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22/08/22, 20:34 Versão para impressão - ANÁLISE E DECISÕES DE FINANCIAMENTO

ANÁLISE E
DECISÕES DE
FINANCIAMENTO

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Apresentação 
Olá, seja bem-vindo(a)!

A administração financeira tem por objetivo o estudo da situação


econômica da empresa, visando a manutenção da integridade da
organização no mercado, para isso é necessário que o
administrador financeiro, diariamente, tome decisões sobre como
gerir os recursos. Considerando a perspectiva do horizonte
temporal, existem as decisões financeiras de longo prazo e as
decisões financeiras de curto prazo.

O referencial deste estudo abordará a Análise e Decisões de


Financiamento. Para melhor compreensão, os conteúdos foram
organizados em tópicos e subdivididos de forma dinâmica e
didática:

Investimento e taxa de juros.


Capital de giro e caixa de estoque.
Ponto de equilíbrio e alavancagem.

Objetivos
Entender a administração de caixa de uma empresa.
Analisar as decisões financeiras de uma empresa em curto
prazo: capital de giro e estoque.
Compreender o conceito e o cálculo do ponto de equilíbrio
operacional, ponto de equilíbrio de caixa e ponto de equilíbrio
em moeda.

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Desafio 
O artigo O Colapso  das empresas  apresenta como a crise
trouxe efeitos que mudaram o rumo da gestão das organizações.

Com base no material selecionado, responda:

Existe um setor, ou tipo de negócio, que está mais propício a


aceitar um nível de alavancagem maior do que outros?
Explique.

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Conteúdo 
Investimento e taxa de juros

Investimento

De acordo com Assaf Neto  (2012, p.275)), "as decisões


financeiras de empresas inseridas em economias em
desenvolvimento requerem uma reflexão mais crítica de seus
aspectos conflitantes, exigindo uma adaptação à realidade dos
negócios". Assim, "qualquer que seja a natureza de sua atividade
operacional, uma empresa será avaliada como tomadora de duas
grandes decisões: a) Decisão de investimento - aplicação de
recursos. B) Decisão de financiamento - captação de recursos".

Ainda, segundo o referido autor, "uma terceira decisão, envolvendo


a alocação do resultado líquido da empresa, também conhecida
por decisão de dividendos, é geralmente incluída na área de
financiamento, por representar, em última análise, uma alternativa
de financiar suas atividades" (2012, p.275). Ainda, segundo o autor,
em seu texto A Dinâmica das decisões Financeiras,

Estas decisões são tomadas pelas instituições de forma


ininterrupta e categórica. As decisões de investimento
envolvem todo o processo de identificação, avaliação e
seleção das alternativas de aplicações de recursos,
conforme identificadas nos Ativos. As decisões de
financiamento, por seu lado, envolvem a definição da
natureza dos fundos aplicados, ou seja, a estrutura das
fontes de capital demandadas pelas decisões de
investimento (ASSAF NETO, 1987, p.1).

Outro ponto a evidenciar é que os investimentos a longo prazo


representam gastos substanciais de fundos, que podem
comprometer a empresa. Sendo assim, é preciso adotar alguns
procedimentos para analisar e selecionar adequadamente seus
investimentos de longo prazo.

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No Brasil, as taxas de juros praticadas pelo mercado financeiro são


elevadas, o que, muitas vezes, inviabiliza a captação de recursos
financeiros de longo prazo pelas empresas brasileiras, e isso reflete
no sucesso ou insucesso delas. Fatores como inflação,
instabilidade econômica, políticas fiscais, cambiais e tributárias
ineficientes, balanço de pagamentos deficitário, entre outros,
tendem a encarecer o processo de captação de financiamentos de
longo prazo.

Com o crescente processo de globalização, o cenário de negócios


tomou novos caminhos devido ao aumento da concorrência
internacional. Sendo assim, as empresas nacionais tiveram que
alongar seus prazos de venda e buscar fontes de financiamentos
com custos mais baixos e prazos mais extensos. Além disso, nem
todas as empresas brasileiras conseguem acesso às fontes
externas de financiamentos, como acontece com as empresas
multinacionais.

Para auxiliar o processo de tomada de decisão financeira, faz-se


necessária a compreensão dos princípios de formação e utilização
das taxas de juros de mercado, por parte dos administradores
financeiros, bem como utilizar o orçamento de capital como
instrumento de apoio, além de mensurar os fluxos de caixa
incrementais em conjunto com os projetos de investimentos e
avaliar a sua atratividade econômica, através da análise da taxa de
retorno da proposta de investimento.

Segundo Assaf Neto (2012, p. 276), o “processo de avaliação e


seleção de alternativa de investimento de capital envolve os
seguintes aspectos básicos de estudo”:

Dimensionar os fluxos de caixa de cada proposta de


investimento, isto é, avaliar as entradas e saídas de caixa
provenientes do projeto sob análise.
Avaliar economicamente os fluxos de caixa por meio da
aplicação de técnicas de decisão apropriadas para a análise
de investimentos.
Definir a taxa de retorno requerida pelos proprietários de
capital e aplicá-la a fim de verificar se o projeto de
investimento será aceito ou não.
Introduzir o risco no processo de avaliação dos
investimentos.

Ao se tratar de decisões financeiras de longo prazo, deve-se


considerar os novos projetos (novas máquinas, novas instalações,
e outros), bem como a substituição ou ampliação dos ativos atuais
(substituição de equipamentos, ampliação das instalações atuais,
etc.).

Ao analisar as decisões de investimento de longo prazo, considere


o orçamento de capital como instrumento de apoio à decisão de
investimento de capital. Esse orçamento pode ser definido como
um processo que, a partir da identificação de um conjunto de

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possibilidades de investimento, analisa os gastos e benefícios


futuros que serão gerados por cada possibilidade, aplicando-lhe
uma série de técnicas de análise de viabilidade econômico-
financeira.

Faz-se necessário esclarecer que alguns questionamentos podem


ser resolvidos por meio da utilização do processo de orçamento de
capital, por exemplo, se o projeto analisado será capaz de
maximizar a riqueza dos acionistas, ou ainda, se o projeto, por si
só, será capaz de cobrir seus custos, se trará riscos adicionais à
empresa, ou se afetará os já existentes.

