Você está na página 1de 170

Economia e Gestão

Autora
Daisy Assmann Lima

Indaial – 2022
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2022

Elaboração:
Daisy Assmann Lima

Revisão, Diagramação e Produção:


Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI


Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
Apresentação
Na Unidade 1, estudaremos o conceito da economia, os seus conceitos bá-
sicos, sua utilização no dia a dia e alguns termos relacionados ao assunto. A eco-
nomia é uma matéria bastante importante e presente na vida de todas as pessoas,
mesmo que elas não saibam ou não percebam. Assim, entenderemos um pouco
mais sobre essa ferramenta e, com certeza, sua presença nas mais diversas situa-
ções do dia a dia.
Em seguida, na Unidade 2, estudaremos o conceito de organizações, bem
como o conceito de processo administrativo. Para aprofundar o conhecimento
nesta área, compreenderemos como funciona o processo administrativo. Por fim,
conheceremos as áreas funcionais da organização. Dessa forma, será possível
analisar a organização de uma maneira mais completa.
Por fim, na Unidade 3, aprenderemos sobre os principais aspectos relacio-
nados às funções gerenciais. Entenderemos a definição de funções gerenciais,
bem como quais são as principais funções que um gerente pode se deparar ao
longo de sua gestão. Ademais, analisaremos o papel do gestor e as suas habilidades
e competências.
Ao final deste livro didático, observaremos que estar preparado para assu-
mir atividades financeiras, analisar investimentos e rotinas de controle de recursos,
bem como auxiliar nas rotinas de desenvolvimento do orçamento, requer conheci-
mentos especializados e constante atualização do profissional da área.
Bons estudos!
Prof. Daisy Assmann Lima
SUMÁRIO
UNIDADE 1 ESTUDO DA ECONOMIA.............................................................8
TÓPICO 1 CONCEITOS DE ECONOMIA................................................................... 10
1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 10
2 CONCEITOS DA ECONOMIA.......................................................................... 10
2.1 PAPEL DO ECONOMISTA.............................................................................13
2.2 IMPORTÂNCIA DA POLÍTICA PARA A ECONOMIA............................... 14
2.3 ESCASSEZ DE PRODUTOS........................................................................16
2.4 CONCEITOS BÁSICOS DA ECONOMIA.....................................................17
RESUMO DO TÓPICO 1.............................................................................................. 27
AUTOATIVIDADE........................................................................................................28
TÓPICO 2 PRINCÍPIOS DA ECONOMIA..................................................................30
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................30
2 OS 10 PRINCÍPIOS DA ECONOMIA...............................................................31
RESUMO DO TÓPICO 2.............................................................................................40
AUTOATIVIDADE........................................................................................................ 42
TÓPICO 3 EVOLUÇÃO E DIVISÃO DO ESTUDO DA ECONOMIA.......................44
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................44
2 EVOLUÇÃO DA ECONOMIA...........................................................................44
3 FUNCIONAMENTO E DIVISÕES DA ECONOMIA.......................................49
4 FLUXO CIRCULAR DE RENDA..................................................................... 52
RESUMO DO TÓPICO 3.............................................................................................60
AUTOATIVIDADE.........................................................................................................61
REFERÊNCIAS............................................................................................................63

UNIDADE 2 ORGANIZAÇÕES E ÁREAS FUNCIONAIS.............................. 65


TÓPICO 1 AS ORGANIZAÇÕES: CONCEITO BÁSICO.......................................... 67
1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 67
2 CONCEITOS EM ORGANIZAÇÕES...............................................................68
2.1 CULTURA, CLIMA, GESTÃO, PLANEJAMENTO E ESTRATÉGIA OR-
GANIZACIONAL....................................................................................................71
2.2 CARACTERÍSTICAS, TIPOS DE ORGANIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO....
76
2.3 OBJETIVOS DA ORGANIZAÇÃO............................................................... 81
2.4 A IMPORTÂNCIA DA ORGANIZAÇÃO......................................................82
RESUMO DO TÓPICO 1..............................................................................................86
AUTOATIVIDADE........................................................................................................ 87
TÓPICO 2 O PROCESSO ADMINISTRATIVO.........................................................89
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................89
2 O PROCESSO ADMINISTRATIVO E AS SUAS FASES..............................90
2.1 PLANEJAMENTO..........................................................................................90
2.2 ORGANIZAÇÃO............................................................................................. 93
2.3 DIREÇÃO........................................................................................................94
2.4 CONTROLE....................................................................................................96
RESUMO DO TÓPICO 2.............................................................................................98
AUTOATIVIDADE........................................................................................................99
TÓPICO 3 AS ÁREAS FUNCIONAIS DA ORGANIZAÇÃO..................................101
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................101
2 ORGANIZAÇÃO EMPRESARIAL..................................................................101
3 EXEMPLO EM ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL...........................................106
RESUMO DO TÓPICO 3............................................................................................118
AUTOATIVIDADE.......................................................................................................119
REFERÊNCIAS...........................................................................................................121

UNIDADE 3 FUNÇÕES GERENCIAIS.........................................................124


TÓPICO 1 AS FUNÇÕES GERENCIAIS.................................................................. 126
1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 126
2 FUNÇÕES GERENCIAIS............................................................................... 126
2.1 DIFERENÇA ENTRE GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO..............................138
2.2 FUNÇÕES DO LÍDER GERENCIAL.......................................................... 139
RESUMO DO TÓPICO 1............................................................................................144
AUTOATIVIDADE...................................................................................................... 145
TÓPICO 2 O PAPEL DO GESTOR............................................................................147
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................147
2 O GESTOR E SUAS RESPONSABILIDADES.............................................148
2.1 PRINCIPAIS ATRIBUTOS DO GESTOR....................................................148
2.2 O PAPEL DA GESTÃO ATUALMENTE.................................................... 150
2.3 ATITUDES DOS GESTORES...................................................................... 151
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................... 153
AUTOATIVIDADE...................................................................................................... 154
TÓPICO 3 HABILIDADES E COMPETÊNCIAS DO GESTOR............................. 156
1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 156
2 FUNÇÕES E CAPACITAÇÃO DO GESTOR................................................ 156
2.1 A FUNÇÃO DO GESTOR............................................................................ 156
2.2 HABILIDADES DO GESTOR..................................................................... 159
2.3 CAPACITAÇÃO DO GESTOR....................................................................160
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................... 166
AUTOATIVIDADE.......................................................................................................167
REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 169
UNIDADE 1

ESTUDO DA ECONOMIA

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• Compreender o conceito de economia;
• Conhecer os princípios da economia;
• Entender a evolução e a divisão da economia.

PLANO DE ESTUDOS
A cada tópico desta unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo
de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – CONCEITOS DE ECONOMIA
TÓPICO 2 – PRINCÍPIOS DA ECONOMIA
TÓPICO 3 – EVOLUÇÃO E DIVISÃO DO ESTUDO DA ECONOMIA
TÓPICO 1

CONCEITOS DE
ECONOMIA
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, bem-vindo à primeira unidade da disciplina Economia
e Gestão. Compreenderemos, em um primeiro momento, o que é economia, seus
principais conceitos, o papel do economista, a relação entre economia e política e
sua importância. Também estudaremos o funcionamento e a divisão da economia,
que atualmente se divide em microeconomia e macroeconomia.
Em seguida, estudaremos alguns termos relacionados à economia, como a
escassez dos produtos, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA),
o Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e assim por diante. Assim, con-
seguiremos perceber que essas ferramentas estão extremamente presentes em
nosso cotidiano.
Afinal, a economia está relacionada à administração dos recursos da socie-
dade, principalmente aos recursos escassos. Com essa administração e gestão, a
economia pretende produzir serviços e bens que serão distribuídos ao consumo
para a população.
Compreenderemos também os 10 principais princípios econômicos, bem
como suas utilizações, na prática. Esse tema é um dos primeiros a ser estudado
em cursos de Ciência Econômica, considerado importantíssimo para a formação
desses profissionais.
Por fim, estudaremos o avanço da economia como matéria de estudo ao
longo dos séculos e sua principal divisão. Vamos nessa?

2 CONCEITOS DA ECONOMIA
Inicialmente, entenderemos alguns pontos: todos os indivíduos têm desejos,
vontades e necessidades. As necessidades são aquelas consideradas básicas (ali-
mento, água, roupas, moradia, entre outros).
Entretanto, existem desejos que não são necessários, mas que atendem às
nossas vontades e melhoram nossa vida, como um veículo, que otimizaria nosso

10
tempo e causa maior comodidade, um telefone, para podermos nos comunicar de
forma instantânea, uma casa em um bairro mais seguro e que seja mais confortá-
vel, entre outros exemplos de ambições particulares.
O segundo ponto a ser entendido é que os recursos financeiros, para con-
cretizarmos todos esses desejos, não são infinitos. Aliás, os recursos são itens fini-
tos, com limitada oferta.

NOTA
Os indivíduos precisam se alimentar, vestir-se, estudar e têm as demais ne-
cessidades. Para isso, são necessários recursos financeiros. Entretanto, pode
acontecer de a renda dos indivíduos não serem suficientes para arcar com
todos esses compromissos e essas necessidades.

Pode ser que você esteja achando essa afirmação um pouco radical, mas
não é, e podemos provar apenas ao tentar mensurar quanto de recurso seria pre-
ciso para você conseguir concretizar todos esses desejos e essas necessidades.
Consegue imaginar que é algo quase impossível?

Figura 1 – Compras

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/vendas-de-compras-da-cyber-mon-
day_23-2148688502.jpg?w=1060&t=st=1659455501~exp=1659456101~hma-
c=51723bae0e55afcc09bb8fefc6aa0c6e2f6a413821b2f0445eeb500948caf082.
Acesso em: 24 ago. 2022.

Esses dois pontos estudados fazem surgir uma nova indagação: como
realizar as vontades e necessidades ilimitadas com recursos que são limitados?
Esse conflito entre os desejos e as limitações é o ponto central de compreensão da

11
economia, bem como do comportamento dos indivíduos em relação aos desafios
enfrentados na área econômica.
Assim, no futuro, quando você ouvir a respeito de economia, você já saberá
que essa matéria não está relacionada apenas aos números e ao dinheiro, mas
também está relacionada à preocupação em observar e entender as consequên-
cias de atitudes feitas por milhões de pessoas que tomam decisões a todo momen-
to sobre o que fazer com os recursos que estão disponíveis e com os recursos que
estão escassos à sua disposição.
De maneira intuitiva, podemos dizer que a economia está preocupada com
a forma como as pessoas economizam seu dinheiro ou, em outras palavras, com a
forma como as pessoas gastam sua renda, buscando fazer com que os indivíduos
gastem seus recursos da forma mais sábia e proveitosa possível.
A economia pode ser considerada o alicerce de todas as matérias e de todos
os estudos relacionados às finanças e deve ser estudada pelas pessoas que que-
rem seguir essa carreira profissional (O’SULLIVAN; SHEFFRIN; NISHIJIMA, 2004).
Aliás, ela é um dos pilares mais importantes da nossa vida pessoal também. Visto
todas as suas importâncias, iremos agora compreender seu conceito.
A palavra “economia” é a junção da palavra grega oikos, que significa casa,
com nomos, que significa costume (O’SULLIVAN; SHEFFRIN; NISHIJIMA, 2004). As-
sim, a tradução de economia seria “regras da casa”. Ela é uma ciência social, pois
observa o comportamento humano. Além disso, ela busca compreender a produ-
ção, a distribuição, a acumulação e a utilização de serviços e bens, itens conside-
rados fundamentais para o desenvolvimento do homem.

INTERESSANTE
Por estudar os produtos e serviços, a economia também está relacionada às
necessidades para o comportamento humano e, por esse motivo, entre as
áreas da economia, existem as finanças comportamentais.

Perceba que a economia prioriza o controle, a fim de evitar desperdícios


em todas as áreas de atuação e de serviços. A economia também estuda e tenta
explicar os efeitos da moeda desvalorizada e políticas fiscais e monetárias. Essas
políticas econômicas definem estratégias que o governo realiza para tentar manter
o equilíbrio e também para gerar um desenvolvimento saudável da economia no
nosso país.

12
ATENÇÃO
Políticas econômicas são políticas que a economia estuda e também tudo
que está relacionado ao governo e à sociedade, como aumento ou redução
do valor do bolsa-família, qualquer assunto relacionado aos impostos ou ou-
tro tema que envolva o dinheiro do Estado.

Por estudar diversos pontos, a economia conta com vários objetivos. Entre-
tanto, devemos considerar que seu principal objetivo é garantir o bem-estar do in-
divíduo e da população (MOCHÓN, 2007). Assim, a economia se desdobra nos mais
diversos estudos, para, assim, definir quais caminhos seguir, como o entendimento
da distribuição de riqueza e dos processos econômicos, bem como a avaliação dos
resultados do trabalho social e o uso dos recursos disponíveis, principalmente a
utilização daqueles recursos considerados escassos.
Com essas análises, consegue-se avaliar as necessidades da população e
também alinhar os recursos disponíveis com o que a sociedade realmente precisa.
Assim, seu principal objetivo é cumprido: o bem-estar da população é garantido e a
economia daquela nação funciona de forma adequada.
Agora, estudaremos o papel do economista. Vamos lá!

2.1 PAPEL DO ECONOMISTA


O economista procura aumentar o bem-estar da sociedade, melhorando a
qualidade de vida das pessoas. Para isso, ele acompanha os dados, os fatos histó-
ricos e as estatísticas, focando em encontrar tendências nas tarefas econômicas,
nos comportamentos dos clientes e nos níveis de confiança.

INTERESSANTE
Os economistas sempre trabalham com pesquisas, diagnósticos e análises
do mercado e do cenário econômico, realizando relatórios, produzindo proje-
ções e montando planos e estratégias para solucionar conflitos financeiros.

O economista entende as alterações ocorridas no mercado e na economia


de maneira global, relacionando essas mudanças às tarefas econômicas da sua
área de atuação.

13
Figura 2 – Economista

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/consultor-de-consultoria-financeira-
-contador-discussao-profissional_1418-48.jpg?w=1060&t=st=1659455624~ex-
p=1659456224~hmac=15dac8fdbee4374bd3dc56690510981c5f699490a95ee-
6335e41c6f73e5b2bda. Acesso em: 24 ago. 2022.

Concluímos que o profissional de economia busca entender a forma como a


sociedade produz, distribui e utiliza os serviços e materiais disponíveis.

2.2 IMPORTÂNCIA DA POLÍTICA PARA A


ECONOMIA
Mesmo quem nunca estudou sobre economia percebe que ela está relacio-
nada à política. Afinal, a economia está relacionada a dinheiro, recursos, produtos e
serviços; e, assim, nenhum governante deve ignorar sua função e seu peso. Muito
pelo contrário, os políticos precisam fazer o possível para que a economia funcione
bem.
A política é voltada à gestão e à tomada de decisões, mesmo com as mais
diversas complexidades envolvidas (O’SULLIVAN; SHEFFRIN; NISHIJIMA, 2004).
Por exemplo: o governo deve atender a vários interesses diariamente, como pagar
aposentadoria às pessoas aposentadas, pagar os juros aos investidores e o salário
aos funcionários públicos, gerar melhorias e investimento em defesa, educação,
saneamento básico, saúde, mobilidade e assim por diante. Essas demandas são
praticamente infinitas e nem mesmo os trilhões de reais que o governo arrecada
anualmente são suficientes.

14
ATENÇÃO
Observe que os exemplos citados são exemplos de interesse a toda a po-
pulação brasileira e, por isso, não deve ficar nas mãos de uma só pessoa a
maneira de gastar esses recursos. Assim, são inseridas estratégias e critérios
que são mais apropriados, como: a democracia representativa para eleger os
representantes do Poder Legislativo e Executivo e a separação dos poderes
em Legislativo, Executivo e Judiciário, pois assim o governante não consegue
exceder seu poder e seu controle sobre o Poder Legislativo e a Justiça, entre
outras medidas.

Se você prestar atenção, irá compreender o porquê de a economia e da


política se relacionarem de maneira tão íntima. Com os exemplos dados, fica fácil
entender até o motivo disso: tanto a economia quanto a política trabalham direta-
mente com a gestão de recursos e de interesses individuais e coletivos.

NOTA
Para termos noção da importância do alinhamento entre economia e polí-
tica, temos uma ramificação da economia, que é a economia política, área
que busca compreender as relações sociais econômicas. Além disso, existem
também políticas econômicas, termo que indica ações a serem tomadas, que
podem mudar a cada governo ou a cada ciclo da economia, como as metas
de taxa de juros, de superávit orçamentário, da inflação etc.

Outro ponto que torna bem próxima a relação entre economia e política são
os indicadores econômicos e a sua influência na política contemporânea. Afinal, os
números de desemprego, da evolução do Produto Interno Bruto (PIB), da inflação,
dos juros e do câmbio fazem total diferença para o trabalho de um governante, já
que a economia não estar bem pode ser sinônimo de uma má administração dos re-
cursos públicos. Esse envolvimento pode ser direto, já que as atitudes dos políticos
e do governo geram impactos nos resultados da economia da nação (O’SULLIVAN;
SHEFFRIN; NISHIJIMA, 2004). O contrário também é verdadeiro: bons resultados
e indicadores econômicos conseguem melhorar a imagem que o governante tem
perante a população.

15
DICA
Para saber mais a respeito da economia atual, bem como do desemprego, do
preço de habitação etc., assista ao vídeo Unidade: Economia Atual, disponível
em: Economia atual | Mercado financeiro e de capitais | Khan Academy.

Após todas as explicações, fica clara a importância do entendimento da


política e da economia, bem como a relação entre elas. Esse é um caminho impor-
tante a ser seguido por quem procura fazer parte da população mais consciente e
comprometida com o crescimento do Brasil.

2.3 ESCASSEZ DE PRODUTOS


A escassez de produtos está relacionada a recursos limitados disponíveis,
produtos que não são possíveis de serem produzidos de maneira infinita, mesmo
que as necessidades e a vontade das pessoas sejam insaciáveis e ilimitadas. Sendo
assim, a economia busca compreender o comportamento do indivíduo em relação
às suas necessidades, com os recursos que estão disponíveis para a satisfação
delas (PINDYCK; RUBINFELD, 2010).
Assim, a economia tenta explicar como os sistemas econômicos funcio-
nam e suas relações com os agentes econômicos (pessoas físicas e/ou empresas),
identificando os conflitos e os problemas e encontrando soluções.

Figura 3 – Escassez de produtos

Fonte: https://img.freepik.com/vetores-gratis/empresario-em-armazem-com-
-prateleiras-de-metal-vazias-ilustracao-em-vetor-dos-desenhos-animados-do-
-interior-da-sala-de-armazenamento-com-trabalhador-e-prateleiras-para-es-
toque-carga-mercadorias-armazem-com-homem-com-pasta_107791-7990.
jpg?w=1060&t=st=1659455939~exp=1659456539~hmac=41faf6a345b6e9b600b-
47ca91b0ebcf50e81932ea13e61054bb9ef86a286d193. Acesso em: 24 ago. 2022.

A escassez de produtos estuda as maneiras de comportamento humano


que são resultados da relação das necessidades humanas e dos recursos que es-

16
tão disponíveis para concretizá-las (TEBCHIRANI, 2012). Assim, a economia está
constantemente analisando os problemas econômicos, o que é preciso produzir, o
tempo certo para a produção, a quantidade da produção e o público-alvo da pro-
dução.

IMPORTANTE
Segundo Pindyck e Rubinfeld (2010), os pilares investigativos a respeito dos
problemas econômicos para a solução dos conflitos e para a tomada de deci-
são são baseados em quatro questionamentos: “o que produzir?”, “qual quan-
tidade produzir?”, “para quem produzir?” e “quando produzir?”.

Assim, a ciência econômica vem sendo inserida nos campos voltados às


decisões sociais, como áreas da indústria, da educação, da política, da religião, das
instituições sociais, da saúde, da guerra e assim por diante.

2.4 CONCEITOS BÁSICOS DA ECONOMIA


Existem alguns conceitos básicos considerados mais “simples” e que não
são muito utilizados, mas iremos listar sobre os mais importantes, bem como seus
conceitos.

•  Tributos: mesmo que este assunto esteja presente em nossas vidas,


não são todas as pessoas que entendem o que é tributo e suas classi-
ficações. Por exemplo: é normal usarmos tributos e impostos como si-
nônimos ou falarmos que impostos é o único tributo existente. Tributos,
segundo o Código Tributário Nacional (CTN), são:

[...] toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela


se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em
lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada
(BRASIL, 1966).

Vamos por partes: tributo é a prestação pecuniária compulsória. Portanto, o


indivíduo é obrigado a pagá-lo. Entretanto, o fato de ser compulsório não significa
que todas as pessoas devem recolher os tributos existentes, pois existem regras
para cada caso. Por exemplo: o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automo-
tores (IPVA) só é obrigatório para quem tem veículo.
Outro detalhe é que o pagamento deve ser realizado em moedas. Se o in-
divíduo cultiva galinhas e seu vizinho tem plantação de tomates, eles não podem

17
pagar os tributos por meio de ovos de galinha e tomate. O pagamento deve ser
realizado em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir.
Mais um ponto importante é que a criação de tributos só acontece por meio
de aprovação de lei pelo Poder Legislativo. Essa questão é importante para preser-
var a proteção do cidadão.
Agora, estudaremos os tipos de tributos. Existem diversos tipos de tributos,
particionados em subdivisões, a saber:

Quadro 1 – Tipos de tributos

Fonte: a autora

Portanto, imposto é um tipo de tributo, mas nem todo tributo será um tipo
de imposto. Isso pois os tributos se dividem em impostos, taxas e contribuições.
As taxas são recolhidas com o intuito de financiar certo tipo de serviço pú-
blico. Por exemplo, ao retirar uma passagem em uma rodoviária, você pagará uma
taxa. Essa taxa é usada para financiar esse serviço. Outro exemplo é a taxa paga
para emitir o passaporte, na Polícia Federal, o dinheiro pago, por meio da taxa, é
utilizado para financiar o trabalho de emissão de passaportes. As taxas podem ser
criadas por qualquer ente federativo.

18
Figura 4 – Taxas

Fonte: https://img.freepik.com/vetores-gratis/dia-do-imposto-documento-de-im-
posto-sobre-servicos-com-telefone-de-dados-e-laptop_24877-54127.jpg?w=740&-
t=st=1659456030~exp=1659456630~hmac=52c5efd6f472d7cefd22d54f21827c-
d12ea43f3ba71dd8e12e3025469a6bfb4a. Acesso em: 24 ago. 2022.

Os impostos são tipos de tributos incidentes na renda, no patrimônio ou


no consumo. Eles são cobrados mediante um fato gerador. Por exemplo: o IPVA é
cobrado de pessoas com veículos.

NOTA
Fato gerador é a atitude do contribuinte que resultará cobrança do imposto.

A contribuição de melhoria é bem similar às taxas, mas estão relaciona-


das à contraprestação do Estado. Essa contribuição só é incidida em certas oca-
siões, como o exemplo de obra pública que irá melhorar e disponibilizar melhorias à
população. Também podem ser criadas pelas três esferas.
Os empréstimos compulsórios são criados apenas pela União, por meio
de lei complementar, tendo como objetivo o pagamento de despesas extraordiná-
rias (que não são frequentes), como guerras, desastres naturais e assim por diante.
Os empréstimos compulsórios são recolhidos para um fim específico: se recolheu
por conta de uma guerra, esse valor deve ser gasto nesse quesito; se recolheu por
conta de um desastre natural no Rio de Janeiro, ele deve ser gasto para ajudar os
moradores daquela região.
Por último, a contribuição especial também só pode ser criada pela União
e também deve haver um fim específico. O Programa de Integração Social (PIS) e o

19
Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP) são exemplos
de contribuição especial.
Confira a separação de tributos entre município, estado e União.

Quadro 2 – Tributos federais, estaduais e municipais

Federal Estadual Municipal

- Imposto de Renda Pes- - Imposto sobre - Imposto sobre Servi-


soa Jurídica (IRPJ); Operações rela- ços (ISS);
tivas à Circulação
Imposto de Renda Pessoa - Imposto de Transmis-
de Mercadorias
Física (IRPF); são de Bens Imóveis
e sobre Presta-
(ITBI);
- Imposto sobre Opera- ção de Serviços
ções Financeiras (IOF); de Transportes - Imposto Predial e Ter-
Interestaduais e ritorial Urbano (IPTU).
- Imposto sobre Importa-
ção (II); Intermunicipal de
Comunicações
- Imposto sobre Exporta-
(ICMS);
ção (IE);
- Imposto sobre
- Contribuição Social so-
a Propriedade de
bre o Lucro Líquido (CSLL);
Veículos Auto-
- Contribuição para Finan- motores (IPVA);
ciamento da Seguridade
- Imposto de
Social (COFINS);
Tr a n s m i s s ã o
- Programa de Integração Causa Mortis e
Social (PIS); Doação (ITCMD).
- Programa de Formação
do Patrimônio do Servidor
Público (PASEP);
- Imposto Nacional do Se-
guro Social (INSS);
- Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI).

Fonte: a autora

20
•  Juro: é o valor do dinheiro em relação ao tempo, sendo o rendimento
desse valor emprestado ou aplicado em relação ao tempo. Podemos
comparar o juro com o aluguel do dinheiro, as instituições financeiras
alugam seu dinheiro a outra pessoa e essa pessoa precisa devolver o
dinheiro “alugado” com um acréscimo monetário.

Figura 5 – Juros

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-premium/o-conceito-de-alterar-as-taxas-
-de-juros-nos-bancos-caindo-e-subindo-abstratamente-em-blocos-de-madei-
ra_102583-2562.jpg?w=1060. Acesso em: 24 ago. 2022.

•  Inflação: é o crescimento persistente dos preços de serviços e bens,


tendo relação direta com a perda do poder de compra vindo do cidadão
no país que está com inflação alta. O IPCA é o índice utilizado para cal-
cular a inflação no Brasil.

DICA
Para saber mais sobre inflação, assista ao vídeo “Unidade: inflação”. Disponí-
vel em: Inflação | Mercado financeiro e de capitais | Khan Academy

21
Figura 6 – Inflação

Fonte: https://img.freepik.com/vetores-gratis/recessao-do-valor-do-dinheiro-
-no-mercado-financeiro-aumento-de-preco-risco-de-negocios-moedas-e-
-ilustracao-vetorial-plana-de-taxa-percentual-economia-conceito-de-infla-
cao-para-banner-design-de-site-ou-pagina-da-web-de-destino_74855-22023.
jpg?w=1060&t=st=1659456128~exp=1659456728~hmac=53d4ee818014105a0bc-
2ceeae48ee76f1d87b13fbe7a1130d889f33cd2520428. Acesso em: 24 ago. 2022.

•  Oferta e demanda: esses conceitos são utilizados para explicar como


funciona o mercado. Assim, a oferta é a quantidade de serviço ou pro-
dutos disponibilizados às pessoas, enquanto a demanda é a quantidade
de interesse que essas pessoas têm sobre os produtos e serviços.

DICA
Para saber mais sobre os conceitos de oferta e demanda, bem como seu
funcionamento, assista aos vídeos “Unidades: oferta, demanda e equilíbrio de
mercado”. Disponível em: Oferta, demanda e equilíbrio de mercado | Microe-
conomia | Khan Academy

•  Consumo: é para onde a renda dos cidadãos vai. Podemos considerar


que representa tudo o que compramos (TEBCHIRANI, 2012).
•  Poupança: é a parte da renda do consumidor que não é gasta. Ela é um
meio de sacrifício hoje para o gasto amanhã.
•  Dívida interna: é o valor da dívida que o governo tem com as empre-
sas, com os bancos e até mesmo com as pessoas do próprio país. O
governo, ao pagar a dívida interna, irá remunerar com um acréscimo
de juros, a qual é a taxa Selic, representando a taxa de juros básica do
Brasil (PARKIN, 2003).

22
•  Dívida externa pública: é o valor da dívida que o governo tem com
empresas, com bancos e até mesmo com pessoas em outros países.
Essa dívida é representada por títulos, sendo que o governo precisa
pagar as dívidas com uma taxa de juros atrelada (ABEL; BERNANKE;
CROUSHORE, 2008).
•  Mercado de capital: são as instituições que disponibilizam capital de
longo prazo, por exemplo: bancos, Bolsa de Valores (B3), seguradoras e
afins.
•  Mercado cambial: são as instituições responsáveis pela troca da moe-
da nacional em outras moedas ou troca de moedas estrangeiras em
moedas nacionais.
•  Mercado monetário: são as instituições que fazem operações de cré-
dito de curto prazo, usado como principal ferramenta de regularização
da liquidez econômica para o Banco Central (Bacen), por meio de com-
pras e vendas de títulos públicos.
•  Mercado de crédito: são as instituições que disponibilizam capital
para consumo ou para funcionamento das empresas. O mercado de
crédito também atua como mercado de títulos públicos.
•  Mercado financeiro: refere-se ao mercado de capital, ao mercado
cambial, ao mercado de crédito e ao mercado monetário.

DICA
Para saber mais sobre mercado financeiro e de capital, assista ao vídeo “Mer-
cado financeiro e de capitais”, disponível em: Mercado financeiro e de capitais
| Economia e finanças | Khan Academy

•  Indicadores econômicos: são os levantamentos estatísticos, sendo


utilizados para explicar certa situação, em certo local e período. Os prin-
cipais indicadores econômicos são:
○  Produto Interno Bruto (PIB): consegue mensurar o desenvolvi-
mento de riquezas por região (cidade, estado ou município), sendo a
soma dos serviços e bens feitos em um período de tempo, não con-
siderando os valores dos bens intermediários usados no processo de
confecção (ABEL; BERNANKE; CROUSHORE, 2008). O cálculo do PIB
é:

NX = Exportações líquidas (exportações – importações)

23
Figura 7 – Análise do PIB

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/um-homem-analisando-dados-financei-
ros-de-graficos-do-mercado-de-acoes-em-uma-placa-eletronica_169016-14900.
jpg?w=1060&t=st=1659456179~exp=1659456779~hmac=d0bcd8ca16dcaf-
2d50663272e0dea3053b16c161f7d9cfdd5311c48216df1c06. Acesso em: 24 ago.
2022.

