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Capítulo 2
Qualidade e Desempenho na
Construção Civil
Cláudio V,cente Mitúlieri Filho
Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo
2.1 Introdução
o tod as
is e dem
im ent o e
, a qu ali d
1 rov áve l Segurança
e Saúde Social
"buição
ete rm ina
1te nçã o Os processos de gestão da qualidade estão associados à qualidade dos serviços
ese nv olv i prestados, qualidade no atendimento, qualidade nos processos administrativos e
suá rio s, gerenciais de empresas, qualidade na assistência técnica e no uso e qua lida de dos
~ta pa na q produtos, nos quais se inserem os materiais de construção. A gestão da qua lida de,
:em pen ho balizada pelas normas da série NB R ISO 9000 (AB NT 2005) 1, no que se refe re
ate ria is aos materiais de construção, bus ca referências em normas técnicas, que def ine m
s lon ga os padrões e os requisitos a serem atendidos, bem com o os métodos de ens aio s a
'da úti l. serem adotados na verificação das características e requisitos, ou seja, da
!ar am ent e qualidade. Ao contrário de anos atrás, quando o sistema normativo nacional era
rsp e~i fica ç constituído por normas técnicas em sua maioria de caráter prescritivo, há a
tios ins um o tendência de elaboração de normas mais abrangentes, à luz do conceito de
mp ort am e desempenho, ou normas de desempenho, que definem os requisitos e critérios a
serem atendidos por um produto ou material de cc,;mstrução, independentemente
e sua s p
de sua form a, orig em , natureza e constituição. E o exemplo da NB R 10821
de tod os
(ABNT, 2001), que define os requisitos a sere m atendidos pelos caixilhos de
edificações, seja m eles de madeira, alumínio, aço, PV C, ou outro material, do tipo
de correr, de abrir, de pivotar, etc.
O sistema de Ges tão da Segurança no Trabalho e Saú de Ocupacional, balizado
pela BS 880 0 (1996) e OH SA S 18001, tem por finalidade, fundamentalmente, a
satisfação dos colaboradores da empresa, por meio da adoção de políticas e
.da apr od u práticas de pre ven ção de riscos. Sem dúvida, desonera a empresa, pois acidentes
Ge stã o, no ambiente de trabalho e saúde debilitada do trabalhador pod em ger ar graves
o Int egr a problemas operacionais e :financeiros par a as empresas. Na construção civil, ess e
da Qu ali sistema enc ont ra ferramentas na NR 18 (Ministério do Trabalho e Em pre go) .
tal, Ge stã O sistema de Ges tão Ambiental, balizado pelas normas da série NBR-ISO
). 14000 preocupa-se com o desempenho ambiental da organização, de for ma a
1
A NBR-ISO 9000 define diretrizes para implantação de politicas da qualidade e orientações para modelo de garantia
da qualidade , compreendendo as normas NBR-ISO 9001 a 9004.
Mais infonnações ver Capítulo 3 - Normalização na Construção Civil
e. Vicente Mitidieri Filho
40
informaç,
suas inte
evento, a
medidas,
• Gestão d
colabora
envolvid
tempo re
disponib
fóruns d
• Gestão d
reunião·
escopo d
periódic
através d
projeto
atendim
análise e
Figura 2 - Sistema de gestão e coordenação de projetos. verificaç
projeto e
• Definição do produto e das diretrizes para desenvolvimento do projeto é etapa se
orientada por instrumento do tipo "Roteiro para Definição de Atributos", de todos
contendo campos para: registro das necessidades do cliente, identificação dos e interfa
atributos ou características a partir das necessidades identificadas, programa conceitu ,
definido a partir dos atributos, além de campo para análise de riscos. • Validaçã
• Definição dos recursos e contratação dos projetistas é realizada com base em recebime
"ficha de qualificação de projetistas", planilha contendo dados do projetista, mínimo P.
histórico de serviços anteriores (quando existentes), impressões colhidas • Por fim
durante entrevista preliminar (quando da primeira prestação de serviço), e apresent
verificação de alguns trabalhos desenvolvidos bem como informações segment
co~das junto a o~tros projetistas e clientes com ;elação a prazos de entrega, alcançad
qualidade dos proJetos en?"egues ~ atendimento às solicitações, entre ou~os compro
aspectos ..~sta etapa, ?~lica-~e/o. mstrumento contratual, que contém, alem tanto dos
nd
.. das co iço~s comer<:_1ais, cntenos técnicos, tais como escopo por etapa
rod
(p utos e mformaçoes geradas e recebidas em cada etapa), formas de
de planejj
qualifica
e~tr~~a da documentação, critérios de nomeação de arquivos eletrônicos, compram
cntenos de recebi111ento'
durante a execuçao da ob forma de comunicação da equipe assistência para ofer
d fi · - . ' - das
dificuld d
a es
d
e
!ª•
execuçao
e miçao das visitas para verificaçao
b·1·d f' I e
custo e
comprometllll·ento com a melh' ·responsa 11 ades, avaliação ma processo
/ . procedim
• No Plane·ament ona ~ontmua por parte do projetista.
"Cronograma de ºr do "de~envolv1mento do ro·eto pode-se adotar o forma a
CPM). Essa ferr!!~~enci~ s com caminho crítico" (Critical Path Metho~~ gerados.
de definição de respo~s~~~;, deve. ser ~esultado de um trabalho detalhade melhorias
ades, identificação de atividades e fluxo avaliação
Qualidade e Desempenho na Construção Civil 45
inf o~a ções, estll;lat~va d~ dura~ão de cada fase e seqüência adequada, com
suas mterdependenc1as. E um mstrumento dinâmico e atualizado a cada
evento, a fim de se verificarem possíveis desvios e possibilitar a adoção de
medidas corretivas em tempo hábil.
