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INTRODUÇÃO À

ADMINISTRAÇÃO
FINANCEIRA

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de
aprendizagem:

Compreender as funções da administração financeira, seus conceitos, características e


aplicabilidade.

Conhecer os conceitos e características do mercado financeiro.

Apresentar as áreas da administração financeira e os agentes que nelas atuam.

Compreender as modalidades de empresas e suas peculiaridades.

CONTEXTUALIZAÇÃO

O mundo das finanças, tanto pessoais quanto organizacionais, é extremamente complexo e dinâmico,
exigindo muito estudo dos profissionais que atuam nesta área.

A administração é uma ciência que tem como objetivo o estudo de métodos usados para administrar, sendo
um processo de tomada de decisão sobre objetivos e utilização de recursos.

O termo finanças representa o estudo da circulação do dinheiro entre as pessoas e empresas ou, ainda, entre
os Estados. As finanças surgem como um ramo da economia que se dedica a avaliar como são obtidos e
geridos os recursos.

Portanto, finanças está relacionado ao processo de troca (transferência de dinheiro entre pessoas ou
organizações públicas, privadas e do terceiro setor). Desta forma, podemos dizer que a administração
financeira é a ciência de administrar (gerenciar os recursos financeiros) de uma pessoa ou organização.

Tem como principais áreas: investimentos, instituições financeiras, finanças internacionais e finanças
corporativas. No decorrer deste capítulo iremos caracterizar e contextualizar cada uma dessas áreas
individualmente.

CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO


FINANCEIRA
A administração financeira pode ser entendida como uma técnica ou ciência para administrar recursos, ou
seja, ela está voltada para a gestão do dinheiro, dos relacionamentos com as instituições, mercados e
instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas e governo. A gestão financeira
detém a tarefa de gerir o relacionamento de instituições, mercados e instrumentos envolvidos na transferência
de fundos entre pessoas, empresas e governos (GITMAN, 2002).

De maneira geral, o conceito de administração financeira pode ser definido como a arte ou ciência de
gerenciar os recursos financeiros de pessoas físicas ou jurídicas, buscando alcançar a máxima eficiência nos
processos, a fim de obter a maximização dos retornos do capital investido.

Aqueles que se especializam em finanças provavelmente devem começar sua carreira em uma dessas três
áreas: (1) mercado de capitais e instituições, que trabalham com mercados de títulos e instituições
financeiras; (2) Investimentos, que se especializam no apoio às decisões tomadas tanto pelos investidores
individuais quanto pelos institucionais durante o processo de escolha de títulos para suas carteiras de
investimentos e (3) administração financeira ou finanças de empresas, que envolvem decisões dentro de
empresas. Dentro destas áreas existem muitas e variadas oportunidades, porém, para ser bem-sucedido, o
administrador financeiro deve conhecer das três áreas.

AS FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO E DO ADMINISTRADOR


FINANCEIRO

As funções típicas da administração financeira estão relacionadas às atividades da organização, que segundo
Hoji (2008, p. 7), são: “análise, planejamento e controle financeiro, tomadas de decisões de investimentos e
tomadas de decisões de financiamentos”. Todas as atividades da organização, sejam elas operacionais ou não,
envolvem recursos, e, portanto, precisam ser conduzidas para a satisfação dos objetivos.

Para Spiro (2001), todas as atividades empresariais envolvem recursos e, portanto, devem ser conduzidas
para a obtenção de lucro. As atividades de porte financeiro têm como base de estudo e análise de dados
retirados do Balanço Patrimonial, mas principalmente do fluxo de caixa da empresa, tendo em vista que a
partir desta ferramenta é que se percebe a quantia real disponível no ativo circulante para financiamentos e
novas atividades. Para Spiro (2001), as principais funções típicas do administrador financeiro são:

análise e planejamento financeiro: analisar os resultados financeiros e planejar ações necessárias


para obter a maximização dos resultados;

boa utilização dos recursos financeiros: analisar e negociar a captação dos recursos financeiros
necessários, bem como a aplicação dos recursos financeiros disponíveis;

crédito e cobrança: analisar a concessão de crédito aos clientes e administrar o recebimento dos
créditos concedidos;

caixa: efetuar os recebimentos e os pagamentos, controlando o saldo de caixa;

contas a receber e a pagar: controlar as contas a receber relativas às vendas a prazo e contas a pagar
relativas às compras a prazo, impostos e despesas operacionais.

Segundo Gitman (2010, p. 11):

Além do envolvimento constante com análise e o planejamento financeiro, as principais atividades dos
administradores financeiros são tomar decisões de investimento e de financiamento. As de investimento
determinam a combinação e os tipos dos ativos que a empresa detém. As de financiamento determinam a
combinação e os tipos de financiamento por ela usados.

Resumidamente, o gestor financeiro tem como principais funções analisar, planejar e controlar os recursos
financeiros; tomar decisões de investimento; tomar decisões de financiamento e atingir os objetivos e
compromissos estipulados pelas organizações (ASSAF NETO, 2010).
ATIVIDADE DE ESTUDOS:

1) Até aqui apresentamos alguns dos principais conceitos da administração financeira. Com base
no que foi visto, descreva quais são as principais ferramentas de gestão que devem ser analisadas
e utilizadas como base para a tomada de decisão pelos gestores financeiros.

Confira a resposta esperada:

Os gestores financeiros devem usar como base de estudo e análise, dados retirados do Balanço
Patrimonial, mas principalmente do fluxo de caixa da empresa já que daí, é que se percebe a quantia
real de seu disponível circulante para financiamentos e novas atividades.

ÁREAS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Tradicionalmente, os tópicos ou áreas em finanças são agrupados em quatro áreas principais: (ROSS;
WESTERFIELD; JORDAN, 2010, p. 36).

Finanças corporativas;

Investimentos;

Instituições financeiras;

Finanças internacionais.

a) Finanças corporativas

Finanças Corporativas ou Empresariais têm como principal função realizar o planejamento, controle,
orçamento e análise de investimentos e financiamentos, para que as organizações possam gerenciar os riscos
das operações e administrar todas as entradas e saídas em seu fluxo de caixa. Portanto, esse conceito está
associado à realização de transação do capital para criar, desenvolver e, principalmente, fazer crescer as
organizações (LEMES JUNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2005).

