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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Constituição da República de Moçambique a primeira de 1975 ate a que esta em vigor


de 2018 (as mudanças implementadas), mencionar as fontes de direito Constitucional
e seus exemplos.
Direito Publico versos Direito Privado, origem, fontes a diferença uma da outra.

Paulina António Rego - 708213023

Beira, Outrbro, 2022


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Constituição da República de Moçambique a primeira de 1975 ate a que esta em vigor


de 2018 (as mudanças implementadas), mencionar as fontes de direito Constitucional
e seus exemplos.
Direito Publico versos Direito Privado, origem, fontes a diferença uma da outra.

Paulina António Rego – 708213023

Curso: Licenciatura em Administração Publica


Disciplina: Direito Constitucional, Público e
Privado
Ano de frequência: 2° Ano
Turma: B

Docente: Dr. Hélder Lourenço

Beira, Outrbro, 2022


Critérios de avaliação (disciplinas teóricas)

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
✓ Índice 0.5
✓ Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura
organizacionais ✓ Discussão 0.5
✓ Conclusão 0.5
✓ Bibliografia 0.5
✓ Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
✓ Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
✓ Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
✓ Articulação e
domínio do discurso
académico
3.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e ✓ Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.0
internacional
relevante na área de
estudo
✓ Exploração dos
2.5
dados
✓ Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
✓ Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA ✓ Rigor e coerência
Referências 6ª edição em das
2.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas
Folha de Feedback dos tutores:

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Índice

1. Introdução ............................................................................................................................... 3

1.2. Objectivos ............................................................................................................................ 4

1.2.1. Objectivo geral ................................................................................................................. 4

1.2.2. Objectivos específicos ...................................................................................................... 4

1.3. Metodologias ....................................................................................................................... 4

2. Breve contextualização histórica. ........................................................................................... 5

2.1. Constituição de 1975 ........................................................................................................... 6

2.2. Constituição de 1990 ........................................................................................................... 7

2.3. Constituição de 2004 ........................................................................................................... 8

2.4. Análise comparativa das Constituições de 1990 e 2004 e 2018 ........................................ 10

3. As fontes de direito Constitucional ...................................................................................... 10

3.1. Direito constitucional ........................................................................................................ 11

3.2. Direito Publico e Direito Privado ...................................................................................... 11

4.1. Origem do Direito Público e Direito Privado .................................................................... 13

Conclusão ................................................................................................................................. 15

Referências bibliográficas ........................................................................................................ 16


1. Introdução
O presente trabalho visa trazer à tona detalhes das Constituições em alusão e mostrar de forma
clara aquilo que podemos considerar de Evolução Constitucional em Moçambique e como bem
se sabe, a Constituição é a base sócio-cultural expressa pelo sentido de compromisso colectivo
mantido durante séculos de existência dos povos e em cuja complexidade assenta a identidade
nacional dos moçambicanos, a Lei Constitucional surge como a forma escrita ou legal deste
compromisso assumido desde os nossos ancestrais e construído com múltiplos sacrifícios entre
guerras e mortes, muitas das quais com marcas profundas na alma de cada nacional.

Portanto, o trabalho apresenta-se estruturado pela parte introdutória, os objectivos e os


procedimentos metodológicos. Seguindo-se da fundamentação teórica, conclusões e por fim as
referências bibliográficas.

3
1.2. Objectivos

1.2.1. Objectivo geral


• Analisar a Constituição da República de Moçambique a primeira de 1975 ate a que esta
em vigor de 2018 (as mudanças implementadas).

1.2.2. Objectivos específicos


• Mencionar as fontes de direito Constitucional;
• Explicar a origem do Direito Publico e Direito Privado;
• Distinguir o Direito Publico do Direito Privado sua origem, diferença

1.3. Metodologias
Em termos de metodologia, o presente estudo é essencialmente qualitativo. Na feitura, deu-se
prioridade a revisão bibliográfica onde se privilegiou o estudo profundo das Constituições de
2004, 1990 e uma boa bisbilhotada na Constituição da República de Moçambique de 1975.