•  Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA): o crescimento dos


preços dos produtos e serviços é conhecido por inflação, sinônimo de
perda de valor na moeda e do poder aquisitivo. Já a deflação é a dimi-
nuição dos preços dos produtos e serviços. O IPCA é o índice utilizado
com o intuito de observar as tendências de inflação, sendo calculado
mensalmente, a partir do consumo de famílias que recebem de um a 40
salários mínimos.
•  Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC): bem similar ao
IPCA, mas é menos abrangente, já que considera famílias com até cin-
co salários-mínimos. Esse índice é calculado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) e é usado para verificar a oscilação dos
preços de produtos considerados básicos, como arroz e feijão. Por esse
motivo, esse índice é avaliado nos reajustes salariais.
•  Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M): o cálculo do IGP-M é
feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e apresenta a oscilação dos
preços na área de construção e do atacado. Esse índice é o indicador de
confiança oferecido ao mercado privado, sendo bastante utilizado como
indexador de contratos de aluguel. Esse indicador é importantíssimo
para a economia brasileira, principalmente por ser composto por outros
três índices: o Índice de Preços por Atacado (60%), Índice de Preços ao
Consumidor (30%) e Índice Nacional de Custos de Construção (10%).
•  Taxa referencial: tem como principal objetivo o combate da inflação
do Brasil. Sua função hoje é ser um indicador para correção monetária
em certas operações de crédito e aplicações financeiras, usada para

24
atualização de valores temporalmente (TEBCHIRANI, 2012).
•  Dólar: o dólar não é apenas uma moeda, mas também é um indicador
financeiro. Sua cotação consegue influenciar diretamente várias partes
da economia no Brasil. Por exemplo: quando o dólar está baixo, os im-
portadores internacionais e o turismo estão mais desfavorecidos. Já em
situações de dólar alto, a inflação também aumenta, além dos preços
dos produtos que o Brasil exporta aos outros países.

Figura 8 – Dólares

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/dolar-billie-fundo-do-dinhei-
ro_1150-749.jpg?w=1060&t=st=1659456252~exp=1659456852~hmac=9e22d-
632ce56c59fce67b08dc05af9e535d2ff869fb45904708aa18e67287fb8. Acesso
em: 24 ago. 2022.

•  Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic): é a taxa bási-


ca de juros do nosso país, sendo capaz de interferir nas outras taxas.
Quem a define é o Comitê de Política Monetária (Copom) a cada 45 dias.

Ela é uma ferramenta extremamente importante para contenção da infla-


ção: quando está alta, significa que os preços dos produtos e serviços também
estão e, assim, a população consome menos e a inflação consegue ser controla-
da (ABEL; BERNANKE; CROUSHORE, 2008). Quando a taxa está baixa, a economia
aquece, as pessoas conseguem empréstimos com juros mais baixos e conseguem
consumir mais e, assim, a inflação cresce.

•  Política econômica: são as ações que os governos adotam, a fim de


controlar a economia.
•  Política monetária: controle da quantidade de dinheiro que circula em
um país.

25
Você já conhecia e entendia todos esses índices e termos? Esperamos que
sim, mas provavelmente você conhecia um ou outro, ou a maioria, mas não todos.
Esses termos econômicos não são estudados detalhadamente em escolas e facul-
dades, mas podem, com certeza, ser vistos quase que diariamente.
O Copom resolveu aumentar a taxa de juros (Selic) para 13,75% ao ano. Como
isso interfere seus investimentos em renda fixa? E a Bolsa de Valores costuma cair
ou subir com esse tipo de notícia? Ou, por exemplo, a produção de leite caiu no
último semestre, como ficarão os preços de leites e seus derivados no mercado?
Qual é a relação de oferta e demanda nesse caso?
Outro exemplo está relacionado ao preço da gasolina: quando temos au-
mento nos preços, vemos os preços dos fretes de produtos mais caros, os valores
de passagens também aumentam, além de pagarmos a mais para abastecermos
nossos veículos. Quando os preços reduzem, podemos comprar passagens mais
baratas e produtos com fretes mais em conta e pagamos mais barato no abasteci-
mento dos nossos carros.

Figura 9 – Gasolina

Fonte: https://img.freepik.com/vetores-gratis/preco-alto-para-o-conceito-de-
-combustivel-de-carro-pessoas-desperdicando-dinheiro-com-gasolina-trocan-
do-carro-por-scooter-economizando-dinheiro-ilustracao-em-vetor-plana-pa-
ra-economia-reabastecimento-conceito-de-transporte-urbano_74855-10089.
jpg?w=1060&t=st=1659456336~exp=1659456936~hmac=e3be7edf738d2f3ac3ff-
d5206be7ca9b7c465e345638a81b3fff998229f6c8d6. Acesso em: 24 ago. 2022.

A economia está relacionada a praticamente tudo que vivemos diariamente,


você observará isso corriqueiramente a partir de agora. Para entender ainda mais
sobre esses conceitos e vê-los na prática, sugerimos que acompanhe as notícias
econômicas, filtrando sites de confiança e verificando como essas notícias interfe-
rem em sua vida particular (MOCHÓN, 2009).

26
RESUMO DO TÓPICO 1

Neste tópico, você aprendeu:

• Podemos dizer que a economia está preocupada com a forma que as pessoas
economizam seu dinheiro ou, em outras palavras, com a forma que as pessoas
gastam sua renda, buscando fazer com que os indivíduos gastem seus recursos
da forma mais sábia e proveitosa possível.
• O papel do economista, o qual entende as alterações ocorridas no mercado e na
economia de maneira global, relacionando essas mudanças às tarefas econômi-
cas da sua área de atuação.
• A importância da economia, a economia está relacionada com a política. Afinal,
a economia está relacionada a dinheiro, recursos, produtos e serviços e, assim,
nenhum governante deve ignorar sua função e seu peso. Muito pelo contrário,
os políticos precisam fazer o possível para que a economia funcione bem.
• A escassez de produtos, que está relacionada a recursos limitados disponíveis,
produtos que não são possíveis de serem produzidos de maneira infinita, mesmo
que as necessidades e a vontade das pessoas sejam insaciáveis e ilimitadas.
Sendo assim, a economia busca compreender o comportamento do indivíduo
em relação às suas necessidades com os recursos que estão disponíveis para a
satisfação de suas necessidades.

27
AUTOATIVIDADE

1. Todos os indivíduos têm desejos e necessidades. As necessidades são


os itens essenciais, como alimentação, água, moradia, roupas etc. Os de-
sejos são itens não necessários, mas que nos fazem bem e melhoram
nossa qualidade de vida, por exemplo: telefone celular, veículo, televisão,
moradia em um lugar mais seguro etc. Assinale a alternativa CORRETA
quanto à relação entre economia e política:

a. ( ) A economia está relacionada à política de maneira direta.


b. ( ) A economia não está relacionada à política.
c. ( ) A economia não leva em consideração os pontos políticos para
a tomada de decisões.
d. ( ) A política não leva em consideração os pontos econômicos
para a tomada de decisão.

2. Os economistas têm a função de consertar o que está quebrado, bus-


cando alternativas para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. Para
concretizar esse trabalho, eles analisam os dados, as estatísticas e os
fatos históricos, bem como os comportamentos dos clientes e as tendên-
cias nas atividades econômicas.

Com base nas definições e funções dos economistas, analise as sentenças a


seguir:

I. Os economistas priorizam compreender a maneira como a socie-


dade produz e distribui os serviços e produtos disponíveis.
II. Os economistas têm foco principal no desenvolvimento de estra-
tégias para crescimento do emprego no país.
III. Os economistas priorizam compreender a maneira como a socie-
dade utiliza os serviços e produtos disponíveis.

Assinale a alternativa CORRETA:

a. ( ) As sentenças I e II estão corretas.


b. ( ) Somente a sentença II está correta.
c. ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d. ( ) Somente a sentença III está correta.

28
3. As ciências econômicas são uma matéria de estudo ampla e cheia de
conceitos relacionados. O entendimento desses termos é fundamental
e, inclusive, é visto praticamente de maneira diária, mesmo que de for-
ma indireta, pelos cidadãos. De acordo com os conceitos da economia,
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) Os tributos são cobrados de maneira compulsória.


( ) Os tributos são uma forma de impostos.
( ) Os impostos são uma forma de tributos.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a. ( ) V – F – F.
b. ( ) V – F – V.
c. ( ) F – V – F.
d. ( ) F – F – V.

4. A escassez de produtos estuda as maneiras de comportamento humano


que são resultados da relação das necessidades humanas e dos recur-
sos que estão disponíveis para concretizá-las. Assim, a economia está
constantemente analisando os problemas econômicos, o que é preciso
produzir, o tempo certo para a produção, a quantidade da produção e
o público-alvo da produção. Nesse sentido, apresente brevemente os
conceitos de mercado de capital, mercado cambial, mercado monetário,
mercado de crédito e mercado financeiro.
5. O Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) é a taxa básica de
juros do nosso país, de modo a interferir em outras áreas da economia.
Quem a define é o Comitê de Política Monetária (Copom) a cada 45 dias.
Nesse sentido, descreva uma situação do cotidiano em que você identifi-
ca o efeito da alteração da taxa Selic.

29
TÓPICO 2

PRINCÍPIOS DA
ECONOMIA
1 INTRODUÇÃO
Entendemos que o termo “economia” significa “administração do lar”. Assim,
podemos relacionar o lar à sociedade. Portanto, a economia estuda a maneira de
administrar a sociedade e as formas de gerenciar os recursos escassos.
Também compreendemos que a escassez é a menor quantidade de pro-
dutos ou serviços a serem oferecidos em relação ao que as pessoas querem ou
precisam ter. Assim, a economia busca gerenciar esses produtos ou serviços, a fim
de melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.
O estudo e a compreensão da economia não são uma tarefa extremamente
simples, até pelo fato de ela ter diversos campos de atuação e estudo. Dessa forma,
o economista Gregory N. Mankiw desenvolveu e escreveu, em seu livro Introdução
à Economia, os 10 princípios da economia, com o intuito de melhorar e realmente
funcionar essa relação econômica.
Além disso, com o interesse de melhorar a exposição desses princípios, o
famoso economista os dividiu em três categorias.

30
Quadro 3 – Divisões dos Princípios

Fonte: a autora

De acordo com Mankiw (2015), as divisões dos 10 princípios é feita da se-


guinte forma: os quatro primeiros estão relacionados à maneira como as pessoas
realizam os processos decisórios, os três seguintes estão relacionados à maneira
como as pessoas interagem e os três últimos estão relacionados à maneira como a
economia funciona.

2 OS 10 PRINCÍPIOS DA ECONOMIA
Compreendendo a divisão dos 10 princípios da economia, vamos entender
cada um deles detalhadamente.

1. Pessoas enfrentam tradeoffs: esse princípio, que está relacionado à


tomada de decisões, entende que “não há almoço de graça”. Em outras
palavras, tudo tem um custo. Ao escolher certa coisa, abdicamos de
outras, para seguir aquele caminho.

31
Figura 10 – Decisões

Fonte: https://img.freepik.com/vetores-gratis/tres-estradas-e-ponto-de-interroga-
cao_1284-43358.jpg?w=1060&t=st=1659456368~exp=1659456968~hmac=f09c-
9307d3ac5d08876667507cb930a27716f79916f90ffa57d4411c1f0856ca. Acesso em:
24 ago. 2022.

NOTA
Tradeoff significa situações em que o indivíduo precisa trocar uma situação
ou coisa pela outra.

Portanto, para que uma pessoa tenha algo que quer muito, ela também pre-
cisa desistir de algo que quer muito. Por isso, o termo “enfrentar tradeoffs” significa
que as pessoas passam por conflitos relacionados às escolhas.
Vamos a um exemplo real: você tem, diariamente, quatro horas líquidas para
fazer o que quiser. Você pode utilizá-las para praticar esportes ou para utilizar as
redes sociais. Assim, a cada uma hora que você fica nas redes sociais, resulta uma
hora a menos que você poderia estar indo à academia e o contrário também é
válido.
A economia utiliza esse conceito para comparar opções disponíveis e sua
utilização para escolher a melhor alternativa. Assim, entende-se que não só desis-
tiu de outras alternativas disponíveis, mas também escolheu a melhor alternativa
possível.
Separamos mais alguns exemplos quanto à tomada de decisões, em que os
indivíduos enfrentam tradeoffs:

32
1º exemplo: como utilizar seu tempo de 14h00min às 15h30min: ler artigos
de economia ou dormir?
2º exemplo: como utilizar seu tempo nas férias: descansando ou estudando?

2. O custo de algo é dado pelo que você desiste para obtê-la: tam-
bém relacionado a tomadas de decisão, esse princípio entende que,
quando se faz uma escolha racional, o indivíduo passa a comparar o
custo e os benefícios de cada opção disponível. Entretanto, não são
todas as decisões que estão relacionadas a custos e benefícios como
valores monetários, tornando mais complicada a identificação dos cus-
tos relacionados.

Vamos a um exemplo: você passou para um curso gratuito de ciências eco-


nômicas na universidade da sua cidade. Você pode até entender que, pelo fato de o
curso ser gratuito, você estuda sem pagar nada. No entanto, essa não é uma infor-
mação verdadeira, pois existem cursos indiretos, como material escolar, transporte
e tempo.
Durante o período do curso, o aluno poderia cursar outro curso, o que re-
sultaria mais benefícios futuros, sendo que esses cursos que não calculamos são
chamados de custos de oportunidade.
Portanto, podemos entender que o custo de oportunidade é o que o in-
divíduo desiste para obtê-lo. No exemplo dado, o indivíduo que escolheu cursar
economia desistiu de alguns anos de sua vida para cursar todos os outros cursos
disponíveis.

3. Pessoas racionais pensam na margem: é decidido algo quando o


benefício marginal de uma decisão supera o custo marginal.

Analisemos alguns exemplos: quando você decide virar corredor, o processo


decisório não está relacionado a correr 500 metros ou três quilômetros. O processo
decisório é relacionado a correr um metro a mais (ou a menos), principalmente em
momentos de cansaço ou desmotivação. O princípio de “pessoas racionais pensam
na margem” está relacionado às alterações “marginais”. No exemplo da corrida, as
decisões serão voltadas às seguintes indagações: “correr, ou não, mais um metro?”;
“aguento mais 500 metros?” etc. Outros exemplos pessoais são: “comerei a sobre-
mesa hoje, ou não?”; “consigo ler 20 páginas daquele livro por dia, ou não?” etc.

4. Pessoas respondem aos incentivos: o último princípio relacionado à


tomada de decisão é o que entende que as pessoas reagem aos incen-
tivos. Todas as pessoas têm certos incentivos para realizar certa tarefa:
o incentivo para correr é relacionado à saúde física e à saúde mental, o
incentivo sobre fazer aquele curso em ciências econômicas é imaginar
um futuro melhor.

33
Figura 11 – Incentivos

Fonte: https://img.freepik.com/vetores-gratis/empresario-com-taca-de-tro-
feu-pulando-em-livros-para-o-alvo-e-seta-ascendente-motivacao-suces-
so-no-trabalho-conceito-de-incentivo-em-fundo-branco_335657-1682.
jpg?w=1060&t=st=1659456502~exp=1659457102~hmac=be7da3c2d5f8dc226a-
21f399b1e4210f06228ffe020becb6f17d303d304ca669. Acesso em: 24 ago. 2022.

Imagine que seu filho não quer realizar as tarefas de casa, pois ele não vê
incentivo e entende que existem tarefas a serem feitas que trarão melhores bene-
fícios (segundo as preferências dele). Quando você oferece a ele um sorvete após
a realização de tarefas ou fala que ele poderá jogar mais tempo se tirar x nota na-
quela matéria, seu filho terá mais vontade para concretizar aquela tarefa e garantir
notas melhores. Essas atitudes acontecem pelo fato de que as pessoas reagem
aos incentivos, sendo que os incentivos podem ser em casos simples ou em casos
mais complexos.
Podemos, inclusive, relacionar esse princípio ao segundo princípio (o custo
de algo é dado pelo que você desiste para obtê-la). Repare que os indivíduos cos-
tumam comparar os benefícios e os custos nas tomadas de decisões. Sendo assim,
seus comportamentos podem alterar quando os benefícios e os custos se alteram.
Afinal, os indivíduos respondem aos incentivos. Analise mais um exemplo:
1º exemplo: quando o supermercado resolve subir o preço das laranjas,
os clientes resolvem comprar mais bananas para comer. O valor da laranja é
mais caro que o valor das bananas;
2º exemplo: a obrigatoriedade da utilização dos cintos de segurança é
por conta da redução dos números de acidentes.

5. O comércio pode melhorar a situação de todos: o primeiro princí-


pio relacionado à maneira como as pessoas interagem. Esse princípio
parece ser óbvio, mas realmente pode ser positivo para todas as partes
relacionadas. Por exemplo: o Brasil faz trocas com outros países, por-
que ele é bom na produção do produto x, enquanto os outros países são
bons na produção do produto y. Assim, o Brasil consegue se concentrar
na produção do que realmente ele faz de melhor e a mesma coisa acon-
34
tece nos demais países. Dessa forma, o comércio internacional se torna
mais benéfico e viável.

Figura 12 – Produção brasileira

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/agricultura-e-conceito-de-pro-
ducao-de-alimentos-com-silos-de-maquina-de-trator-e-sistema-de-irriga-
cao_342744-565.jpg?w=1060&t=st=1659456562~exp=1659457162~hmac=1baa-
458a7f6310f6508fe805b9218500162f1d22e55e71c5a73921c1086f64da. Acesso em:
24 ago. 2022.

A mesma coisa acontece na procura por empregos: uma pessoa, ao pro-


curar um emprego, concorre com outros candidatos. Mesmo que haja competição
pela vaga no mercado de trabalho, esse indivíduo não estaria em situação mais fa-
vorável se estivesse sozinho, pois cada pessoa se especializa no que faz de melhor,
tendo troca de experiências e forçando-o a se desenvolver mais.

6. Os mercados são, em geral, uma boa forma de organizar a ativi-


dade econômica: também é um princípio óbvio, já que as economias
costumam ser bastante organizadas entre os mercados. Entretanto,
precisamos dizer que essa ação nem sempre foi assim.

Na União Soviética, por exemplo, os países comunistas mantiveram suas


economias por meio de um planejador central. Dependia desse personagem a de-
cisão sobre a produção dos bens e serviços, entendendo que o governo conseguia
organizar as tarefas econômicas e a geração de melhorias aos países. O tempo
mostrou que essa decisão não foi a mais certeira e, assim, boa parte dos países
começaram a inserir a economia de mercado.

35
NOTA
A economia de mercado é feita da seguinte maneira: as decisões que antes
eram realizadas pelo planejador central começaram a ser repassadas para
firmas e agentes, sendo que as firmas decidiam o que produzir e os agen-
tes decidiam os locais de trabalho e o que consumir. Assim, a junção desses
dois personagens, bem como seus trabalhos, resultaram melhor qualidade de
vida, aumento do bem-estar social e melhor economia.

7. Os governos podem melhorar os resultados do mercado às vezes:


mesmo que seja uma forma de organizar a economia, os mercados es-
tão sujeitos às falhas. Assim, o governo pode interferir, principalmente
em situações em que o mercado não consegue alocar seus recursos de
forma eficiente.

Vamos imaginar que uma empresa tem suas indústrias próximo a um rio. A
sua produção traz resultados lucrativos e com muitos benefícios à instituição, mas
sua indústria desenvolve poluentes e polui o rio, prejudicando a população. Com o
intuito de corrigir essa falha de mercado e melhorar os resultados, o Estado busca
desestimular a poluição dos rios e diminuir o custo social de produção da empresa.

NOTA
Falha de mercado é o momento em que o mercado não consegue uma boa
alocação dos recursos, bens e serviços. Geralmente, as situações de falha de
mercado acontecem em situações de cartel ou monopólio, ou em momentos
em que o desemprego está em alta.

8. O padrão de vida de um país depende de sua capacidade de pro-


duzir bens e serviços: este é o primeiro princípio relacionado à manei-
ra como a economia funciona.

Por exemplo, existem empregos no Brasil que ganham menos do que nos
Estados Unidos, mesmo praticando as mesmas tarefas e com a mesma carga ho-
rária. A diferença está relacionada à produtividade média que difere entre o Brasil
e os EUA.
Mesmo que tenha a mesma condição de trabalho e quantidade de horas
trabalhadas, a produção de bens ou a realização de serviços de um país gera mais

36
valor à economia do que de outro país e, por isso, o funcionário ganha mais do que
o outro.
O crescimento dos salários pode até estar relacionado às políticas públicas e
aos sindicatos com maior ou menor poder, mas essa questão, na verdade, está re-
lacionada à capacidade de produção de bens ou à realização de serviços em menor
tempo. Confira mais alguns exemplos:
1º exemplo: o sindicato de salário-mínimo não é o responsável pelo padrão
de vida dos funcionários dos EUA. Na verdade, a causa é a produtividade que cres-
ce bastante;
2º exemplo: o crescimento do padrão de vida acontece, considerando al-
guns pontos importantes, como: qualificação profissional, educação e tecnologia.

ATENÇÃO
Portanto, o ponto principal do oitavo princípio está alinhado com a produtivi-
dade, entendendo-se que a economia cresce quando cresce a produtividade
média. Assim, a renda per capita do Brasil é proporcional à sua produção mé-
dia. Além disso, a forma de crescer essa produtividade média é por meio do
desenvolvimento da população, qualificando a mão de obra, tendo ferramen-
tas que ajudam no desenvolvimento da produção e também tendo tecnologia
apropriada para esse crescimento.

Figura 13 – Qualificação

Fonte: https://img.freepik.com/vetores-gratis/treinador-falando-antes-
-da-audiencia-mentor-apresentando-graficos-e-relatorios-funciona-
rios-reunidos-em-treinamento-empresarial-seminario-ou-conferencia-
-ilustracao-vetorial-para-apresentacao-palestra-educacao_74855-8294.
jpg?w=1060&t=st=1659456628~exp=1659457228~hmac=0f29a916a5701e-
417219c2935469e9f090637cc4ee8bdb5d3362e2dcf30a1b70. Acesso em: 24 ago.
2022.

37
9. Os preços sobem quando o governo emite mais moedas do que o
necessário: quando vivemos épocas de crise ou de inflação alta, mui-
tas pessoas questionam o porquê de o Estado não imprimir mais moeda
e resolver o problema. A questão é que a emissão de dinheiro não resol-
ve o problema, pode até prejudicar.

Ao imprimir moeda, o dinheiro perde valor, crescendo ainda mais os preços


dos serviços e produtos. Imagine que todas as pessoas recebessem R$1.000.000,00
mensais. Seria impossível manter o preço de um pão em torno de R$1,00, por exem-
plo.
Isso aconteceu na Alemanha em torno de 1920: os preços aumentaram três
vezes o valor, porque o valor da moeda tinha aumentado também três vezes. Nos
Estados Unidos, em torno de 1970, não diferiu: a inflação cresceu como conse-
quência do crescimento da moeda local.

10. A sociedade enfrenta um tradeoff de curto prazo entre inflação


e desemprego (curva de Phillips): já compreendemos que a inflação
é o crescimento generalizado dos preços em um local. Você sabe qual é
a relação entre o nível de desemprego com a inflação?

Existe uma curva conhecida como “curva de Phillips”, que busca entender
a relação entre o desemprego e a inflação. Existem muitos economistas contra a
utilização dessa curva, mas há também a concordância em que não tem como o
Estado aumentar a oferta de moeda em circulação e diminuir o desemprego, sem
haver inflação no curto prazo. Essa relação é explicada por haver alguns produtos
em que os preços se ajustam devagar.

DICA
Para saber mais sobre a Curva de Phillips, leia a notícia a seguir, disponível
em: A curva Phillips na perspectiva keynesiana (artigo) | Khan Academy.

IMPORTANTE
A relação da inflação e desemprego é maior no curto prazo, diluída ao longo
do tempo.

Assim, se o Estado diminuir a quantidade de moeda, a sociedade terá me-


nos dinheiro para consumir e, pelos valores não diminuírem no curto prazo, as em-

38
presas vendem menos, podem demitir mais profissionais e os preços dos produtos
ainda ficarão altos. Entretanto, no médio para longo prazo, os preços começam a se
reduzir e volta a subir a quantidade de funcionários contratados.

Figura 14 – Desemprego

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/jovem-empresario-se-sentindo-preo-
cupado-em-perder-o-emprego-e-pensar-em-algo-no-escritorio_637285-6351.
jpg?w=1060&t=st=1659456704~exp=1659457304~hmac=c731db711a3600189b5a-
1f0096c759bb552040b94e5256164d0a73aec772f606. Acesso em: 24 ago. 2022.

Os 10 principais princípios da economia são temas iniciais no estudo da teo-


ria econômica nas mais diversas instituições de ensino, visto que eles são os pila-
res para a compreensão dos mais variados efeitos econômicos. Entretanto, esses
princípios não estão imunes às críticas ou às indagações, havendo estudiosos que
discordam de parte dos conceitos e da utilização.

39
RESUMO DO TÓPICO 2

Neste tópico, você aprendeu:

• A divisão dos princípios em economia, em que os quatro primeiros são relacio-


nados à maneira como as pessoas realizam os processos decisórios, os três se-
guintes são relacionados à maneira como as pessoas interagem e os três últimos
estão relacionados à maneira como a economia funciona.
• Que as pessoas enfrentam tradeoffs. Esse princípio está relacionado à tomada
de decisões, entende que “não há almoço de graça”. Em outras palavras, tudo
tem um custo. Ao escolher certa coisa, abdicamos de outras para seguir aquele
caminho.
• O custo de alguma coisa é dado pelo que você desiste para obtê-la: também
relacionado a tomadas de decisão, esse princípio entende que, quando se faz
uma escolha racional, o indivíduo passa a comparar o custo e os benefícios de
cada opção disponível.
• Pessoas racionais pensam na margem: é decidido algo quando o benefício mar-
ginal de uma decisão supera o custo marginal.
• Pessoas respondem aos incentivos: o último princípio relacionado à tomada de
decisão é o que entende que as pessoas reagem aos incentivos.
• O comércio pode melhorar a situação de todos: o primeiro princípio está relacio-
nado à maneira que as pessoas interagem.
• Os mercados são, em geral, uma boa forma de organizar a atividade econômica.
Também é um princípio óbvio, já que as economias costumam ser bastante or-
ganizadas entre os mercados.
• Os governos podem melhorar os resultados do mercado às vezes, pois mesmo
que sejam uma forma de organizar a economia, os mercados estão sujeitos às
falhas.
• O padrão de vida de um país depende de sua capacidade de produzir bens e
serviços, este é o primeiro princípio relacionado à maneira que a economia fun-
ciona.
• Os preços sobem quando o governo emite mais moedas do que o necessário,
quando vivemos épocas de crise ou de inflação alta, muitas pessoas questionam
o porquê de o Estado não imprimir mais moeda e resolver o problema.

40
• A sociedade enfrenta um tradeoff de curto prazo entre inflação e desemprego
(curva de Phillips), e a inflação é o crescimento generalizado dos preços em um
local.

41
AUTOATIVIDADE

1. Com base nos conhecimentos de economia, compreendemos que a es-


cassez indica que os recursos não podem ser suficientes para atender às
demandas de todos simultaneamente. Nesse sentido, assinale a alterna-
tiva CORRETA:

a. ( ) A economia estuda a maneira de administrar a sociedade e as


formas de gerenciar os recursos escassos.
b. ( ) A engenharia estuda a maneira de administrar a sociedade e as
formas de gerenciar os recursos escassos.
c. ( ) A ergonomia estuda a maneira de administrar a sociedade e as
formas de gerenciar os recursos escassos.
d. ( ) A economia estuda a maneira de administrar a sociedade e as
formas de gerenciar os recursos abundantes.

2. O estudo e a compreensão da economia não é uma tarefa extremamente


simples, até pelo fato de ela ter diversos campos de atuação e de estudo.
Assim, o economista Gregory N. Mankiw (2015) desenvolveu e escreveu
em seu livro Introdução à Economia os 10 princípios da economia, com o
intuito de melhorar e realmente funcionar essa relação econômica. Com
base nas divisões dos princípios da economia, analise as sentenças a se-
guir:

I. A maneira como as pessoas realizam os processos decisórios é


uma das categorias dos princípios da economia.
II. A maneira como as pessoas interagem é uma das categorias dos
princípios da economia.
III. A maneira como a economia funciona está relacionada à catego-
ria que trata sobre como as pessoas interagem.

Assinale a alternativa CORRETA.

a. ( ) As sentenças I e II estão corretas.


b. ( ) Somente a sentença II está correta.
c. ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d. ( ) Somente a sentença III está correta.

42
3. A Economia é dividida em 10 princípios, conforme o economista Mankiw
(2015). Segundo os princípios e as normativas elencadas por Mankiw,
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) Pessoas enfrentam tradeoffs.


( ) O custo de algo é dado pelo que você consegue pagar.
( ) Pessoas racionais pensam na margem.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a. ( ) V – F – V.
b. ( ) V – F – V.
c. ( ) F – V – F.
d. ( ) F – F – V.

4. Os princípios da economia foram estudados e divulgados por Gregory N.


Mankiw (2015), em seu livro Introdução à Economia, tendo como objetivo
principal melhorar o funcionamento da relação econômica. Os princípios
são divididos em 10, mas Mankiw dividiu esses princípios em três partes.
Disserte sobre a maneira por meio da qual o autor dividiu esses princí-
pios.
5. O crescimento dos salários pode até estar relacionado às políticas pú-
blicas e aos sindicatos com maior ou menor poder, mas essa questão,
na verdade, está relacionada à capacidade de produção de bens ou à
realização de serviços em menor tempo. Nesse sentido, apresente dois
exemplos em que temos o crescimento de salários.

43
TÓPICO 3

EVOLUÇÃO E DIVISÃO
DO ESTUDO DA
ECONOMIA
1 INTRODUÇÃO
Neste Tópico, abordaremos a evolução da economia. A economia foi reco-
nhecida e estudada como ciência há apenas 500 anos, na mesma época de desen-
volvimento das técnicas comerciais e de desenvolvimento das nações. Entretanto,
os conceitos e as relações da economia com nosso dia a dia já eram vistos há
séculos, inicialmente de maneira filosófica, até pela origem do seu próprio nome, na
Grécia Antiga. Nessa época, os gregos Platão e Aristóteles ajudaram bastante com
seus pensamentos e suas ideologias.
Na sequência, abordaremos o funcionamento e as divisões da economia.
As divisões da economia são a macroeconomia e a microeconomia, sendo que seu
foco em tempos atuais se encontra no diagnóstico e na gestão dos vários tipos de
organização existentes (privadas, públicas, cooperativas etc.).
Por fim, abordaremos o fluxo circular da renda. O fluxo circular de renda con-
sidera dois fatores: as famílias e as organizações, sendo esses participantes ativos
da economia. Além desses dois principais personagens, esse modelo também leva
em consideração o governo como um personagem importante.
Nesse sentido, estudaremos a evolução e a divisão do estudo da economia.
Vamos nessa?

