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Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
✓ Índice 0.5
✓ Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura
organizacionais ✓ Discussão 0.5
✓ Conclusão 0.5
✓ Bibliografia 0.5
✓ Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
✓ Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
✓ Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
✓ Articulação e
domínio do discurso
académico
3.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e ✓ Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.0
internacional
relevante na área de
estudo
✓ Exploração dos
2.5
dados
✓ Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
✓ Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA ✓ Rigor e coerência
Referências 6ª edição em das
2.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas
Folha de Feedback dos tutores:
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Índice
1. Introdução ............................................................................................................................... 3
Conclusão ................................................................................................................................. 15
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1.2. Objectivos
1.3. Metodologias
Em termos de metodologia, o presente estudo é essencialmente qualitativo. Na feitura, deu-se
prioridade a revisão bibliográfica onde se privilegiou o estudo profundo das Constituições de
2004, 1990 e uma boa bisbilhotada na Constituição da República de Moçambique de 1975.
4
2. Breve contextualização histórica.
Moçambique é um estado que teve a sua origem com a luta armada de libertação Nacional, que
culminou com a proclamação da independência, em 25 de Junho de 1975. Uma Luta levada a
cabo pela Frente de Libertação de Moçambique, FRELIMO. Sendo a Frente uma organização
político-militar própria para conduzir a guerra, primava precisamente pelo alto nível de
organização, de disciplina, de eficiência, entre outras características. Omito deliberadamente
como característica a democracia, porque embora estivesse no seu ideário estabelecer uma
sociedade democrática, e por mais democrática que fosse no seu funcionamento, não é
certamente com democracia que se conduz uma guerra com eficiência e sucesso. Portanto, é o
Poder oriundo destas circunstâncias que proclama a Independência e funda o Estado
Moçambicano. Um Estado assente no poder unitário, na continuidade e desenvolvimento
daquele poder nascido da Luta de Libertação Nacional.
O país viveu, como os demais, o que pode ser considerado evolução Constitucional, pois as
coisas foram mudando, o país foi desenvolvendo e vendo a necessidade de rever a Constituição
e assim sendo, a mesma conheceu três momentos principais, sendo:
1
Período em que o país alcança sua independência e ratifica sua primeira Constituição. Esta Constituição vigorou
nos anos de 1975 à 1990
5
2. 1990 A Constituição de 1990 e a Democracia Multipartidário.2
3. 2004 A Constituição de 2004 e o Princípio Democrático.3
O sistema político era caracterizado pela existência de um partido único e a FRELIMO assumia
o papel de dirigente. Eram abundantes as fórmulas ideológicas - proclamatórias e de apelo das
massas, compressão acentuada das liberdades públicas em moldes autoritários, recusa de
separação de poderes a nível da organização política e o primado formal da Assembleia Popular
Nacional.
2
Este período vai desde 1990 à 2004 e caracteriza-se pela revogação da Constituição de 1975
3
A que está vigente nos nossos dias
4
Art. 4 da CRPM de 1975.
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incidiu maioritariamente sobre os órgãos do Estado (sua organização, competências, entre
outros), retirou o poder de modificar a Constituição do Comité Central da FRELIMO e retirou
a competência legislativa do Conselho de Ministro (uma vez criada a Assembleia Popular que
teria estas competências) e a de 1986 que fora motivada pela institucionalização das funções do
Presidente da Assembleia Popular e de Primeiro-Ministro, criados pela 5ª Sessão do Comité
Central do Partido FRELIMO.
A Constituição de 1990 foi elaborada no contexto das negociações de paz que culminaram com
a assinatura do Acordo Geral de Paz, e marcou uma ruptura radical com o passado, consagrando
a transição de uma economia centralizada para liberalização da economia, e subsequente início
da extinção das empresas estatais, dando início a um verdadeiro exercício democrático
consagrado no sufrágio universal, da liberdade de expressão, da liberdade de reunião e de
associação e, fundamentalmente, ocorre a passagem de um sistema mono partidário para a
democracia multipartidária, e tendo o cidadão como figura central relativamente ao Estado.
