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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

FACTORES LOCACIONAIS DAS INDÚSTRIAS NA REDUÇÃO DAS


ASSIMETRIAS DO DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL E SÓCIO
ECONÓMICO EM MOÇAMBIQUE

Jovita Avelino Thenesse - 708210493

Beira, Abril, 2023


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

FACTORES LOCACIONAIS DAS INDÚSTRIAS NA REDUÇÃO DAS


ASSIMETRIAS DO DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL E SÓCIO
ECONÓMICO EM MOÇAMBIQUE

Jovita Avelino Thenesse - 708210493

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia


Disciplina: Geografia Agrária e Industrial
Ano de frequência: 3 ° Ano
Turma: A

Docente: Dr. Carlos Manuel S. Pires

Beira, Abril, 2023


Critérios de avaliação (disciplinas teóricas)

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
✓ Índice 0.5
✓ Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura
organizacionais ✓ Discussão 0.5
✓ Conclusão 0.5
✓ Bibliografia 0.5
✓ Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
✓ Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
✓ Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do trabalho
✓ Articulação e
domínio do
discurso académico
3.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e ✓ Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.0
internacional
relevante na área de
estudo
✓ Exploração dos
2.5
dados
✓ Contributos
Conclusão 2.0
teóricos práticos
✓ Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA ✓ Rigor e coerência
Referências 6ª edição em das
2.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas
Folha de Feedback dos tutores:

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ÍNDICE

1. Introdução ............................................................................................................................... 3

1.2. Objectivos ............................................................................................................................ 4

1.2.1. Objectivo geral ................................................................................................................. 4

1.2.2. Objectivos específicos ...................................................................................................... 4

1.3. Metodologias ....................................................................................................................... 4

2. Factores locacionais das Indústrias na redução das assimetrias do Desenvolvimento


Industrial e Sócio Económico em Moçambique ......................................................................... 5

2.1. Importância da decisão locacional ....................................................................................... 5

2.1.2. Fatores determinantes do processo de localização industrial ........................................... 6

2.2. Desenvolvimento industrial a partir do sector extractivo: a relação entre ligações e


agência ........................................................................................................................................ 8

2.3. Desenvolvimento industrial em Moçambique ..................................................................... 9

3. O papel da política sobre o conteúdo local para o desenvolvimento industrial ................... 10

Conclusão ................................................................................................................................. 11

Referências bibliográficas ........................................................................................................ 12


1. Introdução
O presente trabalho surge no âmbito do comprimento exigido pela Universidade Católica de
Moçambique para aquisição de alguns créditos académicos de modo a fazer a cadeira de
Geografia Agrária e Industrial com o tema “Factores locacionais das indústrias na redução das
assimetrias do desenvolvimento industrial e sócio económico em Moçambique”. Entretanto,
uma das principais dinâmicas económicas no continente africano é a rápida aceleração do
processo de integração económica e a criação de um mercado único, evidenciado pela
assinatura do acordo sobre a Zona de Comércio Livre Continental em março de 2018.

Assim como nos demais setores, a indústria desempenha um papel fundamental no


desenvolvimento sócio-econômico de uma região por criar emprego e massa salarial, porém
tais efeitos não são sentidos em todas as localidades visto que as indústrias tendem a se
localizar em regiões específicas de um determinado Estado.

O desenvolvimento de competitividade industrial é essencialmente a capacidade de os países


aumentarem a sua presença em mercados domésticos e internacionais ao mesmo tempo que
desenvolvem os seus sectores industriais com um nível cada vez mais elevado de valor
agregado e de incorporação de tecnologia (Lall, 2001; UNIDO, 2002).

Acredita-se que a localização e concentração das indústrias em certos pontos do Estado estão
fortemente associadas à existência de infra-estrutura básica, bem como a outros fatores como
população, renda per capita e existência de rede bancária (variáveis que indicam o tamanho do
mercado consumidor e a possibilidade de captação de crédito).

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1.2. Objectivos

1.2.1. Objectivo geral

• Conhecer os factores locacionais das indústrias na redução das assimetrias do


desenvolvimento industrial e sócio económico em Moçambique.