• Gestão da comunicação em como ferramentas os chamados "sistemas
colaborativos", que são ferramentas computacionais que integram todos os
envolvidos na elaboração do projeto. Esses sistemas permitem a gestão em
tempo real de todo o ciclo do projeto, utilizando um único banco de dados
disponibilizado por um servidor, além de propiciarem reuniões virtuais,
fóru ns de discussões e agendas compartilhadas.
• Gestão do escopo e do desenvolvimento do projeto tem como ferramentas:
reunião inicial de discussão dos procedimentos da coordenação; adoção do
escopo de projeto sugerido pelas associações de classe; acompanhamento
periódico do cronograma elaborado em rede CPM; gestão da comunicação
através da adoção de sistema colaborativo; decisão sobre as alternativas de
projeto com auxilio de um roteiro contemplando análise eco nôm ica ,
atendimento às necessidades do cliente e análise de riscos; verificação e
análise crítica dos projetos recebidos em cada fase, com auxílio de listas de
verificação; avaliação da etapa do projeto, levando em conta a qua lida de do
projeto e a qualidade do atendimento do projetista, a fim de me lho rar a
etap a seguinte; e reuniões de fechamento de cada etapa, com a participação
de todos os intervenientes para discussão das eventuais incompatibilidades
e interfaces entre os diversos projetos, além de consolidação das decisões
conceituais par a liberação da execução da etapa subseqüente.
• Validação e recebimento do projeto são realizados a partir de "pl ani lha s de
recebimento de projeto" ou "listas de verificação", con ten do rot eiro
mínimo par a análise crítica.
sões • Por fim , ava liaç ão e retro-alimentação do sist em a. A sis tem átic a
de se apresentada pode ser bastante útil para coordenação e gestão de projetos no
seg mento de mercado de produtos imobiliários. Porém, par a que seja
info alcançado um bom resultado do processo, é desejável que exi sta um
os de comprometimento da equipe e, principalmente, que exista um nivelamento
tanto dos conhecimentos técnicos de cada projetista, quanto das habilidades
de planejamento e comunicação, a partir da gestão do conhecimento. A
qualificação criteriosa da equipe com relação ao nível de capacitação e
comprometimento, engajamento na busca de novas tecnologias, motivação
para oferecer opções de soluções para melhoria contínua, racionalização de
custo e facilidade de execução deve ser priorizada para o sucesso do
processo. Pod e-s e diz er que exi ste a nec ess ida de da ado ção de
procedimentos formais para a coordenação e integração dos projetos, de
forma a promover-se um a evolução contínua do processo e dos produtos
gerados. Esses procedimentos devem ser dinâmicos, permitindo revisões e
melhorias a partir de sua auto-avaliação ao final de cad a etapa de projeto,
avaliação ess a elaborada por cada interveniente no processo.
C. Vicente Mitidieri Filho
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d ção e distribuição de materiais de arnostr
2.4 A qualidade na etapa de pro u .MO DE
construção arnostr
q ualid ade de mate riais era exercido n fábrica,
. alm te O contr o1e d a · versa . 0 contraia
Tradic10n en '. . d bimento em obra, e vice- • MOD
indústri~ de fo~a d~ss~ciad~vil~ ~:c~ controle do proce sso produ tivo, para qu: aroostr
st J~ gidução com a fabri cação de produ tos de baix
da qu~d ade na mdu na
não ~ªJª surpresas.: ao~ ~::Je
com ~specificações prévi as. Tem a função deª
qualidade ou e~ nao co__offfilm a qualidade pré-d efinid a ou espec ificada, reduzk
fábrica
prod ut
•MO D
além de produzir matenais co .. d
a variabilidade do processo produtivo e, conse quen teme nte, o custo o processo • MOD:J
• MOD.1::9
e do produto final. · d t · · prod ut
Por outro lado, o controle da qualidade no receb une~ to . os m,a e:iais em obra
é extremamente complexo, oneroso e requer tempos n~o dispo mveis nesta etapa O mode l
do empreendimento. Não se consegu~ avali!1" ª. quali dade de ~~ produto,_ em produ tos se
canteiro, somente com base em uma mspeçao ,vi~ual ou em an~~ es expeditas. no merc ad
V árias características mecânicas, físicas e qmm icas dos mate nais podem ser certif icaçã
verificadas somente mediante ensaios laboratoriais. Resta , então , para verificação O mode l
em canteiro de obras, apenas quantidades e algumas características visíveis dos verif icaçã o
materiais, como dimensões principais, aspecto superficial, etc. ensai o der
Não seria razoável, portanto, que todo o material de const rução produzido uma dific u
precisasse ser ensaiado quando do seu recebimento em obra. Alian do o controle prior izand o
da qualidade na indústria e o controle de recebimento em obra ou nos pontos de do prod uto
distribuição dos materiais de construção, os proce ssos de certificação de mode lo nú
conformidade viabilizam a demonstração prévia, por parte do produtor, da em cada fo
qualidade ou da conformidade de seus produtos, sem neces sidad e de recorre-se a Osm od
controles específicos ou especiais no recebimento desse s produ tos. A certificação há a nece ss
de conformidade oferece, portanto, uma maio r confi ança de que o produto, implantado
previamente analisado e avaliado, atend e ou está em confo rmidade com de ser au
dete ~ada e_spe~~cação técnica, principalmente quan do a certificação é situa ção tr
conduzida por mstitmções de terceira parte , geralmente organ ismo s certificadores O mod e ,
de produtos. pois não p
~r?dutos certificados recebem um certificado de conformidade, documento ensai os e
errutido .segundo as regras de um sistem a que atest a a certif icação de produ to.
