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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Princípios da Administração Pública

Maria Perdavida dos Santos Micajo - 708217009

Curso: Licenciatura em Administração Pública


Disciplina: Teoria Geral de Administração Pública
Ano de frequência: 1° Ano
Turma: B

Docente: dr. Aires Feliciano Amado

Beira, Janeiro, 2022

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Critérios de avaliação (disciplinas teóricas)

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
✓ Índice 0.5
✓ Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura
organizacionais ✓ Discussão 0.5
✓ Conclusão 0.5
✓ Bibliografia 0.5
✓ Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
✓ Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
✓ Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
✓ Articulação e
domínio do discurso
académico
3.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e ✓ Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.0
internacional
relevante na área de
estudo
✓ Exploração dos
2.5
dados
✓ Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
✓ Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas

Normas APA ✓ Rigor e coerência


Referências 6ª edição em das
2.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas

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Folha de Feedback dos tutores:

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Índice

CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO ................................................................................................. 3

1.1.Introdução ............................................................................................................................. 3

1.2. Objectivos ............................................................................................................................ 4

1.2.1. Objectivo geral ................................................................................................................. 4

1.2.2. Objectivos específicos ...................................................................................................... 4

1.3. Metodologias ....................................................................................................................... 4

CAPÍTULO 2. ANÁLISE E DISCUSSÃO................................................................................ 5

2.1. Princípios da Administração Pública ................................................................................... 5

2.2. Princípio da Prossecução do interesse público .................................................................... 5

2.3. Princípio da Legalidade ....................................................................................................... 6

2.4. Princípio da Igualdade ......................................................................................................... 7

2.5. Princípio da Publicidade ...................................................................................................... 8

2.6. Princípio do Poder Discricionário ....................................................................................... 8

CAPÍTULO 3. CONCLUSÃO E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................. 9

3.1. Conclusão ............................................................................................................................ 9

3.2. Referências bibliográficas ................................................................................................. 10

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CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO

1.1. Introdução
Os princípios visam regular, fundamentar e melhorar a relação entre a Administração Pública
e administrados, servindo de garantia para ambos. Trataremos neste trabalho dos princípios da
Princípio da Prossecução do interesse público, Princípio da Legalidade, Princípio da Igualdade,
Princípio da Publicidade e Princípio do Poder Discricionário na Administração Pública,
abordando os aspectos jurídicos, doutrinários e suas aplicações na prestação do serviço público
a sociedade. Caracterizam-se que a admissibilidade da execução da lei por agentes públicos
exige prerrogativas de autoridade e façam o interesse público predominar sobre o interesse
privado; e, na formulação de que o interesse público não pode ser livremente disposto por
aqueles que, em nome da coletividade, recebem o dever-poder de realizá-los.

Sendo assim, espera-se que as informações obtidas no referencial bibliográfico durante a


pesquisa nos permitam desenvolver e ampliar nossos conhecimentos sobre o tema desenvolvido
e que os resultados apontem para um melhor aproveitamento da leitura em suas diversas
possibilidades.

Portanto, o trabalho apresenta-se estruturado pela parte introdutória, os objectivos e os


procedimentos metodológicos. Seguindo-se da fundamentação teórica sobre princípios da
Administração Pública, as conclusões e por fim as referências bibliográficas.

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1.2. Objectivos

1.2.1. Objectivo geral


✓ Estudar os princípios da Administração Pública.

1.2.2. Objectivos específicos


✓ Conceituar princípio.
✓ Identificar os princípios da administração pública;
✓ Caraterizar os princípios da administração pública;

1.3. Metodologias
De modo a obter informações para elaboração do presente trabalho, a Autora auxiliou-se ao
método bibliográfico que o colocou a parte dos objectivos traçados, a partir de alguns livros,
artigos disponíveis na internet, manuais e revisitas permitiu relacionar as abordagens feitas
pelas literaturas sobre o tema. E a fonte de obtenção encontra-se devidamente citadas e
apresentadas nas referências bibliografias.