Esta área requer muito conhecimento do profissional financeiro, pois este toma decisões vitais no âmbito
empresarial, que podem envolver a estrutura de ativos; estrutura financeira (planejamento); controle de
gestão; obtenção de resultado de empresas; órgãos governamentais. Este é o tema principal deste livro e será
discutido mais detalhadamente nos próximos capítulos.
b) Investimentos

A área de investimentos lida com ativos financeiros, tais como ações e obrigações. Entre as obrigações
podemos destacar as debêntures, títulos públicos e privados, derivativos etc.

O profissional financeiro que desejar atuar nesta área terá entre suas atividades: calcular preços desses ativos,
determinar os riscos envolvidos e o retorno possível, bem como, analisar o contexto para definição da melhor
composição de carteiras para cada tipo de cliente investidor. Esse profissional pode atuar como operador de
Bolsa de Valores, administrador de carteiras de fundos ou ainda como analista de títulos.

c) Instituições financeiras

Instituições financeiras são negócios que, basicamente, lidam primeiramente com assuntos financeiros,
bancos, associações de poupança e empréstimo e seguradoras, são as mais conhecidas. Essas instituições
empregam profissionais para desempenhar uma grande variedade de tarefas relacionadas a finanças.

Profissionais que atuam nesta área podem ocupar funções relacionadas à área de empréstimos, seguros,
previdência privada, captação de recursos, capitalização etc.

d) Finanças internacionais

Podemos definir finanças internacionais como uma especialização do que propriamente uma área, pois requer
conhecimento em todas as áreas citadas, sua atuação envolve aspectos internacionais, correlacionados com
finanças corporativas, investimentos e instituições financeiras, por exemplo, a administração de carteiras e
análise de títulos de companhias de outros países. Também empresas nacionais com operações no exterior
precisam analisar a taxa de câmbio e risco político, empréstimos internacionais, administração de carteira e
análise de títulos de empresas sediadas em vários países.

GESTOR, ADMINISTRADOR, COTISTA: SAIBA “QUEM É QUEM” NOS FUNDOS DE


INVESTIMENTO

Todo fundo de investimento possui uma estrutura definida, é interessante que você conheça os seus principais
pilares antes de aplicar os seus recursos. Você já deve ter ouvido falar, por exemplo, no administrador do
fundo, mas sabe exatamente qual é a sua função? E o gestor, você tem ideia de quais são as atribuições deste
profissional? Também há o custodiante, auditor, entre outros profissionais.

Se você tem dúvidas sobre o papel de cada um na indústria de fundos, confira as definições a seguir:

Gestor

Quando você aplica diretamente em algum ativo, ações ou títulos públicos, por exemplo, é o responsável por
administrar a sua própria carteira de investimentos e tomar as decisões de compra e venda, com objetivo de
conseguir mais rentabilidade.

A grande diferença de aplicar em fundos de investimentos é que você transfere esta tarefa de decisão para
uma terceira pessoa, o gestor do fundo, que é um profissional habilitado e qualificado para este tipo de
atividade. “O gestor é responsável pela compra e venda dos ativos do fundo, segundo objetivos e política de
investimento estabelecida no regulamento”, define a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos
Mercados Financeiro e de Capitais).

Isso quer dizer que é ele quem escolhe em quais ativos aquele fundo vai aplicar, quais os percentuais de
alocação do portfólio e o momento de entrada e saída dos investimentos (também conhecido como zeragem
de posição ou simplesmente stop), sempre dentro das regras definidas pelo regulamento do fundo e de acordo
com a sua classificação.

Exemplo: se aquele for um fundo de renda fixa, o gestor precisa alocar pelo menos 80% da carteira em títulos
públicos federais. Se for um fundo de ações, é preciso investir ao menos 67% da carteira em ações à vista ou
em outros valores mobiliários.

Por isso, é importante que, antes de você optar por determinado fundo de investimento, faça uma pesquisa
sobre o gestor daquele fundo, verifique o seu currículo e sua experiência no mercado financeiro e analise a
rentabilidade passada dos fundos geridos por ele, se possível, em um período longo de tempo, para conseguir
ter uma noção melhor.

O gestor pode ser uma pessoa física ou jurídica e, em ambos os casos, necessita ter registro na CVM
(Comissão de Valores Mobiliários).

Administrador

O administrador é uma empresa que cuida do dia a dia do fundo e controla os prestadores de serviço - tais
como gestor, auditor, custodiante -, além de acompanhar os fluxos de caixa do fundo e, principalmente,
defender os direitos dos cotistas. “É o responsável pelo funcionamento do fundo”, define a Anbima.

Além disso, ele é o responsável pela constituição do fundo e também pelo seu registro na CVM. Também
cabe à empresa que administra o fundo aprovar o seu regulamento e prestar contas aos reguladores e aos
cotistas, seja divulgando o valor da cota diariamente, seja enviando um extrato mensal aos investidores, entre
outras informações.

Auditor

Quando se trata de investimentos e aplicações financeiras, todo cuidado é pouco. Afinal, você não ficaria
tranquilo em deixar o seu dinheiro nas mãos de uma empresa pouco confiável, com uma administração nada
transparente, e que pode estar passando por dificuldades financeiras.

Por isso, para garantir mais tranquilidade para os investidores, uma das exigências para que um fundo possa
existir é que ele possua um auditor independente.

O auditor é uma empresa contratada pelo administrador do fundo e que tem a responsabilidade de auditar
anualmente as contas e documentos deste fundo - que precisam seguir normas específicas estabelecidas pela
CVM, ou seja, o papel do auditor dentro do fundo de investimento é garantir transparência para o investidor e
a segurança de que a administração está sendo efetuada da maneira correta.

É importante lembrar que a empresa responsável pela auditoria deve estar autorizada pela CVM para efetuar
este tipo de serviço.