conf~fffildade do produ to devid amen te ident ificad o Norm alme nte pode Omo de
assoc iar-se uma d • • '
marca_ e _co1uOfffildade ao produ to, a qual está protegida por lei
-.i: • de form as
e ex .
pnm~ 0 me~mo s1gmficado do certif icado de confo rmid ade A marca , em de confo
geral , está associada a um · ti · - · - d destr utivo s
produtos H,, .. . a ms tmçao ou a um organ ismo de certificaçao e
resum id~ ta vano s mode los de certif icaçã o preco nizad os pela ISO, Na déca
• en e apresentados a seguir: como o
MODELO 1: ensaio de ti d ,, . . !li habit acion
produto amostrad °
al po' quan e realiz ado apen as ensai o de tipo e Habi tat), d
• MODELO 2· o ~er me~te na fábrica; Prog rama s
. ensaio de tipo anh . ,, . eiJI
amostras do rodut0 ' acom p ado de ensai os penodicos ... P~odutivos
• MODELO 3· pens · dcole~das em distribuidores ou lojas comerciais, diver sos p
. aio e tipo ' acomp anh ad o de ensai.os penod .
. ,, 1cos efll
Qualidade e Desempenho na Construção Civil 47
incorporadora não pode arcar com o ônus das análises e ensaios de verificação da
qualidade dos produtos qu~ .adquire,.a.m~~os qu.e seja essencialmente necessário.
A construtora deve. adqwnr matenais Jª analisados e avaliados previamente,
qualifi~ados ou certificado~, .como forma ~e reduzir seus controles e evitar ou
m.inirmzar problemas patolog1cos futuros onundo s de produtos defeituosos ou em
não conformidade com as especificações técnicas. Parece óbvio, mas muitas
vezes há a tendência da aquisição dos materiais pelo menor preço, sem se atentar
para a qualidade, o que pode acarretar prejuízos futuros significativos, com
despesas financeiras bem superiores à pretensa economia inicial.
Os insumos humanos e a qualidade da mão-de-obra estão relacionados com a
forma de gestão da empresa , incluindo a forma de contratação dos serviços
durante a execução da obra. A tendência da empresa construtora tem sido
terceirizar serviços, ou seja, contratar mão-de-obra de terceiros para a realização
dos serviços em canteiro, mantendo nos quadros próprios da empresa apenas
alguns oficiais, como encarregados e mestres de obras, engenheiros e outros
profissionais de nível técnico ou administrativo que respondem diretamente à
empresa construtora.
Pode-se considerar que a terceirização na construção civil ainda não se dá de
forma adequada, pois nem sempre são contratados serviços especializados de
uma empresa, mas são contratados operários que são disponibilizados à
construtora por uma empresa fornecedora de mão-de-obra. A primeira situação
seria mais adequada, pois realmente o serviço é terceirizado, em que a empres a
especializada contratada fornece não somente a mão-de-obra, mas outros
insumos, mesmo que não todos, de forma a obter o produto ou o processo
acabado segundo especificações pré-definidas. Nesse caso, a responsabilidade
pela implantação de sistemas de gestão da qualidade, realização do controle da
qualidade do process o e do produto entregue é da empres a contrata da,
principalmente se houver exigência da contratante, normalmente da empres a
construtora ou incorporadora, em razão de seu sistema de gestão, particularmente
~ daquilo
rar que se certificado. O treinam ento e a qualificação da mão-de -obra são de
responsabilidade da empres a contratada. Na segunda situação, a empres a
ílUalidad
construtora contrata nte normalm ente tem que assumir e repassa r toda
cificaçõ e
metodologia de controle da qualidade e mesmo os procedimentos de execução
sobre o
dos serviços à mão-de -obra contrata da de terceiro s, sendo de sua
responsabilidade, inclusive, os processos de treinamento e qualificação. Em
outras palavras, excetua ndo-se as relações administrativas, de trabalho e
financeiras, do ponto de vista operacional, tudo se passa como se os profissionais
contratados de terceiros fossem do quadro da empresa contratante.
É importante este preâmbulo, pois tem relação direta com a qualidade na
lse hum e~ecução da obra. Os processos de certificação de empresas ou d~ certificação de
oi aborda sistemas de gestão da qualidade com base na ISO 9001 , conduzidos por OCS"s
~ficaçã o (Organismos de Certificação de Serviços), acreditados pelo IN11ETRO, focam os
ealizaç ã processos nos limites da empresa e suas interfaces com o exterior, ou seja, com
,onsáve l seus principais interlocutores, porém, em geral não entram no mérito da
onstrut or
C. Vicente Mitidieri Filho
50
5
·t d Lean Constr uction e Lean Think ing aplicados à norma técnica
2.7 Conce1 os e
constru ção civil forma ou nas
inovador.
-ao nos d e teremos mui·to nos conceit os" de Lean
. Constru
. ction
,. . e Le an As normas t ·
N
Thinking apesar de importa ntes, pois tem mmto mais relevancia nos constru ção ci
process o~ gerenci ais ou de gestão de empres as . e de process os de especificaçõe~,
manufa tura, do que nos process os de c~ntrol e d~ quahda ~~- " muitas vezes Ja:
De qualquer forma, os conceitos _de co~stru çao enxu~ ~u . pensamento A avaliaçã o
enxuto" têm sua origem no Japão, mais especifi camente nas mdustn as Toyota, e empíric a. Cara
dizem respeito à organiz ação e raciona lização dos proc~ss os , reduzindo empree ndimen
atividades que não agregam valor ao produto final: reduzm do estoques de avaliaçã o. Para
matérias-primas e de produtos acabados, visando reduzrr custos de produtos com que deve atend
qualidade pré-definida e melhor atender ao mercado . . . A palavra d .