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CAPÍTULO 2. ANÁLISE E DISCUSSÃO

2.1. Princípios da Administração Pública


Cretella Júnior (1999, p. 44) ao analisar o conceito de princípio nos informa que:
“Princípio é, antes de tudo, ponto de partida. Princípios de uma ciência são as proposições
básicas, fundamentais, típicas que condicionam todas as estruturações subsequentes. Princípio,
nesse sentido, são os alicerces, os fundamentos da ciência.”

Já Anjos (2001, p. 53) nos ensina que:


“Os princípios de uma determinada disciplina são aquelas noções fundantes do objeto dela. São
proposições básicas as quais informam e direcionam os demais conteúdos e fórmulas da
disciplina. Assim, compreendendo os Princípios também como normas jurídicas, esses exercem,
além da função fundamentadora da ordem jurídica, também as funções interpretativas das demais
fontes do direito, bem como a função supletiva para o devido preenchimento normativo dos
vazios regulatórios do sistema jurídico.”

Os princípios quando analisados dão rumo a todas as atividades de estudos da disciplina


jurídica, pois sobrepõem-se as normas jurídicas apresentando-se como postulado na atividade
de elaborar, interpretar e aplicar tais normas. Com isso os princípios regulam as atividades do
administrador público e do legislador estruturando a produção das normas jurídicas.

No conceito elaborado por Meirelles (1999, p. 59), cumpre definir o que é Administração
Pública:
“Em sentido formal, a Administração Pública, é o conjunto de órgãos instituídos para consecução
dos objetivos do Governo; em sentido material, é o conjunto das funções necessárias aos serviços
públicos em geral; em acepção operacional, é o desempenho perene e sistemático, legal e técnico,
dos serviços do próprio Estado ou por ele assumidos em benefício da coletividade. Numa visão
global, a Administração Pública é, pois, todo o aparelhamento do Estado preordenado à
realização de seus serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas.”

Já Moraes (2004, p. 313), defini o que vem a ser Administração Pública como:
“A administração pública pode ser definida objetivamente como a atividade concreta e imediata
que o Estado desenvolve para a consecução dos interesses coletivos e subjetivamente como o
conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função
administrativa do Estado.”

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A Administração Pública pode ser classificada como: direta e indireta. A direta é
aquela exercida pela administração por meio dos seus órgãos internos (presidência e ministros).
A indireta é a atividade estatal entregue a outra pessoa jurídica (autarquia, empresa pública,
sociedade de economia mista, fundações), que foram surgindo por intermédio do aumento
da atuação do Estado.

2.2. Princípio da Prossecução do interesse público


A Administração Pública actua, move-se e funciona para prosseguir o interesse público e para
tal ela faz dentro do respeito de certos limites e valores. O princípio motor da Administração
Pública é o da prossecução do interesse público (Simango, s/d, p.95).

Segundo Rebelo de Sousa e Salgado de Matos (2008) afirmam que o interesse público
primário é aquele cuja definição compete aos órgãos governativos do Estado no desempenho
das funções política e legislativa. […] mas cuja satisfação cabe à Administração Pública no
desempenho da função administrativa.

No entanto, "o princípio da prossecução do interesse público tem numerosas consequências


práticas, actuando como delimitador das atribuições das pessoas colectivas administrativas,
uma vez que apenas o interesse público definido por lei pode constituir fundamento à prática
de qualquer acto administrativo, pelo que a falta do mesmo pressupõe um acto ilegal. Assim,
uma actuação administrativa que prossiga interesses privados ou interesses públicos alheios à
finalidade normativa, é ilegal e está viciada de desvio de poder, o que acarretará a sua
invalidade" (Simango, s/d, p.95).

Dessa forma o que constitui o interesse público e a base legal por detrás do princípio, surge
ainda outro problema: saber o que sucede quando a Administração Pública visa prosseguir o
interesse público, mas, no entanto, não o faz da melhor maneira. Idem

2.3. Princípio da Legalidade


Segundo Simango (s/d) refere que a Administração para prosseguir o interesse público não pode
fazer de qualquer maneira, e muito menos de maneira arbitrária: Tem de fazê-lo com
observância de um certo número de princípios e regras (p.99).

