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Autor
Johny Henrique Magalhães Casado
Indaial – 2022
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2022
Elaboração:
Johny Henrique Magalhães Casado
GESTÃO FINANCEIRA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• identificar o funcionamento da gestão financeira para os negócios
na atualidade;
• compreender o papel do gestor financeiro nas empresas;
• avaliar quais são as principais atividades e operações financeiras que são
realizadas pelas empresas;
• analisar o papel do planejamento financeiro no sucesso das organizações.
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – FINANÇAS CORPORATIVAS
TÓPICO 2 – CONCEITOS FINANCEIROS FUNDAMENTAIS
TÓPICO 3 – DECISÕES FINANCEIRAS DE CURTO PRAZO
TÓPICO 1
FINANÇAS
CORPORATIVAS
1 INTRODUÇÃO
As empresas estão passando por diversas pressões, seja por conta da alta
concorrência em praticamente todos os setores, ou, ainda, devido às sucessivas cri-
ses econômicas. Temos que esse é um ambiente que tem desafiado muito os ges-
tores, assim, é importante compreender como ocorre o funcionamento das finanças
corporativas do seu negócio, possibilitando, dessa forma, que a empresa possa apre-
sentar bons resultados financeiros mesmo em um ambiente difícil e complexo.
Ao longo deste tópico, serão abordados diversos conceitos acerca da ges-
tão financeira, quais as principais definições que devem ser conhecidas pelos pro-
fissionais, além de ser trazido também o ambiente operacional da empresa. Ainda,
como forma de entender o funcionamento das organizações, será apresentada
a teoria da organização como sistema, o que demonstra aspectos sobre a forma
como a gestão organizacional deve ocorrer na atualidade. Por fim, o tópico aborda-
rá as principais demonstrações financeiras que são utilizadas para demonstrar os
resultados das organizações.
2 FINANÇAS CORPORATIVAS
As finanças corporativas devem ser compreendidas como o esforço que
as empresas realizam para organizar as entradas e saídas de recursos financei-
ros. Então, é importante avaliar que essa é uma área da organização que sempre
se encontra em mudança, pois as finanças são dinâmicas e estão em constan-
te alteração para proporcionar os resultados e o atendimento das necessidades
informacionais dos gestores.
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2.1 FINANÇAS CORPORATIVAS
Uma organização realiza diversas operações que interferem em sua entrada
ou saída de recursos financeiros, sendo muito comum que elas acabem necessitando
serem organizadas para que a empresa tenha o máximo de controle. Alguns especia-
listas em gestão afirmam que a gestão financeira é o coração de qualquer empresa,
pois é por meio dela que as outras atividades são irrigadas com recursos que permitem
o funcionamento da empresa conforme a sua missão (MEGLIORINI; SILVA, 2009).
Sobre o processo de tomada de decisão dos profissionais que estiverem
cuidando das finanças, é importante que eles avaliem que essas decisões estão
separadas de acordo com o seu prazo, conforme Figura 1, a seguir:
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QUADRO 1 – TIPOS DE RISCOS DAS FINANÇAS CORPORATIVAS
Trata-se da dificuldade ou da facilidade de recuperar o dinheiro que foi investido, sem que ele
perca valor. Há investimentos que podem ser convertidos em retorno financeiro mais rapida-
Riscos de liquidez mente do que outros. Isso é o risco de liquidez. Quando se trata de um negócio, esse risco está
geralmente relacionado a capacidade ou falta dela em pagar suas dívidas, funcionários e outras
despesas. Geralmente, este risco está ligado a uma gestão financeira ineficiente.
Diz respeito às oscilações que acontecem nas bolsas de valores. Essas oscilações dizem respeito
a commodities, ações de empresas, economias nacionais e internacionais, bem como moedas.
Riscos de mercado A flutuação que ocorre na bolsa pode afetar positiva ou negativamente as organizações, poden-
do gerar lucro ou prejuízo. Por este motivo, é imprescindível analisar as flutuações do mercado
para tomar as decisões da melhor forma possível.
O risco operacional envolve os erros que podem acontecer durante a operação de uma ativida-
de. É decorrente de um erro e pode ser acarretado por falha humana, de sistemas, processos,
entre outros fatores. Entre os tipos, essa ameaça é, talvez, a mais difícil de ser prevista. Porém,
a melhor maneira de mitigar é garantir uma operação ajustada e organizada, com o auxílio da
Riscos operacionais
tecnologia para evitar erros humanos, visando otimização máxima. Quando falamos em risco
financeiro, qualquer falha pode representar um bom dinheiro desperdiçado. Por isso, contar
com a automação de processos e análises baseadas em dados seguros é o melhor caminho para
afastar esse perigo.
São aqueles que envolvem o descumprimento de acordos que foram feitos sem respaldo jurídi-
co ou qualquer garantia da justiça. Compromissos feitos na base da palavra criam, automatica-
mente, um risco legal para o negócio. A melhor forma de evitá-lo é escolher bem as instituições
Riscos legais que mantêm relações com a sua companhia. Lembre-se sempre de buscar regulamentações,
certificados e autorizações para basear a decisão de forma segura. Contudo, também é reco-
mendado que qualquer tipo de acordo, seja ele comercial ou não, seja documentado e assinado
por ambas as partes.
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• Tomadas de decisões relacionadas à tesouraria: quando se abor-
da o tema tesouraria dentro das empresas, é importante reconhecer
que as decisões estarão relacionadas a atividades de: administração
do caixa da empresa; administração da política de crédito e cobrança
empregada no setor de vendas; administração de quais riscos a alta
administração da empresa está disposta a correr; avaliação da política
de compra de moeda estrangeira e de como o câmbio pode interferir no
negócio; decisões sobre financiamento para investimento na empresa;
avaliação dos setores que receberão investimentos e que serão expan-
didos; realização do planejamento e do controle financeiro; proteção de
ativos; relações com acionistas e investidores; relações com os bancos
com os quais a empresa possua algum tipo de relação comercial ou de
investimento/contratação de serviço (CRUZ; ANDRICH, 2013).
• Tomadas de decisões relacionadas à controladoria: quando se
aborda o tema controladoria dentro das empresas, deve-se reconhecer
que as decisões estarão relacionadas a atividades de: administração
dos custos e dos preços dentro das empresas; implementação de ins-
trumentos de auditoria, tanto a interna quanto a externa; avaliação dos
aspectos contábeis que influenciam o negócio; definição do orçamen-
to empresarial para os próximos períodos; avaliação do patrimônio da
empresa; realização do planejamento tributário em busca de diminuir o
impacto dos tributos nos negócios; elaboração e emissão de relatórios
gerenciais; desenvolvimento e acompanhamento da implantação de
sistemas de informação financeira (CRUZ; ANDRICH, 2013).
Recursos
financeiros
Organização
Recursos não
financeiros
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Em alguns casos, temos que as organizações possuem sobras de recur-
sos financeiros ao final do período, por isso, ela deverá buscar algumas opções de
aplicações financeiras para que possa protegê-los da inflação, bem como para que
possa também buscar rendimentos em relação a esses recursos. No que se refere
ao conceito de aplicações financeira, segundo Salotti et al. (2019, p. 41), trata-se de:
ativos representados substancialmente por aplicações de curto prazo
em títulos de renda fixa ou de renda variável, tais aplicações financeiras
diferem daquelas classificadas em equivalentes de caixa, pois podem
não apresentar liquidez imediata ou podem não ser destinadas às ativi-
dades de pagamentos rotineiros.
Guardar os recursos
Preservar o valor dos seus Buscar rendimentos que possam
financeiros excedentes em
recursos em relação ao tempo propiciar ganhos financeiros em
uma instituição financeiras em
e aos efeitos da inflação relação ao dinheiro investido
algum tipo de investimento
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IMPORTANTE
O desenvolvimento de novas tecnologias, como o blockchain, tem provoca-
do uma verdadeira revolução no universo empresarial, pois além de todas as
mudanças causadas, ainda foi possível avaliar gerar a base para o surgimento
de inúmeras moedas digitais. Atualmente, já há inúmeras empresas que estão
aceitando o pagamento de suas mercadorias e serviços por meio de moedas
digitais, o que tem aumentado a complexidade de seus negócios.
Investimentos
Custos fixos
Lucro
e variáveis
Endividamento Recebimento
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Dentre os tipos de investimentos que podem ser realizados pelas empresas
está a compra de uma nova máquina, sendo relevante que sejam realizados estu-
dos que justifiquem esse investimento, demonstrando que a empresa obterá retor-
nos financeiros positivos após a máquina ser colocada em condições de operações.
IMPORTANTE
As empresas devem estar sempre atentas às necessidades de investimentos
que devem ser realizadas em cada período, dessa maneira, é preciso que os
profissionais ligados à área da gestão financeira possam atuar em conjunto
com os demais departamentos, de forma a entender as necessidades deles.
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FIGURA 5 – AS AÇÕES DENTRO DAS ORGANIZAÇÕES ALMEJAM SEMPRE O LUCRO
AÇÕES
Atividades
Processos
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O controle de custos também é importante de ser observado pelos gestores
financeiros, pois de nada adianta uma empresa apresentar recordes de faturamen-
to se os seus custos estão descontrolados e corroendo a sua lucratividade. Dessa
maneira, é necessário que instrumentos de controle sejam implementados, bem
como que o gestor financeiro saiba que nem todos os custos são iguais.
Custos fixos
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FIGURA 7 – A IMPORTÂNCIA DO PONTO DE EQUILÍBRIO PARA O GESTOR
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A organização apresentada na Figura 8 pode variar de acordo com a neces-
sidade de cada empresa e do setor em que ela estiver inserida, por isso, é muito im-
portante avaliar todas as características internas e externas do negócio. Destaca-
mos, ainda, que as empresas podem implementar uma estrutura financeira quando
são criadas e irem aperfeiçoando essa estrutura de acordo com o crescimento das
suas operações. Nota-se também que a gestão financeira pode ser um reflexo das
atividades que são realizadas pelas empresas, portanto, quanto mais uma organi-
zação crescer, mais ela precisará de um departamento financeiro alinhado com as
atividades realizadas.
ESTUDOS FUTUROS
O fluxo de caixa é uma importante demonstração financeira utilizada na ges-
tão de empresas de todos os portes e tamanhos, assim, é importante que
todos que estiverem estudando essa área possam avaliar o processo de ela-
boração e evidenciação dele. Por isso, você conhecerá um pouco mais sobre
o fluxo de caixa na Unidade 2 desta disciplina.
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• Atividades realizadas ao faturamento: essa é uma das atividades
mais operacionais da gestão financeira, a partir da qual é possível emitir
as notas fiscais de tudo que foi comercializado por ela, sendo necessá-
rio integrar essas informações com o departamento de contas a receber
da empresa também. Destaca-se, ainda, que é mediante a atividade de
faturamento que as empresas efetuam todos os cálculos relacionados
ao pagamento dos impostos devidos por relação às suas vendas.
Função Descrição
Escolha de Decisão sobre as alternativas de investimento em quais tipos de ativos os recursos devem ser
investimento investidos e que montante deverá ser investido.
Realização do Planejamento financeiro: elaboração das projeções financeiras para um determinado período,
planejamento em linha com os propósitos das demais áreas da empresa.
Definição das
Decisão sobre as políticas de crédito: para quem vender? Quanto vender? Em que condições vender?
políticas de vendas
Gestão das Administração das disponibilidades: administração do fluxo de entradas e saídas de caixa para
disponibilidades garantir o andamento das atividades operacionais e a saúde financeira da empresa.
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[...] depois de estudar os clássicos, os organizadores e os humanistas do
enfoque comportamental, você vai conhecer uma teoria que é funda-
mental na moderna administração: o pensamento ou enfoque sistêmico.
Todas as teorias modernas são sistêmicas, já que procuram integrar di-
ferentes enfoques ao mesmo tempo. O pensamento sistêmico é a ferra-
menta do administrador moderno para lidar com situações complexas.
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QUADRO 3 – PARTES DE UM SISTEMA
Todo sistema é dinâmico e tem processos que interligam os componentes e transformam os ele-
mentos de entrada em resultados. Cada tipo de sistema tem um processo ou dinâmica próprios.
Todas as organizações usam pessoas, dinheiro, materiais e informação, mas um banco é diferente
de um exército e os dois de uma escola e esses três de um hospital por causa das diferenças
nos processos internos e nos resultados de cada um. São diferentes a tecnologia, as normas e
Processo
regulamentos, a cultura e os produtos e serviços que cada um produz. O que define a natureza do
sistema é o processo, a natureza das relações entre as partes, e não apenas as partes, que são muito
similares em todos os sistemas. Um sistema conceitual trabalha exclusivamente com a matéria-
-prima do intelecto. Entram informações, que são processadas para produzir novas informações.
Os sistemas conceituais são formas de raciocinar.
As saídas (outputs) são os resultados do sistema, os objetivos que o sistema pretende atingir ou
efetivamente atinge. Para uma empresa, considerada como sistema, as saídas compreendem os
produtos e serviços para os clientes ou usuários, os salários e impostos que paga, o lucro de seus
Saída acionistas, o aumento das qualificações de sua mão de obra e outros efeitos de sua ação, como
a poluição que provoca ou o nível de renda na cidade em que se localiza. O sistema empresa é
formado de inúmeros sistemas menores, como o sistema de produção e o sistema administrativo,
cada um dos quais tem suas saídas específicas.
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ATENÇÃO
A implantação do feedback dentro de qualquer sistema pode ser algo plane-
jado, por isso, é importante avaliar essa atividade como algo de grande impor-
tância e relevância para o correto funcionamento do sistema. O administrador
sempre terá a necessidade de controlar todos os recursos da organização,
então é natural que ele implemente o feedback em todos os seus sistemas
como forma de garantir a melhoria dos resultados obtidos.
4 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
As informações que são produzidas pelos profissionais da gestão financeira
basicamente aparecem na forma de demonstrações financeiras, que, por sua vez,
são estruturadas para transmitirem uma série de informações e detalhes que po-
dem ajudar qualquer um que tiver acesso a uma série de dados sobre o a saúde
financeira do negócio. Uma das principais atividades de todos os gestores finan-
ceiros é contribuir para que seja possível projetar resultados financeiros, então, é
natural que essas informações sejam de grande ajuda para quem de fato toma
decisão dentro do negócio.
Sobre o processo de projeção das demonstrações financeiras, temos que o
autor Padoveze (2010, p. 283) afirma:
A projeção dos demonstrativos contábeis, encerrando o processo orça-
mentário anual, permite à alta administração da empresa fazer as análi-
ses financeiras e de retorno de investimento que justificarão ou não todo
o plano orçamentário. Além disso, são imprescindíveis tais projeções,
tendo em vista que tanto o balanço patrimonial como a demonstração
de resultados são os pontos-chave para o encerramento fiscal e socie-
tário da empresa, em que se apurarão os impostos sobre o lucro e as
perspectivas de distribuição de resultados.
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4.1 BALANÇO PATRIMONIAL
O balanço patrimonial é a demonstração responsável por informar quais são
os ativos que organização tem à sua disposição para que possa realizar as suas
atividades, tendo também como função apresentar o passivo e o patrimônio líquido
da organização, para que, com essas informações, os gestores possam tomar as
suas decisões (PINTO; VASQUEZ, 2019).