É possíve l aplicar esses conceito s na c<:nsn:i9ã? c1v1!? ~e~ dúvida, caracter iza o fa
principalmente se considerarmos que a construçao civil e ~ma mdustn a. Tanto é cumprir sua fu
possível que a empresa Munte Pré-fabricados de Concret o, mstalad a no Estado de sua vida útil.
São Paulo, implantou a mentalidade enxuta em seus process os administrativos e exposição a q
fabris, inclusive com a construção de uma nova fábrica à luz desses conceitos. todos os materi'
Algumas construtoras também têm se beneficiado desse conceito , principalmente O desemp e
quando da execução de obras em tempos bastante reduzid os, aliando princípios estabele ce entr
do just in time ao planejamento minucioso da obra e elabora ção do projeto com a determi nadas p
antecedência devida, não deixando para a obra a tarefa de projetar, definir e outra, o modo
contratar insumos, gerar contratos de serviços, etc. Quando a obra inicia-se, todas ocorre com o
as atividades de suporte estão concluídas, todos os contrato s de fornecimento compor tamento
estão acordados e todo o planejamento está definido , com possibilidade de • ensaios e
replanejamento praticamente diário. • modelo s m
do edifício ·
2.8 Conceito de desempenho aplicado à construção civil • julgame nto
e experiê n
. Quando se v8! proceder à avaliação de novos compon entes , elementos e • inspeçõ es e
sistemas construtivos, ou genericamente novos materiais de construção verifica· uso.
~e uma tendên<:ia ~e se tomar o tradicional como referênc ia e, por co~paração, Em função
J1:_lgar_ as soluçoe~ ~ovado ras. Em vários Códigos de Obras, muitas exigênci~ combin ação do
s~o amda prescnt1vas e, por vezes, o "nível de satisfação" do usuário e desempenho p
sim~lesmente colocado sob responsabilidade do projetista sem definir OS seu compor
parametros de desempenho necessários. ' A avaliaçã o
desemp enho, e
No dia a dia das empresas voltadas para a constru ção civil essa tendência é
suas partes ate
marcante e c~ece de um instrumental científico e tecnoló gico c~nstituindo-se eJll
desemp enho ex
~:~ri~1e~nativa bas:ante empírica. Como aceitar ou rejeit~ um determinado produto deve at
, d e cons~ç ao que apresentou determi nadas caracter ísticas aquém e/ou a determi nadas
a1em e outro considerado como tr d· · al? eas
decisões m ·ta ª icion . Essa questão sempre se coloca ,., . .A questão c
apenas o té~~;o v~es sã~ tomadas em função de outros parâmet ros que .na~ nucialm ente po
tradicional ou não : ~mtos casos, nem_ é possíve l identific ar se o mateflª~a du Bâtimen t).
~:-:== ::-=--- -'-:--_n_a_o _s_e_r _se_ o matenal possui ou enquadr a-se em algu
5 Os termos lean construction e lean thinkin t" . nxuto,
conforme é apresentado no texto. g em sido traduzidos como construção enxuta e pensamento e '
Qualidade e Desempenho na Construção Civil 53
norma técnica brasileira; caso contrário, mesmo que não se enquadre apenas na
forma ou nas dimensões, não pode ser considerado como tradicional, mas sim
uction e inovador.
elevância As normas técnicas nacionais para materiais e componentes empregados na
processo construção civil têm, em sua maioria, caráter prescritivo, definindo
especificações ou requisitos a serem atendidos por um determinado produto,
1 " pens muitas vezes já consagrado pelo uso e com características bastante conhecidas.
strias Toyo A avaliação de desempenho apresenta-se como uma abordagem menos
;os, reduz empírica. Caracteriza de forma mais precisa o que deve ser atendido pelo
o estoque empreendimento e suas partes e quais métodos devem ser empregados na sua
! produtos
avaliação. Para tal, o empreendimento ou o edifício é entendido como um produto
que deve atender às exigências do usuário.
A palavra desempenho, cujo significado é comportamento em utilização,
Sem dú
caracteriza o fato de que um produto deve apresentar certas propriedades a fim de
:lústria. T:
cumprir sua função quando sujeito a determinadas influências ou ações durante
la no Estad sua vida útil. Essas influências ou ações são denominadas condições de
ministrati exposição a que o empreendimento, o edifício, seus elementos construtivos e
todos os materiais de construção serão submetidos, durante sua vida útil.
O desempenho do produto é o resultado do equilfürio dinâmico que se
estabelece entre ele e o meio que o circunda. Os materiais de construção possuem
determinadas propriedades e características que influenciam, de uma forma ou de
outra, o modo como elas reagem às condições de exposição. O equilfbrio só
ocorre com o produto em uso; entretanto, é possível prever seu provável
comportamento, ou seja, estimar seu desempenho potencial por meio de:
• ensaios e medidas, tanto em laboratório como em protótipos;
• modelos matemáticos ou físico-matemáticos que simulam o comportamento
do edifício;
• julgamento técnico, baseando-se no conhecimento científico de especialistas
e experiência acumulada;
• inspeções em protótipos ou empreendimentos e edifícios já construídos e em
uso.
Em função da análise dos resultados obtidos, normalmente a partir de uma
combinação dos diferentes métodos de avaliação, pode-se fazer a avaliação do
desempenho provável do produto, ou do material de construção, isto é, prever
seu comportamento potencial, quando em utilização normal.