Custodiante

Quando você aplica seu dinheiro em um fundo de investimento, não compra diretamente um ativo, mas, sim,
cotas do fundo (o gestor é o que faz a compra dos ativos).

As suas cotas, por sua vez, têm uma relação direta com os ativos adquiridos e com a valorização (ou
desvalorização) destes papéis. Mas os papéis adquiridos pelo gestor não ficam guardados na própria asset,
mas, sim, em uma empresa contratada para isso: o custodiante.

Assim, o custodiante é a empresa responsável por guardar os ativos do fundo. É ela que responde pelos dados
e envio de informações dos fundos para os gestores e administradores.

Além de guardar os ativos do fundo de investimento, o serviço de custódia engloba a liquidação física e
financeira dos ativos, quer dizer, a efetivação da compra e a venda das ações, títulos e demais ativos
escolhidos pelo gestor, e também a administração e informações de eventos associados a esses ativos.
A empresa custodiante também precisa ser autorizada pela CVM para poder guardar os ativos pertencentes
ao fundo de investimentos.

Cotista

Apesar de o nome não ser tão comum, cotista é aquele que detém cotas de um fundo de investimento. De
maneira simples e direta, é você, o próprio investidor.

É importante lembrar que não importa se for um pequeno ou grande investidor, ao aplicar em um fundo,
todos têm os mesmos direitos e devem receber o mesmo tratamento, independentemente de valor aplicado.

Existem alguns tipos diferenciados de cotistas, ou investidores, classificados pela CVM (Comissão de
Valores Mobiliários).

Investidor qualificado:

Aqueles que possuem investimentos financeiros no valor superior a R$ 300 mil reais e que, adicionalmente,
atestem por escrito sua condição de investidor qualificado por meio de um termo próprio.

Investidor superqualificado:

Como no caso dos investidores qualificados, entretanto, é preciso que este investidor tenha, no mínimo, R$ 1
milhão disponível para investir.

Fonte: Disponível em: <http://www.infomoney.com.br/onde-investir/noticia/2293662/gestor-administrador-cotista-saiba-quem-quem-nos-fundos-


investimento>. Acesso em: 28 jan. 2018.

TIPOS DE EMPRESAS

Examinaremos, a seguir, as três diferentes modalidades legais de organização de empresas, segundo Ross,
Westerfield e Jordan (2010):

Firmas individuais;

Sociedade por cotas;

Sociedade por ações.

a) Firmas individuais

As firmas individuais são aquelas que, como o próprio termo já revela, são empresas que pertencem a apenas
um indivíduo, ou seja, não possuem sócios. Nesta modalidade, o patrimônio total do indivíduo “único dono
da empresa” pode ser utilizado para saldar as dívidas da mesma, sendo a responsabilidade ilimitada. Esta
modalidade é muito comum entre pessoas com pequenos estabelecimentos. A tributação sobre os ganhos
ocorre na sua declaração de rendimentos de pessoa física do proprietário.

b) Sociedades por quotas

Na modalidade de sociedade por cotas, a própria expressão também revela a situação jurídica da empresa, a
qual se caracteriza pela existência de dois ou mais sócios. Cada sócio tem a sua responsabilidade limitada às
cotas que possui de participação na empresa. A forma de tributação se distingue das firmas individuais, e
também entre as diferentes atividades industriais, comerciais e de serviços.

c) Sociedades por ações

Sociedade por ações são sociedades comerciais que têm seu capital social dividido em ações, formadas por
acionistas que compram determinada quantidade de ações ordinárias ou preferenciais de uma organização,
limitando a sua responsabilidade. Os acionistas podem comprar mais ações da mesma organização ou serem
acionistas de outras empresas, negociando suas ações a fim de maximizar seus resultados. Estas ações são
negociadas nas bolsas de valores com intermediação de corretoras de valores.

ORGANIZAÇÃO DE EMPRESAS NO BRASIL

Examinaremos a seguir as quatro modalidades mais comuns de empresas que podem ser adotadas no Brasil:

Sociedade Empresarial Limitada (Ltda.).

Empresa Individual.

Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli).

Microempreendedor Indivual (MEI).

a) Sociedade Empresarial Limitada (Ltda.)

Esse tipo de empresa é composto por dois ou mais sócios, ambos respondem financeira e
administrativamente pela empresa, conforme o capital social que aplicaram e a cláusula de exercício de
administração constante no contrato social.

Porém, os envolvidos não respondem pelas dívidas empresariais, com todos os seus bens pessoais. Nesse tipo
de empresa os patrimônios de pessoa jurídica e pessoa física são separados. Se a empresa não honrar com o
pagamento de um empréstimo de R$ 200 mil reais, por exemplo, o sócio arcará com apenas o valor de sua
participaçãção, se for de apenas R$ 50 mil reais, ele terá que arcar apenas com esse valor. Então, se ele tiver
um patrimônio pessoal de R$ 100 mil reais, o valor total de seu patrimônio não será considerado para honrar
a dívida, apenas os R$ 50 mil reais referentes à sua participação social.

b) Empresa individual

Diferente da limitada, na empresa individual o empresário não é sócio, mas proprietário da mesma. Inclusive,
o nome empresarial precisa ser o mesmo do empresário, podendo apenas escolher um nome fantasia para o
empreendimento.

Nas empresas individuais, mesmo que exista um capital social, o empresário responde por todo o negócio, e
seu patrimônio pessoal pode ser tomado para quitar dívidas abertas. Diferente dos demais tipos de empresa, a
individual não tem contrato social, pois não há sócios, apenas um requerimento de empresário é formalizado
com os dados de empreendedor e empresa.

c) Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli)

A Eireli é formada sempre por apenas um sócio, porém, segue o mesmo modelo da Limitada. O sócio, nesse
caso, toma decisões sozinho, por ser o único envolvido, e assim como na sociedade limitada, tem seu
patrimônio separado daquele da empresa e responde financeiramente por ela até o limite do capital social da
organização, usando na empresa um nome empresarial, não o seu próprio.

d) Microempreendedor Indivual (MEI)

O microempreendedor individual também é um tipo de empresa individual, pela qual o proprietário tem seu
nome como nome do negócio, sendo totalmente responsável pelo mesmo e respondendo inclusive com seus
bens de pessoa física pelas dívidas da empresa.