4
2. Breve contextualização histórica.
Moçambique é um estado que teve a sua origem com a luta armada de libertação Nacional, que
culminou com a proclamação da independência, em 25 de Junho de 1975. Uma Luta levada a
cabo pela Frente de Libertação de Moçambique, FRELIMO. Sendo a Frente uma organização
político-militar própria para conduzir a guerra, primava precisamente pelo alto nível de
organização, de disciplina, de eficiência, entre outras características. Omito deliberadamente
como característica a democracia, porque embora estivesse no seu ideário estabelecer uma
sociedade democrática, e por mais democrática que fosse no seu funcionamento, não é
certamente com democracia que se conduz uma guerra com eficiência e sucesso. Portanto, é o
Poder oriundo destas circunstâncias que proclama a Independência e funda o Estado
Moçambicano. Um Estado assente no poder unitário, na continuidade e desenvolvimento
daquele poder nascido da Luta de Libertação Nacional.

Daí surgiu a primeira Constituição de Moçambique, que aprovada em 20 de Julho de 1975 e


teve alterações aprovadas pela Assembleia Popular em 13 de Agosto de 1978 e o texto
denominava-se de Constituição da República Popular de Moçambique, o preâmbulo era o texto
da Declaração de Independência de Moçambique proferido por Samora Moisés Machel e
compunha-se de uma literatura feita em 80 artigos. O artigo 80 dizia: A Constituição da
República Popular de Moçambique entra em vigor as zero horas do dia 25 de junho de 1975. A
essência desta Constituição preconizava um Estado assente no poder unitário e este poder
unitário, por natureza e por definição, não conhece e abomina o conceito de separação dos
poderes. Caracteriza-se pela unicidade e exclusividade. O que hoje conhecemos como poderes
diferenciados e separados, não são, então, senão funções relativamente diferenciadas e
separadas.

O país viveu, como os demais, o que pode ser considerado evolução Constitucional, pois as
coisas foram mudando, o país foi desenvolvendo e vendo a necessidade de rever a Constituição
e assim sendo, a mesma conheceu três momentos principais, sendo:

1. 1975 A Constituição de 1975 e a Democracia Popular.1

1
Período em que o país alcança sua independência e ratifica sua primeira Constituição. Esta Constituição vigorou
nos anos de 1975 à 1990
5
2. 1990 A Constituição de 1990 e a Democracia Multipartidário.2
3. 2004 A Constituição de 2004 e o Princípio Democrático.3

2.1. Constituição de 1975


Permita-me abordar, de forma sintética, alguma relacionada à esta Constituição, pois, entendo
ser a chave para compreender toda a história da Constituição e um elemento crucial para a
análise do conteúdo das Constituições que vieram a ser promulgadas depois desta. Nos
momentos que se seguiram à independência, o Estado moçambicano optou por uma linha de
orientação socialista, ou seja, democracia socialista. Assim sendo, Moçambique tenta
implementar uma concepção socialista de poder, de Estado e de direito. Neste contexto CRPM
dispunha no artigo 2 o seguinte: “a República Popular de Moçambique é um Estado de
democracia em que todas as camadas patrióticas se engajam na construção de uma nova
sociedade, livre de exploração de homem pelo homem. Este modelo foi adoptado de modelo de
Ex-URSS, que é também do tipo ocidental. Desde a sua independência de Portugal, em 1975,
Moçambique teve três constituições (1975, 1990 e 2004). Em termos cronológicos, a
Constituição de 1975 estabeleceu um regime mono partidário que confirmava o papel destacado
do Executivo. Um dos objectivos fundamentais desta Constituição era a eliminação das
estruturas de opressão e exploração coloniais... e a luta contínua contra o colonialismo e o
imperialismo4, foi instalado na República Popular de Moçambique (RPM) o regime político
socialista e uma economia marcadamente intervencionista, onde o Estado procurava evitar a
acumulação do poderio económico e garantir uma melhor redistribuição da riqueza.

O sistema político era caracterizado pela existência de um partido único e a FRELIMO assumia
o papel de dirigente. Eram abundantes as fórmulas ideológicas - proclamatórias e de apelo das
massas, compressão acentuada das liberdades públicas em moldes autoritários, recusa de
separação de poderes a nível da organização política e o primado formal da Assembleia Popular
Nacional.

Esta Constituição sofreu seis alterações pontuais, designadamente: em 1976, em 1977, em


1978, em 1982, em 1984 e em 1986. Destas, merece algum realce a alteração de 1978 que

2
Este período vai desde 1990 à 2004 e caracteriza-se pela revogação da Constituição de 1975
3
A que está vigente nos nossos dias
4
Art. 4 da CRPM de 1975.
6
incidiu maioritariamente sobre os órgãos do Estado (sua organização, competências, entre
outros), retirou o poder de modificar a Constituição do Comité Central da FRELIMO e retirou
a competência legislativa do Conselho de Ministro (uma vez criada a Assembleia Popular que
teria estas competências) e a de 1986 que fora motivada pela institucionalização das funções do
Presidente da Assembleia Popular e de Primeiro-Ministro, criados pela 5ª Sessão do Comité
Central do Partido FRELIMO.