A avaliação de desempenho, portanto, é baseada em requisitos e critérios de
desempenho, e em métodos de avaliação que permitem verificar se o edifício e
suas partes atendem às condições estabelecidas. Os requisitos e critérios de
desempenho expressam as condições qualitativas e quantitativas às quais o
produto deve atender para satisfazer as exigências do usuário, quando submetido
a determinadas condições de exposição.
A questão conceitual do desempenho aplicado aos edifícios foi abordada
1etros que • inicialmente por diversos autores e sistematizada pelo CIB (Conseil International
:e o mate du Bâtiment). Gross (1996) em sua apresentação no 3º Simpósio Internacional
se em al
54
e. Vicente Mitidieri Filho
t
Arqui
Pro
pelo si
"Objective Based National Building Code"6, assim como outros países como o
Japão e os EUA.
Comitês técnicos específicos de desempenho , como no caso do comitê técnico
de av 59 da ISO, TC 597 - Building Construction, sub comitê 3, SC 3 on Functional -
user Requirements on Performance in Building Construction, têm vários grupos
de trabalho desenvolvendo normas de desempenho. O Grupo 10 tem estabelecido
performance standards for one - and two -family dwellingss. Nos EUA, aASTM,
através do seu Committee E-6- Building Performance, criou um subcomitê, E-
6.66 - Performance Standards for Dwellings. O subcomitê 4 da ISO TC92 -
Segurança ao Fogo - tem trabalhado na aplicação do conceito de desempenho
quanto à segurança ao fogo ao projeto do edifício.
A criação da WFfAO - Organização Mundial de Aprovações Técnicas tem
contribuído para difundir o conceito de desempenho e já lançou a idéia da
concessão de uma aprovação técnica mundial. A unificação da Europa e o
fortalecimento dos blocos comerciais também têm contribuído para tanto.
No Brasil, a norma NBR 15575: 2008 - Edifícios habitacionais de até cinco
pavimentos - Desempenho (Partes 1 a 6), foi elaborada como base trabalhos
anteriores desenvolvidos pelo IPT, no início da década de 1980.
Os critérios de desempenho, inicialmente formulados pelo IPT, foram
sistematicamen te revisados ao longo dos anos. Em dezembro de 1995, foi
concluído um trabalho pelo próprio IPT, com o apoio da FINEP (Financiadora
de Estudos e Projetos), sobre Normas Mínimas de Desempenho que permitem
avaliar um produto ou sistema destinado à construção de habitações
populares, considerando-s e a realidade sócio-econômi ca do nosso país.
udanç Pode-se observar que até aqui se abordou a questão conceitua! da avaliação
física, de desempenho. É claro que o nível de qualidade ou de desempenho de
desej materiais ou produtos inovadores relaciona-se com a questão do preço.
ãodo Porém, deve-se também ter em mente que um nível mínimo deve ser atendido
pelo produto, sem se considerar a agregação de outros valores ou incrementos
de desempenho. A questão do preço do produto em função de um desempenho
mínimo deve ser analisada frente aos riscos de fracasso do produto, quando
colocado no mercado sem uma avaliação prévia, e não somente do ponto de
vista do investimento inicial para sua aquisição. Por outro lado, há a
possibilidade de classificação de produtos em função de seu desempenho e
preço, se considerarmos níveis diferenciados de exigências dos próprios
usuários ou clientes do produto, com incrementos gradativos de qualidade.
Fazendo-se um paralelo bastante simples com a indústria automobilístic a, os
6 Código de edificações baseado no conceito de desempenho.
7 A ISO possui comitês técnicos, denominados Technical Comitee (TC), e subcomitês (SC). Ver também
Capítulo 3
- Normalização na Construção Civil.
8 Normas de desempenho para habitações de uma e duas famílias.
C. Vicellfe Mitidieri Filho
58
1
condições de uso desses pr~1 :º ~e aplicação da janel a e em função das
uso em: portas internas port u ~s. ara portas, os requi sitos varia m conforme 0
requisitos especiais de ~esist:~ci: entrada e portas exter nas' além de portas coJJl
ª fogo, isolação sonora etc.
0
Qualidade e Desempenho na Construção Civil 59
As exigên cias do usuário são entend idas como as necess idades que
devem ser satisfe itas pelo edifíci o, a fim de que este cumpr a sua
função. No caso do edifíci o de uso habitac ional, por exemp lo, as
exigências do usuário corresp ondem às exigên cias human as que devem
ser satisfe itas, sejam elas de caráter fisioló gico, psicol ógico,
sociológico e econôm ico. São, portan to, as condiç ões necess árias à
segurança e saúde do homem , ao seu confor to e à satisfa ção de suas
preocupações econôm icas, estas últimas derivad as das possib ilidade s e
limitações de seus rendim entos e das necess idades de o edifíci o
conser var seu desem penho ao longo do tempo , ou seja, sua
durabilidade.
Dentre as várias aborda gens relativ as às exigên cias do usuário
merece destaqu ~ a contida no .d~cu~ ento ISO 6241 (1984) , qu~
estabelece uma listage m de 14 ex1gencias a serem consid eradas para 0
caso dos edifíci os, aprese ntadas no Quadro 1.
C. Vicente Mitidieri Filho
60
Quadro 1 - Exigências do usuário.