É válido enfatizar que através da aplicação das técnicas de


orçamento de capital, podem-se obter duas informações
fundamentais: a primeira relativa à estimativa dos fluxos de caixa
livres de cada projeto, e a segunda referente à definição de qual o
custo de capital a ser considerado no desconto dos fluxos de
caixa. Geralmente, quanto maior o risco do projeto, maior o custo
do capital a ser considerado. Entretanto, ao elaborar o orçamento
de capital, o administrador financeiro deve atentar para a
superestimação, ou subestimação, dos fluxos de caixa do projeto.
Se o profissional apresentar um perfil mais arrojado, poderá
incorporar ao projeto riscos adicionais à empresa, que poderão
levar a prejuízos. No caso de um especialista muito conservador,
pode acontecer de a empresa passar por dificuldades para
expandir-se econômica e financeiramente, pois não dispõe de
projetos de investimentos capazes de superar seus concorrentes.

Um outro ponto a evidenciar é que, se o orçamento de capital não


for bem elaborado, algumas consequências econômicas
contraproducentes poderão ser sentidas pela empresa,
dependendo das ações adotadas por seus administradores. Caso a
empresa invista excessivamente, poderá assumir enormes gastos
de depreciação e de juros. Ou ainda, se não investir o suficiente,
poderá ficar aquém do mercado, com equipamentos obsoletos que
não satisfazem a sua função de produção, com tecnologia
ultrapassada e sem inovações.

Outro fator relevante é que as decisões de investimento de capital


poderão definir o sucesso da empresa, além de assegurar a
maximização da riqueza dos acionistas e de ajudar a reduzir os
riscos dos projetos. Sendo assim, uma das preocupações básicas,
relativas à decisão de investimentos de capital, é saber qual a taxa
de retorno exigida de cada projeto.

De acordo com Lemes Júnior e outros  (2005, p.147), os “estudos


realizados sobre o mercado de ações nos Estados Unidos, no
período de 1926 a 1976, indicam que os retornos que mais
ocorreram foram entre 10 e 20%. Houve anos, no entanto, em que
chegaram a -50% (1931) e +50% (1933 e 1954) ”.

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Contudo, nem sempre o sucesso é garantido e, geralmente, a razão


principal do fracasso dos projetos está relacionada ao exagero de
otimismo quanto às vendas e às entradas de caixa. Além disso,
outros pontos podem contribuir para o insucesso dos projetos,
como: "a má gestão, a elevação de preços de matérias-primas e
insumos, as mudanças nas cotações cambiais, a entrada de novos
concorrentes, a elevação dos custos de máquinas e equipamentos,
a obsolescência tecnológica e os financiamentos inadequados"
(LEMES JÚNIOR et al., 2005, p. 147). No que se refere aos gastos
substanciais, a empresa deve dispor de recursos financeiros com
prazos e custos compatíveis, para que não incorra em insucesso.
Logo, é preciso elaborar planos de investimentos de capital
antecipadamente, para assegurar que os recursos financeiros
estejam disponíveis quando necessários ou buscar soluções de
leasing compatíveis com o contexto da empresa.

Segundo Lemes Júnior e outros (2005, p. 151), o processo de


orçamento de capital consiste em cinco fases, a saber:

1. Geração de propostas: as propostas de investimento surgem


dentro da própria empresa, geralmente, a fim de suprir as
exigências de novos produtos, tecnologias e sistemas por
parte dos clientes e do mercado. O fluxo constante de ideias
inovadoras para geração de propostas é muito importante,
pois ajuda no desenvolvimento da empresa e, através da
participação em feiras de negócios e de incentivos aos
funcionários, poderá gerar um ambiente fértil para a
inovação.

2. Determinação das alternativas viáveis: de acordo com as


estratégias globais da empresa, devem-se determinar as
alternativas viáveis, considerando o contexto econômico,
tecnológico, ambiental, ético, e outros. Nessa etapa é feita a
análise de viabilidade econômico-financeira, podendo ser
utilizados métodos como payback, payback descontado,
valor presente líquido, índice de rentabilidade, taxa interna de
retorno, entre outros.
a. O método payback é o mais empregado nas decisões
de investimento de longo prazo, sendo considerado
como uma medida de risco. Pode ser definido como o
período de tempo necessário para que o dispêndio de
capital (valor do investimento) recupere o seu valor
investido no projeto por meio de incrementos líquidos
de caixa.
Esse método apresenta a seguinte regra: o investimento
será aceitável quando o retorno do capital investido
ocorrer em um tempo igual ou menor que o padrão da
empresa. A ideia central do payback está em descartar
projetos de investimentos.

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A empresa define um prazo máximo para o retorno do


projeto a fim de reduzir o risco e valorizar a liquidez, e
não considera o valor do dinheiro no tempo. Esse
método rejeita as alternativas que apresentam longo
período de retorno.      

b. O método do payback apresenta o problema de não


considerar o valor do dinheiro no tempo e para corrigir
essa irregularidade o método de payback descontado
foi desenvolvido. Entretanto, o fluxo de caixa pós
payback também não é incluído na análise.
O payback descontado corresponde ao período de
tempo necessário para recuperar o valor investido no
projeto, considerando os fluxos de caixa descontados.
A regra de aceitação ou rejeição desse projeto é
semelhante ao do payback. Se o payback descontado
for menor ou igual ao padrão da empresa, aceita-se o
projeto, se for maior que o padrão da empresa, rejeita-o.

c. O método do valor presente líquido - VPL utiliza o valor


presente do fluxo de caixa livre do projeto, depois de
descontar o custo de capital da empresa, ou seja,
considera o fluxo de caixa descontado. A análise é feita
sobre o valor presente líquido, e quanto maior este valor,
melhor será o projeto. Considere que:

d. O índice de rentabilidade - IR também auxilia na


avaliação do projeto de investimento. Esse índice mede
quantas vezes as entradas de caixa descontadas
cobrem o investimento realizado no projeto. Quanto
maior o IR, melhor o projeto. O objetivo é verificar se o
projeto proporciona mais entradas do que saídas de
caixa descontadas, implicando geração de riqueza.
A regra de aceitação ou rejeição do projeto de
investimento considera que, se o IR for maior ou igual a
1,0 (um), o projeto será aceito, se for menor que 1,0
(um), deverá ser rejeitado. É importante evidenciar que o
IR igual a 1,0 (um) raramente acontece, mas, quando
ocorre, deve ser aceito, pois remunera a empresa de
acordo com a exigência de retorno e evita a busca de
alternativas de investimento.