Na abertura, o MEI automaticamente é enquadrado no regime de tributação Simples Nacional, não tendo
opção para escolher outro regime tributário. Não podem faturar mais de R$ 81 mil reais anualmente e caso
ultrapassem esse valor, devem fazer a transição para outro tipo de empresa.

O MEI também possui restrição quanto ao número de funcionários, que não pode passar de um. Se o
empreendedor tiver a necessidade de contratar mais colaboradores, precisará mudar o tipo de empresa para
isso.

MERCADO FINANCEIRO

Em uma economia, de um lado existem os que possuem poupanças financeiras e, do outro, os que dela
necessitam. A intermediação entre os dois lados ocorre no mercado financeiro. As instituições que
intermedeiam as operações captam dos investidores, depositantes e repassam os recursos aos tomadores,
cobrando uma taxa de intermediação conhecida como spread.   

Um bom exemplo de spread é o bancário, que nada mais é do que a diferença entre o que os bancos pagam
na captação de recursos e o que eles cobram ao conceder um empréstimo para uma pessoa física ou jurídica.
Nesse contexto, o termo inglês spread significa margem.

Os investidores podem ser poupadores, por exemplo, pessoas físicas, investidores pessoa jurídica,
exportadores e órgãos governamentais. Os tomadores poderiam ser empresas que necessitam de recursos, por
exemplo, pessoas físicas que necessitam de financiamento de imóvel, importadores que necessitam liquidar
suas obrigações em moeda estrangeira, e o governo, que necessita financiar a dívida pública. O próprio
tomador poderia ser um dos investidores (e vice-versa). A moeda de transferência, por exemplo, poderia ser a
moeda nacional, moeda estrangeira, ou outra unidade monetária.

O mercado financeiro pode ser subdividido em quatro mercados específicos, embora muitas vezes ocorra a
sobreposição entre eles (HOJI, 2012; ROSS; WESTERFIELD; JORDAN, 2010; ASSAF NETO, 2010):

Mercado monetário;

Mercado de créditos;

Mercado de capitais;

Mercado de câmbio.

a) Mercado monetário

No mercado monetário são negociadas, basicamente, operações de curto e curtíssimo prazo.

A política monetária do Governo Federal é executada por meio desse mercado, com a compra e venda pelo
Banco Central de títulos de dívida emitidos pelo Tesouro Nacional, por exemplo, Letras do Tesouro Nacional
(LTN), Letras Financeiras do Tesouro (LFT) e Notas do Tesouro Nacional (NTN). O Banco Central não mais
emite títulos de dívida, somente os utiliza para exercer a política monetária.

Quando há necessidade de reduzir a liquidez do mercado financeiro, o Banco Central coloca os títulos à
venda, e os agentes econômicos adquirem-nos, pagando em moeda. Quando há necessidade de aumentar a
liquidez do mercado financeiro, o Banco Central resgata os títulos antes do vencimento.

No mercado monetário são negociados também títulos emitidos pelas instituições privadas, por exemplo,
certificados de depósito interbancário (CDI), certificados de depósito bancário (CDB) e debêntures.
CDI - CDI significa Certificado de Depósito Interbancário. Para simplificar, é o nome dos empréstimos que
os bancos tomam entre si diariamente para fechar o caixa no positivo. Sua taxa é usada como referência em
diversos investimentos. Acesse o link a seguir e saiba mais. Disponível em:
<https://www.btgpactualdigital.com>.

CDB - O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é um título que os bancos emitem para se capitalizar, ou
seja, conseguir dinheiro para financiar suas atividades de crédito. Portanto, ao adquirir um CDB, o investidor
está efetuando uma espécie de empréstimo para a instituição bancária em troca de uma rentabilidade diária.
Existem três tipos principais de CDB: o prefixado, o pós-fixado e os que pagam juros mais um índice de
inflação. Acesse o link a seguir e saiba mais. Disponível em: <http://www.infomoney.com.br>.

Debêntures - A debênture é um valor mobiliário emitido por sociedades por ações, representativo de dívida,
que assegura a seus detentores o direito de crédito contra a companhia emissora. Consiste em um instrumento
de captação de recursos no mercado de capitais, que as empresas utilizam para financiar seus projetos. É uma
forma também de melhor gerenciar suas dívidas. Acesse o link a seguir e saiba mais. Disponível
em:  <http://www.portaldoinvestidor.gov.br>.

b) Mercado de créditos

É no mercado de créditos que as pessoas físicas e jurídicas suprem as necessidades de caixa de curto e médio
prazo (eventualmente podem também ocorrer operações de curtíssimo e longo prazo). Geralmente, é nesse
mercado que os tomadores de recursos se relacionam com os intermediários financeiros (bancos comerciais e
múltiplos, bancos de investimento e sociedades de crédito, financiamento e investimento), que lhes
concedem crédito para suprir as necessidades de capital de giro e as necessidades de financiamento de bens e
serviços (HOJI, 2012).

Os recursos financeiros negociados nesse mercado originam-se basicamente de depósitos captados pelas
instituições financeiras, repasses de linhas de crédito (oficiais e externas) e recursos próprios das instituições
financeiras, por exemplo, os empréstimos bancários, financiamentos ou quando precisamos usar o cheque
especial. Nesse mercado são negociados os recursos de curto, médio e longo prazo para pessoas e empresas
que buscam recursos para capital de giro ou consumo.

Sendo as operações de crédito mais comuns os empréstimos para capital de giro, descontos de títulos, conta
garantida, assunção de dívidas, adiantamento sobre contrato de câmbio (ACG), repasse de recursos externos
(Antiga Resolução nº 2.770), financiamento de importação e financiamento de serviços e bens de consumo
duráveis.

c) Mercado de capitais

A finalidade do mercado de capitais é a de financiar as atividades produtivas e o capital de giro das empresas,
por meio de recursos de médio e longo prazo. Os principais instrumentos de financiamento existentes no
mercado de capitais brasileiro são:

Ações;

Debêntures;

Notas promissórias (commercial papers).