1.2.2. Objectivos específicos


• Identificar os factores locacionais das indústrias;
• Descrever os factores locacionais das indústrias na redução das assimetrias do
desenvolvimento industrial e sócio económico em Moçambique.

1.3. Metodologias
Para viabilizar a pesquisa foi feito levantamento em fontes bibliográficas e documentais, tais
como livros, manuais, artigos científicos publicados e disponíveis na Internet, sobre o assunto
em questão, onde faz-se referência dos conceitos e aspectos pertinentes que corporizarão o
trabalho.

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2. Factores locacionais das Indústrias na redução das assimetrias do Desenvolvimento
Industrial e Sócio Económico em Moçambique

2.1. Importância da decisão locacional


De maneira geral, estudar os fatores que influenciam a decisão da localização de uma
organização permite compreender os custos e as receitas que um determinado
empreendimento pode estar sujeito, o que por tabela determina a capacidade de sobrevivência
e o grau de competitividade desta organização. Conforme destaca Passos et. al. (2007), a
questão da localização industrial sempre foi muito complexa, e, portanto, criar uma teoria
geral que explique os fatores determinantes de tal decisão é muito difícil de ser desenvolvida.

Segundo Woiler & Mathias (1996, p. 125) “o problema de encontrar a localização ótima
corresponde, em termos de empresa, a achar a localização que dê a maior diferença entre
receitas e custos”. De maneira sintética, as organizações procuram se estabelecer em locais
em que consigam maximizar as receitas e minimizar as despesas, ampliando desta forma seus
resultados finais.

Uma boa localização tem influência direta na capacidade competitiva da empresa. Woiler &
Mathias (1996) destacam que o problema locacional para as organizações tem natureza
dinâmica, ou seja, a decisão locacional deve ser constantemente revisada e alterada caso
necessário, pois ao longo do tempo pode ocorrer a necessidade de expandir ou subcontratar.

Considerando os custos associados a cada etapa de produção, a decisão de localização do


empreendimento torna-se extremamente importante. Uma organização pode incorrer em
diversos tipos de custos, como os custos na entrada, ou seja, custos de aquisição de matéria-
prima e fatores de produção, bem como custos de processo, ou seja, custos relacionados à
forma de produção e custos de saídas, que são aqueles relacionados ao processo de
distribuição da produção para o mercado consumidor.

Assim, determinar os fatores importantes em relação à localização é de grande importância,


pois influencia na capacidade de geração de lucros da empresa e, portanto, na sua
possibilidade de se manter firme e competitiva no mercado. Importante esclarecer ainda que

5
tais fatores se diferenciam de setor para setor industrial analisado, sendo de grande
importância os estudos de caráter mais específico.

2.1.2. Fatores determinantes do processo de localização industrial


Por fatores locacionais entende-se como tudo aquilo que de alguma forma pode influenciar na
escolha do local para o desenvolvimento das atividades produtivas. Esses fatores podem ser
de natureza econômica ou não. De maneira geral, a indústria determinará sua localização com
vistas à máxima rentabilidade do capital a ser investido. Para Kon (1994, p. 158-159):

A localização industrial observa critérios que levam à maior redução do investimento


inicial requerido para a entrada em operação das unidades de produção, porém esta
economia inicial é confrontada com a eficiência operacional da empresa ao longo de
sua vida útil. A rentabilidade nas atividades econômicas da empresa será analisada sob
os aspectos de custos e benefícios para a determinação da macrolocalização. Na maior
parte das vezes é possível criar boas condições de localização ao se construir meios de
acesso, ou superar problemas climáticos pela tecnologia.