2.2. Constituição de 1990


A revisão constitucional ocorrida em 1990 trouxe alterações muito profundas em praticamente
todos os campos da vida do País. Estas mudanças que já começavam a manifestar-se na
sociedade, principalmente na área económica, a partir de 1984, encontram a sua concretização
formal com a nova Constituição aprovada. Resumidamente, podemos citar alguns aspectos mais
marcantes. A constituição de 1990 veio a introduzir o Estado de direito democrático, que se
funda na separação de poderes, pluralismo político, liberdade de expressão e respeito pelos
direitos fundamentais. Ou seja, com esta constituição de 1990, Moçambique pela primeira vez
introduz o sistema multipartidário, onde nas vésperas das primeiras eleições gerais
multipartidários haviam sido legalizados 18 partidos políticos. (Mazula, 2000).

A Constituição de 1990 foi elaborada no contexto das negociações de paz que culminaram com
a assinatura do Acordo Geral de Paz, e marcou uma ruptura radical com o passado, consagrando
a transição de uma economia centralizada para liberalização da economia, e subsequente início
da extinção das empresas estatais, dando início a um verdadeiro exercício democrático
consagrado no sufrágio universal, da liberdade de expressão, da liberdade de reunião e de
associação e, fundamentalmente, ocorre a passagem de um sistema mono partidário para a
democracia multipartidária, e tendo o cidadão como figura central relativamente ao Estado.
(Adelson Rafael, in Jornal O país: quinta feira, 26 de Agosto de 2010).

Nesta constituição, a administração é composta por um presidente, primeiro-ministro e do


conselho de ministros, (como actual). E o sistema judiciário é composto por um Tribunal
Supremo e provinciais, distritos e de tribunais municipais. A CRM de 1990 sofreu três
alterações pontuais, designadamente: duas em 19925 e uma em 19966. Destas merece especial
realce a alteração de 1996 que surge da necessidade de se introduzir princípios e disposições
sobre o Poder Local no texto da Constituição, verificando-se desse modo a descentralização do

7
poder através da criação de órgãos locais com competências e poderes de decisão próprios,
entre outras (superação do princípio da unidade do poder).

2.3. Constituição de 2004


A nova CRM começa por inovar positivamente logo no aspecto formal, dando nova ordem de
sequência aos assuntos tratados e tratando em cada artigo um assunto concreto e antecedido de
um título que facilita a sua localização (o que não acontecia nas Constituições anteriores). Foi
aprovada no dia 16 de Novembro de 2004. Não se verifica com esta nova Constituição uma
ruptura com o regime da CRM de 1990, mas sim, disposições que procuram reforçar e
solidificar o regime de Estado de Direito e democrático trazido em 1990, através de melhores
especificações e aprofundamentos em disposições já existentes e também pela criação de novas
figuras, princípios e direitos e elevação de alguns institutos e princípios já existentes na
legislação ordinária à categoria constitucional. Um aspecto muito importante de distinção desta
constituição das anteriores é o “consenso” na sua aprovação, uma vez que ela surge da discussão
não só dos cidadãos, como também da Assembleia da República representada por diferentes
partidos políticos (o que não se verificou nas anteriores).

A constituição da República de Moçambique (CRM) de 2004 vem reafirmar, desenvolver e


aprofundar os princípios fundamentais do Estado Moçambicano, isto é, consagrar o carácter
soberano do Estado de direito democrático, baseado no pluralismo de expressões, organizações
partidárias, respeito pelos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos.

“O terceiro texto constitucional moçambicano. O texto constitucional ora em vigor possui 306
artigos, divididos em 17 títulos, (a CRM de 1990 tinha 7 títulos e 212 artigos no total), com
uma estrutura que trata, sucessivamente, dos princípios fundamentais, dos direitos
fundamentais, da organização económica, da organização do poder político, e da garantia da
Constituição.” (Adelson Rafael, in Jornal O país: quinta feira, 26 de Agosto de 2010).