Portanto, o princípio da Legalidade na Administração Pública é aplicado com um maior rigor e


especialidade. Por este princípio todo administrador Público só poderá fazer algo se encontrar

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respaldo legal. Segundo os ensinamentos trazidos pela doutrinadora Di Pietro (2011) este
Princípio, juntamente com o controle da Administração pelo Poder Judiciário, nasceu com o
Estado de Direito e constitui uma das principais garantias de respeito aos direitos individuais
(p. 64).

Segundo Moraes (2008) diz "o princípio da legalidade coaduna-se com a função administrativa
em si, de executor do direito, que atua sem finalidade própria, mas sim em respeito à finalidade
imposta pela lei, e com a necessidade de preservar-se a ordem jurídica" (p. 320).

Assim, o princípio da Legalidade é uma das principais seguranças e garantia de respeito aos
direitos individuais, posto que a lei limita a execução de atividades tendo em vistas que seu
objetivo é a coletividade. Idem

O Princípio da Legalidade visa também proteger o interesse público, e não apenas o interesse
dos particulares. Em terceiro lugar, a Lei não é apenas um limite à actuação da Administração,
é também o fundamento da acção administrativa. Quer isso dizer que, hoje em dia, não há um
poder livre de a Administração fazer o que bem entender, salvo quando a Lei lho proibir
(Simango, s/d, p.101).

Portanto, na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na


administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública só é
permitido fazer o que a lei autoriza (Meirelles, 2003, p. 86).

2.4. Princípio da Igualdade


De acordo com Simango (s/d) "a Administração Pública deve reger-se pelo Princípio da
Igualdade, não podendo privilegiar, beneficiar, prejudicar, privar de qualquer direito ou isentar
de qualquer dever nenhum administrado em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território
de origem, religião, convicção política ou ideológica, instrução, situação económica ou
condição social" (p.103).

Ainda segundo este autor o Princípio da Igualdade manda tratar por igual as situações que forem
juridicamente idênticas, aceita tratamento desigual para as situações que forem diferentes.

Ainda segundo o mesmo autor é aí que decorre a necessidade de tratar desigualmente o que
deveria ser igual, as chamadas discriminações positivas (p.105).

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2.5. Princípio da Publicidade
Para Simango (s/d) "a publicação é um modo de publicidade impessoal, que é inserido numa
colectânea oficial (por exemplo, o Boletim da República)" (p.107).

Já Segundo Moraes (2008) o princípio da publicidade, obriga que todos os atos públicos, ou
seja, os atos realizados pelo administrador, devem ter publicidade, ou seja, a atividade pública
deve ser transparente a fim de se evitar fraudes.

A publicidade está intimamente ligada a democracia administrativa, pois “o tema da


transparência ou visibilidade, também tratado como publicidade da autuação administrativa,
encontra-se associado à reivindicação geral de democracia administrativa”. Assim, o princípio
ora exposto, visa dar publicidade, conhecimento, ciência do ato ou da atividade da
administração para os administrados facilitando-se assim, a conferência, fiscalização e controle
da execução (Medauar, 2002, p. 155).

As medidas de publicidade são muito importantes porque elas determinam normalmente o


momento da entrada em vigor da decisão administrativa e a sua executoriedade (Simango, s/d,
p.108).

Conforme Silva (2003) no que tange a restrição da publicidade é que a “segurança do Estado é
a garantia de sua inviolabilidade especialmente em face de Estados estrangeiros: questões
militares, questões de relações externas que envolvam interesses externos e o bom
relacionamento do Moçambique com os outros povos” (p.129).

2.6. Princípio do Poder Discricionário

O Poder Discricionário é aquele que o Direito concede à Administração Pública para a prática
de actos administrativos com liberdade na escolha de sua conveniência, oportunidade e
conteúdo (Simango, s/d, p.110).

Meirelles (2005) refere que “discricionaridade é a liberdade de ação administrativa, dentro dos
limites permitidos em lei”(pp. 118 -119).