2 EVOLUÇÃO DA ECONOMIA
Aristóteles entendia que os pensamentos econômicos e as atividades da
economia eram “artes naturais e não naturais de aquisição”. Nesse caso, as aqui-
sições naturais eram relacionadas à agricultura, à caça e à pesca, entendendo que
essas tarefas traziam bens que eram fundamentais para a vida da população. Para
ele, as aquisições não naturais estão relacionadas a bens que não eram fundamen-
tais à vida, isso é entendido como consumo desenfreado.

44
Figura 15 – Consumismo

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/shopaholism-com-sacos_1098-13152.
jpg?w=1060&t=st=1659456772~exp=1659457372~hmac=0b077696f04a8f8b30ba-
c3fd10a435edaa9e4bd1bd78b3678dec4ca47a2ab08b. Acesso em: 24 ago. 2022.

Platão defendia que o Estado deveria seguir regras e leis, além de priorizar a
especialização do homem, entendendo ser o fator principal para o desenvolvimento
da sociedade e, consequentemente, da economia (MOCHÓN, 2007). Essa ideia foi
muito explorada posteriormente pela economia, mas também pela psicologia e pela
administração.
Ainda sobre a evolução e as influências externas para o desenvolvimento da
ciência econômica, precisamos citar também a Igreja Católica, principalmente as
ideias de São Tomás de Aquino referente aos preços dos produtos ou serviços. Ele
definiu o conceito de “preço justo” para o preço que não havia vantagem para uma
parte (comprador e vendedor).
Indo um pouco mais adiante, em poucos séculos depois de Cristo, preci-
samos entender os principais modelos econômicos existentes naquele momento.
Acompanhe.

•  Feudalismo: mesmo já havendo conceitos e termos econômicos an-


tes de Cristo, a evolução do estudo sobre economia aconteceu mesmo
em torno do século XV d.C., mesmo que, no século IV d.C., já tivesse o
feudalismo como sistema econômico presente naquele momento. Isso
surgiu após a derrota do Império Romano, em que as invasões resulta-
ram cidades que não se desenvolviam, sendo necessário o crescimento
de comunidades rurais mais fortes. A principal atividade econômica era
na agricultura e também havia muitas trocas de mercadorias, já que as
moedas ainda não eram comuns como forma de pagamento. Entretan-
to, existiam obrigações e tributos a serem pagos aos senhores feudais,
que basicamente eram:

45
•  corveia: os servos tinham que trabalhar na casa dos senhores feu-
dais algumas vezes por semana;

Figura 16 – Trabalho nas fazendas feudais

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-premium/agricultor-dirigindo-pequeno-trator-
-para-cultivo-do-solo-e-escavacao-de-batata-colheita-de-batata-colheita-de-ou-
tono_106029-673.jpg?w=106. Acesso em: 24 ago. 2022.

•  talha: deveriam ser entregues parte da produção (em torno de um


terço) aos senhores feudais;
•  taxa de justiça: os servos precisavam pagar uma quantia aos se-
nhores feudais para serem julgados. Esse modelo econômico teve
sua queda aproximadamente em torno do século X d.C., sendo con-
sequência do crescimento da população e da redução da produtivi-
dade dos feudos.
•  Mercantilismo: mesmo que o feudalismo tenha acabado, ele conse-
guiu desenvolver muitas cidades e, com isso, o comércio se expandia
para outros locais. Algumas consequências desse crescimento foram
o descobrimento do ouro e seu uso como moeda. Esse ponto foi muito
importante, pois facilitava o comércio e suas transações. Além disso,
as navegações começaram a ser ainda mais exploradas e assim foram
sendo descobertas novas rotas, novos comércios, novas colonizações,
novas culturas etc.

46
IMPORTANTE
Esse crescimento fez surgir o papel do rei como centralizador das responsa-
bilidades e dos compromissos, diminuindo ainda mais o papel dos senhores
feudais.

Assim, surge o mercantilismo, com as seguintes características:

•  ouro e prata: no mercantilismo, havia acúmulo dessas pedras, pois


se entendia que, quanto mais essas riquezas o país tinha, mais de-
senvolvido e poderoso ele era;

Figura 17 – Ouro, Bronze e Prata

Fonte: https://img.freepik.com/vetores-gratis/selo-de-cera-de-ouro-prata-bron-
ze_88138-140.jpg?w=1060&t=st=1659456898~exp=1659457498~hmac=a5edf-
083d9ede76b1f9aac4f960b8cde92eabdd190a4097cca4d3270ac6ce0c5. Acesso
em: 24 ago. 2022.

•  tributações e restrições: no mercantilismo, havia incentivos fis-


cais para produtos que eram desenvolvidos no país, além de isenção
tributária para produtos que não conseguiam ser desenvolvidos in-
ternamente;
•  colonização: o mercantilismo acreditava na colonização, entenden-
do que, ao ter colônias dependentes, tinha mais facilidade na impor-
tação de produtos com menores custos;
•  contra-pedágios: o mercantilismo não era a favor dos pedágios de
mercadoria, pois acreditavam que isso cresceria os valores dos cus-
tos;
•  maior população: o mercantilismo entendia que, quanto mais mão
de obra, mais baixos seriam os custos com salários e de produção.

Mesmo sendo um modelo mais exagerado em suas concepções, o mercan-


tilismo ajudou bastante na mudança da economia monetária para a economia mo-

47
netária, principalmente pela utilização de novos modelos de pagamento e demais
mudanças ocorridas (PARKIN, 2003).

•  Fisiocracia: surgido na França, em torno do século XVIII d.C. e contra


as ideias do feudalismo e mercantilismo, a fisiocracia entendia que as
pessoas deveriam fazer o que entendiam ser o melhor, sem ter a opinião
ou a interferência do Estado. Eles entendiam que o governo não podia
intervir em pontos econômicos, com exceção apenas para manter o li-
vre comércio. Além disso, a fisiocracia entendia que as tarefas agrícolas
eram as únicas com prosperidade e que a indústria e o comércio só
complementam a agricultura.

Um dos principais fatores que tornou a economia conhecida como ciência


foi a Teoria Clássica, desenvolvida por Adam Smith, que estudou Filosofia e Di-
reito e defendia a ideia da necessidade de reformas de conceitos clássicos. Adam
Smith defendia algumas ideias, como:

•  queda da taxa de lucro;


•  divisão do trabalho.

Mais tarde, tivemos o economista francês Jean-Baptiste Say, que con-


tribuiu para a economia ao defender a ideia de que toda a produção iria para o
mercado, de forma que a “oferta criaria a sua própria demanda”. Dessa forma, os
momentos de queda da economia seriam causados pela falta de produção, e não
pela escassez de demanda. Isso seria impossível na visão de Say.
Logo depois, tivemos Karl Marx, que apontou algumas contradições da
Teoria Clássica. Uma delas é sobre a divisão do trabalho, já que o modelo como
estava acabava por colocar o trabalhador em uma situação quase que excluída do
corpo social da empresa. A outra crítica é sobre a queda da taxa de lucro e a crise,
pois à medida que as máquinas fossem sendo incorporadas na produção, a taxa de
lucro se reduziria e poderia levar à queda do sistema capitalista.
Em seguida, surge a figura do inglês Alfred Marshall. Marshall ficou co-
nhecido por ser o representante da Economia Neoclássica, estudando conceitos
importantes sobre a elaboração de preços e o equilíbrio mercantil. Marshall explica
que, quanto mais havia o consumo de algum produto, menos útil ele se tornaria e,
por isso, seu preço seria provavelmente diminuído. Ao mesmo tempo, ele entendia
que seu uso estava relacionado à disponibilidade e ao nível de importância desse
produto para a realização das necessidades dos indivíduos.
Outra figura importante para o desenvolvimento da Economia como ciência
foi Jonh Maynard Keynes, considerado o principal economista do século XX. Ele
teve maior fama ao explicar vários pontos sobre o motivo da crise de 29, nos Esta-
dos Unidos, além de buscar solucioná-la.

48
Para Keynes, a crise de 1929 aconteceu devido à alta quantidade de pro-
dução, sendo superior à procura. Assim, ele explicava os seguintes com conceitos:

•  orientação por demanda: segundo esse conceito, a oferta desenvol-


veria sua demanda. A crise de 1929 mostrou isso na prática.

Figura 18 – Análise das demandas

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/leia-antes-de-assinar_1098-13315.
jpg?w=1060&t=st=1659456943~exp=1659457543~hmac=e054a078d13029680c-
5fe2d33c9a7421b476a50d5b0b20b40bf46fe480b3bee2. Acesso em: 24 ago. 2022.

•  instabilidade na economia: esse conceito explicava que, em crises,


o Estado precisava intervir por meio de políticas monetárias e fiscais,
focando na organização da produção econômica.

Em 1976, Milton Friedman também se tornou uma importante ferramenta


da economia, ganhando um Prêmio Nobel de Economia. Milton estudava a impor-
tância da moeda sobre a economia, entendendo que, em momentos em que as
moedas passam da capacidade de produção, surgirá a inflação e, em momentos
em que houver menos moeda do que a capacidade de produção, haverá recessão.
Podemos concluir que a economia não é uma ciência fixa, muito pelo con-
trário: ela é mutável e sofreu diversas alterações ao longo dos séculos. Assim, a
ciência social da economia estuda maneiras de atender aos desejos e às necessi-
dades que os homens têm.

3 FUNCIONAMENTO E DIVISÕES DA ECONOMIA


A economia funciona de forma mecânica e seguindo processos bem de-
lineados. Para a compreensão do seu funcionamento, precisaremos entender as
suas divisões. As divisões da economia são a macroeconomia e a microeconomia,
sendo que seu foco em tempos atuais se encontra no diagnóstico e na gestão dos

49
vários tipos de organização existentes (privadas, públicas, cooperativas etc.); e nos
domínios de finanças, ambiente, internacional, mercado de trabalho, desenvolvi-
mento do Estado, agricultura, cultura e afins (O’SULLIVAN; SHEFFRIN; NISHIJIMA,
2004).

Quadro 4 – Divisões da economia

Fonte: a autora

A microeconomia está relacionada ao comportamento de uma entidade


ou de um indivíduo, além do estudo do mercado sobre como essas peças intera-
gem, tentando compreender as diversas maneiras de comportamento nos proces-
sos decisórios das pessoas. A microeconomia é considerada matemática exata, já
que considera pontos como a oferta e a demanda, o produto individual, os salários,
os preços de produtos e de fatores, entre outros (TEBCHIRANI, 2012).

Figura 19 – Microeconomia

Fonte: https://img.freepik.com/vetores-gratis/investidores-empresariais-equilibran-
do-se-em-escalas-alcancando-crescimento-de-lucro_74855-20004.jpg?w=1060&-
t=st=1659456983~exp=1659457583~hmac=8ec6cbaaccd1c508538844b893e-
2233c9606b0c04e6dfb0640219b18558ac917. Acesso em: 24 ago. 2022.

50
Segundo Paul Krugman e Robin Wells (2009), a microeconomia procura en-
tender se as pessoas estão em busca dos seus próprios interesses ou estão com o
propósito de ajudar na promoção da sociedade.
Perceba que o foco da microeconomia é o entendimento das escolhas rea-
lizadas pelos agentes econômicos, buscando comparar os benefícios para a satis-
fação dos consumidores.

NOTA
A microeconomia se preocupa em compreender o comportamento dos con-
sumidores, das unidades, das empresas e indústrias, bem como suas inter-
-relações.

Paul Samuel e John Hicks são considerados os principais desenvolvedores


da microeconomia atual, sendo que ela é dividida em:

1. teoria do consumidor: busca compreender o comportamento das


pessoas ao realizar compras com restrições dos orçamentos;

DICA
Para saber mais sobre a taxa de variação, assista ao vídeo Unidade: Teoria
do Consumidor. Disponível em: https://pt-pt.khanacademy.org/math/11ano/
xec1aeb6fd449d293:funcoes-reais-de-variavel-real/xec1aeb6fd449d293:-
derivada-num-ponto-interpretacao-geometrica/v/derivative-as-a-limit-nu-
merical.

2. teoria da firma: busca compreender o comportamento das entidades


que querem crescer seus lucros, mesmo contendo restrições da tecno-
logia;
3. teoria das trocas de mercado: essa troca pode ser concorrencial ou
pode acontecer de não ser;
4. teoria do ótimo econômico: avalia a qualidade econômica nas intera-
ções entre os agentes, utilizando o mercado e comércio para esse fim.

Já a macroeconomia estuda os processos microeconômicos, analisando


a economia em um contexto geral, observando o comportamento do bloco econô-
mico, de uma nação ou do mundo.

51
Figura 20 – Macroeconomia

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-premium/mercado-de-valores-de-accao-ou-
-grafico-de-troca-dos-estrangeiros-no-conceito-grafico-apropriado-para-o-inves-
timento-financeiro-ou-a-ideia-economica-do-negocio-das-tendencias-e-todo-
-o-projeto-de-trabalho-da-arte-abstratos-financas-fundo_73426-181.jpg?w=1060.
Acesso em: 24 ago. 2022.

A macroeconomia também estuda outros pontos, como o nível de preços


dos produtos e serviços, a produção do país, a distribuição dos produtos e servi-
ços, a renda nacional, o consumo mundial, a exportação, o investimento global, o
desemprego, a inflação, entre outros. A macroeconomia também analisa as conse-
quências da política fiscal e tributária.

DICA
Para saber mais a respeito da macroeconomia, assista ao vídeo “Unidade:
conceitos básicos da economia”, disponível em: Conceitos básicos de Econo-
mia | Macroeconomia | Khan Academy.

4 FLUXO CIRCULAR DE RENDA


O fluxo circular de renda, ou também conhecido como fluxo circular de ri-
queza, é a maneira por meio da qual se explica a interação das pessoas envolvidas
na economia, por meio da macroeconomia. O fluxo circular de renda considera dois
fatores: as famílias e as organizações, sendo estes participantes ativos da eco-
nomia. Além desses dois principais personagens, esse modelo também leva em
consideração o governo como um personagem importante. Observe a interação
entre esses agentes:

•  mercado de serviços e produtos: local onde as organizações disponi-


bilizam os bens e produtos produzidos, sendo esses utilizados pelas

52
famílias e pessoas no geral;
•  mercado de fatores de uma produção: os fatores, nesse mercado, são
o capital, a terra ou o trabalho, disponibilizados pelas famílias, que as
empresas contratam.

A principal função é dar suporte na compreensão de como o câmbio é feito,


como ele interfere na economia e o que são os intercâmbios. Precisamos inicial-
mente compreender que a economia funciona pelo fluxo real e pelo fluxo monetário.
O fluxo real está relacionado aos serviços, aos bens e a todos os fatores
produtivos. Assim, as organizações repassam esses produtos e serviços, por meio
da venda, e as famílias apontam os valores do trabalho que as organizações reali-
zam (O’SULLIVAN; SHEFFRIN; NISHIJIMA, 2004).
O fluxo monetário cuida apenas das rendas e dos preços, sendo que o
pagamento é feito pelas famílias, pelos bens e pelos serviços, ofertados às organi-
zações, além dos pagamentos que as famílias recebem pelas entidades graças aos
serviços prestados.
Assim, podemos entender que o fluxo monetário envolve as despesas rea-
lizadas pelas pessoas por conta dos serviços e produtos, além das contratações
feitas pelas entidades com o intuito de produzir os produtos ou realizar os serviços.

53
LEITURA COMPLEMENTAR

O UNIVERSO EM UM BOTÃO DE TULIPA


Alexandre Versignassi
Era uma beleza: você aplicava o que tinha guardado para dar entrada numa
casa e, em pouco tempo, já tinha o suficiente para comprar a casa. À vista. Nunca
tinha sido tão fácil fazer dinheiro. Todo mundo queria entrar nessa. Tinha até gente
largando o trabalho para ficar só especulando no mercado financeiro. E dava certo.
Isso parece alguma coisa que você já viu, mas trata-se de um mercado di-
ferente: o da compra e venda de tulipas, que “floresceu” na Holanda do século XVII.
Essas flores caíram no gosto dos endinheirados da Europa logo que foram trazidas
da Turquia. E os holandeses, que sabiam fazer dinheiro tão bem quanto faziam
moinhos, começaram a plantá-las a rodo para abastecer esse povo.
Aí apareceu um elemento surpresa nessa história: um vírus. Quando ele
contaminava uma tulipa, deixava a flor fraquinha e danificava o pigmento dela. Pés-
simo para a planta, ótimo para os humanos: o que era um dano para o vegetal dei-
xava a flor mais bonita, com listras brancas, leitosas, entremeando o pigmento da
flor. Esse vírus, porém, só atacava as plantas de vez em quando, o que tornava essa
variedade um tipo raro, exclusivo. Tão exclusivo que ganhou um nome pomposo,
Semper Augustus, e um preço estrondoso. Em 1624, um botão custava, em florins
holandeses, o mesmo que uma casa em Amsterdã – ou, para ficar só nos artigos de
nome pomposo e preço estrondoso, valia o mesmo que um Rolex Daytona de ouro
vale hoje: uma quitinete (R$ 200 mil).
Desse jeito, a Semper Augustus logo deixou de ser um mero luxo para virar
simplesmente um luxo.
Seu preço alto também puxou para cima a cotação das outras tulipas – a
mera existência de um Rolex de R $200 mil faz um de R $20 mil parecer barato,
certo? Então. Com as tulipas ordinárias foi a mesma coisa. Bastava ser tulipa que já
estava bom: não faltaria gente a fim de pagar caro por qualquer uma.
Os floristas só faziam negócios na primavera, quando os bulbos (as raízes
das quais nascem as tulipas) floresciam. Mas, conforme os preços foram aumen-
tando, isso deixou de fazer sentido. Se você fosse um florista e precisasse de di-
nheiro no meio do inverno, meses antes de ter como vender as plantas, não teria
problemas para levantar capital. Era só vender o próprio bulbo sem a flor e deixar o
cliente esperando a tulipa surgir.
Um mercado novo foi nascendo com isso. Especuladores passaram a com-
prar bulbos aos montes na esperança de revender mais caro quando as flores des-
sem as caras. Convenhamos, um investimento bem esperto, já que os preços não

54
paravam de subir. Na verdade, os especuladores nem precisavam levar o bulbo para
casa. Ficavam só com um contrato (um “título”, no jargão financeiro) que lhes dava
direito ao dinheiro que a flor rendesse mais tarde.
Não demorou, e passaram a comercializar os próprios contratos. Quem ti-
vesse pago 1.200 florins por um desses títulos, esperando que o bulbo subisse de
preço até a primavera, às vezes preferia vender a algum interessado por 1.300 e
embolsar o lucro na hora a ficar esperando. Esse outro sujeito podia encontrar al-
guém a fim de pagar 1.400 e vender de uma vez, levando 100 florins para casa sem
fazer força. A coisa era tão tiro certo que os mais espertos começaram a fazer um
malabarismo financeiro: pegar, digamos, 1.400 florins emprestados para comprar o
bulbo e vendê-lo no mesmo dia por 1.500. Isso é mais do que dinheiro fácil. É lucrar
sem ter investido nada – coisa que os especuladores chamam de “alavancagem”.
Um holandês qualquer que acordasse sem um tostão no bolso podia fazer o em-
préstimo de manhã, comprar a tulipa ao meio-dia, vender mais caro à tarde, pagar
o que devia com juros e ir dormir com o lucro.
Dava para viver disso, até. E ainda dá. Tanto que os Bancos fazem dinheiro
exatamente assim até hoje. Eles pegam emprestado pelo menos o triplo do que
têm e usam o dinheiro para investir. Depois pagam tudo e vão dormir com o lucro.
O Lehman Brothers, maior Banco de investimentos dos Estados Unidos até 2008,
chegava a tomar empréstimos de US $30 bilhões para cada US $1 bilhão que tinha
nas mãos. É como se alguém que ganha R $5 mil por mês hoje pegasse emprés-
timos de R $2 milhões todo ano. Pagar tudo isso e ir dormir mais rico não é para
qualquer um – nem para o Lehman, que faliu, levando a economia mundial junto.
Por enquanto, vamos voltar a falar de flores. A especulação com os bulbos
de tulipa crescia, e o preço deles ia na mesma toada. No auge do boom, em 1636,
a Semper Augustus subiu 300%, de 2 mil para 6 mil florins. Com as flores menos
caras, foi mais ainda. A tulipa do tipo Gouda, mais comum, subiu de 20 para 225
florins – mais de 1.125%.
O mercado das tulipas tinha pegado fogo: se você adquirisse um título de
bulbo, pelo preço que fosse, sempre aparecia alguém para comprá-lo por um valor
maior. Só que fogo não é eterno, posto que é chama. “Mas que seja infinito enquan-
to dure”, torciam os especuladores. Não foi. Esse mercado só se sustentaria se os
preços continuarem subindo para sempre. Os valores ali já não tinham mais nada
a ver com a demanda pelas flores como artigos de luxo. Não havia tantos nobres
dispostos a gastar o preço de uma mansão numa florzinha para mostrar aos ami-
gos. A quantidade de gente assim é um recurso finito. Àquela altura, não havia mais
um consumidor final para valer. As pessoas só compravam os títulos por valores
extorsivos na esperança de que surgisse alguém “mais otário” lá na frente disposto
a pagar mais ainda por eles. Otários também são um recurso finito. Uma hora co-
meçou a faltar compradores.

55
Para piorar, descobriram um monte de fraudes: floristas estavam vendendo
mais contratos do que a quantidade de bulbos que tinham em estoque. Era como
imprimir dinheiro falso. Outra: ninguém sabia que o responsável pela existência da
Semper Augustus era um vírus (nem se fazia ideia do que era um vírus, já que a vida
microscópica era desconhecida na época). Se os vírus não infectam o bulbo, nascia
uma tulipa normal. O investidor via que tinha comprado gato por lebre. Quando tudo
isso veio à tona, a desconfiança reinou. E o mercado minguou. De vez. As ações
da Vale subiram 200% em 3 anos. A tulipa mais valiosa da Holanda no século XVII
também.
Quem tinha vendido casa e carruagem para investir no dinheiro fácil das
tulipas se viu com as calças na mão de uma hora para a outra. Os contratos ti-
nham virado “títulos podres”, como dizem os economistas. Não valiam mais nada.
O governo precisou intervir, perdoando dívidas de pessoas falidas. E a economia
demoraria anos para voltar ao normal. Para qualquer um que acompanhou o que
aconteceu com a economia antes, durante e depois da crise de 2008, tudo isso é
familiar. No mundo dos investimentos, os primeiros anos do século XXI foram tão
eufóricos como a época da mania das tulipas. Inclusive boa parte das ações subiu
tanto quanto as flores de 300 anos atrás. Sem exagero, nos três anos anteriores à
crise, as da Vale aumentaram quase tanto quanto a Semper Augustus nos três anos
de pico da bolha holandesa: 200%. As da Gerdau foram no mesmo pique das tulipas
Gouda: 1.000%.
E a onda não afetou só quem opera diretamente na bolsa. As 312 mil pes-
soas que optaram por deixar uma parte de seus fundos de garantia em ações da
Petrobras quando o governo criou esse programa, em 2000, viram seu dinheiro dar
cria. Quem separou R $50 mil do FGTS para investir nisso, por exemplo, chegou
a ter mais de R $500 mil na conta em 2008 – e fazendo menos esforço do que
se tivesse ganhado esse dinheiro no Big Brother; ou na Holanda do século XVII. A
diferença é que esse não foi um jogo entre malandros e otários. Os lucros dessas
empresas estavam subindo no mesmo ritmo que o preço das ações – às vezes até
mais rápido. Isso deixa tudo mais concreto (veja o boxe da página 16).
Se você tem uma ação da Vale, por exemplo, significa que é dono de 0,2
bilionésimo da empresa. Como proprietário de uma parte da mineradora, você tem
direito a um pedaço dos lucros dela, os “dividendos”, no jargão. E esse dinheiro
pinga na sua conta de tempos em tempos. É para isso que serve uma ação: pagar
dividendos.
Se os lucros estão altos, o dinheiro que entra para você também é alto. Ter
esses papéis nas mãos é um bom negócio quando a empresa é lucrativa. Tão bom
que outras pessoas vão querer comprá-los de você para ficar com o direito de re-
ceber um naco dos lucros da companhia. Aí é a lei da oferta e da procura: se muita
gente está interessada nelas, o preço sobe. E você pode vender na bolsa por mais
do que pagou. Básico. É para isso também que serve uma ação – lucrar sobre as

56
expectativas dos outros. Quem compra, em tese, é um sujeito interessado em ficar
com o papel para que a grana dos dividendos caia na conta dele. Mas, como tem
muita gente nesse mercado, na prática o comprador típico é alguém que só espera
vender a ação por um preço maior no futuro, igual ao mercado de tulipas.

Os ganhos podem ser tão grandes entre a compra e a venda de uma ação
que, na prática, a bolsa gira em torno disso. Quase todo mundo que compra papéis
o faz na esperança de vendê-los por mais dinheiro um dia. E os dividendos acabam
vistos como meros adicionais, só um dinheirinho que chega de vez em quando. O
que vale mesmo é a expectativa de vender os papéis por um valor duas, três, dez
vezes maior, mas isso é uma inversão de valores que só atrapalha na hora de en-
tender a lógica do mercado acionário. Para começar, o que faz o preço de uma ação
subir? O óbvio: quanto mais pessoas estiverem interessadas no papel, mais caro ele
vai ficar no mercado. Normal, mas o que faz com que muita gente decida comprar
ações de alguma empresa em especial, levando o preço dos papéis lá para cima?
O potencial de lucros dessa empresa. Quanto mais a companhia faturar, maior será
a capacidade de ela pagar dividendos polpudos. Ou seja, os dividendos não são
meros extras. Eles formam a essência do mercado financeiro.
Se existe a expectativa de que uma empresa vai dar mais lucros, de que
ela vai pagar dividendos melhores lá na frente, mais investidores correrão para as
ações dela. E o preço vai subir. Mas tem um problema aí: expectativa é só expectati-
va. Ninguém tem como dizer se uma empresa vai dar mais ou menos lucro no futu-
ro. E, se ela começar a viver no prejuízo e acabar falindo, o destino das ações será o
mesmo dos títulos de tulipas: não valer mais nada. É por causa dessa incerteza que
o mercado financeiro está cheio de analistas pagos para estudar a saúde financeira
das empresas. Eles fuçam os balanços e escarafuncham o mercado em busca de
quaisquer indícios sobre a capacidade de uma companhia continuar dando lucro,
mas não é o suficiente.
Por exemplo, você compraria ações de uma empresa que aumentou seu fa-
turamento de US $13 bilhões para US $100 bilhões em cinco anos? Para completar,
imagine que essa mesma companhia ainda afirmasse por A mais B que iria dobrar
esses US $100 bilhões logo ali, no ano seguinte. Adicione o fato de que ela já era
tão grande e aparentemente segura como uma Vale da vida. Não comprar ações de
uma empresa dessas seria como rasgar dinheiro.
57
E essa companhia existiu: era a Enron, a maior companhia de energia elétri-
ca dos Estados Unidos no fim do século XX. Depois de quase multiplicar seu fatura-
mento por dez, ela foi para a confortável posição de segunda companhia que mais
faturava no mundo, atrás apenas da Exxon Mobil, a maior petroleira da Terra. Não
podia haver investimento mais seguro. Era a empresa responsável por iluminar boa
parte do território da maior economia do mundo. Para ela deixar de ganhar, só se os
americanos abdicassem da eletricidade para viver sob luz de velas.
Por isso mesmo, as companhias de energia elétrica geralmente são garantia
de um fluxo constante de dividendos. Um negócio quase sem risco. Tanto que, em
épocas de vacas magras, muita gente corre para as ações delas – enquanto a Bo-
vespa derretia na crise de 2008, por exemplo, os papéis de várias empresas dessa
área ficaram imunes.
Mas claro: se fosse só por isso, todo mundo compraria apenas ações da
companhia de energia elétrica. No entanto, tem outro ponto. Se, por um lado, essas
ações garantem dividendos faça chuva ou faça sol na economia, por outro, elas
dificilmente sobem grande coisa.
O potencial de lucro dessas empresas está restrito ao consumo de energia
das pessoas. E isso nunca dá grandes saltos de uma hora para a outra. Então, as
expectativas de lucro nunca batem no teto. Ficam sempre ali, numa zona morna.
E o preço das ações delas nunca sobe um absurdo do dia para a noite. Se você
tem papéis da Petrobras, por exemplo, e ela anuncia que o pré-sal tem o dobro do
petróleo que estava previsto, o potencial de lucro dela vai para a estratosfera, e o
preço das ações sobe junto. Com uma empresa de energia elétrica é virtualmente
impossível acontecer algo assim.
E é isso o que torna o caso da Enron especial. Se uma elétrica das grandes
como ela começa a apresentar lucros absurdos, é o mundo perfeito: uma ação com
um potencial enorme de subir e que não tem como descer. Era bom demais para
ser verdade. Mas era verdade. Aí não deu outra: as ações dispararam. Para variar,
quase naquele ritmo da Semper Augustus, a rainha das tulipas: 200% em três anos
– entre 1999 e 2001, a ação da Enron foi de US$ 30,00 para US$ 90,00.
Bom para os investidores que compraram essas ações na bolsa; melhor ain-
da para os executivos da Enron. Eles ganhavam toneladas desses papéis de graça,
como parte de seus bônus anuais. Um prêmio merecido, diga-se, se você levar em
conta que a Enron recebeu o Prêmio de Empresa mais Inovadora da América, da
revista Fortune, por seis anos consecutivos.
Depois que o preço dos papéis triplicou, alguns executivos fizeram o que
qualquer um faria: venderam as centenas de milhares de ações que tinham ganho
de bônus, embolsaram o lucro todo e saíram para curtir a vida. Um deles foi Lou Pai,
um americano de origem chinesa. Aos 52 anos, ele controlava uma das divisões da
Enron e resolveu se aposentar. Lou conseguiu US $268 milhões numa tacada só e

58
foi viver tranquilo numa fazenda de 310 km2 no Colorado – a segunda maior pro-
priedade daquele Estado. Também tinha uma menorzinha, no Texas, para abrigar
seu haras.
Um fim de carreira mais do que feliz. Só que a história estava longe de aca-
bar. Para quem tinha comprado ações da Enron, ela estava apenas começando.
Pouco mais de um ano depois de o valor de cada ação ter chegado a US$
90,00, a Enron estava falida. E quem tinha apostado suas economias nela também.
Perda total. Um investimento que deveria ser à prova de risco − e que já tinha enri-
quecido muita gente − se mostrava furado. O que aconteceu?
Um crime. Os executivos da empresa estavam mentindo sobre os lucros.
Eles colocavam valores falsos nos balanços para garantir seus próprios lucros, na
forma de bônus pelo bom desempenho da companhia. Uma hora, porém, as au-
toridades que fiscalizam empresas com ações na bolsa acabaram descobrindo as
fraudes. Refizeram, então, os balanços e constataram que a Enron estava dando
prejuízo.
A notícia se espalhou e as ações despencaram para perto de zero. E em
questão de meses foram a zero mesmo: a Enron entrou com um pedido de falência.
A tulipa estava morta. Esse foi um caso extremo em que uma mentira estava por
trás da escalada nos preços das ações. E que terminou com a empresa fechando
as portas. Mas o mercado vive situações parecidas o tempo todo. Não precisa haver
uma fraude para que uma ação suba a um valor muito maior do que deveria. Basta
que as expectativas sobre os lucros que ela possa dar no futuro sejam exageradas.
Na maioria das vezes, inclusive, a irracionalidade reina não só em relação a
uma única empresa, mas no mercado inteiro. Centenas de companhias diferentes
podem ver o preço de suas ações subirem ao mesmo tempo por conta de expecta-
tivas fora da realidade. Se houver uma esperança muito grande de que a economia
vá crescer, por exemplo, isso vai se refletir no mercado acionário. Claro: uma boa
economia oferece mais empregos. Mais empregos = mais consumidores. Mais con-
sumidores = mais possibilidades de lucro para as empresas. Aí as ações sobem e…
Opa! Espera um pouco. Primeiro, o que significa exatamente uma “boa economia”?
Segundo: um mundo com muito emprego, muito consumo e muito lucro para muita
gente é causa ou consequência de “uma boa economia”? A resposta é uma só:
“Sim”. Um mundo OK é causa e consequência de uma economia nos trinques. Mas
para entender exatamente o que essa resposta quer dizer, você precisa compreen-
der outra coisa: o que é o dinheiro. E isso os chimpanzés podem explicar. Vamos ver
o que eles têm a dizer.