Quando você compra um lote de ações na bolsa de valores, está aplicando no mercado de capitais.

As ações e os títulos de crédito (debêntures e commercial papers) são negociados no mercado primário e no
mercado secundário. No mercado primário, as empresas emitem as ações e os títulos de crédito e obtêm
recursos novos para suprir suas necessidades de caixa. Posteriormente, esses ativos são transacionados no
mercado secundário. Diferentemente do mercado de crédito, no mercado de capitais o crédito é concedido
pelos emissores aos próprios investidores, que adquirem as ações e os títulos de crédito. 
No mercado financeiro internacional são emitidos títulos de crédito denominados bonds (títulos com prazos a
partir de 10 anos) e notes (títulos com prazos inferiores a 10 anos). 

A outra modalidade de financiamento bastante comum para empresas brasileiras é o arrendamento mercantil,
mais conhecido como Leasing financeiro, que são operações praticadas pelas sociedades de arrendamento
mercantil.

O leasing é uma operação com características legais próprias, não se constituindo operação de financiamento.
Nas operações de leasing, o bem é arrendado ao arrendatário, e pode ser adquirido ou não por ele ao final do
contrato. Nas operações de financiamento, o bem é sempre adquirido pela pessoa que contratou o
financiamento. 

MERCADO PRIMÁRIO X MERCADO SECUNDÁRIO

Uma das principais funções do mercado de capitais é possibilitar que as companhias ou outros emissores de
valores mobiliários, com o intuito de viabilizar projetos de investimento, captem recursos diretamente do
público investidor em condições mais vantajosas do que as oferecidas pelos empréstimos e financiamentos
bancários. Quando as companhias decidem levantar recursos dessa forma, elas realizam uma nova emissão
de valores mobiliários no mercado.

O mercado primário é aquele em que os valores mobiliários de uma nova emissão da companhia são
negociados diretamente entre a companhia e os investidores subscritores da emissão, e os recursos são
destinados para os projetos de investimento da empresa ou para o caixa.

Entretanto, alguns desses valores mobiliários, como as ações, representam frações patrimoniais da
companhia, e dessa forma, não são resgatáveis em data predefinida. Da mesma forma, outros podem ter
prazos de vencimento muito longo. Essas características, entre outras, poderiam afastar muitos dos
investidores do mercado de capitais, caso eles não tivessem como negociar com terceiros os valores
mobiliários subscritos, dificultando o processo de emissão das companhias.

O mercado secundário cumpre essa função. É o local em que os investidores negociam e transferem entre si
os valores mobiliários emitidos pelas companhias. Nesse mercado ocorre apenas a transferência de
propriedade e de recursos entre investidores. A companhia não tem participação. Portanto, o mercado
secundário oferece liquidez aos títulos emitidos no mercado primário.

Fonte: Disponível em: <http://www.portaldoinvestidor.gov.br>. Acesso em: 28 jan. 2018.

d) Mercado de câmbio

No mercado de câmbio são negociadas moedas internacionais conversíveis, pelas instituições credenciadas
pelo Banco Central. É no mercado de câmbio que se realiza a troca de moeda de um país pela moeda de outro
país.

Quando viajamos para outro país, por exemplo, Estados Unidos, precisamos comprar dólares para garantir
nossas compras e passeios, neste momento, de forma simplista, estamos atuando no mercado de câmbio.
Algumas das principais moedas estrangeiras negociadas no mercado de câmbio brasileiro são:

Dólar dos Estados Unidos.

Iene do Japão.

Euro da União Europeia.

Libra esterlina da Grã-Bretanha.

Franco da Suíça.

A moeda estrangeira é negociada principalmente pelos agentes econômicos que mantêm relação de comércio
internacional e pelos que captam recursos no exterior, além das instituições financeiras autorizadas a operar
com câmbio.

As empresas exportadoras vendem as mercadorias ao mercado exterior e recebem em moeda estrangeira, e


para utilizá-la, precisam convertê-la em moeda nacional. A conversão para moeda nacional é feita com a
venda da moeda estrangeira para uma instituição autorizada a negociá-la.

Quando as empresas importadoras precisam pagar as importações, fazem a operação inversa, ou seja, trocam
a moeda nacional pela moeda estrangeira da importação e a remetem para o exportador estrangeiro (HOJI,
2012).

TIPOS DE INVESTIMENTO 

Conforme podemos perceber, existem no mercado financeiro basicamente dois tipos de investimento, sendo a
renda fixa e a renda variável. Tanto a renda fixa quanto a variável possuem vantagens e desvantagens que
precisam ser levadas em consideração pelos investidores.

Segundo o banco de investimentos BTG Pactual, em nosso país, a renda fixa possui maior adesão do que a
renda variável. Sendo a poupança considerada a campeã de aplicações, mesmo que muitos especialistas
apontem a poupaça como uma péssima forma de investimento.

Quando falamos em renda fixa, estamos falando de investimentos que oferecem um cálculo do retorno exato
antes da aplicação. Esse tipo de título pode ter rendimento prefixado, com um juro anual definido, pós-
fixado, atrelado a um indicador como o CDI (Certificado de Depósito Interbancário, referência de
rentabilidade), ou híbrido, com um juro fixo mais a variação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor
Amplo), índice que veremos mais detalhadamente a seguir, considerado a inflação oficial do país.

Em contrapartida, o caminho da renda variável é pouco trilhado pelo investidor pessoa física em nosso país.
Neste tipo de investimento, a remuneração ou a forma de cálculo não é conhecida no momento da aplicação.
Os investimentos de renda variável são, portanto, mais arriscados e recomendados para investidores mais
experientes e que possuem um perfil mais arrojado.

Como exemplos de renda variável, temos as ações, opções e derivativos na bolsa de valores, fundos de
investimento de ações e multimercados etc.

Se compararmos a renda variável com a renda fixa, perceberemos que a variável acarreta maior volatilidade e
maior risco de prejuízo, porém, oferece também potencial de retornos mais altos.