O cálculo do índice é a razão entre o somatório das


entradas do fluxo de caixa descontado e o valor inicial
investido (saída de caixa). Então,

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e. A determinação da taxa interna de retorno (TIR)


objetiva definir a maior taxa de desconto possível para
fazer com que o VPL se iguale a zero. Ou seja, a TIR
equivale à taxa que iguala as entradas de caixa ao valor
a ser investido no projeto. Ela depende apenas dos
fluxos de caixa de determinado projeto, sem contar com
a taxa de mercado.
Para calcular a TIR, deve-se encontrar o valor que faz o
VPL ser igual a zero. Iguale o valor presente das
entradas ao valor presente das saídas.

A ideia principal da TIR considera que, se o projeto


apresenta retorno igual ou superior ao custo de capital
da empresa, ele será capaz de gerar caixa suficiente
para pagar os juros e remunerar os acionistas. Logo, se
a TIR do projeto for maior que o custo de capital da
empresa, tem-se o aumento da riqueza dos acionistas.
Sendo assim, o projeto de investimento deverá ser
aceito. Nesse caso, a aceitação ou rejeição do projeto
de investimento relaciona à TIR com o custo de capital
da empresa (k). Se a TIR for maior ou igual a k, o projeto
deverá ser aceito, se for menor que k, rejeita-se o
projeto.

Vale dizer que o custo de capital equivale à taxa mínima


exigida pela empresa ao decidir investir em um projeto,
podendo ser considerado como um padrão financeiro
que auxilia na tomada de decisão. Considere,

f. O método da taxa interna de retorno modificada (TIRM)


considera em seu cálculo as possíveis taxas de
reaplicação dos fluxos de caixa intermediários.
Corresponde à taxa de retorno que iguala o valor
presente do custo de um projeto ao valor presente de
seu valor final, sendo esse o somatório dos valores
futuros das entradas de caixa capitalizados ao custo de
capital da empresa.
A regra de aceitação ou rejeição do projeto de
investimento considera que, se a TIRM for igual ou
maior que o custo de capital da empresa (k), o projeto
poderá ser aceito, mas, se for menor que k, deverá ser
rejeitado.

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3. Tomada de decisão: essa fase está relacionada com os


recursos destinados ao projeto. Como o ambiente das
decisões de investimento é de incerteza e risco, e a tomada
de decisão baseia-se em previsões futuras, o ideal é a
projeção de fluxos de caixa ou a adição de uma taxa de risco
ao custo de capital, de acordo com o risco de cada projeto.

4. Implantação: corresponde à fase de gestão do projeto, após a


tomada de decisão do investimento.

5. Avaliação de desempenho: corresponde aos procedimentos


utilizados para avaliar o desempenho dos projetos de
investimentos implantados, a fim de assegurar que o
proposto está sendo cumprido.

Segundo Assaf Neto (2012, p. 276-277), as propostas de


investimentos de capital das empresas podem se originar de
diversas fontes geradoras, sendo classificadas de acordo
com as principais modalidades descritas a seguir:
Ampliação do volume de atividade: nessa situação, os
investimentos devem ocorrer a fim de expandir a
produção e a venda para suprir a demanda efetiva dos
produtos. Geralmente, os recursos são destinados à
aquisição de máquinas, equipamentos, instalações e
outros.

Reposição e modernização de ativos fixos: esse tipo de


investimento requer “certo grau de crescimento e
amadurecimento” das atividades da empresa, visto que
está relacionado à “substituição de ativos fixos
obsoletos ou desgastados pelo uso”, por ativos mais
novos e modernos.

Arrendamento ou aquisição: por meio dessa


modalidade, é feito um comparativo para definir entre
arrendar ou adquirir determinado ativo fixo, através do
confronto dos desembolsos e benefícios que
acontecerão no decorrer do tempo.

Outras origens: correspondem a todas as outras


modalidades de investimento que não foram
enquadradas anteriormente, e são, geralmente, voltadas
para investimentos que podem gerar benefícios futuros,
decorrentes de um planejamento estratégico, maior
eficiência e competitividade da empresa.

As empresas passam por diferentes cenários no momento da


tomada de decisão, logo devem identificar o projeto de
investimento de capital que “afeta ou é afetado” por outras
propostas existentes. Para Assaf Neto (2012, p. 278-279), os
principais tipos de investimentos são classificados como:

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Investimentos economicamente independentes: são


considerados independentes quando um não interfere na
aceitação dos outros. Para considerá-los como
independentes, duas condições devem acontecer
simultaneamente: a probabilidade de implantação de um
projeto não anula a aceitação de outros, e os benefícios
advindos de uma proposta não influenciam, nem são
influenciados, pelas decisões relativas aos outros projetos.

Investimentos com restrição orçamentária: nesse caso, os


projetos de investimentos sofrem restrições orçamentárias
por parte da empresa ou por situações nas quais os custos
ultrapassam os retornos originados dos recursos alocados.
Mesmo que o investimento seja economicamente
independente, ele poderá influenciar o processo de aceitação
de outros projetos devido à restrição do orçamento.

Investimentos economicamente dependentes: são os que


estão sujeitos a uma das seguintes situações:
a. projetos substitutos: o projeto de investimento aceito
interfere de forma negativa nos resultados líquidos das
outras propostas, ou seja, adoção de um projeto de
investimento implica à redução da rentabilidade de
outro.

b. projetos complementares: a proposta de investimento


aceita interfere de forma positiva nos resultados
líquidos dos outros projetos.

c. o projeto de investimento só é aceito com a


implantação de outro, isto é, há uma dependência
tecnológica ou financeira entre as propostas.