É por meio dele que é possível observar quantitativa e qualitativamente o
patrimônio pertencente à entidade. É elaborado no encerramento do exercício ou
sempre que a entidade julgar, podendo ainda ser compreendido como a relação
nominal de todos os componentes do patrimônio com seus valores finais no último
dia do exercício social.
No balanço patrimonial, são apresentadas as seguintes contas:
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• Ativo não circulante: é composto pelas contas de longo prazo
da entidade, estando dividido em: realizável em longo prazo, in-
vestimentos, imobilizado e intangível.
• Realizável em longo prazo: são os direitos que possuam
prazo de realização superior a um ano. São contabilizados
como realizável em longo prazo as contas a receber de
longo prazo, as despesas antecipadas de longo prazo, os
incentivos fiscais ou, ainda, os investimentos temporários
de longo prazo.
• Investimentos: são as participações voluntarias ou incen-
tivadas que a entidade dispõe em outras entidades ou, ain-
da, direitos de propriedade que não podem ser enquadrados
como um ativo circulante ou realizável em longo prazo, não
sendo enquadrados também no imobilizado.
• Imobilizado: trata-se de todos os bens que entidade pos-
sua e que são necessários para que suas operações con-
tinuem a funcionar. Aqui são alocados máquinas, equipa-
mentos, computadores e instalações.
• Intangível: são os bens incorpóreos, ou seja, que não podem
ser tocados, mas que possuam materialidade e relevância.
Marcas e patentes são exemplos de itens do ativo intangível.
• Passivo: representa o conjunto de obrigações que uma entidade
possui no período a que o balanço patrimonial se refere. Dentro do pas-
sivo, temos, ainda:
• Passivo circulante: aqui são enquadradas todas as exigibilida-
des da entidade que possuam liquidação para no máximo até o fim
do exercício subsequente. Dentre algumas obrigações classifica-
das como passivo circulante, estão “compra de matérias-primas a
serem usadas no processo produtivo, ou mercadorias destinadas
à revenda; compra de bens, insumos e outros materiais para uso
pela empresa; arrendamento financeiro de bens para uso da em-
presa” (SANTOS; VEIGA, 2014, p. 47) e muitas outras apresentadas
na legislação.
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• Passivo não circulante: aqui são apresentadas todas as exigi-
bilidades que a entidade possui e que possuam liquidação com
prazo superior a um ano. Dentre as contas que podem ser en-
quadradas como passivo não circulante, estão: empréstimos e
financiamentos realizados para aquisição ou arrendamento finan-
ceiro de bens; fornecedores de longo prazo; imposto de renda (IR),
contribuição social (CS) diferidos; emissão de debêntures e outros
títulos de dívida ou, ainda, retenções contratuais.
• Patrimônio líquido: aqui são apresentadas o valor contábil dis-
ponível aos sócios no momento do fechamento do balanço patri-
monial. Dentre as contas possíveis para serem apresentadas no
patrimônio líquido, estão: capital social, reservas de capital, ajus-
tes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesou-
raria e prejuízos acumulado.
Realizável de curto
1.430.000 Outras contas 55.000
prazo
Imobilizado 600.000
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A estrutura do balanço patrimonial das entidades deve seguir um mode-
lo previamente estabelecido, com isso, será possível garantir a comparabilidades
entre diferentes balanços de empresas de um mesmo setor ou, ainda, de setores
distintos. Essa é uma demonstração que é amplamente utilizada pela gestão fi-
nanceira, pois por meio do balanço patrimonial, é possível observar as seguintes
informações de uma empresa:
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RESUMO DO TÓPICO 1
• A importância das finanças corporativas por meio dos principais conceitos que
são utilizados na área.
• A necessidade de se analisar quais são as principais atividades operacionais da
gestão financeiras.
• A teoria de sistemas e de como ela pode ser aplicado dentro da realidade empresarial.
• A observação sobre os itens que compõem o balanço patrimonial e de como as
informações que ele possui podem ser entendidas.
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AUTOATIVIDADE
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3. O balanço patrimonial é uma das principais demonstrações contábeis fi-
nanceiras que são publicadas pelas empresas ao final de cada período.
Apesar de ser uma demonstração relacionada à estática patrimonial, ou
seja, que representa a foto do patrimônio da empresa em uma deter-
minada data, temos que ela gera inúmeras informações para todos os
tomadores de decisões das empresas. De acordo com as principais infor-
mações observadas por meio do balanço patrimonial, classifique V para
as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
a. ( ) V – F – F.
b. ( ) V – F – V.
c. ( ) F – V – F.
d. ( ) F – F – V.
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TÓPICO 2
CONCEITOS
FINANCEIROS
FUNDAMENTAIS
1 INTRODUÇÃO
Os profissionais que estiverem atuando na gestão financeira necessitam com-
preender o funcionamento dos processos e atividades que compreendem o escopo
dessa área, por isso, é sempre importante avaliar quais são as especificidades que
podem impactar diretamente nos resultados do negócio. Um dos principais aspectos
que devem ser levados em consideração é a questão de quanto a organização está
exposta ao risco – sabe-se, por exemplo, que, independentemente do tipo de negó-
cio, as empresas precisam aprender a lidar com os riscos em suas operações.
Ao longo deste tópico, vamos conhecer alguns dos conceitos principais no
processo de aprendizagem da gestão financeira, que são conhecimentos que estão
relacionados basicamente ao uso da matemática financeira, além de serem ele-
mentos que precisam ser tratados no processo de formação de gestores. Serão
abordados conceitos sobre a importância de se compreender o valor do dinheiro ao
longo do tempo, aspectos do valor futuro, valor presente, bem como serão apre-
sentados também os tipos de inflação que mais impactam o dia a dia das empresas
e que alteram os seus negócios.
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das ciências econômicas, é possível entender, por exemplo, que o valor do dinheiro
acaba se alterando no decorrer do tempo. Então, é necessário que as empresas
levem em consideração essas mudanças para que possam tomar todas as precau-
ções possíveis em busca de proteger o seu patrimônio.
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2.2 VALOR FUTURO E VALOR PRESENTE
O valor do dinheiro se modifica com o passar das estações, dessa manei-
ra, é sempre importante que os empresários e profissionais que estiverem atuan-
do na gestão financeira de seus negócios busquem compreender os conceitos e
as diferentes aplicações que a matemática financeira e as ciências econômicas
possuem sobre essas mudanças. Dentre os conceitos mais importantes de serem
compreendidos estão os conceitos de valor futuro e de valor presente do dinheiro.
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Como forma de aplicar o cálculo do valor futuro, temos o seguinte exemplo:
o sr. Manoel é gestor financeiro de uma grande empresa de sapatos e, no último
dia 22, ele obteve a informação de que a empresa teria uma sobra de capital de
R$ 1.500,00. Por isso, ele gostaria de aplicar esse valor pelo período de no mínimo
12 meses. Ele foi a até o banco e o gerente do seu banco ofereceu um investimento
que renderia 2% ao mês. Qual, então, seria o valor futuro obtido pelo sr. Manoel?
M = P . (1 + i)n
FV = 1500 . (1 + 0,02)12 = R$ 1.902,36
Após efetuar o cálculo do valor futuro, temos que o sr. Manoel teria
R$ 1.902,36 após os 12 meses da aplicação de valor futuro.
• VP é o valor presente.
• VF é o valor futuro.
• I é a taxa de juros vigente.
• T é o tempo entre o primeiro e segundo elemento.
Conjunto de recursos que são pertencentes a terceiros e que foram obtidos por meio de
Capital de terceiros
empréstimos ou operações de crédito realizada pela organização.
39
sos outros custos que afetarão o retorno financeiro esperado na operação. Uma
das formas de se avaliar os riscos e o retorno que uma empresa possui nos negó-
cios é fazendo uso do cálculo do custo médio ponderado de capital, conforme o
exemplo a seguir:
Os gestores financeiros ainda precisam lidar com riscos que são provocados
pela gestão na economia no país, sendo tais riscos, em sua maioria, causados pelo
impacto do dólar, pela gestão financeira do governo, pelos tomadores de decisões efe-
tuadas no âmbito do Banco Central, enfim, são decisões macroeconômicas que podem
impactar diretamente nos resultados das empresas e no retorno esperado por elas.
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3 TAXAS DE JUROS
O conceito de juros é utilizado para descrever a remuneração atribuída ao
capital de acordo com um tempo específico, portanto, ele é o aumento de valor
sofrido por um determinado capital. Assim, sempre que se fala sobre o juro relativo
a um capital, deve-se entender que está tratando da remuneração desse capital
durante um intervalo de tempo. Esse período de tempo é conhecido como período
financeiro ou período de capitalização.
O cálculo dos juros depende, portanto, do capital e do tempo. Dessa ma-
neira, temos que o valor do juro em determinado tempo é expresso como uma
porcentagem do capital, por meio de uma taxa. Geralmente, nos cálculos matemá-
ticos, costuma-se adotar a letra “i” para representar a taxa de juros. Na matemática
financeira, costuma-se chamar de regime de capitalização o processo de formação
de juro, sendo que há duas formas de capitalizar um capital por intermédio dos
juros simples ou dos juros compostos, que possuem as características presentes
na Figura 11, apresentada na sequência:
Juros Juros
simples compostos
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Ao realizar o cálculo dos juros, é importante que os profissionais da gestão
financeira busquem avaliar qual é o tipo de juros que estão sendo cobrados, pois,
conforme demonstrado na Figura 11, cada tipo vai impor uma fórmula diferente
para ser avaliada. A prática de cálculos de juros é algo realizado quase que diaria-
mente em todas as empresas, pois a todo momento estão sendo realizados vendas
a prazo, pagamento de contas em atraso, investimentos ou financiamentos que im-
põem o cálculo dos juros como algo de grande importância no dia a dia da empresa.
3.1 INFLAÇÃO
O conceito de inflação pode ser compreendido como o aumento generali-
zado do índice de preços. Esse conceito influencia de diversas formas em todos os
tipos de negócios e deve ser assimilado por todos os profissionais que estiverem
atuando no ambiente empresarial. O Brasil possui diversos índices de inflação que
são calculados por órgãos oficiais, ou seja, ligados ao Governo Federal ou outros
órgãos, assim, é importante que, sempre que estiver tratando do tema inflação, que
se avalie exatamente qual índice está sendo tratado.
Na Figura 12, estão apresentadas as principais causas da inflação segun-
do o Banco Central do Brasil, que é o órgão responsável por conter os efeitos da
inflação no país.
Pressões de custos
Inércio inflacionária
Expectativa de inflação
42
O Governo Federal é o responsável por conter a inflação em todo o território
e, para isso, ele se utiliza de diversos instrumentos econômicos que auxiliam nessa
importante tarefa. Sabe-se que, em geral, a inflação é vista como positivo e que deve
ser controlada, pois as suas causas acabam impactando de sobremaneira as par-
celas mais pobres da população. Segundo o Banco Central do Brasil ([s. d.], on-line):
A inflação gera incertezas importantes na economia, desestimulando o
investimento e, assim, prejudicando o crescimento econômico. Os pre-
ços relativos ficam distorcidos, gerando várias ineficiências na econo-
mia. As pessoas e as firmas perdem noção dos preços relativos e, assim,
fica difícil avaliar se algo está barato ou caro. A inflação afeta particu-
larmente as camadas menos favorecidas da população, pois essas têm
menos acesso a instrumentos financeiros para se defender da inflação.
Inflação mais alta também aumenta o custo da dívida pública, pois as
taxas de juros da dívida pública têm de compensar não só o efeito da in-
flação, mas também têm de incluir um prêmio de risco para compensar
as incertezas associadas com a inflação mais alta.
Importante ressaltar, ainda, que nem toda a inflação é igual, portanto, de-
ve-se avaliar com detalhes quais são as causas da inflação, assim será possível
entender quais serão as principais atividades para combater a inflação. Então, é
importante conhecer os conceitos de inflação de demanda, inflação de custos e
inflação inercial, os quais estudaremos na sequência.
43
3.1.2 INFLAÇÃO DE CUSTO
O conceito de inflação de custo pode ser entendido como aquele tipo de
aumento de preços ocasionado por alguma situação relacionada ao processo pro-
dutivo, portanto, as empresas identificam situações que apresentarão uma ne-
cessidade para que os seus preços sejam ajustados imediatamente. Muitas são as
situações que podem provocar a inflação de custos, dentre as principais, temos as
seguintes: aumento nos custos da matéria-prima, aumento no custo da mão de
obra, encargos trabalhistas, salários, aumento nos custos dos tributos, elevação
nos custos das fontes de energia, bem como aumento nas taxas de juros.
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RESUMO DO TÓPICO 2
45
AUTOATIVIDADE
46
3. O cálculo da inflação no Brasil é realizado por diversas entidades. Exis-
tem entidades públicas e privadas, que calculam índices de inflação para
variadas situações, e os profissionais da gestão financeira devem estar
sempre atentos a qual índice está sendo utilizado para que possa se ba-
sear as suas decisões futuras. De acordo com as principais informações
observadas por meio dos estudos da inflação, classifique V para aa sen-
tenças verdadeiras e F para as falsas:
a. ( ) V – F – F.
b. ( ) V – F – V.
c. ( ) F – V – F.
d. ( ) F – F – V.
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TÓPICO 3
DECISÕES FINANCEIRAS
DE CURTO PRAZO
1 INTRODUÇÃO
O processo de tomada de decisão no ambiente organizacional é sempre
voltado para a melhoria dos resultados empresariais, assim, é necessário que os
profissionais envolvidos nessas atividades possam entender quais são as perspec-
tivas dos negócios e, principalmente, quais são os desejos dos empreendedores.
A definição da visão e da missão de um negócio é um dos principais direcionado-
res do processo de tomada de decisão, entretanto, por mais nobre e social que a
missão seja, é sempre importante que a empresa busque atingir bons resultados
financeiros na forma de lucro, para que o seu negócio possa continuar em pleno
funcionamento nos próximos períodos.
Ao longo deste tópico, serão abordados aspectos sobre o capital de giro,
seu funcionamento e como as empresas devem buscar compreender a necessi-
dade desse tipo de capital para que o negócio possa funcionar de maneira correta.
Destaca-se, ainda, que o capital de giro de uma empresa faz com que ela honre
com os pagamentos no curto prazo, ou seja, esse é um valor de extrema necessi-
dade e que deve ser suprido para que as empresas possam ter o seu funcionamen-
to adequado. Ainda ao longo da unidade, serão tratados assuntos sobre o giro de
capital, necessidade de capital de giro e ciclo financeiro.
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O processo conhecido como sofisticação das análises financeiras é uma das
principais demandas que a alta competitividade no mundo dos negócios tem im-
posto a todas as organizações, por isso, é altamente recomendável que os gestores
financeiros compreendam o papel do capital de giro no ambiente das suas empre-
sas. Saber administrar o capital de giro, entender o seu funcionamento e avaliar
o seu uso são conhecimentos indispensáveis a todos os profissionais de gestão
financeira. Para Assaf Neto e Silva (2007, p. 3):
O capital de giro ou capital circulante é representado pelo ativo circu-
lante, isto é, pelas aplicações correntes, identificadas geralmente pelas
disponibilidades, valores a receber e estoques. Num sentido mais amplo,
o capital de giro representa os recursos demandados por uma empre-
sa para financiar suas necessidades operacionais identificadas desde a
aquisição de matérias-primas (ou mercadorias) até́ o recebimento pela
venda do produto acabado.