Quanto ao aspecto substancial, verificamos o reforço das directrizes já fixadas para o Estado
moçambicano, como acima se mencionou. De forma meramente exemplificativa, pode-se citar
alguns pontos que ajudam a entender tal afirmação, como sejam:

8
• Logo no capítulo I do título primeiro referente aos princípios fundamentais, podemos
destacar para além da maior ênfase dado a descrição do Estado moçambicano como de
justiça social, democrático, entre outros aspectos de um Estado de Direito, a referência
8 constitucional sobre o reconhecimento do pluralismo jurídico, o incentivo no uso das
línguas veiculares da nossa sociedade, entre outros;
• No âmbito da nacionalidade, destaca-se o facto de o homem estrangeiro poder adquirir
nacionalidade moçambicana pelo casamento (antes só permitido para a mulher
estrangeira);
• Os direitos e deveres fundamentais dos cidadãos para além de serem reforçados, ganham
maior abrangência. Pode-se citar exemplo de alguns direitos/deveres antes sem
tratamento constitucional: direitos dos portadores de deficiência, os deveres para com o
semelhante e para com a comunidade, os direitos da criança, as restrições no uso da
informática, o direito de acção popular, o direito dos consumidores;
• Para além do pluralismo jurídico, a importância da autoridade tradicional na sociedade
moçambicana passa a ter reconhecimento constitucional. Pode-se ainda mencionar a
terceira idade, os portadores de deficiência, o ambiente e a qualidade de vida como
novos temas tratados pela constituição;
• O capítulo VI do título IV que se dedica ao tratamento do sistema financeiro e fiscal em
Moçambique comporta um tema que antes não tinha tratamento constitucional;
• É criado um novo órgão político, o Conselho de Estado e um novo órgão de
representação democrática, as Assembleias Provinciais. As garantias dos cidadãos
• Relativamente a actuação da Administração Pública são reforçadas com a criação do
Provedor da Justiça. Surge igualmente o Conselho Superior da Magistratura Judicial
Administrativa. A Administração Pública e os princípios que norteiam a sua actuação
também passam a gozar de tratamento constitucional, assim como a Polícia de
Moçambique e o Ministério Público;
• O tratamento dado às disposições relativas aos tribunais no título IX da CRM é mais
pormenorizado. Merece destaque o tratamento mais aprofundado que é dispensado às
disposições relativas ao Tribunal Administrativo (na CRM de 1990 ocupava apenas 2
artigos);
• No título XV é tratado com cuidado as garantias constitucionais em caso de estado de
sítio e estado de emergência. A revisão constitucional encontra agora limites tanto
matérias quanto temporais, procurando-se com as primeiras salvaguardar as linhas bases
9
que definem o Estado moçambicano, como por exemplo: a forma republicana do Estado,
9 o sistema eleitoral e o tipo de sufrágio eleitoral, o pluralismo político, os direitos,
liberdades e garantias fundamentais. A restrição temporal é de 5 anos após a última
revisão (salvo deliberação extraordinária de ¾ da Assembleia da República),
procurandose com isto os aspectos positivos trazidos com a estabilidade e solidificação
dos princípios e instituições criadas.

Esta constituição, veio a sofrer uma revisão pontual, aprovada pela Lei 1/2018 de 12 de Junho,
que aconteceu mediante a necessidade de ajustá-la ao processo de consolidação da reforma
democrática do Estado, ao aprofundamento da democracia participativa e a garantia da paz,
reiterando o respeito aos valores e princípios da soberania e da unidade do Estado, ao abrido do
disposto na alínea a), do número 2, do artigo 179 e verificados os pressupostos dos artigos 291
e 293, todos da Constituição da República. De referir que nesta revisão pontual da CRM, foram
alterados os artigos 8,135, 137, 138, 139, 159, 160, 166, 195, 204, 226, 244, 250, 275, 292 e o
Título XII, que correspondem ao Novo Pacote Eleitoral e veio para regular questões eleitorais
que se encontram decorrendo no país.

2.4. Análise comparativa das Constituições de 1990 e 2004 e 2018


Como foi anteriormente referenciado, a CRM, sofreu sérias modificações ao longo dos anos, e
foi cada vez, se ajustando à realidade e às necessidades de cada época. É pretensão deste
trabalho mostrar com um pouco de detalhes como e quais foram os pontos que se foram
abrangidos pelas revisões constitucionais e sem fugir do nosso foco que são as Constituições
de 1990 e 2004, importa fazer, sempre, menção daquela que foi a primeira de todas, neste caso,
a Constituição da República de Moçambique de 1974 pela simples razão de ela ser a base de
evolução das posteriores e ser um bom ponto de partida para analisarmos a Constituição de
1990 e vermos em que ela evoluiu e quais temas foram objectos de revisão. Confiramos a seguir
uma tabela discriminatória e comparativa das constituições de 1990 e 2004.