Investimentos mutuamente excludentes: implicam na


aceitação de um projeto à custa da eliminação de outro. Há
uma exclusão recíproca entre os projetos de investimento,
apenas um será aceito.

Investimentos com dependência estatística: apresentam


variações simultâneas em seus resultados durante o período,
ou seja, alterações nos benefícios de caixa de um
investimento são seguidas por alterações nos benefícios dos
demais.

Taxa de Juros

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A taxa de juros determina a alocação de capital entre poupadores e


investidores em uma economia de mercado. Ela corresponde à
remuneração paga pelo aluguel ou empréstimo do dinheiro, isto é,
reflete o quanto o agente econômico exige ao dispor do consumo
presente em prol do sacrifício de poupar seus recursos e transferi-
los para outro.

Logo, quando o assunto é remuneração de juros, deve-se


considerar dois agentes econômicos: o poupador, que abre mão do
consumo presente, e o tomador, que antecipa seu consumo através
de empréstimos de recursos. Entretanto, para que a relação entre
poupador e tomador ocorra, a taxa de juro deve ser atraente, para
que a expectativa de retorno supere o custo do dinheiro.

Ao analisar um projeto de investimento, é importante observar que


quanto menor a taxa de juros, maior atração ele exerce, ao passo
que taxas elevadas inibem os investimentos da economia,
restringindo as aplicações financeiras.

A taxa de juros pode refletir a confiabilidade dos agentes em


relação à economia. Em uma conjuntura de instabilidade
econômica, ela tende a ser mais elevada devido à incerteza dos
agentes. As autoridades governamentais fixam a taxa de juros do
mercado através de instrumentos de política monetária.

Capital de Giro, Caixa e Estoque

Capital de Giro

Para Assaf Neto (2012, p. 450), “o conceito de capital de giro (ou


capital circulante) identifica os recursos que giram várias vezes em
determinado período”. Ou seja, “corresponde a uma parcela de
capital aplicada pela empresa em seu ciclo operacional,
caracteristicamente de curto prazo, a qual assume diversas formas
ao longo de seu processo produtivo e de venda” (ASSAF NETO,
2012, p. 450).

Segundo Lemes Júnior e outros (2005, p. 329), o capital circulante,


conhecido, também, como capital de giro ou ativo circulante,
“representa o valor dos recursos aplicados pela empresa para
movimentar seu ciclo operacional, que compreende o período de
tempo que vai desde a entrada da matéria-prima no estoque da
empresa até a venda dos produtos elaborados e respectivo
recebimento”.

A maneira de alocar recursos dependerá do tipo de empresa. Nas


organizações comerciais, por exemplo, o capital circulante
corresponde ao aporte de recursos aplicados no caixa, na

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aquisição de produtos destinados à venda, ou ainda, na


disponibilização de maiores prazos de pagamento para os clientes.
Já nas empresas de serviços, têm-se um montante menor de
recursos destinados para o capital circulante, visto que não há
como estocar serviços acabados.

A administração do capital de giro (circulante) está voltada para as


decisões tomadas pela empresa relativas à compra e venda, bem
como às atividades operacionais e financeiras. Nesse contexto, o
processo de administrar o capital de giro deve garantir boas
políticas de estoque, de compra de materiais, de produção, de
venda da produção e de prazos de recebimento. Em síntese, a
administração do capital de giro envolve a administração dos
ativos e dos passivos correntes, a partir de critérios estabelecidos.

Comumente, para as taxas de juros elevadas, a concorrência


interna e externa, bem como as políticas de expansão,
determinadas pelas empresas, exigem uma melhor administração
do capital de giro, com aplicação de técnicas de controle e
gerenciamento dos elementos circulantes.

Considerando a proposição de Assaf Neto (2012, p. 450), o fluxo de


capital de giro está relacionado ao ciclo de produção e venda
operacional de uma empresa. Em uma indústria, por exemplo, os
recursos próprios, ou de terceiros, aplicados no ativo circulante são
direcionados, inicialmente, para o disponível, que, por sua vez,
atende às necessidades financeiras das operações da empresa,
como estoque e produção. Veja a seguinte figura.

Figura 1 – Fluxo ativo Circular

Fonte: Assaf Neto, 2012.

Há uma saída de recursos diretamente para a produção e outra


para aquisições de estoques de materiais, que, em seguida, são
transferidos para a produção, gerando custos de pagamentos.
Após a produção, os produtos são estocados até a realização das
vendas, o que gera novos gastos para a indústria. Realizadas as
transações, os recursos podem retornar para o disponível da

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empresa de duas formas: imediatamente, quando a venda é à vista,


ou em curto prazo, quando é a prazo, reiniciando, assim, o ciclo
operacional.

Ao retornar para o disponível, o recurso chega agregado dos lucros


auferidos no período, decorrentes das vendas efetivas e dos gastos
não desembolsáveis, como a depreciação, por exemplo.

De forma sucinta, o ciclo operacional corresponde ao período de


tempo relativo à compra de estoques e posterior venda das
mercadorias, bem como seu recebimento a crédito (com a
cobrança das contas a receber) ou à vista. Vários fluxos podem
ocorrer, simultaneamente, dentro de uma empresa, de acordo com
o estágio operacional e a variação dos elementos circulantes.
Sendo assim, percebe-se que o capital de giro apresenta certo grau
de volatilidade devido à curta duração de seus itens.

O capital de giro tende a apresentar baixa rentabilidade, originada


de investimentos em itens circulantes. Isso acontece devido a sua
alta rotatividade e ao curto tempo de aplicação. Além disso, a
divisibilidade dos itens circulantes permite que o aporte de
recursos, entre cada um deles, ocorra de acordo com a
necessidade financeira da empresa.

O capital de giro líquido (CGL), ou capital circulante líquido (CCL),


corresponde aos ativos circulantes, deduzidos os passivos
circulantes.