O cálculo do capital de giro pode ser calculado por meio da fórmula que está
apresentada a seguir:
Capital de Giro = Ativo Circulante – Passivo Circulante
Ao observar a fórmula do capital de giro, devemos considerar que as infor-
mações para o seu cálculo são todas retiradas do balanço patrimonial da organi-
zação, por isso, é de fundamental importância essa demonstração para o cálculo
dele. Assim, a partir do momento que o gestor financeiro efetua o cálculo do ca-
pital de giro em seu negócio, ele deve buscar compreender quais são as formas
de melhorar a sua administração. No Quadro 5, são apresentadas algumas dessas
estratégias, confira:
Formas de administrar
Descrição
o capital de giro
A qualquer momento você pode precisar do seu capital de giro. Por isso, administrá-lo é es-
sencial, porque nunca se sabe quando esse momento chegará. O planejamento é parte crucial
para que a gestão de seu capital de giro seja um sucesso. Para tal, é necessário saber onde você
Planeje a gestão do seu pode, por exemplo, reduzir e otimizar alguns custos, assim como planejar gastos futuros. O
capital de giro planejamento vai garantir que você tenha um fluxo de caixa saudável e pode evitar proble-
mas futuros de má administração. Um bom planejamento vai manter a sua empresa longe
da necessidade de empréstimos para pagar as próprias contas e, de quebra, ainda possibilita
investimentos futuros em seu negócio.
Ao realizar uma boa gestão de capital de giro, você dificilmente precisará recorrer à antecipa-
ção de recebíveis para manter a empresa em pleno fluxo de processos internos. Ao acompa-
nhar seus recebíveis de perto, é possível elaborar previsões de quando será mais necessária a
Acompanhe seus
contenção do capital de giro da empresa. Também é possível saber quando este capital será
recebíveis
maior, o que pode resultar em possíveis investimentos em seu negócio. Esta previsão propor-
ciona tomadas de decisões mais assertivas, baseadas em um cenário real que é entregue pelo
acompanhamento próximo dos recebíveis.
50
Formas de administrar
Descrição
o capital de giro
O cálculo é feito através da soma de todas as contas a receber + o valor que existe em estoque.
É necessário somar também as contas a pagar, o valor de todos os impostos e as despesas da
Utilize a matemática
empresa. Por fim, você precisa subtrair um pelo outro. A partir deste resultado, você saberá
no controle
quanto a sua empresa necessita para funcionar durante o período dos próximos recebimen-
tos. No caso, este resultado é o capital de giro.
Comprar mais não significa vender mais. Muitos empreendedores e gestores acabam
investindo dinheiro na alimentação do estoque de forma impensada, o que resulta em itens
parados, perdendo validade e ocupando espaço que poderia ser ocupado por itens que têm
Gerencie os estoques mais saída. A falta de planejamento é um dos motivos para que esse erro - bastante comum -
aconteça. A compra de mais produtos resulta, muitas vezes, em valores menores por produto,
o que de fato é positivo. Porém, para realizar certas compras, é necessário acompanhar o
estoque de perto, para ter consciência se aquela compra vai, de fato, gerar vendas rápidas.
Sabemos que o trabalho para manter uma empresa em pleno funcionamento e com uma boa
saúde financeira é complexo e extenso. São diversas atividades diárias necessárias para acom-
panhar todas as movimentações que ocorrem internamente e saber se, de fato, a empresa está
Automatizar processos
caminhando de acordo com os objetivos traçados. Algumas destas atividades já podem ser
realizadas de forma mais prática e rápida, através da automação de processos com sistemas de
gestão ou plataformas voltadas para algumas tarefas específicas.
A administração do capital de giro nas empresas é uma das tarefas mais im-
portantes que são realizadas pela equipe da gestão financeira, assim, é de grande
necessidade que esses profissionais possam ter acesso às informações adequadas
para que possam efetuar esses cálculos de acordo com as práticas de mercado.
51
FIGURA 13 – FUNÇÃO DO CICLO OPERACIONAL
52
Em termos de fórmula, temos que o ciclo financeiro é obtido mediante
a seguinte:
53
3 GIRO DE CAIXA
O giro de caixa é um dos principais indicadores financeiros de uma empre-
sa, pois, por meio dele, é possível que a gestão do negócio apresente quantos ciclos
financeiros uma empresa possui. Basicamente, temos que o giro de caixa traz em
números absolutos quando uma o capital circulou pela empresa, ou seja, quantas
vezes ele saiu do caixa das empresas dentro de um período de um ano. Os profis-
sionais da gestão financeira fazem uso do giro do caixa para analisar a situação
financeira do seu negócio, mas muitos também utilizam essa métrica para comprar
empresas concorrentes.
Em termos de fórmula, temos que o giro de caixa é obtido por intermédio
da seguinte:
54
• Necessidade de capital de giro constante: na gestão financeira,
temos que ativos permanentes somados à porção permanente dos
ativos circulantes da entidade acabam permanecendo o ano todo sem
nenhum tipo de mudança na organização – assim, uma parte do ati-
vo circulante da empresa acaba se tornando permanente; montante
definido pelo nível mínimo de necessidades de recursos demandados
pelo ciclo operacional.
• Necessidade de capital de giro ocasional: a necessidade sazonal,
que consiste na porção temporária dos ativos circulantes, varia durante
o ano; é financiada com fundos de médio e longo prazo, pois ao utilizar
esses fundos, a empresa tem mais tempo de trabalhar para levantar o
capital necessário à liquidação dessa dívida; é determinada pelas va-
riações temporárias que ocorrem normalmente nos negócios de uma
empresa; picos entre grandes vendas durante o ano.
55
TABELA 2 – BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA ORGANIZAÇÕES JHMC
Realizável de curto
1.430.000 Outras contas 55.000
prazo
Imobilizado 600.000
56
RESUMO DO TÓPICO 3
57
AUTOATIVIDADE
a. ( ) 135 dias.
b. ( ) 25 dias.
c. ( ) 35 dias.
d. ( ) 125 dias.
58
3. As empresas estão sempre buscando aumentar suas vendas, gerar mais
caixa e obter melhores resultados em seus negócio, e, para isso, é comum
que o gestor financeiro sempre esteja atento às formas de se buscar pro-
porcionar um maior caixa para que as empresas possam atingir os seus
resultados. De acordo com os estudos realizados sobre a necessidade de
capital de giro constante, classifique V para as sentenças verdadeiras e F
para as falsas:
a. ( ) V – F – F.
b. ( ) V – F – V.
c. ( ) F – V – F.
d. ( ) F – F – V.
59
LEITURA COMPLEMENTAR
Você sabe quais são os erros mais comuns na gestão financeira e como eles
podem atingir o seu negócio?
Se você acompanha nosso blog, com certeza já sabe o que é gestão finan-
ceira, já sabe que o dinheiro possui valor no tempo, dentre outros aspectos ligados
a esse tipo de gestão. Certo?
Realmente, todo mundo erra, mas é claro que temos que buscar não errar e,
para isso, precisamos aprender com os erros dos outros. Afinal, se a gestão de um ne-
gócio for gerida com métodos infundados você pode ter sérios problemas financeiros.
Pensando nisso, resolvi listar os 7 erros mais comuns na gestão financeira
para que você não os cometa também. Vamos lá?!
Entre os 7 erros mais comuns na gestão financeira, esse acaba sendo muito
comum em pequenas empresas e em empresas familiares. É de prática que o dono
misture o dinheiro pessoal com o dinheiro da empresa, e isso é extremamente ne-
gativo, pois a pessoa acaba não entendendo exatamente o nível de capital que a
empresa está gerando nem a sua rentabilidade.
Assim, acaba ocorrendo um sangramento da empresa. Com a retirada de
dinheiro para fatores pessoais, a saúde financeira da empresa é prejudicada em
prol das finanças pessoais.
60
O ideal é encontrar o ponto de equilíbrio em que não se perca a venda e nem
tenha muito dinheiro parado. Não ter esse tipo de controle é muito comum e bem
prejudicial para o negócio.
61
5. Não saber calcular o preço de venda
Esse erro comum na gestão financeira ocorre quando cada controle finan-
ceiro vem sendo usado em um tipo de planilha ou ferramenta diferente. Isto é, não
se tem uma ferramenta agregadora que faça isso tudo conversar e ser mostrado
de forma mais eficaz.
O que acontece geralmente é que a empresa controla o fluxo de caixa em uma
planilha, a DRE em outra, às vezes uma anotação em Word ou até mesmo em um ca-
derno, e isso tudo acaba não conversando. E por conta disso, se tem ausência de in-
dicadores financeiros relevantes, que são cruciais para o crescimento da organização.
Pode-se usar uma planilha de Excel, não há problemas nisso, na realidade é
uma ótima ferramenta para registrar todos os controles. Mas tem que ser de forma
padronizada, utilizando-a como uma ferramenta padrão para organizar a área de
gestão financeira.
62
7. Não saber gerir o lucro obtido
Muitas organizações obtêm lucro e não sabem o que fazer com esse lucro,
não sabem se reinvestem, se redistribuem, e nem como fazer isso. Esse é um dos
erros mais comuns na gestão financeira.
O correto é se analisar para saber onde investir, e então, fazer um balan-
ceamento perfeito entre o melhor investimento e a melhor fonte de financiamento,
para assim alocar de maneira concisa esse capital.
63
REFERÊNCIAS
64
PINTO, M. N.; VASQUEZ, S. C. Contabilidade geral: fundamentos e práticas.
São Paulo: Érica, 2019.
SILVA, R. O que são riscos financeiros para a empresa? 5 tipos e como evitá-los.
Expenseon, 29 out. 2021. Disponível em: https://expenseon.com/gestao-de-
-despesas/risco-financeiro-tipos-e-gestao/. Acesso em: 2 mai. 2022.
65
UNIDADE 2
TRIBUTOS E SEUS
IMPACTOS NA GESTÃO
FINANCEIRA DAS
EMPRESAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• identificar os fundamentos dos tributos no Brasil;
• compreender o papel dos tributos nos processos de gestão financeiras;
• avaliar quais são os princípios tributários existentes na legislação nacional;
• analisar o papel da fiscalização na gestão tributária nacional.
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS: DA NÃO CUMULATIVIDADE E
DA SELETIVIDADE
TÓPICO 2 – CONTABILIDADE FISCAL E GESTÃO FINANCEIRA
TÓPICO 3 – FISCALIZAÇÃO E OBRIGAÇÕES NAS EMPRESAS
TÓPICO 1
PRINCÍPIOS
CONSTITUCIONAIS: DA
NÃO CUMULATIVIDADE E
DA SELETIVIDADE
1 INTRODUÇÃO
As organizações estão passando por um processo de intensa competitivi-
dade em seus negócios, assim, é muito importante avaliar todos os setores, depar-
tamentos e tomadas de decisões que possam afetar o funcionamento da empresa
de alguma forma. Dessa maneira, temos que todos os colaboradores que estiverem
atuando na gestão das empresas devem buscar compreender as características,
fatores e aspectos que podem afetar os resultados do seu negócio.
No Brasil, é comum que os empresários e profissionais estejam sempre apon-
tando a alta carga tributária como um grande impeditivo para o desenvolvimento do
seu negócio. Em termos de carga tributária, é muito importante que os profissionais
possam conhecer o motivo da cobrança dos impostos, dessa maneira, fica mais fácil
compreender o real motivo da sua existência. Então, ao longo deste tópico, serão tra-
balhados aspectos de grande relevância para proporcionar esse tipo de compreen-
são, além de apenas tratar do impacto dos tributos nas operações empresariais.
Em termos de assuntos abordados, aqui serão apresentados aspectos so-
bre o processo de elaboração dos tributos, ou seja, como os tributos são pensados
e criados na sociedade brasileira. Faz-se necessário compreender esses aspectos,
pois os tributos possuem características muito particulares, sendo preciso ava-
liar se a criação deles respeitaram o conjunto de princípios que existem dentro da
legislação nacional.
69
2 PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS NO BRASIL
Os tributos são uma forma de toda a sociedade contribuir para o custea-
mento dos gastos governamentais e da manutenção do Estado, portanto, a ques-
tão tributária no Brasil e no mundo nada mais é do que um pacto social entre todos
os indivíduos, visando uma sociedade justa e que possibilite melhores condições de
vida a todos. A existência de uma legislação obrigando o pagamento de impostos
todos os cidadãos, mesmo que uns paguem mais ou menos que os outros, impõe
um grande desafio a todos os participantes desse sistema, bem como torna o rela-
cionamento dos indivíduos e do governo algo complexo e dotado de uma enorme
singularidade em variados aspectos.
Normas jurídicas de
posição privilegiada de
valor expressivo
Estipulação de
Limite hierárquico
limites objetivos
Valores insertos em
regras jurídicas
independentemente das
estruturas normativas
70
Os princípios tributários que norteiam a aplicação do direito tributário na-
cional têm como objetivo maior servir como base de valores independentemente
das estruturas normativas, ou seja, eles auxiliam a toda a sociedade e, principal-
mente, a todos as esferas judiciais na organização do sistema arrecadatório que se
faz necessário para bancar os custos do Estado nacional e aplicação das políticas
públicas no país.
Quando abordamos que um princípio tributário tem como característica
norteadora o fato de ele ser uma norma jurídica de posição privilegiada de valor
expressivo, estamos afirmando que ele tem o poder de irradiar o ordenamento ju-
rídico vigente – ou seja, sempre que uma dúvida surgir ao longo do processo legal,
esse princípio poderá ser utilizado para defender um indivíduo, uma empresa ou um
ente da federação que se baseou nele em um devido processo legal. Portanto, pro-
fissionais da contabilidade, da gestão e do direito devem compreender a importân-
cia desse princípio para que seja possível utilizá-lo sempre que se fizer necessário,
fazendo, assim, a incorporação dele em todas as atividades.
Profissionais
de direito
Profissionais da
contabilidade, da gestão e
do direito devem
compreender a importância
desse princípio para que
seja possível utilizá-lo
sempre que se fizer
necessário, fazendo, assim,
a incorporação dele em
todas as atividades.
Profissionais
de gestão
71
empresas acabou ingressando na justiça para impedir a cobrança desse imposto
que ela julga ilegal. Nesse caso, tanto o representante jurídico do estado quanto o
representante jurídico da entidade que representa as empresas nesse processo
poderão fazer uso dos princípios tributários para defenderem a sua posição, bem
como para fazer valer o seu ponto de vista junto à justiça.
IMPORTANTE
Em um processo que julga a legalidade da implantação de um princípio tri-
butário contra a cobrança de um tributo parafiscal, é importante considerar
que o Superior Tribunal Federal, mais conhecido como STF, ao considerar o
princípio da legalidade, estabeleceu que o seu valor é o norteador para o es-
tabelecimento de qualquer decisão relacionada a sua legalidade.