FONTE: VERSIGNASSI, A. Crash: uma breve história da economia. Rio de Janeiro:


Harlequin, 2019.

59
RESUMO DO TÓPICO 3

Neste tópico, você aprendeu:

• Sobre o feudalismo, em que a principal atividade econômica era a agricultura.


Havia muitas trocas de mercadoria, já que as moedas ainda não eram comuns
como forma de pagamento.
• Sobre o mercantilismo, em que algumas consequências desse crescimento foi o
descobrimento do ouro e seu uso como moeda. Esse ponto foi muito importante,
pois facilitava o comércio e suas transações.
• Sobre a fisiocracia, eles entendiam que o governo não podia intervir em pontos
econômicos, exceção apenas para manter o livre comércio.
• Sobre as divisões da economia, as quais são a macroeconomia e a microeco-
nomia, sendo que seu foco em tempos atuais se encontra no diagnóstico e na
gestão dos vários tipos de organização existentes (privadas, públicas, coopera-
tivas etc.).
• Sobre a microeconomia, que está relacionada ao comportamento de uma enti-
dade ou de um indivíduo, além do estudo do mercado em que essas peças se
interagem, tentando compreender as diversas maneiras de comportamento nos
processos decisórios das pessoas.
• Sobre a macroeconomia, que estuda os processos microeconômicos, analisan-
do a economia em um contexto geral, observando o comportamento do bloco
econômico, de uma nação ou do mundo.

60
AUTOATIVIDADE

1. Ainda sobre a evolução e as influências externas para o desenvolvimento


da Ciência Econômica, precisamos citar também a Igreja Católica, prin-
cipalmente as ideias de São Tomás de Aquino, referentes aos preços dos
produtos ou serviços. Ele definiu o conceito de “preço justo” para o preço
que não havia vantagem para uma parte (comprador e vendedor). Sobre
os principais modelos econômicos existentes, assinale a alternativa COR-
RETA:

a. ( ) Feudalismo: esse modelo econômico teve como consequência


o crescimento da população e a redução da produtividade dos
feudos.
b. ( ) Mercantilismo: contribuiu bastante na mudança na economia
monetária com a utilização dos mesmos modelos de pagamento.
c. ( ) Fisiocracia: as pessoas deveriam fazer o que o estado man-
dasse.
d. ( ) Capitalismo: defendia a ideia de que o estado criaria a sua
própria demanda.

2. O desenvolvimento da economia como ciência passou pela contribuição


de diversos economistas, os quais foram fundamentais para termos a
economia como é a dos dias de hoje. Com base nas principais contri-
buições que cada economista fez para a ciência, analise as sentenças a
seguir:

I. Adam Smith: desenvolveu a Teoria Clássica.


II. Karl Marx: apontou algumas contradições da Teoria Clássica.
III. Alfred Marshall: principal representante da economia tradicional.

Assinale a alternativa CORRETA:

a. ( ) As sentenças I e II estão corretas.


b. ( ) Somente a sentença II está correta.
c. ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d. ( ) Somente a sentença III está correta.

61
3. As divisões da economia são a macroeconomia e a microeconomia,
sendo que seu foco em tempos atuais se encontra no diagnóstico e na
gestão dos vários tipos de organização existentes (privadas, públicas,
cooperativas etc.) e nos domínios de finanças, ambiente, internacional,
mercado de trabalho, desenvolvimento do Estado, agricultura, cultura e
afins. De acordo com os com as divisões da economia, classifique V para
as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) A microeconomia considera pontos sobre oferta e demanda.


( ) A macroeconomia estuda pontos como o nível de preços dos produtos,
produção etc.
( ) A macroeconomia analisa aspectos sobre os indivíduos de um país.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a. ( ) V – F – F.
b. ( ) V – V – F.
c. ( ) F – V – F.
d. ( ) F – F – V.

4. A primeira fase do desenvolvimento da economia foi marcada com o


desenvolvimento de três modelos econômicos: feudalismo, mercantilis-
mo e fisiocracia. Essas três fases foram fundamentais para as primeiras
práticas econômicas, bem como para o desenvolvimento dos primeiros
conceitos até então existentes. Nesse contexto, disserte a respeito da
importância do feudalismo para o desenvolvimento da economia.
5. A primeira fase do desenvolvimento da economia foi marcada com o
desenvolvimento de três modelos econômicos: feudalismo, mercantilis-
mo e fisiocracia. Essas três fases foram fundamentais para as primeiras
práticas econômicas, bem como para o desenvolvimento dos primeiros
conceitos até então existentes. Nesse contexto, disserte a respeito da
importância do feudalismo para o desenvolvimento da economia.

62
REFERÊNCIAS

ABEL, A. B.; BERNANKE, B.; S.; CROUSHORE, D. Macroeconomia. São Paulo:


Pearson, 2008.

FONSECA, V. S. da. Introdução à Teoria Geral da Administração. Curitiba :Con-


tentus, 2020.

KRUGMAN, P. R.; OBSTFELD, M.; MELITZ, M. J. Economia Internacional. 10. ed.


São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015.

KRUGMAN, P. R.; WELLS, R. Economic. New York, NY: Worth Publishers, 2009. p.
27.

MENDES, J. T. G. Economia: fundamentos e aplicações. 2. ed. São Paulo: Pearson


Prentice Hall, 2009.

MANKIW, N. G. Introdução à Economia. São Paulo: Cengage Learning, 2015.

MOCHÓN, F. Princípios de Economia. 1. ed. São Paulo: Pearson, 2007.

PARKIN, M. Macroeconomia. São Paulo: Pearson, 2003.

PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 7. ed. Porto Alegre: Pearson,


2010.

SILVA, R. O. da. Teorias da Administração. São Paulo: Pearson Prentice Hall,


2008.

O’SULLIVAN, A.; SHEFFRIN, S.; NISHIJIMA, M. Introdução à Economia: princípios


e ferramentas. São Paulo: Prentice Hall, 2004.

TEBCHIRANI, F. R. Princípios de Economia: micro e macro. 1.ed. Curitiba: Inter-


saberes, 2012.

63
64
UNIDADE 2

ORGANIZAÇÕES E ÁREAS
FUNCIONAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• Compreender o que significa organização;
• Entender quais são as funções da organização;
• Conhecer as principais características, os objetivos, os tipos e as classifi-
cações da organização;
• Entender o conceito de processo administrativo;
• Conhecer e compreender as divisões do processo administrativo;
• Entender a importância do processo administrativo nas organizações;
• Compreender o conceito de áreas funcionais;
• Conhecer as principais áreas funcionais das organizações;
• Conhecer as principais atribuições das principais áreas funcionais.

PLANO DE ESTUDOS
A cada tópico desta unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo
de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – AS ORGANIZAÇÕES: CONCEITO BÁSICO
TÓPICO 2 – O PROCESSO ADMINISTRATIVO
TÓPICO 3 – AS ÁREAS FUNCIONAIS DA ORGANIZAÇÃO
TÓPICO 1

AS ORGANIZAÇÕES:
CONCEITO BÁSICO
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, pare para pensar que, à medida que as pessoas crescem, elas
se relacionam com mais organizações. Temos, desde o início de nossas vidas, con-
tato com organizações: em uma organização hospitalar ao nascer, com a organi-
zação familiar, depois vem a escola, os clubes, os lugares religiosos, o condomínio,
a academia, o shopping, a empresa de trabalho e por aí vai, até o momento em
que morremos, por meio de funerárias, rezas em igrejas, compra de velas, flores e
caixões, entre outros detalhes.
Tudo que os indivíduos querem e precisam as organizações criam, desen-
volvem, melhoram, produzem e comercializam.
Podemos entender a organização como a maneira como se organiza um
sistema ou um processo, com o intuito de concluir o objetivo almejado. A orga-
nização, de maneira geral, é formada por uma ou mais pessoas que concretizam
suas responsabilidades e tarefas, de maneira controlada, para aferir os resultados
desejados, de maneira eficaz e eficiente.
Assim, os colaboradores, em uma instituição, fazem uma troca dos seus es-
forços e conhecimentos pelos salários que recebem mensalmente das empresas. É
por meio desses salários e dos demais benefícios que eles garantem a existência e
o bem-estar da sua família, por meio da utilização de bens e serviços.

Agora que compreendemos a importância das organizações, iremos com-


preender seu conceito, seus tipos, sua classificação e sua importância. Em segui-
da, também estudaremos o processo administrativo: ferramenta utilizada para a
melhor realização dos processos ocorridos em todos os tipos empresariais.

Por último, estudaremos sobre as áreas funcionais, vendo as principais


áreas das organizações e suas particularidades. Vamos nessa?

67
2 CONCEITOS EM ORGANIZAÇÕES
Antes de explicarmos sobre organização no sentido empresarial, vamos ex-
plicar o seu conceito. A palavra organização tem origem grega, da palavra organon,
e se refere a uma ferramenta, um utensílio, um instrumento ou algo com que se
trabalha (FONSECA, 2020). Nesse caso, o conceito de organização está relacionado
à forma como são ajustados e usados os recursos disponíveis, com o intuito de se
atingir os objetivos desejados.
Portanto, ela é a ação feita para se alcançar os resultados almejados, sendo
composta por um ou mais indivíduos que realizam suas tarefas de maneira coorde-
nada, tendo um objetivo comum a ser atingido. De acordo com Maximiano (1992, p.
57), a organização é:
[...] uma combinação de esforços individuais que tem por finalidade reali-
zar propósitos coletivos. Por meio de uma organização torna-se possível
perseguir e alcançar objetivos que seriam inatingíveis para uma pessoa.
Uma grande empresa ou uma pequena oficina, um laboratório ou o corpo
de bombeiros, um hospital ou uma escola são todos exemplos de orga-
nizações.

Figura 1 – Conjunto de pessoas em uma organização

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/grupo-de-pessoas-trabalhando-
-no-plano-de-negocios-em-um-escritorio_1303-15773.jpg?w=1060&t=s-
t=1660498425~exp=1660499025~hmac=1b3ba07868695db78ceee0cc845b-
957c76bdcb37e712c3bfec5da0ac9c567341. Acesso em: 25 ago. 2022.

A organização pode estar relacionada a diversos aspectos, como: organi-


zação pessoal, familiar, escolar, de eventos, doméstica, empresarial, entre outros.
Independentemente do tipo de organização, temos algo em comum: o foco na in-
ter-relação entre as pessoas e na boa utilização e distribuição dos componentes
relacionados.

68
Como exemplo, podemos citar a organização do lar: esse modelo de orga-
nização se preocupa em deixar todos os componentes envolvidos em seu devido
lugar, ficando coordenados naquele ambiente (FONSECA, 2020).

Figura 2 – Sinônimos de organização

Fonte: adaptado de Sinônimos.com ([s. d.]).

Assim, o conceito de organização pode se referir ao/à:

•  ato de organizar: maneira de estruturação e divisão do trabalho ou


da tarefa que será realizada. Nesse sentido, o ato de organizar divide e
distribui as responsabilidades aos envolvidos. Um bom exemplo desse
modelo de organização é a divisão de um setor ou departamento nas
entidades, em que cada colaborador sabe suas atribuições e respon-
sabilidades (FONSECA, 2020). Além disso, a organização também pode
se referir à forma como os indivíduos interagem entre si e como usam
essas ferramentas;
•  organização na junção de indivíduos e meios: nesse sentido, é feita
a organização de recursos materiais, financeiros e de pessoas e, assim,
essa soma irá trabalhar em conjunto para concretização dos propósitos.
Desse modo, esse modelo de organização se preocupa com a junção
de pessoas e com a utilização dos recursos e suprimentos disponíveis.

Sendo assim, o conceito de organização consegue ter duas interpretações:


a organização que se preocupa com a organização do grupo social, em que os en-
volvidos se juntam para concluir um objetivo em comum; e também a organização
que se preocupa com a realização de atividades de forma estruturada, planejada e
realizada (SILVA, 2008). Abordaremos, com maiores detalhes, o modelo de organi-

69
zação que busca concluir seu objetivo por meio da interação entre os membros e
por meio da comunicação e divisão de trabalho.

Segundo Meireles (2003), a organização é elaborada e organizada por


meio das seguintes indagações:
Quem? Como? Com quê? O quê? Por quê?

O “quem” é o “humanware” – conjunto de pessoas requeridas pelo ar-


tefato.

O “como” é o software – tecnologia procedimental, a maneira de fazer


as coisas.

O “com o quê” é o hardware – conjunto de recursos materiais (incluin-


do financeiros): equipamentos, máquinas, valores escriturais, créditos e
valores.

O “o quê” é o foco – alvo de toda ação administrativa desenvolvida no


interior do artefato.

O “por quê” são os imperativos determinantes – fonte da ação humana


administrativa: apetites, sentimentos, interesses, atitudes, hábitos, cul-
tura, crenças, valores, princípios (MEIRELES, 2003, p. 46).

A organização é feita por meio da soma de fatores, podendo ser de máqui-


nas, equipamentos, tecnologias, recursos materiais, recursos financeiros, recursos
administrativos e, principalmente, da soma do ativo humano. Assim, a organização
é consequência da boa e certa utilização desses fatores, que têm como fim a rea-
lização de propósitos.
Isso só foi possível graças ao convívio social e ao entendimento, pelos in-
divíduos, que era mais proveitoso estar em conjunto com outras pessoas para a
realização de tarefas. Segundo o autor Amitai Etzioni (1989), a organização precisa
ter como base a unidade social, e os objetivos dessas entidades contam com dife-
rentes funções, devendo buscar atingir esses objetivos. Entre as funções, temos:

•  criar unidade de medida, visando a conferir a produtividade;


•  fixar métricas e padrões que consigam avaliar o rendimento e a quali-
dade da empresa;
•  ter legitimidade nas suas ações e nas suas justificativas.

Agora que já temos a compreensão do que significa organização, vamos


aprofundar o conhecimento a respeito da organização empresarial. Essas entida-
des trabalham com o objetivo e com a finalidade de obter lucro na prestação de
serviços ou nas vendas de bens ou de produtos (FONSECA, 2020). Elas são geral-
mente classificadas por meio do seu tamanho, da área de atuação e da natureza

70
jurídica e contam com elementos considerados fundamentais, como fornecedores,
clientes, funcionários, concorrentes, comunicação e afins.

NOTA
As organizações podem ter uma estrutura formal ou informal. A entidade for-
mal conta com a característica de ser estruturada e organizada segundo o
seu regulamento interno e a organização da informação das relações criadas
pelas pessoas, sendo a consequência e a resposta da evolução do negócio.
Escolas, empresas, hospitais, clubes, partidos políticos, sindicatos, igrejas e
Organizações Não Governamentais (ONGs) são exemplos de organizações
formais.

Entendemos que as entidades necessitam de pelo menos uma pessoa para


a realização de atividades, de forma organizada e coordenada, em certo local, ten-
do um objetivo em comum. Afinal, uma organização só é estabelecida por meio da
coordenação de ações dos indivíduos envolvidos, tendo como intuito o atingimento
de metas e objetivos.
Com a organização alinhada e próspera, essas entidades conseguem ge-
rar mais satisfação aos seus clientes e usuários, atendendo às suas necessidades.
Além disso, uma boa organização consegue desenvolver os membros, gerando
mais autoridade, motivação e, consequentemente, retorno ao empreendimento.
Para que o objetivo seja concluído, as entidades devem dividir as tarefas en-
tre os membros, atribuindo funções a cada colaborador. Assim, lembra-se da ideia
de divisão do trabalho, dos objetivos que consigam justificar a existência dessa
própria organização, do planejamento e da organização de poder racional e hierar-
quizada (FONSECA, 2020). Estudaremos agora o conceito de cultura organizacio-
nal, o clima, a gestão, o planejamento e a estratégia organizacional.

2.1 CULTURA, CLIMA, GESTÃO, PLANEJAMENTO E


ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL
Toda e qualquer organização tem valores e normas próprias daquele local,
independentemente do seu tamanho ou da forma que ela é constituída. Logo, toda
organização tem a sua própria cultura organizacional.
A cultura organizacional se desenvolve por meio de rotinas, crenças e há-
bitos, elaborados por meio de atitudes, valores, expectativas e normas compar-
tilhadas pelos funcionários de qualquer empresa. Assim, a cultura organizacional

71
de cada entidade difere e ímpar (FONSECA, 2020). Além disso, ela é elaborada no
decorrer do tempo, até se tornar uma rotina que todos seguem nas práticas e nos
processos da organização.
Segundo Schein (2001), a partir do momento em que as características são
atreladas nas atividades rotineiras da empresa, esta terá maior facilidade e matu-
ridade para evoluir as competências dos seus colaboradores, treinando-os para
entender a melhor forma de pensar, perceber e sentir os problemas e conflitos que
a entidade tem, além de buscar soluções.

Figura 3 – Local de trabalho harmonioso

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/grupo-de-pessoas-trabalhando-
-no-plano-de-negocios-em-um-escritorio_1303-15861.jpg?w=1060&t=s-
t=1660498504~exp=1660499104~hmac=e0bee3469f669365c53394ab-
f40400b0c132969365503200c76b351609368f41https://img.freepik.com/
fotos-gratis/grupo-de-pessoas-trabalhando-no-plano-de-negocios-em-um-es-
critorio_1303-15861.jpg?w=1060&t=st=1660498504~exp=1660499104~hmac=e-
0bee3469f669365c53394abf40400b0c132969365503200c76b351609368f41.
Acesso em: 25 ago. 2022.

Como mencionado, a organização só existe por ter um conjunto de pessoas


reunidas para realizar determinado trabalho em prol de haver um objetivo em co-
mum. Assim, a partir do momento em que essas pessoas se unem, elas compar-
tilham ideias, experiências, costumes, regras, crenças e insights, que conseguem
orientar o caminho a ser seguido pela entidade. É por meio desse compartilhamen-
to de informações que a cultura organizacional é desenvolvida.

72
NOTA
Algumas organizações não acham necessária a divulgação clara dos seus
valores e de suas normas, mas isso não significa que essa organização não
tenha princípios organizacionais, já que esses princípios são a postura do
dia a dia, a expectativa dos colaboradores, as crenças e afins. Entretanto, as
empresas que almejam crescimento precisam deixar claros seus valores, por
meio da divulgação em si e também por meio das atitudes.

O clima organizacional está diretamente relacionado à motivação dos cola-


boradores daquele local de trabalho. Podemos entender que, quando a motivação
dos colaboradores é alta, o clima organizacional costuma também ser alto; e o con-
trário também é verdade: em locais de trabalho com profissionais desmotivados, o
clima organizacional costuma ser ruim.

Figura 4 – Motivação

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/retrato-de-perfil-de-uma-mulher-
-comemorando-o-sucesso_1163-2226.jpg?w=1060&t=st=1660498694~ex-
p=1660499294~hmac=c34663ffa9c36eec67aa722994f7b674d0e7156c43cee-
092b0e9668e78d235d5. Acesso em: 25 ago. 2022.

Podemos entender que o clima organizacional são as atitudes, os valores e


os padrões de comportamento que afetam a forma como os indivíduos interagem
entre si e também com o local de trabalho.

73
IMPORTANTE
A preocupação com o melhor gerenciamento do clima organizacional entre as
empresas vem crescendo bastante ao longo dos anos.

Sobre a gestão organizacional, precisamos entender que ela está relacio-


nada às tarefas que envolvem planejamento, direção, organização e controle dos
colaboradores, dos recursos financeiros e também dos materiais que uma organi-
zação tem, com o intuito de gerar melhores resultados e atingir o objetivo definido
pela entidade (SILVA, 2008).
Por isso, a gestão organizacional deve estar diretamente alinhada com a
liderança, sendo esta a habilidade de ter resultados por meio dos esforços dos re-
cursos humanos das equipes de trabalho. Assim, podemos entender que a função
dessa estratégia é conseguir analisar e interpretar os objetivos que foram definidos
à entidade e executá-los, pois só assim os objetivos serão aferidos.
Já o planejamento organizacional tem relação direta com a elaboração de
atitudes de maneira antecipada, coordenada e intencional, fundamental para dei-
xar os objetivos mais próximos da realidade. O ato de planejar é essencial para to-
das as áreas da vida, pois, por meio dele, enxerga-se situações, melhores caminhos
e alternativas (SILVA, 2008). Assim, o planejamento, no ambiente corporativo, tem
a ver com a análise e o entendimento dos cenários, a definição de objetivos que a
empresa quer atingir, a elaboração de estratégias que norteiam as atitudes a serem
seguidas no curto, médio e longo prazo, os conflitos que poderão existir e o pensa-
mento preventivo de como agir perante esses conflitos.

Figura 5 – Planejamento organizacional

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/empresarios-e-mulheres-de-negocios-
-asiaticos-se-reunindo-para-debater-ideias-sobre-o-aplicativo-de-planejamen-
to-de-web-design-criativo-e-desenvolver-um-layout-de-modelo-para-projeto-
-de-telefone-celular-trabalhando-juntos-em-um-pequeno-escritorio_7861-2682.
jpg?w=900&t=st=1660498618~exp=1660499218~hmac=7bf9e66156dc-
9f7856238ab9d4909a56ac1bdec86e0d76b1bd48e3d0df137878. Acesso em: 25
ago. 2022.

74
Observe que o planejamento facilita o processo organizacional e antecipa o
sucesso. De maneira geral, o planejamento envolve três pontos considerados fun-
damentais:

Figura 6 – Pilares do planejamento

Fonte: a autora

A entidade que quer atingir seus objetivos precisa, sem sombra de dúvidas,
utilizar a ferramenta do planejamento. Afinal, com o planejamento, é possível ter
melhor direcionamento nas tomadas de decisão e melhor clareza dos problemas e
também das oportunidades.
Isso é possível, porque é por meio do planejamento que o alto escalão da
organização consegue ter mais controle dos cenários e também dos imprevistos
que podem surgir. Mais do que isso: conseguirá já pensar em ações a serem feitas
para resolver esses problemas. Além do mais, conseguirá utilizar, da maneira mais
apropriada, os recursos existentes e serão admirados pelos seus subordinados,
pois estes entenderão que seus líderes são proativos, determinados e trabalham da
melhor forma (SILVA, 2008).

ATENÇÃO
Quando se realiza qualquer tipo de planejamento, mesmo aquele mais sim-
ples, os objetivos terão mais chances de serem atingidos de maneira efetiva
e rápida.

75
Por último, mas não menos importante, a estratégia organizacional não
apenas planeja a ação, ela também a executa. Assim, ela se preocupa em apre-
sentar os caminhos que a entidade deve seguir para que ela aproveite melhor os
recursos disponíveis e, para isso, ela analisa os fatores internos (forças e fraquezas
da organização) e os fatores externos (ameaças e oportunidades).

2.2 CARACTERÍSTICAS, TIPOS DE ORGANIZAÇÃO E


CLASSIFICAÇÃO
Segundo Maximiano (1992), a organização é o conjunto de ações e esforços
de cada pessoa, com o intuito de concretizar propósitos e objetivos coletivos. Esses
esforços são realizados principalmente por pessoas, mas também envolve esforço
de equipamentos e maquinários, recursos financeiros, materiais, espaço, tempo,
conhecimento, entre outros.
É interessante lembrar que a precisão de unir recursos humanos, para rea-
lização de serviços ou produção de produtos, com o intuito de melhorar a vida em
sociedade, nem sempre existiu. Segundo Coelho (2004, p. 5),
Na Antiguidade, roupas e víveres eram produzidos na própria casa, para
os seus moradores; apenas os excedentes eventuais eram trocados en-
tre vizinhos ou na praça. [...] Alguns povos da Antiguidade, como os fe-
nícios, destacaram-se intensificando as trocas e, com isto, estimularam
a produção de bens destinados especificamente à venda. Esta atividade
de fins econômicos, o comércio, expandiu-se com extraordinário vigor.

Entretanto, no mundo contemporâneo, a importância da realização das ne-


cessidades dos indivíduos cresceu e, como consequência, as organizações ganha-
ram mais espaço e valor. Então, as organizações tendem a crescer e melhorar cada
vez mais, principalmente pelo fato de querer satisfazer o cliente e pela competiti-
vidade em si.

76
Figura 7 – Mercado de trabalho atual

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/barista-afro-americano-sorridente-
-de-uniforme-dando-cafe-para-seu-cliente-no-cafe-da-moda_613910-21068.jp-
g?w=1060&t=st=1660498768~exp=1660499368~hmac=c55e9f670b31ad1a7fd4a-
5f9d1a94d0838308db2a468da6beb51596fe35b8889. Acesso em: 25 ago. 2022.

IMPORTANTE
O trabalho tem papel de extrema importância na vida das pessoas, já que é
por meio dele que os indivíduos auferem renda e condições financeiras para
conseguir conquistar os seus objetivos. Além disso, o trabalho ajuda no(a):

•  desenvolvimento da autoestima: o colaborador se sente mais


respeitado na sociedade e também tem a sensação de que é útil;
•  mudança de comportamento: o trabalho tem o poder de mudar
a visão que as pessoas têm das coisas e a relação que os indiví-
duos têm uns com os outros e gera mais motivação;
•  desenvolvimento de habilidades de comunicação: o trabalho
força o desenvolvimento de mais amizades e a criação de mais
contatos e também amadurece a capacidade de trabalhar em
equipe.

Por esse motivo, lidamos cada vez mais com melhores produtos e servi-
ços, pois as empresas vêm melhorando e se expandindo diariamente, seja devido à
competitividade, seja devido às exigências que os clientes fazem (FONSECA, 2020).

77
ATENÇÃO
As organizações são criadas e desenvolvidas com a finalidade de atender às
necessidades e às vontades que os usuários têm. Por esse motivo, seus do-
nos realizam um planejamento bem detalhado antes de abri-las.

De acordo com Moraes (2004), essas organizações ganharam mais espaço


devido à criação de produtos e à realização de serviços e podem ser de natureza
social ou econômica.

•  As organizações de natureza social são as que trabalham de forma


alinhada à utilidade pública e buscam seguir valores e normas. Além
disso, essas organizações costumam ser sem fins lucrativos.
•  As organizações de natureza econômica costumam ter fins lucrati-
vos e seguem seu próprio perfil de características e fundamentos. As
organizações de natureza econômica também têm a característica de
serem entidades dispostas a correr maiores riscos, à procura por me-
lhores resultados.

As organizações existem com definição de responsabilidades e trabalho,


com objetivos bem definidos, que justifique o porquê da criação e da existência
daquela organização, com planejamento e estruturação de poder racionalizado e
de forma hierárquica.
Outra característica ímpar das organizações, segundo Maximiano (2007), é
o fato de elas existirem com ou sem fins lucrativos, sendo que, independentemente
do modelo, elas são desenvolvidas com o objetivo de suprir as necessidades defi-
nidas.
Dessa forma, cada organização tem sua particularidade e nenhuma é igual
a outra, pois contam com recursos (financeiros, materiais e humanos) diferentes.
Além disso, as organizações podem ter também durabilidades diferentes: elas po-
dem existir por semanas, meses, décadas ou séculos, ultrapassando até o tempo
de vida dos seus criadores. As organizações também podem não seguir estratégias
e ações estruturadas e desaparecerem.
Além disso, as entidades recebem suas classificações por meio de análises.
Acompanhe.

•  Porte:
•  pequena;

78
•  média;
•  grande.

Em relação ao porte, existem ainda as seguintes classificações:

•  Microempreendedor Individual (MEI);


•  Microempresa (ME);
•  Empresa de Pequeno Porte (EPP);
•  Empresas tributadas com base no lucro presumido;
•  Empresas tributadas com base no lucro real (pequena, média ou
grande).
•  Estrutura:
•  formal;
•  informal.
•  Fins:
•  instituição: empresas com finalidade social ou socioeconômica. As
entidades com finalidade social são as que têm como objetivo o
bem-estar social. Como exemplo, temos as entidades esportivas ou
recreativas, os asilos, os hospitais beneficentes etc.;
•  empresas: essas organizações têm finalidade econômica e, assim,
objetivam lucratividade. Elas são as responsáveis pelos mais variados
modelos de negócio, como indústria, comércio, pecuária, agricultura
etc.; além dos mais variados serviços, como transporte, turismo, co-
municação, assistência à saúde e afins.
•  Propriedade:
•  pública: conta com o capital do governo;
•  privadas: conta com o capital de terceiros;
•  mista: conta tanto com o capital do governo, quanto com o capital
de particulares.
•  Nacionalidade:
•  nacional;
•  internacional.
•  Localização:
•  locais;
•  regionais;

79
•  multinacionais.
•  Tipos de produção:
•  bens e produtos;
•  serviços.
•  Comportamento em relação às mudanças:
•  flexível;
•  rígida.

Figura 8 – Empresas

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-premium/vista-de-modernos-arranha-ceus-
-negocio-vidro-e-ceu-vista-paisagem-de-predios-comerciais_39665-83.jp-
g?w=1060. Acesso em: 31 ago. 2022.