CGL (CCL) = Ativo Circulante (AC) – Passivo Circulante (PC)

Uma visão mais conservadora considera que o capital circulante


líquido (CCL) é definido pela parcela dos recursos de longo prazo
(recursos permanentes), que financia o ativo circulante da
empresa, podendo ser expresso da seguinte forma:

CGL (CCL) = (Patrimônio Líquido + Passivo Não Circulante) –


(Ativo Permanente + Ativo Não Circulante)

No entanto, a utilização de qualquer uma das expressões gera o


mesmo resultado, o que diferencia é a interpretação dos dados. O
resultado do CGL poderá ser positivo, nulo ou negativo. O CGL
positivo (AC > PC) reflete uma folga na liquidez da empresa.

O resultado negativo (AC < PC) indica que os recursos passivos


circulantes não são suficientes para atender às necessidades de
investimentos de longo prazo, ou seja, há um aperto na liquidez da
empresa, visto que ela incorre em dívidas de curto prazo para
financiar suas aplicações de longo prazo. Isso pois, a dívida vence
antes de a rentabilidade da aplicação do recurso acontecer.
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Quando o CGL é nulo (AC = PC), observe que existe igualdade entre
os prazos e os montantes captados e aplicados pela empresa.
Nesse caso, não existe folga ou aperto de liquidez, visto que as
aplicações de curto prazo foram financiadas por investimentos de
mesmo prazo, sem trabalhar com recursos de financiamento de
longo prazo.

Convém salientar que a decisão da empresa em trabalhar com o


CGL positivo, nulo ou negativo dependerá do que ela necessita para
atender aos seus objetivos, considerando a sua preferência pelo
risco (liquidez) e retorno (lucratividade).

No que se refere à decisão de investimento em capital de giro, a


empresa pode optar por uma política conservadora, média ou
agressiva dependendo da necessidade de atender aos seus
objetivos de risco (liquidez) e retorno (lucratividade). Ao decidir
financiar o capital de giro, a empresa enfrenta dois problemas: o
primeiro relacionado à taxa de juros, e o segundo referente ao
equilíbrio entre o risco e o retorno.

Em vista disso, o prazo de um financiamento faz com que o custo


do crédito a longo prazo fique mais caro do que o de curto prazo,
visto que quanto maior o tempo de duração do empréstimo, maior
o risco relativo ao comprometimento de devolução do capital
emprestado.

Outro dado relevante é que as taxas de juros de curto prazo tendem


a ser mais vulneráveis às variações conjunturais. Sendo assim, se
uma instituição compromete-se com créditos de curto prazo, tende
a aumentar o seu risco devido à incerteza do comportamento dos
seus custos no futuro e a absorção das oscilações nas taxas de
juros. Se a empresa opta por empréstimo de longo prazo com
encargo de juro fixo por determinado período, tem-se um menor
impacto dos juros.

É preciso evidenciar que ao utilizar créditos de curto prazo a


corporação diminui os seus custos com melhores resultados
operacionais, mas aumenta o seu risco devido a sua
vulnerabilidade às oscilações nas taxas de juros. Ademais, uma
política de financiamento baseada no crédito de curto prazo faz
com que a empresa fique dependente das disponibilidades de
crédito no mercado, o que pode interferir na liquidez da empresa.
Para isso, a empresa dispõe de algumas alternativas de
financiamento:

Equilíbrio tradicional: o ativo permanente e o capital de giro


fixo são financiados com recursos de longo prazo (próprios
ou de terceiros), e as necessidades de capital de giro
temporário (sazonal) são financiadas por exigibilidades de
curto prazo.
Risco mínimo: a empresa é totalmente financiada com
recursos de longo prazo, não necessitando captar recursos
de curto prazo, exceto em situações emergenciais. Nesse

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caso, tem-se elevado custo decorrente da maior duração do


financiamento.
Outras alternativas: em uma primeira opção, a empresa
financia o ativo permanente e o capital de giro fixo com
recursos de longo prazo, e o capital de giro temporário é
financiado parte com recurso de longo prazo e parte com
recurso de curto prazo.

Outra opção seria a organização contar com uma maior


participação de recurso de curto prazo para financiar o capital
de giro temporário e parte do fixo, utilizando-se de recursos
de longo prazo para financiar o ativo permanente e o restante
do capital de giro fixo. Essa opção apresenta maior risco do
que a primeira, visto que tende a esgotar os limites de crédito
de curto prazo da empresa e a reduzir as disponibilidades de
aplicações financeiras.

Existem várias possibilidades para estabelecer qual a melhor forma


de financiamento de uma empresa, mas vale ressaltar que a
decisão de escolha dependerá da conduta de cada administrador
em relação ao grau de aversão ao risco e de acordo com as
características operacionais e o ambiente de cada corporação. A
utilização de mais recursos de curto prazo diminui o custo, mas
aumenta o risco e desvaloriza a obtenção de fundos adicionais no
mercado.

Caixa

A administração de caixa tem como finalidade a manutenção da


liquidez imediata para dar sustentação às atividades da empresa.
 Na literatura financeira e econômica, encontra-se outras razões
para a manutenção do saldo em caixa:

Saldo de precaução: a empresa deve manter um saldo em


dinheiro para cobrir flutuações imprevistas e eventuais que
podem ocorrer advindas dos recebimentos e pagamentos de
caixa. Esse saldo tende a ser maior quando a empresa
apresenta fluxos de caixa pouco previsíveis. Caso ela tenha
facilidade de captar recursos por meio de empréstimos, o
saldo de precaução tende a se reduzir.
Saldo para especulação: a empresa utiliza-se dessa posição
para aproveitar as possibilidades de ganho que o mercado
oferece e para conter as possibilidades de prejuízos
inesperados decorrentes de políticas econômicas ou crises
mundiais. Esse saldo proporciona à organização a obtenção
de vantagem em negócios de compra de seu interesse e que
possam surgir esporadicamente.

Mantendo saldos suficientes de caixa e ativos de liquidez imediata,


a corporação pode obter algumas vantagens, como:

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Descontos de fornecedores: com dinheiro em caixa, a


empresa poderá permutar descontos junto aos fornecedores
para pagamento antecipado das compras.
Classificação de crédito: quando a empresa dispõe de uma
boa classificação de crédito, com manutenção da sua
liquidez corrente e seca, ela amplia sua linha de crédito junto
ao banco e consegue comprar dos fornecedores em
condições mais favoráveis.
Oportunidades de negócios: por meio do disponível, a
organização pode aproveitar promoções especiais dos
fornecedores ou adquirir outra empresa.
Situações conjunturais: com caixa e ativos de liquidez
imediata, a empresa poderá transpor dificuldades
conjunturais como greves, campanhas de marketing de
concorrentes, quedas sazonais ou cíclicas da sua atividade,
até mesmo em situações emergenciais como incêndio.