72
ATENÇÃO
O termo “jurisprudência” é muito utilizado nas áreas do direito e da contabi-
lidade para apresentar um conjunto de decisões que tenham sido tomadas
no mesmo sentido do esperado no caso específico. Portanto, sempre que
um profissional ingressar na justiça com algum tipo de processo, convém a
ele buscar como as decisões vêm sendo tomadas em relação a esse tipo de
processo. Caso seja possível, sempre é importante informar em sua funda-
mentação a jurisprudência que vem sendo formada acerca da sua demanda.
73
FIGURA 3 – SOBRE LIMITES HIERÁRQUICOS
74
Considerando a defesa sobre a importância dos princípios tributários, bem
como sobre a necessidade desses princípios estarem apresentados na Constitui-
ção Federal, faz-se necessário reafirmar que esses princípios visam contribuir para
que toda a sociedade possa ter a devida organização em seu sistema tributário. Em
relação ao uso desses princípios como uma norma privilegiada de forma indepen-
dente das estruturas das normas vigentes, temos que:
Costuma-se falar, também, ao invocarem-se os princípios para suprir
lacunas da lei, em analogia juris, a par da analogia legis. Nesta, busca-
-se uma norma para suprir a lacuna; naquela, a solução para a lacuna
acha-se por meio de processo lógico de conformação do regramento
do caso concreto com o conjunto do direito vigente, o que supõe que se
invoquem os princípios integrantes desse sistema, e não uma norma; a
utilização de certa norma posta no sistema traduziria hipótese de analo-
gia legis. (AMARO, 2016, p. 213)
ATENÇÃO
Os profissionais que atuam na gestão financeira devem buscar compreender
todos os aspectos relacionados aos tributos, pois são esses profissionais que,
juntamente com os contadores, deverão operacionalizar o pagamento dos
tributos dentro do ambiente empresarial. É necessário inclusive que os pro-
fissionais de gestão financeira saibam mais sobre o funcionamento desses
princípios para que possam entender qual é o destino dos recostos que são
gastos, como o pagamento dos impostos.
75
QUADRO 1 – PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS E SEUS DISPOSTOS CONSTITUCIONAIS
Princípio Art. 150, II, II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que
da Isonomia Constituição Federal se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer
distinção em razão de ocupação profissional ou função
por eles exercida, independentemente da denominação
jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
76
FIGURA 4 – PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS
Princípio da Princípio do
Anterioridade Não confisco
As empresas
de sua operação.
77
Considerando a importância de se conhecer especificamente a aplicabili-
dade de cada um dos princípios tributários na sociedade, a partir de agora apre-
sentaremos o conceito dos cinco principais que estão presentes na Constituição
Federal. Com isso, espera-se tornar este material um importante guia para desper-
tar o conhecimento entre os profissionais, bem como contribuir para que todas as
organizações possam compreender de fato a importância desses ordenamentos
jurídicos para a toda a sociedade. Apresentaremos cada um dos princípios a partir
da seguinte ordem: Princípio da Legalidade, Princípio da Isonomia, Princípio da Irre-
troatividade, Princípio da Anterioridade e Princípio do Não confisco.
O princípio da legalidade é o responsável por tratar do fato de que todos
os novos tributos que forem implementados na sociedade sejam por meio de uma
lei municipal, lei estadual ou lei federal, que deverá estar de acordo com a norma ju-
rídica vigente que determina o ente federativo responsável por regulamentar esse
tributo em especial. Sobre o princípio da legalidade, Sabbag (2020, p. 3) afirma:
A premissa deste princípio é que os entes tributantes (União, Estados, Mu-
nicípios e Distrito Federal) só poderão criar ou aumentar tributo por meio
de lei. Tal princípio deve ser assimilado conjuntamente com o princípio da
legalidade genérica, previsto no art. 5.º, II, da CF. Por regra, a lei adequada
para instituir tributo é a lei ordinária. Nessa medida, quem cria tributos é
o Poder Legislativo, não cabendo ao Poder Executivo o mister legiferante.
Destaca-se em nosso país o fenômeno da unicidade das casas legislati-
vas, preceituando que: o tributo federal deve ser criado por lei ordinária
federal, no Congresso Nacional; o tributo estadual deve ser criado por lei
ordinária estadual, na Assembleia Legislativa; o tributo municipal deve ser
criado por lei ordinária municipal, na Câmara dos Vereadores.
78
FIGURA 6 – HIERARQUIA DAS LEIS QUE DEVEM SER SEGUIDAS A PARTIR DO
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE NO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
Carta Magna
Leis, atos
e tratados
Normas
secundárias
O princípio da legalidade apregoa que nenhum novo imposto pode ser im-
plementado por um ente da federação se ele não estiver de acordo com uma le-
gislação, segundo Bonavides (2000, p. 140), “a legalidade nos sistemas políticos
exprime basicamente a observância das leis, isto é, o procedimento da autoridade
em consonância estrita com o direito estabelecido”, portanto, ele sempre deverá
estar de acordo com as regras jurídicas vigentes. Nesse quesito, é importante con-
siderar que o ordenamento jurídico deve seguir as normas que estejam de acordo
em primeiro lugar com a Carta Magna, ou seja, com a Constituição Federal.
Em hipótese alguma alguns municípios, Estados e a União podem apresen-
tar uma legislação que apresente um novo tributo que entre em desacordo com a
Constituição Federal, portanto, todos os legisladores devem levar em consideração
que seus atos tributários, ou não, devem respeitar os preceitos apresentados nela.
Mesmo esse princípio estando claro, ainda assim muitos entes acabam fazendo o
uso da criatividade para burlar alguma regra ou norma apresentada na Constituição
Federal, por isso, ao identificar esse tipo de ação, qualquer cidadão tem o direito de
ingressar na justiça para impedir que essa norma passe a valer e possa ser aplicada
para toda a sociedade. Compete, em última instância da análise de qualquer tipo
de processo, ao STF a análise sobre divergência de entendimento da Constituição
Nacional. Ele atua então, como o guardião e responsável pelo cumprimento dela em
todo o território nacional brasileiro.
Ainda analisando a hierarquia das leis quando lidamos com o princípio da
legalidade, temos de considerar que, abaixo da Carta Magna, está o conjunto de
leis, atos e tratados que também são importantes para a implementação dos novos
tributos. Então, esses estão dividido segundo três categorias distintas, apresenta-
das no Quadro 2, na sequência:
79
QUADRO 2 – LEIS, ATOS E TRATADOS NA HIERARQUIA DAS LEIS APLICADOS
AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
80
Item Tipo Especificidade
Refere-se a um documento de uma organização pública que contenha
um ordenamento administrativo interno. Por meio dele, será possível
estabelecer diretrizes, normatizar métodos e procedimentos que se
Instrução normativa aplicam sobre alguma atividade. Por meio da instrução normativa,
é possível também regulamentar matéria específica anteriormente
disciplinada com a finalidade de orientar os dirigentes e servidores no
desempenho de suas funções.
As deliberações são atos emitidos por vários órgãos que têm a função de
Deliberações orientar e apresentar os procedimentos que devem ser cumpridos por
organizações e indivíduos sobre algum tipo de obrigação.
81
FIGURA 7 – COMPONENTES QUE UMA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA NECESSITA
TER PARA CUMPRIR COM O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
legislação tributária
Componentes da
Sujeito passivo
(aspecto pessoal passivo)
Fato gerador
(aspecto material)
Multa
ATENÇÃO
Importante ressaltar que o prazo para pagamento do imposto não faz par-
te dos componentes da legislação tributária, já há decisão formada junto ao
Superior Tribunal Federal que o prazo para pagamento do tributo pode ser
apresentado em portaria específica pelo ente federado competente.
82
Ao implementar o princípio da isonomia na legislação tributária, o legisla-
dor buscou impedir que o Poder Público – e, nesse caso, estamos tratando ba-
sicamente dos entes federativos que possam se utilizar de uma legislação tri-
butária mais abusiva para prejudicar uma pessoa ou organização, ou, ainda, que
busque beneficiar alguém em especial. Em linhas gerais, o princípio da isonomia
proporciona a todos os contribuintes a mesma capacidade contributiva tratamen-
to igual, bem como tratamento desigual a todos os contribuintes que revelarem
riquezas diferentes apuradas.
A distinção tributária somente se torna possível graças ao princípio da iso-
nomia, pois, segundo Paulsein (2020, p. 38):
Justifica-se a diferenciação tributária quando, presente uma finalidade
constitucionalmente amparada, o tratamento diferenciado seja estabe-
lecido em função de critério que com ela guarde relação e que efeti-
vamente seja apto a levar ao fim colimado. A adoção de condutas, por
parte do destinatário da norma da igualdade, ocorre com base na com-
preensão e na consideração dos quatro elementos que compõem (ou
integram) a sua estrutura: (i) os sujeitos, (ii) o critério de comparação,
(iii) o fator de diferenciação, e (iv) o fim constitucionalmente protegido.
Princípio da interpretação
objetiva do fato gerador
Isonomia
tributária
Princípio da capacidade
contributiva
83
QUADRO 3 – PRINCIPAIS MEIOS DE EXTERIORIZAÇÃO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA
84
As empresas devem sempre buscar se adaptar a qualquer mudança que
possa ocorrer devido à implementação de uma nova legislação tributária, no en-
tanto, por intermédio do princípio da irretroatividade, elas têm guardado alguns
direitos sobre a aplicabilidade dessa legislação. Importante ainda considerar que
“esse princípio da irretroatividade não comporta exceções relativas aos tributos,
de modo que toda modificação só será aplicável aos próximos fatos geradores”
(NOVAIS, 2019, p. 111).
O quarto princípio que está relacionado ao Sistema Tributário Nacional é o
que trata da anterioridade, que pode se apresentar de duas formas, conforme a
Figura 9 a seguir:
85
• Exceções constitucionais: a Constituição Federal apresenta alguns
dispositivos que trazem casos em o princípio da anterioridade poderá
não ser aplicado – geralmente, são casos extremos em que há uma
grande necessidade do Estado em aumentar a sua arrecadação para
lidar com alguma situação de urgência e emergência. Dentre os prin-
cipais casos em que esse princípio não é aplicado é o caso do estado
de guerra ou de calamidade pública que possa interferir nas contas
públicas. Considerando o exposto, as seguintes situações poderão im-
por uma alíquota alterada sem considerar os prazos necessários para o
cumprimento do princípio da anterioridade
• empréstimos compulsórios para calamidade pública e guerra;
• Imposto de Importação (II), Imposto de Exportação (IE), Imposto
sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Operações
Financeiras (IOF);
• Imposto Extraordinário de Guerra (IEG);
• redução e restabelecimento das alíquotas do ICMS-Combustíveis;
• redução e restabelecimento das alíquotas da CIDE Combustíveis;
• instituição ou modificação das Contribuições Sociais da Seguri-
dade Social.
• Modificação do prazo: o STF já entendeu em suas várias decisões que
a decisão tomada pelo agente público sobre uma eventual mudança no
recolhimento de um tributo – podendo, então, postergar o seu pagamen-
to ou adiantá-lo – não possui o mesmo significado de aumento da carga
tributária ao contribuinte, portanto, não fere o princípio da anterioridade.
• Atualização monetária: as perdas monetárias causadas pelo fato de a
moeda estar se desvalorizando ao longo do tempo, bem como a proposta
da correção dos valores cobrados em relação à carga tributária, não é
considerada como um aumento de impostos, por isso, quando a União,
um Estado ou um município aumenta um tributo levando em conta essa
justificativa, ele não pode ter sua atitude considerada uma infração ao
princípio da anterioridade. Importante ter em mente que o ente respon-
sável pelo tributo não pode aumentar os tributos de acordo com o que
bem desejar afirmando ser uma correção monetária nos valores pagos,
ele deverá buscar um índice oficial para fazer a correção – como exemplo,
podem ser utilizados os índices calculados por órgãos oficiais, como é o
caso do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
86
• Retirada de desconto e revogação de isenção: como benefícios e
descontos são concedidos pelos entes como forma de incentivar al-
guma prática do contribuinte, é importante considerar que ele poderá,
sempre que julgar necessário, retirar esse benefício. Segundo entendi-
mento do STF, o contribuinte já tem acesso ao valor da carga tributária
total, não sendo responsável, portanto, e os descontos poderão ser re-
tirados sempre que necessário.
1. a tributação não pode, sob nenhum pretexto válido e legal, ser excessi-
vamente onerosa para a sociedade;
2. a tributação não pode se tornar insuportável, portanto, as pessoas não po-
dem comprometer sua sobrevivência em nome de pagar impostos altos;
3. a tributação não pode ser baseada na não razoabilidade, portanto,
a sua legislação e cobrança devem se basear em uma fonte própria
de tributação.
87
2.2 PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE E DA
SELETIVIDADE
A legislação tributária impõe também a necessidade de novos princípios
tributários, além dos já apresentados na Constituição Federal. Esses princípios são
também importantes para analisar a criação e a consolidação de impostos da le-
gislação tributária em municípios, Estado e na União. Dentre eles, destacam-se os
princípios da não cumulatividade e da seletividade, que nem sempre estão atrelados
diretamente a todos os impostos. Em relação ao princípio da não cumulatividade,
ele se refere a apenas três tributos em especial, os quais estão apresentados a seguir:
88
FIGURA 10 – CONCEITOS RELACIONADOS AO PRINCÍPIO DA NÃO
CUMULATIVIDADE NO IMPOSTO DO ICMS
Crédito menor
que o débito =
imposto a pagar
Crédito
apurado
Débito menor
que o crédito =
ICMS crédito apurado
Tipo Especificidade
A não cumulatividade é uma técnica de tributação que visa impedir que incidências su-
cessivas nas diversas operações de uma cadeia econômica de produção ou comercializa-
Não cumulatividade como
ção de um produto impliquem ônus tributário muito elevado, decorrente da tributação
técnica de tributação
da mesma riqueza diversas vezes. Em outras palavras, a não cumulatividade consiste em
fazer com que os tributos não onerem em cascata o mesmo produto.
Quanto mais ampla for a não cumulatividade, mais neutra será a tributação. As pro-
postas de reforma tributária, no que dizem respeito ao imposto sobre bens e serviços
Não cumulatividade
(IBS) e à contribuição sobre bens e serviços (CBS) seguem essa linha. Ao unificarem
como forma de neutralizar
a tributação do consumo, ensejam a apropriação e compensação de créditos de modo
a tributação
pleno, abrangente, o que também dá transparência quanto à carga tributária que grava
as mercadorias e serviços.
A não cumulatividade não A não cumulatividade não é argumento para dizer-se da incidência ou não de um
pode ser utilizada como tributo, mas para buscar-se mecanismo que neutralize a tributação ao longo da cadeia
argumento para definir a econômica, de modo que não tenha os efeitos perversos da tributação em cascata, em
incidência de um tributo que incidências sucessivas sobre as mesmas bases resultem em gravame demasiado.