De acordo com Cury (2003), as empresas são divididas em:


Empresa de 1º tipo, isto é, empresa tradicional, de tecnologia simples, de
produção rotineira, de ambiente estável, mecanicista, com ênfase em
suas próprias atividades;

Empresa do 2º tipo, isto é, empresa um pouco mais complexa, tanto no


que diz respeito à tecnologia utilizada quanto no que se refere ao cenário
de produção, não tão programável, de ambiente de certa complexidade,
com ênfase no indivíduo, procurando motivá-lo no trabalho, portanto
organiza;

Empresa do 3º tipo, isto é, empresa de tecnologia de ponta, às vezes


nova, de ambiente de alta incerteza, turbulento, de alta interdependên-
cia entre suas diversificadas áreas, com ênfase grupal, buscando a mo-
bilização da força de trabalho, induzindo a uma abordagem adhocrá-
tica e contingencial, com estruturas predominantemente temporárias
(CURY, 2003, p. 131).

80
Assim, as organizações podem ser heterogêneas, em que cada uma tem
o seu próprio propósito e objetivo. Por exemplo: existem empresas que visam ao
lucro, mas também existem as que não têm fins lucrativos.
Outro detalhe ímpar é que, independentemente de seu modelo, sejam in-
dústrias, empresas, fábricas ou qualquer outro modelo de empreendimento, as or-
ganizações necessitam de administração.

Figura 9 – Administração e gestão empresarial

Fonte: https://img.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-do-conceito-de-ge-
renciamento-de-tempo-desenhada-a-mao_52683-54970.jpg?w=1060&-
t=st=1660498353~exp=1660498953~hmac=ca6c153ee265baf9c04257e-
503c9498524a684bf73717040b0578d1927d3ea65. Acesso em: 25 ago. 2022.

De acordo com Chiavenato (1994), as empresas não são criadas, desenvol-


vidas e mantidas no mercado por acaso, elas só conseguem sobreviver graças a
uma administração eficaz.
Agora que entendemos as principais características e os tipos de organiza-
ção, entenderemos adiante seus objetivos.

2.3 OBJETIVOS DA ORGANIZAÇÃO


Segundo Chiavenato (1994), cada entidade tem o seu próprio objetivo, que
diz respeito ao fim que a entidade quer ter e atingir. Esses objetivos precisam orien-
tar as atitudes e rotinas da entidade, garantindo, assim, seu futuro. Esses objetivos
têm como finalidade a concretização de várias funções e são o motivo pelo qual a
entidade existe.
Portanto, podemos entender que os objetivos das entidades são o pilar e
o motivo da existência das entidades e eles mudam de organização para organi-

81
zação, justamente pelo fato de que cada entidade tem sua própria finalidade, seu
desejo, sua condição, seu grupo de trabalho, seu tempo de mercado e seus demais
fatores internos e externos.

Figura 10 – Objetivo

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/setas-dardos-no-conceito-de-ne-
gocio-de-centro-de-destino_1150-7676.jpg?w=1060&t=st=1660498959~ex-
p=1660499559~hmac=0faafdc89a99b2a501464b469f8a4cf3084ace82847e4732f-
df6f7ff66e3dd4d. Acesso em: 25 ago. 2022.

Os objetivos são as metas que as entidades definem para seguir e alcançar.


Quem traça esses objetivos são os líderes e proprietários e, preferencialmente, os
objetivos devem ser traçados desde sua fase inicial. Todavia, isso não impede que
os mesmos objetivos sejam traçados ou que os mesmos objetivos sejam modifica-
dos.
Entidades que têm objetivos bem traçados e definidos, em junção com re-
cursos financeiros, materiais e humanos suficientes para que se consiga atingir o
objetivo definido, são entidades em que os funcionários apresentam excelentes
sentimentos quanto às tarefas e aos trabalhos exercidos, além de apresentarem
melhor percepção da importância da entidade e motivação.

2.4 A IMPORTÂNCIA DA ORGANIZAÇÃO


Compreendemos que as organizações são elaboradas ou reelaboradas, de
forma intencional, para que se consiga atingir certos objetivos já preestabelecidos.
Por esse motivo, ela não é construída de forma já acabada, pois ela é uma entidade
“viva” e que pode lidar com alterações de necessidades e demais mudanças ao
longo da sua existência (FONSECA, 2020). Por esse motivo, a organização está em
constante ação de estruturação, restauração, interação entre os recursos disponí-
veis e controle dos resultados.

82
Figura 11 – Resultados melhores com organização em dia

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/grafico-de-barras-digital-crescen-
te-com-sobreposicao-de-mao-de-empresario_53876-97640.jpg?w=900&t=s-
t=1660500354~exp=1660500954~hmac=fc994e6ff68d65a5e696dbbab1abe3bf-
78ddf191e4547abf4b39d40468ce9543. Acesso em: 25 ago. 2022.

Agora, iremos entender a importância da organização. De acordo com Coe-


lho (2004), as entidades precisam existir simplesmente pelo fato de que todo indi-
víduo consegue algum serviço ou utiliza algum serviço para suprir necessidades,
vontades e sobrevivência, e as organizações são os personagens responsáveis pela
concretização dessas demandas. Assim, as organizações precisam existir para que
esses desejos, essas necessidades e os itens de sobrevivência sejam entregues à
civilização.
Ao analisarmos o ambiente em que vivemos, observaremos que a socieda-
de pode ser entendida como uma sociedade de organizações, já que as pessoas
ficam mais tempo no trabalho do que em casa; e que esses trabalhos geram não
só o sustento, mas também o desenvolvimento desses colaboradores (FONSECA,
2020). Além disso, é por meio das organizações que os produtos ou bens que utili-
zamos ou os serviços que consumimos são elaborados, por meio das organizações
existentes.

83
Figura 12 – Bens e produtos

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-premium/mulher-de-compras-olhando-pa-
ra-as-prateleiras-no-supermercado-retrato-de-uma-jovem-em-uma-loja-de-mer-
cado-com-um-carrinho-de-compras_600776-24229.jpg?w=1060. Acesso em: 25
ago. 2022.

INTERESSANTE
As organizações têm a responsabilidade de concluir as atividades fundamen-
tais para o melhor funcionamento da sociedade e elas também são responsá-
veis pelo desenvolvimento de bens e produtos e pela prestação de serviços,
como serviços educacionais, de segurança, de comunicação, de saúde, de
cuidado com o ambiente, de saneamento, de produção de alimentos, de so-
lidariedade social, entre outros inúmeros serviços prestados pelas organiza-
ções.

Outro ponto da importância sobre a existência das organizações é pelo fato


de as entidades se preocuparem com a geração de lucro, mas não apenas com
isso: as entidades também se preocupam em satisfazer as necessidades dos seus
usuários e com a função social. Afinal, as organizações têm o poder de influenciar
seus funcionários, seus clientes e a sociedade, fazendo, então, seu papel social,
desde que feito com boa intenção e de forma correta. Além dessa influência, as en-
tidades também conseguem ajudar a economia por meio da geração de emprego e
do crescimento da renda populacional (SILVA, 2008).
Então, a organização é importante não só por ser a responsável por tudo
que utilizamos e consumimos, mas também em questões sociais e até econômicas,
já que ela contribui com o desenvolvimento do país. Inclusive, não seria errado afir-
mar que as organizações são ferramentas com poder de mudar a sociedade.

84
Figura 13 – Pessoas felizes em uma organização escolar

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/sorrindo-alunos-do-ensino-primario-
-que-sentam-se-na-sala-de-aula_1098-3953.jpg?w=1060&t=st=1660500453~ex-
p=1660501053~hmac=9beedf419b7d50f68ca62bb419274732b599b604c2e8582a-
7f908dc8c5ff6de3. Acesso em: 25 ago. 2022.

85
RESUMO DO TÓPICO 1

Neste tópico, você aprendeu:

• As organizações são preparadas e organizadas com o intuito de concluir algum


objetivo e de suprir as necessidades das pessoas.
• As organizações são formadas pela soma de esforços de cada pessoa, e não
apenas pela soma de pessoas, como também a soma de materiais financeiros,
tecnológicos, administrativos, entre outros, com o intuito de atingir o sucesso ou
a conclusão de algum objetivo.
• O conceito de organização pode se referir ao ato de organizar e à maneira de
estruturação e de divisão do trabalho ou da tarefa que será realizada.
• O conceito de organização consegue ter duas interpretações: a organização que
se preocupa com a organização do grupo social, em que os envolvidos se juntam
para concluir um objetivo em comum; e também a organização que se preocupa
com a realização de atividades de forma estruturada, planejada e realizada.

86
AUTOATIVIDADE

1. A importância da existência das organizações se dá pelo fato de as enti-


dades se preocuparem com a geração de lucro, mas não apenas: as en-
tidades também se preocupam em satisfazer as necessidades dos seus
usuários e com a função social. Afinal, as organizações podem influenciar
seus funcionários, seus clientes e a sociedade em geral, fazendo, então,
seu papel social, desde que feito com boa intenção e de forma correta.
Com base no estudo da organização, seus conceitos e suas característi-
cas, assinale a alternativa CORRETA:

a. ( ) A organização é o conjunto de esforços de pessoas e materiais,


com o intuito de concluir um objetivo em comum.
b. ( ) A organização é o conjunto de esforços de pessoas, apenas.
c. ( ) A organização é o conjunto de esforços feitos por uma única
pessoa.
d. ( ) A organização é o conjunto de esforços de materiais financei-
ros, físicos, tecnológicos etc.

2. A organização é essencial para as nossas vidas e já se mostra presente


desde o nosso nascimento. Sobre os termos sinônimos, analise as sen-
tenças a seguir:

I. Organização, disposição, método, ordem, arranjo, gestão, discipli-


na e sistema.
II. Arrumação, indisposição, ordenamento, método, sistema, discipli-
na, arranjo e ordem.
III. Arrumação, disposição, ordenação, disciplina, sistema, ordem,
método, gestão e arranjo.

Assinale a alternativa CORRETA:

a. ( ) As sentenças I e II estão corretas.


b. ( ) Somente a sentença II está correta.
c. ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d. ( ) Somente a sentença III está correta.

87
3. A organização deve ser feita por meio de planejamento, análise e contro-
le, pois assim é possível verificar se os resultados estão sendo atingidos
e se a empresa está aproveitando as melhores oportunidades. Sobre o
exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) As organizações conseguem se relacionar com vários aspectos, como


organização familiar, escolar, pessoal, doméstica etc.
( ) As organizações só são consideradas organizações se apresentarem fun-
damentos empresariais ou industriais.
( ) Um exemplo real de organização presente em nossas vidas é a organiza-
ção do lar.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a. ( ) V – F – F.
b. ( ) V – F – V.
c. ( ) F – V – F.
d. ( ) F – F – V.

4. A organização pode ser dividida em dois conceitos básicos: ato de orga-


nizar; e aquele modelo de organização que está relacionado à soma de
indivíduos e meios. Explique os dois modelos de organização.
5. A organização tem um importante papel em nossas rotinas e, com rela-
ção às organizações empresariais, temos ainda os conceitos de cultura
organizacional e clima organizacional. Faça um breve resumo sobre esses
dois termos.

88
TÓPICO 2

O PROCESSO
ADMINISTRATIVO
1 INTRODUÇÃO
Ter a gestão, o controle e a administração de empresas é uma das mais difí-
ceis responsabilidades atuais. Por esse motivo, os indivíduos responsáveis por essa
função devem estar em constante desenvolvimento e aperfeiçoamento pessoal e
em busca de novas competências (específicas e gerais) e habilidades.
Entretanto, administração e processo administrativo não são sinônimos. A
administração está relacionada aos processos decisórios e está voltada à alocação
de recursos e a encontrar maneiras de gerar melhores resultados e eficácia à em-
presa. Já o processo administrativo está relacionado à decisão de como a entidade
vai ser possível (FONSECA, 2020). O processo administrativo está alinhado com os
resultados das organizações e, por isso, preocupa-se em executar suas funções da
melhor maneira possível.

Figura 14 – Aproveitamento por meio do processo administrativo

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/consultor-de-consultoria-financeira-
-contador-discussao-profissional_1418-48.jpg?w=1060&t=st=1660500528~ex-
p=1660501128~hmac=39f5348953fd6b526a44eebe0bd200d31e541f682cd-
d8800c2c7caa822291c55. Acesso em: 25 ago. 2022.

89
Assim, ele está relacionado aos responsáveis pela geração de produtos e
de serviços que agreguem e supram as necessidades dos consumidores desses
itens. Por esse motivo, ele envolve várias ações de desenvolvimento e de controle,
pois, assim, é possível identificar a maneira mais adequada de aproveitamento de
materiais, recursos financeiros, tecnológicos e humanos.
Perceba que essa estratégia é muito importante para todas as organizações
e consegue gerar excelentes resultados a elas. Esse processo é dividido em algu-
mas fases, sendo elas:

1. planejamento;
2. organização;
3. direção;
4. controle.

Assim, o processo administrativo é o fluxo das atividades de planejamento,


organização, direção e controle, realizados com o intuito de atingir um objetivo es-
pecífico: o uso correto e eficiente dos recursos que a empresa tem (SILVA, 2008).
Estudaremos, com mais detalhes, a partir de agora, cada uma dessas fases.
Sobre a primeira etapa, como já mencionado, podemos considerá-la o pilar de todo
o restante do processo administrativo. Vamos nessa.

2 O PROCESSO ADMINISTRATIVO E AS SUAS


FASES
O que significa planejar? O planejamento é o pensamento antecipado dos
futuros caminhos e de todos os desvios, os obstáculos e as ramificações que esses
caminhos podem seguir, bem como soluções. Nesse sentido, vamos, agora, estu-
dar o planejamento.

2.1 PLANEJAMENTO
Todo planejamento deve ser feito com o intuito de aferir os objetivos plane-
jados desde a fase inicial, mas entendendo que existem desvios e, por isso, deve
ser flexível. A fase de planejamento pode ser feita respondendo certas questões,
como:

•  qual é o objetivo a ser alcançado?


•  quais processos e caminhos a serem feitos para atingi-lo?
•  quem serão os responsáveis pela execução do trabalho?

90
•  em quanto tempo começará?
•  precisará de quanto tempo para concretizá-lo?
•  quais serão os recursos necessários para sua concretização?·

Figura 15 – Planejamento

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/homem-de-negocios-jovem-em-fren-
te-a-parede-de-vidro-de-adesivos-e-olhando-para-os-planos-de-futuros-em-seu-
-escritorio_231208-2277.jpg?w=1060&t=st=1660500577~exp=1660501177~hma-
c=a3bf408742e987a3527b9d5fe5bdf8ae3f9ed99c7ec96a0dc77777635d832435.
Acesso em: 25 ago. 2022.

A primeira fase é basicamente concluída ao juntar todas as informações


disponíveis, que servem de suporte para o processo decisório para a organização
(FONSECA, 2020). Assim, o planejamento é a localização de ameaças, oportunida-
des, forças, fraquezas, área de crescimento e todos demais pontos que possam
afetar – positiva ou negativamente – o negócio.
Observe o que significa cada um dos conceitos listados.

•  Ameaças: as ameaças não costumam ser internas, de dentro da pró-


pria organização. Geralmente, elas são externas e podem causar danos,
tanto atualmente, quanto no futuro. Assim, a organização deve traçar
um planejamento para diminuí-las ou, se possível, acabá-las.
•  Oportunidades: as oportunidades vêm de forma externa e, quando a
organização consegue aproveitá-las, podem ter melhores e positivos
resultados.
•  Forças: quando a organização tem força, ela consegue ter vantagens
perante seus concorrentes. As forças podem vir de vários aspectos,
como:

91
•  liderança;
•  qualidade dos produtos;
•  reconhecimento;
•  eficiência dos colaboradores;
•  motivacional;
•  credibilidade com os fornecedores.
•  Fraquezas: assim como as ameaças, as fraquezas também devem ser
diminuídas ou acabadas. Pense na seguinte situação: você trabalha em
um empreendimento em que o chefe é extremamente arrogante e vai-
doso demais para pedir opinião, ajuda ou crítica dos seus colaboradores
e, por essas atitudes, a empresa vem diminuindo seus resultados. As
fraquezas da liderança dessa empresa afetam o resto. Podemos consi-
derar até que os líderes influenciam aquele local de trabalho.

Agora, existem componentes que ajudam na elaboração de um excelente


planejamento, a saber:

1. diagnóstico: o diagnóstico é o entendimento da realidade da organiza-


ção. É o detalhado conhecimento da empresa, dos seus problemas, das
falhas, do sucesso, das oportunidades, das ameaças, das forças e das
fraquezas. Quando os líderes, gestores e administradores conseguem
realizar essa tarefa, eles conseguem criar estratégias e fixar as prio-
ridades a serem seguidas (FONSECA, 2020). Assim, o diagnóstico das
organizações deve ser da seguinte forma:

Figura 16 – Diagnósticos

Fonte: a autora.

2. objetivos fixados: os líderes e empreendedores devem estabelecer


quais são as metas, os objetivos e os resultados a serem alcançados e,
de preferência, fixando um prazo para esses objetivos. Uma maneira de
dividi-los por prazos é:

92
•  curto prazo: são os que deverão acontecer até nos próximos seis me-
ses;
•  médio prazo: são os que deverão acontecer até nos próximos cinco
anos;
•  longo prazo: são os que deverão acontecer após cinco anos.

Além disso, os objetivos precisam ser:

•  mensuráveis: o tempo pode ser uma maneira de mensuração ou até


mesmo os resultados;
•  claros: em todos os detalhes, pois assim é mais fácil sua execução;
•  relacionados ao tempo: em quanto tempo a tarefa será feita;
•  concretos: eles devem ser identificáveis e de possível realização;
•  reais: não devem ser objetivos fora da realidade de conclusão.

3. estratégias: os líderes devem estar dispostos a realizar algumas ações


para chegar até seus objetivos e as estratégias são justamente a ma-
neira de elaborar essas ações. Afinal, são vários os caminhos que o líder
pode seguir e, por meio de uma boa estratégia, ele conseguirá chegar
ao seu objetivo de maneira mais fácil e rápida. Assim, na elaboração de
estratégias, o líder precisa analisar:

•  prazos para cada ação;


•  recursos;
•  locais;
•  contratação de pessoal;
•  indicação de responsabilidades.

4. avaliação: a avaliação é a última fase do planejamento e é tão impor-


tante quanto as outras. A avaliação serve para identificar se todas as
primeiras etapas do planejamento deram certo e se os resultados foram
obtidos.

2.2 ORGANIZAÇÃO
A fase de organização é a etapa em que os recursos, as responsabilidades
e as funções são ordenadas e, assim, o trabalho é feito de forma mais fácil. Ela é a
etapa que define o que deverá ser feito para conseguir concluir o objetivo definido
no planejamento e, para isso, são divididos as tarefas e os recursos (FONSECA,
2020).
93
A organização está relacionada ao ordenamento de:

•  trabalho: uma estratégia a ser seguida, na organização do trabalho, é


realizar uma lista de todos os processos da organização, separando-as
em grupos relacionados. A organização adequada do trabalho é tida
como bem executada quando as responsabilidades são concluídas no
menor tempo e com maior eficiência. Assim, os administradores devem:
•  determinar as responsabilidades e os processos que a organização
cumpre, separando-as em grupos;
•  fixar os responsáveis por essas tarefas.
•  espaço: um local para cada item deve ser separado e cada item deve
ficar exatamente no local estipulado;
•  pessoas: a administração de pessoas é uma das mais importantes
dentro de uma organização e não é uma tarefa extremamente fácil.
Por esse motivo, precisa de unidades de comando e de distribuição de
responsabilidades e atribuições. Assim, os coordenadores sabem o que
devem fazer e prestam contas aos seus chefes;
•  tempo: a organização do tempo entende que cada atividade deve ter
seu tempo certo de realização. Assim, o cumprimento de metas é rea-
lizado e as pessoas não desperdiçam tempo, pois sabem que têm que
concluir a sua responsabilidade no tempo certo. Dessa forma, a organi-
zação do tempo requer:
•  pontualidade na execução;
•  agenda de compromissos;
•  fixação de prioridades.
•  finanças: a área financeira é o coração de qualquer negócio e não po-
demos discordar disso. A administração de recursos se preocupa em
fazer a gestão e a boa direção dos recursos obtidos pela instituição.

2.3 DIREÇÃO
O ato de administrar é similar ao ato de gerenciar. O administrador deve ser
o gestor de pessoas e sua função é bem executada quando ele consegue orientar
seus colaboradores e estes conseguem executar suas funções, gerenciar conflitos
e se desenvolverem (SILVA, 2008).

94
IMPORTANTE
Assim, a direção precisa realizar tarefas que integrem todos os envolvidos,
realizando treinamentos, fixando metas e objetivos e direcionando outras
pessoas no melhor caminho

Os líderes, gestores e também administradores devem realizar uma boa li-


derança e, para isso, precisam desenvolver certas habilidades, a saber:

•  habilidade de motivação: os líderes devem ser os principais impul-


sionadores da motivação dos seus colaboradores. Assim, eles precisam
mostrar o reconhecimento que seus colaboradores merecem, gerenciar
os conflitos existentes na instituição e dar espaço para diálogos, deba-
tes e participação nas decisões das empresas;
•  habilidade de tomada de decisão: os líderes lidam com diversas al-
ternativas diariamente e precisam saber analisá-las e tomar as melho-
res decisões, sendo estas capazes de gerar mais benefícios e redução
de riscos;
•  habilidade de autoridade: os subordinados precisam ter a imagem
do líder como sinônimo de admiração, respeito e dignidade. Assim, os
subordinados seguem o exemplo que seus líderes passam;
•  habilidade de comunicação: os líderes precisam ter uma comunica-
ção precisa, clara e objetiva. Além disso, o líder deve ser sincero, mas
passar uma comunicação respeitosa;
•  habilidade de análise de desempenho: os líderes precisam acompa-
nhar, a todo momento, a evolução dos seus colaboradores, elogiando-os
e identificando quem precisa de ajuda, treinamento ou mais atenção.

95
Figura 17 – Direção

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/homem-de-negocios-jovem-em-fren-
te-a-parede-de-vidro-de-adesivos-e-olhando-para-os-planos-de-futuros-em-seu-
-escritorio_231208-2277.jpg?w=1060&t=st=1660500577~exp=1660501177~hma-
c=a3bf408742e987a3527b9d5fe5bdf8ae3f9ed99c7ec96a0dc77777635d832435.
Acesso em: 25 ago. 2022.

Além dessas habilidades listadas, os líderes também precisam de certas


competências. As competências são as habilidades somadas com conhecimento
que, quando bem realizadas, geram resultados positivos à organização. Assim, os
líderes precisam saber administrar as mudanças que ocorrem tanto no mercado,
quanto internamente; e também precisam ter uma melhor credibilidade pessoal e
dominar os principais pontos do negócio.

2.4 CONTROLE
A última fase do processo administrativo é o controle: controlar é analisar
os resultados, conferir se tudo foi feito de forma adequada e se as metas foram
cumpridas. Por meio do controle, também é possível identificar as falhas e, assim, é
possível a correção dos desvios encontrados (SILVA, 2008).

96
Figura 18 – Controle

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-premium/conceito-de-inovacao-de-automa-
cao-de-diagrama-de-fluxo-de-trabalho-industrial-de-estrutura-de-processo-de-
-negocios-em-midia-mista-de-tela-virtual_161452-3014.jpg?w=900. Acesso em: 25
ago. 2022.

A fase do controle é realizada da seguinte maneira:

•  controlar se as metas estabelecidas no início foram cumpridas;


•  analisar os resultados das metas batidas;
•  fazer a comparação das metas com os resultados;
•  corrigir os desvios e as falhas existentes ou em potencial de aconteci-
mento.

Assim, a fase do controle é feita nesta ordem:

Figura 19 – Fase do controle

Fonte: a autora

Apesar de o controle ser a última etapa, ele deve ser realizado desde o início
do processo, pois o controle identifica o que está dando certo e também o que está
dando errado.

97
RESUMO DO TÓPICO 2

Neste tópico, você aprendeu:

• O que é um processo administrativo, que são atos que vão se tornar a base para
um bom funcionamento das organizações.
• A primeira fase, basicamente, é concluída ao juntar todas as informações dis-
poníveis, que servem de suporte para o processo decisório para a organização.
• A fase de organização é a etapa em que os recursos, as responsabilidades e as
funções são ordenadas e, assim, o trabalho é feito de forma mais fácil.
• A organização está relacionada ao ordenamento de:
○ trabalho;
○ espaço;
○ pessoas;
○ tempo;
○ finanças.
• O ato de administrar, terceira fase, é similar ao ato de gerenciar.
• Os líderes, gestores e também administradores devem realizar uma boa lideran-
ça e, para isso, precisam desenvolver certas habilidades, a saber:
○ habilidade de motivação;
○ habilidade de tomada de decisão;
○ habilidade de autoridade;
○ habilidade de comunicação;
○ habilidade de análise de desempenho.
• A última fase do processo administrativo é o controle e controlar é analisar os
resultados, conferir se tudo foi feito de forma adequada e se as metas foram
cumpridas.

98
AUTOATIVIDADE

1. Os líderes são peças fundamentais na realização de tarefas no ambiente


corporativo, servindo de exemplo para seus colaboradores. Assim, sobre
as habilidades de liderança, assinale a alternativa CORRETA:

a. ( ) A habilidade de motivação é aquela relacionada ao reconheci-


mento das boas atitudes dos colaboradores e também ao geren-
ciamento de conflitos.
b. ( ) A habilidade de motivação é aquela relacionada à análise de
alternativas e às tomadas de decisão.
c. ( ) A habilidade de tomada de decisão é aquela relacionada à mo-
tivação dos colaboradores.
d. ( ) A habilidade de análise de desempenho é aquela relacionada à
boa comunicação entre seus colaboradores.

2. As organizações são mais do que o local de trabalho, podendo ser dividi-


dos em diversas áreas de nossas vidas. Assim, a respeito desse impor-
tante componente atual, analise as sentenças a seguir:

I. As organizações estão relacionadas ao ordenamento de trabalho,


espaço, pessoas, finanças e tempo.
II. As organizações estão relacionadas à gestão das pessoas, ape-
nas.
III. O ordenamento de pessoas se dá por meio de distribuição de res-
ponsabilidades, atribuições e de comando.

Assinale a alternativa CORRETA:

a. ( ) As sentenças I e II estão corretas.


b. ( ) Somente a sentença II está correta.
c. ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d. ( ) Somente a sentença III está correta.

3. O planejamento conta com algumas fases e também com alguns com-


ponentes. Assim, a respeito dos conceitos de ameaça, oportunidades,
forças e fraquezas, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para
as falsas:

99
( ) As oportunidades costumam vir de maneira externa e podem ser bem
aproveitadas e lucrativas.
( ) As ameaças geralmente são internas, dentro da própria organização, como
greves e protestos.
( ) As fraquezas são pontos negativos da organização e devem ser realizadas
estratégias para acabá-las ou diminuí-las.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a. ( ) V – F – F.
b. ( ) V – F – V.
c. ( ) F – V – F.
d. ( ) F – F – V.

4. Os líderes devem saber motivar seus colaboradores e os forçarem a ser


sua melhor versão. Essa é uma habilidade vital para esse profissional. As-
sim, faça um breve resumo de sua importância.
5. Mesmo não sendo um papel com o passo a passo a ser seguido, os líderes
costumam ter algumas habilidades comuns como padrão. Entre essas
habilidades, temos a relacionada à tomada de decisões. Faça um breve
resumo a respeito dessa habilidade.

100
TÓPICO 3

AS ÁREAS
FUNCIONAIS DA
ORGANIZAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
As tarefas divididas e atribuídas a cada pessoa se referem a algo que acon-
tece desde as primeiras civilizações existentes, e isso é importante desde a estru-
turação familiar, até a estruturação de organizações.
Nesse sentido, neste tópico, estudaremos as áreas funcionais da organiza-
ção, bem como, logo em seguida, apresentaremos um exemplo de uma estrutura
das áreas funcionais de uma organização.
Em uma organização empresarial, por exemplo, a divisão de tarefas ocorre
por meio de setores e estas são ampliadas ou reduzidas, a depender do tamanho
da organização. Uma coisa é certa: independentemente do porte da empresa ou da
quantidade de funcionários, esses setores devem estar bem alinhados e organiza-
dos, para que a organização tenha sucesso e lucro.

2 ORGANIZAÇÃO EMPRESARIAL
As tarefas divididas e atribuídas a cada pessoa são algo que acontece desde
as primeiras civilizações existentes, e é importante desde a estruturação familiar,
até a estruturação de organizações.
As funções de uma empresa são os processos em que se aplicam os recur-
sos, e essas funções são realizadas por meio de áreas funcionais, as quais podem
se dar por meio de outras unidades, conhecidas como setores (SILVA, 2008).
Por exemplo, o setor de Recursos Humanos (RH) conta com várias áreas
funcionais: área de cadastro, área de pagamento, área de recrutamento, de desli-
gamento, de folha de frequência, entre outras. Portanto, todas essas áreas funcio-
nais são desenvolvidas dentro de uma unidade organizacional ou setor.
Assim, consideramos as áreas funcionais a junção de grupos e de proces-
sos em que cada um tem a sua responsabilidade e que, quando unidas, conseguem

101
dar vida e continuidade à entidade, permitindo a chance de que os objetivos, as
metas e a missão da organização consigam ser concluídos.

ATENÇÃO
As áreas funcionais são lugares, dentro de uma organização, onde se ad-
ministram os recursos internos e se garante a continuidade do seu ciclo de
existência.

Então, as entidades são divididas em setores ou em áreas funcionais. As


áreas funcionais são lugares da organização que permitem a sua continuidade, ne-
cessária para a organização de cada área de maneira particular (FONSECA, 2020).
Segundo Maximiano (2007), as organizações são divididas em algumas
áreas comuns. As principais áreas funcionais de uma organização são:

•  vendas e marketing: é responsável por definir o mercado e os clientes


que a organização irá atender, além de fazer o estudo de mercado, para
poder decidir qual produto se deve fazer lançamento, qual o preço mais
justo por cada produto e qual é o melhor caminho a ser seguido para
distribuir essa mercadoria;
•  produção/logística: cuida da parte de produção e distribuição dos
produtos;
•  RH: é responsável por cuidar da parte dos funcionários da organização;
•  Pesquisa e Desenvolvimento (P&D): cuida do desenvolvimento de
pesquisas da organização;
•  financeiro: cuida dos assuntos voltados à administração das finanças
daquela empresa.

Entretanto, podemos considerar que as principais áreas das entidades são:

102
Figura 20 – Principais áreas das organizações

Fonte: a autora

Quanto aos principais setores de uma organização, veja a seguir.

•  Financeiro: existem empresas que preferem juntar a área financeira


com a área administrativa, mas, independentemente do modelo que a
organização preferir, o setor financeiro é a área responsável pela admi-
nistração das contas e dos recursos financeiros captados pela entidade.
Assim, a área financeira controla as receitas e as despesas, realiza os
pagamentos e administra os recursos de compras, vendas, investimen-
tos e demais assuntos financeiros (FONSECA, 2020).