2.9.2 Co
1 Exigências de segurança estrutu~I
' Estabilidade e resistência mecânica Asco
pelo conJ
caso do
devidas
4. Exigências de estanqueidade (d
Estan ueidade aos ases, aos lí uidos e aos sól os tempera
5. Exigências de conforto higroténnico própria u
Tem eratura e umidade do ar, condensa o focos de
6. Exigências atmosféricas Para
Pureza do ar e limitação de odores
7. Exigência de conforto visual
condiçõe
. exterior
Aclaramento, aspecto dos espaços e das paredes, vista para 0 vários ní
8. Exigências de conforto acústico resultada
Isolação acústica e níveis de ruído caracte
9. Exigências de conforto tátil
Eletricidade estática, ru osidade, umidade, tem eratura da su erfícle do próp ·
10. Exigências de conforto antropodinãmico exemplo,
Acelera es, vibra - e esfo s de manobras acidentai
11. Exigências de higiene .
Cuidados co rais, abastecimento de á ua, elimina - o de maténas usadas
impactos
12. Exigências de adaptação à utilização originam
Número, dimensões, eometria e rela -
13. Exigências de durabilidade 2.9.3 Re
Conserva - o do desem enho ao lon o do tem o
14. Exigências de economia
Custo inicial e custos de manuten - o e re osi o durante o uso Oedif
exposiçã~
de mane·
Observa-se que, dentre as exigências do usuário, há aquelas de caráter das exig
mais absoluto, como é o caso da segurança estrutural, e aquelas de caráter estabelec
relativo em que é possível estabelecer uma escala de satisfação associada ao expressos
seu custo, como é o caso do conforto e da durabilidade. Pode-se considerar, devem at,
co~ o enfoque de desempenho estrutural e não de segurança estrutural, ou consistem
seJ~, en!oque que engloba a questão da segurança além da questão da regras de
utihzaçao, que .P.oderão ser também ponderados requisitos de caráter produto.~
absolut?,. essenciais ou eliminatórios, que realmente envolvem a segurança, a serem ,
e .r~qui_:,itos de caráter classificatório, relativamente às condições de passíveis ,
utihzaçao . Inspeções
A . " .
/ exigencia d~ c~~ter humano depende de vários fatores, dentre outros do Esse e:
mv_elfcultural do mdividuo, da percepção e das possibilidades que ele tenha para aptidão ac
satis/ azer
. suas
. necess ·
1d d I f ·
ª es. sso az com que o conceito de ex1genc1a ,., · do ªº uso s
usu.~_n o seJa ba~!ante relativo, ou seja, varia de país para país ou mesmo de independe
regiao para reg1ao dentro d / ' · ra 0CIB
indivíduos de uma deter .e um me~~o pa~s. O que constitui exigê~c1a Pªde desempen
constituir se a ffilnada regiao socialmente mais desenvolvida Pº
- penas em deseJ· 0 .- nos • Seleçi
desenvolvidas. para aqueles moradores de reg1oes me
um ei
chega
Qualidade e Desempenho na Construção Civil 61
2 9 3 4 Desempenho ténnico . . . b 1 ·d
· Os· · reqmsitos · s de desempenho ' lllicialmente
. . e cn·t;eno esta e eci osd no Brasil
.
; . d 1
TTYT' • limitar as propriedades terrmcas e e ementos o edifício
pe1o .1r 1, visavam ) d dO ti" .ç
(como resistência ténnica de parede~ externas , . e m,o ª sa siazerem as
· "
ex1genc1 ·as do usuar;io no verão e no mverno,
_ relativas
, a temperatura
d rf; · do ar no
.
interior do edifício, ao risco de con~e~saçao ~ ~ presença e supe 1ci:~ muito
aquecidas ou muito frias._Esses reqm~1tos e cnte:io~ foram fruto de anális~s em
regime permanente, ou seJa, sem considerar a vanaçao de temperatura extenor ao mais pre
longo do dia. ;. ; . . " . simplific
Atualmente, o enfoque é diferente. A análise e efetuada em regime dinarruco,
considerando a resposta do edifício, ou seja, do conjunto de seus elementos a uma 2.9.3.6 D
detenninada condição de exposição, no verão e no inverno. A partir dessa Os re
resposta, verifica-se o nível de atendimento das necessidades do usuário, dos mat
classificando-se o desempenho da habitação. Devido à diversidade climática do dos age
Brasil, as condições de exposição para avaliação, ou seja, os dias típicos de verão emprego
e de inverno são fixados por região climática, definida estatisticamente a partir construti
dos valores que o conjunto de variáveis climáticas (temperatura do ar, umidade Ressalta
relativa e radiação solar) assume nos períodos de inverno e de verão. da const
Pesquisadores do IPf definiram, a partir da análise de dados de aproximadamente partes ao
20 ano_s: ~ zoneamento_clirnático p~ra f~s de avaliação do desempenho térmico que poss
dos ed1f1c1os, no qual _sao estabelecidas 01t~ zonas climáticas. A avaliação é feita periódic
para as zonas nas quais se pretende construrr o edifício. Osens
Um ~r~ssuposto para_ a ~efinição _dos níveis de desempenho foi a não adoção do calor
de con?1cionamento_ artificial, o~ seJa, a resposta do edifício é avaliada somente limpeza, '
a p~u das soluço~s. cons~tivas e materiais de construção empregados, abrasão.