(Adelson Rafael, in Jornal O país: quinta feira, 26 de Agosto de 2010).
7
poder através da criação de órgãos locais com competências e poderes de decisão próprios,
entre outras (superação do princípio da unidade do poder).
“O terceiro texto constitucional moçambicano. O texto constitucional ora em vigor possui 306
artigos, divididos em 17 títulos, (a CRM de 1990 tinha 7 títulos e 212 artigos no total), com
uma estrutura que trata, sucessivamente, dos princípios fundamentais, dos direitos
fundamentais, da organização económica, da organização do poder político, e da garantia da
Constituição.” (Adelson Rafael, in Jornal O país: quinta feira, 26 de Agosto de 2010).
Quanto ao aspecto substancial, verificamos o reforço das directrizes já fixadas para o Estado
moçambicano, como acima se mencionou. De forma meramente exemplificativa, pode-se citar
alguns pontos que ajudam a entender tal afirmação, como sejam:
8
• Logo no capítulo I do título primeiro referente aos princípios fundamentais, podemos
destacar para além da maior ênfase dado a descrição do Estado moçambicano como de
justiça social, democrático, entre outros aspectos de um Estado de Direito, a referência
8 constitucional sobre o reconhecimento do pluralismo jurídico, o incentivo no uso das
línguas veiculares da nossa sociedade, entre outros;
• No âmbito da nacionalidade, destaca-se o facto de o homem estrangeiro poder adquirir
nacionalidade moçambicana pelo casamento (antes só permitido para a mulher
estrangeira);
• Os direitos e deveres fundamentais dos cidadãos para além de serem reforçados, ganham
maior abrangência. Pode-se citar exemplo de alguns direitos/deveres antes sem
tratamento constitucional: direitos dos portadores de deficiência, os deveres para com o
semelhante e para com a comunidade, os direitos da criança, as restrições no uso da
informática, o direito de acção popular, o direito dos consumidores;
• Para além do pluralismo jurídico, a importância da autoridade tradicional na sociedade
moçambicana passa a ter reconhecimento constitucional. Pode-se ainda mencionar a
terceira idade, os portadores de deficiência, o ambiente e a qualidade de vida como
novos temas tratados pela constituição;
• O capítulo VI do título IV que se dedica ao tratamento do sistema financeiro e fiscal em
Moçambique comporta um tema que antes não tinha tratamento constitucional;
• É criado um novo órgão político, o Conselho de Estado e um novo órgão de
representação democrática, as Assembleias Provinciais. As garantias dos cidadãos
• Relativamente a actuação da Administração Pública são reforçadas com a criação do
Provedor da Justiça. Surge igualmente o Conselho Superior da Magistratura Judicial
Administrativa. A Administração Pública e os princípios que norteiam a sua actuação
também passam a gozar de tratamento constitucional, assim como a Polícia de
Moçambique e o Ministério Público;
• O tratamento dado às disposições relativas aos tribunais no título IX da CRM é mais
pormenorizado. Merece destaque o tratamento mais aprofundado que é dispensado às
disposições relativas ao Tribunal Administrativo (na CRM de 1990 ocupava apenas 2
artigos);
• No título XV é tratado com cuidado as garantias constitucionais em caso de estado de
sítio e estado de emergência. A revisão constitucional encontra agora limites tanto
matérias quanto temporais, procurando-se com as primeiras salvaguardar as linhas bases
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que definem o Estado moçambicano, como por exemplo: a forma republicana do Estado,
9 o sistema eleitoral e o tipo de sufrágio eleitoral, o pluralismo político, os direitos,
liberdades e garantias fundamentais. A restrição temporal é de 5 anos após a última
revisão (salvo deliberação extraordinária de ¾ da Assembleia da República),
procurandose com isto os aspectos positivos trazidos com a estabilidade e solidificação
dos princípios e instituições criadas.