89
Os diferentes aspectos relacionados a não cumulatividade também apre-
sentam importantes discussões no campo da legislação tributária, dentre elas, te-
mos a questão da tributação monofásica, que tem o objetivo de concentrar a tribu-
tação, facilitando, assim, o funcionamento das operações de arrecadação tributária
por parte dos Estados. Segundo Sabbag (2020, p. 73):
[...] o que se objetiva com a fixação da sistemática monofásica de tri-
butação, em geral, é simplesmente concentrar a obrigação pelo reco-
lhimento das contribuições que seriam devidas ao longo da cadeia de
circulação econômica em uma determinada etapa – via de regra, na pro-
dução ou importação da mercadoria sujeita a tal modalidade de tribu-
tação –, sem que isso represente redução da carga incidente sobre os
respectivos produtos
ATENÇÃO
O ICMS é um imposto de origem estadual, portanto, cada um dos estados pos-
sui um regulamento próprio. Uma organização que atua comercializando seus
produtos para todos os estados brasileiros precisa conhecer profundamente
o que apregoa cada um desses regulamentos para que seja possível cumprir
corretamente com todos os dispositivos legais de todas as suas operações.
90
Ao analisar as informações relacionadas ao princípio da seletividade, bem
como a sua correta aplicabilidade, temos que ele possui uma relação estreita com
a capacidade contributiva, já que, por meio dele, produtos diferentes poderão ter
alíquotas de impostos diferentes respeitando o grau de uso desses produtos pela
sociedade. Portanto, conforme apresentado por Paulsein (2020, p. 71):
A seletividade se presta para a concretização do princípio da capacidade
contributiva ao implicar tributação mais pesada de produtos ou serviços
supérfluos e, portanto, acessíveis a pessoas com maior riqueza. Certo é,
em regra, que os produtos essenciais são consumidos por toda a popu-
lação e que os produtos supérfluos são consumidos apenas por aque-
les que, já tendo satisfeito suas necessidades essenciais, dispõem de
recursos adicionais para tanto. A essencialidade do produto, portanto,
realmente constitui critério para diferenciação das alíquotas que acaba
implicando homenagem ao princípio da capacidade contributiva.
91
RESUMO DO TÓPICO 1
92
AUTOATIVIDADE
93
3. A contabilidade que trata sobre os tributos é um dos grandes desafios de
todos os profissionais que atuam na gestão financeira, pois essa é uma
área que acaba impactando muita a realização dos seu trabalho dentro
da empresa. Ainda, é necessário que todos os profissionais busquem co-
nhecer todos os elementos que estejam relacionados às características
dos impostos, seus principais conceitos e todas as especificidades rela-
cionadas a ele. De acordo com os principais conceitos acerca dos impos-
tos, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
a. ( ) V – F – F.
b. ( ) V – F – V.
c. ( ) F – V – F.
d. ( ) F – F – V.
94
TÓPICO 2
CONTABILIDADE FISCAL
E A GESTÃO FINANCEIRA
1 INTRODUÇÃO
A contabilidade fiscal, ou tributária, como alguns preferem, é uma área que
vem ganhando grande relevância nos últimos anos, por isso, é necessário que os
profissionais da gestão financeira possam buscar entender qual o papel dessa área
da contabilidade e de como ela pode impactar diretamente o centro de decisões
da sua área. Sabe-se que a gestão financeira é uma área dentro das empresas que
deve compreender como as variáveis acabam impactando a forma como o negócio
funciona, assim, é necessário que todos os profissionais envolvidos possam obser-
var como funciona.
Quando se aborda o ambiente organizacional, é necessário avaliar que as
organizações necessitam compreender seus ativos, portanto, é importante consi-
derar quais são os métodos que a contabilidade dispõe para a avaliação dos ativos
de uma organização. Outro ponto importante a ser considerado é que, diante dos
métodos disponíveis para avaliação dos ativos, as organizações devem ter o pleno
conhecimento sobre quando adotar o método de equivalência patrimonial na divul-
gação das suas demonstrações financeiras, sobre quais ativos esse método pode
ser utilizado e quais são as suas principais especificidades.
Considerando todas as especificidades da contabilidade em relação à ges-
tão financeira, temos que as principais serão apresentadas ao longo desta unidade
para proporcionar reflexão acerca dos processos e atividades existentes dentro das
organizações. Os profissionais que atuam na gestão financeira devem buscar sem-
pre compreender qual é o tipo de atividade por ele desenvolvida que mais depende
da contabilidade, assim, será possível ganhar ainda mais eficiência em relação às
atividades realizadas por ele.
95
2 COMPREENDENDO A CONTABILIDADE FISCAL E
SUA RELAÇÃO COM A GESTÃO FINANCEIRA
A contabilidade é uma ciência social aplicada, com isso, ela evolui com o
passar dos anos e de acordo com o processo evolutivo da sociedade. Estudar a
evolução da contabilidade é acompanhar o processo evolutivo da própria socieda-
de, sendo assim, compreender como a contabilidade também é compreender como
organizações e indivíduos lidam com o patrimônio.
Entender como o patrimônio das organizações deve ser registrado, conta-
bilizado, mensurado e evidenciado é um dos objetivos que serão aqui abordados.
Serão apresentados diversos conceitos de grande importância para a contabili-
dade. Tais conceitos não têm como função apresentar todo o arcabouço teórico
e metodológico que a ciência contábil possui, mas, com certeza, permitirá es-
tudar uma série de conteúdos que possuem grande importância na gestão das
organizações na sociedade.
Conhecer as especificidades da contabilidade e de como ela está relaciona-
da à contabilização do patrimônio da organização, bem como compreender como
esse patrimônio se modifica com as diferentes operações e de como ele pode ser
evidenciado, visa contribuir para que a contabilidade possa gerar informações que
permitam o controle e a tomada de decisão por parte dos gestores.
Como comentado, a contabilidade surge junto com a necessidade da socie-
dade em acompanhar e controlar seu patrimônio. É importante destacar que, na an-
tiguidade, a palavra “patrimônio” não possuía a mesma conotação que se tem hoje. A
contabilidade nasce, então, junto à necessidade dos indivíduos de contar e registrar
seus alimentos e pertences, precisando, dessa forma, fazer registros para que seu
patrimônio pudesse ser preservado e não se misturasse com o de outros indivíduos.
A realização de inventário surgido com os primórdios da civilização é o mo-
mento em que se pode atestar que a contabilidade surge, bem como acaba por
se sofisticar à medida que a matemática apresenta novas possibilidades. A con-
tabilidade não pode ser considerada uma ciência exata como a matemática, por
exemplo – “ela é uma ciência social aplicada, pois é a ação humana que gera e mo-
difica o fenômeno patrimonial. Todavia, a Contabilidade utiliza os métodos quan-
titativos (matemática e estatística) como sua principal ferramenta” (IUDÍCIBUS;
MARION; FARIA, 2018, p. 9).
96
A contabilidade possui diversos conceitos como já apresentados, também
possui objeto e objetivo bem definidos de acordo com as necessidades dos seus
diversos tipos de usuários. Sendo assim, para que ela possa atender ao que se es-
pera dela, faz-se necessário que esteja organizada. A função de organizar a forma
como a contabilidade deverá ser apresentada é da estrutura conceitual, que, por
sua vez, pode ser observada no Pronunciamento Técnico n. 00, que se encontra
em sua segunda versão e que foi apresentado pelo Comitê de Pronunciamentos
Contábeis no ano de 2019.
Todos os
Comite de
pronunciamentos
Pronunciamentos
técnicos contábeis
Contábeis
tem origem no
97
A contabilidade possui inúmeros elementos de grande importância para que
o patrimônio da entidade possa ser mensurado e evidenciado, sendo os principais
o ativo, o passivo e o patrimônio líquido, que podem ser observados no balanço
patrimonial, e também as despesas e as receitas, que podem ser observadas nas
demonstrações dos resultados do exercício da empresa.
O ativo de uma entidade pode ser compreendido pelo conjunto de bens e
direitos pertencente a ela. Graficamente, ele pode representar onde “foram aplicados
e são controlados os recursos, dos quais se esperam benefícios econômicos futuros.
Essas aplicações de recursos aparecem no balanço patrimonial de forma resumida,
ou seja, são representadas de forma sintética” (SANTOS; VEIGA, 2014, p. 22).
Os elementos pertencentes ao passivo estão relacionados às obrigações
que as entidades têm a pagar no período; os passivos são obrigações presentes
e derivadas de eventos já ocorridos e cuja liquidação resulte da saída de recursos
que possam originar benefícios econômicos à entidade. As exigibilidades repre-
sentadas pelo passivo “podem estar inclusas no ciclo operacional ou terem seus
vencimentos até́ o final do ano subsequente, enquadrando-se, assim, no passivo
circulante, e se tiverem prazo maior serão enquadradas no passivo não circulante”
(SANTOS; VEIGA, 2014, p. 45).
Patrimônio líquido é o elemento que corresponde ao valor residual entre os
ativos e passivos de uma entidade em um dado período, em suma, os valores re-
presentados no patrimônio líquido de uma entidade é o conjunto de valores que
estariam disponíveis aos sócios e proprietários na data de fechamento do balanço
patrimonial. Uma outra definição para o patrimônio líquido é que ele representa a
riqueza residual dos acionistas da entidade.
O termo “resultado” é muito intuitivo, sendo relacionado também ao desem-
penho em alguma atividade – quando aplicado à contabilidade, é “frequentemente
utilizado como medida de performance ou como base para outras medidas, tais
como o retorno do investimento ou o resultado por ação. Os elementos diretamente
relacionados com a mensuração do resultado são as receitas e as despesas” (MA-
LACRIDA; YAMAMOTO; PACCEZ, 2019, p. 49). Sendo assim, observe a Figura 12, que
apresenta sua relação com a as receitas e as despesas.
98
As receitas podem ser definidas como “aumentos nos benefícios econômi-
cos durante o período contábil, sob a forma da entrada de recursos ou do aumento
de ativos ou diminuição de passivos, que resultam em aumentos do patrimônio
líquido” (MALACRIDA; YAMAMOTO; PACCEZ, 2019, p. 50). Uma importante conside-
ração a ser feita sobre as receitas é que elas não podem estar relacionadas à con-
tribuição dos detentores dos instrumentos patrimoniais. Já as despesas podem ser
conceituadas como os decréscimos nos benefícios econômicos ocorridos durante
um período contábil. As se despesas apresentam como saída de recursos ou qual-
quer tipo de redução de ativos ou também assunção de passivos que provocam
decréscimo no patrimônio da entidade.
99
RESUMO DO TÓPICO 2
100
AUTOATIVIDADE
1. A gestão financeira é uma área que vem ganhando muita relevância den-
tro das empresas e, em especial, isso tem ocorrido pois é por meio dela
que são geradas inúmeras informações que orientam os tomadores de
decisões acerca dos processos, atividades e aspectos que devem ser ob-
servados para um bom resultado empresarial. Considerando o exposto,
assinale a alternativa CORRETA que apresente como pode ser apurado o
resultado dentro de uma organização ao final do período:
101
3. Os relatórios financeiros têm como objetivo fornecer informações sobre a
entidade para que os seus usuários possam realizar a tomada de decisão.
Faz-se importante também considerar que esses relatórios podem ainda
envolver decisões de diversos níveis na organização. De acordo com as
principais decisões que são tomadas no campo financeiro das empresas,
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
a. ( ) V – F – F.
b. ( ) V – F – V.
c. ( ) F – V – F.
d. ( ) F – F – V.
102
TÓPICO 3
FISCALIZAÇÃO E
OBRIGAÇÕES NAS
EMPRESAS
1 INTRODUÇÃO
Os profissionais devem estar sempre atentos às necessidades das organi-
zações em relação à geração da informação e também aos processos de tomada
de decisão. Os processos que ocorrem dentro das empresas devem acompanhar
tanto as necessidades internas quanto as externas. Uma organização não funciona
de forma isolada do resto do mundo, ela necessita se relacionar com seus clientes,
fornecedores, governos, bem como com todas as demais pessoas e organizações
que possuem algum nível de relacionamento com o seu negócio.
Quando tratamos dos princípios tributários, devemos compreender como
esses são empregados nas discussões que estejam relacionadas à implementa-
ção ou consolidação da carga tributária do país. Conforme abordado ao longo da
disciplina, os impostos são fundamentais para que os governos possam custear as
suas atividades, prestar serviços a sua população, além de implementar políticas
públicas para que todos tenham condições dignas de vida e a sociedade possa ser
menos desigual. Sendo assim, quando lidamos com a questão tributária, temos
de considerar os processos que levam à adoção de alguns tipos de impostos em
detrimento de outros ou, ainda, da forma como os diferentes entes governamentais
resolvem taxar as suas respectivas populações.
2 COMPREENDENDO A FISCALIZAÇÃO E
OBRIGAÇÕES NAS EMPRESAS
A modernização de processos a e constante digitalização têm causado mui-
tos avanços no dia a dia das organizações. O Brasil é caracterizado por possuir um
sistema arrecadatório de impostos e tributos muito eficiente, sendo assim, cons-
tantemente são implementadas inovações para facilitar o trabalho dos órgãos que
atuam em todo o sistema fiscal nacional. O processo, implementado nos últimos
103
anos, de informatização de procedimentos, tem ocasionado uma verdadeira revo-
lução na forma como as empresas brasileiras prestam contas de suas operações às
diferentes esferas governamentais, por isso, gestores e profissionais devem estar
sempre atentos a esses processos para adequar os procedimentos internos das
suas organizações.
INCLUSIVE NA
OCORRE EM
A GESTÃO PÚBLICA
TODOS OS
INFORMATIZAÇÃO E COBRANÇA DE
SETORES
IMPOSTOS
104
A EFD se divide em três obrigações para as organizações, e cada um abarca
a respeito de impostos específicos (Figura 14).
EFD
EFD Contribuições
EFD-Reinf
105
• Sobre as empresas que estão sujeitas ao pagamento da contribuição
previdenciária sobre a receita bruta (BRASIL, 2011).
• Sobre as entidades que sejam promotoras de eventos esportivos que
envolvam ou mantenham clubes profissionais de futebol.
Empresas optantes
EFD-Reinf
pelo Simples Nacional
O adiamento ocorreu pois o sistema não ficou pronto no prazo, e ele tem
sido desenvolvido “pelas Secretarias Especiais da Receita Federal e de Previdência
e Trabalho, que simplificará o envio de informações atualmente exigidas pelo Sis-
tema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas
(eSocial)” (SPED, 2020, on-line).