cons1~e~and~-se as varias r~ahdades regionais. São realizados ensaios em novos incompat
1:1ate_na1s, visando ;determmar propriedades térmicas como condutibilidade durabilid
te~ca, calor e~pecifico e massa específica. Os métodos de cálculo permitem, ª Asme
~=s~:: t~~~~:~~:sd~ s. materiais e das caract~r~sticas do projeto, esti?1ar as manuten
aos critérios de <lesem e cm~ se~s elementos, v~~1f!cando, assim, o aten~111:ento construti
desempenho para as pv~o termico, 0 9u~ perffiltrra a classificação em mveis de elemento
informática atualment ana_s zonas climaticas do país. Com os recursos de com o cu
e existentes a li - · de Uma
softwares específicos Na a " . ' ª~ª açao pode ser feita por meio . "desemp
lançando-se mão de ~ed· - usenc1a de tais recursos, a avaliação pode ser feita 0 conceit
A norma NBR 15575:~b~~ _em p~o~ótipos._ . . . - exigência
Desempenho - já incorpora ~d1ficios hab~taciona1s de até cinco pavimentos
o metodo de avaliação global, apesar de ainda contar Oura
PUCPR · liMi1tec Central
Qualidade e Desem penho na Construção Civil 65
2.9 .3 .6 Durabilidade
Os requisitos e critérios de desempenho visam limitar o nível de deg rada ção
dos materiais de construção, quando submetidos a ensaios que aceleram a ação
dos agentes agressivos atuantes sobre o edifício. Visam também imp edir o
emprego conjunto de materiais incompatíveis físico-quimicamente e de detalhes
construtivos que possam contribuir para a diminuição da vida útil da construção.
Ress alta-se que os critérios relativos à durabilidade não prescrevem a vida útil
da construção, mas apenas fornecem indicações do comportamento de suas
partes ao longo do tempo; permitem a identificação de materiais e componentes
que possam vir a ser repostos ou que devam ser submetidos à man uten ção
periódica .
Os ensaios acelerados realizados em materiais e componentes simulam a ação
do calor, da umidade, da radiação ultravioleta, das intempéries, dos agentes de
limpeza, das atmosferas poluidoras, dos agentes biológicos, da águ a e da
abrasão. A análise do projeto e a inspeção em protótipo visam identificar
incompatibilidades de materiais e detalhes construtivos que possam afetar a
durabilidade.
As metodologias mais recentes adotam análises para se inferirem os custos de
manutenção ao longo do tempo, de forma a avaliar-se o custo global da solução
construtiva em um determinado período, em função da durabilidade de seus
elementos e componentes. Entende-se como custo global a som a do cust o inicial
com o custo estimado de manutenção e operação em um determinado período.
" Uma abo rdag em recente. es_tá ~endo ~d?tada n? proj~~º. de n~r ma
desempenho de edifícios hab1tac10nais de ate cmc ? pavimentos , mtroduzmdo
o conceito de vida útil de projeto e prazo de garantia, quando da abordagem da
exigência de durabilidade.
Durabilidade con siste na cap acid ade do prod uto em con serv ar, ao long o
C. Vicente Mitidieri Filho
66
,, 1 ma utilizaç ão previst a, sob condiço-
h ompat1 ve co es
do tempo, ~esempen c -º anutenç ão especif icadas pe 1o seu produtor e/ou
de instalaçao, operaçao e m oese
forneced,,o~. . eríodo de tempo durante o q~al o p~o~uto pode ser noP"
Vida utd consiste no P . f t ,, ·as de seguran ça, saude e h1g1ene. A parti·r
.. b d· ões satis a on
utilizado so con iç ,, f mente imposs ível estabe1ecer com precisão Perda de de
do atual estado da arte, e pra ica onhecim ento dispon ível sobre os agentes nal. prejuízo
nd0 0
esse período. Recorre -se ª ~s degene rativos e as caracte rísticas físicas
Risco de prej
agressi~os , os diferente.s proccoenssst1'tuintes de um produt o , pode-s e apenas
"m1cas dos matena1s d 'd ,, ·1 d
e qm . t' s tecnicamente fundam entadas a v1 a uti e projeto
estabelecer estima "1vat 1 estado da arte,, a " me1hor tecnica " · d· ,, ·
ispomvel no
Entende-se como a ua - d b " A 'd
elabora ção do projeto e da execuç ao a o ra . v1 a útil
momen to da 'd ,, ·1 ·d 1
1
subdivide-se em vida útil de projeto e v1 a uti res . ua ·
Vida útil de projeto diz respeito ao per~odo estimad o d~ tempo em que
0
compon ente, elemen to, instalaç ão ou sistema constru ti.vo atendem os
critérios previstos, no respectivo nível de desemp enho 1nforr12ado pelo
fornecedor. Deve-se , para tanto, cumprir program a de manute nçao por ele
especificado, além das manutenções corretivas even~u almente ne~essárias.
Para o atendimento à vida útil de projeto , mantid as as condições de
exposição inicialmente presentes, o produto deve ser aplicado, utilizado e
mantido em estrita obediência às especificações do fornece dor.
'l Vida útil residual consiste no período de tempo , após a vida útil de Defin i
projeto, em que o componente, elemento, instalaç ão ou sistema construtivo atendi do
vão apresentando decréscimo continuado do desemp enho em função do uso permit a
e/ou do envelhecimento natural. Nesta fase, em que ainda são mantidas fixado s.
condições satisfatórias de segurança, saúde e higiene , para retomarem-se Os mé
níveis adequados de estanqueidade, durabil idade, confor to térmico e • medi ,
acústic o , etc ., há necessi dade de manute nções e reform as mais com
dispendiosas.
~ida tota~ con,,s~ste n? período de tempo que compre ende a vida útil de
proJ~t~ ,. a vida util residual e uma sobrevi da na qual passa a existir a trata
poss1b1hdade de que os níveis de seguran ça comec em a ser perigosamente • cálc
afetados. comp
3
Na Figu~a , est! repre~entado o desemp enho ao lon o do tem o de uJII condi
~~!~:npt~~J·1~~a~~~ªaºu,,ºt1·u1 s1s.tdemal constr~tivo, indican do~se també1:n a vida comp
' res1 ua sobrev1da ·d 1 satis
Prazo de garantia se cons 1. '. ,, e v1 a tota .
probabilidade de que eventuai: ~;f d? penado ?e tempo em que é elevadad:
?ovo , venham a se manif t eitos embuti dos no produt o , em estado
cálcu
a esf
• julga
mstalação, as quais repercu t:s ar (falhas de fabrica ção , montagel1_1 ou em e
Se o produto foi fornecido m em des.empenho inferio r àquele prev1SW)· 1nspe
rapidamente, dentro do praz0 cdom defe.1tos, espera- se que se manifesteJ11 Dm as
e garantia.
avaliaç ão
relevante
Qualidade e Desempenh o na Construção Civil 67
Desempenho
elevação do desempenho mediante inter-
venções programadas de manutenção
Desemperh o i:reuisto
no i:roJeto (M , I ou S)
1
1
.......,........................................