Esta constituição, veio a sofrer uma revisão pontual, aprovada pela Lei 1/2018 de 12 de Junho,
que aconteceu mediante a necessidade de ajustá-la ao processo de consolidação da reforma
democrática do Estado, ao aprofundamento da democracia participativa e a garantia da paz,
reiterando o respeito aos valores e princípios da soberania e da unidade do Estado, ao abrido do
disposto na alínea a), do número 2, do artigo 179 e verificados os pressupostos dos artigos 291
e 293, todos da Constituição da República. De referir que nesta revisão pontual da CRM, foram
alterados os artigos 8,135, 137, 138, 139, 159, 160, 166, 195, 204, 226, 244, 250, 275, 292 e o
Título XII, que correspondem ao Novo Pacote Eleitoral e veio para regular questões eleitorais
que se encontram decorrendo no país.
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3.1. Direito constitucional
Segundo Cotrim (2009, p. 19), “constituição é a declaração da vontade política de um povo,
manifestada por meio de seus representantes. Estabelece os direitos e deveres fundamentais das
pessoas, das entidades e dos poderes públicos.”
O Direito Constitucional estabelece a Natureza Jurídica do Estado, sendo que podemos entender
que a ‘Natureza Jurídica’ é o conjunto de elementos estruturantes do Estado, pois sempre que
existir a organização de Estado, existirá uma constituição.
Ainda o mesmo autor salienta que as normas constitucionais são o conjunto de regras e
princípios que constam de forma implícita ou explícita na Constituição de um país. Nesse
sentido, a Constituição é o documento mais importante de um Estado pois delimita as funções,
os poderes e a organização da entidade política.
Para Nascimento (s/d) as fontes do direito são as formas pelas quais uma norma é gerada e
introduzida no ordenamento jurídico. As fontes do direito constitucional são: o Direito
Natural, a Constituição, os costumes, a jurisprudência e a doutrina.
Segundo Reis (s/d) o Direito Público é o conjunto de normas de natureza pública, com forte
atuação do Estado, de caráter social e organizacional da sociedade. Por sua vez, o Direito
Privado visa disciplinar as relações interindividuais e os interesses privados. São alguns ramos
do Direito Público o Direito Constitucional, Administrativo, Tributário, Financeiro e Penal.
Constitui o Direito Privado os ramos de Direito Civil e Empresarial.
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modelos econômicos, políticos e sociais, garantem direitos fundamentais de cada indivíduo e
são moldes para a criação de novas leis. (Reis, s/d).
O Direito Administrativo é o ramo do Direito Público que regula a atividade do Estado, com
todos os serviços públicos dispostos para a sociedade, que tem como finalidade o bem social
comum. Seu enfoque está na prestação do serviço público, o modelo e o limite de atuação e
ainda ordena o relacionamento entre a esfera pública e privada, além da relação dos indivíduos
com a administração pública.
O Direito Tributário está relacionado aos meios de arrecadação que o Estado adota, isto é, os
tributos (impostos, taxas e contribuições). Já o Direito Financeiro é a aplicação, administração
e gerenciamento dos recursos públicos advindos dos tributos para empregá-los na sociedade.
O Direito Penal disciplina condutas humanas que podem pôr em risco a coexistência dos
indivíduos na sociedade, baseada na proteção dos princípios que devem ser respeitados para o
convívio social harmônico (vida, liberdade, intimidade, propriedade etc.). Tal Direito descreve
determinadas condutas sociais considerados crimes (mais graves) e contravenções (menos
graves), sendo o Estado responsável pelo direito de punir tais atos mediante os critérios
preestabelecidos, objetivando desestimular os indivíduos a descumprirem as normas e de
readaptar o indivíduo ao convívio social.
Já no âmbito do Direito Privado, o Direito Civil visa disciplinar as relações entre os indivíduos
estabelecendo direitos e impondo obrigações. Ordena todos os campos de interesses
individuais. O agrupamento de todas as normas do Direito Civil é o Código Civil, este, por sua
vez, é estruturado em geral e especial. A primeira contém normas abrangentes, já a segunda,
trata de assuntos mais específicos. (Reis, s/d).