Em empresas maiores, que contam com um grande fluxo de caixa e têm


muitas demandas, a área financeira costuma ser dividida em setores de pagamen-
to, recebimento, gestão de risco, contabilidade, gerenciamento de contratos e ou-
tras áreas. Assim, a divisão adequada das áreas traz resultados mais objetivos e
facilita a tomada de decisões.

103
Figura 21 – Área financeira

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/analista-de-cooperacao-grafico-e-
conomia-de-papel-profissional_1418-47.jpg?w=1060&t=st=1660500913~ex-
p=1660501513~hmac=017d683ae97e73f190018691075ebc63102db5a13b7cb6ec-
6c8f1dfb77f0b853. Acesso em: 25 ago. 2022.

•  Administrativo: tem a responsabilidade de criar o planejamento es-


tratégico que a empresa irá seguir. Além disso, o setor administrativo
precisa distribuir as tarefas de cada área, coordenar os processos da
empresa, fazer a gestão empresarial, supervisionar os demais setores
e fazer um diagnóstico e uma análise de dados que a empresa tem.
Outro ponto interessante é que a área administrativa é o braço direito
dos líderes nas tomadas de decisão e no direcionamento das empresas.
•  Operacional: é a realização em si das tarefas da empresa. Por exemplo,
é a área responsável pela entrega dos produtos aos clientes ou pela
fase de negociação e fechamento do negócio. Assim, a área operacio-
nal envolve a logística da empresa.

104
Figura 22 – Logística

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/interior-de-grande-armazem-de-dis-
tribuicao-com-prateleiras-repletas-de-paletas-e-produtos-prontos-para-o-mer-
cado_342744-1481.jpg?w=1060&t=st=1660500864~exp=1660501464~hmac=-
c08521b252d1cd40a3aec80810c9185da5de0d31b5570dc9efb8714ac87812a3.
Acesso em: 25 ago. 2022.

•  RH: é a área de gestão de pessoas e é uma das áreas com mais atri-
buições em uma organização. Ela é responsável por: seleção, recruta-
mento, contratação, acompanhamento dos profissionais, avaliações de
desempenho, férias, folha de ponto, salários, questões burocráticas de
contratação etc. É uma área que cuida do recurso humano dentro da
empresa.

Figura 23 – Áreas de uma organização

Fonte: https://img.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-em-vetor-conceito-
-abstrato-de-relacoes-humanas-sucesso-na-carreira-relacoes-publicas-aper-
to-de-mao-do-empresario-construcao-de-equipes-participacao-na-coo-
peracao-recursos-humanos-metafora-abstrata-da-empresa_335657-1421.
jpg?w=740&t=st=1660498359~exp=1660498959~hmac=ecabb3a5f4caf21fa-
0525274e7df67951e115ff0c98cc4479ef10c339cf64d33k. Acesso em: 25 ago. 2022.

105
ATENÇÃO
Justamente por englobar grandes responsabilidades da organização, a área
de gestão de pessoas é uma área que está em constante evolução e está
ganhando ainda mais reconhecimento nas últimas décadas. Afinal, a área de
RH se preocupa com o bem-estar dos seus colaboradores e também elabora
técnicas que mantenham o ambiente corporativo em equilíbrio e com har-
monia.

•  Comercial: conta com a responsabilidade de se relacionar com os


usuários e clientes e também de desenvolver o marketing e as estraté-
gias de vendas dos produtos ou serviços. Os profissionais da área co-
mercial e, principalmente, da área de marketing, devem se preocupar
em trazer novos clientes ao empreendimento e em manter os que já
estão “na casa”.

INTERESSANTE
A área de marketing vem crescendo cada vez mais no espaço virtual. O mar-
keting digital já não é mais uma tendência, é uma realidade; e as empresas
precisam utilizá-la para vencer a concorrência.

Dessa forma, as empresas, principalmente as que estão se desenvolven-


do, precisam criar mais departamentos e fragmentar suas tarefas nesses depar-
tamentos. Quando as divisões são formadas e cada um sabe o que deve fazer, o
trabalho será mais bem-feito, pois conta com profissionais capacitados para aquela
determinada área.

3 EXEMPLO EM ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL


Em uma indústria, por exemplo, as áreas funcionais consideradas essenciais
são:

•  áreas funcionais fim:


•  produção;
•  marketing.

106
•  áreas funcionais:
•  administração de materiais;
•  administração de serviços;
•  administração financeira;
•  administração de recursos humanos;
•  gestão empresarial.

Na área funcional da produção, temos:

•  fabricação:
•  área de produção;
•  programação;
•  controle de toda área produtiva.
•  análise de qualidade:
•  programação;
•  controle de qualidade dos produtos.
•  manutenção:
•  preventiva;
•  corretiva.

Já na área funcional de marketing, temos:

•  produto:
•  criação e desenvolvimento dos produtos;
•  maneiras de como divulgar o produto;
•  lançamento dos produtos desenvolvidos;
•  estudo de como o mercado recebeu o produto;
•  embalagem.
•  distribuição:
•  expedição;
•  venda individual;
•  venda por atacado.
•  promoção:
•  produtos promocionais;

107
•  promoção;
•  divulgação e publicidade das promoções;
•  propaganda;
•  amostras grátis.
•  preços:
•  estudos;
•  análises;
•  estruturação de preços;
•  estruturação de descontos;
•  estruturação de prazos.

Falando agora sobre a área funcional de administração de material, temos:

•  análise dos materiais e equipamentos necessários:


•  conferência de quais são as necessidades de materiais e de equipa-
mentos;
•  confecção do orçamento;
•  conferência de estoques;
•  normatização e padronização de processos.
•  compras ou aluguéis dos materiais e equipamentos:
•  compra dos produtos e equipamentos necessários;
•  recrutamento e cadastro dos colaboradores;
•  contratação de obras e serviços.
•  gestão dos materiais e equipamentos:
•  controle de recebimento de produtos;
•  controle do inventário;
•  controle de distribuição dos materiais e equipamentos;
•  movimentação de produtos;
•  alienação de materiais e equipamentos.

Sobre a área funcional de serviços, temos as seguintes divisões e atribui-


ções:

•  transporte:

108
•  estruturação da frota dos carros;
•  regulamentação da utilização dos veículos;
•  gestão da frota dos veículos.
•  patrimônio imobiliário:
•  cadastramento do imobiliário da organização;
•  locação de imóveis;
•  gestão do patrimônio imobiliário e imóvel.
•  serviços de apoio:
•  manutenção e conservação;
•  reformas;
•  manutenção e gestão dos móveis, do maquinário e dos equipamen-
tos de escritório;
•  manutenção e conservação dos equipamentos telefônicos;
•  zeladoria, copa e limpeza;
•  informações técnicas;
•  manutenção da administração dos arquivos;
•  segurança;
•  serviços de área gráfica;
•  relações públicas;
•  acervo bibliográfico;
•  serviços jurídicos.

Na área financeiras, temos:

•  planejamento dos recursos:


•  elaboração de orçamento;
•  projeção financeira para receitas;
•  projeção financeira para despesas;
•  estudo do mercado de capitais.
•  captação dos recursos:
•  títulos;
•  empréstimos;
•  financiamentos;
109
•  administração e gestão de contratos.
•  gestão dos recursos disponíveis:
•  recebimentos;
•  pagamentos;
•  operações bancárias;
•  fluxos de caixa;
•  acompanhamento do orçamento;
•  acompanhamento financeiro.
•  seguros:
•  estudo do mercado de seguros;
•  contratação de apólices de seguro;
•  gestão das apólices de seguro;
•  liquidação de sinistros, quando houver.

Na área de recursos humanos, temos:

•  gestão dos recursos humanos:


•  movimentação do pessoal;
•  cargos;
•  gestão de pessoal;
•  salários;
•  controle do orçamento de pessoal;
•  contato com sindicatos.
•  desenvolvimento de recursos humanos:
•  avaliação de desempenho;
•  treinamento de pessoal;
•  acompanhamento de pessoal.
•  pagamento e recolhimento:
•  folha de pagamento dos colaboradores;
•  encargos sociais;
•  rescisões;
•  auxílios.

110
•  planejamento:
•  estudo do mercado de trabalho;
•  pesquisas e acompanhamento do RH;
•  orçamento destinado à área de pessoal.
•  suprimento:
•  cadastramento;
•  recrutamento;
•  seleção;
•  registro;
•  cadastro;
•  contratação de terceirizados.
•  benefícios:
•  assistência médica;
•  planos de saúde;
•  alimentação;
•  empréstimo e financiamento;
•  assistência social;
•  lazer.
•  obrigações sociais:
•  medicina do trabalho;
•  ações trabalhistas;
•  segurança do trabalho;
•  relatórios fiscais.

Por último, na área de gestão empresarial, temos:

•  planejamento e controle empresarial:


•  planejamento estratégico;
•  monitoramento dos processos da entidade;
•  auditoria.
•  sistema de informação:
•  planejamento de sistemas de informações;

111
•  criação e manutenção dos sistemas;
•  processamento dos dados.

Figura 24 – Trabalhos em uma empresa

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-premium/o-sistema-de-colaboracao-e-uma-
-rede-na-organizacao-conectando-pessoas-juntas-para-alcancar-objetivos-co-
muns-renderizacao-em-3d_537132-1664.jpg?w=1060. Acesso em: 25 ago. 2022.

ATENÇÃO
O sistema de informações gerencia os grupos da organização, tendo contato
com clientes, concorrentes, órgãos do governo etc., sendo desenvolvido para
auxiliar na resolução de conflitos e problemas.

112
LEITURA COMPLEMENTAR

GESTÃO ORGANIZACIONAL: COM ÊNFASE NAS


ORGANIZAÇÕES HOSPITALARES
Osni Ribeiro
ORGANIZAÇÕES OU ENTIDADES ECONÔMICO-ADMINISTRATIVAS
Há uma infinidade de organizações econômico-administrativas – lojas, ca-
sas comerciais, clubes de futebol, bancos, indústrias, postos de gasolina, escolas,
cinemas, teatros, emissoras de rádio e de televisão, lanchonetes, restaurantes,
hospitais, igrejas etc. – que o ser humano constitui para atingir algum objetivo,
seja de ordem econômica ou social. Podemos imaginar vários tipos de entidades:
instituições governamentais; empresas públicas; particulares e mistas; instituições
com finalidades sociais ou socioeconômicas. Todas elas devem ser adequadamente
organizadas, bem gerenciadas e controladas para que possam atingir seus objeti-
vos da melhor maneira possível.
3.1.1 CONCEITO
Organizações são entidades econômico-administrativas que reúnem os
seguintes elementos: titular, capital, patrimônio, pessoas, ações administrativas e
fim determinado. Titular é o proprietário da organização, ou seja, aquele que in-
vestiu capital para a constituição do empreendimento. Uma organização pode ter
um único proprietário, quando é denominada empresa individual, ou simplesmente
empresário, ou mais de um, quando é denominada sociedade ou sociedade em-
presária. Capital é o montante de recursos que o titular ou os sócios investem na
organização.
Esse montante pode ser composto somente por dinheiro ou por uma mes-
cla de dinheiro e outros elementos patrimoniais, como móveis, imóveis, veículos,
computadores etc. Patrimônio é a organização em si. Veja detalhes no Capítulo 4.
Pessoas são todos os seres humanos que trabalham na organização. Ações admi-
nistrativas são as atuações das pessoas que dão vida à organização, planejando,
dirigindo, controlando, movimentando máquinas, equipamentos, efetuando com-
pras, pagamentos, produzindo bens, promovendo vendas, prestando serviços etc.
Fim determinado é a meta que impulsionou o titular ou os sócios a constituírem a
organização. Se a organização for econômica, seu fim é o lucro. Há, porém, organi-
zações que são constituídas sem fins lucrativos, como aquelas que têm finalidades
recreativas, filantrópicas, religiosas etc.
3.1.2 CLASSIFICAÇÃO
3.1.2.1 QUANTO AO FIM

113
Considerando-se o fim a que se destinam, as organizações podem ser clas-
sificadas como:
a) Instituições: entidades econômico-administrativas com finalidades so-
ciais ou socioeconômicas. As instituições com finalidades sociais são aquelas
cuja administração tem por objetivo o bem-estar social da coletividade, como as
associações recreativas e esportivas, os hospitais beneficentes, os asilos etc. As
instituições com finalidades socioeconômicas são aquelas cuja administração tem
interesse no aspecto econômico da entidade, porém este se reverte em benefício
da coletividade a que pertencem. São exemplos os institutos de aposentadorias,
pensões, previdência etc.
b) Empresas: entidades econômico-administrativas que têm finalidade eco-
nômica, isto é, visam ao lucro. Desenvolvem os mais variados ramos de atividades
– como comércio, indústria, agricultura, pecuária – e uma infinidade de serviços –
como transporte, telecomunicações, turismo, assistência à saúde e muitos outros.
3.1.2.2 QUANTO À NATUREZA DO CAPITAL
Quanto à natureza do capital com o qual são constituídas, as organizações
podem ser:

a) Públicas: constituídas com capital do governo.


b) Particulares (privadas): constituídas com capital de particulares.
c) Mistas: constituídas com capital do governo e de particulares ao mesmo
tempo.
3.1.2.3 QUANTO AO PORTE
Tradicionalmente, as organizações são classificadas como de pequeno, de
médio e de grande porte. A legislação tributária brasileira, para fins de arrecadação
de tributos, em especial do Imposto de Renda, classifica as empresas (organizações
que visam ao lucro), em cinco categorias:
a) Microempreendedor Individual (MEI); b) Microempresa (ME); c) Empresa
de Pequeno Porte (EPP); d) Empresas tributadas com base no lucro presumido; e)
Empresas tributadas com base no lucro real.
O governo brasileiro fixa periodicamente os limites do faturamento para fins
de enquadramento das empresas nessas cinco categorias. Especificamente em
relação às organizações hospitalares, renomados tratadistas costumam classificá-
-las como segue:
a) Pequeno porte: com até 50 leitos.
b) Médio porte: de 51 a 150 leitos.
c) Grande porte: de 151 a 500 leitos.
114
d) Extragrande porte: mais de 500 leitos.
3.3 ORGANIZAÇÃO COMO SISTEMA DE ATIVIDADES
Atividades são um conjunto de tarefas decorrentes da combinação de re-
cursos humanos, financeiros, materiais e tecnológicos, que visa à produção e à
comercialização de bens ou à prestação de serviços. Considerar a entidade como
sistema de atividades é entender que as atividades representam o centro da ges-
tão empresarial. São elas as responsáveis pelo fluxo de caixa positivo ou negativo
(entradas e saídas de dinheiro), e não há produção, comercialização, nem prestação
de serviços que não envolvam atividades. O estudo das atividades ajuda o gestor a
conhecer melhor o desempenho global da organização, facilitando as tomadas de
decisão. Veja mais detalhes sobre o sistema de custeio baseado em atividades no
Capítulo 6.
3.4 ORGANIZAÇÕES E SEUS CLIENTES
Focar a satisfação do cliente é a chave para o sucesso do empreendimento.
Assim, a organização deve estar sempre comprometida com a plena satisfação do
cliente, não só por estratégia da gerência de vendas, mas, principalmente, porque
o próprio mercado condiciona a organização a esse comprometimento. É sempre
importante repetir que tanto o fornecedor precisa do cliente quanto o cliente do
fornecedor. Nessa via de mão dupla, especialmente nas relações comerciais en-
tre pessoas jurídicas, deve prevalecer a lealdade tanto nas exigências dos clientes
como no comprometimento dos fornecedores.
Mas é preciso cautela: não é prudente colocar o cliente como o único centro
das preocupações. A organização que trabalhar exclusivamente para atender às
exigências dos clientes poderá desvirtuar seus procedimentos dos seus propósitos
e, com isso, encontrar muitas dificuldades para cumprir sua missão.
No gerenciamento dos contratos de compras e vendas, é muito importante
que haja valorização das partes envolvidas. É preciso que sejam respeitados direi-
tos e obrigações tanto do fornecedor quanto do cliente. O fato de o cliente ser um
componente importante para o sucesso da organização não garante a submissão
do fornecedor aos desejos impostos por ele.
As indústrias montadoras de veículos aprenderam, no final do século XX, a
colocar os fornecedores de peças e equipamentos dos seus produtos diretamente
nas linhas de produção.
Com isso, as montadoras – como clientes passaram a exigir comportamen-
tos que até então os fornecedores de peças e equipamentos, normalmente pro-
dutores, não praticavam. Não se pode negar que há muitas tarefas e situações em
que o próprio mercado direcionará fornecedores e clientes a exigir uns dos outros
o cumprimento de suas vontades para a realização de seus interesses. No entanto,
ainda que necessitem dos clientes, os fornecedores jamais poderão justificar a prá-

115
tica de atos ilícitos, antiéticos ou ainda prejudiciais ao meio ambiente ou expor seus
empregados a situações desumanas ou vexatórias alegando pressões de clientes
inescrupulosos.
Não se trata de discutir a importância do cliente para a organização, pois,
sem ele, ela não terá para quem vender seus produtos e serviços e, consequente-
mente, não realizará o lucro desejado para obter o retorno do investimento e remu-
nerar o capital aplicado.
O ideal para uma boa estrutura organizacional é que a administração cons-
ciente, conforme vimos, foque não só os interesses do cliente, mas também o de-
sempenho de suas atividades, buscando, contudo, alcançar as metas planejadas.
Melhores resultados, portanto, alcançará a organização que souber adotar com-
portamento ético e equilibrado, possibilitando o desenvolvimento das atividades
voltadas a satisfazer aos anseios tanto da própria organização quanto dos seus
clientes. O entendimento entre fornecedores e clientes é necessário para ambos
alcançarem seus objetivos, ou seja: o fornecedor quer vender seus produtos e ser-
viços com o menor custo possível e o maior preço para alcançar seus lucros; por
outro lado, o cliente quer comprar qualidade e pagar o menor preço possível.
É importante destacar que, independentemente do ramo de atividade do
fornecedor e das características dos clientes, é imprescindível manter a ética nas
relações comerciais nas relações fornecedor/cliente e cliente/fornecedor. Isso é
especialmente importante quando se trata de organizações hospitalares, as quais
os clientes buscam para a cura de suas enfermidades. Nas relações comerciais
normais, quando fornecedores não estão satisfeitos com seus clientes, eles têm a
oportunidade de procurar clientes diferentes ou de outras regiões. Os clientes, por
sua vez, quando são favorecidos por uma economia sem monopólio, podem perfei-
tamente deixar de comprar de determinado fornecedor e procurar outro. Contudo,
essa situação fica prejudicada tanto para fornecedores quanto para clientes quan-
do se trata de saúde.
Os gestores das organizações que cuidam da saúde das pessoas, além da
ética comum no relacionamento comercial, têm o dever de cuidar da ética rela-
cionada ao bem-estar e à saúde de seus pacientes. Não se pode admitir que, para
justificar a satisfação de parceiros, um hospital permita que médicos inescrupulo-
sos antecipem o óbito de pacientes, ainda que em estado terminal, com a finalida-
de de receber vantagens pecuniárias das organizações funerárias ou comercializar
órgãos ilicitamente; ou, ainda, que se aproveitem de sua posição, colocando pa-
cientes em situações vexatórias para tirar algum proveito, em detrimento da saúde
daqueles que os procuram.
Por outro lado, não se pode admitir também que pacientes inescrupulosos
queiram obter vantagens exigindo serviços que os hospitais não estejam capaci-
tados a realizar.

116
FONTE: RIBEIRO, O. RIBEIRO, N. Gestão organizacional: com ênfase nas organiza-
ções hospitalares. São Paulo: Saraiva, 2017.

117
RESUMO DO TÓPICO 3

Neste tópico, você aprendeu

• O que significam áreas funcionais da administração, que são as áreas funcionais,


isto é, a junção de grupos e de processos, em que cada um tem a sua respon-
sabilidade.
• Que as quatro principais áreas das organizações são: produção, RH, financeiro e
marketing.
• Os principais setores da organização são: financeiro, administrativo, operacional,
RH e comercial.

118
AUTOATIVIDADE

1. As áreas funcionais da organização são divididas de acordo com as ne-


cessidades da entidade. Assim, cada função e atribuição é dividida de
acordo com as demandas da empresa. Sobre o exposto, assinale a alter-
nativa CORRETA:

a. ( ) As funções de uma empresa são os processos em que se apli-


cam os recursos, sendo que essas funções são realizadas por
meio das áreas funcionais.
b. ( ) O setor de Recursos Humanos (RH) é responsável pelo paga-
mento de aquisição de materiais.
c. ( ) A divisão de atribuições a cada área ou pessoas é algo recente,
expandindo-se neste século.
d. ( ) O alinhamento dos setores e das atribuições deve acontecer
apenas em empresas de grande porte, devido à complexidade do
empreendimento.

2. As entidades atuais são divididas em setores ou até mesmo em áreas


funcionais. Assim, a respeito dessas divisões, analise as sentenças a se-
guir:

I. A área de vendas e marketing é responsável pela definição do


mercado e dos clientes que o produto deverá atingir, realizando
pesquisas de mercado para esse fim.
II. A área de produção e logística é responsável pela contratação de
pessoal.
III. A área financeira é responsável por cuidar dos assuntos voltados
à administração das finanças.

Assinale a alternativa CORRETA:

a. ( ) As sentenças I e II estão corretas.


b. ( ) Somente a sentença II está correta.
c. ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d. ( ) Somente a sentença III está correta.

3. O setor financeiro é uma das principais áreas funcionais de qualquer


organização, lidando com problemas e fatores relacionados à questão
financeira. Assim, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para
as falsas:

119
( ) O setor financeiro pode ser junto com o setor administrativo.
( ) O setor financeiro nunca pode ser em conjunto com a área administrativa.
( ) O setor financeiro é o responsável pelas contas, receitas e despesas da
organização.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a. ( ) V – F – F.
b. ( ) V – F – V.
c. ( ) F – V – F.
d. ( ) F – F – V.

4. Existem setores considerados essenciais em uma organização. Entre


eles, há o setor administrativo, área responsável pela criação do planeja-
mento estratégico que a empresa seguirá. Faça um breve resumo sobre
essa área.
5. O setor operacional é uma área extremamente importante em uma or-
ganização, sendo voltada à realização de tarefas que a empresa realiza.
Faça um breve resumo, com exemplo da atribuição desse setor.

120
REFERÊNCIAS

ABEL, A. B.; BERNANKE, B. S.; CROUSHORE, D. Macroeconomia. São Paulo: Pear-


son, 2008.

CHIAVENATO, I. Administração, teoria, processo e prática. São Paulo: Makron


Books, 1994.

COELHO, F. U. Manual de Direito Comercial. São Paulo: Saraiva, 2004.

CURY, A. Organização e métodos: uma visão holística. 7 ed. São Paulo: Atlas,
2000.

DRUKER, P. A administração na próxima sociedade. São Paulo: Nobel, 2002.

DRUCKER, P. Sociedade pós-capitalista. 6. ed. São Paulo: Pioneira, 1997.

ETZIONI, A. Organizações modernas. São Paulo: Pioneira, 1989.

FONSECA, V. S. da. Introdução à Teoria Geral da Administração. Curitiba: Con-


tentus, 2020.

FREEPIK. Disponível em: https://www.freepik.com/. Acesso em: 27 ago. 2022.

KANAANE, R. Comportamento humano nas organizações: o homem rumo ao


século XXI. São Paulo: Atlas, 1994.

KRUGMAN, P. R.; OBSTFELD, M.; MELITZ, M. J. Economia Internacional. 10. ed.


São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015.

KRUGMAN, P. R.; WELLS, R. Economic. New York, NY: Worth Publishers, 2009. p.
27.

LACOMBE, F. J.; HEILBORN, G. L. J. Administração: princípios e tendências. São


Paulo: Saraiva, 2003.

MARCONDES, J. S. Conceitos sobre organização, tipos de organizações e exem-


plos. Gestão de Segurança Privada. [S. l.], [n. p.], 25 abr. 2019. Disponível em:
https://gestaodesegurancaprivada.com.br/organizacoes-conceitos-tipos/. Acesso
em: 25 ago. 2022.

MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à administração. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1992.

MAXIMIANO, A. C. A Teoria Geral da Administração: da Revolução Urbana à Re-


volução Digital. São Paulo: Atlas, 2007.

121
MEIRELES, M. Teorias da administração: clássicas e modernas. São Paulo: Fu-
tura, 2003.

MENDES, J. T. G. Economia: fundamentos e aplicações. 2. ed. São Paulo: Pearson


Prentice Hall, 2009.

MOCHÓN, F. Princípios de economia. 1. ed. São Paulo: Pearson, 2007.

MORAES, A. M. P. Introdução à Administração. São Paulo: Prentice Hall, 2004.

PARKIN, M. Macroeconomia. São Paulo: Pearson, 2003.

PINDYCK, R. S; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 7. ed. Porto Alegre: Pearson,


2010.

SCHEIN, E. H. Guia de sobrevivência da cultura corporativa. Rio de Janeiro:


José Olympio, 2001.

SILVA, R. O. da. Teorias da administração. São Paulo: Pearson Prentice Hall,


2008.

SULLIVAN, A.; SHEFFRIN, S.; NISHIJIMA, M. Introdução à economia: princípios e


ferramentas. São Paulo: Prentice Hall, 2004.

TEBCHIRANI, F. R. Princípios de economia: micro e macro. 1. ed. Curitiba: Inter-


saberes, 2012.

122
123
UNIDADE 3

FUNÇÕES GERENCIAIS

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• Entender o que são funções gerenciais;
• Compreender quais são as funções gerenciais;
• Conhecer o papel do gestor;
• Conhecer as habilidades e competências do gestor.

PLANO DE ESTUDOS
A cada tópico desta unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo
de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – AS FUNÇÕES GERENCIAIS
TÓPICO 2 – O PAPEL DO GESTOR
TÓPICO 3 – AS HABILIDADES E COMPETÊNCIAS DO GESTOR
TÓPICO 1

AS FUNÇÕES
GERENCIAIS
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, iremos nos aprofundar nas funções gerenciais. A empresa de
sucesso tem um gestor capacitado e preparado para suas responsabilidades ex-
ternas ou internas. Essa função tem extrema importância na definição e também
no atingimento dos objetivos que a empresa quer, na elaboração de estratégias e
também no olhar amplo, visualizando o futuro e as tendências dos clientes.
Mesmo o gestor tendo tantas habilidades, ele não trabalha sozinho: tem
toda uma equipe por trás, realizando o trabalho operacional e atingindo os resul-
tados almejados. Entretanto, os colaboradores, mesmo que tenham intenção, não
realizarão suas tarefas sem uma orientação, sem a motivação correta dos colabo-
radores, sem a disponibilidade de tecnologia, o diagnóstico do ambiente, a procura
por novos fornecedores, a interação com o cliente e a pesquisa de produtividade e
qualidade. O líder é o responsável por realizar todas essas funções e pelas outras
funções que irão direcionar a equipe.
Assim, neste Tópico 1, estudaremos as funções da gerência, entendendo a
importância de Henri Fayol para esse avanço e você conhecerá também as etapas
de Planejamento, Organização, Direção e Controle (PODC).

2 FUNÇÕES GERENCIAIS
O homem, desde o início das civilizações, percebeu a necessidade de ter um
grupo social para realização de tarefas essenciais, como alimentação, segurança e
moradia. Assim, acompanhando essas necessidades, surgiu a necessidade de uma
pessoa para desempenhar as funções de liderança.

126
Figura 1 – Primeiras funções de liderança

Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/familia-de-pessoas-pre-historicas-em-
-frente-a-ilustracao-plana-da-entrada-da-caverna_13806631.htm#query=prehisto-
ric%20family&position=11&from_view=search. Acesso em: 27 ago. 2022.

Sua importância teve ainda mais destaque quando surgiram os primeiros


grupos organizados, em que as pessoas foram divididas em equipe e cada equipe
tinha a sua própria responsabilidade e função: pesca, caça, produção de alimentos,
segurança, confecção de armas e assim por diante.

NOTA
A divisão dessas tarefas e sua atribuição a cada membro foram indispen-
sáveis para que as civilizações realmente funcionassem. Os processos, as
rotinas e as responsabilidades são usados desde aquela época.

Os anos passaram e não mais precisamos dividir tarefas de pesca e caça


entre as pessoas com quem convivemos para sobreviver, mas o conceito de orga-
nização e de convivência em equipe e a necessidade de uma pessoa com perfil de
liderança continuam presentes em nossas vidas (FONSECA, 2020).
Com relação à responsabilidade de gestão, o gestor, desde os primórdios,
buscava solucionar conflitos e identificar as melhores características de cada mem-
bro do grupo. Hoje não difere, mas, logicamente, adaptado a todas as mudanças e
necessidades do momento. Com isso, os gestores conseguem localizar as melho-
res características de cada pessoa, mas também desenvolvê-las e, assim, formar

127
equipes que sejam capazes de se adaptar a quaisquer mudanças e situações. Com
isso, o papel de gestão e liderança tem relação direta com toda a equipe.

Figura 2 – Gestão

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/objectivos-de-meta-de-sucesso-es-
trategico-de-estrategia-de-negocios_1421-33.jpg?w=996&t=st=1660821581~ex-
p=1660822181~hmac=e4e9403e9caff4c93919437faade276793c2138a3d91fcd0ab-
db8e0700e39dc6. Acesso em: 27 ago. 2022.

A palavra gestão tem origem do latim gestione, que significa gerenciar ou


administrar pessoas, recursos ou outros itens que consigam ser administrados
para alguma finalidade.
Essa palavra é muito utilizada na área empresarial e diz respeito ao geren-
ciamento dos recursos disponíveis da melhor forma possível, para que, assim, os
objetivos e as metas traçados sejam atingidos. Ela é a relação de princípios sobre
Planejamento, Direção, Organização e Controle (PODC) que um empreendimento
precisa para conseguir sobreviver no mercado (FONSECA, 2020).

128
Figura 3 – PODC

Fonte: adaptado de Fonseca (2020)

Seja qual for o ramo de atuação da empresa e também seja qual for o seu
tamanho, as funções administrativas devem ser práticas da organização. Acompa-
nhe as características de cada etapa.
• Planejamento: o planejamento é vital para qualquer área da vida,
por exemplo, a pessoa deve se planejar, para seguir uma rotina fit-
ness e saudável, ou deve se planejar, para estudar, trabalhar, encon-
trar os amigos e assim por diante. Imagine no ambiente de trabalho.
Planejar é uma ação necessária (FONSECA, 2020).

É o momento de prever o futuro, as tendências, os obstáculos e os demais


componentes que podem interferir no desenvolvimento da organização. Talvez
essa seja a função mais importante do gestor.
O planejamento requer a definição de metas e também a definição de como
agir para concretizá-las. Além disso, planejar tem a ver com tomar decisões, con-
forme os objetivos que a empresa quer obter e o caminho que ela irá seguir futu-
ramente.