Para quem está começando, é importante ter cautela e não alocar todas as suas reservas em renda variável.
Inicialmente, procure identificar o seu perfil de investidor, saber se esse tipo de investimento faz sentido para
você e busque se informar primeiro. Se for o caso, destine, inicialmente, uma parcela pequena, como 5% ou
10%, para ações ou fundos (BTG PACTUAL, 2018).

ATIVIDADE DE ESTUDOS:
1) A administração financeira é o conjunto de atividades que administra o fluxo de recursos
financeiros das organizações. Utilizando como base de estudo e análise dados retirados do
Balanço Patrimonial e principalmente do fluxo de caixa, e tendo em vista que a partir destas
ferramentas é que se percebe a quantia real disponível no ativo circulante para financiamentos e
novas atividades. As alternativas abaixo se referem às funções típicas do administrador
financeiro, exceto:

A) Analisar os resultados financeiros e planejar ações necessárias para obter a


maximização dos resultados.

B) Analisar e negociar a captação dos recursos financeiros necessários, bem como a


aplicação dos recursos financeiros disponíveis.

C) Exercer atividades contábeis, como elaboração de demonstrações contábeis pelo


estudo dos elementos que compõem o patrimônio monetário das empresas.

D) Efetuar os recebimentos e os pagamentos, controlando o saldo de caixa.

E) Analisar a concessão de crédito aos clientes e administrar o recebimento dos


créditos concedidos.

A resposta correta está na alternativa "C"

INFLAÇÃO E TAXA DE JUROS

A inflação pode ser definida como o aumento contínuo e geral no valor dos preços.

Esse aumento generalizado de preços provoca a redução do poder de compra, ou seja, diminui o poder
aquisitivo da moeda, isto significa que com a mesma quantidade de dinheiro, passa-se a comprar menos
quantidade de produtos e serviços.

Em contrapartida, pode ocorrer a redução generalizada de preços, esse fenômeno chama-se deflação (HOJI,
2012). Quando não há aumento nos preços e a inflação chega a zero, dizemos que houve uma estabilidade
nos preços.

a) Tipos de inflação

Existem diversos tipos de inflação, porém, todos referem-se a um só fenômeno, o aumento de preços. As
diversas expressões ou tipos de inflação diferem entre si por alguns aspectos, devido à causa ou em
consequência do processo retroalimentador, ou pelo aspecto dinâmico do fenômeno, ou ainda, pelas
expectativas dos agentes econômicos (VIANNA, 2003). Para esta disciplina iremos considerar os tipos de
inflação mais comuns, que são:

Inflação de demanda: Pode ser caracterizada pelo excesso de demanda em um determinado setor da


economia. Esse tipo de inflação ocorre quando há excesso de demanda agregada em relação à
produção disponível de bens e serviços na economia, sendo causada pelo crescimento dos meios de
pagamento, não acompanhado pelo crescimento da oferta de bens e serviços. A inflação de demanda só
pode ocorrer quando a economia estiver a pleno emprego ou em uma situação de auge do ciclo
econômico.   

Inflação de custos: Está associada à alta de preços decorrente da elevação nos custos de produção das
empresas. Conhecida como inflação de oferta, acontece por causa da oferta, por exemplo, quando há
uma subida dos custos de produção das empresas e o nível da demanda permanece o mesmo. Essa
situação gera uma retração da oferta e provoca um aumento dos preços de mercado.

A inflação inercial: Também é conhecida como inflação psicológica, está associada à ideia de que a
inflação presente nada mais é que a repetição da inflação passada, não é causada necessariamente por
uma mudança na demanda ou oferta. Em muitos casos, ocorre porque as pessoas acreditam que a
subida dos preços vai permanecer.

A inflação estrutural: Tem origem na própria estrutura e dinâmica da economia, sendo causada pela
incapacidade de certos setores produtivos em atender às solicitações da demanda (VIANNA, 2003). Se
parece muito com a inflação de custos, porém a subida de preço ocorre por uma falta de eficiência das
infraestruturas envolvidas no processo produtivo.

Se você quiser conhecer mais sobre os tipos de inflação, existem bons livros sobre este assunto, por exemplo:
VIANNA, Pedro Jorge Ramos. Inflação. Barueri: Manole, 2003.

b) Índices de inflação 

Os indicadores ou índices de preços possuem o objetivo de mensurar a variação de preços, com a finalidade
de atender a diversas necessidades. Apresentaremos a seguir alguns dos principais indicadores de índices
econômicos brasileiros, segundo Hoji (2012):

IGP-DI – Índice Geral de Preços – Disponibilidade interna: O IGP-DI é apurado desde 1947 pela
Fundação Getúlio Vargas (FGV) e é calculado desde fevereiro de 1954 com a mesma estrutura de
ponderação. O período de coleta de dados vai do primeiro ao último dia de cada mês, sendo divulgado
no final da primeira quinzena do mês seguinte.  Obtido pela média aritmética ponderada de outros três
índices: 60% de IPA (Índice de Preços por Atacado), 30% de IPC (Índice de Preços ao Consumidor)
apurado nas cidades de Rio de Janeiro e São Paulo, e 10% de INCC (Índice Nacional de Custos da
Construção).

IGP-M – Índice Geral de Preços do Mercado: Esse índice tem a mesma composição e estrutura do
IGP-DI, mas o período de coleta de dados vai do dia 21 de um mês até o dia 20 do mês seguinte. Foi
criado em 1989, por encomenda da Andima (Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto)
e outras instituições do mercado financeiro à FGV, para atender à necessidade do mercado financeiro
de acompanhar a evolução e a tendência do índice de preços em prazo menor.

INPC-IBGE – Índice Nacional de Preços ao Consumidor da FIBGE: O INPC-IBGE reflete a


variação de preços da cesta básica das famílias com rendimento entre um e oito salários-mínimos, em
supermercados, feiras, mercearias, domicílios etc. Esse índice começou a ser calculado a partir de
setembro de 1979 pela FIBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e reflete a
variação dos preços pagos pelos consumidores das principais regiões metropolitanas. Os dados são
coletados do primeiro ao último dia de cada mês, sendo o índice divulgado até o final da primeira
quinzena do mês seguinte.

IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo da FIBGE: O IPCA é um importante


índice de preços para a execução da política monetária do Banco Central do Brasil, pois é utilizado
para o acompanhamento dos objetivos estabelecidos no sistema de metas de inflação, adotado a partir
de julho de 1999. Esse índice é calculado e divulgado mensalmente pela FIBGE desde 1980, de forma
semelhante ao INPC, e reflete a variação dos preços das cestas de consumo das famílias com renda
mensal de 1 a 40 salários-mínimos.   

IPC-FIPE – Índice de Preço ao Consumidor da FIPE: Sendo considerado um dos índices de preços


mais antigos do Brasil, o IPC-FIPE mede o custo de vida da família paulistana durante o mês (do
primeiro ao último dia de cada mês). A cesta básica considerada a partir de janeiro de 1994 é de 1 a 20
salários-mínimos. Originalmente, denominava-se Índice Ponderado de Custo de Vida da Classe
Operária na Cidade de São Paulo e foi apurado no período de 1939 a 1968 pela Prefeitura Municipal de
São Paulo. Em 1968, a responsabilidade da apuração foi transferida para o IPE-USP (Instituto de
Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo, antecessor da Fipe-USP). Em 1972, a
denominação do índice foi alterada para Índice de Preços ao Consumidor (Custo de Vida) da Classe de
Renda Familiar Modal no Município de São Paulo.      

ICV-DIEESE – Índice do Custo de Vida do DIEESE: Esse índice é apurado pelo DIEESE


(Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), com a finalidade de medir o
custo de vida da classe trabalhadora. A coleta de dados é feita no município de São Paulo, com base
em custo de vida das famílias com rendimento entre 1 e 30 salários-mínimos. A pesquisa de preços é
realizada do primeiro ao último dia de cada mês.

JUROS 

Os juros podem ser compreendidos como a remuneração do capital, ou seja, uma espécie de aluguel sobre o
dinheiro emprestado. O indivíduo que empresta o dinheiro é um tipo de investidor e passa a ser credor, o
indivíduo ou organização que recebe estes recursos é o tomador ou captador. A taxa seria uma compensação
paga pelo captador do empréstimo para ter o direito de usar o recurso emprestado até o vencimento do prazo
para pagamento. Por outro lado, o credor recebe uma compensação por não poder usar esse dinheiro até o dia
do pagamento, bem como, por correr o risco de não receber o dinheiro de volta se o tomador do recurso não
cumprir com suas obrigações.

a) Juros comerciais e juros exatos

Quando nos referimos a juros comerciais e juros exatos, estamos basicamente tratando das taxas de juros, que
devem ser expressas em porcentagem e que podem ser calculadas com base em duas situações.
Primeiramente com base em um ano comercial, composto por 360 dias, neste caso, a taxa semestral será
calculada a um período de 180 dias e a mensal a um período de 30 dias, e assim por diante.

Por outro lado, temos a possibilidade de realizar este cálculo considerando o ano civil de 365 dias, e de 366
dias em anos bissextos.

Essas situações ocorrem apenas quando há necessidade de se trabalhar com taxas de juros apresentadas em
dias, pois algumas aplicações executam seus cálculos com base em taxas de juros diárias, mas expressam
essas taxas de juros em termos mensais ou anuais.

Geralmente, as taxas de juros praticadas no mercado financeiro utilizam como base o ano comercial, porém,
as partes podem contratar uma taxa de juro referenciada em período com número de dias diferentes, por
exemplo, os títulos federais foram remunerados no passado com base em ano civil, e hoje são remunerados
com base em ano de 252 dias úteis (HOJI, 2012).

A seguir apresentaremos dois exemplos para que você possa entender como esse acordo pode influenciar a
remuneração do capital investido. 

Taxa de juros diária comercial

A taxa de juros diária comercial é calculada dividindo-se uma taxa de juros expressa em ano por 360 dias (a
base de cálculo é o ano comercial de 360 dias), se utilizarmos uma taxa de juros de 100% ao ano teremos o
seguinte cálculo:

i = taxa de juros

d = dia

a  = ano

idc = ia/360

idc = 100/360

idc = 0,277777

Taxa de juros diária exata

A taxa de juros diária exata é calculada dividindo-se uma taxa de juros expressa em ano por 365 dias (a base
de cálculo é o ano civil de 365 dias):

i = taxa de juros

d = dia

a  = ano

idc = ia/365

idc = 100/365

idc = 0,273972

b) Taxa de juros fixas e flutuantes

As taxas de juros fixas são aquelas que não sofrem alteração durante o prazo da operação financeira, seja
aplicação ou empréstimo, mesmo quando há mais de um período de capitalização. 

Já as taxas flutuantes, também conhecidas como taxas variáveis, são as que sofrem variação a cada período
de capitalização, quer dizer que são fixadas novas taxas a cada período de capitalização com base em alguma
taxa referencial de juros anteriormente combinada. 

c) Juros simples e juros compostos

O sistema de juros simples ou capitalização simples encontra pouca aplicação prática tão generalizada quanto
o critério de capitalização composta, porém a maioria das taxas de juros praticadas no mercado financeiro
internacional são referenciadas pelo critério simples. Os juros simples são calculados sempre com base no
valor do capital inicial, ou seja, sobre o valor aplicado ou captado, sem que haja a incidência de juros sobre
os juros do período anterior.

Para cálculo dos juros simples adotam-se os seguintes símbolos e regras básicas (ASSAF NETO, 2010):

C = capital inicial, (valor aplicado ou crédito obtido).

I  = taxa (linear) de juros, ou seja, taxa contratada na operação, deve estar sempre expressa em termos
unitários na formulação do cálculo financeiro.

J = valor (em $) dos juros de uma operação.

n = número de períodos considerado na operação.


M = montante acumulado da operação, representa a soma do capital inicial mais os juros calculados
durante determinado período.

Fórmula do Montante (M):

M=C+J

Fórmula dos Juros (J):

J=CxIxn

Exemplo: Calcular o montante de um capital de R$ 100.000,00, aplicado durante seis meses, a uma taxa de
juros simples de 2% a.m.