Muitos fatores devem ser levados em consideração no momento de se definir a melhor


localização para a empresa. Esta localização esta condicionada pela maximização dos lucros.
Kon (1994, p. 159) aponta alguns fatores econômicos e técnicos que devem ser considerados
pelas indústrias no momento de se definir a melhor localização:

1. Custo e eficiência dos transportes - o custo de transporte de matéria-prima e dos


produtos acabados deve ser levado em conta. Neste caso, a distância é um fator
determinante em relação à localização, em termos de custos e de tempo gastos.
2. Áreas de mercados - o mercado influi diretamente na escolha locacional tendo em
vista dois aspectos principais: sua localização e sua dimensão. A localização mais
próxima do mercado consumidor conduz a uma maior rentabilidade do
empreendimento, primeiramente pelos reflexos nos custos de transportes. Outro fator
que deve ser considerado é a existência ou não de competição em determinado
mercado. A dimensão também é fundamental, pois implica justamente na questão da
obtenção de receitas por parte da empresa.
3. Disponibilidade e custos da mão-de-obra - a existência da mão-de-obra também é
um fator importante na escolha locacional. No que se refere aos custos, a localização
próxima a grandes centros urbanos determina salários mais elevados relativamente a
áreas mais afastadas. Deve-se verificar também a existência de mão-de-obra
6
qualificada, dada as especificidades de cada negócio. Normalmente regiões com
abundância de mão-de-obra permitem a organização contratar este fator a salários
relativamente menores do que regiões com escassez de mão-de-obra. Ou seja, a mão-
de-obra também tem que ser avaliada em termos de quantidade e qualidade.
4. Custo da terra - no caso das plantas industriais, que necessitam de grandes áreas para
sua implantação, o custo da terra pode consistir em um fator decisivo nos cálculos de
localização. As áreas situadas mais próximas dos grandes centros urbanos apresentam
um custo da terra proporcionalmente mais elevados, que se relaciona diretamente à
disponibilidades de infra-estrutura e serviços.
5. Disponibilidade de energia e água - a existência destes itens em suas diversas formas
ou mesmo a potencialidade de recursos naturais a serem explorados, bem como seu
custo unitário devem ser levados em consideração também.
6. Suprimento de matérias-primas - as condições de utilização em grande escala ou o
caráter perecível ou de fragilidade de certas matérias-primas constituem fatores que
não podem ser esquecidos na decisão locacional.
7. Eliminação de resíduos - deve-se ficar atento para questões de legislação ambiental,
principalmente no caso daqueles negócios que necessitam realizar a eliminação de
resíduos sólidos, gasosos ou ainda líquidos no meio ambiente.
8. Dispositivos fiscais e financeiros – deve-se ficar atento também para os possíveis
incentivos fiscais (isenção de impostos e taxas). Este é um fator que estimula muito as
empresas, pois implica justamente em uma redução considerável de tributos, o que
implica inclusive na possibilidade de praticar preços mais baixos, e, portanto, na
própria competitividade da empresa no mercado.
9. Elementos intangíveis - estes elementos intangíveis são aqueles de caráter subjetivo,
que influenciam os processos produtivos ou de distribuição do produto, como, por
exemplo, os hábitos tradicionais de uma determinada região, mas cuja mensuração é
mais difícil de ser realizada.

Na indústria verifica-se que o processo de decisão do investidor orienta-se, cada vez mais, não
apenas em função de fatores técnico-econômicos tradicionais (transporte, matérias-primas,
energia, água etc.), mas também por fatores de natureza mais complexa, de caráter qualitativo,
ligados às condições sociais e ambientais do território.

7
Outro fator importante na decisão de localização das organizações diz respeito à
disponibilidade de poupanças internas ou externas à região suficientes para financiar novos
projetos de investimentos (Kon, 1994). Neste sentido, é de fundamental importância verificar
a disponibilidade de agências bancárias que possam fornecer os recursos para os empresários
financiarem seus projetos de expansão.

2.2. Desenvolvimento industrial a partir do sector extractivo: a relação entre ligações e


agência
Uma das características do processo de desenvolvimento económico é a criação de
competitividade industrial induzida pela expansão da indústria manufactureira, como
evidenciado tanto pela experiência das primeiras economias a industrializarem-se bem como
pelo caso dos países asiáticos que tiveram uma industrialização tardia (Chang, 2002). O
desenvolvimento de competitividade industrial, por seu turno, envolve um processo de
recomposição sectorial do sistema económico através de transição intersectorial, ou seja, um
movimento entre sectores, saindo de sectores de baixa a média produtividade para sectores de
alta produtividade, e de aprofundamento intra-sectorial, onde há um movimento dentro de
cada sector, de subsectores de baixo valor agregado para subsectores de alto valor agregado.