A EFD ICMS-IPI é de uso obrigatório para todas as organizações que sejam
contribuintes do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias
e sobre a Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação (ICMS) e também do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Essa EFD envolve obrigações das organizações que necessitam realizar “um con-
junto de registros de apuração de impostos, referentes às operações e prestações
praticadas pelo contribuinte, bem como de documentos fiscais e de outras infor-
mações de interesse dos fiscos das unidades federadas e da Secretaria da Receita
Federal do Brasil” (BRASIL, 2019b, p. 2). Sobre os impostos que estão relacionados
à tal EFD, é importante ressaltar, a respeito do ICMS:
106
O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é um im-
posto estadual, ou seja, somente o Distrito Federal e os estados podem
instituí-lo ou modificá-lo [...] Compreende-se por circulação toda movi-
mentação de mercadoria ou serviço, implicando uma transferência ou
transporte entre dois estabelecimentos distintos. Como exemplos de
operações de circulação sujeitas ao ICMS estão à venda, a transferência
entre estabelecimentos da mesma empresa, a doação, os brindes e as
amostra. (PADOVEZE et al., 2017, p. 79)
Contribuição para
o PIS/Pasep
Instrução Normativa
RFB n. 1.252
Cofins
Contribuição
previdenciária
107
Sobre a Cofins, é importante considerar que “incide sobre o valor do fatu-
ramento mensal das empresas. O faturamento compreende a receita bruta, assim
entendida a totalidade das receitas auferidas, inclusive as receitas classificadas
como não operacional” (CREPALDI; CREPALDI, 2019, p. 278). Em relação à EFD Con-
tribuições, ressalta-se ainda que:
O empresário, a sociedade empresária e demais pessoas jurídicas devem
escriturar e prestar as informações referentes às suas operações, de na-
tureza fiscal e/ou contábil, representativas de seu faturamento mensal,
assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, inde-
pendentemente de sua denominação ou classificação contábil, corres-
pondente à receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em
conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa
jurídica. (BRASIL, 2019a, p. 11)
108
Como a EFD ICMS-IPI incide sobre as operações que geram a obrigação de
recolher o IPI, é importante considerar todas as organizações que realizam ope-
rações industriais ou importam mercadorias são obrigadas a recolher tal imposto.
Consideram-se produtos industrializados “os modificados ou aperfeiçoados para o
consumo. A industrialização consiste em beneficiamento, transformação, monta-
gem, acondicionamento ou renovação” (CREPALDI; CREPALDI, 2019, p. 209).
Na Figura 17, constam as informações relacionadas ao prazo para apresen-
tação da EFD ICMS-IPI aos órgãos competentes:
109
O prazo para apresentação da EFD Contribuições segue a lógica parecida
com o prazo estabelecido em relação a EFD ICMS-IPI, portanto:
Os arquivos da EFD-Contribuições têm periodicidade mensal e devem
apresentar informações relativas a um mês civil ou fração, ainda que
a apuração das contribuições e/ou créditos seja efetuada em períodos
inferiores a um mês, como nos casos de abertura, sucessão e encer-
ramento. Portanto a data inicial constante do registro 0000 deve ser
sempre o primeiro dia do mês ou outro, se for início das atividades, ou de
qualquer outro evento que altere a forma e período de escrituração fiscal
do estabelecimento. A data final constante do mesmo registro deve ser
o último dia do mesmo mês informado na data inicial ou a data de encer-
ramento das atividades ou de qualquer outro fato determinante para pa-
ralisação das atividades daquele estabelecimento. (BRASIL, 2019a, p. 14)
110
RESUMO DO TÓPICO 3
• A importância das obrigações existentes em termos fiscais que devem ser ob-
servadas pelos gestores financeiras.
• A necessidade de as empresas cumprirem com todas as obrigações dos
seus negócios.
• Os impactos tributários e fiscais que estão relacionados aos processos
contábeis e financeiros.
• A forma de lidar com as prestações de informações dos órgãos fiscalizadores
no Brasil.
111
AUTOATIVIDADE
112
3. As entidades governamentais estão sempre em busca de melhorar o pro-
cesso de cobrança e de gestão de impostos, assim, são criados novos
processos que devem compreender todas as perspectivas que fazem
parte da gestão dos negócios de tempos em tempos. De acordo com as
principais as informações prestadas na EFD, classifique V para as senten-
ças verdadeiras e F para as falsas:
a. ( ) V – F – F.
b. ( ) V – F – V.
c. ( ) F – V – F.
d. ( ) F – F – V.
113
LEITURA COMPLEMENTAR
114
O que é governo eletrônico
O governo eletrônico é um termo usado para denotar quaisquer sistemas,
processos ou funções governamentais que dependem da tecnologia da informa-
ção digital e que são executados pela internet. As vantagens do governo eletrônico
incluem um fluxo aprimorado de informações do cidadão para o governo, do go-
verno para o cidadão e dentro do próprio governo. Além disso, o governo eletrônico
ajuda a modernizar os procedimentos administrativos, melhorando as economias e
promovendo a transparência no processo.
Embora essa definição de governo eletrônico seja naturalmente muito am-
pla, sua funcionalidade pode ser dividida em quatro fatores principais, conforme
identificado pela Universidade de Albany:
115
REFERÊNCIAS
AMARO, L. Direito Tributário brasileiro. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
BONAVIDES, P. Ciência Política. 10. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2000.
CARVALHO, P. B. Curso de Direito Tributário. 24. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
116
MALACRIDA, M. J. C.; YAMAMOTO, M. M.; PACCEZ, J. D. Fundamentos da
contabilidade: a contabilidade no contexto global. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
PAULSEIN, L. Curso de direito tributário completo. 12. ed. São Paulo: Saraiva
Educação, 2020.
117
UNIDADE 3
INVESTIMENTO NOS
NEGÓCIOS E SISTEMA
FINANCEIRO NACIONAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender o que são investimentos no ambiente de negócios;
• avaliar os fatores que compõem o ambiente de negócios nas empresas;
• entender como ocorre a tomada de decisão nas empresas a longo e
curto prazo;
• avaliar a importância do sistema financeiro nacional.
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO À POLÍTICA DE INVESTIMENTOS NAS EMPRESAS
TÓPICO 2 – DECISÕES DE LONGO PRAZO E TENDÊNCIAS NA ADMINISTRAÇÃO
FINANCEIRA
TÓPICO 3 – SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
TÓPICO 1
INTRODUÇÃO À POLÍTICA
DE INVESTIMENTOS
1 INTRODUÇÃO
NAS EMPRESAS
Os profissionais que atuam no ambiente empresarial devem buscar sempre
compreender as características e especificidades dos seus negócios, assim, tor-
na-se importante avaliar a todo o momento a saúde financeira da organização. Em
muitos casos, as empresas, quando bem administradas, apresentam bons índices
econômicos, o que torna o trabalho dos profissionais da gestão financeira um pou-
co mais fácil. Entretanto, há muitas empresas que, por inúmeros motivos, trazem
resultados não muito positivos e, com isso, mudanças no curso da gestão precisam
ser realizadas para que essas organizações possam melhorar os seus resultados a
curto, médio e longo prazo.
Ao longo desta unidade, serão apresentados inúmeros conceitos que auxi-
liam os profissionais do ambiente interno das empresas a compreenderem melhor
os investimentos em seus negócios. Estudaremos alguns instrumentos que permi-
tem a avaliação do negócio, em especial, veremos a demonstração do fluxo de cai-
xa e suas fórmulas de cálculo. Ainda, abordaremos aspectos sobre investimentos
no ambiente de negócios e, principalmente, quais são os fatores que influenciam as
tomadas de decisões desses investimentos nas empresas.
2 A POLÍTICA DE INVESTIMENTOS
O mercado está cada vez mais dinâmico, dessa maneira, torna-se mais difí-
cil e complexo para os profissionais que atuam com gestão financeira nas empresas
compreenderem o cenário para que seus negócios possam crescer, aumentando
de tamanho, bem como gerando novas oportunidades para o atendimento de me-
tas e estratégias elaboradas. Entender que o cenário econômico produz incerte-
zas pode ser considerado um dos principais aprendizados que os profissionais da
gestão financeira possuem ao longo da sua jornada financeira. Por isso, é cada vez
mais importante que esse profissional saiba fazer a leitura do ambiente onde sua
empresa está inserida, bem como saiba também quais são as características que
podem impactar diretamente a sua política de investimentos.
121
Os profissionais de gestão financeira ainda precisam avaliar que a forma de
administrar suas empresas está muito relacionada à época em que são analisadas.
Por exemplo, a gestão financeira apresenta que, até a década de 1990, as empresas
consideravam alguns fatores ao analisar investimentos, enquanto após esse perío-
do direcionavam a sua política de investimentos levando em consideração outros
fatores. No Quadro 1, é possível observar quais são os itens relacionados a cada
época conforme as necessidades das empresas:
Concepção tradicional – até a década de 1990 Concepção contemporânea – após a década de 1990
Liquidez versus rentabilidade Liquidez e rentabilidade
Papel disciplinador e mecanicista da área financeira Papel estrategista e orientador da área financeira
IMPORTANTE
As empresas têm buscado aumentar cada vez o valor do seu negócio pois so-
mente assim é possível melhorar o seu posicionamento no mercado em que
se está atuando. É importante avaliar, ainda, que o valor está relacionado à
imagem de como os seus clientes veem a empresa, por isso, quando se trata
de valor, não está se referindo ao valor pecuniário que é pago pelos bens e
serviços que são comercializados pela empresa. Os profissionais de todas as
áreas da empresa têm o dever de contribuir para que ela possa aumentar o
seu valor, entretanto, é necessário avaliar que compete ao departamento de
marketing e de finanças cooperar para que isso se torne realidade.
122
O processo de mensuração de valor de um negócio não é uma tarefa fácil
– nem sempre todas as empresas possuem de maneira clara quais são os seus
elementos que impactam diretamente nos resultados dos seus negócios. Na Figura
1, a seguir, são apresentados fatores que podem ser utilizados para formular o valor
de um negócio, são eles:
Receita e
lucratividade
Parcela da Satisfação
carteira do cliente
Fidelização Reconhecimento
de clientes de marca
Lealdade do
consumidor
123
O processo de criação de valor em um negócio precisa contar com o apoio
do máximo de pessoas de dentro da empresa, assim, é necessário avaliar todas as
possibilidades que existem para que a empresa possa atender às perspectivas que
fazem parte do mercado em que atua. Por exemplo, é necessário que os colabora-
dores avaliem que “a ênfase na criação de valor, além de atender diretamente aos
interesses dos investidores, é mais que uma simples operação aritmética de recei-
tas menos despesas ou de lucro/investimento” (SOUZA, 2007, p. 6). O conhecimen-
to sobre as dimensões que impactam a criação de valor no ambiente empresarial
deve ser observado e conhecido por todos os colaboradores. No Quadro 2, essas
dimensões podem ser conhecidas em detalhe:
Dimensão Características
Um dos mais importantes princípios que orientam as decisões gerenciais é o da continuidade,
segundo o qual as inevitáveis decisões de curto prazo e do cotidiano devem levar em conta
o fato de que as instituições integram um tecido social mais amplo; desse modo, não têm
duração condicionada à esperança de vida dos seus mantenedores. Isso remete à permanente
Perspectiva de
preocupação de que os atos e os fatos administrativos contemplem a maior quantidade possível
longo prazo
de fatores que possam circunstanciar a sobrevivência da entidade, o que compreende desde
o perfil de projetos empreendidos e sua cultura organizacional até o relacionamento com os
diversos seguimentos da sociedade: governo, sindicatos, fornecedores, clientes, concorrentes,
bancos e investidores.
Considerando que as decisões mais importantes têm reflexos mais duradouros em uma pers-
pectiva de longo prazo, é importante lembrar que um dos fatores de risco é o tempo. Como
o essencial de um empreendimento é seu crescimento sustentável, os olhos de quem toma a
decisão deverão focar o futuro com maior vigor que o passado; é nesse aspecto que as dimen-
Dimensões de risco sões risco e retorno ganham importância. Um investidor minimamente informado somente
e retorno colocará recursos em empreendimentos cuja expectativa de retorno seja suficiente para cobrir
os ganhos livres de riscos existentes no mercado e compense a magnitude do risco inerente a
tal investimento. Como a aferição de retorno somente ocorrerá no futuro, o verdadeiro lucro
do investidor consistirá no quanto sua riqueza puder ser maximizada; ou seja, quanto valor
puder ser agregado, no futuro, ao investimento que tiver feito no presente.
124
Dimensão Características
Para ser abordado com a profundidade que merece, este quarto aspecto mereceria um espaço
um pouco maior. Sua abrangência precisaria ser segmentada pelo menos em outras quatro
partes: cliente; recursos naturais; recursos humanos; mantenedores:
• Cliente – o cliente nem sempre conhece detalhes técnicos de materiais, de componentes e
de outros elementos de qualidade do produto ou serviço que somente os mais experientes
profissionais da empresa dominam.
• Recursos naturais – essa é outra dimensão de responsabilidade social importante e nem
sempre considerada pelas empresas. Não se fala aqui de ecochatos eventualmente preocu-
pados apenas com a extinção deste ou daquele animal. Deve-se retomar a questão do cres-
cimento sustentável em que a preocupação precisa incluir a sobrevivência das empresas e
Responsabilidade do próprio ser humano no presente e no futuro.
social • Recursos humanos – nos tratados de valuation, é recorrente a recomendação de que
os avaliadores não deixem de considerar o clima organizacional antes de concluir seus
trabalhos em uma empresa. Enfatiza-se a importância dos recursos humanos e de seu
papel transformador na cultura das organizações. Como mudança de cultura implica in-
vestimento e outros desembolsos na mudança das pessoas, as empresas mais preocupadas
com esse fator têm materializado essas preocupações por meio dos programas de educação
continuada para seus executivos e funcionários dos demais níveis funcionais.
• Mantenedores – tanto proprietários como fornecedores e instituições financeiras são
investidores que dependem do sucesso das instituições com as quais operam. Sobre esse
aspecto, a questão de responsabilidade social tratada aqui diz respeito ao dano a toda
sociedade, a partir da própria empresa, que pode causar eventual extravio de recursos
desses mantenedores.
125
FIGURA 3 – ESTRATÉGIAS PARA AVALIAÇÃO DO VALOR DOS NEGÓCIOS
126
Qualquer organização desenvolve várias relações, não só no seio da pró-
pria organização, mas também com o meio envolvente, que lhe fornece
os inputs (matéria-prima, mão-de-obra, energia, capital, equipamentos)
de que necessita para a sua atividade e onde coloca os seus outputs
(produtos e serviços). As relações que uma empresa desenvolve com o
meio externo são suscetíveis de ter uma expressão quantitativa que a
contabilidade financeira regista. Numa definição clássica, a contabilida-
de financeira regista as relações da empresa com o exterior, enquanto a
contabilidade de gestão (contabilidade de custos) regista as relações no
seio da própria empresa. Estes dois ramos da contabilidade distinguem-
-se pelos destinatários da informação.
127
Quando os profissionais relacionados à gestão financeira avaliam o am-
biente de negócios das suas empresas, eles devem considerar todo o conjunto
de stakeholders que possa influenciar os processos de tomada de decisão. No
Quadro 3, temos os aspectos acerca de todos os stakeholders que possam im-
pactar, de maneira direta e indireta, os seus processos de tomadas de decisões
sobre investimentos:
Stakeholders Características
Em seu papel de escudeiros do mais importante recurso à disposição da empresa, poderão
solicitar revisões de planos, de programas ou de projetos originalmente traçados. Níveis gerais
de emprego e de preço, comportamento dos salários, melhoria das condições de trabalho e
Sindicatos
outros sinalizadores da economia poderão, em benefício da melhor imagem institucional,
fundamentar o redirecionamento de objetivos e de procedimentos para assegurar as relações
entre o capital e o trabalho do modo mais amistoso e cordial possível.
