno positivo de um investimento feito pela empresa,
após a dedução da despesas operacionais e não operacionais.

O ROAA (RAA) é um indicador financeiro que mostra, em percentagem, como os


activos lucrativos da empresa estão a gerar receitas e mostra como a empresa é rentável
antes da alavancagem financeira.

É muito usado para comprar o desempenho das instituições financeiras (como os


bancos), porque a maioria dos activos bancários terá um valor contabilístico que esta
perto dos seus valores de mercado.

O ROAE (ROE) é um indicador, também financeiro, percentual que se refere a


capacidade de uma empresa agregar valor a ela mesma utilizando os seus próprios
recursos, ou seja, o quanto esta consegue crescer usando os seus recursos próprios. Por
esta razão este é visto como um dos mais dos importantes rácios financeiros.

12. Concentração Bancária

O sistema bancário moçambicano é ainda considerado muito pequeno e bastante


concentrado mesmo não obstante a reformas impostas ao sector, decorrentes tanto da
liberalização financeira bem como da crise bancária. Logo após a liberalização
financeira, o sector bancário registou uma abertura a investimentos estrangeiros, ficando
no entanto, os maiores bancos comerciais (na altura) dos pais – BCM e o BPD –
propriedade maioritárias em 1996 e 1997 respectivamente.
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13. Operadores Financeiros

Segundo estatísticas até Dezembro de 2006 operadores financeiros no país:

Bancos comerciais;
Agencias Cooperativas;
Casas de Câmbio;
Entidades habilitadas ao exercício de Funções de crédito;
Operadores de microcrédito;
Representação de instituição de crédito ou com sede no estrangeiro;
Sociedades de Administrativa de Compras em Grupo;
Sociedades de Gestão de Capitais de risco;
Sociedades de Investimento;
Sociedades de Locação Financeira.

Mesmo que o número de operadores financeiros tenha registado acréscimos, cerca de


80% do território nacional não possui qualquer agência bancária. Demonstrando a
bancaria da economia moçambicana nas zonas rurais onde demonstra a distribuição de
agências, reforçando o argumento de que não obstantes os esforços, a economia
moçambicana é ainda pouco bancarizado.
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Conclusão

O trabalho, concluso de uma forma efectiva na aquisição de um conhecimento a cerca


do Sistema Financeiros Moçambicano que é constituído por intermediários financeiros
cuja principal função é mover os recursos dos agentes superavitários para os agentes
tomadores de empréstimos.

Enfim, embora os sistemas financeiros de todo o mundo tenham se desenvolvido de


modo diferente, tornando-se mais complexos ou com enfoque num determinado tipo de
mercado, o mercado bancários é sem duvida um dos principais pilares de todos os
sistemas financeiros.
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Referências Bibliográficas

Doutrina

Abreu. M. et all. (2012). Economia monetária e financeira.

Andrezo. A.F e Lima, IS. (2002). Mercado Financeiro.

Carvalho, R. M. (2022). Deveres da Corporate Governance, Representação das partes


interessadas no Conselho de Administração. Lisboa, Editora Lidel.

Cardim et all (2007). Economia Monetária e Financeira. Rio de Janeiro: Campos.

http://www.iese.ac.mz/lib/publication/livros/des2011/IESE_Des2011_8.ExpSer.

http://pt.scribd.com/doc/56709340/Sistema-Financeiro-em-Mocambique.

http://www.bancomoc.mz/Apresent.aspx?id=A&ling=pt.

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