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FINANÇAS CORPORATIVAS
CONTEXTUALIZANDO
Todos os dias nos deparamos com situações que exigem uma boa análise
sobre o futuro de nossas finanças. Com as empresas não é diferente, pois há
compras, investimentos e negociações que exigem uma análise especial em
relação ao retorno, risco e tempo necessários para garantir sua sobrevivência. Por
isso, faz-se importante estudar os principais conceitos e definições relacionados
às decisões de investimentos, assim como as principais decisões de
investimentos, tendo em vista que devemos analisar a área na qual o investimento
será efetuado e os prováveis impactos que poderão ocorrer.
Os métodos de análise de viabilidade funcionam para que o gestor possa
avaliar a melhor opção e qual tomada de decisão fará mais sentido; se ele terá
condições de aumentar o capital aplicado e se o investimento irá se pagar,
determinando, também, o seu tempo.
Outra importante ferramenta é o método de análise incremental, que
analisará todas as diferenças em termos de custos, receitas e de uma melhor
opção de investimento, levando-se em consideração variáveis econômicas e a
aplicação de capital em paralelo. Verifica-se, assim, o menor valor investido em
relação à taxa de atratividade do negócio. E, por fim, avalia-se, também, a relação
entre risco e retorno, com o intuito de identificar e monitorar os rendimentos e
ganhos de capital.
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TEMA 1 – CONCEITOS E DEFINIÇÕES
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Figura 1 – Ciclo da administração financeira nas empresas
Análise dos
projetos
Decisão ótima
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O ambiente leva em consideração toda a parte do fluxo de caixa dos
projetos. Já os ativos dependem da avaliação, que consistirá não só na avaliação,
por exemplo, de qual o objetivo, a relevância, a durabilidade e de quais ações
serão tomadas e de qual será o custo-benefício. A avaliação também irá requerer
o monitoramento do projetos, comparando as metas predefinidas com os
resultados obtidos pelo desempenho.
A análise dos projetos diz respeito ao processo de desenvolvimento de
produtos, o qual avalia a viabilidade dos produtos/serviços, desde a projeção dos
custos, receitas e despesas até a atratividade de produtos já consolidados no
mercado, incluindo os com a intenção de serem lançados.
Outra importante denominação é o tipo de empresa com o qual estamos
lidando. Segundo Berk, Demarzo e Harford (2010), há quatro tipos de empresas.
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o todos os sócios respondem pela integralização do capital
o em caso de falecimento ou desligamento de um dos sócios, pode-
se evitar a liquidação por meio de um processo de aquisição (acima
de 50% do capital social), chamado de buyout;
o não possuem limite de capital social;
• As Sociedades de Responsabilidade Limitada (LLC ou limited liability
company): são aquelas sociedades por quotas limitadas sem um sócio
solidário, conhecidas como LTDA. É formada por meio de um contrato que
visa limitar as responsabilidades dos sócios mediante suas obrigações
(atos constitutivos, descrição de seu modus operandi e a determinação de
seu capital social). Suas características principais são:
o os bens pessoais não serão afetados ou sofrerão interferência no
caso de pagamento de dívidas, caso não possuam
condições/patrimônio para quitar as dívidas, salvo em casos
especiais;
o os sócios respondem pelo montante definido como capital social;
o as responsabilidades dos sócios são condicionadas ao valor de suas
quotas;
o todos os sócios respondem pela integralização do capital;
o a sociedade poderá findar-se em casos de consenso ou deliberação
absoluta dos sócios, vencimento de prazos etc.
o em casos que envolvam a Sociedade de Responsabilidade Limitada
sem sócios EIRELI, há apenas um único proprietário (unipessoal);
o em caso de dívidas, será utilizado seu capital social e não o
patrimônio individual dos sócios;
o necessita de um capital mínimo;
o não há limite de faturamento etc.;
• As Corporações (Sociedades Anônimas – S.A.): “é um ente artificial,
legalmente definido, separado de seus proprietários” (Berk; Demarzo;
Harford, 2010, p. 40). Seus comandantes poderão ser acionistas:
majoritários (possuem 50% ou mais das ações ordinárias), minoritários
(aqueles que possuem menos ações e não têm influência nas decisões) e
controladores (definidos ou pulverizados), que é o mais influente, não
precisando possuir pelo menos 50% das ações, exercendo influência pelo
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acordo de votos e utilizando a persuasão e oportunidade para convencer e
exercer poder sobre a organização. Suas principais características são:
o a participação dos sócios é condicionada ao número de ações que
possuem, que poderão ser transmitidas a outras pessoas;
o necessitam de conselhos;
o não há a exigência de um sócio;
o o capital social poderá ser formado por dinheiro, bens móveis ou
imóveis;
o os bens pessoais não serão afetados ou sofrerão interferência no
caso de pagamento de dívidas;
o há a possibilidade em se retirar da empresa a qualquer momento.
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Figura 3 – Decisão de investimento
Crédito: EAMESBOT/Shutterstock.
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trata de estratégias traçadas pela empresa, o que torna as ações mais assertivas
em casos de viabilidade ou não de projetos de investimentos.
A começar pela análise detalhada dos riscos e de incertezas do negócio,
dá-se a continuidade com o Planejamento Financeiro, com a coleta de dados, com
a definição de objetivos e metas, com a análise da situação financeira e das
condições de investimento, implementação e monitoramento de resultados.
Infelizmente, muitas empresas acabam deixando de lado o planejamento
financeiro, bem como a determinação das metas e objetivos a serem cumpridos.
O que parece ser uma ‘básica tarefa’ acaba determinando o futuro do negócio.