A dinâmica de criação de capacidades industriais dentro de uma economia está ligada às


dinâmicas mais gerais de mudanças estruturais que se manifestam (Andreoni, 2013) e que são
críticas para a transição e para o aprofundamento sectorial. Embora existam múltiplos
entendimentos do que são capacidades na literatura económica, como a matriz de capacidade
tecnológica de Lall (1992), que inclui capacidades de investimento, produtivas e de ligação, e
de Bell & Pavitt (1992), que diferenciam entre capacidades estáticas (as necessárias para
produzir bens num determinado nível de eficiência) e capacidades dinâmicas (as necessárias
para absorver, adaptar e mudar processos e técnicas), uma abordagem mais útil é considerar
estes conceitos juntos, pois precisam de trabalhar em conjunto para produzir o resultado
desejado na competitividade das empresas.

Uma ligação surge sempre que uma actividade dá origem a pressões, particularmente
económicas, que levam ao surgimento de uma nova actividade (Sender & Smith, 1986). As
ligações identificadas na literatura económica incluem aquelas que decorrem directamente da
produção (ligações produtivas a montante e a jusante), do consumo ou da demanda, de

8
receitas fiscais, mas também de externalidades ligadas à infra-estrutura e migração lateral de
tecnologias (Naicker & Molepo, 2012).

O sucesso e o fracasso no desenvolvimento da competitividade industrial são determinados


pela combinação de diferentes arranjos e políticas institucionais, pela forma como afectam as
estruturas económicas já existentes, pelo surgimento de novas actividades, pelo processo de
aprendizagem das empresas e de outras organizações, como mostra a experiência do Japão e
dos “tigres asiáticos” (Dasgupta & Singh, 2006).

No caso de Moçambique e da África do Sul, apesar de haver diferenças significativas nas suas
capacidades industriais, ambas as economias continuam dependentes do complexo mineral-
energético, e esta estrutura de produção continua a ser fundamental para a compreensão do
crescimento pouco inclusivo e dos níveis de desemprego que persistem. A actividade
produtiva dentro do complexo mineral-energético tende a ser intensiva em capital, com fracas
ligações a outros sectores produtivos, o que significa que a sua expansão tem menos efeitos
multiplicadores para o resto da economia (Ashman, Newman & Mohamed, 2013). Assim, este
artigo procurará compreender as dinâmicas e tensões emergentes da interacção entre ligações
e a agência no sector extractivo e as suas relações com o desenvolvimento de capacidades
industriais num contexto tanto local como regional.

2.3. Desenvolvimento industrial em Moçambique


O cabaz de exportações de um país é ilustrativo das capacidades produtivas nele existentes, e
quanto mais complexos ou sofisticados os produtos exportados, mais avançadas são as
capacidades dentro da economia (Hidalgo, Hausmann & Dasgupta, 2009). No caso da
economia de Moçambique, o cabaz de exportações é dominado por um número bastante
reduzido de commodities do complexo mineral-energético (alumínio, gás, carvão, energia
eléctrica e minérios diversos), seguido de commodities agrícolas (açúcar, algodão, banana,
castanha-de-caju e madeira), revelando o carácter subdesenvolvido do tecido industrial
doméstico dado que estes produtos são exportados sem ou com baixo nível de processamento.

Portanto, esta dependência excessiva de fluxos externos de capital e exportações de


commodities primárias implica que a economia é altamente vulnerável a choques nos preços
internacionais e, consequentemente, a crises cíclicas de acumulação (Castel-Branco &
Ossemane, 2010).
9
Assim, um dos principais desafios de transformação económica induzidos pelo
desenvolvimento industrial em Moçambique é o desenvolvimento de pequenas e médias
empresas (PME) nacionais com capacidades produtivas, financeiras e tecnológicas para
estabelecer ligações com os principais pólos de demanda da economia, particularmente os
megaprojectos de IDE1, através do fornecimento de bens e serviços (Langa & Mandlate,
2015).