É importante saber que a manutenção de saldos mínimos de caixa


permite que a empresa consiga quitar seus compromissos
agendados, bem como manter uma reserva de recursos para saldar
pagamentos que não estavam programados e, ainda, liquidar
eventuais dispêndios que possam surgir antes dos recebimentos
esperados. Essa ação está voltada para o aumento do valor da
empresa.

Dessa forma, cabe ao administrador financeiro considerar alguns


fatores importantes na determinação do saldo mínimo, a saber:

As características de cada setor de atividade.


As previsões das entradas e saídas de caixa.
A reciprocidade exigida pelos bancos.
A capacidade de captar recursos próprios ou de terceiros.

Apesar da dificuldade de determinar o volume ideal de recursos


financeiros a ser mantido em caixa, existem alguns modelos
teóricos utilizados para esse fim, como o Modelo Baumol e o
Modelo de Miller-Orr.

O Modelo Baumol (ou Modelo do Lote Econômico) foi


desenvolvido em 1952, sendo muito utilizado na ocorrência
de entradas periódicas de fundos no caixa e saídas contínuas
de recursos. Esse modelo analisa os custos de manutenção
dos saldos em caixa, ou seja, reflete o custo de oportunidade
da empresa, ao abrir mão de receber os juros que poderia
receber de aplicações em títulos negociáveis ao manter o
recurso em caixa.
O Modelo de Miller-Orr, desenvolvido em 1966, é mais
utilizado em situações de incerteza dos fluxos de caixa. Esse
modelo considera que as variações do saldo de caixa
decorrem de transações desconhecidas anteriormente e
objetiva calcular o valor ideal dos limites, superior ou inferior,
de transferências de títulos negociáveis em caixa.

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Cumpre destacar que a diferença entre os dois modelos está


relacionada às condições de certeza dos fluxos de caixa. No
primeiro modelo há certeza na elaboração do fluxo de caixa, sendo
mais aplicado no planejamento de curto prazo, facilitando o
trabalho do administrador quanto às previsões. O segundo, por sua
vez, apresenta incerteza dos fluxos de caixa, visto que se admite
uma natureza aleatória das transações de caixa.

Comumente, a administração de caixa requer uma ação conjunta


da empresa e do banco, no qual ela é correntista, para gerenciar de
modo apropriado os recebimentos e os pagamentos. Essa ação
implica em uma sincronização dos fluxos de caixa, na utilização de
float, numa cobrança mais rápida, na transferência de fundos
disponíveis quando necessário e no controle dos desembolsos.

As técnicas de administração de caixa tornam o caixa mais eficaz,


resultando em aumento do valor da empresa, ou seja, direcionam
as ações para o melhor aproveitamento dos floats. Para Assaf
Neto (2012, p. 482), o float corresponde ao “montante de cheques
emitidos, mas que não foram debitados (sacados) na conta
corrente bancária”, ou ainda, ao “intervalo de tempo que vai desde a
emissão do cheque até sua efetiva liquidação pelo banco”.

Com a internacionalização dos mercados, as empresas trabalham


em um ambiente mais complexo e com maior concorrência interna
e externa. Ao se criar a expectativa da possibilidade de atuação no
mercado internacional, elas devem mudar a sua forma de gerir o
caixa.

Outro aspecto a considerar é que cada país desenvolve seu próprio


sistema bancário, o que envolve diferentes legislações para tratar
de um mesmo assunto. Ademais, os países estabelecem acordos
internacionais que podem interferir diretamente no mercado. Outra
diferença entre as nações consiste na eficiência dos meios
eletrônicos e de comunicação utilizados.

Ainda sobre esse propósito, um fator imprescindível para a


administração internacional do caixa está relacionado à conversão
das moedas, pois exige mais tempo e habilidade do gestor para
acompanhar as alterações diárias das cotações estrangeiras. Essa
movimentação pode afetar o montante do caixa, uma vez que
altera o valor a ser recebido de empréstimos internacionais e da
quantia a ser recebida de subsidiárias no exterior ou de
exportações, tornando difícil prever com exatidão o crédito, em
moeda nacional, na conta corrente da empresa.

Para contornar todos os eventos que envolvem o comércio exterior,


o administrador financeiro de uma empresa que opera com os
mercados internos e externos deve estar atento a algumas
peculiaridades como:

A existência, ou não, de redes bancárias nacionais e


internacionais.

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As formas de movimentação de conta corrente de cada país.


Os custos financeiros.
As reciprocidades bancárias exigidas.
A cultura empresarial e financeira, usos e costumes de cada
nação.
A conversão da moeda estrangeira.
As influências da economia nas flutuações das cotações das
moedas.
As legislações e o aspecto tributário do país com o qual
negocia.
Os mecanismos de transferências eletrônicas internacionais.

Estoque

Segundo Assaf Neto (2012, p. 520), em conceito amplo, define-se


estoque como “os materiais, mercadorias ou produtos mantidos,
fisicamente, disponíveis pela empresa, na expectativa de
ingressarem no ciclo de produção, de seguir seu curso produtivo
normal, ou de serem comercializados”.  O conceito mais específico
define os estoques de acordo com a sua classificação:

Mercadorias e produtos acabados.


Produtos em elaboração.
Matérias-primas.
Embalagens e materiais de consumo.
Almoxarifados.

Os estoques são ativos circulantes de menor liquidez e


representam grande volume de dinheiro aplicado, se comparados
com outros componentes do ativo circulante.

Assim como os valores a receber, eles estão diretamente


relacionados com as vendas. A diferença é que, no primeiro caso
(valores a receber), o volume aumenta após a efetivação da venda.
E, no segundo (estoques), o aumento do volume antecede à venda.
Sendo assim, a empresa deverá prever as vendas antes de
estabelecer o nível ideal de estoque, o que dificulta bastante a
administração desse componente. Erros na fixação do nível de
estoque podem implicar a perda de vendas, escassez de estoque,
ou a elevação do custo de estocagem, excesso de estoque.