3. As fontes de direito Constitucional


As fontes do direito são as formas pelas quais uma norma é gerada e introduzida no
ordenamento jurídico. As fontes do direito constitucional são: o Direito Natural, a Constituição,
os costumes, a jurisprudência e a doutrina.

10
3.1. Direito constitucional
Segundo Cotrim (2009, p. 19), “constituição é a declaração da vontade política de um povo,
manifestada por meio de seus representantes. Estabelece os direitos e deveres fundamentais das
pessoas, das entidades e dos poderes públicos.”

O Direito Constitucional estabelece a Natureza Jurídica do Estado, sendo que podemos entender
que a ‘Natureza Jurídica’ é o conjunto de elementos estruturantes do Estado, pois sempre que
existir a organização de Estado, existirá uma constituição.

Segundo Nascimento (s/d) o direito constitucional é um ramo do direito público voltado ao


estudo das normas constitucionais.

Portanto, o Direito Constitucional é chamado pela doutrina de direito público fundamental, em


virtude do seu conteúdo material, que trata da estruturação do próprio Estado, da articulação de
seus elementos (povo, território, governo soberano e as suas finalidades).

Ainda o mesmo autor salienta que as normas constitucionais são o conjunto de regras e
princípios que constam de forma implícita ou explícita na Constituição de um país. Nesse
sentido, a Constituição é o documento mais importante de um Estado pois delimita as funções,
os poderes e a organização da entidade política.

Para Nascimento (s/d) as fontes do direito são as formas pelas quais uma norma é gerada e
introduzida no ordenamento jurídico. As fontes do direito constitucional são: o Direito
Natural, a Constituição, os costumes, a jurisprudência e a doutrina.

3.2. Direito Publico e Direito Privado

Segundo Reis (s/d) o Direito Público é o conjunto de normas de natureza pública, com forte
atuação do Estado, de caráter social e organizacional da sociedade. Por sua vez, o Direito
Privado visa disciplinar as relações interindividuais e os interesses privados. São alguns ramos
do Direito Público o Direito Constitucional, Administrativo, Tributário, Financeiro e Penal.
Constitui o Direito Privado os ramos de Direito Civil e Empresarial.

No âmbito do Direito Público, define-se Direito Constitucional como normas internas e


estruturais fundamentais de cada Estado. São normas que estruturam a sociedade, ditam

11
modelos econômicos, políticos e sociais, garantem direitos fundamentais de cada indivíduo e
são moldes para a criação de novas leis. (Reis, s/d).

O Direito Administrativo é o ramo do Direito Público que regula a atividade do Estado, com
todos os serviços públicos dispostos para a sociedade, que tem como finalidade o bem social
comum. Seu enfoque está na prestação do serviço público, o modelo e o limite de atuação e
ainda ordena o relacionamento entre a esfera pública e privada, além da relação dos indivíduos
com a administração pública.

O Direito Tributário está relacionado aos meios de arrecadação que o Estado adota, isto é, os
tributos (impostos, taxas e contribuições). Já o Direito Financeiro é a aplicação, administração
e gerenciamento dos recursos públicos advindos dos tributos para empregá-los na sociedade.

O Direito Penal disciplina condutas humanas que podem pôr em risco a coexistência dos
indivíduos na sociedade, baseada na proteção dos princípios que devem ser respeitados para o
convívio social harmônico (vida, liberdade, intimidade, propriedade etc.). Tal Direito descreve
determinadas condutas sociais considerados crimes (mais graves) e contravenções (menos
graves), sendo o Estado responsável pelo direito de punir tais atos mediante os critérios
preestabelecidos, objetivando desestimular os indivíduos a descumprirem as normas e de
readaptar o indivíduo ao convívio social.

Já no âmbito do Direito Privado, o Direito Civil visa disciplinar as relações entre os indivíduos
estabelecendo direitos e impondo obrigações. Ordena todos os campos de interesses
individuais. O agrupamento de todas as normas do Direito Civil é o Código Civil, este, por sua
vez, é estruturado em geral e especial. A primeira contém normas abrangentes, já a segunda,
trata de assuntos mais específicos. (Reis, s/d).