J = 100.000,00 x 0,02 x 6 

J = 12.000,00

M = 100.000,00 + 12.000,00  = 112.000,00.

Já no sistema de juros compostos, temos a incidência de juros sobre juros, ou seja, os juros produzidos em
um período de capitalização e não pagos são integralizados ao capital constituído no início do período, desta
forma, os juros incidem sobre o capital inicial e sobre os próprios juros.

Da mesma forma, uma aplicação terá seus rendimentos mensais somados ao capital inicial e os juros do
próximo período incidirão sobre o montante dos períodos anteriores.

Para cálculo dos juros compostos adotam-se as seguintes regras básicas:

J = C [(1 + i) n - 1]

Sabendo-se que M = C + J, a fórmula do Montante deduzida da fórmula básica dos juros compostos é:

M = C (1+i) n

Exemplo: Calcular o montante de um capital de R$ 100.000,00, aplicado durante seis meses, a uma taxa de
juros compostos de 2% a.m.

M = 100.000 x (1 = 0,02) 6  = 112.616,24.

Importante ressaltar que o valor 0,02 corresponde à taxa de juros na sua forma decimal. 

INFLAÇÃO E COMO ELA INFLUENCIA NAS TAXAS DE JUROS. ENTENDA COMO A


INFLAÇÃO INFLUENCIA NA VARIAÇÃO DAS TAXAS DE JUROS

A inflação influenciou muito a economia brasileira, principalmente a partir da década de 80, com a crise do
petróleo. O Brasil estava endividado na época e, com a elevação das taxas de juros internacionais, o país já
não conseguia pagar suas dívidas.

Para controle da inflação, o governo do período da década de 80 teve a iniciativa de criar uma nova moeda
para que pudesse controlar a inflação e estabilizar a economia. De todos os planos criados, o que teve maior
sucesso e é utilizado até hoje é o Plano Real.
A inflação é uma consequência da desvalorização da moeda e do aumento dos preços, o que é chamado de
inflação de demanda. Quando muitas pessoas estão dispostas a pagar um preço pelo produto, os negociantes
aumentam seus preços, o que faz com que a moeda não tenha o mesmo valor que tinha antes.

As taxas de juros são uma das melhores estratégias para conter o aumento da inflação, pois quanto mais alto
for o valor da taxa de juros, as pessoas irão fazer menos empréstimos e financiamentos, logo, com pouco
dinheiro em circulação, é menos provável que os negociantes irão aumentar seus preços e, como
consequência, desvalorizar a moeda.

O aumento da inflação tem relação direta com as taxas de juros por causa da valorização dos preços perante o
valor da moeda, logo, a inflação está ligada ao aumento geral dos preços, e as taxas de juros agem em função
da oferta e demanda de recursos financeiros, ou seja, a melhor forma de conter o rápido aumento dos preços
é aumentar as taxas de juros, pois elas tendem a conter o consumo e as concessões de empréstimos.

As relações entre inflação e as taxas de juros estão ligadas à moeda, pois a inflação aumenta quando há um
aumento de preços, e se o preço aumenta muito em relação ao valor da moeda, esta se desvaloriza, fazendo
com que o dinheiro equivalente para comprar um bem ou serviço hoje não seja suficiente amanhã.

Por que a inflação aumenta? A inflação pode aumentar por excesso de demanda. E o que causa este excesso
de demanda é o acúmulo de dinheiro disponível na economia. Logo, para que possa conter o excesso de
demanda, o governo utiliza como estratégia aumentar as taxas de juros, pois, se os juros estão altos, tende a
diminuir o uso de cheques, cartões de crédito e empréstimos bancários, fazendo assim com que as pessoas
reduzam o consumo e os preços se estabilizem.

Outra opção seria se houvesse uma valorização no valor da moeda, pois se a moeda estiver muito valorizada,
a tendência é que as pessoas importem mais bens e serviços do que exportem, fazendo assim com que a
balança comercial fique com superávit muito elevado, e tende também a fazer com que as pessoas consumam
muito, gerando novamente a inflação de demanda, que teria que ser controlada novamente com o aumento
das taxas de juros.

Fonte: Disponível em: <http://www.administradores.com.br>. Acesso em: 28 jan. 2018.

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

Neste capítulo, conceituamos e caracterizamos a administração financeira e suas principais funções, sendo
elas: investimentos, instituições financeiras, finanças internacionais e finanças coorporativas. Esta última
área é o tema principal deste livro, portanto será discutida mais detalhadamente nos próximos capítulos.

O tema finanças coorporativas ou empresariais requer muito conhecimento do profissional financeiro, pois
este toma decisões vitais no âmbito empresarial, que podem envolver a estrutura de ativos, a estrutura
financeira ou planejamento e controle da gestão. Foram conceitualizados os principais tipos de empresa,
apresentando suas características, vantagens e desvantagens.

Percebemos ainda que na economia, de um lado, existem os que possuem poupanças financeiras e, do outro,
os que dela necessitam. A intermediação entre os dois lados ocorre no mercado financeiro. Este mercado
pode ser subdividido em quatro mercados específicos: mercado monetário; mercado de créditos; mercado de
capitais; mercado de câmbio e, muitas vezes, havendo a sobreposição entre eles.

Já no fim do capítulo, analisamos os diversos tipos de inflação, e mesmo que todas referem-se a um só
fenômeno, o aumento de preços, as diversas expressões ou tipos de inflação diferem entre si por alguns
aspectos, devido à causa ou em consequência do processo retroalimentador, ou pelo aspecto dinâmico do
fenômeno, ou ainda, pelas expectativas dos agentes econômicos.

Por fim, apresentamos os conceitos de juros comerciais e exatos; fixos e flutuantes; simples e compostos e o
impacto de sua aplicação na remuneração do capital. 
No próximo capítulo abordaremos temas como a contabilidade e suas demonstrações financeiras,
demonstração de resultado do exercício, balanço patrimonial, demonstrações da mutuação do patrimônio
líquido e demonstrações dos fluxos de caixa. Também serão abordados a análise do capital de giro, índices de
liquidez de atividade, endividamento e rentabilidade.

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