Assim, deve ser analisado a curto, médio e também a longo prazo, considerando
um crescimento sustentável para o negócio, viabilizado ou não pela projeção de
gastos e de receitas. Posteriormente, define-se o prazo de retorno, o quanto de
recursos é necessário e verifica-se a viabilidade econômica do negócio,
avaliando-se:
• O mercado atual;
• O volume de vendas;
• Custos operacionais.
Figura 4 – Viabilidade
Crédito: IQONCEPT/Shutterstock.
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Após avaliadas essas variáveis, verifica-se a demanda de mercado, seja
para a criação de um novo negócio ou para a expansão do atual ou lançamento
de novos produtos.
Finalmente, a empresa deveria visualizar a Viabilidade Financeira,
Operacional e Jurídica, alinhando as necessidades de leis, normas e
regulamentos, verificando se o negócio demandará recursos e estrutura, bem
como se poderá validar todas as obrigações impostas. Chega então a hora da
escolha da melhor estratégia, em virtude do cenário projetado pelas etapas
anteriores, cabendo a definição daquele que funcionará bem para determinado
negócio, porém, isso não quer dizer que ela poderá funcionar para uma outra
empresa.
Vender cachorro-quente em frente à casa, por exemplo, pode funcionar
para alguns, mas, se outro vizinho também optar por esse mesmo negócio, poderá
render bons frutos, pois depende de administração, qualidade, recursos,
marketing e propaganda, além da aceitação do produto pelos clientes. Nesse
sentido, a análise de viabilidade apontará prováveis soluções para projetos,
conforme o propósito particular de cada empresa, atrelado a todas as áreas da
empresa, independentemente se de macro ou de microambiente.
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Figura 5 – Análise incremental
Crédito: szaflarek30/Shutterstock.
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No entanto, é preciso manter a essência do negócio, implantando medidas
incrementais gradativamente. Muitas empresas vêm ganhando cada vez mais
espaço no mercado, apostando inclusive na participação colaborativa de seus
colaboradores. Imagine que um colaborador tenha exposto e implantado uma
sugestão de melhoria na empresa em que trabalha, diminuindo o tempo de parada
de uma máquina em dez minutos da execução individual diária de um processo
realizado por 100 colaboradores dentro de uma fábrica.
Se nós considerarmos que a jornada semanal desses colaboradores é de
40 horas semanais, com 8 horas diárias, ao longo de dez semanas teríamos
aproximadamente 50 mil minutos poupados. No geral, 50 minutos pode ser pouco,
porém, para um investidor, um segundo pode determinar a sobrevivência do seu
negócio.
Mas o que isso tem a ver com projetos de investimento? Investidores
necessitam de ganhos, isso porque realizam investimentos esperando algo em
troca, por isso muitas empresas desenvolvem novos produtos e modelos de
negócio para responderem com mais agilidade às mudanças do mercado.
Apesar de as empresas viverem lançando novos produtos no mercado, muitas
vezes basta a inserção de incrementos para que se promova a longevidade das
organizações, o fortalecimento competitivo e a diversificação de portfólio, bem
como para manter constantes os rendimentos e suas fontes de receita. Logo, a
inovação incremental tem grande importância quando se fala em potencial de
redução de custos, provimento de melhorias e relevância da marca.
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Mellagi Filho (2003, p. 248) conceitua o risco como a “ probabilidade de não
ocorrer o evento esperado. No caso de uma aplicação financeira, o risco pode ser
entendido como a não-realização do retorno esperado”. Filho et al. (2003, p. 22)
afirmam que “risco, na linguagem dos administradores financeiros, [tem] nada a
ver com dar certo ou dar errado, ter prejuízo ou ter lucro. Diz respeito apenas à
probabilidade de se ter um resultado diferente do esperado”.
Devido a sua amplitude, o conceito de risco deve levar em consideração
principalmente os riscos econômicos e financeiros. “As principais causas
determinantes do risco econômico têm a ver com a conjuntura” (Filho et al., 2003,
p. 29).
“A análise de conjuntura é uma mistura de conhecimento e descoberta, é
uma leitura especial da realidade e que se faz sempre em função de alguma
necessidade ou interesse” (Souza, 2002, p. 8). Assim sendo, analisar a conjuntura
é uma tarefa complexa que exige conhecimentos detalhados e uma capacidade
superior em perceber, compreender, descobrir sentidos, relações e tendências
com base em dados e em informações envolvidas (Souza, 2002).
Já o risco financeiro está diretamente relacionado com o endividamento da
empresa e com a capacidade de pagamento (Filho et al., 2003). Os autores
defendem que o risco sistemático se relaciona aos ativos negociados no mercado,
sendo determinado por eventos de natureza política, econômica e social. Por
outro lado, o risco não sistemático diz respeito aos riscos específicos ou próprios
do ativo.
Em resumo, o risco sistemático possibilita quantificar a sensibilidade do
retorno do ativo financeiro em relação ao retorno do mercado, possibilitando a
medição do quanto o retorno de uma ação irá variar quando ocorre uma alteração
do mercado.
Vale ressaltar que no risco sistemático cada ativo se comporta de maneira
diferente em relação à conjuntura, por isso, indica-se que os investimentos sejam
diversificados. No risco não sistemático, cada ativo é afetado de maneira diferente
por conta dos seus tipos de contrato. Segundo Mellagi Filho (2003), para avaliar
a expectativa de valor real de um projeto, devemos levar em consideração
incertezas do próprio negócio, de crédito, de inadimplência, das mudanças nas
taxa de juros, de hábitos dos consumidores etc.
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Quadro 1 – Características principais da distribuição normal
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REFERÊNCIAS
SOUZA, H. de. Como se faz análise de conjuntura. 23. ed. Petrópolis: Vozes,
2002.
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