Cumpre lembrar que o administrador financeiro é responsável por


acompanhar a gestão de estoque, pois ele tem impacto direto nos
custos. Os custos dos estoques são definidos em três categorias:

Custos de estocagem (ou custo de manter).


Custos de encomenda e recebimento (ou custo de comprar).
Custo pela falta de estoque (ou custo de faltar).

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A manutenção de estoque é alta devido ao custo de estocagem. Na


atualidade, existem pressões para a redução do seu nível como
forma de diminuir os custos da empresa. Entretanto, se a empresa
mantém estoques muito baixos, ela precisará fazer mais
encomendas, o que, consequentemente, implica aumento de custo.
Além disso, a falta de estoque poderá acarretar perda de vendas,
uma vez que a empresa não será capaz de atender à demanda dos
clientes.

É válido salientar que a gestão de estoques também está


relacionada ao estabelecimento de um sistema de controle de
estoques que pode ser simples ou complexo, dependendo do
tamanho da empresa.

Outro ponto a considerar é que programação da produção indica a


necessidade de coordenação da política de estoques com as
políticas de produção e compra. Por exemplo, uma empresa que
apresenta vendas sazonais pode optar por produzir uma
quantidade estável durante o ano, ou aumentar e diminuir a
produção nos meses de acordo com a variação das vendas.
Optando por uma produção estável, nos períodos de vendas
menores, os estoques aumentam significativamente, e, quando as
vendas são aquecidas, o estoque cai, mas, em média, o saldo de
estoques fica mais alto do que se a produção acompanhasse a
sazonalidade do produto.

Ponto de Equilíbrio e Alavancagem

Segundo Lemes Júnior e outros (2005, p. 65), a análise do ponto de


equilíbrio, ou ponto de ruptura, é um instrumento de administração
financeira de curto prazo que utiliza elementos como projeções ou
resultados obtidos dos lucros, custos, receitas e volume de
produção.

Por meio da análise do ponto de equilíbrio, pode-se calcular o


ponto de equilíbrio operacional, o ponto de equilíbrio de caixa e o
ponto de equilíbrio em moeda. Antes de proceder ao cálculo do
ponto de equilíbrio, o administrador deve ter disponíveis alguns
dados essenciais, como:

O preço unitário de venda constante.


O custo variável unitário constante.
O custo fixo total.

De acordo com Lemes Júnior e outros (2005, p. 66), o ponto de


equilíbrio operacional define a quantidade de produção e venda de
bens ou serviços que apresentam custos e receitas operacionais
totais iguais, sem a ocorrência de lucro ou prejuízo.

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Existem duas formas de se calcular o ponto de equilíbrio


operacional: por meio da fórmula ou por meio do gráfico.

A fórmula pode ser expressa como:

Considere:

PEo = ponto de equilíbrio operacional em unidades.

F = custo fixo operacional total.

PVu = preço de venda unitário.

CVu = custo variável unitário.

Considerando que PVu – CVu representa a margem de contribuição


unitária, a fórmula pode ser expressa como:

Através da utilização de gráficos também pode-se definir o ponto


de equilíbrio operacional. O gráfico pode ser representado
considerando no eixo da abscissa as quantidades produzidas e
vendidas, e no eixo da ordenada as variáveis receita, custos fixos e
custos variáveis.

O custo fixo, como o próprio nome sugere, não se altera durante a


produção, então pode ser representado como uma reta paralela ao
eixo da abscissa. A receita é traçada a partir do ponto zero de
quantidade produzida até o valor da quantidade máxima produzida
e vendida. Diante dessas observações, é possível traçar o gráfico
da empresa Administradores Financeiros S.A:

Receitas de venda = R$ 200.000,00

Custos variáveis (CV) = R$ 150.000,00

Custos fixos (CF) = R$ 50.000,00

Custos totais (CT) = CV + CF

Ou seja, R$ 150.000,00 + R$ 50.000,00 = R$ 200.000,00

Unidades produzidas = 10.000 unidades

Lucro operacional = R$0,00

Ponto de equilíbrio operacional (PEo) = valores de custos e


receitas (R$200.000,00) equivalentes à quantidade produzida
(10.000 unidades). A figura 2 apresenta um gráfico para definir um
ponto de equilíbrio operacional.

Figura 2 - Ponto de equilíbrio operacional

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Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.

A análise do gráfico apresenta a capacidade da empresa,


Administradores Financeiros S.A, de utilizar os seus custos fixos
para elevar os seus resultados operacionais. À medida que a
quantidade produzida e vendida se afasta de zero, a fim de atingir o
PEo, aumentam as facilidades para alcançar lucros mais
significativos e reduzem as possibilidades de prejuízos.

De forma sucinta, a análise do ponto de equilíbrio expõe a


importância de variáveis como preço de venda, custo fixo, custo
unitário e capacidade de produção. O administrador financeiro, por
meio do manejo dessas variáveis, poderá simular situações viáveis
que levem a resultados operacionais melhores.

Alavancagem

Assaf Neto (2012, p. 143), conceitua a alavancagem como:

efeito de tomar, numa ponta, recursos de terceiros a


determinado custo, aplicando-os na outra ponta (nos
ativos) a outra taxa de retorno: a diferença vai para os
proprietários e altera o seu retorno sobre o patrimônio
líquido, para mais ou para menos do que aquele que
seria obtido caso todo o investimento fosse feito apenas
com recursos próprios.

Como técnica de análise financeira, alavancagem é a utilização dos


ativos a custos fixos destinados a multiplicar o retorno aos sócios.
Essas oscilações nas alavancagens interferem nos retornos e nos
riscos.

Há três tipos de alavancagens:

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Alavancagem operacional.
Alavancagem financeira.
Alavancagem combinada ou total.