IMPORTANTE
O gestor deve ter conhecimento do que acontece na empresa, além de con-
seguir prever situações para a tomada de decisão.

129
Figura 4 – Planejamento

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/encontro-de-pessoas-de-nego-
cios_1421-559.jpg?w=996&t=st=1660821730~exp=1660822330~hmac=d0059a-
0079d5025e29165d2601fb64c0bed9dd0d6b0d42312f77b25be4617000. Acesso
em: 27 ago. 2022.

• Organização: a organização é o ato mais próximo da conclusão de


algo. Por meio do planejamento, os gestores fixam propósitos e pla-
nos e, em seguida, eles devem gerenciar seus recursos e entender
o que será preciso para atingir a meta planejada (FONSECA, 2020).

Além disso, a organização define como as tarefas serão realizadas e tam-


bém as coordena.
A organização é tão importante quanto o planejamento, pois não resolve
muita coisa planejar todos os passos, sem ter uma organização adequada e inse-
rida na rotina da empresa com tudo que for necessário para seu funcionamento
(SILVA, 2008).

Figura 5 – Organização

Fonte: https://img.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-do-conceito-de-ge-
renciamento-de-tempo-desenhada-a-mao_52683-54970.jpg?w=996&t=s-
t=1660821791~exp=1660822391~hmac=8fe82dc9dbab6a8cb1541db44b18f209c1e-
7b717a98113565cc5fe15d7f8f285. Acesso em: 27 ago. 2022.

130
Para que a organização seja bem desempenhada, o gestor precisa ter um
controle de toda a rotina empresarial e acompanhar tendências e tarefas que farão
a empresa crescer, além de realizá-las, pois a organização é a prática do planeja-
mento feito (SILVA, 2008).
• Direção (ou liderança): a direção de uma equipe requer muitas
habilidades e experiências. Além disso, é preciso conseguir influen-
ciar seus colaboradores, para que estes ajam conforme o propósito
da organização.

NOTA
Os líderes e gestores são os principais responsáveis pelo sucesso da organi-
zação e devem estar preparados para isso. Aliás, não apenas para entrar no
cargo, mas o seu desenvolvimento deve ser constante.

Figura 6 – Liderança

Fonte: https://img.freepik.com/vetores-gratis/funcionarios-dando-as-maos-
-e-ajudando-os-colegas-a-subir-as-escadas_74855-5236.jpg?w=996&t=s-
t=1660821827~exp=1660822427~hmac=f2cfdda9a7aed1e863516fc9fb52cfa8e43b-
dfb6a5e2f472af22d96e503b538f. Acesso em: 27 ago. 2022.

• Controle: de nada adianta ter um bom planejamento, uma boa exe-


cução e uma boa organização, assim como bons líderes, sem ter
o controle do processo. O monitoramento serve para identificar se
problemas foram desenvolvidos ao longo do projeto, se os resul-
tados estão sendo atingidos como esperado, se os recursos estão
sendo suficientes e assim por diante.

131
IMPORTANTE
O monitoramento é a comparação, a medição dos resultados e a correção de
falhas e desvios.

Os gestores precisam lidar com tomadas de decisão a todo momento e toda


decisão traz consequências. Assim, é atribuição da etapa de controle supervisionar
se os resultados das decisões tomadas foram bons (FONSECA, 2020).
O acompanhamento desses resultados deve existir nas empresas, indepen-
dentemente do seu porte. Afinal, o mercado muda constantemente e as necessida-
des das pessoas também. Tudo isso pode ser observado pelo controle.

Figura 7 – Liderança

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/trabalhador-afro-americano-escreven-
do-lista-de-inventario-enquanto-verifica-o-estoque-na-sala-de-armazenamen-
to_637285-4716.jpg?w=996&t=st=1660821868~exp=1660822468~hmac=07d-
30f5a804d595aafbbd792399296060bd074f45f92a42b1fe35c5df1e1fef2. Acesso
em: 27 ago. 2022.

Quando o gestor sabe a importância dessas quatro funções e as coloca em


prática, ele consegue:

  ter um melhor controle das finanças;


  índices de satisfação dos usuários e clientes;
  produtividade;
  menor desperdício;
  desenvolvimento de um harmonioso local de trabalho;
  otimização de tempo e de recursos.

132
Essas estratégias, em conjunto, são importantes ferramentas para que
os gestores e líderes consigam gerenciar a organização e encaminhá-las para o
desenvolvimento, para melhores resultados e crescimento, principalmente com a
competitividade do mercado.
Assim, a organização obtém melhores sucessos, quando são aplicados to-
dos esses princípios, de forma que consiga aproveitar, da melhor maneira possível,
os recursos e as informações que as organizações têm.
A gestão é uma das tarefas mais importantes em uma empresa. É por meio
dela que as organizações conseguem crescer e apresentar bons resultados e su-
cesso. A responsabilidade dessa área é tão grande que o profissional da área de
gestão é um dos profissionais mais bem pagos e cobiçados no ambiente corpora-
tivo.

ATENÇÃO
A gestão está atrelada a diversas outras funções e consegue ser distribuída
em diferentes áreas e setores.

O estudioso e o principal desenvolvedor da Teoria Geral da Administração,


Henry Fayol, foi um dos pioneiros no entendimento de que as organizações preci-
savam de uma boa estrutura e de uma boa gestão para ter resultados (FONSECA,
2020).
Fayol tomou suas conclusões após analisar os problemas que eram comuns
e gerais nas empresas daquela época: improdutividade, falta de rotina certa para
os processos, padronização incorreta dos processos etc. Assim, ele definiu que a
organização precisava ser dividida em setores e que cada setor teria como respon-
sabilidade certas funções.
Entre as funções tidas por ele como mais importantes, temos:

•  gestão contábil: a área contábil requer uma gestão desenvolvida e


bem preparada, afinal, ela é responsável pelo gerenciamento de tribu-
tos, pagamento de funcionários e fornecedores, entre outros assuntos
financeiros;
•  gestão financeira: a gestão da área financeira tem a responsabilida-
de de coordenar os recursos financeiros da organização, estudando e
montando estratégias de investimentos, gastos, compras de materiais
e assim por diante;

133
Figura 8 – Gestão contábil e financeira

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/pilha-de-moedas-de-dinheiro-
-com-grafico-de-negociacao_1150-17752.jpg?w=996&t=st=1660821981~ex-
p=1660822581~hmac=a8e8df6aae85c72e39ef6e45dd49275b1561fb975d24feb65e-
453ba5bd93e55f. Acesso em: 27 ago. 2022.

•  gestão administrativa: a gestão administrativa deve administrar a


empresa de maneira geral, interagindo entre todas as áreas, identifi-
cando problemas e buscando solucioná-los;
•  gestão de segurança: essa área é responsável por cuidar das políticas
e ações a serem feitas, com o intuito de garantir a segurança dos fun-
cionários, tanto dentro, quanto fora do local de trabalho;

NOTA
A gestão de segurança também deve se preocupar com a forma como as
pessoas vão ao trabalho e voltam para casa, com a locomoção de produtos,
com as viagens dos funcionários que prestam serviços etc.

•  gestão de produção: a gestão de produção elabora procedimentos


que deverão ser seguidos para ter melhores coordenação e sistemati-
zação da área produtiva da organização, preocupando-se, assim, com
o melhor desempenho e eficiência empresarial;

134
Figura 9 – Gestão de produção

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/trabalhadores-da-fabrica-com-masca-
ras-protegidas-contra-virus-corona-fazendo-controle-de-qualidade-da-producao-
-na-fabrica_342744-96.jpg?w=996&t=st=1660822023~exp=1660822623~hma-
c=74cd0180211fa2df987d929b9f77f22cb760cc2df8a212eabc690e052a40a158.
Acesso em: 27 ago. 2022.

•  gestão comercial: essa área cuida de toda a relação com o cliente e


com os processos de vendas no atacado ou no varejo. Henri também
defendia a ideia de que não adiantava a empresa dividir cada setor e
suas atribuições se não tivesse líderes e gestores capacitados para di-
recionar a equipe e seus colaboradores.

IMPORTANTE
Henri Fayol explicou muitos conceitos e abriu portas que foram ainda mais
desenvolvidas ao longo dos anos. Fayol gerou ideias de grande relevância
que, mesmo sendo desenvolvidas há quase um século, ainda são admiradas
e seguidas até hoje.

Com o passar do tempo e a evolução das organizações, os tipos de gestão


sofreram algumas modificações. Trouxemos alguns modelos de gestão atual que,
quando bem aplicados, geram bons resultados a elas. Vamos analisar cada um de-
les logo a seguir.

•  Gestão estratégica: envolve ações que trazem melhores alternativas


e melhores tomadas de decisão e, assim, servem como norte para o
futuro da empresa. Boa parte das organizações, se não a maioria, fixa
metas e objetivos bastante ambiciosos, que requerem muita prática.
Assim, a gestão estratégica ajuda no processo de sair do papel e come-
çar na prática;

135
Figura 10 – Gestão estratégica

Fonte: https://img.freepik.com/vetores-gratis/gestao-de-pesso-
al-definicao-de-perspectiva-orientacao-de-objetivos-organiza-
cao-do-trabalho-em-equipe-coach-de-negocios-executivos-de-
-empresas-e-personagens-de-desenhos-animados_335657-2967.
jpg?w=740&t=st=1660822044~exp=1660822644~hmac=9d0470927f3a566283a-
457472f5d3fdb5930a5ee1e01152acb722aa13409c5d5. Acesso em: 27 ago. 2022.

•  Gestão de pessoas: está diretamente relacionada à área de RH de


qualquer empresa. De acordo com Chiavenato (2014), a gestão de pes-
soas tem início no recrutamento, em seguida, indo para a seleção e, por
último, nas recompensas e na avaliação de desempenho;
•  Gestão de equipes: preocupa-se com o crescimento dos colabora-
dores, incentivando suas habilidades emocionais, boa comunicação e
demais pontos que merecem ser desenvolvidos. Quando a equipe é de-
senvolvida, ela tem melhores resultados, é mais resiliente e harmônica,
além de transformar cada colaborador em um líder;

Figura 11 – Gestão de equipe e de pessoas

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/equipe-diversificada-participan-
do-de-reuniao-por-videochamada-online-com-colega-falando-sobre-co-
laboracao-de-negocios-para-crescimento-e-desenvolvimento-pessoas-
-usando-videoconferencia-remota-na-sala-de-reunioes_482257-32348.
jpg?w=996&t=st=1660822120~exp=1660822720~hmac=d5e81a477b9b531e-
89bac268ccebacc22f37dc49b9690cbae98b34681b9cfeca. Acesso em: 27 ago.
2022.

136
•  Gestão de produtividade: preocupa-se em localizar os comporta-
mentos que trazem melhores resultados à organização. Além disso, ela
se preocupa em engajar os membros das equipes, por métodos que
consigam influenciar, positivamente, a produtividade e, consequente-
mente, a empresa;
•  Gestão de resultados: é preciso que toda empresa tenha o seu foco
nos resultados, mas há empresas que levam isso mais a sério que ou-
tras, controlando o resultado nas vendas, nas tarefas realizadas pelos
seus colaboradores etc. Assim, a gestão por resultados monta estra-
tégias para maiores análise, conferência e comparação de resultados.

Figura 12 – Gestão de resultados

Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/objetivo-orientacao-para-resultados-
-cumprimento-de-metas-estrategia-de-negocios-realizacao-de-objetivos-bus-
ca-de-objetivos-empresario-personagem-de-desenho-animado-do-empresa-
rio_11669188.htm#query=resultados&position=0&from_view=search. Acesso em:
27 ago. 2022.

•  Gestão do trabalho: é feito o bom gerenciamento de processos a par-


tir de um bom gerenciamento de trabalho. O gerenciamento de trabalho
foca na gestão da rotina, da equipe, dos processos feitos e de qualquer
outro assunto relacionado ao bom desempenho das tarefas que a em-
presa realiza;
•  Gestão de tempo: pode ser feita com a ajuda de planilhas de tempo, de
controle de entrada e de saída ou de controle do tempo para realização
de certas tarefas. Assim, é possível associar essa gestão com a gestão
de produtividade e trazer vários insights e pontos a serem melhorados;
•  Gestão de tarefas: tem a preocupação de dividir, de maneira detalha-
da, a tarefa que cada pessoa irá cumprir, bem como a determinação e
o alinhamento das tarefas particulares, deixando, assim, cada colabo-
rador ciente do que deve ser feito por ele e do que a empresa espera;
•  Gestão de processos: é responsável por identificar o caminho a ser

137
seguido por cada atividade empresarial, setor por setor, até que seja
concluída. Referimo-nos “de setor em setor”, porque são poucas as ta-
refas com início e fim em um único setor. Assim, quando há um bom flu-
xo de tarefas e rotinas bem-estruturadas, a produtividade é bem apro-
veitada e o fluxo de trabalho é mais rápido, barato e menos burocrático;
•  Gestão de projetos: são a rotina das empresas os processos e a ges-
tão de projetos. Está relacionada a tudo que a empresa realiza, seja no
tempo, nos recursos, nos custos, em seguir um cronograma, em análise
de riscos, em estratégias, em análise de desempenho e de qualidade,
em entregas, em prazos e nos demais assuntos. Quando a empresa tem
uma boa gestão de projetos, ela consegue ter o melhor controle dos
seus processos, consegue também cumprir, com excelência, o crono-
grama e os prazos a serem cumpridos e também tem um norte melhor
para a tomada de decisão;
•  Gestão à distância: tem o foco no desenvolvimento dos processos
que a empresa realiza, de forma que possa expandir e que as filiais con-
sigam manter o nível de qualidade da sede.

ATENÇÃO
A pandemia de Covid-19, com início nos primeiros meses de 2020, fez surgir
a necessidade de desenvolvimento desse modelo de gestão também para os
escritórios e trabalhos, crescendo, assim, o trabalho na modalidade de home
office e até remota.

O que Fayol quis explicar e já entendia, mesmo em muitas décadas atrás


e que não foi discordado no decorrer do tempo, é que uma organização que não
tenha gestão é igual a uma pessoa pular de um helicóptero sem ter um paraquedas:
em algum momento, algo ruim e trágico irá acontecer.
A gestão, principalmente a bem-feita, consegue transformar a organização
e levá-la a resultados jamais esperados.

2.1 DIFERENÇA ENTRE GESTÃO E


ADMINISTRAÇÃO
Apesar de serem termos utilizados como sinônimos e estarem relacionados
ao cuidado e ao desenvolvimento da empresa, administração e gestão são concei-
tos diferentes.

138
A administração é voltada ao planejamento de algo, ao controle e até à di-
reção desse item, seja ele um recurso material, humano ou financeiro. O conceito
de administração tem mais utilização no processo administrativo (FONSECA, 2020).
Ainda de acordo com Fayol, o administrador tem a responsabilidade de di-
recionar uma companhia, a fim de atingir os objetivos predefinidos dessa empresa.
A administração é tida como racional e também com foco principal no atingimento
de metas e do propósito da organização.
Já a gestão é voltada à participação, ao incentivo da autonomia e ao estí-
mulo da participação dos colaboradores. Assim, a gestão se preocupa mais com o
político-administrativo e entende que, para ter bons resultados, precisa estimular o
recurso humano da entidade.
Com isso, o profissional de gestão busca unificar as metas que a empresa
tem com a rotina dos setores e, assim, ele faz uma análise do trabalho realizado
pelos colaboradores, consegue auxiliar nas tomadas de decisão e na orientação
sobre direções a serem seguidas e, principalmente, consegue encorajar a equipe
para obtenção dos melhores resultados (FONSECA, 2020).

2.2 FUNÇÕES DO LÍDER GERENCIAL


Vamos imaginar o chefe da sua família. É você mesmo ou essa responsabili-
dade é passada a outra pessoa? Assim como há o líder da casa, que controla e ad-
ministra todas as funções da casa, temos o líder gerencial, responsável pela gestão
da empresa. Dessa forma, esse profissional tem a responsabilidade de organizar,
administrar, planejar e ter o controle da realização das tarefas dos colaboradores de
sua equipe na rotina de processos da empresa.
O líder gerencial está relacionado a diversas situações, como controlar, ad-
ministrar, coordenar os processos e as ações do trabalho e também tem relação
direta com as tarefas que afetam os resultados da empresa (SILVA, 2008).
Portanto, o líder não deve apenas gerenciar seus colaboradores e subordi-
nados para o trabalho mais eficaz possível, mas também deve se preocupar quanto
à realização de processos e tarefas rotineiras que cada colaborador executa.
O profissional dessa área precisa tem alguns requisitos ímpares, como:

•  saber motivar sua equipe;


•  saber desenvolver seus funcionários;
•  saber capacitar seus colaboradores, entendendo suas competências;
•  conseguir conduzir seus profissionais para boas tomadas de decisão;
•  conseguir conduzir seus profissionais para resolução de conflitos;

139
•  conseguir aprimorar os processos da empresa.

Além disso, os líderes gerenciais devem conseguir administrar a rotina de


trabalho e os processos realizados diariamente em cada setor, conseguindo tercei-
rizar e delegar funções; controlar os processos de trabalho; gerenciar as respon-
sabilidades de cada equipe; coordenar as ações a serem feitas; e analisar e com-
partilhar os resultados obtidos, tanto os resultados pessoais de cada colaborador,
quanto os resultados esperados para a instituição.
Separamos suas principais funções, acompanhe.

1. Desenvolvimento de equipes que trazem sucesso: o gestor está


no alto patamar da empresa ou de sua equipe, mas não é por isso que
ele deve achar que conseguirá fazer tudo sozinho e não precisa ca-
pacitar seus colaboradores. Pelo contrário, o gestor tem a responsa-
bilidade de desenvolver sua equipe, criando, assim, uma rede de apoio
capaz de solucionar problemas e apresentar saídas e sugestões que
trarão bons resultados à organização. Assim, os gestores precisam de-
finir quais cargos irão existir em seus setores, quais serão as tarefas a
serem exercidas nesses setores e também o tipo de profissional ideal
para compor aquela área. Tendo esse filtro de informações já formado,
o gestor conseguirá fazer processos seletivos mais certeiros, com uma
avaliação mais aguçada do perfil correto de cada concorrente, sabendo
as habilidades e as competências que serão necessárias para compor
aquela equipe. Assim, a seleção se torna mais adequada e a equipe é
formada com perfis similares ao desejado.
2. Desenvolvimento dos colaboradores: similar ao estudado na primei-
ra função, o gestor deve priorizar o desenvolvimento dos seus colabo-
radores, incentivando o conceito de lifelong learning e também desen-
volvendo as principais habilidades e características de cada indivíduo.

IMPORTANTE
O termo lifelong learning está relacionado ao fato de estudar durante toda
a vida. Algumas pessoas entendem que o básico a ser realizado é concluir
o Ensino Médio, fazer uma faculdade, pós-graduação e até um mestrado ou
doutorado, mas o lifelong learning explica que não existe um início e um fim
aos estudos e que a pessoa nunca chegou ao máximo de conhecimento a ser
adquirido. Sempre existirão habilidades novas, conhecimentos novos e até
atividades de lazer que você nunca sonhou ter e que necessitarão de estudo
para serem concretizados.

140
O gestor também deve contar com recursos externos, como palestras, cur-
sos, workshops, treinamentos e demais estratégias para esse desenvolvimento dos
colaboradores. Inclusive, o uso dessas estratégias pode melhorar a motivação dos
colaboradores, pois exemplos externos geram admiração (SILVA, 2008).

3. Terceirização de responsabilidades e afazeres: os gestores pre-


cisam conhecer os membros da sua equipe e identificar quem é mais
capacitado para realizar certas tarefas. Assim, conhecer o perfil dos
colaboradores não se limita apenas à leitura do currículo dos colabora-
dores, mas também o líder precisa estar de olho nos comportamentos
de cada colaborador e, por meio dessa observação, ele conseguirá ter-
ceirizar trabalhos compatíveis com características, perfis, capacidade
e conhecimento dessa pessoa. A delegação de trabalhos é importante,
porque o gestor mostra confiança ao subordinado e também pelo fato
de não ficar sobrecarregado para ninguém, sendo as funções bem dis-
tribuídas.
4. Motivação e integração do setor: na grande maioria dos exemplos,
passamos mais tempo a caminho do trabalho e no trabalho do que nas
nossas próprias casas, com nossas famílias. O gestor também preci-
sa se lembrar disso e fazer o possível para que a equipe tenha uma
boa integração, tanto entre o cargo de liderança e cargos superiores,
quanto entre os próprios colaboradores. Os funcionários precisam se
comunicar, influenciar e ser influenciados e ter empenho na concretiza-
ção de tarefas. Assim, o ambiente corporativo fica mais harmônico e as
pessoas conseguem ter uma comunicação mais clara e objetiva, com
mais tranquilidade e produtividade. Outro ponto importantíssimo que
o gestor deve desempenhar é a motivação dos seus colaboradores. A
motivação pode vir por meio de bonificações, brindes, bônus, reconhe-
cimento das habilidades, feedbacks, demonstração de confiança, entre
outros. Quando o colaborador é motivado, ele trabalha mais e melhora o
desempenho da equipe e, consequentemente, da organização.
5. Presença e assistência: gestores que não estão presentes e surgem
apenas em momentos de cobrança e de dar ordens não são bons exem-
plos. Conflitos, inseguranças, ansiedades e demais comportamentos
negativos sempre existirão no ambiente de trabalho, seja por motivos
internos ou externos. Entretanto, o gestor deve sempre se apresentar
como uma pessoa que está disponível para assistências e que preza
pelo bem-estar dos seus colaboradores. Entretanto, nem sempre os
subordinados se sentirão à vontade para ocupar o tempo do chefe cor-
rido e falar seus problemas profissionais. Assim, uma boa estratégia é o
próprio líder desenvolver espaços para diálogos em grupo (ou particular
com cada colaborador). Nesses momentos, é preciso ter espaço para
feedbacks, alinhamento de responsabilidades, definição de estratégias
a serem seguidas, tirar as dúvidas existentes e assim por diante.

141
Figura 12 – Líder presente

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/arquitetos-discutir-construcao-plano-
-desenhos_1163-5287.jpg?w=996&t=st=1660822296~exp=1660822896~hmac=-
d01bf2b71c517f12e9855af6505c8be49d5bbf146e18424271fa64bdb94c06f2. Acesso
em: 27 ago. 2022.

Inclusive, esses momentos não servem apenas para o subordinado ser claro
com o líder, serve para o líder também expor suas expectativas no colaborador,
expor suas melhores características e solucionar mudanças nos lados negativos
(FONSECA, 2020).
Além disso, os gestores também devem mostrar esse perfil amigo e aberto
no dia a dia, estando disponíveis e acessíveis para esses momentos, mesmo que
em situações extraordinárias. Outro detalhe é que o líder precisa saber até onde e
quando ir, pois, se invadir demais o espaço do colaborador, pode diminuir sua auto-
nomia e seu crescimento profissional.

6. Controle de desempenho: como mencionado anteriormente, os fun-


cionários precisam ser abertos para expor suas críticas e sugestões aos
líderes, mas estes também precisam deixar claro como anda o desem-
penho de cada colaborador. Esse controle pode ocorrer por meio da
avaliação de desempenho, mas também pode ser feito acompanhando
a rotina da equipe.
7. Gestor como modelo a ser seguido: o gestor pode criar um regu-
lamento a ser seguido e desenvolver regras e afins, mas os subordi-
nados aprendem mesmo é com a prática, com o exemplo. Imagine as
seguintes situações: se o horário de almoço definido pela empresa é de
uma hora diária, por que o líder pode tirar duas? Ou, se o horário de ex-
pediente da equipe é de 09h00min às 18h00min, por que o líder chega
às 10h00min? Se, na norma da empresa, afirma-se que não deve ha-
ver relacionamento entre pessoas da mesma equipe, por que o gestor
está convidando uma funcionária para um encontro? Os subordinados,
mesmo conhecendo a existência de uma linha hierárquica entre eles e o

142
líder, irão entender que regras nem sempre devem ser cumpridas e que
não há problema errar em algumas coisas. O gestor deve estar atento a
tudo que faz e à maneira que se comporta, pois ele é o principal exem-
plo daquele local e daquelas pessoas.

143
RESUMO DO TÓPICO 1

Neste tópico, você aprendeu:

• Que a palavra gestão tem origem do latim gestione, que significa gerenciar ou
administrar pessoas, recursos ou outros itens que consigam ser administrados
por alguma finalidade.
• Que o planejamento é vital para qualquer área da vida, e a pessoa deve se pla-
nejar para seguir uma rotina fitness e saudável ou deve se planejar para estudar,
trabalhar, encontrar os amigos etc.
• Que a organização é o ato mais próximo da conclusão de algo e que, por meio
do planejamento, os gestores fixam propósitos e planos e, em seguida, devem
gerenciar seus recursos e entender o que será preciso para atingir a meta pla-
nejada.
• Que a direção (ou liderança) requer muitas habilidades e experiências e que,
além disso, é preciso conseguir influenciar seus colaboradores, para que estes
ajam segundo o propósito da organização.
• Que de nada adianta ter um bom planejamento, execução e organização e bons
líderes, sem ter o controle do processo e que o monitoramento serve para identi-
ficar se problemas foram desenvolvidos ao longo do projeto, se os resultados es-
tão sendo atingidos como esperado, se os recursos estão sendo suficientes etc.
• Que alguns modelos de gestão atual, quando bem aplicadas, geram bons resul-
tados à organização, quais sejam:
• gestão estratégica;
• gestão de pessoas;
• gestão de equipes;
• gestão de produtividade;
• gestão de resultados;
• gestão do trabalho;
• gestão de tempo;
• gestão de tarefas;
• gestão de processos;
• gestão de projetos;
• gestão a distância.

144
AUTOATIVIDADE

1. Henri Fayol foi um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento da


Teoria Geral da Administração e do desenvolvimento da estrutura de li-
derança e gestão. Segundo Fayol, quais são as principais funções que o
gestor trabalha?

a. ( ) Gestão contábil, gestão financeira, gestão administrativa, ges-


tão de segurança, gestão de produção e gestão comercial.
b. ( ) Gestão contábil, gestão financeira, gestão administrativa, ges-
tão de segurança, gestão de produção e gestão de marketing.
c. ( ) Gestão contábil, gestão estratégica, gestão administrativa,
gestão de segurança, gestão de produção e gestão de marketing.
d. ( ) Gestão contábil, gestão financeira, gestão de pessoas, gestão
de segurança, gestão de produção e gestão de marketing.

2. Com o passar dos anos, a gestão foi sendo aprimorada e se mostrando


cada vez mais essencial nos ambientes corporativos. Assim, a respeito
das gestões existentes atualmente, analise as sentenças a seguir:

I. A gestão financeira se preocupa em dividir, de forma detalhada, a


tarefa que cada pessoa irá cumprir, bem como com o alinhamento
das tarefas particulares.
II. A gestão do tempo pode ser feita com ajuda de planilhas, de con-
trole de entrada e de saída e de controle na realização de tarefas.
III. A gestão a distância tem o foco no desenvolvimento dos proces-
sos que a organização realiza, de maneira que consiga expandir e
que essas filiais tenham o mesmo nível de qualidade que a sede
tem.

Assinale a alternativa CORRETA:

a. ( ) As sentenças I e II estão corretas.


b. ( ) Somente a sentença II está correta.
c. ( ) As sentenças II e III estão corretas.
d. ( ) Somente a sentença III está correta.

145
3. O gestor tem diversas responsabilidades e é importante para as organi-
zações. Entretanto, gerir não é uma tarefa fácil e, por isso, os gestores
costumam ter bons salários. A respeito do papel dos gestores, classifi-
que V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) As competências que o gestor exerce são aprendidas ao longo de sua


carreira.
( ) O índice de empresas que fecham por má gestão é pequeno no Brasil.
( ) O gestor tem a responsabilidade de gerenciar seus setores e decidir ques-
tões estratégicas.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a. ( ) V – F – F.
b. ( ) V – F – V.
c. ( ) F – V – F.
d. ( ) F – F – V.

4. O gestor é um profissional do alto escalão da empresa e lida com vários


processos administrativos, desde os mais simples até os mais complexos.
Além disso, os gestores precisam decidir dados importantes diariamente
e, por isso, precisam de capacitação constante. Disserte sobre a impor-
tância do lifelong learning, tanto para os colaboradores, quanto para os
gestores.
5. Os líderes gerenciais devem conseguir administrar a rotina de trabalho e
os processos realizados diariamente em cada setor, conseguindo tercei-
rizar e delegar funções, controlar os processos de trabalho, gerenciar as
responsabilidades de cada equipe, coordenar as ações a serem feitas e
analisar e compartilhar os resultados obtidos, tanto os resultados pes-
soais de cada colaborador, quanto os resultados esperados para a insti-
tuição. Nesse sentido, apresente algumas das principais funções do líder
e uma breve descrição.

146
TÓPICO 2

O PAPEL DO
GESTOR
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, iremos nos aprofundar no papel do gestor. Quando paramos
para acompanhar o índice de empresas que declararam falência ou fecharam por
falta de gestão, ficamos admirados. São inúmeros os empreendimentos que pas-
sam por isso e, logicamente, fatores externos influenciam, mas geralmente os fa-
tores internos da organização têm peso. Entre esses fatores, temos a má gestão.
Chega a ser compreensível, já que gerenciar pessoas e cuidar de seus re-
sultados não é uma tarefa muito fácil. Entretanto, as empresas devem escolher “a
dedo” os profissionais mais capacitados para aquela área, com bagagens de expe-
riência, sucessos e até de problemas, pois líderes que só viveram a “maré alta” não
vão saber agir quando a maré baixar (FONSECA, 2020).

Figura 13 – Gestão

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/xadrez-de-ouro-no-jogo-de-tabuleiro-
-de-xadrez-para-o-conceito-de-lideranca-de-metafora-de-negocios_1150-19598.
jpg?w=996&t=st=1660822325~exp=1660822925~hmac=f27898d59685faf-
122f846ee065a7fea963baa0b8c16e745d6e4b25754e76be9. Acesso em: 27 ago.
2022.

Começamos o tópico lembrando das empresas que tiveram resultados ruins,


mas também não podemos nos esquecer das organizações que apresentaram su-
147
cesso. Não há um passo a passo ou uma fórmula mágica a ser seguida para o
sucesso, mas uma coisa em comum entre os exemplos de sucesso é a boa gestão.

2 O GESTOR E SUAS RESPONSABILIDADES


O gestor tem a responsabilidade de gerenciar seus setores e também de
decidir questões estratégicas que sejam fundamentais para que os objetivos se-
jam atingidos. Além disso, ele precisa elaborar planejamentos estratégicos, cuidar
dos recursos humanos, materiais e financeiros, além de gerenciar projetos (SILVA,
2008).