O Direito Empresarial é o ramo do Direito Privado que regula a prática comercial e o direito
das partes envolvidas. Impõe princípios e regras que objetivam a relação entre os atores do
comércio, além de regras relacionadas aos títulos de crédito, isto é, formas de pagamentos,
durante a prática comercial (cheque, nota promissória, letras de câmbio etc.). Ibidem
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4.1. Origem do Direito Público e Direito Privado
Reis (s/d) salienta que a origem da dicotomia Direito Público e Direito Privado está no Direito
Romano, onde sua base é um trecho de Ulpiano (Digesto) que afirma: “O direito público diz
respeito ao estado da coisa romana, à polis ou civitas, o privado à utilidade dos particulares”.
Ainda a mesma autora baseado nas ideias de Hannah Arendt, Tércio Sampaio Ferraz Jr. vincula
a explicação da origem da dicotomia Direito Público e Privado à estrutura socioeconômica da
civilização romana, que conhecia dois campos de poder, sendo eles a esfera pública e privada.
Tércio Sampaio afirma que a esfera pública abrangia o âmbito das necessidades, envolvendo o
exercício do homem voltado para sua sobrevivência, sendo este, o labor, exercido no próprio
lar. Pareado a essa atividade, o homem dado como livre, isto é, o cidadão, exercia a chamada
ação, que consistia na reunião de homens para a discussão de temas relevantes, troca de
vivências e adoção de pensamentos comuns. Tal atividade era praticada na cidade (polis), da
qual se origina a expressão animal político.
Reis (s/d) refere que a distinção nítida vista no sistema romano entre a esfera pública e privada
e o domínio particular não se verifica na Idade Média. As invasões bárbaras propiciaram uma
nova condição política, cuja consequência mais relevante se dará na estrutura de produção. Isso
se torna mais evidente na propriedade imobiliária, que dá lugar a um sistema com embasamento
na ideia das concessões. A adoção de tal sistema, isto é, da superposição de propriedades, não
permitia a diferenciação segura entre o público e o particular. Esse fato é agravado pela
incapacidade do rei de defender o reino de invasores, obrigando as várias classes sociais a
defender-se por meios próprios.
A dicotomia Direito Público e Direito Privado ressurge durante a Revolução Francesa. A classe
burguesa, oponível ao absolutismo, retoma o modelo romano ao estremar a esfera pública e a
privada. Nesse período, há o predomínio da liberdade de iniciativa, o princípio da igualdade
formal de todos os homens e a ideia da não interferência estatal em negócios particulares. O
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fato de retroceder a condição anterior causava receio, o que gerou um sistema em que o poder
público não intervinha, a não ser em hipóteses restritas. Esse fato marca o ápice da ideologia
liberalista.
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Conclusão
Findo o trabalho que se debruçava sobre as Constituições de 1990 e 2004, fica a satisfação de
ter descoberto tanto, se bem que deu para conhecer a história de Moçambique através daquela
que é considerada lei mãe de qualquer nação, a Constituição. Foi possível apurar que o nosso
país viveu sérias transformações, ao longo dos tempos, a julgar pela evolução constitucional
que viveu, caso que, aliás, mudou até o regime político do País. A Frente de Libertação de
Moçambique que tanto lutou pela nossa independência dos Portugueses, outrora
colonizadores, deixaria, após a conquista da independência, de ser o único partido com a
introdução do regime multipartidário, preconizado pela Constituição de 1990. Enfim, foi uma
viagem de descobertas e muito aprendizado
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Referências bibliográficas
Cotrim, Gilberto. (2009). Instituições de Direito Público e Privado. São Paulo: Saraiva, 2009.
Reis, Luiza S C. (s/d). Resumo sobre Direito Público e Direito Privado. Recuperado a 23 de
outubro de 2022 em: https://luizascreis.jusbrasil.com.br/artigos/599864886/resumo-sobre-
direito-publico-e-direito-privado
https://www.passeidireto.com/arquivo/11116973/historia-da-evolucao-constitucional-docx/3
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