O Direito Empresarial é o ramo do Direito Privado que regula a prática comercial e o direito
das partes envolvidas. Impõe princípios e regras que objetivam a relação entre os atores do
comércio, além de regras relacionadas aos títulos de crédito, isto é, formas de pagamentos,
durante a prática comercial (cheque, nota promissória, letras de câmbio etc.). Ibidem

12
4.1. Origem do Direito Público e Direito Privado

Reis (s/d) salienta que a origem da dicotomia Direito Público e Direito Privado está no Direito
Romano, onde sua base é um trecho de Ulpiano (Digesto) que afirma: “O direito público diz
respeito ao estado da coisa romana, à polis ou civitas, o privado à utilidade dos particulares”.

Ainda a mesma autora baseado nas ideias de Hannah Arendt, Tércio Sampaio Ferraz Jr. vincula
a explicação da origem da dicotomia Direito Público e Privado à estrutura socioeconômica da
civilização romana, que conhecia dois campos de poder, sendo eles a esfera pública e privada.
Tércio Sampaio afirma que a esfera pública abrangia o âmbito das necessidades, envolvendo o
exercício do homem voltado para sua sobrevivência, sendo este, o labor, exercido no próprio
lar. Pareado a essa atividade, o homem dado como livre, isto é, o cidadão, exercia a chamada
ação, que consistia na reunião de homens para a discussão de temas relevantes, troca de
vivências e adoção de pensamentos comuns. Tal atividade era praticada na cidade (polis), da
qual se origina a expressão animal político.

Partindo dessa ideia, a passagem do Digesto, ao fazer um paralelo de ambas às esferas de


interesse, tenha denominado como privadas as relações que eram estabelecidas no âmbito
doméstico, isto é, família, sucessões e propriedades, sendo essas situações compreendidas no
terreno da pessoa natural. Portanto, o Direito Privado regulamenta o papel da pessoa nas suas
relações travadas em seu âmbito de poder.

Reis (s/d) refere que a distinção nítida vista no sistema romano entre a esfera pública e privada
e o domínio particular não se verifica na Idade Média. As invasões bárbaras propiciaram uma
nova condição política, cuja consequência mais relevante se dará na estrutura de produção. Isso
se torna mais evidente na propriedade imobiliária, que dá lugar a um sistema com embasamento
na ideia das concessões. A adoção de tal sistema, isto é, da superposição de propriedades, não
permitia a diferenciação segura entre o público e o particular. Esse fato é agravado pela
incapacidade do rei de defender o reino de invasores, obrigando as várias classes sociais a
defender-se por meios próprios.

A dicotomia Direito Público e Direito Privado ressurge durante a Revolução Francesa. A classe
burguesa, oponível ao absolutismo, retoma o modelo romano ao estremar a esfera pública e a
privada. Nesse período, há o predomínio da liberdade de iniciativa, o princípio da igualdade
formal de todos os homens e a ideia da não interferência estatal em negócios particulares. O
13
fato de retroceder a condição anterior causava receio, o que gerou um sistema em que o poder
público não intervinha, a não ser em hipóteses restritas. Esse fato marca o ápice da ideologia
liberalista.

14
Conclusão
Findo o trabalho que se debruçava sobre as Constituições de 1990 e 2004, fica a satisfação de
ter descoberto tanto, se bem que deu para conhecer a história de Moçambique através daquela
que é considerada lei mãe de qualquer nação, a Constituição. Foi possível apurar que o nosso
país viveu sérias transformações, ao longo dos tempos, a julgar pela evolução constitucional
que viveu, caso que, aliás, mudou até o regime político do País. A Frente de Libertação de
Moçambique que tanto lutou pela nossa independência dos Portugueses, outrora
colonizadores, deixaria, após a conquista da independência, de ser o único partido com a
introdução do regime multipartidário, preconizado pela Constituição de 1990. Enfim, foi uma
viagem de descobertas e muito aprendizado

15
Referências bibliográficas
Cotrim, Gilberto. (2009). Instituições de Direito Público e Privado. São Paulo: Saraiva, 2009.
Reis, Luiza S C. (s/d). Resumo sobre Direito Público e Direito Privado. Recuperado a 23 de
outubro de 2022 em: https://luizascreis.jusbrasil.com.br/artigos/599864886/resumo-sobre-
direito-publico-e-direito-privado

Constituição da República Popular de Moçambique de 1975;

Constituição da República de Moçambique de 1990;

Constituição da República de Moçambique de 2004

Constituição da República de Moçambique de 2018

https://www.passeidireto.com/arquivo/11116973/historia-da-evolucao-constitucional-docx/3

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