IMPORTANTE
O papel do gestor sempre foi fundamental, mas vem ganhando ainda mais
destaque nos últimos anos, principalmente porque o mercado está mais
competitivo e os clientes estão cada vez mais exigentes.

O gestor precisa estar presente em todas as tarefas que o setor executa


e também deve garantir que as entregas sejam realizadas no prazo estabelecido,
além de analisar como foi a sensação do cliente com os produtos ou serviços con-
sumidos.
Quando o cliente não reage bem, o gestor comercial, por exemplo, tem que
ficar atento e observar o que pode ser melhorado, além de entender se há partes
do processo a serem melhoradas, como: prazo de entrega, qualidade do produto,
simpatia do funcionário no momento final e assim por diante.

2.1 PRINCIPAIS ATRIBUTOS DO GESTOR


O gestor conta com algumas atribuições particulares dentro da empresa e,
por isso, ele é tão bem remunerado. Afinal, suas responsabilidades são grandes e
vem dele o sucesso da companhia. Separamos algumas habilidades e funções que
o gestor deve ter, acompanhe.

•  Comunicação: o gestor lida diariamente com um grupo de pessoas.


Imagine a bagunça que seria se não houvesse comunicação clara e
precisa entre os membros da equipe. As consequências seriam desas-
trosas. O gestor precisa fazer o alinhamento entre seus funcionários
sobre os valores, a missão e a visão da empresa e isso só é feito por
meio da comunicação.

148
•  Criação de planejamentos estratégicos: o gestor também precisa
estar a par dos objetivos que a organização tem e definir estratégias
para atingi-los. O planejamento estratégico é realizado por meio de
ações que irão impactar positivamente o futuro da companhia. Outro
quesito relacionado ao planejamento estratégico é a criação de indi-
cadores e métricas capazes de conseguir medir se os objetivos estão
sendo atingidos e se o planejamento estratégico está surtindo efeitos.
•  Decisão: não temos como saber como será o amanhã nem quais se-
rão as tendências ou os fatores externos, mas, mesmo assim, o gestor
precisa estar capacitado para conseguir tomar boas decisões, mesmo
na dúvida e incerteza. Essas decisões só são tomadas graças ao bom
planejamento estratégico. Planejar é olhar o futuro e analisar os pro-
blemas e desvios que nem aconteceram ainda, mas já buscando saídas
eficazes.

Além disso, podemos entender que, para que um indivíduo assuma o cargo
de gestão, ele precisa de algumas características ímpares, como pode ser observa-
do logo a seguir (FONSECA, 2020).

•  ter abertura para diálogos e conseguir ouvir;


•  ter bom discernimento para tomadas de decisões;
•  possuir habilidades;
•  ser exemplo diário de liderança.

Figura 14 – Gestor e equipe

Fonte: lhttps://img.freepik.com/vetores-gratis/ajuda-e-suporte-para-escalar-
-o-funcionario-da-mao-do-mentor-ou-do-lider-equipe-de-pessoas-corpora-
tivas-subindo-a-escada-juntos-ilustracao-vetorial-plana-crescimento-de-car-
reira-de-sucesso-lideranca-conceito-de-trabalho-em-equipe_74855-21923.
jpg?w=996&t=st=1660822385~exp=1660822985~hmac=4dec6c700afbf32b-
5504c531a02f6041aec54117a197b079ac6ffbf31d9fcdbbink. Acesso em: 27 ago.
2022.

149
Apesar de, cada vez mais, os setores terem autonomia para realizarem suas
funções e responsabilidades, é preciso que exista a imagem de um líder para se
espelhar, dar feedbacks, tirar dúvidas, entre outras ações.

2.2 O PAPEL DA GESTÃO ATUALMENTE


A gestão é uma área essencial para todos os negócios, mas também é uma
área que não conta com muitos profissionais capacitados. Entretanto, sua impor-
tância vem crescendo ao longo dos anos e a tendência é que essa situação só
melhore, como já vem acontecendo, se formos comparar com a gestão em outros
momentos (FONSECA, 2020).
A gestão das organizações vem ficando mais preparada e cobrando ainda
mais dos demais setores e das áreas, solicitando mais conhecimento e utilização
desse conhecimento, na prática e formando, assim, processos mais estruturados,
claros e específicos.

NOTA
As concorrências entre os empreendimentos aumentam e os clientes ficam
mais exigentes. Assim, empresas que não conseguem ter uma boa gestão
não conseguem acompanhar as demandas de mercado e podem ficar para
trás.

Dessa forma, a gestão do presente, e provavelmente do futuro, é aquela


com mais demandas, solicitando o contínuo desenvolvimento dos colaboradores e
constantes pesquisas de mercado, para que, assim, consigam estar sempre atuali-
zados com as demandas e necessidades dos clientes.
Além disso, a tendência é que os gestores estejam sempre alinhados com
as tecnologias e com todas as mudanças que essa ferramenta pode propiciar, lem-
brando sempre que a função do líder é passar os valores e os propósitos da organi-
zação à equipe, bem como incentivar seus colaboradores no seu desenvolvimento.

150
Figura 15 – Gestor

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/vista-aerea-de-uma-equipe-de-ne-
gocios_53876-124515.jpg?w=996&t=st=1660822430~exp=1660823030~hma-
c=a25134b56b5da9d9c6433043af02b0ddc180ac5c2f94b33530cc8f0aafcc3504.
Acesso em: 27 ago. 2022.

2.3 ATITUDES DOS GESTORES


Separamos alguns comportamentos e algumas atitudes que os gestores e
líderes devem ter, segundo Burmester (2018), que são:

•  coragem;
•  coerência em suas atitudes;
•  respeito;
•  solidariedade;
•  perseverança;
•  tolerância;
•  constância;
•  humanismo;
•  paixão pelo que faz;
•  transparência;
•  ética;
•  criação de redes de contato e apoio;
•  proatividade;
•  transparência;

151
•  senso de justiça;
•  visão coletiva.

Figura 16 – Bom líder sendo respeitado

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/executivo-apresentando-estrategia-de-
-trabalho_329181-12351.jpg?w=996&t=st=1660822467~exp=1660823067~hma-
c=64f1d61364d8cd3b961905c1081a78688549bea22a1cfcce2ebf776d694a85b9.
Acesso em: 27 ago. 2022.

152
RESUMO DO TÓPICO 2

Neste tópico, você aprendeu:

• O papel do gestor e o fato de que as empresas devem escolher “a dedo” os pro-


fissionais mais capacitados para aquela área, com bagagens de experiência, de
sucessos e até de problemas, pois líderes que só viveram a “maré alta” não vão
saber agir quando a maré abaixar.
• Que o gestor tem a responsabilidade de gerenciar seus setores e de decidir ques-
tões estratégicas, que são fundamentais para que os objetivos sejam atingidos.
• Que o gestor precisa ter algumas habilidades e funções, como:
• comunicação;
• criação de planejamentos estratégicos;
• decisão.

153
AUTOATIVIDADE

1. O gestor conta com um importante papel no ambiente corporativo, sendo


ele um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento e pelo cresci-
mento da organização. Além disso, o inverso também é verdade: quando
a organização conta com maus gestores, ela pode gerar resultados ne-
gativos. A respeito da importância do gestor, assinale a alternativa COR-
RETA:

a. ( ) O gestor deve possuir habilidades únicas para atuar em seu


papel.
b. ( ) O gestor não precisa ter abertura para diálogo, visto que existe
uma equipe para essa função.
c. ( ) A equipe de assessoria do gestor é a responsável por ouvir as
demandas das áreas.
d. ( ) O gestor deve ser exemplo de força, sendo capaz de terceirizar
demandas importantes que são destinadas apenas a ele.

2. Os gestores devem estar preparados para resolver os problemas cotidia-


nos, que poderão surgir na empresa em que trabalha, sendo essa uma
característica ímpar desse profissional. Assim, sobre o exposto, analise
as sentenças a seguir:

I. O gestor precisa decidir pontos estratégicos considerados funda-


mentais para que o objetivo da organização seja atingido.
II. O gestor precisa dar foco especial a algumas áreas específicas,
como marketing e vendas, pois as demais áreas contam com
maior autonomia.
III. O gestor conta com a responsabilidade de gerenciamento dos
seus setores, buscando a harmonia e o bom funcionamento entre
as equipes.

Assinale a alternativa CORRETA.

a. ( ) As sentenças I e II estão corretas.


b. ( ) Somente a sentença II está correta.
c. ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d. ( ) Somente a sentença III está correta.

154
3. As funções do gestor não são aprendidas muito rapidamente e não
acontecem de maneira improvisada. O gestor precisa ter experiência
como profissional, competências para tal função e mostrar qualidade
nos serviços feitos. Sobre o exposto, classifique V para as sentenças
verdadeiras e F para as falsas:

( ) O gestor precisa ter comunicação clara e também incentivar essa prática


entre a equipe.
( ) A transmissão dos valores, da missão e da visão da organização não pre-
cisa ser reforçada pelos gestores, visto estarem já explícitos no contrato de
trabalho.
( ) O gestor deve estar atento aos fatores internos e externos que podem
afetar a organização e, assim, estar mais preparado para a resolução de con-
flitos.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a. ( ) V – F – F.
b. ( ) V – F – V.
c. ( ) F – V – F.
d. ( ) F – F – V.

4. Os gestores devem agir com responsabilidade e, mesmo que não haja um


protocolo a ser seguido, existem comportamentos que devem ser reali-
zados por esses gestores. Faça uma dissertação a respeito de compor-
tamentos comuns entre os gestores.
5. A criação de planejamentos estratégicos é uma das funções mais im-
portantes que o gestor tem. Assim, faça um breve resumo de como essa
habilidade é realizada e qual é a sua importância.

155
TÓPICO 3

HABILIDADES E
COMPETÊNCIAS DO
GESTOR
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, iremos focar em alguns aspectos bem importantes sobre as
habilidades e competências do gestor. O gestor deve ter habilidades, conhecimen-
tos e atitudes, para, assim, em conjunto com a equipe, atingir os objetivos deseja-
dos. O gestor pode até ter todas as habilidades e competências necessárias, mas,
se ele não tiver a equipe para trabalhar em conjunto, não chegará a nenhum lugar.
Por esse motivo, o gestor não deve se preocupar apenas com o seu desenvolvi-
mento, mas, também, com o desenvolvimento dos seus subordinados também.
Ao se falar de suas responsabilidades e competências gerenciais, ele preci-
sa ter boas relações interpessoais, como saber ouvir e falar e lidar bem com a equi-
pe, traçando estratégias para melhorar os aspectos com desvios (FONSECA, 2020).
Ao se falar sobre o papel do gestor perante os colaboradores, ele gerencia
uma equipe que procura crescer, que não tenha medo de assumir responsabilida-
des e compromissos e que realmente “vista a camisa” da organização.

2 FUNÇÕES E CAPACITAÇÃO DO GESTOR


O gestor deve compreender o contexto do mercado, sobre microeconomia
e sobre macroeconomia, tendências, atualizações de mercado e necessidades dos
clientes. Ademais, deve possuir habilidades suficientes para utilizar todos esses da-
dos na elaboração de um bom planejamento estratégico. Vamos nos aprofundar na
função do gestor na organização?

2.1 A FUNÇÃO DO GESTOR


O gestor deve cuidar de sua equipe, garantindo a maior produtividade da
empresa e o desenvolvimento de cada colaborador. Vivemos em uma época em

156
que a fase digital tem destaque em praticamente todos os setores de uma empresa
e em que os gestores precisam mostrar ainda mais funções. Assim, o gestor precisa
liderar os setores, traçar estratégias para conclusão dos objetivos da organização,
além de terceirizar tarefas e coordenar e conferir se tudo está correndo bem.
Separamos as principais responsabilidades assumidas por um gestor.
Acompanhe.

•  Análise: o gestor confere todos os aspectos, de todas as dimensões


possíveis, de como está a empresa.
•  Planejamento: o gestor, o administrador, os líderes e os demais mem-
bros do alto escalão empresarial devem se juntar e definir estratégias de
crescimento, o direcionamento dos recursos disponíveis, a aquisição de
materiais, investimentos etc.
•  Decisões: o gestor lida com diversas opções e conflitos quase que dia-
riamente, ele precisa ter a habilidade de tomar decisões muitas vezes
rapidamente.
•  Liderança: os gestores devem liderar, principalmente, porque preci-
sam espelhar seus subordinados, mas também porque seu cargo pede
isso. Segundo Burmester (2018, p. 45), “[...] constância de propósito so-
mado à competência e à atitude deve resultar em bom desempenho de
liderança.”
•  Monitoramento: o monitoramento é a conferência se tudo está saindo
conforme o planejado e se os resultados também estão sendo satisfa-
tórios.
•  Organização: a boa organização é o segredo das empresas. Quando
a empresa é organizada, ela terá menos trabalho nos processos de-
cisórios, terá mais facilidade com processos e também terá um clima
empresarial mais saudável.
•  Coordenação: a coordenação envolve alinhamento, interação e coo-
peração entre as equipes. Assim, uma ajuda a outra e o trabalho é mais
rápido, saudável e com melhores resultados.
•  Delegação: o gestor não deve absorver todos os trabalhos e as respon-
sabilidades para ele. Ele precisa saber terceirizar as demandas e pedir
ajuda de outros indivíduos.

157
Figura 17 – Funções do gestor

Fonte: a autora

O gestor tem a função principal de direcionar os colaboradores no caminho


que trará resultados. Para isso, ele precisará traçar estratégias e entender o que é
prioridade e o que não é, em cada processo e tarefa.

Figura 18 – Direcionamento

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-premium/tres-branca-setas-apontar-diferente-
-direcoes-cinzento-asfalto_72482-307.jpg?w=996. Acesso em: 27 ago. 2022.

158
ATENÇÃO
O papel de gestão é extremamente importante. Por isso, é fácil entendermos
que um indivíduo não vira gestor de um dia para a noite. Ele precisa de anos
de experiência e muita bagagem para assumir esse cargo tão importante.
Inclusive, o gestor precisa também ter habilidades emocionais bem desen-
volvidas para assumir esse cargo.a.

2.2 HABILIDADES DO GESTOR


O gestor conta com algumas características consideradas essenciais. Bur-
mester (2018) identifica essas habilidades, a saber:

•  busca por oportunidades e por desenvolver soluções práticas;


•  visão de futuro relacionada ao propósito da empresa;
•  interação entre as pessoas com os conceitos da empresa;
•  diálogo;
•  escuta;
•  repasse de estratégias;
•  interação com os envolvidos;
•  desenvolvimento de planejamento estratégico;
•  localização dos riscos e também das oportunidades;
•  desenvolvimento de redes de contato.

159
Figura 19 – Habilidades

Fonte: https://img.freepik.com/fotos-gratis/maos-trabalhando-na-sobrepo-
sicao-grafica-da-rede-do-dispositivo-digital_53876-132150.jpg?w=996&t=s-
t=1660822590~exp=1660823190~hmac=83ad96c1d4a48df7ab61139dc8db-
2d5099b6a46ff2e502cd1bb52f1394494861. Acesso em: 27 ago. 2022.

2.3 CAPACITAÇÃO DO GESTOR


Conforme já estudado, as funções do gestor não são aprendidas muito ra-
pidamente e não acontecem de maneira improvisada. O gestor precisa ter expe-
riência como profissional, competências para tal função e mostrar qualidade nos
serviços feitos (FONSECA, 2020).

Figura 20 – Escolha de líder com experiência profissional

Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/mulher-de-negocio-que-da-uma-lei-
tura_983470.htm#query=l%C3%ADder%20com%20experi%C3%AAncia&posi-
tion=0&from_view=search. Acesso em: 27 ago. 2022.

160
Essas características são importantes, pois são os gestores os responsáveis
pela transformação e pelo melhor desempenho das equipes, por meio da rotina,
das práticas diárias e dos exemplos passados no dia a dia.
Lidamos com tomadas de decisão quase que diariamente em nossas vidas
e, na área de gestão, não difere, talvez seja até pior. Os gestores decidem qual é
o caminho da empresa, sendo peças cruciais para seu fracasso ou seu sucesso.
Assim, em algumas situações, ele precisará lidar com problemas difíceis e decisões
mais difíceis ainda. Por isso, precisa ter capacitação profissional e boas habilidades
emocionais para lidar com esses momentos.

Figura 21 – Aprimoramento

Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/destaque-para-um-empresario-que-
-se-destaca-na-multidao_18734113.htm#query=ESCOLHA%20DE%20L%C3%8D-
DER&position=3&from_view=search. Acesso em: 27 ago. 2022.

Esse aperfeiçoamento reflete diretamente na realização de trabalhos na


empresa, pois os subordinados seguem muito o que o gestor fala e, principalmente,
faz. Seus comportamentos guiarão o setor e farão com que o gestor seja reconhe-
cido e considerado um verdadeiro líder.
Já que a gestão é um ato contínuo, o desenvolvimento do gestor e seus
colaboradores também deve ser.

161
LEITURA COMPLEMENTAR

LIDERANÇA: UMA QUESTÃO DE COMPETÊNCIA


Jayr Figueiredo de Oliveira
Robson M. Marinho
“Procuram-se líderes”. Alguém já viu esse anúncio de emprego? Alguma vez
o leitor já se candidatou a uma vaga de líder? Estou olhando exatamente agora os
Classificados do jornal O Estado de S. Paulo, vulgo Estadão. Em suas várias páginas,
não estou vendo nem um anúncio oferecendo uma vaga de líder! Há anúncios para
tudo, tanto de oferta quanto de procura. Na área de saúde, há anúncio para médico,
enfermeiro, farmacêutico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicólogo, massagista etc.
Nas áreas técnicas e humanas, pedem-se professores de inúmeras disci-
plinas: engenheiro, advogado, administrador, contador, técnico de informática de
laboratório, vendedor, promotor de eventos, recepcionista, balconista, desenhista,
entre outros. A lista quase não tem fim, mas não existe anúncio para líderes. A
razão é simples: liderança não é a denominação de um cargo que requer formação
específica, mas uma questão de competência superior! E a ironia é que todos os
anúncios de empregos estão procurando por nada mais nada menos, líderes em
diferentes áreas. Eles especificam a habilidade técnica requerida, mas preencherão
as vagas aqueles que, além dessas habilidades, conseguirem demonstrar a seus
entrevistadores que possuem as competências de liderança!
Competência é uma palavra que está na moda. Fala-se muito dela em dife-
rentes setores de atividade, e a razão parece natural: com um mercado de trabalho
cada vez mais exigente e disputado, as organizações estão procurando profissio-
nais que possuam claramente uma lista definida e comprovada de competências
específicas para cada área profissional. Daí́ a popularidade do termo e a busca in-
tensa, por parte dos profissionais, para exibir o maior número possível de compe-
tências desejáveis na sua área.
Ser competente é um desafio. Ser um líder competente é um desafio maior
ainda. Mas quais as competências que fazem um líder? Que competências precisam
ser exibidas por quem aspira a uma função de liderança numa organização atual?
Se em outras áreas é difícil ser competente, na de liderança o assunto é bem mais
amplo, profundo e abrangente, porque liderança não é uma profissão, emprego ou
disciplina acadêmica, mas, como será́ discutido adiante, uma maneira de viver, ou
seja, um conjunto de qualidades e atitudes que faz uma pessoa ser diferente da
média da humanidade.
Ao se estudar o tema das competências de liderança, duas dificuldades de-
safiam o pesquisador: a primeira é como descobrir qual a definição mais apropriada
para o termo competência, a segunda é como selecionar a lista mais representati-

162
va das competências essenciais a uma boa liderança. Esse desafio parece não ter
solução, pois, com certeza, não existe uma definição-padrão e muito menos uma
lista-padrão de competências. Esse dilema foi explicado por Slivinski & Miles (2002,
p. 45-52), nas seguintes palavras:
Existem tantas definições de competências quanto o número de competên-
cias em si, e a resposta à pergunta ‘O que é uma competência?’ acende um debate
considerável entre aqueles que conhecem o termo. O Perfil de Competência Holís-
tica, do Canadá, define competência como aquelas características de um indivíduo
subjacentes ao desempenho ou ao comportamento no trabalho. A definição é in-
tencionalmente ampla e genérica. A flexibilidade concedida pela definição permite
uma variedade de tipos de competências e uma grande amplitude de aplicações.
Em outras palavras, a definição evita ser específica para não limitar o con-
ceito de competência. Por sua vez, Cripe e Mansfield (2003, p. 14), dois pesqui-
sadores na área de competências e desenvolvimento profissional, oferecem uma
descrição que tenta ser específica e abrangente ao mesmo tempo:
Competências são habilidades e características pessoais que contribuem
para se atingir um desempenho de alto nível. As competências incluem mais do
que as habilidades técnicas necessárias para realizar as tarefas inerentes à fun-
ção. Por exemplo, considere o trabalho dos garçons em um restaurante. Certas
habilidades técnicas precisam ser dominadas, como carregar bandejas repletas de
pratos, movimentar-se bem entre a cozinha e o salão, e usar uma calculadora ou
computador para fechar a conta. Mas, para ser excepcional, um indivíduo deve de-
monstrar outras qualidades, como cordialidade e receptividade no que diz respeito
às necessidades dos clientes. As competências para o cargo incluem tanto habi-
lidades técnicas quanto qualidades pessoais. As competências são habilidades e
comportamentos que os indivíduos de desempenho excepcional demonstram mais
frequentemente e com melhores resultados do que os indivíduos de desempenho
médio.
Em resumo, essa definição abrange habilidades técnicas, comportamentos,
traços e qualidades pessoais como um conjunto de fatores que formam uma com-
petência. Pela abrangência e objetividade, essa visão de competência condiz com
a ideia proposta por este livro.
Para termos uma ideia mais clara da variedade desse tema e dar um panora-
ma mais amplo ao leitor, vamos comparar, a seguir, algumas listas de competências
de liderança propostas por diferentes organizações, como parâmetro para a lista
aqui adotada. Algumas delas classificam as competências gerais, agrupando-as
em blocos de acordo com os temas específicos de liderança.
A Agência de Recursos Humanos, coordenada pelo Governo Federal Ame-
ricano, publicou uma lista abrangente de competências consideradas essenciais
ao bom desempenho de liderança para sua associação de altos executivos. Como

163
atributos pessoais e profissionais, essas competências são baseadas em ampla
pesquisa empreendida com executivos do governo, do setor privado e com a parti-
cipação de altos executivos de agências de recursos humanos.
As 27 competências apresentadas são agrupadas em cinco categorias di-
ferentes.
Veja a lista:

•  Liderar mudanças
•  1. Aprendizagem constante
•  2. Criatividade e inovação
•  3. Consciência externa
•  4. Flexibilidade
•  5. Persistência
•  6. Motivação para o serviço
•  7. Pensamento estratégico
•  8. Visão Liderar pessoas
•  9. Administração de conflitos
•  10. Lidar com diversidade cultural
•  11. Integridade e honestidade
•  12. Trabalho em equipe Orientação para resultados
•  13. Responsabilidade
•  14. Serviço ao cliente
•  15. Tomada de decisão
•  16. Empreendedorismo
•  17. Solução de problemas
•  18. Credibilidade técnica
•  19. Gestão financeira
•  20. Gestão de recursos humanos
•  21. Gestão de tecnologia Comunicação e relacionamento
•  22. Influência, negociação e persuasão
•  23. Habilidades interpessoais
•  24. Comunicação oral

164
•  25. Construção de parcerias
•  26. Habilidade política
•  27. Comunicação escrita

De uma perspectiva mais acadêmica, a Associação para o Desenvolvimento


de Supervisão e Currículo (ASCD), dos Estados Unidos, apresenta uma lista mais
resumida, com enfoque na educação, formação e desenvolvimento de líderes.
Também dividida em quatro categorias, a lista propõe as seguintes competências
de liderança:

•  Domínio funcional
•  1. Liderança
•  2. Solução de problemas e tomada de decisões
•  3. Organização para mudança
•  4. Administração de recursos
•  5. Pesquisa e avaliação de programas Domínio programático
•  Domínio programático
•  6. Currículo e ensino
•  7. Supervisão
•  8. Desenvolvimento profissional
•  Domínio pessoal e interpessoal
•  9. Comunicação
•  10. Desenvolvimento pessoal
•  Domínio contextual
•  11. Tecnologia
•  12. Lei e políticas públicas
•  13. Causas públicas

FONTE: MARINHO, R.; OLIVEIRA, J. Liderança: uma questão de competência. São


Paulo. Saraiva, 2006.

165
RESUMO DO TÓPICO 3

Neste tópico, você aprendeu:

• As habilidades e as competências do gestor, que são:


 análise;
 planejamento;
 decisões;
 liderança;
 monitoramento;
 organização;
 coordenação;
 delegação.
• Que o gestor deve ter habilidades, conhecimentos e atitudes, para que, assim,
em conjunto com a equipe, atinja os objetivos desejados.
• Que o gestor precisa ter boas relações interpessoais, como saber ouvir e falar
e lidar bem com a equipe, traçando estratégias para melhorar os aspectos com
desvios.

166
AUTOATIVIDADE

1. O gestor tem a função principal de direcionar os colaboradores no ca-


minho que trará resultados. Para isso, ele precisa traçar estratégias e
entender o que é prioridade e o que não é, em cada processo e tarefa.
Nesse sentido, assinale a alternativa CORRETA sobre uma das funções do
gestor nas organizações:

a. ( ) Tomada de decisões.
b. ( ) Avocação.
c. ( ) Subordinação.
d. ( ) Execução.

2. O gestor deve cuidar de sua equipe, garantindo a maior produtividade


da empresa e o desenvolvimento de cada colaborador. Vivemos em uma
época em que a fase digital tem destaque em praticamente todos os se-
tores de uma empresa e em que os gestores precisam mostrar ainda mais
funções. Assim, a respeito das funções do gestor existentes atualmente,
analise as sentenças a seguir:

I. O planejamento é a função em que o gestor deve unir informa-


ções para viabilizar estratégias de crescimento.
II. As decisões são tomadas eventualmente pelo gestor nas organi-
zações.
III. A liderança é um atributo que deve ser exercido constantemente
pelo gestor.

Assinale a alternativa CORRETA:

a. ( ) As sentenças I e III estão corretas.


b. ( ) Somente a sentença II está correta.
c. ( ) As sentenças II e III estão corretas.
d. ( ) Somente a sentença III está correta.

3. O gestor precisa se manter capacitado, para garantir que haja qualidade


na prestação e no gerenciamento das suas atividades. Nesse sentido,-
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

167
( ) O gestor não precisa de capacitação, pois a liderança é uma característica
inata.
( ) O gestor é o responsável pelo melhor desempenho das equipes.
( ) O gestor possui a responsabilidade de traçar o caminho para a empresa.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a. ( ) V – F – F.
b. ( ) V – F – V.
c. ( ) F – V – V.
d. ( ) F – F – V.

4. O papel de gestão é extremamente importante. Por isso, é fácil enten-


dermos que um indivíduo não vira gestor do dia para a noite. Ele precisa
de anos de experiência e muita bagagem para assumir esse cargo tão
importante. Inclusive, o gestor precisa também ter habilidades emocio-
nais bem desenvolvidas para assumir esse cargo. Nesse sentido, disserte
sobre os desafios que o gestor pode se deparar em sua administração.
5. O gestor precisa ter habilidades ímpares para exercer sua função, pois ele
lida diretamente com grupos de pessoas e é um dos principais responsá-
veis pelo crescimento da empresa. Com isso em mente, disserte sobre as
habilidades do gestor.

168
REFERÊNCIAS

ABEL, A. B.; BERNANKE, B. S.; CROUSHORE, D. Macroeconomia. São Paulo: Pear-


son, 2008.

BURMESTER, H. Manual de gestão: Organização, processos e práticas de lide-


rança. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.

CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas: O novo papel dos recursos humanos nas or-
ganizações. 4ª Ed. São Paulo. Editora Manole, 2014.

CHIAVENATO, I. Administração, teoria, processo e prática. São Paulo: Makron


Books, 1994.

COELHO, F. U. Manual de Direito Comercial. São Paulo: Saraiva, 2004.

CURY, A. Organização e métodos: uma visão holística. 7. ed. São Paulo: Atlas,
2000.

DRUKER, P. A administração na próxima sociedade. São Paulo: Nobel, 2002.

DRUCKER, P. Sociedade pós-capitalista. 6. ed. São Paulo: Pioneira, 1997.

FONSECA, V. S. da. Introdução à Teoria Geral da Administração. Curitiba: Con-


tentus, 2020.

KANAANE, R. Comportamento humano nas organizações: o homem rumo

ao século XXI. São Paulo: Atlas, 1994.

KRUGMAN, P. R.; OBSTFELD, M.; MELITZ, M.J. Economia Internacional. 10. ed.
São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015.

KRUGMAN, P. R.; WELLS, R. Economic. New York, NY: Worth Publishers, 2009. p.
27.

LACOMBE, F. J.; HEILBORN, G. L. J. Administração: princípios e tendências. São


Paulo: Saraiva, 2003.

MARCONDES, J. S. Conceitos sobre organização, tipos de organizações e exem-


plos. Gestão de Segurança Privada. [S. l.], [n. p.], 27 ago. 2021. Disponível em
https://gestaodesegurancaprivada.com.br/organizacoes-conceitos-tipos/. Acesso
em: 27 ago. 2022.

MAXIMIANO, A. C. A. Introdução a administração. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1992.

169
MAXIMIANO, A. C. A. Teoria Geral da Administração: da Revolução Urbana à Re-
volução Digital. São Paulo: Atlas, 2007.

MEIRELES, M. Teorias da Administração: clássicas e modernas. São Paulo: Fu-


tura, 2022.

MENDES, J. T. G. Economia: fundamentos e aplicações. 2. ed. São Paulo: Pearson


Prentice Hall, 2009.

MOCHÓN, F. Princípios de Economia. 1. ed. São Paulo: Pearson, 2007.

MORAES, A. M. P Introdução à Administração. São Paulo: Prentice Hall, 2004.

PARKIN, M. Macroeconomia. São Paulo: Pearson, 2003.

PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 7. ed. Porto Alegre: Pearson,


2010.

SCHEIN, E. H. Guia de sobrevivência da cultura corporativa. Rio de Janeiro:


José Olympio, 2001.

SILVA, R. O. da. Teorias Da Administração. São Paulo: Pearson Prentice Hall,


2008.

SULLIVAN, A.; SHEFFRIN, S.; NISHIJIMA, M. Introdução à Economia: princípios e


ferramentas. São Paulo: Prentice Hall, 2004.

TEBCHIRAN, F. R. Princípios de Economia: micro e macro. 1. ed. Curitiba: Inter-


saberes, 2012.

170

Você também pode gostar