Podem ser os menos controláveis dos agentes, mas, sem dúvida, são os maiores estimuladores da
criatividade. No mercado, não se conhecem todas as peças do jogo, nem todas as peças em jogo
Concorrentes e, mesmo que as conhecessem, a dinâmica dos negócios funciona como um organismo vivo ao
produzir variáveis novas a todo instante. Uma oportunidade de investimento não identificada, ou
uma ameaça não percebida em um estudo de viabilidade, e o jogo poderá estar perdido.
Na condição de agentes mais poderosos de uma economia de mercado, são os que têm o mais
legítimo poder de dar o ritmo e direcionar o foco das preocupações gerenciais relevantes. O pla-
nejamento da produção de bens ou de serviços e dos investimentos necessários parte da identifi-
Clientes cação mais segura possível de que haverá interessados em obtê-los. Esses permanentes pagadores
da conta, geralmente pouco fiéis, têm feito uso, cada vez mais acentuado, da sua soberania em
termos de necessidades, gostos, hábitos de consumo, preferências e outras idiossincrasias, de
modo a abrir espaços para a concorrência e ampliar instabilidades dos futuros fluxos de caixa.
128
O processo de elaboração de uma política de investimentos considera inú-
meras informações de grande relevância no ambiente de negócios, dessa forma, é
importante que os profissionais que estejam atuando nessa função possam conhe-
cer todas as ferramentas que atinjam diretamente a criação da sua política. Dentre
as ferramentas mais relevantes, destacamos a elaboração da demonstração do
fluxo de caixa que apresente uma série de elementos fundamentais para análise
dos investimentos das empresas. Na próxima seção, serão apresentados detalhes
e aspectos principais acerca do fluxo de caixa e suas características.
IMPORTANTE
Um ponto importante acerca das demonstrações de fluxo de caixa nas em-
presas é que a legislação vigente no Brasil teve que ser atualizada para aten-
der às necessidades de investidores e analistas internacionais. Por isso, no
ano de 2007, a Lei n. 11.638 foi promulgada e modificou um trecho da Lei n.
6.404/76, substituindo a Demonstração das Origens e Aplicações de Recur-
sos (DOAR) pela Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC).
129
A intitulação Disponibilidades, dada pela Lei no 6.404/76, é usada para
designar dinheiro em caixa e em bancos, bem como valores equivalen-
tes, como ordens de pagamento à vista (ex. cheques) em mãos e em
trânsito que representam recursos com livre movimentação para aplica-
ção nas operações da empresa e para os quais não haja restrições para
uso imediato. Já as normas internacionais trabalham muito mais com o
conceito de Caixa e Equivalentes de Caixa, o que engloba, além das dis-
ponibilidades propriamente ditas, valores que possam ser convertidos
em dinheiro, a curto prazo, sem riscos e sem mudança significativa de
valor. (GELBCKE et al., 2021, p. 41)
130
FIGURA 5 – ASPECTOS DAS CONTAS DE AVALIAÇÃO DE CAIXA E EQUIVALENTE DE CAIXA
Depósitos bancários
Caixa Numerários Aplicações
à vista
Contas bancárias
Caixa flutuante
negativas
Datas de contabilização
de cheques
Situações especiais
No Quadro 4, é possível observar que o caixa pode ser dividido em dois tipos
distintos: fundo fixo e caixa flutuante. Cada um deles possui características espe-
cíficas que precisam ser levadas em consideração no momento do levantamento
dos seus respetivos saldos.
131
As empresas precisam estar sempre atentas aos diversos tipos de depósi-
tos que podem ser realizados ao longo do seu movimento financeiro, assim, será
possível efetuar a sua correta contabilização. Dentre os tipos de contas que as
empresas possuem, as mais comuns são as chamadas de livre movimentação, pois
essas contas são utilizadas para efetuar operações financeiras como pagamen-
tos de fornecedores, recebimento das vendas efetuadas para os seus diferentes
clientes e demais operações que são necessárias para que as empresas possam se
organizar financeiramente.
Em termos de classificação das contas de livre circulação, é importante
avaliar que elas podem se apresentar de três tipos:
Conta movimento ou
depósito sem limite
Tipos de conta de
livre circulação
Contas especiais
de cobrança
132
FIGURA 7 – TIPOS DE INFORMAÇÃO QUE SERÃO INSERIDAS NO FLUXO DE CAIXA
IMPORTANTE
A gestão financeira das empresas precisa estar sempre atenta às particu-
laridades das demonstrações contábeis. Então, por mais simples que seja
a elaboração de um fluxo de caixa, é fundamental que esses profissionais
considerem os modelos e as características da demonstração que são apre-
sentadas pelo conjunto de normas contábeis vigentes. Ressalta-se, ainda,
que é relevante que esses profissionais possam avaliar que de posse das
informações contidas no fluxo de caixa, por exemplo, ele poderá melhorar
significativamente o seu processo de tomada de decisões.
133
Algumas dicas são fundamentais para que os profissionais da gestão finan-
ceira possam utilizar do fluxo de caixa em seus negócios, são elas:
134
FIGURA 8 – CLASSES QUE DEVEM CONSTAR NA ELABORAÇÃO DA
DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA PELO MODELO DIRETO
Recebimentos de clientes,
incluindo os recebimentos Recebimentos de Outros recebimentos das
de arrendatários, juros e dividendos operações, se houver
concessionários e similares
Pagamentos a empregados e a
fornecedores de produtos e
serviços, aí incluídos Juros pagos Impostos pagos
segurança, propaganda,
publicidade e similares
135
Atividades de investimento
Valor da venda de investimentos 15.000
Atividades de financiamento
Recebimentos de empréstimos e financiamentos 8.500
As organizações podem fazer uso do melhor tipo de fluxo de caixa para seus
negócios, entretanto, é necessário avaliar que o pronunciamento técnico do Comitê
de Pronunciamentos Contábeis apresenta que:
O Pronunciamento Técnico CPC 03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa
faculta a utilização tanto do método direto, quanto do indireto. No en-
tanto, assim como o FASB, exige para a empresa que utilize o método
direto a conciliação entre o lucro líquido e o fluxo de caixa líquido das
atividades operacionais. A conciliação deve apresentar, separadamen-
te, por categoria, os principais itens a serem conciliados, à semelhança
do que deve fazer a entidade que use o método indireto em relação aos
ajustes ao lucro líquido ou prejuízo para apurar o fluxo de caixa líquido
das atividades operacionais. (GELBCKE et al., 2021, p. 638)
136
O uso do Pronunciamento Técnico nº 3 do Comitê de Pronunciamento Con-
tábeis pode auxiliar as empresas em todos os seus processos para elaboração da
DFC, por isso, é essencial que todos os profissionais envolvidos nesta atividade
sigam todas as normas e indicações apresentadas neste documento técnico.
O método indireto de elaboração da demonstração de fluxo de caixa tam-
bém é conhecido como método da conciliação, pois ele é responsável por conciliar
o lucro líquido e o caixa gerado pelas operações. Logo, para que se possa elaborar
a DFC por meio deste método, é importante que o profissional responsável proceda
com os três passos apresentados na Figura 9, na sequência:
137
QUADRO 6 – EXEMPLO DE DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA PELO MODELO DIRETO
Atividades de investimento
Valor da venda de investimentos 15.000
138
Aumento líquido no caixa e equivalentes de caixa 61.910
Caixa e equivalentes de caixa no início do período 52.300
Caixa e equivalentes de caixa no fim do período 114.210
Informações adicionais de atividades de financiamento e investimento
que não afetaram o caixa:
Dividendos declarados e não pagos 1.050
Ao observar uma DFC elaborada pelo método indireto, temos que ela tem
como principal vantagem o fato de permitir demonstrar as origens ou/e aplicações
de caixa que propiciaram alterações temporárias de prazos nas contas elencadas
no item de atividades operacionais. Dessa maneira, é importante avaliar que uma
das vantagens desse método é garantir que o usuário que estiver avaliando a de-
monstração poderá observar o quanto do lucro vai se transformar em caixa em
cada um dos períodos observados.
É interessante avaliar ainda que é comum existirem valores recebidos e
pagamento no período que tenham sido originados fora do período em questão,
portanto, esse tipo de observação deve ser efetuado de maneira a compreender a
origem de cada um dos valores constantes na DFC elaborada pelo método indire-
to. O processo de elaboração pelo método indireto pode seguir uma regra em que
constam sete passos que são essenciais para atingir esse objetivo (Quadro 7).
Passo Descrição
1º passo Registrar o lucro líquido (transcrever da DRE).
Excluir (somar se for uma despesa ou subtrair se for uma receita) os lançamentos que afetam o
lucro, mas que não têm efeito no caixa ou cujo efeito no caixa se reconhece em outro lugar da
2º passo
demonstração ou num prazo muito longo (depreciação, amortização, resultado de equivalência
patrimonial, despesa financeira de longo prazo etc.).
Excluir (somar se for uma despesa ou subtrair se for uma receita) os lançamentos que, apesar
3º passo de afetarem o caixa, não pertencem às atividades operacionais (por exemplo, ganho e perda na
venda, à vista, de imobilizado ou de outro ativo não pertencente ao grupo circulante).
Somar as reduções nos saldos das contas do ativo circulante e realizável a longo prazo
4º passo
vinculadas às operações.
Subtrair os acréscimos nos saldos das contas do ativo circulante e realizável a longo prazo
5º passo
vinculados às operações.
Somar os acréscimos nos saldos das contas do passivo circulante e exigível a longo prazo
6º passo
vinculados às operações.
Subtrair as reduções nos saldos das contas do passivo circulante e exigível a longo prazo
7º passo
vinculadas às operações.
139
A DFC tem uma grande preocupação em apresentar aos usuários da infor-
mação contábil um conjunto de informações que sejam válidas e relevantes acer-
ca da geração de caixa da empresa, por isso, é fundamental que tanto analistas
quanto investidores possam entender a importância dessa demonstração para as
organizações (ADRIANO, 2018). Assim, temos que, quando essa demonstração:
[...] foi tornada obrigatória nos Estados Unidos, muitos profissionais da
área contábil temiam que ela pudesse vir a substituir a contabilidade com
base na competência. Preocupado com essa hipótese, o FASB tratou
de proibir a divulgação de qualquer índice relacionado a caixa por ação
na DFC, por entender ser a Demonstração de Resultados mais indicada
para a avaliação de performance da empresa, sendo, por conseguinte,
a informação lucro por ação mais útil para o usuário. Adicionalmente, a
norma americana referiu-se ainda à Demonstração de Resultados como
tendo um potencial preditivo dos fluxos de caixa futuros da empresa su-
perior à DFC (GELBCKE et al., 2021, p. 644).
IMPORTANTE
O profissional de gestão financeira deve estar sempre atento às possibilidades de
investimento para sua empresa, já que a procura pela máxima rentabilidade é de
fundamental importância para o negócio. Destaca-se ainda que a gestão finan-
ceira necessita sempre buscar as melhores oportunidades, por isso, conhecer
de investimentos é essencial para o sucesso de qualquer tipo de investimento.
140
Dentre as características que devem ser observadas em relação a um in-
vestimento está o fato de que ele deve ser avaliado a partir dos métodos de or-
çamento de capital, que são ferramentas úteis que são utilizadas para determinar
se o investimento é o mais adequado para a empresa. Na próxima seção, serão
apresentadas essas ferramentas e a sua utilização.
O Valor Presente Líquido (VPL) é um método utilizado para trazer valores di-
versos para data pré-determinada, assim, é necessário conhecer essa ferramenta
como forma de avaliar o investimento inicial e fazer uso da Taxa Mínimo de Atrativi-
dade que a empresa espera para o seu negócio. Esse método já foi apresentado ao
longo da primeira unidade deste material, por isso, é importante rever os conceitos
que foram apresentados naquela unidade.
141
A Taxa Interna de Retorno (TIR) é considerada a taxa que deverá igualar
o fluxo de caixa antecipado para o valor do investimento. Sobre essa taxa, é im-
portante avaliar que ela possui relação direta com o VPL e com a Taxa Mínimo de
Atratividade, assim, é possível fazer a análise de um investimento que a emprese
pretende realizar. Na Figura 11, temos os elementos principais para se analisar a TIR
de um investimento:
142
O método de payback é “um cálculo simples do tempo que levará para um
investimento se pagar, ele pode ser utilizado tanto por empreendedores iniciando
um negócio quanto por gestores que querem implementar uma ideia e precisam
saber o tempo de retorno do investimento” (CAMARGO, 2017, on-line). Avaliar o
tempo de retorno de um investimento é de grande importância para o sucesso de
qualquer investidor, dessa maneira, é esperado que esse investidor possa ter aces-
so a um conjunto de informações que lhe permita tomar as melhores decisões de
investimentos para o seu negócio.
143
RESUMO DO TÓPICO 1
144
AUTOATIVIDADE
a. ( ) Ênfase no lucro.
b. ( ) Primazia na capitalização.
c. ( ) Papel estrategista e orientador da área financeira.
d. ( ) Transparência total.
145
3. A gestão financeira possui diversos tipos de ferramentas que devem ser
observados no processo de tomada de decisão sobre seus investimentos
e, dentre essas opções, está a Taxa Interna de Retorno (TIR). De acordo
com os principais aspectos sobre a TIR, classifique V para as sentenças
verdadeiras e F para as falsas:
a. ( ) V – F – F.
b. ( ) V – F – V.
c. ( ) F – V – F.
d. ( ) F – F – V.
146
TÓPICO 2
DECISÕES DE LONGO
PRAZO E TENDÊNCIAS
NA ADMINISTRAÇÃO
FINANCEIRA
1 INTRODUÇÃO
A administração financeira é uma área dinâmica, assim, é natural que mu-
danças ocorram a para que ela possa dar conta de toda as inovações que são ne-
cessárias para a gestão de um negócio. A todo momento novas tecnologias estão
sendo pensadas, desenvolvidas e apresentadas para que as empresas possam
melhorar os seus resultados. A administração financeira é um importante suporte
para toda e qualquer empresa, por isso, é uma área que deve ser compreendida por
todos os profissionais que estiverem atuando dentro de qualquer mercado ou setor.
Neste tópico, serão apresentadas as formas de financiamento que uma em-
presa pode buscar para encontrar recursos ao longo prazo, além dos provedores
desse tipo de recurso. Ainda, ao longo do material, estudaremos as principais ten-
dências que a administração financeira possui para os próximos anos, algo que os
profissionais que estiverem atuando na área precisam conhecer.
147
às necessidades dos seus principais stakeholders. Portanto, conhecer as decisões
de longo prazo de uma empresa é importante para todos que atuam ou pretendem
atuar na gestão financeira dos seus negócios.
148
A busca por informações é de grande importância para que as empresas
encontrem boas oportunidades de financiamento para os seus negócios. Dessa
maneira, é dever dos profissionais da gestão financeira buscar conhecer todas as
opções, oportunidades, vantagens e desvantagens para que a empresa encontre a
melhor forma de financiar as suas atividades no longo prazo. Destaca-se também
que é importante a procura por bancos públicos que oferecem geralmente linhas
de financiamento com juros baixos e prazos maiores para as empresas.