1
1
.l-·-····-··
.......J........ .................. .........- •
!
Vida Üil
IJ1da tdal
Grnpo
Especializado A
,uto são se
·u produto,
écnica jun t ____ ...._______....
Secretaria Geral 1 - - - + - - t Comitê Técnico
.,.. ...,
1
.,__,,.-1 Grupo
Especializado B
A sist emá tica pro pos ta para con cess ão de DATec prev ê cinc o etap as
(Fig ura 5). As qua tro prim eira s inte gram dua s fase s.
Na prim eira fase , é con duz ida a ava liaç ão técn ica do pro dut o (eta pa
1), con side rand o-se os crit ério s de des emp enh o hom oge neiz ado s no
Com itê Téc nico e a aud itor ia no con trol e da qua lida de exe rcid o pelo
prod utor (eta pa 2), veri fica ndo -se a cap acid ade do pro dut or em
con trol ar e man ter a qua lida de do pro duto fabr icad o em esc ala.
Na seg und a fase , caso seja con side rado sati sfat ório o des emp enh o
pote ncia l do pro duto , pro cess o ou sist ema , e caso seja ver ific ada a
ade qua ção do con trol e da qua lida de exe rcid o pelo pro dut or, é
elab orad o (eta pa 3) e con ced ido (eta pa 4) o DA Tec .
. A últi ma etap a, de núm ero 5, con sist e ~~ real izaç ão de aud itor ias,
Insp eçõ es e ens aios peri ódic os para ven f1ca ção da man uten ção da
qua lida de do pro duto ou do pro cess o pro duti vo , dur ante o per íod o de
validade do DATec concedido.
e. Vice/1 e
t M itidieri Filho
72
base no conceito
1. Avaliação do produto com jullto ao me
de desempenho J, ara o setor
ualidade exercido homogên~o
2. Auditoria no controle da q
pelo produtor J, descen~
condições
nto de Avaliação
3. Elaboração do Docum1 apaio tecno
Técnica sentido no ~
to de Avaliação Técnica centralizadas
4. Concessão do Docum!n
sistema. As
5. Controle periódico garantir a ho
- do Documento de Avaliação Técnica.
Figura 5 - Sistemática de concessao
Referênci
AKlITSU, M.;
AMERICANO
SOCIAL, 3; F
Anais. 3 v. São ~
AKlITSU, M.; VI
In: ENCONTE
CONSTRUÍDO
ASSOCIAÇÃO B~
vocabulário. RI '
_ _. NBRISO
_ _.NBR1082
_ _.NBRISO
Figura 6 - Vista do Laboratório de Figura 7 - Laboratório de Química dos
Materiais do IPT, no qual são realizados _ _.NBR1557
Componentes e Sistemas do IPT, no qual
são realizados ensaios de desempenho em ensaios de caracterização e avaliação de BRITISH STAND~
componentes e elementos construtivos, como materiais como cal, cimento, agregados, London, BSI, 191
paredes divisórias, janelas, portas, coberturas, etc. COMUNIDADE B
concretos, argamassas e tintas.
aproximación de
construcción. Di~
Quanto ao controle periódico, depara-se com a questão da carência no ~am~ da
CONSEIL INTER1'
construção civil de normalização voltada ao controle da qualidade na fabncaçao ~ buildings. 1975.
materiais de construção e mesmo referentes aos serviços executados em obra, ou ~Ja, - · Setting per
normalização voltada a processos de certificação de conformidade. Essa situação débil: - · Performan
campo normativo, quanto à falta de mecanismos de controle, também deve ser en~ , - · The relativ
- · Performan
d_e fo~ a possibili~ o ~ntrole continuado de produtos, na fábrica, e implementaçao ~: --Working wi
sIStemattcas de certificaçao de produtos que, ao longo do tempo, vão sendo alvo CONSELHO NACI
normalização prescritiva, em razão do uso consagrado no mercado da construção. dos resíduos da e,
COSTANT1N1, M.
O obj:tivo_~ impl~tação do SINAT é dar maior abertura à adoção de inov~ções~:
OFTHE PERFOJ
construçao civil, considerando uma avaliação técnica adequada e homogenea
p~odu~t~s, visando a ~ desempenho satisfatório de produtos inovadores ª? longo~:
DAVIS , G.; SZIGE
Functional Requi
VIda u:il d~ consll?y~· Para o sucesso de um sistema dessa natureza, é unpartail 1N BIJILDING 3
q_ue n~~ so os cnténos de análise, a metodologia de avaliação de produtos e e8
F '
ARJ.o, E. Applicati
SIStemattca de concessão de documenos de avali - t ~ . · transparentes ln: lNTERNATIC
00 d O . açao ecruca seJam toS 1996. Proceedin~
de::ua_ os com ~o lécnb) e.ª <;acteia produtiva, como também os docWJl~ liA1T1s, D. Keyno1
açao seJam effiltidos por mstitu:ições neutras, independentes, com credibili in building. ln: fl\
Qualidade e Desempenho na Construção Civil 73
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