Cumpre destacar que elas possuem o mesmo objetivo, mas a


forma de atingi-lo é que difere uma da outra.  Segundo Lemes
Júnior e outros (2005, p. 71), no estudo de finanças, a alavancagem
pode ser definida como “o uso de ativos operacionais e/ou de
recursos financeiros, com custos e despesas fixas, visando
aumentar o retorno dos acionistas”. Ela poderá apresentar efeitos
positivos ou negativos, visto que, em um contexto de crescimento
das receitas e dos lucros, a existência de custos fixos é favorável.

O conceito de alavancagem operacional, dado por Brigham e


Houston (1999, p. 453), diz que “se uma alta porcentagem dos
custos totais de uma empresa é fixa, indica que a empresa tem um
alto grau de alavancagem operacional”, ou seja, corresponde ao
“grau em que os custos fixos são utilizados nas operações de uma
empresa. ” Para Lemes Júnior e outros (2005, p. 71), a
alavancagem operacional é “o uso de ativos operacionais, com
custos e despesas fixas, com o objetivo de aumentar os lucros
antes dos juros e do Imposto de Renda.”

A alavancagem financeira, de acordo Brigham e Houston (1999, p.


456), diz respeito ao “grau de utilização de títulos de renda fixa (de
dívida e ações preferenciais) na estrutura de capital de uma
empresa”.  Conforme Lemes Júnior e outros (2005, p. 72), a
alavancagem financeira é “o resultado da existência de encargos
financeiros fixos, para aumentar os efeitos de variações nos Lucros
Antes de Juros e Imposto de Renda (LAJIR) sobre os Lucros por
Ações (LPA)”.

Cumpre lembrar que quando uma empresa utiliza em sua estrutura


de capitais recursos advindos de financiamentos, como
empréstimos BNDES, adiantamento de contratos de câmbio, pode-
se dizer que está ocorrendo uma alavancagem financeira. Mas por
quê? Ao utilizar essa fonte de financiamento, ela poderá se
beneficiar de um crescimento mais que proporcional no Lucro por
Ações (LPA), se considerado o crescimento do LAJIR. Essa
alavancagem ocorre em dois sentidos com efeitos opostos.

Para Lemes Júnior e outros (2005, p. 73), a alavancagem total


corresponde ao “potencial de custos fixos, operacionais e
financeiros, para aumentar o efeito das variações nas vendas sobre
o Lucro por Ação” e sua estrutura, considera o DRE.

Figura 3 – Alavancagem e DRE

https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/unileste_cursos/disciplinas/nucleo_formacao_geral/Administracao_financeira_e_orcamentaria/tema… 23/28
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Fonte: Elaborada pela autora, 2019, (Adaptado).

Após analisar todos os tipos de alavancagem, é importante


concluir que quanto maior a alavancagem da empresa, maior será
o seu risco.

https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/unileste_cursos/disciplinas/nucleo_formacao_geral/Administracao_financeira_e_orcamentaria/tema… 24/28
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Finalizando a Unidade 

O referencial de estudo abordou que as decisões financeiras


de organizações, inseridas em economias, requerem uma
reflexão mais crítica de seus aspectos conflitantes, exigindo
uma adaptação à realidade dos negócios. Explorou, ainda,
que as decisões de investimento de capital poderão definir o
sucesso da empresa, além de assegurar a maximização da
riqueza dos acionistas e de ajudar a reduzir os riscos dos
projetos. Sendo assim, uma das preocupações básicas
relativas à decisão de investimentos de capital é saber qual a
taxa de retorno exigida de cada projeto.

É relevante apontar que no âmbito da administração


financeira, as decisões de expansão do nível de atividades da
empresa, dada uma estrutura de custos e despesas
operacionais fixas, visam o aumento do lucro operacional ou
Lajir – alavancagem operacional. Já as decisões associadas
a alterações na estrutura de capital, que elevam o volume de
capital de terceiros (mais baratos) em relação ao capital
próprio, visam o aumento do retorno dos proprietários da
empresa – alavancagem financeira. A alavancagem total, ou
combinada, resulta do efeito conjunto das alavancagens
operacional e financeira.

Além disso, discorreu que a gestão de estoque, apesar de ser


objeto de estudo de outra área de administração, tem um
impacto direto na gestão financeira. Sendo assim, o
administrador financeiro deve ficar atento ao nível de
estoque, pois os custos de estoque afetam sua
disponibilidade de caixa. Ainda no contexto, relatou que o
caixa é um ativo de liquidez imediata da empresa,
corresponde aos depósitos à vista, e que a tarefa de
administrar o caixa tenciona a manutenção da liquidez
imediata, para dar sustentação às atividades da empresa.

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Dica do Professor 
Leia: Qual é a importância da gestão financeira para uma empresa?
 O artigo apresenta algumas indagações relacionadas
às estratégias de gestão financeira.

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©2018 Copyright ©Católica EAD. Ensino a distância (EAD) com a qualidade da

Saiba Mais 
Para complementar os conhecimentos, leia:  Veja dicas simples
para economizar capital de giro em empresas de pequeno e médio
porte 

“A gestão do capital de giro para empresas de pequeno e médio


porte deveria ser, no âmbito financeiro, objeto de preocupação
contínua”.

Assista, também, ao vídeo: Planilha de cálculo de Ponto de


Equilíbrio Excel .

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Referências 
ASSAF NETO, Alexandre. A dinâmica das decisões
financeiras. Cad. estud., São Paulo, n. 16, p. 01-17, dez. 1997 .
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1413-
92511997000300001&lng=pt&nrm=iso. Acesso em 27 ago.
2019.

ASSAF NETO, Alexandre. Finanças corporativas e valor. São


Paulo: Atlas, 2012.

BRIGHAM, Eugene F.; HOUSTON, Joel F. Fundamentos da


moderna Administração Financeira. Rio de Janeiro: Campus,
1999.

LEMES JÚNIOR, Antônio Barbosa; RIGO, Cláudio Miessa;


CHEROBIM, Ana Paula Mussi Szabo. Administração
Financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2005.

WESTON, J. Fred; BRIGHAM, Eugene F. Fundamentos da


Administração Financeira. São Paulo: Makron Books, 2000.

https://conteudo.catolica.edu.br/conteudos/unileste_cursos/disciplinas/nucleo_formacao_geral/Administracao_financeira_e_orcamentaria/tema… 28/28

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