IMPORTANTE
Os governos, sejam eles na esfera municipal, estadual ou federal são gran-
des interessados na melhora da capacidade produtiva das empresas, então
é sempre importante considerar o poder público como um ente interessa-
do no financiamento dos negócios. Geralmente, as linhas de financiamento
oriundas do poder público são ofertadas por intermédio dos bancos públicos,
por isso, é importante que os gestores estejam atentos às possibilidades de
acessarem esses financiamentos para o longo prazo de seus negócios.
149
No Quadro 9, são apresentadas as principais tendências financeiras que as
empresas precisarão lidar nos próximos anos:
Tendência Descrição
Nos últimos anos, o setor foi inundado com novas opções bancárias. Bancos desafiadores e
neo bancos, como Chime e Discover Bank, ganharam força com sua tecnologia inovadora e
Os clientes bancários
serviços somente on-line. Também vimos novas opções bancárias de players estabelecidos
têm mais opções do
em outros setores. Com o surgimento de finanças incorporadas e serviços bancários como
que nunca
serviço, gigantes da tecnologia e varejistas estão se juntando ao mix e redefinindo o cenário
bancário. Só em 2021 houve uma atividade bancária notável.
Outro público importante a ser atendido são os funcionários. Em conjunto com as pre-
ferências dos clientes de levar os serviços bancários para fora das quatro paredes de uma
agência local, os funcionários estão adotando o trabalho de mais locais. Entre as instituições
As instituições devem se
financeiras, 70% esperam migrar para o trabalho híbrido. Como parte dessa mudança, eles
adaptar para acomodar
precisam considerar cuidadosamente como promovem a colaboração e a produtividade
uma força de trabalho
em ambientes remotos e presenciais. Um lugar fácil para começar a fazer essa transição é o
híbrida
ecossistema de tecnologia. Ao conectar as peças dessa infraestrutura e facilitar a navegação
de todo o sistema, as instituições financeiras podem garantir que os funcionários tenham
uma interação tranquila em qualquer local de trabalho.
Se qualquer instituição financeira estiver contando apenas com fluxos tradicionais de recei-
ta, ela terá problemas. Há uma pressão crescente do público e do CFPB para que os bancos
reduzam ou eliminem as taxas de cheque especial, esmagando bilhões de dólares em receita.
Muitos antecipam que dois anos de estímulo monetário induzido pela pandemia podem
Há oportunidades para fazer com que o Federal Reserve aumente a taxa de fundos federais em um esforço para
inovar em novas áreas combater o aumento da inflação. Como resultado, as instituições financeiras podem ter uma
de criação de receita diminuição em seus volumes de empréstimos em 2022. Nesse contexto, é importante que as
instituições financeiras busquem oportunidades de receita em outras áreas. Adotar uma es-
tratégia mais digital é um passo para aumentar os fluxos de receita por meio da redução de
custos. O foco dos esforços digitais geralmente está no lado do varejo, mas o lado comercial
também está pronto para a transformação.
Há mais pressão do que nunca para que as instituições financeiras vão além dos esforços
Aumento da pressão
superficiais de “lavagem verde” e demonstrem práticas verdadeiramente sustentáveis. Há
para melhorar a
mais informações do que nunca para indivíduos ecologicamente conscientes descobrirem
sustentabilidade
informações sobre o consumo de recursos e o simples discurso não será mais convincente.
150
Uma importância tendência na gestão financeira em relação às empresas
brasileiras é que é necessário que essas empresas incrementem as suas relações
com as denominadas fintechs, que são grandes empresas do setor financeiro que
atuam com foco na oferta de serviços financeiros por meio do alto índice de utiliza-
ção de tecnologia. Assim, é esperado que as empresas busquem compreender com
essas organizações podem colaborar para a gestão dos seus negócios, aumen-
tando o número de opções de parceiros financeiros, bem como gerando maiores
oportunidades para redução de custos.
151
RESUMO DO TÓPICO 2
152
AUTOATIVIDADE
a. ( ) Participação acionária.
b. ( ) Financiamento.
c. ( ) Empréstimo.
d. ( ) Linha de crédito em banco público.
153
3. Os profissionais de gestão financeira precisam estar sempre atentos às ne-
cessidades e às mudanças que existem em relação aos seus negócios. Por
conta disso, é muito importante avaliar todas as tendências e, principal-
mente, como essas tendências tendem a impactar os negócios dos seus
negócios. De acordo com tendência relacionada com o fato de os clientes
bancários esperarem cada vez mais uma experiência mobile-first, classifi-
que V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
a. ( ) V – F – F.
b. ( ) V – F – V.
c. ( ) F – V – F.
d. ( ) F – F – V.
154
TÓPICO 3
SISTEMA FINANCEIRO
NACIONAL
1 INTRODUÇÃO
A economia de um país possui inúmeros aspectos que precisam ser conhe-
cidos por todos que atuam de maneira direta ou indireta nas empresas. Dessa for-
ma, é importante avaliar todas as oportunidades que existem para que as empresas
possam melhorar o seu posicionamento no mercado, obtendo melhores resultados.
Ressalta-se, ainda, que, ao analisar a questão econômica de um país, é importan-
te entender como o governo lida com as questões econômicas, por isso, é muito
importante que as empresas acompanhem de perto toda as atividades governa-
mentais que podem impactar de maneira direta as condições de funcionamento da
economia, que podem influenciar para que os clientes consumam, mais ou menos,
os produtos que são comercializados pelas empresas.
Ao longo deste tópico, serão apresentadas as principais características do
sistema financeiro brasileiro, suas especificidades e, principalmente, a forma de re-
lacionamento que as empresas possuem com cada uma das entidades que perten-
cem ou fazem parte do sistema financeiro brasileiro.
155
com maior ou menor desenvoltura, comprando, vendendo ou consumindo produ-
tos e serviços variados. O sistema financeiro nacional é o nome dado pela junção de
vários mercados que cuidam e tratam de operações especificas e que têm enorme
potencial para afetar o dia a dia de toda a sociedade.
Dentre as partes mais relevantes do sistema financeiro nacional, há o desta-
que para o mercado de câmbio, que regulamenta todas as transações que ocorrem
com moeda estrangeira. Também há espaço para o mercado de capitais, no qual
acontecem toda as operações com ações e títulos públicos e privados negociados
em bolsa de valores. Há, ainda, um outro mercado que está mais próximo das pessoas
que trata do mercado de crédito e que é responsável por regulamentar as operações
de empréstimos, cobrança de juros e outras atividades ligadas à área de crédito.
Com a grande complexidade que o sistema financeiro necessita lidar é co-
mum que se faça necessária de normas e regulamentos que sejam capazes de
contribuir para uma maior organização de todo os seus mercados. Sendo assim,
a criação por parte do Governo Federal de órgãos capazes de normatizar e su-
pervisionar esses mercados é algo que se faz necessário e vem ao encontro das
necessidades das expectativas de toda a sociedade.
Desde o advento da Constituição brasileira no ano de 1988, projetos políti-
cos que eram destinados à realização de reformas nas leis e normas da estrutura
regulatório do sistema financeiro nacional surgem de tempos em tempos no Con-
gresso Nacional. Esses projetos sempre buscam aumentar a fiscalização sobre as
empresas que atuam, bem como proporcionar maior segurança a toda a socieda-
de que faz uso dos produtos financeiros que são comercializados pelas empresas
atuantes no sistema financeiro nacional.
A compreensão do sistema financeiro nacional e de como ele se encon-
tra organizado é essencial para que os gestores financeiros possam escolher as
melhores opções de aplicações financeiras, e inicialmente é preciso conhecer os
papéis que pessoas físicas e jurídicas podem desempenhar nesse mercado:
156
• Tomadores de recursos: são os responsáveis por captarem os recur-
sos no mercado financeiro, tendo acesso aos recursos que são inter-
mediados pelos bancos e financeiras em troca do pagamento de juros
e demais taxas cobradas nesse tipo de operação. No Brasil, o sistema
financeiro nacional é constituído por várias entidades e instituições que
buscam promover a intermediação financeira, ou seja, o encontro entre
quem é o tomador do crédito e quem é o poupador.
Na Quadro 10, é possível observar que os três tipos de entidades que atuam
de maneira a organizar esse sistema no Brasil:
157
• Mercado de capitais: permite às empresas em geral captar recursos
de terceiros e, portanto, compartilhar os ganhos e os riscos. Esse é o
mercado no qual as pessoas e empresas podem realizar investimentos
na compra de ações e títulos de dívida de outras empresas.
• Mercado de câmbio: é o mercado de compra e venda de moeda es-
trangeira por pessoas e empresas.
158
RESUMO DO TÓPICO 3
159
AUTOATIVIDADE
a. ( ) Poupadores de recursos.
b. ( ) Banco públicos.
c. ( ) Secretaria Estadual das Receitas.
d. ( ) Ministério da Economia.
160
3. As entidades governamentais que compõem o sistema financeiro nacio-
nal possem um conjunto de atividades distintas, assim, é muito impor-
tante que todos os profissionais que estiverem atuando nas empresas
busquem compreender o papel de cada entidade. De acordo com os prin-
cipais tipos de órgãos do sistema financeiro nacional, classifique V para as
sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) Órgãos normativos.
( ) Órgãos diretivos.
( ) Órgãos supervisores.
a. ( ) V – F – F.
b. ( ) V – F – V.
c. ( ) F – V – F.
d. ( ) F – F – V.
161
LEITURA COMPLEMENTAR
Como você define valor? Você pode medir isso? O que seus produtos e ser-
viços realmente valem para os clientes? Notavelmente, poucos fornecedores nos
mercados de negócios são capazes de responder a essas perguntas. E, no entanto,
a capacidade de identificar o valor de um produto ou serviço para o cliente nunca
foi tão importante. Os clientes – especialmente aqueles cujos custos são impulsio-
nados pelo que compram – cada vez mais olham para a compra como uma forma
de aumentar os lucros e, portanto, pressionar os fornecedores a reduzir os preços.
Para persuadir os clientes a se concentrarem nos custos totais em vez de simples-
mente no preço de aquisição, um fornecedor deve ter uma compreensão precisa
do que seus clientes valorizam e valorizariam.
Coloque-se, por um momento, no papel de produtor comercial. Dois forne-
cedores estão tentando vender filme de cobertura morta: folhas finas de plástico
que são colocadas no chão para reter a umidade, evitar o crescimento de ervas
daninhas e permitir que melões e vegetais sejam plantados mais próximos. O pri-
meiro fornecedor chega até você com esta proposta: “Confie em nós – nosso filme
de cobertura morta reduzirá seus custos. Forneceremos um valor superior pelo seu
dinheiro.” O segundo fornecedor diz: “Podemos reduzir o custo do seu filme de co-
bertura morta$ 16,83 por acre”, e se oferece para mostrar exatamente como. Qual
proposição você acharia mais convincente?
Muitos clientes, como o produtor comercial, entendem seus próprios requi-
sitos, mas não sabem necessariamente o que o cumprimento desses requisitos
vale para eles. Para os fornecedores, essa falta de compreensão é uma oportuni-
dade de demonstrar de forma persuasiva o valor do que eles fornecem e ajudar os
clientes a tomar decisões de compra mais inteligentes.
Um número pequeno, mas crescente, de fornecedores nos mercados de
negócios se baseia em seu conhecimento do que os clientes valorizam e valorizam
para obter vantagens de mercado sobre seus concorrentes menos informados. Es-
ses fornecedores desenvolveram o que chamamos modelos de valor para o cliente,
que são representações orientadas por dados do valor, em termos monetários, do
que o fornecedor está fazendo ou poderia fazer por seus clientes.
162
Os modelos de valor do cliente são baseados em avaliações dos custos e
benefícios de uma determinada oferta de mercado em uma aplicação específica
do cliente. Dependendo das circunstâncias, como disponibilidade de dados e coo-
peração de um cliente, um fornecedor pode construir um modelo de valor para um
cliente individual ou para um segmento de mercado, com base em dados coletados
de vários clientes nesse segmento.
Os modelos de valor para o cliente não são fáceis de desenvolver. Mas as ex-
periências dos fornecedores que as construíram e usaram com sucesso sugerem
várias diretrizes que acreditamos que serão úteis para qualquer empresa que tente
definir e medir valor para seus clientes.
Uma definição comum de valor
Para medir o valor na prática, é crucial ter uma compreensão comparti-
lhada de exatamente qual valor é nos mercados de negócios. Antes de entrarmos
em qualquer detalhe sobre a construção de modelos de valor, precisamos fornecer
uma breve explicação do que queremos dizer com valor. O valor nos mercados de
negócios é o valor em termos monetários dos benefícios técnicos, econômicos, de
serviços e sociais que uma empresa cliente recebe em troca do preço que paga por
uma oferta de mercado. Vamos elaborar alguns aspectos dessa definição.
Primeiro, expressamos valor em termos monetários, como dólares por uni-
dade, florins por litro ou coroas por hora. Os economistas podem se importar com
“utilitários”, mas nunca conhecemos um gerente que o fizesse! Em segundo lu-
gar, por benefícios, queremos dizer benefícios líquidos, nos quais quaisquer custos
que um cliente incorre na obtenção dos benefícios desejados, exceto o preço de
compra, estão incluídos. Terceiro, o valor é o que um cliente recebe em troca do
preço que paga. Vemos uma oferta de mercado como tendo duas características
elementares: seu valor e seu preço. Assim, aumentar ou diminuir o preço de uma
oferta de mercado não altera o valor que essa oferta fornece a um cliente. Em vez
disso, muda o incentivo do cliente para comprar essa oferta de mercado. Finalmen-
te, considerações de valor ocorrem dentro de algum contexto. Mesmo quando não
existem ofertas de mercado comparáveis, sempre há uma alternativa competitiva.
Nos mercados de negócios, uma alternativa competitiva pode ser que o cliente
decida fazer o produto em si, em vez de comprá-lo.
Podemos capturar a essência dessa definição de valor na seguinte equação:
163
Criando modelos de valor para o cliente
As avaliações de valor de campo (também conhecidas por outros nomes,
como estudos de valor em uso ou custo em uso) são o método mais comumente
usado – e, acreditamos, o mais preciso – para criar modelos de valor para o cliente.
As avaliações de valor de campo exigem que os fornecedores coletem dados so-
bre seus clientes em primeira mão sempre que possível. Claramente, no entanto,
conduzir essa pesquisa direta nem sempre é uma opção. Nos casos em que as
avaliações de valor de campo não são viáveis, é possível obter uma compreensão
valiosa do valor por meio de métodos como perguntas de pesquisa direta e indireta,
análise conjunta e grupos de foco, todos os quais dependem principalmente das
percepções dos clientes sobre a funcionalidade, desempenho e valor da oferta de
um fornecedor. (Consulte o folheto “Usando grupos de foco do cliente para avaliar
o valor”.) Abaixo, descrevemos um processo para construir um modelo de valor
usando avaliações de valor de campo.
164
REFERÊNCIAS
165
SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS – SEBRAE.
O que é o fluxo de caixa e como aplicá-lo no seu negócio. 2022. Disponível em:
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/artigosFinancas/fluxo-de-
-caixa-o-que-e-e-como-implantar,b29e438af1c92410VgnVCM100000b272010aR-
CRD. Acesso em: 20 mai. 2022.
166