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Mello (2010) diz não há como conceber nem como apreender racionalmente a noção de
Discricionariedade sem remissão lógica à existência de limites a ela, que defluem da lei e do
sistema legal como um todo – salvante a hipótese de reduzi-la a mero arbítrio, negador de todos
os postulados do Estado de Direito (p.973).

Assim, temos que a discricionariedade conferida pela lei não esta presente em todos os
elementos do ato administrativo, tendo em vista que o sujeito, a forma e a finalidade sempre
serão vinculados. Apenas o objeto e o motivo poderão ser discricionários, exigindo-se um juízo
de oportunidade e conveniência.

Conforme Meirelles (2005) refere que mesmo para a prática de um ato discricionário, o
administrador público, deverá ter competência legal para praticá-lo; deverá obedecer à forma
legal para a sua realização; e deverá atender à finalidade legal de todo ato administrativo, que
é o interesse público (p.119).

CAPÍTULO 3. CONCLUSÃO E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

3.1. Conclusão
Do trabalho estudado chega-se a algumas conclusões. A primeira, que os princípios que regem
a Administração Pública brasileira, além de figurarem como alicerce e base do ordenamento

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jurídico pátrio, devem estar coerentes e harmoniosos entre si, de tal forma que nenhum princípio
poder ser desprezado pelo agente público quando da elaboração e aplicação dos atos
administrativos sob pena de invalidação dos mesmos. Outra conclusão a destacar, é que dos
princípios da administração pública analisados no trabalho, alguns são aplicados a todos os
ramos do Direito, como o Direito Tributário, Civil e Penal.

Nos ensina Mello (1994, p. 450-451) que:


“Princípio é, por definição, mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce disposição
fundamental que se irradia sobre diferentes normas compondo-lhes o espírito e servindo de
critério para sua exata compreensão e inteligência, exatamente por definir a lógica e
racionalização do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido harmônico.”

Por fim, conclui-se, que os princípios da Administração Pública de um modo geral, e também
aqueles aplicados mais especificamente aos processos administrativos, buscam mitigar a
distância entre administradores públicos e administrados, de forma a integrar Administração
Pública e sociedade, melhorando a qualidade dos serviços prestados e preservando direitos tanto
da Administração Pública (administradores) quanto da sociedade (administrado).

3.2. Referências bibliográficas


Anjos, Luiz Henrique Martins dos Anjos. ANJOS, Walter Jone dos. (2001). Manual de Direito
Administrativo. 1 ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, p. 53.
Cretella Júnior, José. (1999). Filosofia do Direito Administrativo. 1 ed. Rio de Janeiro: Forense,
p. 43-44.
Di Pietro, Maria Sylvia Zanella. (2011). Direito Administrativo. 24ª Ed. São Paulo: Atlas.
10
Medauar, Odete. (2002). Direito administrativo moderno. 6 ed. São Paulo: RT.
Meirelles, Hely Lopes. (1999). Direito administrativo brasileiro. 24 ed. São Paulo: Malheiros.
p. 59.
Meirelles, Hely Lopes. (2005). Direito Administrativo Brasileiro. 30ª ed. São Paulo: Malheiros
Mello, Celso Antônio Bandeira de. (1994). Curso de Direito Administrativo. 6 ed. São Paulo:
Malheiros, p. 450-451.
Mello, Celso Antonio Bandeira de. (2010) Curso de Direito Administrativo. 27ª Ed. São Paulo:
Malheiros.
Moraes, Alexandre de. (2004). Direito constitucional. 15. ed. São Paulo: Atlas, p. 313, 315,
317-318
Moraes, Alexandre de. (2008). Direito Constitucional. 23ª Ed. – São Paulo: Atlas.

Rebelo de Sousa, Marcelo; Salgado de Matos, André. (2008). Direito Administrativo Geral-
Tomo I- Introdução e Princípios Fundamentais. 3ªed. Dom Quixote.

Simango, E. P. M. (s/d). Manual de Tronco: Comum Teoria Geral de Administração Pública.


Universidade Católica de Moçambique (UCM) - Centro de Ensino à Distância (CED)

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