3. O papel da política sobre o conteúdo local para o desenvolvimento industrial


Em Moçambique, após vários debates, a política de conteúdo local actualmente em
elaboração conseguiu afastar-se de requisitos associados a propriedade do capital,
concentrando-se no grau de incorporação de matéria-prima e mão-de-obra domésticas.
Contudo, políticas semelhantes incorporando requisitos de propriedade de capital
moçambicano e agregação de valor local para qualificação como fornecedor de bens e
serviços podem ser encontradas nas novas leis de minas e de petróleos, bem como no
regulamento de contratação de empreitada de obras públicas.

Entretanto, a capacidade de monitorizar a sua implementação e, principalmente, o seu impacto


no estímulo à produção doméstica e à geração de emprego local continua bastante fraca. Em
geral, estas políticas requerem fortes capacidades institucionais de implementação e
monitorização, pelo facto de serem aplicadas a um amplo conjunto de indústrias e actividades.

Este é também o caso da política de conteúdo local em elaboração, apesar de o debate sobre a
necessidade deste instrumento se ter intensificado com a constatação da existência de fracas
ligações produtivas entre os megaprojectos de IDE e as empresas nacionais. Pretende-se que
esta política seja generalizada para todos os sectores, sendo que as posteriori serão elaboradas
regulamentos específicos para cada sector. Ora, considerando o contexto de fracas
capacidades institucionais de implementação e monitorização em Moçambique, as políticas
generalistas requererão bastante esforço, e, por isso, têm pouca probabilidade de serem
efectivadas. É necessário que medidas de estímulo à produção interna sejam ajustadas às
capacidades institucionais existentes, o que pode ser feito através da selecção estratégica de
algumas indústrias (e actividades dentro destas indústrias) com maior potencial de geração de
efeitos multiplicadores dentro da economia.

1
International Development Enterprises, é uma organização internacional sem fins lucrativos que promove uma
abordagem empresarial para aumentar a renda e criar oportunidades de subsistência para famílias rurais pobres.
10
Em suma, a política de conteúdo local pode ser um instrumento importante para o
desenvolvimento industrial, dependendo dos mecanismos concretos que existem para garantir
a geração de emprego, valor e capacidades localmente. Ademais, há necessidade de
incorporar uma perspectiva regional nestas políticas de modo a permitir atracção de
investimento na indústria manufactureira para alimentar mercados domésticos e regionais,
particularmente na indústria de mineração.

Conclusão
O objetivo geral deste trabalho foi o de conhecer os factores locacionais das indústrias na
redução das assimetrias do desenvolvimento industrial e sócio económico em Moçambique e
fazer uma análise dos possíveis fatores que determinam tal localização.

Constatou-se com o levantamento teórico desenvolvido nas primeiras seções deste trabalho
que a decisão locacional das organizações é de grande importância e sensível a diversos
fatores que influenciam diretamente a possibilidade de captação de receitas e de evitar custos,

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e, portanto, que podem influenciar diretamente a lucratividade e a capacidade de competição
das organizações.

Os constrangimentos enfrentados pelas empresas manufactureiras em Moçambique


evidenciam que a reversão do processo de desindustrialização prematura com base no sector
extractivo requer acções estrategicamente coordenadas através da política industrial para gerar
incentivos ao investimento na modernização das capacidades industriais, particularmente
através do apoio à articulação entre diferentes mercados domésticos e regionais, ao
surgimento de mercados domésticos de matérias-primas (como fundições para fabricação de
peças sobressalentes, por exemplo), da capacitação da força de trabalho e de criação de fontes
de financiamento de longo prazo.

Referências bibliográficas
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5. Dasgupta, S. & Singh, A. (2006). Manufacturing, Services and Premature
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